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História de Missões
Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes
que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por
ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não
dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo
financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros.
Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era
uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria
ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite
missionário desprovido de atrativos.
Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto
e respondeu: "Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo
eu partirei."
O conde lhe deu as sandálias. A história não relata, mas imagino que aquele homem
estava descalço. No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde,
o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.
Tendo em vista que Jesus falou em Lc 9.3, "Nada leveis convosco pelo caminho:
nem bordão, nem mochila de viagem, nem pão, nem dinheiro e nem mesmo uma
túnica extra", e diante do exposto acima, no que concerne a resposta do oleiro, até
que ponto devemos nos preocupar e exigir regalias para irmos aos campos
missionário?
Existe a grande comissão ordena por Cristo, na qual todos recebemos uma missão, e,
como citado em aula, “uns para o outro lado do mundo, outros para o outro lado da
rua”. Independente de um chamado especifico, todos devemos levar as boas novas ao
mundo.
Mas, entendo que a obra missionária para o outro lado do mundo deve ter um chamado
específico de Deus. Mesmo que venha através da igreja, do pastor ou outro meio. Além
disso, deve ter a confirmação do próprio Deus no coração do missionário, assim como o
oleiro parou para orar antes de responder à Zinzendorf. Não deve vir de um gosto
pessoal por missões, ou um apego a aventuras.
No final do mesmo capítulo de Lucas, Jesus faz a advertência de que “Ninguém que põe
a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". O obreiro deve ter a
certeza de que foi chamado por Deus para aquela missão em particular, pois as
dificuldades podem ser muitas, e se não houver convicção, há a possibilidade de olhar
para trás.
Então, se a obra é de Deus, Ele proverá os meios de realizá-la. Se o chamado foi do
Senhor, Ele dará o sustento ao obreiro. E continuando no mesmo texto de Lucas, porém
no verso 10, está escrito: “Ao voltarem, os apóstolos relataram a Jesus o que tinham
feito”, ou seja, todos os que foram sem nada para o sustento, voltaram. Nenhum deles
morreu de fome ou de frio, apesar de qualquer dificuldade que tenham enfrentado.
Desta forma, não devemos exigir regalias para irmos ao campo missionário, pois o
necessário para o nosso sustento, se realmente fomos chamados por Deus, Ele proverá.
Se o missionário fizer parte de uma instituição que possa sustentá-lo, o obreiro é digno
de seu salário. Mas há exceções, como o caso do oleiro citado no texto. Então é
necessária a certeza do chamado divino, e a fé, de que Ele é suficientemente poderoso
para prover o sustento para a obra. Sem a exigência de regalias.