Você está na página 1de 16

Monoteísmo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


(Redirecionado de Monoteísta)

Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa


Esta página cita fontes confiáveis, mas que não
cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências.
Conteúdo não verificável poderá ser removido.—
Encontre
fontes: Google (notícias, livros e acadêmico) (Dezembro de
2019)

Conceito religioso

Deus
Conceitos gerais[Expandir]

Concepções específicas[Expandir]

Em religiões particulares[Expandir]

Atributos[Expandir]

Experiências
Práticas
[Expandir]

Tópicos relacionados[Expandir]

 v
 d
 e

O monoteísmo (do grego: μόνος, transl. mónos, "único", e θεός, transl. théos,


"deus": único deus) é a crença na existência de apenas um deus.[1] Diferencia-
se do henoteísmo por ser este a crença preferencial em um deus reconhecido
entre muitos. A divindade, nas religiões monoteístas, é onipotente, onisciente e
onipresente. Exemplos de religiões monoteístas incluem o cristianismo, a fé
bahá'í, o islamismo, o judaísmo e o zoroastrismo.

Índice

 1Definição e variedades
 2Origem e desenvolvimento
 3Religiões abraâmicas
o 3.1Visão Bahá'í
o 3.2Visão judaica
 3.2.1Monoteísmo—início
 3.2.2Monoteísmo—ascensão
 3.2.3Monolatria
 3.2.4Deus, Terra e Pessoas
 3.2.5Verdadeiro Monoteísmo
 3.2.6Apogeu em Isaías
 3.2.7Visão Talmúdica
o 3.3Visão cristã
o 3.4Visão islâmica
o 3.5Visão zoroástrica
 4Religiões dármicas
o 4.1Hinduísmo
o 4.2Sikhismo
 5Notas
 6Referências
 7Ver também

Definição e variedades[editar | editar código-fonte]


Para mais informações, veja: Religião comparada, Concepções de
Deus, e Teísmo
Monoteísmo é a crença em um deus singular, em contraste com o politeísmo, a
crença em várias divindades. Politeísmo é, no entanto, conciliável com o
monoteísmo inclusivo ou outras formas de monismo; a distinção entre
monoteísmo e politeísmo não é clara nem objetiva.
O henoteísmo envolve a devoção a um deus único, ao mesmo tempo em que
aceita a existência de outros deuses. Embora semelhantes, ele contrasta
drasticamente com o monoteísmo, a adoração a uma divindade única
independente dos litígios ontológicos referentes à divindade.
O monoteísmo é frequentemente contrastado com o dualismo teísta (diteísmo).
No entanto, nas teologias dualistas, como o Gnosticismo, as duas divindades
não são de igual valor, e o papel do demiurgo gnóstico é mais parecido com o
de Satanás na teologia cristã do que uma diarquia em condições de igualdade
com Deus (que é representado em uma forma panteísta, como a Pleroma).
O monoteísmo pode envolver uma grande variedade de concepções de Deus:

 O deísmo postula a existência de um único deus, o criador de tudo na


natureza. Alguns deístas acreditam em um deus impessoal que não
intervém no mundo, enquanto outros deístas acreditam na intervenção
através da Providência;
 O monismo é o tipo de monoteísmo encontrado no Hinduísmo,
englobando o panteísmo e o panenteísmo, e ao mesmo tempo, o conceito
de um Deus pessoal;
 O panteísmo sustenta que o Universo em si é Deus. A existência de um
ser transcendente estranho à natureza é negado;
 O panenteísmo é uma forma de monoteísmo monista, que sustenta que
Deus é todo da existência, que contém, mas não é idêntico ao, Universo. O
único deus é onipotente e onipresente, o universo é parte de Deus, e Deus
é tanto imanente quanto transcendente;
 O monoteísmo substancial, encontrado em algumas religiões indígenas
africanas, sustenta que os inúmeros deuses são formas diferentes de uma
única substância subjacente.

Origem e desenvolvimento[editar | editar código-fonte]


A palavra monoteísmo é derivado do grego μόνος (monos)[2] que significa
"único" e θεός (theos)[3] que significa "divindade".[4]
Alguns autores como Karen Armstrong acreditam que o conceito de
monoteísmo obteve um desenvolvimento gradual das noções
de henoteísmo (adorar um deus único, aceitando a existência, ou possível
existência, de outras divindades) e monolatria (o reconhecimento da existência
de muitos deuses, mas com a adoração consistente de uma única divindade).
No entanto, a incidência histórica do monoteísmo é tão rara, que é difícil apoiar
qualquer teoria da evolução natural das religiões do politeísmo ao henoteísmo
e monoteísmo.
Até onde historicamente se sabe, o primeiro caso de monoteísmo, reconhecido
como tal pelos historiadores, foi o culto do faraó Amenhotep
IV ou Akhenaton ao deus Aton. "Aton vivo, não há outro exceto ele!", disse
o faraó. [5] [6] No quinto ano de seu reinado, a revolução monoteísta de
Akhenaton se transformou em repressão religiosa em grande escala, num
esforço sem paralelo para impor sua visão monoteísta sobre todo o império. A
adoração de qualquer outro deus que não fosse Aton foi declarada ilegal
no Egito. Todos os templos, exceto os do Disco Solar, foram fechados e seus
sacerdócios dissolvidos. Uma força militar marchou de templo em templo, de
cidade em cidade, esmagando os Ídolos de outros deuses, quebrando suas
imagens nos monumentos públicos, apagando seus nomes de documentos
antigos. Isso foi uma espécie de pogrom contra os deuses do Egito. Foi
violento, destrutivo, implacável e, no final, malsucedido. Depois da morte de
Akhenaton, o monoteísmo foi rotulado de heresia, sacrilégio forçado entre um
povo que não o desejava. Seu filho Tutankhaton restaurou a antiga ordem
religiosa. A maioria das estátuas de Akhenaton foi destruída ou enterrada no
deserto. A primeira tentativa de monoteísmo da história foi enterrada nas areias
do Egito e esquecida.[7]
[8]
Akhenaton na forma de uma esfinge adorando a Aton. Cartucho esquerdo com os
nomes de Aton e Akhenaton.

Por volta do ano 1100 a.C, o monoteísmo novamente aparece no Irã.


No zoroastrismo, Aúra-Masda aparece como uma divindade suprema e
transcendental. Zaratustra completou seu sistema monoteísta com
uma cosmologia dualista. O Bem contra o Mal. Dualismo que, posteriormente,
influenciaria outras religiões, entre elas, o Cristianismo.[9]
No Antigo Oriente, cada cidade tinha uma divindade padroeira local, tais
como Chamache em Larsa ou Nana em Ur. As primeiras alegações da
supremacia global de um deus específico data da Idade do Bronze, com
o Grande Hino a Aton de Aquenáton (Sigmund Freud, em Moisés e o
Monoteísmo, especula que esteja ligado ao judaísmo).
Correntes do monismo e monoteísmo surgiram na Índia védica mais cedo.
O Rig Veda apresenta noções de monismo, em particular no décimo livro,
também datado da Idade do Ferro, na Nasadiya sukta.
O monoteísmo filosófico e o conceito associado de bem e mal absolutos
emergiram no Zoroastrismo e judaísmo, mais tarde culminando nas doutrinas
da cristologia no cristianismo primitivo e mais tarde (por volta do século VII)
na tawhid do Islã. Na teologia islâmica, uma pessoa que espontaneamente
"descobre" o monoteísmo é chamado de hanif, sendo que o Hanif original
foi Abraão.
O antropólogo e padre austríaco Wilhelm Schmidt, em 1910, postulou a teoria
do Urmonotheismus, "monoteísmo primitivo" ou "original", onde a humanidade
primitiva teria sido originalmente monoteísta. O missionário e escritor Don
Richardson o apoiou e, a partir da ideia de Schimidt, desenvolveu uma nova
ideia, que afirmava que todas as religiões tribais originais apresentam (ou
apresentavam) noções de um Deus único há muito esquecido e substituído por
ídolos (politeísmo), que correspondia às afirmações bíblicas de que
Deus "permitiu que todas as nações andassem segundo seus próprios
caminhos. No entanto, Deus não ficou sem dar testemunho sobre sua própria
pessoa" (Atos 14.17), e, portanto, as divindades supremas de cada povo
seriam, na verdade, um único deus (apresentado na Bíblia) e que se
reconciliaria com eles por meio de Jesus Cristo. Ele apresentou esta ideia em
seu livro Fator Melquisedeque.

Religiões abraâmicas[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Religiões abraâmicas
A principal fonte do monoteísmo no mundo ocidental moderno é a narrativa
da Bíblia Hebraica, a escritura de judaísmo.[10] Abraão é o primeiro
dos Patriarcas bíblicos e fundador do monoteísmo dos hebreus. [11] As origens
do judaísmo relaciona-se com a história dos reinos de Judá e de Israel da
Idade do Ferro, 1000-586 a.C.. Ambos os reinos tinham Jeová como sua
divindade (ou seja, o deus da corte real e do reino), ao mesmo tempo em que
adoravam muitos outros deuses. No século VIII, a propaganda real dos assírios
defendia o domínio universal (o que significa o domínio sobre todos os outros
deuses) do deus assírio Ashur. Em reação a isso, certos grupos em Israel
enfatizaram o poder único de Javé como um sinal da independência nacional.
Quando Israel foi destruída pela Assíria (721 a.C.), refugiados trouxeram a
ideologia do Jeová único para Judá, onde se tornou a ideologia do Estado
durante os reinados de pelo menos dois reis. Nesta fase (final do século VII
a.C.), o culto a deus de Judá não era estritamente monoteísta, mas Jeová foi
reconhecido como supremo sobre todos os outros deuses.
A próxima etapa começou com a queda de Judá para a Babilônia, em 586 a.C.,
quando um pequeno grupo de sacerdotes e escribas reunidos em torno da
corte real exilada desenvolveu a primeira ideia de Javé como único deus do
mundo. A tendência em direção ao monoteísmo foi acelerada pela queda da
Babilônia para os persas em 538, o que permitiu aos exilados assumir o
controle da nova província persa de Judá.
O cristianismo surgiu dentro do judaísmo como uma pequena seita religiosa
durante os primeiros séculos da Era Cristã, baseada na crença de que o
Messias Prometido de Israel seria Jesus. Divulgado inicialmente pelos
discípulos de Jesus, ganhou certa expansão de fiéis desde a Palestina até
Roma e, a partir de então passou a ser uma religião com um número bastante
de convertidos. Os judeus, em sua grande maioria, não aceitaram Jesus como
o Messias Prometido continuando a esperar pela vinda deste personagem da
fé judaica. Apesar de o cristianismo primitivo, como seita judaica, ter sido uma
religião monoteísta, ao longo de seu desenvolvimento teológico transformou-se
em uma religião politeísta. Isso deve-se ao fato de que, ao longo da evolução
das crenças cristãs, adotou-se o Espírito Santo (antes apenas uma
manifestação de seu deus único) e Jesus (anteriormente sendo apenas seu
messias) como deuses do bem, unidos ao que antes era seu deus único,
formando assim um só deus unificado (semelhante ao panteísmo). Também há
um quarto deus, este, no entanto, um deus do mal: o Diabo, ou Satanás. Este
provém da unificação do conceito de "HaSatan" (de acordo com a visão
judaica, um anjo encarregado de testar a fidelidade do homem às regras
estabelecidas pelo deus único) e de alguns "demônios" antagônicos e falsos
deuses da Bíblia Hebraica, como Ba'al e Leviatan. Dessa forma, o cristianismo
não pode ser classificado como monoteísmo, por ter vários deuses (politeísmo)
e por ter uma divisão entre deus do bem (Deus, Jesus e o Espírito Santo) e
deus do mal (Diabo/Satanás), que é denominada de dualismo.
O Islã surgiu no século VII d.C. como uma reação ao cristianismo e ao
judaísmo, com base em ambos, mas com uma versão do monoteísmo baseado
no judaísmo. Considera Jesus como messias ("Isa al-Masih" em árabe, "Jesus,
o Messias"), mas diferentemente do cristianismo, não o considera como deus,
e portanto segue pertencendo à lista de crenças monoteístas.
Visão Bahá'í[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Fé Bahá'í
Os Bahá'ís acreditam em um único Deus, o criador de todas as coisas, que
incluem todas as criaturas e forças do universo. A existência de Deus é
conceituada como eterna, não tendo começo ou fim. Embora inacessível e
incognoscível, Deus é tido como consciente de Sua criação, com vontade e
propósito. Os Bahá'ís acreditam que Deus expressa Sua vontade de várias
maneiras, incluindo uma série de mensageiros divinos referidos como
Manifestantes de Deus ou algumas vezes como educadores divinos. Essas
manifestações que estabelecem religiões no mundo, são uma forma de Deus
educar a humanidade.
Os ensinamentos Bahá'ís declaram que Deus compreende tudo, por isso não
pode ser compreendido. Na religião Bahá'í Deus é frequentemente referido por
títulos, como "Todo-Poderoso" ou "Suprema Sabedoria", e há quantidade
considerável de ênfase no monoteísmo.
A Fé Bahá'í conceitua como caráter monoteísta as maiores religiões
independentes, determinando um padrão de revelação continuada entre todas
elas.
Visão judaica[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Judaísmo

Conteúdo da série

Judaísmo

   

Textos[Expandir]

Halacá[Expandir]

Líderes[Expandir]

Sábios rabínicos[Expandir]

Movimentos[Expandir]

Cultura[Expandir]

Educação[Expandir]

Orações[Expandir]
Cidades Sagradas[Expandir]

Lugares[Expandir]

Cargos religiosos[Expandir]

Artigos religiosos[Expandir]

Relações com outras religiões[Expandir]

Tópicos relacionados[Expandir]

  Categoria
  Portal

 v
 d
 e

Para os judeus o monoteísmo é a crença em YHWH (O Nome [á-Shem] sendo


conhecido após a entrega da Torá ou Pentateuco)[12] é o detentor do Poder
Absoluto e obviamente não há o que aja fora de Seu desígnio, [n. 1] é por essa
razão que não deve ser confundido com às cosmovisões—Teísta que é a
crença em um deus supremo em meio à muitos outros deuses—Deísta crença
de que deus criou o mundo mais não interfere nele—Panteísta crença de que
deus é tudo e tudo é deus, e logicamente à sua antítese o Ateísmo que é a
crença na inexistência de Um deus.[13][14][15][16][17][18] Nos treze fundamentos da fé
judaica, segundo Maimônides, os quatro primeiros demonstram os pilares do
monoteísmo conforme a fé judaica. O primeiro fundamento declara a existência
de Deus, o segundo, que Deus é único e que não existe unicidade como a
dele. No terceiro a incorporabilidade de Deus, isentando-o de qualquer
propriedade antropomórfica e no quarto fundamento a eternidade de Deus. [19]
Monoteísmo—início[editar | editar código-fonte]
Hebreus de todos os povos semitas foram os únicos a alcançar a forma
monoteísta pura; isso no decorrer de sécs de ensinamentos proféticos.
O escritor francês Ernest Renan propôs a teoria de que o instinto monoteísta
era um traço semítico e que, portanto, a crença universal de que era
característico dos hebreus deveria ser modificada. Mas pesquisas posteriores
sobre origens semíticas demonstraram a insustentabilidade da alegação de
Renan. Robertson Smith resumiu o assunto com a afirmação de que "o que é
freqüentemente descrito como uma tendência natural da religião semítica para
o monoteísmo ético nada é mais do que uma conseqüência da aliança da
religião com a monarquia" ("Rel. De Sem. "p. 74; Montefiore," Hibbert Lectures,
"p. 24; Schreiner," Die Jüngsten Urtheile über das Judenthum, "p. 7).
— Joseph Jacobs e David Philipson Jewish Encyclopedia
Monoteísmo—ascensão[editar | editar código-fonte]
Na tradição hebraica, a origem da crença no único Deus está ligada ao
despertar religioso do patriarca Abraão. Lendas posteriores descrevem
circunstancialmente como Abraão alcançou essa crença. [20] Embora a tradição
contenha sem dúvida o cerne da verdade, a crítica moderna sustenta que as
tribos hebraicas foram levadas a uma clara compreensão da diferença
entre seu Deus e os deuses das nações vizinhas através do trabalho e dos
ensinamentos de Moisés.[n. 2] A aceitação da crença monoteísta pura por todo o
povo era um processo lento na melhor das hipóteses; quão lenta era que,
muitas afirmações nos livros históricos e proféticos da Bíblia são amplamente
dedicados ao assunto. Durante todo o período da primeira comunidade houve
um vai e vem à idolatria por parte das pessoas—diversas vezes esquecidas de
sua obrigação de adorar—YHWH—só Ele—o povo seguiu depois e depois à
entrega da Torá: ba'alim; bamot; asherot. Deidades que eram compartilhadas
pela terra em diversos dialetos; freqüentemente, também, os israelitas
confundiam a adoração de YHWH com a adoração de Baal.[21]
Monolatria[editar | editar código-fonte]
No desenvolvimento da crença religiosa em Israel há indícios de um
crescimento através de vários estágios antes que a concepção de monoteísmo
absoluto e inflexível fosse alcançada. Até os profetas do século VIII, a religião
do povo era monolátrica e não monoteísta; eles consideravam YHWH como o
seu único Deus, mas não o único Deus. Ele era o Deus nacional de Israel como
Chemosh deus de Moab,[22] Milkom deus de Ammon.[23] Ainda não era o Deus
de todas as nações e do universo; YHWH.[n. 3] A existência de outros deuses
não foi definitivamente negada; mesmo o segundo mandamento não nega a
existência de outros deuses; apenas proíbe Israel de se curvar a eles ou servi-
los.[24] Havia, na verdade, não poderia haver outro Deus em Israel; mas isso,
afirma-se, não afetou a realidade dos deuses de outras nações; no entanto,
perante o poder e a glória de YHWH, eles eram fracos e impotentes. Um
poema muito antigo tem as palavras: Quem é semelhante a ti, ó Senhor, entre
os deuses?[25]—uma indicação suficiente de que a ideia de que havia outros
deuses estava na mente do escritor. Em um salmo posterior, há uma
reminiscência desse estado inicial do pensamento—não há nenhum
semelhante entre os deuses.[26] Maimônides, em seu livro os 613
mandamentos ensina com relação aos 1º e 2º mandamento, que os judeus são
ordenados a crer em Deus, ou seja, que há um agente supremo que é criador
de tudo e crer na unicidade de Deus, ou seja, que este criador de todas as
coisas é uno.[27]
Deus, Terra e Pessoas[editar | editar código-fonte]
Como entre outros povos semitas,[28] também no início de Israel a relação mais
próxima deveria subsistir entre a Deidade, a terra e o povo. YHWH era o Deus
não só de Israel o povo,[n. 4] mas da terra de Israel; Ele não poderia ser
abordado em nenhum outro lugar;[n. 5] a grande concepção de Sua onipresença,
como defendida pelo autor do Salmo 139, ainda não havia sido alcançada.
Assim, quando Davi foi compelido por seus inimigos a fugir, queixou-se
amargamente: Eles me expulsaram hoje para que eu não me apegue à
herança do Senhor, dizendo: vá, sirva a outros deuses;[29] e o profeta Oseias
fala do domínio dos israelitas como a terra de Deus (IX. 7). O tríplice
relacionamento de Deus, povo e terra é forçosamente expresso em uma
passagem tão tardia como a oração do Deuteronomista: "Olhe da tua santa
habitação, do céu, e abençoe o teu povo Israel, e a terra que nos deste. [30] Em
Israel, em seguida, na terra de Israel YHWH era o único Deus. Mesmo este
estágio preparatório do monoteísmo universal não foi alcançado até séculos
após a ocupação da terra; havia um sincretismo de cultos religiosos; as
pessoas eram tolerantes com os ba'alim locais; Jeroboão conseguiu
estabelecer os deuses de bezerro em Dã (território de Dã) e em Betel, sem
despertar um grande clamor. Yhwh sozinho na terra, a terra YHWH sozinho, a
adoração de nenhum outro deus a ser tolerado na terra - este era o programa
do profeta zeloso Eliá (EL+YH = Deus YHWH), e em sua atividade havia um
decidido passo em frente para o reconhecimento de YHWH sozinho como o
Deus de Israel. Para Eliá, era YHWH apenas ou nada; Por quanto tempo
pareis entre duas opiniões? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-
lo.[31] A monolatria alcança sua expressão suprema em Elias: Yhwh é Deus
(YH'EL—iael) é a palavra de ordem de sua atividade; não há lugar para
nenhum outro em Israel. A partir dessa atitude de Eliá, foi apenas um passo
para o monoteísmo puro; a crença é encontrada em plena floração nos
discursos dos grandes profetas do século VIII; o gênio de Amós e seus
sucessores levou a concepção da unidade de IAUÉ (Iá [YH] - Iáu [YHW]
- Iáuá [YHWH])[n. 6][32] ao seu limite máximo, embora mesmo em seu tempo o
povo não atingisse essa altura do pensamento; foi somente após o retorno
do exílio babilônico que a crença monoteísta foi uma posse positiva do povo,
bem como dos grandes espíritos a quem a verdade foi concedida pela primeira
vez.
Verdadeiro Monoteísmo[editar | editar código-fonte]
A visão moderna do desenvolvimento do pensamento religioso em Israel é que
a concepção do monoteísmo puro foi alcançada através de três canais—
através do reconhecimento de Deus na natureza e na história—através da
crença no caráter ético ou santidade de Deus. Quando YHWH foi reconhecido
como o Criador do céu e da terra e tudo o que neles há, [n. 7] quando o título o
Senhor das hostes celestiais (Senhor dos Exércitos) foi dado a Ele,[33] quando
toda a terra foi falado como estando cheia de Sua glória, [34] então não havia
espaço para nenhum outro deus; pois a concepção de Deus como o Senhor e
Criador da natureza carregava consigo, como um corolário necessário, a
crença de que não havia deus além dele. As grandes concepções dos Profetas
de que YHWH pune o erro cometido não apenas em Israel, mas em outras
nações,[35] que Ele é o árbitro dos destinos de tais outras nações, [36] que Ele usa
reis pagãos como instrumentos de punição ou salvação, como quando Isaías
fala do monarca assírio como a vara da ira de Deus, quando Jeremias aponta
para o rei babilônico como o instrumento pelo qual Deus castigará Jerusalém, e
quando dêutero-Isaías se refere para Ciro como ungido de Deus - tudo isso
envolve a conclusão de que não havia deus além de YHWH, pois seu domínio
se estendia não apenas sobre Israel, mas também sobre as nações da Terra, e
sua mão orientadora dirigia o curso de reis e povos no mundo. trabalhando fora
de sua história. Mas a concepção da santidade de YHWH, [37] o reconhecimento
de seu caráter ético, levou mais do que qualquer outra coisa ao monoteísmo,
como Kuenen apontou.[38] Enquanto Yhwh era visto apenas como o Deus
nacional, era uma questão da supremacia dos mais fortes entre Ele e os
deuses nacionais de outros povos. Mas quando Deus foi apresentado
principalmente em Seu caráter ético e adorado como o Deus da santidade, não
havia mais qualquer medida de comparação. Se YHWH era o Deus santo,
então os outros deuses não eram. Aqui estava um elemento inteiramente novo;
YHWH como o governador moral dos homens e das nações era absolutamente
único; os deuses das nações eram elilim,[39] vaidade,[40] mentiras,[41] abominação.
[42]

Apogeu em Isaías[editar | editar código-fonte]


A doutrina do monoteísmo absoluto é pregada da maneira mais enfática
por Jeremias,[43] o Deuteronomista (iv. 35, 39), mas o ensino bíblico sobre o
assunto pode ser dito ter culminado em Isaías da Babilônia. YHWH, embora
em um sentido peculiar o Deus de Israel, ainda é o Deus de todo o mundo. O
ponto de vista deste profeta é intransigente: Eu, eu sou o Senhor, e além de
mim não há salvador (xliii. 11); Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e além de
mim não há Deus (xliv. 6, xlviii. 12); para que saibam desde o nascente do sol
até o seu ocaso que não há outro fora de mim; eu sou Deus e não há outro (xv.
6; em Hebraico.). Nos salmos pós-exílico e em outras porções da Bíblia,
produzidas durante a segunda comunidade—Provérbios, Jó, Cântico dos
Cânticos, Eclesiastes, Daniel—a crença no único Deus e só nEle é
positivamente assegurada. Não só na Palestina era o monoteísmo agora a
posse segura do povo judeu, mas pode-se dizer que o judaísmo da diáspora é
consciente de si mesmo como portador da doutrina monoteísta e como sendo
nela distinto de todo o seu entorno. [44] Na prova desta última afirmação, muitas
passagens podem ser citadas dos escritos apócrifos e pseudepigráficos. Que
eles [as nações] te conheçam, como também nós os conhecemos, que não há
outro Deus senão tu, ó Deus;[45] nem há outro Deus além de ti que se importe
com todos;[46] Ó Senhor, Senhor Deus, o Criador de todas as coisas, (...) Quem
é o Rei e o clemente, o único que suprime todas as necessidades, que são as
únicas virtuosas, onipotentes e eternas (II Mac. i. 24-25; comp. Jr. Ep. 5, em
Kautzsch, Apokryphen,[47] i. 226; Aristeas Letter, 134: ib. Ii. 16; Sibillines, Proem,
7, 15, 54, iii, 584 e seguintes, v.: ib., i, 184, 196, 207; também, Josefo, Ant. iv.
8, § 5).
Visão Talmúdica[editar | editar código-fonte]
A difusão do cristianismo com sua doutrina da divindade de seu fundador
provocou uma série de expressões dos sábios judeus que tocavam o tema da
unidade absoluta de Deus; assim, um comentário sobre o primeiro
mandamento diz: Um rei de carne e sangue tem pai e irmão; mas Deus
diz: Comigo não é assim; eu sou o primeiro porque não tenho pai, e eu sou o
último porque não tenho irmão; e além de mim não há Deus, porque não tenho
filho.[48] Uma expressão similar é usada na explicação do Ec. iv. 8 (Há só um, e
não há um segundo): ele não tem filho nem irmão; mas ouve, ó Israel, o
Senhor é o nosso Deus, o Senhor é Um.[49] Pode haver pouca dúvida de que tal
ditado como "Aquele que extrai a pronúncia da palavra um [no Shemá], seus
dias e anos serão alongados é de importância similar;[50] a ênfase da unidade
era a característica particular dos fiéis em um mundo de propaganda dualista e
trinitária. Enquanto um homem recusasse a fidelidade a outros deuses, ele era
considerado judeu; quem nega a existência de outros deuses é chamado de
judeu.[51] A unidade de Deus era uma verdade revelada para o judeu; não havia
necessidade de provas para estabelecê-lo; era o princípio principal da fé;
tampouco qualquer tentativa de tal prova foi encontrada até o tempo
dos filósofos judeus medievais, que, ao construírem seus sistemas de filosofia
religiosa, devotaram considerável espaço à consideração dos atributos de
Deus, especialmente de Sua unidade. As provas para a unidade são dadas
por Saadia (Emunot we-De'ot, i. 7), Maimonides (Moreh, ii.
1), Gersonides (Milamot Adonai, iii. 3) e Ḥasdai Crescas (Ohr Adonai, iii. 4).[52] A
crença na unidade foi formulada por Maimônides como o segundo dos treze
artigos da fé conhecido como Credo Maimonideano:[53] Creio que o Criador,
Bendito seja o Seu nome, é Um, e que nenhuma unidade é como a Sua de
qualquer forma. e que somente Ele é nosso Deus, quem foi, é e sempre
será. Solomon ibn Gabirol expressou a ideia de outra maneira em seu grande
poema litúrgico Keter Malkut: Tu és Um, a primeira grande causa de todos; Tu
és Um, e ninguém pode penetrar—nem mesmo os sábios de coração—o
mistério de Tua insondável unidade; Tu és Um, o Infinitamente Grande. Esta
declaração de crença encontrou expressão constante na liturgia, como no
serviço de Minḥá na tarde de sábado (Tu és Um e Teu nome é Um), e em
poemas litúrgicos como o Adon 'Olam (Ele é Um e não há segundo, para
comparar com Ele ou associar com Ele) e com o Yigdal (Ele é Um e não há
unidade como a Sua unidade [...] Sua unidade é interminável). A profissão da
unidade é o clímax da devoção do maior dos dias santos, o Dia da Expiação.
Na morte, é a última palavra a sair dos lábios do judeu e dos lábios dos
espectadores. Esta tem sido a grande contribuição do judaísmo para o
pensamento religioso da humanidade, e ainda constitui o fardo do seu ideal
messiânico, a vinda do dia em que em todo o mundo dirá: Deus será Um e Seu
nome Um.[54] Veja Shemá Israel.

Parte da série sobre o

Cristianismo

Jesus Cristo[Expandir]

Bíblia[Expandir]

Teologia cristã[Expandir]

Tradição[Expandir]

História[Expandir]
Denominação cristã[Expandir]

Tópicos[Expandir]

 Portal do Cristianismo

 v
 d
 e

Visão cristã[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Cristianismo e o artigo Críticas à doutrina da Trindade
Na Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, encontra-se considerável número de
referências ao monoteísmo. É usualmente atribuído a Deus qualidades
como Onipotência, Onipresença e Onisciência. Apesar disso, há também
referência, no Novo Testamento cristão, à divindade de Jesus e do Espírito
Santo, especialmente nas Cartas Paulinas, o que vem a ser chamado
de Trinitarismo, ou Doutrina da Trindade. Apesar de os cristãos considerarem o
cristianismo como religião monoteísta, isso não é aceito por muitas outras
crenças monoteístas, como o judaísmo e o islã, sendo que muitas seitas cristãs
também não aceitam a Doutrina da Trindade.
Visão islâmica[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Islamismo
Deus (Alá) é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão, exceto
dois, começa "Em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso". Uma das
passagens do Alcorão que é frequentemente usada para demonstrar atributos
de Deus diz:
"Ele é Deus e não há outro deus senão Ele, Que conhece o invisível e o visível.
Ele é o Clemente, o Misericordioso!
Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o
Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima
dos que os homens Lhe associam!
Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais
belos" (59, 22-24).

Visão zoroástrica[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Zoroastrismo
O zoroastrismo é monoteísta, foi fundada na
antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra. Muitos estudiosos[carece  de fontes] consideram
a religião como a primeira manifestação de um monoteísmo ético; acreditando
que, da mesma forma, algumas concepções como paraíso, ressurreição e juízo
final influenciaram o judaísmo, cristianismo, islamismo e outras religiões.
Religiões dármicas[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Darma
Hinduísmo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: hinduísmo
Os Vedas são os livros mais sagrados do hinduísmo. O mais antigo deles,
o Rigveda, que remonta há mais de 3000 anos, contém evidências da
emergência de um pensamento monoteísta, com conotações panteístas.
[55]
 Alguns ramos do hinduísmo, como o Arya Samaj[56] e o Brahmo Samaj[57] são
estritamente monoteístas.
Sikhismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Sikhismo
O sikhismo é essencialmente monoteísta, fundada em fins do século XV na
região atualmente dividida entre o Paquistão e a Índia. Os sikhs acreditam em
um Deus, Onipotente, Onisciente, Onipresente, Supremo Criador.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Religiões abraâmicas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Religião abraâmica)

Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa

Porcentagem de membros de religiões abraâmicas por país.

Religiões abraâmicas são as religiões monoteístas cuja origem comum é


reconhecida em Abraão[1] ou o reconhecimento de uma tradição espiritual
identificada com ele.[2][3][4] Essa é uma das três divisões principais em religião
comparada, junto com as religiões indianas (Darma) e as religiões da Ásia
Oriental.
As religiões abraâmicas se espalharam globalmente através
do Cristianismo sendo adotado pelo Império Romano no século 4 e o Islã pelos
impérios islâmicos do século 7. As principais religiões abraâmicas em ordem
cronológica de fundação são o judaísmo (a base das outras duas religiões) no
século 7 aC, cristianismo no século 1 dC e o islamismo no século 7 dC.
Cristianismo, islamismo e judaísmo são as religiões abraâmicas com o maior
número de adeptos. Religiões abraâmicas com menos adeptos incluem a fé
Drusa (às vezes considerada uma parte do Islã), a Fé Bahá'í e Rastafari.
No início do século XXI havia 3,8 bilhões de seguidores das três principais
religiões abraâmicas e estima-se que 54% da população mundial se considere
adepta de uma dessas religiões, cerca de 30% de outras religiões e 16% é não
religiosa.[5][6]

Índice

 1Religiões
o 1.1Judaísmo
o 1.2Cristianismo
o 1.3Islã
 2Conceitos em comum
 3Ver também
 4Notas
 5Referências
 6Bibliografia

Religiões[editar | editar código-fonte]

Sacrifício de Isaac por Abraão, obra de Caravaggio (1603).

Símbolos das três principais religiões abraâmicas: judaísmo (Estrela de


Davi), cristianismo (Cruz cristã) e islamismo (nome de Deus em árabe).
As três principais religiões abraâmicas são, em ordem cronológica de
fundação, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Judaísmo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Judaísmo
O judaísmo considera-se como a religião dos descendentes de Jacó,[nota 1] um
neto de Abraão. Ele tem uma visão estritamente unitária de Deus e o seu livro
sagrado central para quase todos os ramos é a Bíblia Hebraica, como
elucidado na lei oral. O judaísmo também tem um pequeno número de
denominações, das quais as mais significativas são
os ortodoxos, conservadores e reformistas.[7]
Cristianismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Cristianismo
O cristianismo começou como uma seita do judaísmo[nota 2] no século I d.C. e
evoluiu para uma religião separada, a Igreja Cristã, com crenças e práticas
distintas. Jesus é a figura central do cristianismo, considerado por quase todas
as denominações como de origem divina, tipicamente como
a personificação de um Deus Trino.[nota 3] A Bíblia Cristã é geralmente
considerada a autoridade máxima, juntamente com a Sagrada Tradição em
algumas denominações apostólicas, tais como o protestantismo, o catolicismo
romano e a ortodoxia oriental, além de dezenas de denominações
significativas e pequenas.[7]
Islã[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Islã
O islã surgiu na Arábia[nota 4] no século VII d.C., com uma visão estritamente
unitária de Deus.[nota 5] Os muçulmanos (seguidores do islã) tipicamente apontam
o Alcorão como a autoridade máxima de sua religião, como revelado e
esclarecido através dos ensinamentos e práticas[nota 6] de um central, mas não
divino, profeta, Maomé. A fé muçulmana abarcou elementos tanto do judaísmo
quanto do cristianismo, mas nunca foi considerado uma ramificação de nenhum
deles. O islã tem dois ramos principais (sunitas e xiitas), cada uma tendo várias
denominações.[7]

Conceitos em comum[editar | editar código-fonte]


Ver artigos principais: Monoteísmo, Messianismo e Significado religioso de
Jerusalém

Jerusalém é uma cidade sagrada para as religiões abraâmicas.


As três principais religiões abraâmicas têm certas semelhanças. Todas são
monoteístas e concebem Deus como uma figura de um criador transcendente e
a fonte da lei moral,[8] e as características de suas narrativas sagradas
partilham muitos dos mesmos valores, histórias e lugares, embora muitas
vezes apresente-os com diferentes funções, perspectivas e significados. Elas
também têm muitas diferenças internas com base em detalhes de doutrina e
prática. Às vezes e em vários locais as diferentes religiões, e alguns dos ramos
dentro da mesma religião básica, têm estado em um conflito amargo com o
outro na medida de guerra e derramamento de sangue. [8]

Você também pode gostar