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Introdução

O presente trabalho, visa abordar a cerca da Vigilância Epidemiológica descrevendo os


seus termos gerais assim como seu propósito dando a entender directamente a sua
aplicação e importância na comunidade em geral, e assim, podendo se perceber em
profundidade a necessidade dela tendo como comprovativo o facto de que ela se
mantem sempre em funcionamento, investigando e prevenindo possíveis casos de
doenças ate mesmo antes destas se fazerem sentir. Entrementes, apesar dos vastos
benefícios que obtemos dela, é importante levar em consideração também os efeitos
especulatórios de se aplicar a Vigilância Epidemiológica (suas desvantagens) sendo em
suma os gastos financeiros nas suas investidas.

Descreveremos, também, as diferenças existentes entre certos tipos de Vigilância


Epidemiológica. A destacar: Passiva e Activa. E suas vantagens e desvantagens de
modo a fazer compreender suas características e suas inegáveis importâncias. E por
consequência, suas relações.

E por último abordaremos a cerca dos passos ou componentes de um Sistema de


Vigilância Epidemiológica. Demonstrando directamente a importância fundamental de
conhecê-las para um funcionamento bem-sucedido ou aplicação.

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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Vigilância Epidemiológica é o processo contínuo de recolha sistemática, análise e


interpretação de informação do sistema de saúde que é essencial para a planificação,
implementação e avaliação da prática de saúde pública, intimamente integrado com a
disseminação atempada dos resultados aos diversos interessados.

Em outras palavras, a Avaliação Epidemiológica permite determinar:

 Que doenças existem;


 Quais são as doenças prioritárias;
 Quais são os afectados (sexo, grupo etário, profissão, etc.);
 Localização dos afectados (lugar);
 Quando foram afectados (Tempo).

De modo a poder definir estratégias para prevenir ou controlar as doenças implicadas.

O sistema de vigilância epidemiológica envolve um circuito de informação que começa


com a geração da informação pelo pessoal de saúde, ou seja, agentes comunitários,
enfermeiros, técnicos clínicos e de laboratório e médicos através de modelos
padronizados.

PROPÓSITOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

 Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de


decidir sobre a execução de acções de controlo de doenças e agravos. Sua
operacionalização compreende um ciclo completo de funções específicas e inter-
complementares, que devem ser desenvolvidas de modo contínuo, permitindo
conhecer, a cada momento, o comportamento epidemiológico da doença ou
agravo escolhido como alvo das acções, para que as intervenções pertinentes
possam ser desencadeadas com oportunidade e efectividade;
 Coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados processados;
 Investigação epidemiológica de casos e surtos; recomendação e promoção das
medidas de controlo apropriadas; avaliação da eficácia e efectividade das
medidas adoptadas;
 Divulgação de informações sobre as investigações, medidas de controlo
adoptadas, impacto obtido, formas de prevenção de doenças, dentre outras. É
importante salientar que todos os profissionais de saúde (da rede pública e
privada), bem como os diversos níveis do sistema (municipal, estadual, federal),
têm atribuições de Vigilância Epidemiológica. De pendendo da inserção
profissional e da capacidade executiva, técnica e gerência de cada área, essas
funções vão da simples notificação de casos suspeitos ou confirmados das
doenças que compõem o sistema de vigilância até a investigação epidemiológica
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(casos ou surtos), adossão de medidas de controle, colecta, análise e
interpretação de dados, dentre outras.

Todos os níveis do sistema de saúde têm atribuições de vigilância epidemiológica


compreendendo o conjunto das funções mencionadas. Quanto mais eficientemente
essas funções forem realizadas no nível local, maior será a oportunidade com que as
acções de controlo tenderão a ser desencadeadas. Além disso, a actuação
competente no nível local estimulará maior visão do conjunto nos níveis estadual e
nacional, abarcando o amplo espectro dos problemas prioritários a serem
enfrentados em diferentes situações operacionais. Ao mesmo tempo, os responsáveis
técnicos no âmbito estadual, e, com maior razão, no federal, poderão dedicar-se
selectivamente, a questões mais complexas, emergências ou de maior extensão, que
demandem a participação de especialistas e centros de referência, inclusive de nível
internacional.

Coleta de Dados e Informações

O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da


disponibilidade de informações que sirvam para subsidiar o desencadeamento de
acções (INFORMAÇÃO PARA A AÇÃO). A qualidade da informação, por sua
vez, depende da adequada coleta de dados, que são gerados no local onde ocorre o
evento sanitário. É Também nesse nível que os dados devem primariamente ser
tratados e estruturados, para se constituírem em um poderoso instrumento. A
informação capaz de estabelecer um processo dinâmico de planejamento, avaliação,
manutenção e aprimoramento das acções. Por ser de vital importância para a
estruturação e desempenho da vigilância epidemiológica.

A Coleta de dados ocorre em todos os níveis de actuação do sistema de saúde. A


força e valor da informação (que é o dado analisado) depende da qualidade e
fidedignidade com que o mesmo é gerado. Para isso, faz-se necessário que as
pessoas responsáveis pela coleta estejam bem preparadas para diagnosticar
correctamente o caso, como também para realizar uma boa investigação
epidemiológica, com anotações claras e confiáveis para que se possa assimilá-las
com confiabilidade. Outro aspecto refere-se à qualidade do dado gerado, ou seja, sua
representatividade em função do problema existente. Assim, é necessário que a
gerência local do sistema obtenha, com regularidade e oportunidade, dados do maior
número possível de outras fontes geradoras como ambulatórios ou hospitais
sentinelas localizados nesse nível ou em sua periferia.

A passagem do dado pelos diversos níveis deverá ser suficientemente rápida para o
desencadeamento de acções, particularmente quando for necessário o
desenvolvimento dessas por um outro nível, visando a adopção das medidas em
momento oportuno.

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É importante salientar que o fluxo, a periodicidade e o tipo de dado que interessa ao
sistema de vigilância estão relacionados às características de cada doença ou agravo.
Os fluxos de informações, dentro dos estados e municípios, estão sendo
profundamente alterados em função da reorganização do sistema de saúde.
Entretanto, tem-se mantido alguns instrumentos e fluxos, visando impedir que haja
solução de continuidade na coleta, repasse e armazenamento de dados.

Tipos de Dados

Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são


os seguintes:

Dados Demográficos e Ambientais

Permitem quantificar a população: número de habitantes e características de sua


distribuição, condições de saneamento, climáticas, ecológicas, habitacionais e
culturais.

Dados de Morbidade

Podem ser obtidos através de notificação de casos e surtos, de produção de serviços


ambulatórias e hospitalares, de investigação epidemiológica, de busca activa de
casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras formas.

Dados de Mortalidade

São obtidos através das declarações de óbitos que são processadas pelo Sistema de
Informações sobre Mortalidade. Mesmo considerando o sub-registro, que é
significativo em algumas regiões do país, e a necessidade de um correto
preenchimento das declarações, trata-se de um dado que assume importância capital
como indicador de saúde. Esse sistema está sendo descentralizado, objectivando o
uso imediato dos dados pelo nível local de saúde.

Notificação de Surtos e Epidemias

A detecção precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância


epidemiológica local está bem estruturado com acompanhamento constante da
situação geral de saúde e da ocorrência de casos de cada doença e agravo sujeito à
notificação. Essa prática possibilita a constatação de qualquer indício de elevação do
número de casos de uma patologia, ou a introdução de outras doenças não incidentes
no local, e, consequente mente, o diagnóstico de uma situação epidêmica inicial para
a adopção imediata das medidas de controlo. Em geral, deve-se notificar esses fatos
aos níveis superiores do sistema para que sejam alertadas as áreas vizinhas e/ou para
solicitar colaboração, quando necessário.

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Tipos de Vigilância e suas Diferenças

Vigilância Activa:

Visa a procura de casos suspeitos, e não somente que estes se apresentem na unidade
sanitária. É muito frequente a sua aplicação em casos de surto. E assim as equipes de
saúde dirigem-se a comunidade em busca dos casos.

Vantagens

 A Vigilância Activa tem como vantagens investigar e confirmar os surtos,


evitando o seu alastramento antecipadamente;
 Permite uma investigação de casos que possibilitam completar adequadamente o
quadro;
 Disponibiliza informações mais viáveis;
 Garante uniformidade na classificação dos casos;
 Flexibilidade;
 Da oportunidade ao pessoal de saúde aprender e melhorar a forma como utilizar
a informação e elaborar os relatórios.

Desvantagens

 A grande desvantagem deste método é o seu elevado custo, devido a necessidade


de recursos humanos, materiais e financeiros.

Vigilância Passiva

Enquanto a Vigilância Passiva é aquela em que a informação é levada a partir da


informação gerada regularmente nas unidades sanitárias pelos clínicos, técnicos de
laboratórios, e outros provedores de saúde.

Vantagens

 Tem como vantagem permitir um controlo permanente das mudanças no estado


de saúde da comunidade;
 Não envolver custos adicionais ao sistema de saúde;
 É institucional;
 Garante a continuidade devido aos baixos custos.

Desvantagens

 Enquanto os pacientes não se dirigirem as unidades sanitárias não se vai


adquirir informações acerca de alguma doença que mereça mais atenção. E
isso, faz com que haja um atraso na sua detenção e trazendo prováveis
consequências;
 Pode haver ambiguidade na classificação dos casos;

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 Pode se perder muintos casos (subnotificação dos casos realmente existentes
na comunidade).

Divergências entre Vigilâncias de Doenças de Notificação Obrigatória e Vigilância


Sentinela

A diferença consiste no facto de que a Vigilância de Doenças de Notificação


Obrigatória participam as unidades sanitárias do país e as informações devem ser
enviadas semanalmente através do chamado BES (Boletim Epidemiológico Semanal).
Algumas doenças deste grupo requerem intervenção imediata e, para tal, devem ser
reportados pelas vias mais rápidas (telefone, SMS).

Vantagens

 Garante uma vigilância permanente do tipo de doenças que engloba com


consequente intervenção atempada.

Desvantagens

 Pode levantar falsos alertas e pode ter uma sobre notificação ou mesmo
subnotificação de casos, devido aos constrangimentos dos meios diagnósticos ou
se não houver suspeita.

Vigilância de Sentinela

Neste tipo de Vigilância participam apenas as Unidades Sanitárias consideradas Postos


Sentinela, que, normalmente, são os hospitais provinciais e centrais, podendo haver
outros níveis de hospitais e centros de saúde seleccionados para o efeito, pois estes
notificam doenças que requerem pessoal mais qualificado e meios de diagnósticos mais
diferenciados.

Vantagens

Tem a vantagem de garantir uma maior sensibilidade, ou seja qualidade de diagnóstico.

Desvantagens

Como desvantagens, tem uma cobertura limitada;

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Requer pessoal devidamente treinado e equipamento e materiais específicos, o que o
torna mais caro. Por exemplo: em Moçambique a prevalência do HIV e Sífilis estão
sendo alvo de vigilância epidemiológica por postos sentinelas.

Passos de um Sistema de Vigilância Epidemiológica

 Registo – consiste em anotar num impresso um caso diagnosticado, uma


actividade realizada ou um recurso recebido. Por exemplo: o clínico escreve
(regista) no seu livro de consulta um caso diagnosticado de malária.

 Recolha – é o acto de transferência dos dados dos livros de registo ou das fichas
diárias para as fichas de resumo (diárias, semanais, mensais ou anuais), de modo
a permitir a organização dos dados em grandes categorias.

 Elaboração – é o agrupamento dos dados para transformá-los em informação.


Um dado considerado isoladamente não permite a sua interpretação e, portanto,
não é útil para a tomada de decisões. Exemplo: o responsável de vigilância
epidemiológica soma os casos de malária da US e por grupo etário e associa
com a população estimada na área de saúde para calcular a taxa de incidência da
malária.

 Apresentação – consiste na organização da informação em tabelas e gráficos, o


que facilita a sua análise e compreensão.

 Interpretação – é a tentativa de encontrar explicações para um determinado


acontecimento e suas causas. Saber interpretar é a condição indispensável para
poder escolher medidas correctivas adequadas e evitar tomadas de decisões
precipitadas.

 Envio – consiste na entrega dos impressos de resumo ao nível superior, devendo


seguir o percurso estabelecido e respeitar os prazos de entrega. Por exemplo: na
3ª feira de cada semana, o Boletim Epidemiológico Semanal (BES) da US
correspondente à semana epidemiológica anterior, deve ser enviada. O resumo
de Lepra deve ser enviado trimestralmente.

 Recepção – é o acto de receber, numa instituição do SNS, os impressos enviados


pelo nível inferior.

 Controlo de qualidade – para cada uma das 7 actividades precedentes, o controlo


de qualidade deve ser feito, ou seja, deve-se verificar se os dados estão
completos, se são oportunos, atempadas e confiáveis.

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 Retro informação – consiste em devolver aos níveis inferiores (MISAU-DPS;
DPS-SDSMAS.

SDSMAS-US) informação interpretada e com comentários. Exemplo: A DPS deve


enviar mensalmente a todos SDSMAS um resumo mensal do BES provincial que inclui
dados de todos os distritos com recomendações de como proceder para cada caso
particular julgado conveniente

Em Moçambique O sistema de vigilância epidemiológica tem dois componentes:


vigilância nutricional e vigilância de epidemias.

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Conclusão

No final deste trabalho, o grupo, pode perceber o gigantesco impacto negativo que
ocorreria caso a Epidemiologia não se mante-se em plena acção. Deste modo, sua
importância se mostra claramente no actual caso da Covid-19, como seus efeitos seriam
acentuados caso a Epidemiologia, assim, não fosse aplicada de modo a neutraliza-la.
Sendo assim, chegamos também a conclusão de que é de grande importância conhecer a
fundo e claramente suas características, aplicações, componentes e importância na
sociedade em geral.

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Bibliografia

-Wikinpededia.com-epidemiologia;

https://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2066/capitulo_2_%E2%80%93_i
nvestigacao_epidemiologica_de_casos_e_epidemias.htm;

-https://www.sabin.org/sites/sabin.org/files/oct21_1000valenzuela.pdf;

-https://www.sabin.org/sites/sabin.org/files/oct21_1000valenzuela.pdf;

-http://www.sag.cl/ambitos-de-accion/vigilancia-activa;

-https://www.researchgate.net/publication/286924769_Vigilancia_Activa;

-https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1997000600004&script=sci_arttext;

-Vigilância Activa e Passiva- Manual de Saúde da Comunidade (pag. 181-182);

-Passos de um Sistema de Vigilância- Manual de Saúde da Comunidade (pag. 185).

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