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Panorama do Novo Testamento 1

Qual a importância histórica e doutrinária dos quatro evangelhos?

História de Missões

No dia 13 de agosto de 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo


de checos refugiados na Saxônia, atual Alemanha, chamado de Morávios. Com o Conde
Nikolaus Zinzendorf à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de Hernhut,
nasceu ali uma obra missionária sem precedentes desde os primeiros séculos. Dali
saíram centenas de crentes apaixonados por Jesus. Foram enviados para a Espanha,
Itália, África do Sul, São Tomé e Príncipe e até para o Brasil, além de tantas outras
regiões. Impactaram sociedades, plantaram igrejas e certamente fizeram muito mais do
que a história conseguiu registrar.

Já no fim desse movimento missionário, Zinzendorf se sentiu desafiado a enviar um


missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou que certa noite sonhou
com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro. O oleiro era um
homem de meia-idade, crente no Senhor Jesus, mas de personalidade pacata e que não
demonstrava capacidade de liderança até então.

Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes
que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por
ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não
dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo
financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros.
Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era
uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria
ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite
missionário desprovido de atrativos.

Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto
e respondeu: "Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo
eu partirei."

O conde lhe deu as sandálias. A história não relata, mas imagino que aquele homem
estava descalço. No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde,
o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.

Hoje, de todos os esquimós da Terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor


Jesus. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um
par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o distante Alasca.

Tendo em vista que Jesus falou em Lc 9.3, "Nada leveis convosco pelo caminho:
nem bordão, nem mochila de viagem, nem pão, nem dinheiro e nem mesmo uma
túnica extra", e diante do exposto acima, no que concerne a resposta do oleiro, até
que ponto devemos nos preocupar e exigir regalias para irmos aos campos
missionário? 
Existe a grande comissão ordena por Cristo, na qual todos recebemos uma missão, e,
como citado em aula, “uns para o outro lado do mundo, outros para o outro lado da
rua”. Independente de um chamado especifico, todos devemos levar as boas novas ao
mundo.

Mas, entendo que a obra missionária para o outro lado do mundo deve ter um chamado
específico de Deus. Mesmo que venha através da igreja, do pastor ou outro meio. Além
disso, deve ter a confirmação do próprio Deus no coração do missionário, assim como o
oleiro parou para orar antes de responder à Zinzendorf. Não deve vir de um gosto
pessoal por missões, ou um apego a aventuras.

No final do mesmo capítulo de Lucas, Jesus faz a advertência de que “Ninguém que põe
a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". O obreiro deve ter a
certeza de que foi chamado por Deus para aquela missão em particular, pois as
dificuldades podem ser muitas, e se não houver convicção, há a possibilidade de olhar
para trás.
Então, se a obra é de Deus, Ele proverá os meios de realizá-la. Se o chamado foi do
Senhor, Ele dará o sustento ao obreiro. E continuando no mesmo texto de Lucas, porém
no verso 10, está escrito: “Ao voltarem, os apóstolos relataram a Jesus o que tinham
feito”, ou seja, todos os que foram sem nada para o sustento, voltaram. Nenhum deles
morreu de fome ou de frio, apesar de qualquer dificuldade que tenham enfrentado.
Desta forma, não devemos exigir regalias para irmos ao campo missionário, pois o
necessário para o nosso sustento, se realmente fomos chamados por Deus, Ele proverá.
Se o missionário fizer parte de uma instituição que possa sustentá-lo, o obreiro é digno
de seu salário. Mas há exceções, como o caso do oleiro citado no texto. Então é
necessária a certeza do chamado divino, e a fé, de que Ele é suficientemente poderoso
para prover o sustento para a obra. Sem a exigência de regalias.

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