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Autor: Sérgio Barcellos Ximenes.

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O primeiro romance de ficção científica da América Latina: mistério resolvido

Resumo

Tema: O Doutor Benignus, o primeiro romance de ficção científica da América


Latina, de autoria de Augusto Emílio Zaluar (Lisboa, 14 de fevereiro de 1826 – Rio de
Janeiro, 3 de abril de 1882).

Dúvida histórica sobre o primeiro romance de ficção científica da América


Latina: O Doutor Benignus (Augusto Emílio Zaluar, Brasil), El Maravilloso Viaje del
Señor Nic-Nac (Eduardo Ladislao Holmberg, Argentina) ou Historia de un Muerto;
Meditación sobre las Ruinas de un Hombre (Francisco Calcagno, cubano), todos
publicados inicialmente em 1875.

1. O Doutor Benignus: lançado em folhetins no jornal O Globo (Rio de Janeiro, RJ),


de 1º de julho a 1º de dezembro de 1875, e depois em livro: o primeiro volume em 9 de
setembro de 1875, e o segundo em 21 de dezembro do mesmo ano (primeiro anúncio).

2. El Maravilloso Viaje del Señor Nic-Nac: lançado em folhetins no jornal argentino


El Nacional, de 29 de novembro de 1875 a 21 de fevereiro de 1876, e depois em livro,
em março de 1876.

3. Historia de un Muerto; Meditación sobre las Ruinas de un Hombre, lançado


somente em forma de livro, em 1875 (ou, mais provavelmente, 1876), em Cuba.

Solução do mistério: a descoberta de que a primeira publicação de O Doutor


Benignus deu-se no jornal O Município da cidade fluminense de Vassouras, no segundo
semestre de 1874, em forma de folhetins.

. Nome do autor: A. E. Zaluar.

Fonte da informação: breve nota do jornal O Globo em 24 de setembro de 1874


(ano I, número 51, página 2, terceira coluna, em Interior, com início na segunda
coluna), o mesmo jornal que viria a republicar o romance em suas páginas, também em
folhetins, de 1º de julho a 1º dezembro de 1875.

Primeira menção a essa nota: Lucas de Melo Andrade, na introdução (página 9) de


sua dissertação de mestrado em História intitulada Romantismo e ciência em "O Doutor
Benignus" (1875): Augusto Emílio Zaluar e seu romance científico e instrutivo (2014).

Datas da publicação do romance em O Globo (um capítulo por dia): 1, 2, 3, 4, 5,


6, 7, 9, 14, 16, 19 e 28/7/1875; 4, 6, 7, 9, 10, 15, 20, 26, 29 e 30/8/1875; 2, 4, 11,16, 19
e 29/9/1875; 7 e 21/10/1875; 4, 6, 8, 13, 15 e 21/11/1875; e 1/12/1875.

Outras atividades profissionais de Augusto Emílio Zaluar: contista, autor de


narrativas de viagem, jornalista, poeta, divulgador científico, editor, tradutor, crítico
literário e dramaturgo.

Outra informação inédita do artigo: uma nota do periódico Gazeta de Notícias


(Rio de Janeiro, RJ, 20 de fevereiro de 1876, ano II, número 51, página 2, segunda
coluna) com a informação de que Augusto Emílio Zaluar estava escrevendo dois outros
romances no mesmo gênero de O Doutor Benignus: A Ilha das Icamiabas e Cidade
Subterrânea.

__________________________________________

A polêmica sobre o primeiro romance de ficção científica da América Latina

"Um exemplo bem anterior de ficção científica no Brasil é O Doutor Benignus, de


Augusto Emílio Zaluar. A obra de Zaluar é um dos três romances científicos latino-
americanos publicados em 1875, e qualquer um deles poderia ser o primeiro exemplo
do gênero na América Latina. Os outros dois romances são El Maravilloso viaje del Sr.
Nic-Nac (A Maravilhosa Viagem do Sr. Nic-Nac", do escritor argentino Eduardo
Holmberg, e Historia de un Muerto (História de um Morto), do escritor cubano
Francisco Calcagno."
https://books.google.com.br/books?id=mpBAnFG8aWkC&lpg=PA37&ots=jxpQgm
MuFl&dq=%22sr%20nic%20nac%22&hl=pt-
BR&pg=PA37#v=onepage&q=%22sr%20nic%20nac%22&f=false

Este trecho da página 145 do livro Reading Science Fiction (Lendo a Ficção
Científica), de James Gunn, Marleen Barr e Matthew Candelaria (Palgrave Macmillan,
2008), ilustra perfeitamente o mistério em torno do autor do primeiro romance de ficção
científica, vigente até hoje: seria o brasileiro (Augusto Emílio Zaluar), o argentino
(Eduardo Holmberg) ou o cubano (Francisco Calcagno)?

A dúvida deriva do ano: os romances desses três autores teriam sido publicados em
1875.

A informação é reproduzida na enciclopédia amadora Wikipédia, no verbete Ficção


Científica (consulta em 3/10/2017):

"Na América Latina, os primeiros exemplos são Páginas da história do Brasil,


escritas no ano 2000 de Joaquim Felício dos Santos, uma sátira política publicada entre
1868 a 1872 no jornal O Jequitinhonha, em 1875, surgem (sic) três obras em países
diferentes: El maravilloso viaje del Señor Nic-Nac de Eduardo Holmberg (Argentina),
O Doutor Benignus de Augusto Emílio Zaluar (Brasil) e Historia de un Muerto de
Francisco Calcagno (Cuba)."

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fic%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADfica

A obra de Joaquim Felício dos Santos não é considerada um romance. O escritor


ambientou a história no ano de 2000 para fazer críticas aos políticos e à monarquia
brasileira.
Um bom número de sites reproduz a informação sobre o ano de 1875. "All published
in 1875", referindo-se aos três romances citados acima, significa "Todos publicados em
1875". Exemplos:

Repare que os exemplos incluem fontes acadêmicas estrangeiras.

A mesma informação é encontrada em fontes acadêmicas brasileiras. Dois exemplos.

"O Doutor Benignus, publicado em 1875 por O Globo, em fascículos, relata as


aventuras do personagem-título que se embrenha nas matas de Minas Gerais e de Goiás
à procura, dentre outras coisas, de indícios da habitabilidade dos mundos, ou seja, ele
tenta provar que outros mundos, além da Terra, são povoados por outros seres vivos,
quiçá mais inteligentes que o próprio homem".

"O Doutor Benignus": a origem do homem na concepção de natureza de Augusto


Emílio Zaluar", Ricardo Waizbort, Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de
Janeiro, volume 5, número 1, páginas 60-76, janeiro-junho de 2012.

http://www.sbhc.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=680

Uma correção: a história foi publicada em folhetins, e não em fascículos.


"Em 1º de julho de 1875, O Globo, do Rio de Janeiro, começou a publicar os
capítulos de O doutor Benignus, o primeiro livro de ficção científica de inspiração
verniana [referência a Júlio Verne] escrito no Brasil, que saiu em livro no mesmo ano.
Seu autor era o escritor e jornalista português naturalizado brasileiro Augusto Emílio
Zaluar (1826-1882), admirador das obras de Verne."

Doutor Benignus e os extraterrestes, Carlos Fioravanti, Revista Pesquisa Fapesp,


número 250, 16/12/2016.

http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/12/16/doutor-benignus-e-os-extraterrestes/

Nessas duas fontes encontramos a informação necessária para realizar uma pesquisa
proveitosa: a publicação do romance em folhetins, no jornal O Globo, anterior à
publicação em livro. A mesma informação consta do capítulo Ao Leitor da edição de
1994 do romance, publicada pela Editora UFRJ (a primeira após o lançamento em livro,
em 1875):

"Assim, limito-me apenas a transcrever, como única apresentação ao leitor, as


benévolas palavras com que a distinta redação de Globo encetou esta publicação e a
carta que por ocasião lhe escrevi."

O Doutor Benignus, Editora UFRJ, 1994, página 27, segundo parágrafo.

Estão criadas as bases, portanto, para uma tentativa de desempate dessa partida,
quem sabe a favor do escritor brasileiro.

Uma consulta à hemeroteca da Biblioteca Nacional dá acesso aos exemplares


relevantes do jornal O Globo (não se trata do periódico da Família Marinho, fundado
em 1925). De fato, o primeiro capítulo se encontra na edição de 1º de julho de 1975.
Data confirmada.

El Maravilloso viaje del Sr. Nic-Nac (novembro de 1875)

Agora o concorrente argentino: El Maravilloso viaje del Sr. Nic-Nac, de Eduardo


Ladislao Holmberg (27 de junho de 1852 – 4 de novembro de 1937).

"Viagem maravilhosa do senhor Nic Nac" foi publicado em folhetim no diário El


Nacional entre 29 de novembro de 1875 e 21 de fevereiro de 1976. Em março desse
último ano chegou ao formato livro."
De Oradores, Polémicas Y Distopías. La Emergencia De La Fantasía Científica,
Sandra Gasparini, Anales Nueva Época, número 11, pp. 143-160.

https://gupea.ub.gu.se/handle/2077/10430

Link para download imediato

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0
ahUKEwiW2OvN39LWAhUMC5AKHVuwBe0QFggnMAA&url=https%3A%2F%2F
gupea.ub.gu.se%2Fbitstream%2F2077%2F10430%2F1%2Fgupea_2077_10430_1.pdf&
usg=AOvVaw0l0GRETQ2sGy73_16Gk75t

A informação de Sandra Gaspirini é satisfatória por sua precisão.

A obra pode ser lida na linguagem original por meio do link abaixo. Na página
inicial reproduziu-se a folha de rosto do livro (que parece ter preservado o ano da
publicação em folhetim. Observe a informação: "Publicada no 'El Nacional'").
https://es.wikisource.org/wiki/Viaje_maravilloso_del_Se%C3%B1or_Nic-Nac

Historia de un Muerto (1876)

Agora o concorrente cubano: Historia de un Muerto de Francisco Calcagno Monti


(1º de junho de 1827 – 22 de março de 1903).

A segunda edição da obra está disponível online, para leitura e download.

http://bdh-rd.bne.es/viewer.vm?id=0000137390&page=1

A primeira edição, disponível no Google Play, traz uma informação curiosa na


página de acesso: "1 de janeiro de 1876".
https://play.google.com/store/books/details?id=f3ArAAAAYAAJ&rdid=book-
f3ArAAAAYAAJ&rdot=1

Acessando a obra, temos a confirmação do ano, na capa do livro original.


Mas a folha de rosto do romance é esta:
Seguindo na busca, descobre-se que também o site HathiTrust oferece a edição
original do livro, para visualização plena, com a mesma discrepância quanto ao ano de
lançamento. E esta é informada na página de acesso: "A capa está datada 1876".
https://catalog.hathitrust.org/Record/100561137

Já ressaltamos essa discrepância de datas no artigo sobre Úrsula, cuja primeira


edição traz na folha de rosto a informação "1859", mas só chegou realmente ao público
em agosto de 1860. Tratava-se de uma circunstância comum na edição de livros daquele
século, ainda em caráter amador e realizada somente por tipografias: o planejamento
nem sempre correspondia à execução.

Temos mais dois exemplos, agora: o romance argentino, lançado em 1876 tendo o
ano de 1875 na capa, e o romance cubano, lançado em 1876 (informação da capa),
tendo o ano de 1875 na folha de rosto.

Agora temos condições de desempatar rapidamente essa partida a favor do brasileiro,


em apenas dois lances.

1. O Doutor Benignus x El Maravilloso viaje del Sr. Nic-Nac.

Esse gol é tão fácil que até a minha finada vovozinha o faria (qualquer das duas).

Se Nic-Nac saiu no jornal argentino El Nacional, em folhetins, a partir de 25 de


novembro de 1875, e O Doutor Benignus começou a ser publicado, também em
folhetins, em 1º de julho do mesmo ano, o competidor "hermano" se encontra
automaticamente desclassificado.
Além disso, veremos adiante que a publicação em livro do romance de Zaluar tem a
data estabelecida em 9 de setembro de 1875.

2. O Doutor Benignus x Historia de un Muerto.

Outra vitória fácil. A informação da capa da primeira edição da obra resolve o caso.

Nesse caso, competição encerrada. Vencedor: O Doutor Benignus.

Mas vamos aceitar uma possível contestação ao resultado da segunda partida e supor
que Historia de un Muerto tenha realmente saído em 1875, e em algum mês anterior a
setembro.

Nova pesquisa se impõe. E esta é conclusiva.

O Doutor Benignus (1874)

Na verdade, a primeira publicação de O Doutor Benignus deu-se em 1874. E a


cidade brasileira que pode comemorar a condição de berço da ficção científica latino-
americana não é o Rio de Janeiro, e sim Vassouras (RJ).

Às vezes uma descoberta não exige nenhum esforço do pesquisador, mas apenas
atenção.

A notícia da publicação do romance nas páginas de O Globo, em 1º de julho de 1875,


inicia com estes dois parágrafos:

Como assim "foi"? Não era a primeira publicação da obra?

Não, como veremos.


A pista acima impõe uma busca completa com base no termo Doutor Benignus na
hemeroteca da Biblioteca Nacional, a qual rapidamente revela esta informação:

"O Sr. A. E. Zaluar está publicando no 'Município' de Vassouras uma recente


publicação literária, que intitulou 'O doutor Benignus'.

"Acerca desse escrito diz aquela folha: 'Chamamos a atenção para este, por ser uma
narrativa original e instrutiva e o ensaio de um novo gênero de literatura pouco
conhecido ainda entre nós'".

O Globo ― Órgão da Agência Americana Telegráfica, dedicado aos interesses do


Comércio, Lavoura e Indústria, 24 de setembro de 1874, ano I, número 51, página 2,
terceira coluna, em Interior (início na segunda coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/195

Link para o PDF do número:

http://memoria.bn.br/pdf/369381/per369381_1874_00051.pdf

Eis, portanto, o motivo do "foi".

A primeira publicação do romance, em folhetins, deu-se no jornal O Município da


cidade fluminense de Vassouras, no segundo semestre de 1874. O Globo, que já havia
se interessado pela história a ponto de noticiá-la durante o período de publicação no
jornal vassourense, resolveu republicar o romance em suas páginas, também em forma
de folhetins, a partir de 1º de julho de 1875. Devido à boa receptividade, a tipografia do
jornal (como era costume na época) editou a obra em dois volumes, em setembro (o
primeiro) e dezembro (o segundo) do mesmo ano.

A continuidade da pesquisa, agora mais ampla, envolvendo Google e trabalhos


universitários, revelou que o primeiro (e único) autor a mencionar essa nota do jornal O
Globo foi o acadêmico Lucas de Melo Andrade, na dissertação de mestrado em História
intitulada Romantismo e ciência em "O Doutor Benignus" (1875): Augusto Emílio
Zaluar e seu romance científico e instrutivo (2014), na própria introdução do trabalho
(página 9). O documento foi liberado em 18 de maio de 2015.

Página de download

http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/5693

Lucas não percebeu a importância dessa informação, talvez por não ter conhecimento
da polêmica sobre o primeiro romance de ficção científica da América Latina e por estar
interessado nos aspectos científicos da obra, e não no contexto literário.

Quanto ao jornal O Município, a hemeroteca digital da Biblioteca Nacional possui


edições somente a partir de maio de 1877.
http://memoria.bn.br/DocReader/755133/5

Na página do Facebook linkada abaixo, sobre Lucindo Pereira dos Passos Filho, lê-
se:

"Foi o fundador do jornal 'O Município', primeiro jornal a entrar em circulação em


Vassouras, cujo primeiro número saiu em 15/06/1873".

Neste caso, o terceiro ano do jornal teria terminado em 15/6/1876 (73-74, 74-75 e
75-76). Portanto, a data correta deve ser 15/6/1874 (já que em maio de 1877, como
mostra o exemplar acima, o jornal ainda estava em seu terceiro ano).
https://www.facebook.com/VassourasImperial/posts/1238445389558599

Na edição de 28 de agosto de 1877 (ano III, número 81, página 2, primeira coluna), o
jornal se refere às participações de Augusto Emílio Zaluar em suas páginas, ao noticiar
a edição inicial de O Vulgarizador, primeiro periódico de divulgação científica em
nosso país, fundado e dirigido pelo romancista.

http://memoria.bn.br/DocReader/755133/98

__________________________________________

O Doutor Benignus no jornal O Globo (1875)

Abaixo, a transcrição do anúncio da publicação do romance-folhetim, na primeira


página do jornal O Globo (ano II, número 178), em 1º de julho de 1875.

"O Dr. Benignus foi, na literatura nacional, o primeiro ensaio do romance científico
ou instrutivo, nobre empresa literária cometida pelo estimado poeta e escritor, o Sr.
Augusto Emílio Zaluar. Começando hoje a transcrever nas nossas colunas os capítulos
dessa bela digressão humorística, empreendida nos domínios até há pouco não
incursados [incursionados] pelos poetas e romancistas, cumprimos um dever solicitando
a atenção do leitor para essas interessantes páginas e para as seguintes linhas que nos
foram dirigidas pelo ilustrado autor. Ei-las:

"'Agradecendo cordialmente à ilustrada redação do GLOBO a benevolência com que


acolheu o meu trabalho, que hoje principio a publicar, compete-me o dever de declarar
que nem apenas chega a ser ele um ensaio, mas o simples pressentimento de nova fase
em que necessariamente vai entrar a literatura contemporânea.
"'O espírito humano, enriquecido com a grande soma de conhecimentos com que as
ciências têm opulentado o seu patrimônio intelectual, não pode contentar-se unicamente
com leituras frívolas ou livros de exageradas e às vezes perigosas seduções.

"'Compreendem-no assim as sociedades mais adiantadas.

"'Na Inglaterra, na Alemanha, nos Estados Unidos, são raras as obras de pura
imaginação: essas mesmas passam pela maior parte desapercebidas.

"'Assim deve ser. Para que os trabalhos do um escritor tenham significação aceitável,
é preciso primeiro que tudo que eles sejam o transunto [o reflexo] das ideias do seu
tempo.

"'Ainda há poucos dias me dizia um amigo: 'Os autores antigamente morriam e


ficavam as suas obras: hoje morrem as obras e vivem os autores.'

"'E por quê?

"'A resposta já ficou acima formulada. Se Júlio Verne tem encontrado, no entanto,
nas regiões hiperbóreas [do extremo Norte] e no conhecimento das maravilhas da
natureza tão vasto assunto para os seus livros, que são em todo o mundo lidos com
interesse, o que não fará o escritor que queira explorar no mesmo sentido as prodigiosas
riquezas científicas do nosso continente?

"'Dar-me-ei por satisfeito, pois, se as digressões do Doutor Benignus despertarem a


ideia destes estudos em outros mais competentes de que eu; assim terminarei estas
linhas, corroborando a minha opinião com as seguintes palavras do Sr. Draper,
professor da Universidade de New York, no prólogo do seu recente livro Conflitos da
Ciência e da Religião: 'Estamos em vésperas de uma grande revolução intelectual', diz
ele, 'e as leituras frívolas vão ceder lugar a uma literatura grave e austera, a que os
interesses da igreja em perigo comunicarão a paixão e a força.'"

A. E. ZALUAR.

Nota do autor deste artigo: John William Draper é o autor de History of the Conflict
Between Science and Religion (D. Appleton and Company, New York, 1875).

Link para download da obra:

http://moses.law.umn.edu/darrow/documents/Draper_History_Conflict_Religion_Sci
ence.pdf
O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de
Janeiro, RJ), 1º de julho de 1875, ano 2º, número 178, página 1, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1279

A seguir, as datas e os links para todos os capítulos de O Doutor Benignus


publicados no jornal O Globo em 1875.

Primeiro volume

. Capítulo I (Resolução Singular): 1º de julho de 1875, ano 2º, número 178, página 2
(penúltima e última colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1280

. Capítulo II (Um Banquete Egipcíaco), 2 de julho, número 179, página 3 (quarta,


quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1285

. Capítulo III (Carta do Dr. Benignus ao Sr. Camillo Flammarion), 3 de julho,


número 180, páginas 2 (penúltima e última colunas) e 3 (primeira coluna).
http://memoria.bn.br/docreader/369381/1288

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1289

. Capítulo IV (Um Verdadeiro Filósofo), 4 de julho, número 181, página 2 (terceira,


quarta e quinta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1292

. Capítulo V (Dentro da Mata Virgem), 5 de julho, número 182, páginas 2 (penúltima


e última colunas) e 3 (primeira coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1296

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1297

. Capítulo VI (As Cidades do Povo Tanajura), 6 de julho, número 183, páginas 2


(primeira coluna) e 3 (primeira, segunda, terceira e quarta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1300

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1301

. Capítulo VII (À Porá), 7 de julho, número 184, página 2 (quarta, quinta, sexta e
sétima colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1304

. Capítulo VIII (Preparativos de Viagem), 9 de julho, número 186, páginas 2 (última


coluna) e 3 (primeira, segunda e terceira colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1312

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1313

. Capítulo IX (Mãe e Filhos), 14 de julho, número 191, página 2 (quinta, sexta,


sétima e oitava colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1332

. Capítulo X (Consórcios com as Estrelas), 16 de julho, número 193, página 2


(quinta, sexta, sétima e oitava colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1340

. Capítulo XI (A Caminho!), 19 de julho, número 196, página 2 (quinta, sexta e


sétima colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1352

. Capítulo XII (O Primeiro Pouso), 28 de julho, número 205, página 2 (sexta, sétima
e oitava colunas).
http://memoria.bn.br/docreader/369381/1388

. Capítulo XIII (Os Campos de Minas Gerais), 4 de agosto, número 212, páginas 3
(penúltima e última colunas) e 4 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1417

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1418

. Capítulo XIV (O Ouro e o Ferro), 6 de agosto, número 214, páginas 2 (penúltima e


última colunas) e 3 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1426

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1427

. Capítulo XV (O Dr. Lund), 7 de agosto, número 215, páginas 2 (penúltima e última


colunas) e 3 (primeira coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1430

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1431

. Capítulo XVI (Estrelas Cadentes), 9 de agosto, número 217, página 2 (sexta, sétima
e oitava colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1438

. Capítulo XVII (Tempestade em uma Floresta), 10 de agosto, número 218, páginas 2


(penúltima e última colunas) e 3 (primeira coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1442

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1443

Segundo volume

. Capítulo I (Deus!), 15 de agosto, número 223, páginas 3 (penúltima e última


colunas) e 4 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1463

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1464

. Capítulo II (Em Uberaba), 20 de agosto, número 227, páginas 2 (sexta, sétima e


oitava colunas) e 3 (primeira coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1480

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1481
. Capítulo III (Quarenta Léguas), 26 de agosto, número 233, páginas 2 (última
coluna) e 3 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1504

http://memoria.bn.br/docReader/369381/1505

. Capítulo IV (Santa Rita de Paranaíba), 29 de agosto, número 236, página 2 (quarta,


quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1516

. Capítulo V (O Tigre Preto), 30 de agosto, número 237, página 3 (primeira, segunda,


terceira e quarta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1521

. Capítulo VI (Enterro na Caverna), 2 de setembro, número 240, páginas 2 (última


coluna) e 3 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1532

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1533

. Capítulo VII (Primeiras Observações), 4 de setembro, número 242, página 3


(segunda, terceira, quarta, quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1541

. Capítulo VIII (Heroísmo de Jayme River), 11 de setembro, número 248, página 2


(penúltima e última colunas) e 3 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1564

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1565

. Capítulo IX (Teorias Fisiológicas de Katini), 16 de setembro, número 253, página 2


(quinta, sexta e sétima colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1584

. Capítulo X (As Manchas do Sol), 19 de setembro, número 256, página 2 (quarta,


quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1596

. Capítulo XI (Goiás), 29 de setembro, número 266, páginas 2 (penúltima e última


colunas) e 3 (primeira coluna).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1636

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1637
. Capítulo XII (Jurupensen), 7 de outubro, número 274, página 2 (sexta, sétima e
oitava colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1668

. Capítulo XIII (A Queda de um Aerólito), 21 de outubro, número 288, página 2


(terceira, quarta e quinta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1724

. Capítulo XIV (Habitante Imaginário dos Espaços Interplanetários), 4 de


novembro, número 301, página 2 (quarta, quinta, sexta e sétima colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1776

. Capítulo XV (Embarque em Leopoldina), 6 de novembro, número 303, página 2


(terceira, quarta e quinta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1784

. Capítulo XVI (Na Foz do Tapirapé), 8 de novembro, número 305, páginas 2


(primeira coluna) e 3 (primeira e segunda colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1792

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1793

. Capítulo XVII (O Chefe Koïnaman), 13 de novembro, número 310, página 2


(quarta, quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1812

. Capítulo XVIII (Viagem Aérea), 15 de novembro, número 311, página 2 (quinta,


sexta e sétima colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1820

. Capítulo XIX (Condição de Resgate), 24 de novembro, número 321, página 2


(quarta, quinta e sexta colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1856

. Capítulo XX (Conclusão), 1º de dezembro, número 328, página 2 (terceira e quarta


colunas).

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1884
O Doutor Benignus na mídia nacional

Anúncios e notícias sobre o primeiro volume

A data de lançamento do primeiro volume pôde ser estabelecida graças a um anúncio


de 10 de setembro de 1875, publicado no mesmo jornal O Globo.

"Distribui-se ontem o 1º volume do Dr. Benignus, do Sr. Augusto Emílio Zaluar,


cujos capítulos temos dado em séries na nossa folha."

O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 10 de setembro de 1875, ano 2º, número 256, página 1, última coluna,
Crônica Local.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1595

Ou seja, "ontem" corresponde a 9 de setembro de 1875.

Abaixo, outros anúncios do primeiro volume.


. Revista dos Teatros (Rio de Janeiro, RJ), 25 de setembro de 1875, ano I, número 1,
página 1, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/789895/1

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 27 de setembro de 1875, ano 2º, número 264, página 4, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1630

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 1º de outubro de 1875, ano I, número 61,
página 4, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/103730_01/249

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 5 de outubro de 1875, ano 2º, número 272, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1662

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 5 de outubro de 1875, ano 2º, número 272, página 4, última coluna.

E:

. Revista dos Teatros (Rio de Janeiro, RJ), ano I, número 3.


http://memoria.bn.br/docreader/369381/1715

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 27 de outubro de 1875, ano 2º, número 294, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1750

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 23 de novembro de 1875, ano 2º, número 320, página 4, última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1854

Anúncios e notícias sobre o segundo volume

A notícia do lançamento do segundo volume de O Doutor Benignus saiu a 21 de


dezembro de 1875, no jornal O Globo.

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 21 de dezembro de 1875, ano 2º, número 348, página 1, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1964

. O Mequetrefe (Rio de Janeiro, RJ), 31 de dezembro de 1875, ano 1º, número 52,
página 2, primeira coluna.
. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de
Janeiro, RJ), 21 de janeiro de 1876, ano 3º, número 21, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/2086

Outros anúncios de O Doutor Benignus

. Jornal do Comércio (Rio de Janeiro, RJ), 20 de outubro de 1875, ano 54, número
291, página 5, quinta coluna, em Livros Chegados.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_06/12129

. Jornal do Comércio (Rio de Janeiro, RJ), 20 de janeiro de 1876, ano 55, número 30,
página 5, penúltima coluna, em Livros Novos.

http://memoria.bn.br/docreader/364568_06/12797

. Ilustração Brasileira (Rio de Janeiro, RJ), 1º de julho de 1876, ano I, número 1,


página 27, coluna central.

http://memoria.bn.br/DocReader/758370/27

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 6 de novembro de 1882, ano VIII, número
309, página 4, quarta coluna, em Livros Baratíssimos.
http://memoria.bn.br/docreader/103730_02/4477

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 13 de novembro de 1882, ano VIII,


número 316, página 4, penúltima coluna, em Livros Baratíssimos.

http://memoria.bn.br/docreader/103730_02/4507

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 4 de outubro de 1883, ano IX, número 277,
página 4, quarta coluna, em Livros Baratíssimos.

http://memoria.bn.br/docreader/103730_02/5945

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 24 de novembro de 1884, ano X, número


329, página 6, quarta coluna, em Livros Baratíssimos.
http://memoria.bn.br/docreader/103730_02/7862

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 3 de agosto de 1886, ano XII, número 118,
página 4, quarta coluna, em Livros Baratíssimos.

http://memoria.bn.br/docreader/103730_02/10678

. Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 28 de abril de 1887, ano XIII, número 118,
página 4, primeira coluna, em Livros.

http://memoria.bn.br/DocReader/103730_02/11986

. Jornal do Comércio (Rio de Janeiro, RJ), 18 e 19 de março de 1929, ano 102,


número 66, página 19, penúltima coluna, em Livraria Silva.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_11/33562

Anúncio do lançamento da segunda edição, em 1994

. Jornal do Brasil (Rio de Janeiro, RJ), 22 de outubro de 1994, número 197, página
48, Caderno Ideias e Livros, última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/127672

. Tribuna da Imprensa, 29 de dezembro de 1994, ano XLVI, número 13699, página


14, terceira coluna, em Literatura Brasileira.

http://memoria.bn.br/DocReader/154083_05/28641
Capa da edição de 1994.

http://site.mast.br/ovulgarisador/images/internas/fotos/jornal02.jpg
A recepção do romance ─ Notas, resenhas e críticas

Abaixo, todas as resenhas e críticas sobre o romance, disponíveis online.

. A Reforma ─ Órgão Democrático (Rio de Janeiro, RJ), 21 de setembro de 1875,


ano VII, número 211, página 2, quarta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/226440/7539

. O Mequetrefe (Rio de Janeiro, RJ), 30 de setembro de 1875, ano 1º, número 40,
página 2, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/709670/256

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 4 de outubro de 1875, ano 2º, número 271, página 1, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/369381/1655

. O Apóstolo (Rio de Janeiro, RJ), 6 de outubro de 1875, ano X, número 153, página
6, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/343951/3947

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 8 de outubro de 1875, ano 2º, número 275, página 1, última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1671

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 9 de outubro de 1875, ano 2º, número 276, página 1, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1675
. A Nação ─ Jornal Político e Comercial (Rio de Janeiro, RJ), 14 de outubro de
1875, ano I, número 213, página 2, primeira e segunda colunas.
http://memoria.bn.br/docreader/586404/3750

. Revista Médica ─ Jornal de Ciências Médicas e Cirúrgicas, 16 de outubro de 1875,


ano II, número 17, página 13 (269), primeira e segunda colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/386854/657

. Semana Ilustrada (Rio de Janeiro, RJ), 24 de outubro de 1875, ano XV, número
776, página 6 (6206), primeira e segunda colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/702951/6199

O mesmo artigo foi publicado em idioma francês no jornal O Globo ─ Órgão dos
Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de Janeiro, RJ), 12 de
novembro de 1875, ano 2º, número 309, página 2, quinta e sexta coluna, em Letras.

http://memoria.bn.br/docreader/369381/1808

O Conde de la Hure (V. L. Baril), arqueólogo e diplomata francês, viveu no Brasil


durante o Segundo Reinado e se tornou conhecido por seu amor à cultura e à história
brasileira.

. A Família Maçônica, 14 de novembro de 1875, ano IV, número 53, páginas 1 e 2,


em Folhetim.
http://memoria.bn.br/DocReader/247782/205

http://memoria.bn.br/docreader/247782/206

. A Reforma ─ Órgão Democrático (Rio de Janeiro, RJ), 23 de dezembro de 1875,


ano VII, número 287, página 1, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/226440/7842

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 25 de dezembro de 1875, ano II, número 352, página 1, terceira coluna.
Repare que a nota saiu em francês.
http://memoria.bn.br/DocReader/369381/1979

. Mephistopheles (Rio de Janeiro, RJ), 1875 (sem data), ano 2º, número 65, páginas 2
(primeira coluna) e 3 (segunda e terceira colunas).
http://memoria.bn.br/docreader/714186x/453

http://memoria.bn.br/DocReader/714186x/454

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 21 de janeiro de 1876, ano 3º, número 21, página 4, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/369381/2086

Além desses registros, constatou-se que o jornal O Globo utilizou o romance como
presente aos leitores que assinassem o periódico. O anúncio abaixo saiu em várias
edições do segundo semestre de 1876.

. O Globo ─ Órgão dos Interesses do Comércio, da Lavoura e da Indústria (Rio de


Janeiro, RJ), 21 de dezembro de 1876, ano 3º, número 346, página 1, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/369381/3372

. No blog Almanaque da Arte Fantástica Brasileira, em janeiro de 2015, Cesar Silva


escreveu uma resenha do romance, baseada na edição de 1998:

http://almanaqueafb.blogspot.com.br/2015/01/o-doutor-benignus-augusto-emilio-
zaluar.html

. A revista brasileira UFO publicou um artigo intitulado Zalur, um ufólogo no Brasil


Imperial, de Edgar Indalécio Smaniotto, baseado nas teorias desenvolvidas pelo
personagem do Doutor Benignus.

http://www.ufo.com.br/artigos/zaluar-um-ufologo-no-brasil-imperial

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Uma curiosidade

O tipo psicológico do Doutor Benignus combina perfeitamente com o modo


preferido de relacionamento de muitos usuários das redes sociais. Essa constatação é
inevitável, quando lemos estas frases, nas páginas 34 e 35 da edição de 1994:
"Já que o coração humano não pode viver sem afeições, dizia o sábio, e visto que os
amigos de perto são, além de perigosos, impossíveis, criemos amizades ao longe,
interroguemos as almas e os espíritos daqueles a quem não vemos os rostos, amemos à
distância, nas avenidas longínquas, assim como se adoram os astros e se conversa com
as estrelas, com Sirius, com Vênus, com Júpiter, com o Sol, nos confins poéticos e
luminosos do horizonte!".
O mistério dos dois outros romances de ficção científica de Zaluar

Em 20 de fevereiro de 1876, o jornal Gazeta de Notícias revelou que Augusto Emílio


Zaluar estava escrevendo dois outros romances no mesmo gênero de O Doutor
Benignus: A Ilha das Icamiabas e Cidade Subterrânea.

"O Sr. Zaluar anuncia mais dois livros do mesmo gênero: A ilha das Icamiabas e a
Cidade subterrânea. Em boa hora venham; serão igualmente interessantes, e,
porventura ainda mais aperfeiçoados."

Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 20 de fevereiro de 1876, ano II, número 51,
página 2, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/103730_01/835
O primeiro desses romances não publicados de Zaluar se refere a uma conhecida
lenda amazônica sobre uma ilha habitada somente por mulheres. Várias páginas da Web
informam que "icamiabas" significaria "mulheres sem maridos". Mas este artigo de João
Mendes de Almeida em O Vassourense ensina:

O Vassourense, 17 de março de 1889, ano VIII, número 11, página 2, primeira


coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/217930/1537

Não há nenhuma outra fonte que ofereça alguma informação sobre os dois romances.
Zaluar veio a falecer em 1882, sem publicar outra obra desse gênero.

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Textos disponíveis de O Doutor Benignus

Para conhecer o texto integral de O Doutor Benignus, você conta com seis opções:

1. Ler os exemplares de O Globo da Biblioteca Nacional, acessando os links


mostrados.

2. Ler a obra na edição original de 1875, no Real Gabinete Português de Leitura


(Rio).
3. Ler a edição de 1994 na Biblioteca Nacional:

http://acervo.bn.br/sophia_web/info.asp?c=522875

4. Ler o resumo completo do enredo, capítulo a capítulo, publicado no OneDrive, na


subpasta Resumos de Histórias.

https://1drv.ms/u/s!Aj6kOBkyV630khcEvKdfnFl6K5aP?e=hcoacK
5. Esperar até surgir um exemplar da edição de 1994 na Estante Virtual,

https://www.estantevirtual.com.br/busca?utf8=%E2%9C%93&type=q&new=&q=o+
doutor+benignus

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As outras facetas de Augusto Emílio Zaluar

Augusto Emílio Zaluar nasceu em Lisboa (Portugal), em 14 de fevereiro de 1826, e


faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 3 de abril de 1882.

A primeira tentativa profissional de Zaluar centrou-se na Medicina. Ironicamente,


abandonou logo o curso por não se sentir naturalmente inclinado aos conhecimentos
científicos. Reconhecendo que sua paixão era a escrita, tentou, então, viver de literatura.

Ao concluir pela impossibilidade de realizar o seu sonho em Portugal, mudou-se para


o Brasil, aqui chegando em 1850. Em 1856 naturalizou-se brasileiro, jamais deixando o
país até falecer em 1882.

Zaluar deixou vasta obra literária e jornalística. Além de romancista, foi contista,
autor de narrativas de viagem, jornalista, poeta, divulgador científico, editor, tradutor,
dramaturgo e crítico literário.
http://brevescafe.net/zaluar2.htm

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