Índice
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. iv
RESUMO .................................................................................................................................vii
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO.............................................................................................. 2
c) Aluno ........................................................................................................................... 7
d) Escola .......................................................................................................................... 7
e) Aprendizagem ............................................................................................................. 8
a) Gestão ........................................................................................................................ 10
b) Democracia................................................................................................................ 13
c) Dobra Guerreira......................................................................................................... 23
Escola................................................................................................................................ 47
APÊNDICES............................................................................................................................ 53
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Paradigmas das Pesquisas Científicas …………………………………………….36
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Percepção sobre as visitas do encarregado à escola para saber da vida escolar do
seu filho/educando………………………………………………………………...……….…40
LISTA DE ABREVIATURAS
DE – Desempenho Escolar
RESUMO
Este estudo discute a participação dos pais/encarregados de educação na melhoria da
aprendizagem do Aluno: Caso da Escola Primária Completa de Mafuiane no Distrito de
Namaacha. Ultimamente a participação dos pais e encarregados na educação dos alunos tem
sido um enorme desafio para os professores, pese embora, vários estudos realizados por
diversos autores afirmarem que, a participação efectiva consubstancia com a obtenção de um
melhor desempenho académico dos educandos, porém muitos pais não conhecem as formas
de participação e também os espaços ou momentos em que devem participar activamente nas
actividades da escola. Este estudo teve como objectivo analisar a participação dos pais e
encarregados de educação na melhoria da aprendizagem dos alunos O estudo foi
desenvolvido com 12 participantes, sendo 6 pais/encarregados de educação divididos em
igual número para ambos sexos e 6 professores. Trata-se de uma pesquisa com o enfoque
quantitativo, apoiado pelo método descritivo, que se baseou na recolha de dados através do
inquérito por questionário. Os resultados desta pesquisa revelaram o seguinte: (i) a
participação dos PEE na vida escolar dos alunos e educandos com vista a melhorar a sua
aprendizagem é deficitária visto que maioritariamente só o faz quando solicitado. (ii) os PEE
não participam de forma activa na realização dos deveres de casa com os seus filhos ou
educandos, e consequentemente os resultados da aprendizagem não são satisfatórios na
escola. (iii) os professores reconhecem a importância da participação dos pais/encarregados
de educação como forma de melhoria da aprendizagem do aluno, ideia partilhada pelos PEE
na sua maioria. (iv) não obstante, concluímos que os professores e PEE procuram se esforçar
para promover a participação dos pais e encarregados de educação, apesar das dificuldades
por todos enfrentados. A parceria escola-família é sem dúvida preponderante para o
crescimento intelectual do aluno, atendendo que estas duas instituições complementam-se,
pois todas estão focadas na formação e desenvolvimento íntegro do aluno.
1.1.INTRODUÇÃO
O ser humano está em permanente construção de si mesmo, por meio das interacções
culturais, sociais e histórico - familiares, portanto, têm sido um desafio compreender o
enfoque das relações entre a família e a escola. O papel dos pais e encarregados de educação
na aprendizagem do aluno, tem sofrido uma decadência devido às relações familiares ou
seja, ligações existentes entre os elementos de uma estrutura sistémica. Estas relações
influenciam o desenvolvimento do indivíduo em diferentes contextos do seu ciclo vital, por
exemplo, nos contextos sociais diversos (família, creche, escola) e também culturais. A
família é o primeiro ambiente de socialização que a criança experiencia nos seus primeiros
anos de vida, havendo necessidade de manter esse relacionamento aquando do ingresso e
durante a sua vida escolar de forma a garantir uma melhor adaptação e interacção que ajudaria
na construção da sua identidade.
Na sua abordagem, SILVA et. al. (2003) enfatiza que o envolvimento das famílias na vida
escolar contribui significativamente na melhoria da aprendizagem e também no seu
desenvolvimento escolar. A escola e a família, são duas instituições que buscam o
desenvolvimento harmonioso da personalidade e sucesso educativo e global do aluno,
partilhando desta forma mesmos propósitos. A família influencia a vida do indivíduo em
todos os contextos nos quais ele se insere, como em contextos sociais, culturais, o que terá
repercussões ao nível do desenvolvimento da sua personalidade, segundo os
contornos educacionais que recebe (PRATTA, & SANTOS, 2007).
As relações familiares actualmente tendem a degradar, visto que, os pais não têm dedicado
muito tempo ou o necessário para com seus filhos, devido à conjuntura económica que exige
com que todos estejam entregues ao mercado de trabalho. Para o mercado do trabalho segue
também a mulher que anteriormente era quem cuidava dos filhos e zelava pela manutenção
das relações familiares enquanto o homem como provedor de recursos encontrava-se
trabalhando. Com a emancipação da mulher, igualdade de género, a mulher trabalhando
passou a estar menos presente em casa, delegando as tarefas domésticas, o acompanhamento
escolar à empregada doméstica (que esta por sua vez também prejudica os seus filhos).
Noutro contexto, os pais e encarregados de educação podem juntos desenvolver actividades
económicas agrícolas que exigem muita entrega deles, deixando os filhos entregues à sua
sorte ou simplesmente à escola ou outras actividades que lhes obriga a estarem muito tempo
fora de casa, tentando prover recursos financeiros e materiais para a família no geral.
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1.2.PROBLEMATIZAÇÃO
A família é a primeira instância e local na qual a criança busca as suas primeiras referências e
bases para a sua personalidade e para o preparo da sua vida adulta. O aluno não aprende
apenas na escola, mas também através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera
significativas, dos meios de comunicação de massa, das experiências do quotidiano, dos
movimentos sociais. Entretanto, a escola é a instituição social que se apresenta como
responsável pela educação sistemática das crianças, jovens e até mesmo de adultos.
De acordo com OUTEIRAL & CEREZER (2003: 42), “a tarefa de ensinar, não está
concentrada apenas nas mãos dos professores como é tradicionalmente desde o surgimento da
escola como uma instituição voltada directamente para a tarefa de ensinar e sistematização do
conhecimento. A família e a escola são parceiras fundamentais na criação de acções que
ajudem as crianças no seu crescimento não só físico, mas também intelectual”.
Diante disso, observa-se no dia-a-dia a fraca participação dos pais e encarregados de educação
dos alunos da Escola Primária Completa de Mafuiane no Distrito de Namaacha nas
actividades daquela escola. Conforme SILVA et. al. (2005:20), o distanciamento familiar em
relação à escola faz com que o aluno perca uma parte de sua potencialidade para aprender.
Constatamos também que a falta de reciprocidade e reversibilidade de relações intelectuais
entre a família e a escola, resultam num fraco desempenho pedagógico e fraco relacionamento
com os colegas e restantes intervenientes da escola.
Nota-se na escola em estudo que, a participação dos pais e encarregados é fraca, vive-se uma
situação de se pensar que o filho basta sair de casa uniformizado é da inteira responsabilidade
do professor ou escola. Os pais e encarregados não acolhem às solicitações feitas pelos
professores para debater assuntos ligados aos seus educandos, não participam nas reuniões
gerais e raramente procuram saber da situação ou progressão dos seus educandos.
Por que é que os pais e encarregados de educação dos alunos da Escola Primária
Completa de Mafuiane no distrito de Namaacha não participam na melhoria da
aprendizagem do aluno na escola?
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1.3.JUSTIFICATIVA
O autor desta pesquisa, por um lado na qualidade de funcionário de educação tem a
responsabilidade de reflectir sobre os problemas que envolvem o Processo de Ensino e
Aprendizagem (PEA), dando foco nesta pesquisa a participação dos pais e encarregados de
educação na melhoria da aprendizagem do aluno, facto associado às observações vividas no
decurso das Práticas Psicológicas e Estágio do Curso, nos quais observou-se que as famílias
que não participam nas actividades escolares dos seus alunos ou os que a participação é fraca
nas actividades escolares dos mesmos têm apresentado um rendimento baixo e que as relações
interpessoais são muito baixas em comparação com os alunos que são acompanhados pelos
pais.
Portanto, com esta pesquisa esperamos contribuir com estratégias que possam ajudar o
encarregado a ser mais participativo e mais preocupado com a vida escolar do seu educando e
promoção da melhor interacção escola e a família juntos pela aprendizagem do mesmo e
também o enriquecimento da capacidade intelectual na construção do conhecimento científico
e melhorar as habilidades técnico-profissional e ajudar a escola no sentido de desenvolver
acções que promovam a participação dos pais e encarregados de educação e justifica-se a
partir da crença de que “os efeitos positivos da educação escolar estão intimamente
relacionados com a articulação das famílias na escola”, FORMOSINHO (1997, p.138).
1.4.OBJECTIVOS:
1.4.1. Geral
Analisar a participação dos pais e encarregados de educação na melhoria da
aprendizagem dos alunos.
1.4.2. Específicos
Identificar os factores que contribuem para a fraca participação dos pais/encarregados
de educação na melhoria da aprendizagem dos alunos;
Descrever os momentos/espaços de participação dos pais e encarregados na melhoria
de aprendizagem dos alunos.
Medir o nível de participação dos pais/encarregados de educação na melhoria da
aprendizagem dos alunos;
Sugerir mecanismos para o fortalecimento da reciprocidade e reversibilidade da
participação dos pais e encarregados de educação.
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1.5.HIPÓTESES
A fraca participação dos pais e encarregados de educação na melhoraria da
aprendizagem do aluno deve-se à falta de interesse por parte dos mesmos;
A fraca participação dos pais e encarregados de educação na melhoraria da
aprendizagem do aluno deve-se à falta de incentivo por parte dos professores;
A fraca participação dos pais e encarregados de educação na melhoraria da
aprendizagem do aluno deve-se à uma gestão não participativa e democrática vigente
na escola em causa.
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Diz respeito à pessoa que se encarrega pela educação de um menor, buscando participar e
orientar de forma activa o seu filho ou educando para melhor desempenho escolar, sendo
primeiramente responsável pela educação familiar que será complementada pela sistemática.
Para LIMA (2007), a participação pode ser activa, quando os indivíduos participam
activamente nas decisões do aparelho institucional, ou passiva, quando os indivíduos
participam apenas nos bens e serviços oferecidos pelo Estado.
Desta forma, percebe-se que o acto de participar vislumbra-se como sendo algo amplo, sem se
limitar, sob o ponto de vista instrumental, a uma elementar técnica de demonstração de
interesse em algo, como por exemplo “a participação ou entrega numa aula, na decisão do
futuro, ou mesmo na vida estudantil dos alunos”.
c) Aluno
Aluno (do latim alummus, alumnié), estudante ou discente é o indivíduo que recebe formação
e instrução de um ou vários professores ou mestres para adquirir ou ampliar seus
conhecimentos, geralmente nas áreas intelectuais, levando em conta que existem diferentes
aptidões e estilos de aprendizado para cada aluno – principalmente à medida que avança na
vida escolar, FREIRE (1997).
Porque a família, como toda instituição social, apresenta aspectos positivos, enquanto núcleo
afectivo, de apoio e solidariedade, os que são de direito devem ao lado deste colmatarem os
possíveis aspectos negativos e a imposição de normas e finalidades rígidas. Tornando-se
muitas vezes, elemento de coacção social, geradora de conflitos e ambiguidades. Os alunos
(crianças) precisam ser tratados com amor, carinho e respeito.
d) Escola
Na visão de LIBÂNEO (2002), a escola é uma instância de promoção da auto-reflexão e do
desenvolvimento das capacidades intelectuais e operativas necessárias à formação da razão
crítica. Trata-se do mundo do saber ciência, saber cultura, saber experiência, saber modos de
agir, saber estratégias cognitivas, saber sentir, ou seja, é o mundo do conhecimento.
e) Aprendizagem
Trata-se de um processo pelo qual uma actividade tem origem ou é modificada pela reacção a
uma situação encontrada, desde que as características das mudanças de actividade não possam
ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do
organismo, por exemplo, fadiga ou drogas, HILGARD (CAMPOS, 1987).
Segundo MORRINS & MAISTO (2006), é um processo pelo qual a experiência e a prática
geram uma alteração perante o comportamento afectivo ou potencial.
Percebe-se que a aprendizagem é fruto das diversas formas de interacção que o indivíduo
vivencia no seu quotidiano, que se reflecte na sua maneira de pensar, agir e de ser como
resultado da maturação.
Existem vários factores que afectam o desempenho escolar. Desde a dificuldade de alguns
assuntos, até o grande número de testes que podem concordar com uma data, passando a
ampla extensão dos programas do Sistema de Educação, são muitas razões que podem levar
um aluno para mostrar um mau desempenho escolar. Outras questões estão directamente
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Algumas dicas que podem ajudar a melhorar a aprendizagem e o desempenho escolar dos
alunos:
a) Gestão
CURY (2005) citado por LULUVA (2016:52), analisando o conceito de “Gestão” a partir da
sua origem etimológica. O autor refere que a gestão provém do verbo latino gero, gessi,
gestum, gerere, que significa levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar.
Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos substantivos derivados
deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja, gestão, isto é, o acto pelo qual se traz em si e dentro
de si algo novo, diferente: um novo ente.
O termo gestão tem sua raiz etimológica em “ger”, que significa fazer brotar, germinar, fazer
nascer. Da mesma raiz provém os termos genitora, genitor, gérmen. De acordo com o autor, a
gestão implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar e
pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo da educação, segundo a
justiça. Nesta perspectiva, a gestão implica o diálogo como forma superior de encontro de
pessoas e solução dos conflitos. Também o substantivo “gestus” (em português: gesto) deriva
deste verbo e significa um feito, uma execução. Quando usado no plural latino, isto é, gesta,
significa feitos ilustres, notáveis, nobres e corajosos. A gestão, dentro de tais parâmetros, é a
geração de um modo de administrar uma realidade e é, em si mesma, democrática, já que se
traduz pela comunicação, pelo envolvimento colectivo e pelo diálogo, (LULUVA, 2016).
Esta raiz etimológica, concluiu CURY (2005) citado por LULUVA (2016:52),), já contém em
si uma dimensão daquela que nos é dada, de modo caricato, do gerente, especialmente o de
bancos, como expressão de um comando frio, de uma ordem autoritária ou de uma iniciativa
tecnocrática. BORDIGNON & GRACINDO (2009), LÜCK (2011) e outros, defendem que no
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FERREIRA (2009) citado por LULUVA (2016:53), também partindo da origem etimológica
do termo gestão, afirma que a gestão relaciona-se com actividade de impulsionar uma
organização a alcançar seus objectivos, cumprir sua função, desempenhar seu papel e ela
constitui-se de princípios e práticas decorrentes que afirmam ou desafirmam os princípios que
a gerem.
A autora entende que a gestão aplicada à educação é responsável por garantir a qualidade de
uma mediação no seio da prática social global que se constitui no único mecanismo de
harmonização do ser humano, que é a educação, a formação humana de cidadãos. Seus
princípios são os princípios de educação que a gestão assegura serem cumpridos, portanto,
uma educação comprometida com a sabedoria de viver junto respeitando as diferenças,
comprometida com a construção de um mundo mais humano e justo para todos os que nele
habitam. A este respeito, SACRISTÁN (1995), escreve sobre novos modos de entender a
direcção escolar, afirmando que “a gestão escolar constitui uma dimensão da educação
institucional cuja prática põe em evidência o cruzamento de intenções reguladoras e o
exercício do controlo por parte da administração educacional, as necessidades sentidas pelos
professores de enfrentar seu próprio desenvolvimento profissional no âmbito mais imediato
de seu desempenho e as legitimas demandas dos cidadãos de terem interlocutor que lhes dê
razão e garantia de qualidade na prestação colectiva deste serviço educativo”.
Referindo-se especificamente à unidade escolar, MENEZES & SANTOS (2002), referem que
a expressão “gestão escolar” relaciona-se à actuação que objectiva promover a organização, a
mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para
12
As escolas que operam com esse modelo dão muito peso e estrutura organizacional,
organograma de cargos e funções, hierarquia de funções, normas e regulamentos,
centralização das decisões, baixo grau de participação das pessoas, planos de acções feitos de
cima para baixo. A versão mais conservadora dessa concepção é denominada de
administração clássica ou burocrática.
b) Democracia
O conceito de democracia como prova da sua complexidade, admite diferentes interpretações,
de acordo com a postura política. Democracia, por definição, envolve a participação popular.
Para BOBBIO (1987:2) citado por LULUVA (2016), a democracia é um “regime onde existe
um conjunto de regras de procedimentos para a formação de decisões colectivas, em que está
prevista e facilitada à participação mais ampla possível dos interessados”.
A democracia como método está aberta a todos os possíveis conteúdos, mas é ao mesmo
tempo, muito exigente ao solicitar o respeito às instituições e neste respeito estão apoiadas
todas as vantagens do método. O autor defende que nas sociedades complexas como as
actuais, a participação directa é praticamente impossível, daí que surgem os partidos políticos
como os únicos sujeitos autorizados a funcionar como elos entre os indivíduos e o governo.
maior nível de participação democrática dos alunos, dos professores, das professoras, das
mães, dos pais, dos encarregados de educação, da comunidade local, de uma escola que,
sendo pública, pretenda ir tornando-se popular, democrática, demanda estruturas leves,
disponíveis à mudança, descentralizadas, que viabilizem, com rapidez e eficiência a acção
governamental”.
A autora afirma que no domínio da educação, o conceito de gestão democrática está ligado à
democratização das relações de poder e decisão as quais implicam na superação das relações
hierárquicas que se estabelecem no quotidiano escolar e do sistema pela consolidação de um
processo colectivo de tomada de decisões com participação directa de todos. A gestão
democrática da educação deve oferecer a todos que fazem parte da organização escolar à
oportunidade de participação como condição não apenas de construir a realidade social
pedagógica mas também de criar seu próprio conhecimento sobre esse processo (LUCK,
2001c).
Para MEDEIROS & LUCE (2006) citados por LULUVA (2016:61), a democratização da
educação está mais associada à democratização do acesso e estratégias globais que garantem a
continuidade dos estudos, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda a
população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação universalizada. As
autoras defendem a necessidade de se examinar criticamente cada proposta de gestão
democrática de educação e ou da escola dado que, sob a bandeia da democracia existem
diferenças e antagonismos matizados por interesses e concepções políticas ou até locais e
particulares.
Entende-se a gestão participativa como uma forma regular e significante de envolvimento dos
funcionários de uma organização no seu processo decisório, LIKERT (1971). Os funcionários
são envolvidos no estabelecimento de objectivos, na busca de soluções aos problemas, na
tomada de decisões, no estabelecimento e na manutenção de padrões de desempenho e na
garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades das pessoas a
quem os serviços da organização destinam-se.
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Por se perceber que o gestor não seria capaz de solucionar sozinho os problemas relacionados
com a escola, adoptou-se a abordagem participativa fundada no princípio de que, para a
organização ter sucesso, é necessário que os gestores busquem o conhecimento específico e a
experiências dos seus companheiros de trabalho. Os gestores participativos baseiam-se no
conceito da autoridade compartilhada, por meio da qual o poder é dividido com representantes
das comunidades escolar e local e as responsabilidades são assumidas em conjunto.
MILLER & MONGE, (1996) citados por LUCK (2009:21), de forma detalhada e ampla
analisaram diferentes campos de actuação humana e concluíram que “a participação provoca
um efeito tanto na satisfação como na produtividade.”
Quando as pessoas em níveis hierárquicos mais baixos, têm a chance de compartilhar com o
poder dos seus superiores, dentro da organização, as suas necessidades psicológicas são
preenchidas, participam mais como integrantes de uma equipe e tendem a ser colaboradores
dentro do ambiente de trabalho, e os chefes passam a dar maior apoio à autonomia e à
liberdade dos seus colaboradores, e isto tudo, aumenta a satisfação e o comprometimento de
todos, melhora a produtividade. Energizar os professores e os outros organizadores relevantes,
desperta as potencialidades latentes de cada um. Energizar completamente a comunidade
demanda na percepção por parte do funcionário de que os aspectos importantes do seu
ambiente de trabalho se encontram nas suas próprias mãos. Nesta senda, o funcionário tende a
ter uma maior abertura para aceitar riscos, inova, e age de forma corajosa, ao invés de
reprimirem suas ideias e sugestões, (LULUVA, 2016).
Neste sentido, referem os autores, que as políticas operacionalizadas pelo Estado têm
provocado alterações significativas na Educação que podem ser sintetizadas em duas visões
distintas. A primeira visão entende a Educação enquanto uma política social, considerada
como bem público e direito universal, seguindo a perspectiva na lógica democrática
participativa em que sua finalidade maior consiste em outorgar maior decisão, poder e
recursos às instâncias locais e regionais para a resolução de conflitos inseridos no domínio
educacional.
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2.3.Relação Escola-Comunidade
LULUVA (2016:47) citando PEREIRA (2008), defende que se considerarmos o termo
comunidade pelo viés da participação, da política e das relações de poder teremos diversas
perspectivas, tradicional, de leitura do termo comunidade e comunidade como um dispositivo
aberto e sendo que cada uma veiculará certo tipo de relação.
PEREIRA (2008) citado por LULUVA (2016:47), “o papel do líder é semelhante a uma
figura inflacionada do pai”. Ele deixa de ser símbolo da lei e se torna demasiadamente
21
presente, concreto e real. Dele é demandada a função de dar segurança aos integrantes da
comunidade, por meio de bondade ou severidade extrema. Na relação de autoridade com base
na desigualdade, ele incute o temor e o mistério sobre a si mesmo.
Portanto, caberia ao Estado o gerenciamento social desses grupos, com suas concepções,
planeamentos, execuções e planos directivos para atender às denominadas necessidades
básicas da comunidade carente. Nesse sentido, são famosas as campanhas propagadas através
de poderosos meios de comunicação de massa, visando difundir o cuidado e a protecção para
os “menos favorecidos”, de “menos recursos”, de “menos sorte” e abandonados. É a
disseminação do discurso de falta e de carenciado.
Por fim, na terceira perspectiva, o autor toma o termo comunidade como um dispositivo
aberto, heterogéneo, e não como algo unificado, totalitário e coeso, e mas sim como
processualidade perante, produção e decomposição de novas ordens, de puro caos, de novos
encontros entre as pessoas, ideias, projectos, desejos, onde persiste a multiplicidade, a
singularidade e a articulação entre o todo e a excepção. Assim, o conceito comunidade ou
grupo está livre de toda figura substancial, de todo compromisso ideal, de toda obrigação de
dar certo, de ter sucesso ou de realizar uma obra imortal.
a) Dobra Burocrática
Compondo-se predominantemente de linhas duras, essa dobra se é mais fiel à subjectivação
capitalista, fazendo com que a vida se curve às forças do agenciamento estatal. As palavras de
ordem são: “”cumpra a lei”, “organiza-se”, “burocratiza-se”, “controle a fala e os corpos”,
“siga o calendário”, “escolarize-se ao máximo”.
No entender de SANTOS (2008) citado por LULUVA (2016:48), a arte de governar aparece
na escola na sua face burocrática, através de práticas coladas às prescrições das leis, dos
planeamentos, dos órgãos burocráticos e dos saberes constituídos no próprio campo de
educação. Há uma forte “pedagogização” e escolarização das relações. O pedagógico, naquilo
que tem de mais regulador, que é o esvaziamento das práticas pelo viés do tudo planejar, até o
que a actividade vai provocar no aluno, no professor ou nos pais.
b) Dobra da Cidade
Nesta dobra é a cidade que se dobra na relação da comunidade a escola. É um agenciamento
urbano, pondo em relação forças económicas, estatais, de média, dos movimentos sociais, da
própria comunidade. Os estereótipos, os quais vão se criando em relação aos bairros,
considerados à margem dos centros urbanos, colocam seus moradores em lugares de
marginais, violentos, carentes. É assim que o bairro ocupa um determinado lugar “marginal”
no imaginário da cidade, um lugar que se constitui, acima de tudo, em um componente de
subjectivação das crianças na escola e opera na configuração das relações da escola com a
comunidade.
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c) Dobra Guerreira
SANTOS (2006) apoiando-se em DELUZE & GUATTARI (1995) citado por LULUVA
(2016:50), aponta que esta, é mais uma dobra da comunidade que se instala na escola, os
rasgos do movimento que constituiu os moradores do bairro como comunidade “invasora”,
para alguns, ou “ocupantes”, para outros. A autora defende que o lado guerreiro da
comunidade faz a escola acontecer em uma semiótica revolucionária, fazendo com que em
alguns momentos se dobre, de certa forma, em um modo “briguento”, o qual às vezes tem um
efeito de pura sensação. A questão a colocar seria como tomar essa linha de força guerreira,
potencializando-a na sua face mais criativa, a qual nos parece estar na própria comunidade, na
sua capacidade de inventar espaços de vida.
SANTOS (2006) na sua abordagem citado por LULUVA (2016:50), assinala que “muitos
alunos da escola são vizinhos, brincam juntos e, muitas vezes passam os dias juntos. As brigas
entre crianças, em algumas situações, envolvem as mães, as quais passam a brigar também,
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em defesa dos filhos. Os conflitos se estendem à escola, entre as crianças e, às vezes entre
mães, quando resolvem cuidar dos filhos na escola ou tirar satisfações dos colegas rivais, ou
às vezes dos professores, da direcção. Esse modo de relação, relação familiar se inscreve em
um agenciamento que põe em acção não só a força da comunidade aqui dobrada, mas outras
forças, as quais nos falam desse privado no público”.
Pela noção de escola-lar estreitam-se os laços familiares, o professor é aquele que também dá
“conselhos” ao aluno, podendo, ao mesmo tempo, levantar a voz para impor respeito. A dobra
tramas e dramas é um agenciamento familiar que opera com todas essas forças, não se
resumindo aos desencontros pessoais.
e) Dobra Barroca
SANTOS (2006) citado por LULUVA (2016:52), entende que a dobra barroca fala de uma
possibilidade da escola experimentar outas formas de existência, um devir-artista que se
desprende das formas constituídas, em uma linha flexível. Segundo a autora, algumas
actividades na escola actualizam modos de relação mais criativos, os quais se agenciam por
forças individuais e colectivas da escola e da comunidade, mas também pela música, pelos
meios de comunicação, pela planificação dos jovens. Portanto, a escola é o lugar da escolha
enquanto singularidade, afirmando outras maneiras de ser, processos de diferenciação, através
da construção de seus próprios tipos de referência ante os factos em jogo em cada situação.
f) Dobra da Carência
LULUVA (2016:51) citando SANTOS (2006), pontua que a dobra da carência é mais uma
dobra da subjectividade capitalista, portanto, intensifica-se na escola um modo de relação
carenciado, no qual todos se sentem roubados e castrados na sua capacidade desejante. Para a
autora, a dobra da carência se expressa no lamento do aluno, o qual sente enfraquecer do
professor, impotente para criar e ensinar; no lamento da família, que deseja mais e não pode
reclamar da escola pública. Todos, de certa forma, estão segredados nesse lugar de carência.
Assim, não só o aluno aparece como incapaz, mas também, a comunidade é vista. Em alguns
momentos como um povo de pouca cultura, sem ambições, conformado com o desemprego.
25
A subjectividade da falta torna a própria escola carente, não mais só o aluno, ou a família,
sendo esta a diferença, como aponta SANTOS (2006), ao se dobrar na escola a carência toma
outras dimensões. O agenciamento aqui é estatal, mas as forças envolvidas não pertencem
apenas ao Estado, nem se reduzem ao universo da escola. É um agenciamento, reunindo
saberes, que nos dizem do aluno carente, a ser cuidado, protegido, mas também forcas
políticas, que reafirmam a carência nos programas assistenciais; as forças políticas, que
reafirmam a carência nos amigos da escola; as do Estado provedor, que sem desdobra em
campanhas diversas, mas que não cumpre a promessa de uma educação de qualidade; as
forças da escola nas cenas quotidianas, nos encontros estabelecidos.
De acordo com PATTO (2006), muitas atitudes tomadas dentro da instituição escolar, podem
influenciar e aprofundar as dificuldades vividas por uma criança. Entretanto, muitas crianças
apresentam algumas dificuldades que somente a escola, poderia observar e informar os pais.
Por isso, uma das formas mais utilizadas pelas escolas para que os pais participem do
aprendizado dos filhos, é o dever de casa, que é uma forma para que possam perceber as
dificuldades e o rendimento escolar dos filhos. Para CARVALHO (2004), planeado como
parte complementar do processo ensino e aprendizagem, não somente afecta o trabalho do
docente, mas a vida dos estudantes fora da escola e sua rotina familiar, uma vez que a
conexão entre as actividades de sala de aula e de casa promove a aproximação familiar, em
apoio às actividades escolares. Portanto, como fundamental componente de interacção
Família-Escola, o dever de casa ocorre através de uma política simples, ampliada por famílias
e escolas, a uma política formal que profere os esforços educativos dessas instituições.
O mesmo autor coloca que “o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio directo e
sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tantas dificuldades individuais
quanto a deficiência escolar” CARVALHO (2000:144).
Como podemos perceber, o desempenho das crianças na escola depende, em grande parte,
mas não exclusivamente da participação e colaboração dos pais. Portanto as escolas devem
buscar formas de parcerias com as famílias de seus alunos, para que juntos possam
desenvolver uma educação proveitosa e de qualidade.
Para RIBEIRO & LOMÔNACO (2002), uma das formas mais eficazes de ganhar a confiança
dos pais, é abordar assuntos relacionados à vida escolar dos seus filhos, escutar e debater
propostas que visem esclarecer assuntos conflituosos para ambas as partes. Portanto, a
parceria entre as duas instituições que são responsáveis pela educação e integração das
crianças na sociedade, deve ser extremamente colaborativa, para que juntas possam
desenvolver estratégias para uma educação de qualidade.
A participação dos pais e encarregados de educação no quotidiano escolar dos filhos e seus
educandos é um factor determinante para o desempenho do aluno na escola, tornando a
família a instituição importante no processo de ensino e aprendizagem. BHERING e SIRAJ-
BLATCFORD (2006), destacam que a participação de pais na escola não só colabora com o
processo escolar, como também na melhoria do ambiente familiar, provocando uma melhor
compreensão do processo de crescimento e aprimoramento das reacções.
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Nota-se muitas vezes, a causa da abstenção dos pais na vida escolar dos filhos passa pelos
seus horários de trabalho inflexíveis e acompanhar o percurso escolar do aluno, torna-se
bastante difícil, nestas circunstâncias.
Para GALANTE & VERISSIMO (2011), sempre que possível, os pais devem:
É preciso que os alunos tirem o máximo partido do tempo que passam na escola, com
os colegas e professores e que o façam de uma forma responsável e sentindo que têm
todo o apoio que os pais lhes podem dar. A participação dos pais traz-lhes benefícios,
pois aumentando as suas informações melhoram o seu papel de educadores.
De acordo com MARQUES (2009), aos encarregados de educação cabe a tarefa de fomentar
nos seus filhos a noção de responsabilidade, que estes desempenham responsavelmente o
papel de estudantes, para que, hoje enquanto jovens se preparam para a vida adulta. O
envolvimento das famílias melhora o sentimento de ligação à comunidade. Este envolvimento
escola-família contribuirá significativamente para uma educação de sucesso, com sucesso e
para o sucesso.
De acordo com ROCHA & MACEDO (2002), o envolvimento dos pais nas escolas gera
efeitos positivos nos pais e nos professores, nas escolas e na sociedade. Os pais que
contribuem frequentemente com a escola permanecem mais motivados para se submergirem
nos processos actualização profissionais e assim, aperfeiçoam a sua auto-estima como pais.
A família exerce o principal papel na modificação da conduta dos filhos no meio social. É
nela que a criança adquire conhecimentos para se adaptar em diferentes meios
independentemente da cultura e das regras impostas, pois a família é responsável por educar
os indivíduos para viver em sociedade.
Segundo GUZZO & TIZZEI (2007), a aprendizagem proporcionada pela escola não
compreende apenas o conhecimento social, mas também valores e ideias. A escola é o lugar
onde ocorre a continuidade dos princípios familiares. Assim, a escola permanece encarregada
29
De acordo com CARDOSO (2009), o papel da escola encontra-se alicerçado nas questões
relacionais, sociais, nas capacidades cognitivas, na habilidade de lidar com o novo. Por isso,
compete à escola tornar o indivíduo um cidadão capaz de exercer a sua cidadania, bem como
reconhecer seus direitos e deveres.
Sendo assim, a família e escola devem educar como equipe para propiciar ao sujeito em
desenvolvimento maior segurança para enfrentar as dificuldades que são impostas pela
sociedade. Desta maneira, entende-se que tanto o acompanhamento familiar interfere no
desempenho da criança no contexto escolar e vice-versa. Por este motivo faz-se necessário
trazer como referencial teórico neste artigo a discussão sobre a participação dos pais e
encarregados de educação.
FONSECA (2009), apud, PILETTI (1999), considera que “...as primeiras experiências
educacionais da criança, geralmente são proporcionadas pela família”. Através das
30
influências familiares, vai-se aos poucos moldando seu comportamento, e isso ocorre de
modo inconsciente, ou seja, a criança não o percebe.
Hoje em dia há necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é
uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a
convivência dos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a família
deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objectivo,
qualquer que seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a
sociedade.
contactos telefónicos, as idas à escola para falarem com o director de turma, as reuniões de
pais e as mensagens escritas através da correspondência escola-família. A expressão
participação, refere-se, no entanto, às actividades dos encarregados de educação que supõem
alguma influência em campos como os do planeamento, gestão e tomada de decisões nas
escolas, pressupondo sempre essa tomada de decisões.
Na análise que faz desta questão, DIOGO (1996), sistematiza a participação dos encarregados
de educação, organizando-a segundo um grau crescente de implicações na escolarização dos
educandos. Segundo a autora, o envolvimento na educação escolar é uma prática da
participação indirecta, que se actualiza através do acompanhamento, por realização dos
trabalhos de casa. Relativamente aos contactos dos encarregados de educação com a escola,
como prática de participação, menciona que esta assume a forma de pseudoparticipação, já
que os encarregados de educação vão à escola, como meros receptores, sobretudo para receber
informações, aceitando as decisões tomadas numa atitude de passividade. Por sua vez, a
colaboração dos pais e encarregados de educação em actividades da escola é vista como uma
prática de participação, revestindo a forma de participação parcial, já que apesar de terem
alguma capacidade para influenciar as decisões, não têm poder efectivo (pp. 85-88).
3.1.Metodologia
A Metodologia constitui o estudo de vários métodos aplicáveis a um trabalho científico, ou
seja, processo de conduzir cada projecto de investigação específica, (OLIVEIRA, 2006).
O local de pesquisa foi na EPC de Mafuiane, localizada na localidade com o mesmo nome,
sendo uma das localidades que compõem o distrito da Namaacha. A EPC de Mafuiane foi
construída no ano de 1991 e entrou em funcionamento no ano de 1992, fruto de uma
cooperação Moçambique – Itália no programa de expansão de ensino para zonas libertadas.
A escola foi projectada com uma estrutura física convencional e vedada por rede tubarão,
contando actualmente com 11 salas funcionais, um bloco administrativo onde funciona o
gabinete do director, do director adjunto pedagógico e a secretaria que é dividida para
acomodar os professores, possui 05 casas de banho, sendo 04 para alunos e 01 para o pessoal
docente, possui um campo para prática de educação física localizada fora da vedação da
escola, possui também 06 residências para acomodar o pessoal docente, beneficia-se de água
de furo.
33
3.7.População e Amostra
3.8.Amostra
Segundo GIL (2002:99), a amostra é o subconjunto do universo ou população da qual são
estudadas as características desse universo ou população de onde foi retirado. A selecção da
amostra obedeceu a técnica ou critério de amostra por conveniência, segundo o autor, esta
baseia-se na selecção de uma amostra de indivíduos de fácil disponibilidade.
Primeiro Objectivo: Identificar os factores que contribuem para a fraca participação dos
pais/encarregados de educação na melhoria da aprendizagem dos alunos, tendo sido colocadas
as seguintes questões: (I) Estimado Pai/encarregado de educação, tem ido à escola do seu
filho ou educando para se informar da situação ou da vida escolar? (II) O professor tem-lhe
chamado ou vai por iniciativa própria buscar informações sobre seu filho ou educando? (III)
O professor tem-lhe chamado com regularidade para conversar sobre a situação do seu
educando?
Nesta questão (I), observa-se uma concordância nas respostas obtidas com a teoria, pois dos
12 que englobam a amostra, 8 correspondentes a 5 pais/encarregados são unânimes em dizer
que às vezes vão buscar informações sobre a vida escolar dos seus educandos e 3 professores
que assumem receber visitas dos pais/encarregados às vezes correspondendo um total de
66.7%.
Este quadro de respostas, indica que há um défice muito grande no que tange às visitas a
escola com objectivo de buscar informações sobre o filho ou educando (66.7%).
Estas respostas, são subsidiadas na visão de AFONSO (2005:138) que refere “as expectativas
de participação das famílias, muitas vezes não passam disso, na medida em que o conteúdo
de participação é pouco abrangente, e quando feito de uma forma mais alargada, é entendido
como intromissão”. Corroborado por ROCHA (2005:89) enfatiza que “é importante que as
famílias se sintam integradas nas actividades que a escola promove”.
Neste caso, fica claro que com a promoção da participação dos pais e encarregados de
educação por meio de visitas, os alunos podem desenvolver o gosto pela escola, evitando
37
faltas, atrasos e desta forma podem melhorar a sua aprendizagem. Para mais informação vide
o gráfico a seguir:
Gráfico 1. Gráfico sobre as visitas do encarregado à escola para saber da vida escolar
6
5 Pais e encarregados
4 Professores
3 Total
2 25%
1
0% 8.3%
0
As vezes Não Sempre Raramente
Para a questão (II), obteve-se o seguinte quadro de respostas: 100% correspondente a todos
pais/encarregados de educação que afirmam ir à escola buscar informações sobre seus
educandos apenas quando solicitados, o mesmo é secundado pelos professores que afirmam
receber visitas dos pais e encarregados de educação quando lhes solicitam apenas e raramente
aparecem por iniciativa própria como devia fazer parte no processo normal de ensino e
aprendizagem.
É observável a concordância das respostas obtidas com a teoria, pois dos 12 que englobam a
amostra, tanto os professores, assim como os pais e encarregados são unânimes em afirmar
que vão buscar informações sobre os seus educandos quando solicitados e os professores
também recebem as visitas quando lhes solicita. Vide o gráfico a seguir:
38
12
10
8
Iniciativa Própria
6
Quando solicitado
4
0
Pais e encarregados Professores Total
Para a questão (III), obteve-se o seguinte quadro de respostas: 25% corresponde a 2 pais e
encarregado de educação que alegam ser chamados e 2 professores que às vezes chamam com
alguma regularidade para conversar sobre a situação dos seus educandos, 50% correspondente
a 3 pais e encarregados de educação afirmam ser chamados sempre com regularidade para
conversar sobre a situação dos seus educandos, situação confirmada por um professor.
Com este quadro de respostas, é possível perceber que as chamadas para conversar sobre a
situação escolar do educando são regulares, pois 50% dos pais/encarregados são chamados
sempre e 50% dos professores chamam com regularidade. Por um lado, uma minoria é que
diz ser chamado às vezes.
BRONFENBRENNER (1996:164) considera que “as esferas escola e família quando seguem
objectivos opostos, sem existência de relações, ou se o tipo de relações existentes não se
basear no respeito mútuo e num empenhamento partilhado relativamente aos alunos, cria-se
um ambiente adverso que dificulta o seu desenvolvimento, correndo o risco de o aluno não se
tornar um cidadão culto e responsável.”
Com este gráfico e respostas, podemos perceber que os professores têm chamado os pais e
encarregados de educação e estes tem ido quando são chamados. Pese embora haja uma
percentagem ínfima de 8.3% de encarregados que mesmo solicitados, raramente se fazem
presentes. Há ainda necessidade de se incentivar as visitas regulares dos encarregados de
39
forma a estarem mais envolvidos na vida escolar dos seus educandos, que consequentemente
pode ajudar na melhoria da aprendizagem e do desempenho escolar. Vide o gráfico a seguir:
Gráfico 3. Opiniões sobre as chamadas regulares para a escola
3 25% 3
2 2
Este quadro de respostas, nos leva a perceber que o encarregado não tem como foco o
acompanhamento íntegro da vida escolar, atendendo que a ajuda nos trabalhos para casa
acontece maioritariamente por algumas vezes (66.7%).
A realização do TPC tem sido um enorme desafio para o aluno assim como para o
encarregado que se dispõe para ajudar o seu filho. Os pais e encarregados de educação tem
um papel preponderante para o sucesso na realização do TPC, pois é no TPC que juntamente
com o seu filho vão articular sobre as dificuldades que traz da escola e encontrarem soluções.
De acordo com ABREU (2012:13), “…os pais têm o dever de acompanhar seus filhos em
todos os momentos, devem ser exigentes com eles e devem transmitir valores, tais como:
respeito por si e pelos outros, ética, solidariedade, responsabilidade pelos seus actos e
amizade.”
É observável a concordância das respostas obtida, pois dos 12 que englobam a amostra, 8 são
unânimes em dizer que algumas vezes os pais e encarregados ajudam seus filhos/educandos
nos trabalhos para casa (TPC) correspondente a 66.7%. Com estes dados deixa claro sobre a
necessidade de se incentivar maior envolvimento e acompanhamento na realização dos
trabalhos de casa dos seus educandos com vista a melhorar a sua aprendizagem e o
desempenho escolar. Vide o gráfico a seguir:
Gráfico 4. Ajuda do pai/encarregado de educação nos trabalhos para casa (TPC)
4 4 Pais e encarregados
Professores
16.7% Total
1 1 1 8.3% 1 8.3%
0 0
incentivam os pais a darem horas livres de estudo aos seus filhos e 66.7% afirmam que
sempre tem incentivado aos pais e encarregados de educação a dar horas livres de estudo em
casa aos seus filhos/educandos.
Este quadro de respostas, indica que tanto os pais e encarregados de educação como os
professores percebem da importância das horas livres de estudo em casa (75%).
É observável a concordância das respostas obtidas com a teoria, pois dos 12 que englobam a
amostra, 8 são unânimes em dizer que às vezes os encarregados vão buscar informações sobre
a vida escolar dos seus educandos correspondente a 66.7%. Para mais informação vide o
gráfico a seguir:
Gráfico 5. Nível de incentivo para as horas livres de estudo em casa.
5
4 Pais e encarregados
25% Professores
2
1 Total
0 0 0% 0 0 0%
importante a sua ida à escola como parte na melhoria da aprendizagem do seu filho ou
educando? (II) Quando vai à escola, nota alguma mudança ou diferença na forma de ser ou
tratar os assuntos da escola no seu filho ou educando? (III) Entende que a participação na
vida escolar do educando se considere uma forma de melhorar a aprendizagem do aluno ou
educando?
Este quadro de respostas, indica que é importante que os pais e encarregados de educação
idem a escola, pois ajuda na melhoria da aprendizagem do aluno (66.7%).
Esta resposta é fundamentada por ABREU (2012:8) que destaca que “o papel dos pais na
escola deverá ser cada vez mais um papel complementar do trabalho realizado pelos
restantes elementos, um papel de conforto, com que uma rede de apoio para os momentos
mais difíceis. É muito importante a presença dos pais na escola, pois essa presença é um
contributo muito positivo tanto para o trabalho realizado no dia-a-dia como também para o
aproveitamento escolar dos alunos”.
É observável a concordância das respostas obtidas com a teoria, pois dos 12 que englobam a
amostra, 4 são unânimes em dizer que é importante a ida à escola pois consideram ajudar na
melhoria da aprendizagem, número correspondente a 33.3% e 8 são todos unânimes em
afirmar que a ida à escola é muito importante na melhoria da aprendizagem do aluno. Vide o
gráfico a seguir:
0 0 0% 0 0 0%
Para a (II) questão obteve-se o seguinte quadro de respostas: 58.3% dos pais/encarregados de
educação e os professores afirmam que às vezes tem notado alguma mudança quando visitam
a escola e 33.3% assumem que sempre notam alguma mudança no seu educado na forma de
tratar os assuntos da escola após efectuar visita à escola e um número ínfimo de 8.3%, é que
diz ser raro notar alguma mudança.
Neste aspecto, apesar de não ser sempre, nota-se que existe diferença significativa de
comportamento nos educandos quando os pais/encarregados de educação efectuam uma visita
à escola. Esta resposta é fundamentada por na visão de EVARISTO (2010), “é importante o
apoio dos pais e encarregados de educação no comportamento dos educandos e quando tal
não acontece refere a sua falta de interesse na educação dos filhos. A escola por sua vez não
consegue sozinha responder às necessidades da sociedade por isso, a participação dos pais e
encarregados de educação tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento e
qualidade de ensino”.
É observável a concordância das respostas obtidas com a teoria, pois dos 12 que englobam a
amostra, 4 são unânimes em dizer que é importante a ida à escola pois consideram ajudar na
melhoria da aprendizagem, número correspondente a 33.3% e 8 são todos unânimes em
afirmar que a ida à escola é muito importante na melhoria da aprendizagem do aluno. Para
mais informação vide o gráfico a seguir:
44
4 33.3%
Pais e encarregados
3 Professores
2 2 Total
1 8.3%
0 0 0% 0
De acordo com LIMA (2007:181), “os pais desempenham seu papel participando nas
actividades da escola, tais como reuniões, apresentação de teatros, eventos desportivos ou
participar como voluntário quando a escola solicita, responder aos apelos da escola
participando activamente na gestão escolar, compartilhando experiências e diálogo
permanente”. O mesmo autor afirma ainda que “a família e a escola são pontos que apoiam
ao educando, quando melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão
os resultados da sua formação”.
Este quadro de respostas, de uma forma geral indica que tanto os professores entendem que é
importante que participem na vida escolar dos seus filho/educandos, pois ajuda na melhoria
da aprendizagem do aluno e consequentemente no desempenho escolar. Traduzindo o sim e
com certeza, podem ser entendidos como respostas uniformes e traduzidos em 91.6% de
concordância, apesar de 8.3% correspondente a 1 encarregado não partilha da mesma ideia
que os restantes. Vide o gráfico a seguir:
45
41.6%
3 Pais e encarregados
Professores
2 2
Total
1 8.3%
0 0 0% 0
5.1.CONCLUSÃO
O estudo apresentado nesta pesquisa subordinado ao tema “A participação dos pais e
encarregados de educação na melhoria da aprendizagem do aluno” que teve como ponto de
partida a seguinte questão “Por que é que os pais e encarregados de educação alunos da
Escola Primária e Completa de Mafuiane no distrito de Namaacha não participam na
melhoria da aprendizagem do aluno na escola?” constituiu uma oportunidade para
aprofundar os conhecimentos sobre a interacção que deve prevalecer entre os pais e
encarregados de educação e a escola de forma a garantir uma aprendizagem de qualidade
fruto de uma interacção mútua.
Procurando perceber o porquê da não participação dos pais/encarregados de educação, foi
possível perceber que a participação no processo de ensino e aprendizagem não é tomada
como um elemento primordial para o garante do sucesso do aluno na escola, e para aquele que
procura se envolver o faz de forma deficitária. Ficou evidente que a maioria dos
pais/encarregados não tem muita atractividade pela participação directa, razão pela qual em
alguns casos delegam a tarefa do acompanhamento aos irmãos mais velhos ou, àquelas
pessoas que são julgadas terem mais tempo que eles, coadjuvado pela falta de interesse e
outros factores invocados como a falta de tempo devido a ocupações laborais, comprovando a
primeira hipótese levantada neste trabalho.
Buscando aquilo que é a Gestão Democrática e Participativa nas escolas como forma de
participação de todos intervenientes do processo educativo, abre espaço para que todos os
actores da educação desde os alunos, os professores, as professoras, as mães, os pais, os
encarregados de educação, da comunidade local educativos participem activamente na vida da
escola e em aspectos que regulam o funcionamento da mesma, como a resolução de
problemas que apoquentam o ambiente escolar ou educativo e também na tomada de decisões.
A Gestão Participativa é uma forma de conscientizar às comunidades, pais/encarregados de
educação de que eles são parte integrante da escola e não uma ameaça para o PEA, mas sim
fazem parte do processo e da solução dos problemas que enfermam a escola de todos. Visto
que a participação dos pais/encarregados de educação é considerada fraca, confirmada pelos
dados recolhidos, deve se repensar mais em estratégias que buscariam o pai/encarregado de
educação à escola, de forma a perceber que ele faz parte do processo educativo do seu
filho/educando explicando os benefícios da sua participação activa. Assim sendo, a
participação dos pais na escola é de extrema importância, uma vez que, tem um reflexo
47
positivo nos resultados dos alunos. E caso haja maior encorajamento por parte dos professores
ou da escola, no seio das famílias, estas mostram mais interesse, dão mais valor e tem uma
atitude positiva face ao ambiente escolar e à escolarização dos seus filhos.
Voltado a estes pressupostos, apresentamos algumas sugestões que esperamos que ajudem na
aproximação dos pais e encarregados à escola:
Pais/encarregados de educação
Participem activamente nas actividades escolares, de forma a auxiliar os professores e
a escola na organização das mesmas, com vista a melhorar a aprendizagem e
consequente melhor qualidade de ensino;
Não deixem que o vosso educando vá à escola sem o uniforme e outros materiais
necessários para as diversas aulas;
Estejam presente na escola dos vossos filho/educando (s) sempre, por iniciativa
própria ou mesmo quando forem solicitados;
Colaborem de forma activa e com os restantes intervenientes da prática educativa, pois
todos trabalham por um único objectivo (formação integra do aluno).
Sejam parte da solução dos problemas da escola que frequenta seu filho/educando.
Escola
Crie uma parceria inabalável com os pais/encarregados de educação e com a
comunidade no geral;
Que não dificulte ou crie barreiras quando o encarregado por iniciativa própria se faz à
escola para se inteirar do estado ou vida escolar do seu educando;
Mantenha reuniões constantes, não se espere manter contacto com o pai/encarregado
quando chega o fim do trimestre;
48
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, A. C. A Importância da Cooperação Entre a Escola e Família. 5ª Edição, Lisboa;
2012.
BASTOS, João Baptista (org.) - Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP & A; SEPE, 3ª
edição, 2001.
EPSTEIN, JOYCE. Envolvimento Parental Nos Trajectos Escolares Dos Filhos, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa. 35ª ed.
São Paulo: Paz e Terra; 1996b.
GIL, António Carlos. Como Elaborar um Projecto de Pesquisa. 4a edição, São Paulo, Atlas,
2002.
HEIDERSCHEIDT, I. Pais e Filhos, Filhos e Pais. 2ª, ed. - Florianópolis: LIPAPPI; 1998.
JAQUELINE Moll,. Histórias de vida, histórias de escola: elementos para uma pedagogia da
cidade. Petrópolis: Vozes, 2000.
LUCK, H. Gestão escolar e formação de gestores. Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 1-195,
fev./jun., 2000.
LUCK, Heloísa. Liderança em Gestão Escolar. Rio de Janeiro: Petrópolis, Editora Vozes;
2011.
SACRISTÁN, G., O que é uma escola para a democracia In: Pátio – revista pedagógica.
Comunidade e escola – a integração necessária. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, ano 3, n. 10,
ago./out., 1995, p.57.
SILVA, Áurea Pereira et. al. A Influência da Família no Processo Ensino e Aprendizagem.
Brasília; 2005.
APÊNDICES
54
1. Identificação da escola
Nome antigo da escola: _______________________________________________________
4. Tipo de escola
Oficial ( ) Privada ( ) Outra ( )
6. Tipo de vedação
Blocos ( ) Arame ( ) Caniço ( ) Rede tubarão ( ) Outros ( )
7. Pessoal
7.1.Professores no geral
Categoria Descrição N° N° de N° de N° Com Sem
efectivo contratados formação formação
Masculino
55
Sexo Feminino
Total
Masculino
Sexo Feminino
Total
O questionário que se segue, foi elaborado no âmbito da pesquisa para a obtenção do nível de
Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitação em Desenvolvimento Humano e
Aprendizagem, na Universidade Pedagógica e tem como propósito a recolha de dados que
devem ajudar a perceber a “A participação dos pais e encarregados de educação na melhoria
da aprendizagem do aluno: Estudo realizado com professores, pais e encarregados de
educação da Escola Primária Completa de Mafuiane no Distrito de Namaacha.
Os dados que serão recolhidos, tem a finalidade de uso estritamente académico. Será
respeitada a confidencialidade das suas respostas e o anonimato. Colabore comigo, por favor!
A. Dados Pessoais
2. Idade
1. Estimado Pai/encarregado de educação, tem ido à escola do seu filho ou educando para se
informar da situação ou da vida escolar?
2. O professor tem lhe chamado ou vai por iniciativa própria buscar informação sobre seu
filho ou educando?
3. O professor tem lhe chamado com regularidade para conversar sobre a situação do seu
educando?
4. Considera importante a sua ida à escola como parte na melhoria da aprendizagem do seu
filho ou educando?
5. Quando vai à escola, nota alguma mudança, diferença na forma de ser ou tratar os assuntos
da escola no seu educando?
O questionário que se segue, foi elaborado no âmbito da pesquisa para a obtenção do nível de
Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitação em Desenvolvimento Humano e
Aprendizagem, na Universidade Pedagógica e tem como propósito a recolha de dados que
devem ajudar a perceber “A participação dos pais e encarregados de educação na melhoria
da aprendizagem do aluno: Estudo realizado com professores, pais e encarregados de
educação da Escola Primária Completa de Mafuiane no Distrito de Namaacha”.
Os dados que serão recolhidos, tem a finalidade de uso estritamente académico. Será
respeitada a confidencialidade das suas respostas e o anonimato. Colabore comigo, por favor!
A. Dados Sociodemográficos
2. Faixa Etária
4. Anos de serviço
3. Tem chamado o encarregado com regularidade para conversar sobre a situação do seu
educando?
7. Tem notado alguma ajuda do pai/encarregado na realização dos trabalhos para casa (TPC)?
8. Tem incentivado o pai/encarregado a dar horas livres de estudo ao seu educando em casa?
Credencial