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O gestor não
pode administrar um negócio de serralheria ou vidraçaria apenas com conhecimentos de
fabricação e instalação de portas, janelas, box, espelhos, telhados ou fachadas, isso é
coisa de gestores inexperientes.
No meu livro a “A arte da gestão nas serralherias e vidraçarias” (publicado pela Editora
A4), recém lançado, abordo dicas bem úteis para os empresários administrar uma
empresa de forma correta e ser, acima de tudo, bem sucedidos.
É necessário que haja uma divisão de departamentos para que se tenha uma visão ampla
do negócio. Às principais áreas de uma empresa são: financeira, operacional, marketing
e recursos humanos.
Não fique preso ao pensamento de que o funcionário aprende e depois vai embora para
o concorrente. Este pensamento é errado. É melhor ele aprender, e enquanto decide se
vai embora ou não, melhorar a sua produção, do que o funcionário continuar
incapacitado na empresa dando diversos prejuízos.
Serralheiro é vidraceiro e vidraceiro é só vidraceiro. Mas será que o vidraceiro do
século XXI consegue ser serralheiro também? Que não se enganem as vidraçarias
tradicionais que dedicaram grande parte de sua existência a instalar somente vidros.
Aos poucos os serralheiros dominam o mercado dos pequenos vidraceiros que mantém
parte do seu negócio em colocar vidros nas janelas e portas dos clientes. Antigamente o
serralheiro era contratado para fabricar as esquadrias, e o vidraceiro para colocar o
vidro. Hoje não funciona mais assim. O cliente está mais exigente e com pouco tempo.
Prefere resolver todo o serviço com um profissional apenas.
Além do mais, precisamos customizar o produto para o cliente. Isso significa que
procurar dois profissionais diferentes para o mesmo serviço, não tem mais condições. O
serviço para o cliente é fechar o vão com uma esquadria. Para ele não importa se tem
vidros, acessórios e instalação, o que importa é chamar um profissional que resolva o
problema, ou seja, a esquadria instalada, com vidro e em perfeito funcionamento.
Outro fato interessante são os box temperados. Bem provável que o número de
serralherias que comercializa o box temperado esteja bem próximo das vidraçarias.
Anteriormente o serralheiro produzia o box de acrílico, mais barato se comparado com o
box temperado, porém acumulava sujeiras e de difícil limpeza. O cliente moderno que
quer praticidade, paga mais por menos dor de cabeça. Para a infelicidade do vidraceiro,
o serralheiro percebeu esse nicho de mercado do vidraceiro e agora também instala box
temperado.
Diante desses fatos, vejo uma única solução para os vidraceiros reconquistarem o
espaço perdido e contra atacarem. Precisam ser serralheiros!
Para ajudar os empresários leitores selecionei três dicas úteis, que avalio importantes
para que o empresário possa dimensionar melhor a capacidade produtiva da sua
empresa.
A produção das esquadrias precisa fluir da melhor maneira possível, para tanto é preciso
que o espaço da fábrica seja organizado de forma estratégica e prática. Sendo assim, é
importante na hora da elaboração de um layout levar em consideração três aspectos:
1. Capacidade produtiva;
2. Quantidade de turnos (dois ou três);
3. Especificação técnica de cada equipamento.
Quantas vezes pensei em desistir de tudo e mudar de segmento por conta de diversos
problemas. Mas sempre que tenho esses pensamentos Deus envia pessoas que me
motivam, pessoas que me ensinam, e também envia outras pessoas que me veem como
exemplo de superação e que se motivam com as minhas histórias de vida.
“Penso que o segredo para você nunca desistir dos seus objetivos é ter fé e não deixar
ninguém dizer “não” por você para os seus sonhos.”
Lembro-me como se fosse hoje o bullying que sofria dos colegas. Eu dizia: “em
breve vou subir” (queria dizer que subiria para o escritório para trabalhar como
desenhista). Eles diziam, vai subir para o caminhão e entregar esquadrias junto
com nós.
“PS: Esse foi meu último emprego como serralheiro de alumínio antes de iniciar na
área técnica como desenhista.”
Antes que você comece a leitura deste artigo, quero que saiba que essa é uma singela
homenagem que presto a Nelson Kost – um dos maiores projetistas de esquadrias de
alumínio da sua época. Este artigo foi escrito por ele e publicado no Portal
Arquitetura, no dia 13 de abril de 2010. Modifiquei apenas o título e dividi o artigo
em subtítulos para tornar a leitura mais dinâmica.
Nelson Kost morava em São Paulo e nos anos 90 trabalhou
como Gerente de Desenvolvimento de Produtos na ALCAN e na ALCOA. Nesta
primeira empresa ele foi um dos integrantes da equipe dos desenvolvedores da Linha
Suprema. Nos anos 2000 ele trabalhou como Consultor Técnico na AFEAL –
Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio. E nos últimos anos era
sócio diretor da STI Serviços Técnicos Industriais.
“A vida termina e as pessoas vão embora, mas as lembranças que elas deixam nos
mantêm unidos para sempre.” (Autor desconhecido)
Tudo começa com a norma vigente NBR 10821, da ABNT, em vigor desde outubro de
2000. É ela quem determina critérios para o procedimento de testes de desempenho das
esquadrias com relação à estanqueidade ao ar, água, esforços de vento e sucção.
Inicialmente o fabricante de esquadrias deve preparar um protótipo que passará por um
pré-teste no item de estanqueidade à água. Nessa fase, o protótipo pode ser submetido
várias vezes ao procedimento na câmara, até se ajustar ao parâmetro da norma. Depois
dessa etapa, entrará oficialmente em ensaio.
A câmara de teste
A câmara é formada por uma estrutura metálica que contém o sistema hidráulico que
fará a dispersão da água. A tarefa do instituto é construir a parte civil, alvenaria
revestida de argamassa. Ao fabricante cabe a instalação do protótipo, respeitando todos
os cuidados de nível e prumo.
Ensaio de estanqueidade ao ar
Esse ensaio simula a abertura de uma porta e de uma janela, simultaneamente, numa
casa. Se a porta bater é porque o ar que passou pela janela aberta fez uma reversão e
empurrou a porta. O risco é que na reversão do ar, a janela caia para fora. Assim, não
pode haver rompimento de qualquer elemento de esquadria, desde quebra do vidro até o
baguete que se desprenda ou o fecho que se solte.
É comum na sucção que, se o fecho da janela maxim–ar estiver instalado com apenas 1
mm ou 2 mm de contato com o contra fecho, a folha se desloque para o lado externo.
Um aprendizado que a engenharia não pode calcular
Para o fabricante de esquadrias, submeter seu produto aos ensaios representa oferecer ao
cliente garantia de que aquela é uma esquadria de qualidade, que segue as normas nos
seus mais exigentes critérios.
A câmara é que indicará a necessidade de uma guarnição com maior ou menor dureza,
ou o design de uma borracha mais ou menos robusta. Não é possível se obter na
prancheta essas previsões exatas. O teste será, portanto, a consagração ou a decepção
total quanto ao produto desenvolvido.
Conclusão
Vale a pena ensaiar, não apenas a fachada-cortina de uma torre de vidro, como as
esquadrias de uma residência unifamiliar ou de um prédio pequeno. E se o fabricante
utilizar bem o ensaio, ressaltando-o no marketing da empresa e de seus produtos, o
custo final será zero.