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SEMANA 01
1
SEMANA 01
AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso
restrita. O compartilhamento indevido de materiais da PREPARAÇÃO RETA FINAL – DEFENSORIA
PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ ensejará a interrupção imediata do serviço, bem como adoção
das medidas cabíveis.
3
SEMANA 01
Isto é bem intuitivo. Cada meta se refere a um dia da semana (Meta 1, Segunda-feira;
Meta 2, terça-feira, etc). A meta 6 da semana (sábado) é reservada para a revisão da semana,
através da leitura das assertivas corretas das questões da semana, bem como dos principais
artigos trabalhados na semana.
Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de
conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução
de questões objetivas.
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando o resumo do dia. No momento
do estudo não tente resumir a matéria, pois nossos resumos diários já suprirão esta necessidade.
O ideal é que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a semana de revisão. Notas
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais
pontos. A organização das suas anotações é crucial para sua aprovação.
Explicaremos melhor como vocês devem se guiar com este material:
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos
correspondentes, além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior
probabilidade de estar na sua prova (que serão revisados aos sábados).
Encerrado o estudo da doutrina passe para a leitura da legislação indicada na meta
(lembrando que serão lidos novamente no ciclo elaborado para leitura do caderno de leis), depois
para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas. Até aqui foi feito o mais importante.
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa
de repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua
aprovação.
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à
meta justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de
ter estudado o tema ou não.
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a
participação de vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada.
Evite a possibilidade de ter a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido
do material da PREPARAÇÃO RETA FINAL – DEFENSORIA PÚBLICA PARANÁ sem autorização.
Vamos juntos!
Equipe Estudos Iuris.
4
SEMANA 01
Sumário
META 1 ......................................................................................................................... 15
INCIDÊNCIA DO TEMA NOS CONCURSOS DE DEFENSORIA PÚBLICA ............................... 15
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO ................................................. 16
1. TEORIA CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 17
1.1 Conceito de Constituição ........................................................................................... 17
1.1.1 Concepções do Conceito de Constituição ................................................................... 18
1.2 Classificação Das Constituições .................................................................................. 24
1.3 Elementos da Constituição ......................................................................................... 29
2. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E
NEOCONSTITUCIONALISMO .......................................................................................... 30
2.1 Constitucionalismo ..................................................................................................... 30
2.2 Fases ........................................................................................................................... 31
3.NEOCONSTITUCIONALISMO ....................................................................................... 34
3.1.Características do Neoconstitucionalismo: ................................................................ 34
3.2 Aprofundamento ........................................................................................................ 36
3.APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ..................................................... 42
4.HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ....................... 43
5. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO.................................................................................. 49
6.REGRAS, PRINCÍPIOS E POSTULADOS NORMATIVOS ................................................... 58
7.PODER CONSTITUINTE ................................................................................................ 63
7.1 Poder Constituinte Originário .................................................................................... 64
7.1.1 Espécies de Poder Constituinte Originário (NOVELINO, 2017, p. 71) .......................... 64
7.1.2 Limitações Materiais.................................................................................................... 67
7.2.3 Titularidade do Poder Constituinte Originário ............................................................ 68
7.3.4 Legitimidade ................................................................................................................ 68
7.2. Poder Constituinte Derivado ..................................................................................... 69
7.2.1 Espécies do Poder Constituinte Derivado.................................................................... 69
7.3. Poder constituinte Supranacional (não é igual a Transconstitucionalismo). ............ 71
QUESTÕES SOBRE O TEMA............................................................................................... 76
META 2 ......................................................................................................................... 88
INCIDÊNCIA DO TEMA NOS CONCURSOS DE DEFENSORIA PÚBLICA ............................... 88
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SEMANA 01
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SEMANA 01
META 3 ........................................................................................................................191
INCIDÊNCIA DO TEMA NOS CONCURSOS DE DEFENSORIA PÚBLICA ..............................191
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL .............192
1. PROCESSO PENAL CONSTITUCIONAL.........................................................................194
2. FINALIDADES DO PROCESSO PENAL ..........................................................................195
3. SISTEMAS DO PROCESSO PENAL ...............................................................................196
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SEMANA 01
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SEMANA 01
META 4 ........................................................................................................................247
INCIDÊNCIA DO TEMA NOS CONCURSOS DE DEFENSORIA PÚBLICA ..............................247
DIREITO CIVIL: LINDB, INTRODUÇÃO E PARTE GERAL (PARTE I) .....................................248
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ......................................249
1.1 Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis .............. 249
1.1.1 Vigência ..................................................................................................................... 249
1.1.2 Obrigatoriedade ........................................................................................................ 250
1.1.3 Interpretação ............................................................................................................. 250
1.1.4 Integração .................................................................................................................. 252
1.2 Antinomias ............................................................................................................... 254
1.3 Aplicação temporal das normas ............................................................................... 255
1.4. Revogação das leis .................................................................................................. 255
1.5. Aplicação do direito público .................................................................................... 259
2. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL ...............................................................................263
2.1 Valores que permeiam o Código Civil de 2002......................................................... 263
2.1.1 Socialidade................................................................................................................. 263
2.2.2 Eticidade .................................................................................................................... 264
2.2.3 Operabilidade ............................................................................................................ 264
2.2.4 Sistematicidade ......................................................................................................... 266
2.2 Constitucionalização do Direito Civil X Publicização do Direito Civil ........................ 266
3. CAPACIDADE E PERSONALIDADE, EMANCIPAÇÃO, MORTE PRESUMIDA E AUSÊNCIA 267
3.1. Capacidade e Personalidade ................................................................................... 267
3.2 Incapacidade ............................................................................................................ 270
3.3 Emancipação ............................................................................................................ 273
4. DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ..........................................................................274
4.1 Características dos Direitos da Personalidade ......................................................... 276
4.2 Classificação dos Direitos da Personalidade ............................................................ 278
4.2.1 Direitos Relacionados à Integridade Psíquica ............................................................ 278
4.2.2 Direitos da Personalidade Relativos à Integridade Física .......................................... 281
4.2.3 Temas Atuais ............................................................................................................. 282
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SEMANA 01
META 5 ........................................................................................................................330
INCIDÊNCIA DO TEMA NOS CONCURSOS DE DEFENSORIA PÚBLICA ..............................330
DIREITO PROCESSUAL CIVIL: NORMAS FUNDAMENTAIS, JURISDIÇÃO E AÇÃO,
COMPETÊNCIA .............................................................................................................331
1. NORMAS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL .......................................332
2. DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO ......................................................................................341
2.1 Jurisdição .................................................................................................................. 341
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META 1
Para verificar a incidência do tema a ser estudado nessa meta, consulte o nosso arquivo
“Gráficos – Matérias mais cobradas DPE/PR”.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Garantias Fundamentais
Controle de Constitucionalidade
3%3%3%
8% 22% Organização do Estado
8% Processos
Ordem Social
11% 17%
Teoria da Constituição
11% 14% Funções Essenciais à Justiça
Remédios Constitucionais
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SEMANA 01
Foco: DOUTRINA
§ Art. 3º do ADCT
§ Arts. 1º a 4º da CF/88
§ Art. 34, CF/88
§ Art. 60, CF/88
§ Arts. 136 e 137, CF/88
§Juliano Taveira Bernardes e Olavo Augusto Vianna Alves Ferreira. Sinopses Juspodivm
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SEMANA 01
1. TEORIA CONSTITUCIONAL
DICA: para não esquecer o conceito, lembrem-se dos objetivos das constituições,
começando pela limitação de poderes e estruturação do Estado.
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SEMANA 01
Não há conceito único que defina o que é a Constituição. Por isso, cada doutrinador toma
por base um sentido com o fim de definir o termo “Constituição”.
Constituição propriamente dita é apenas aquilo que decorre de uma decisão política
fundamental. Ex: CF/88: temas que decorrem de uma decisão política fundamental
anterior relacionada a:
i. direitos fundamentais
ii. estrutura do Estado (federação, entes federativos etc.), e
iii. organização dos Poderes.
Esses temas são matérias clássicas das Constituições, sendo entendidas como normas
materialmente constitucionais.
As leis constitucionais seriam normas que fazem parte formalmente do texto
constitucional, mas que tratam de assuntos de menor importância.
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SEMANA 01
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SEMANA 01
PARA FIXAR:
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SEMANA 01
c) Constituição Marxista: Defendida por Karl Marx, é aquela Constituição que é produto da
supraestrutura ideológica, condicionada pela infraestrutura econômica. Cita-se o exemplo da
Constituição-balanço em que, a cada passo da evolução socialista, existiria a necessidade de uma nova
Constituição para atender aos anseios sociais.
OBS.: Constituição-balanço é o inverso da constituição-garantia ou constituição-quadro. Esta última é
aquela que almeja garantir a liberdade limitando o poder.
d) Constituição Institucionalista: Constituição é a expressão das ideias fortes e duradouras, dos fins
políticos, com vistas a cumprir programas de ordem social.
e) Constituição Estruturalista: Constituição é o resultado das estruturas sociais, servindo para equilibrar
as relações políticas e o processo de transformação da sociedade. Assim, a constituição não seria apenas
certo número de preceitos cristalizados em artigos e parágrafos, e sim uma unidade estrutural, um
conjunto orgânico e sistemático de caráter normativo sob inspiração de um pensamento diretor.
g) Constituição Suave ou dúctil: Segundo Gustav Zagrebelsky é “aquela que não contém exageros. Ao
exprimir o pluralismo social, político e econômico da sociedade, não consagra preceitos impossíveis de
ser vividos na prática. Tem ambição de ser realizada e não fazem promessas com suporte em demagogia
política, pois são despretensiosas.”. Também chamada de Constituição dúctil por Marcelo Novelino. É
aquela que não contém exageros.
Obs.: A Carta dos Estados Unidos de 1787 é exemplo de constituição suave.
h) Constituição em Branco: Defendida por Siegenthaler, é aquela que não consagra limitações explícitas
ao poder de reforma constitucional. O processo de mudança se subordina à discricionariedade dos
órgãos revisores, que, por si próprios, ficam encarregados de estabelecer as regras para a propositura de
emendas ou revisões constitucionais.
21
SEMANA 01
i) Constituição Plástica: Segundo Raul Machado Horta, é aquela que “apresenta uma mobilidade,
projetando sua força normativa na realidade social, política, econômica e cultural do Estado”. Qualifica-
se como plástica porque possui maleabilidade, adequando suas normas às situações concretas do
cotidiano. Para Raul Horta, o quid caracterizador da plasticidade é a adaptação das normas
constitucionais às oscilações da opinião pública, ao fluir dos fatos sociais e às mudanças sub-repitícias na
realidade dos ordenamentos jurídicos.
Na mesma linha, para UADI BULOS, é a constituição que apresenta mobilidade que lhe permite projetar
sua força normativa nos vários setores da realidade estatal.
Já para SAHID MALUF, constituição plástica é sinônimo de constituição flexível (aquela sem critérios
rígidos à mudança do texto constitucional) e é usado por muitos como termo sinônimo àquele.
As constituições plásticas pretendem fazer coincidir o “dever ser” de seus preceitos com a realidade
social. Nesse particular, interligam-se ao fenômeno da mutação constitucional.
A Constituição brasileira de 1988 é rígida e plástica. Já a Carta da Inglaterra é flexível e também plástica.
k) Constituição Oral: É aquela em que o chefe supremo de um povo proclama, de viva voz, o conjunto
de normas que deverão reger a vida em sociedade. Exemplifica-a a Carta da Islândia do século IX, quando
os vikings instituíram, solene e oralmente, o primeiro parlamento livre da Europa.
l) Constituição Instrumental: É aquela em que suas normas equivalem a leis processuais. Seu objetivo é
definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos.
Obs.: Grande parte dos constitucionalistas contemporâneos não aceitam essa ideia de constituição.
Para Canotilho, é mesmo que constituição escrita, ou seja, traduzida em um único instrumento ou
diploma.
m) Constituição como Estatuto do Poder: Constituição que equivale a um mecanismo para legitimar o
poder soberano, segundo certa ideia de direito, prevalecente no seio da sociedade. O texto
constitucional, enquanto estatuto do poder, seria o pressuposto lógico do próprio Estado de Direito,
servindo para balizar a conduta de governantes, verdadeiros prepostos da sociedade política, e a
conduta dos governados, os quais devem se submeter ao poder de direito, juridicizado e racionalizado
por meio de normas constitucionais.
n) Constituição Moldura: 1 tal concepção é “utilizada metaforicamente para designar a constituição que
serve apenas como limite à atuação legislativa. A lei fundamental atua como uma espécie de moldura
dentro da qual o legislador pode atuar, preenchendo-a conforme a oportunidade política. À jurisdição
constitucional caberia apenas controlar ‘se’ (não ‘como’) o legislador atuou dentro da moldura
estabelecida”.
1
Marcelo Novelino
22
SEMANA 01
o) Constituição Jurídica: Constituição advinda da força normativa mínima proveniente de seus preceitos.
q) Constituição Viva: Modelo pelo qual a constituição escrita é concretamente interpretada e aplicada
na realidade política.
r) Constituição Aberta: É o produto da interpretação da constituição, que deve ser feita por todos os
grupos sociais para os quais a constituição é concebida e sem prejuízo da preponderância da
interpretação feita pelo tribunal constitucional. Ocorre a partir do alargamento da compreensão de
quem devam ser os verdadeiros intérpretes das normas constitucionais (PETER HARBELE).
b) Constituição como instrumento de realização da atividade estatal: O texto maior é uma ordenação
global do Estado e da sociedade, ao mesmo tempo que é um projeto de determinação de sua identidade.
As constituições são ordens fundamentais que contêm, no âmbito da historicidade que as subjaz,
programas de ação que as identificam com ordenamentos político-sociais tendentes a um processo de
realização concreto. Esse pensamento nutre forte semelhança com a tese da constituição dirigente, pois
propõe o estabelecimento de metas para dirigir a atividade estatal.
2
BULOS, 2014, p. 109
23
SEMANA 01
sentido de estabilidade e perpetuidade que deve encampar o ato de feitura dos documentos supremos
que pretendem ser duradouros. Revelam uma espécie de constituição de necessidade, algo contrário
àqueles documentos normativos que consagram um poder geral em branco, responsável pela adaptação
dos problemas concretos ao “dever ser” das prescrições supremas do Estado, sem a necessidade de se
explicitarem as autorizações constitucionais.
As subconstituições decorrem da praxe de incluir uma gama infindável de matérias nas constituições
(totalitarismo constitucional), a ponto de se falar em constituição econômica, constituição social etc.
d) Constituição como documento regulador do sistema político (Niklas Luhmann): A carta magna é um
instrumento funcional que serve para reduzir a complexidade do sistema político. Nesse contexto,
propicia a reflexão da funcionalidade do Direito, abandonando o exame isolado da relação de hierarquia
das normas constitucionais. Conforme Luhmann, urge banir a mera visão negativa da análise dos
problemas constitucionais. Não basta perquirir o vínculo de conformidade ou desconformidade das leis e
atos normativos com a constituição. É imperioso que se busque a lógica do sistema político. As
constituições não servem, somente, para emitir juízos de constitucionalidade ou de
inconstitucionalidade. Constituem algo maior, visto que estão inseridas no campo da contingência de
autofixação do sistema político.
e) Constituição como processo público (Peter Haberle): Compreende o texto constitucional como
documento de uma sociedade pluralista e aberta, como obra de vários partícipes, como uma ordem
jurídica fundamental do Estado e da sociedade. Para essa corrente, as constituições não são atos
voluntarísticos do poder constituinte, porque dizem respeito à evolução social da comunidade. Assim, o
texto constitucional é o reflexo de um processo interpretativo aberto e conduzido à luz da força
normativa da publicidade.
f) Constituição como meio de resolução de conflitos: É uma constituição processual. Essa constituição
não é um meio de resolver problemas, e sim um simples instrumento pelo qual podemos eliminar
conflitos. Isso porque as constituições consagram processos de decisão que não podem ser impostos,
pois servem de parâmetro de resolução de casos concretos perante circunstâncias particulares, a fim de
possibilitar soluções ótimas.
h) Constituição.com (crowdsourcing): É aquela cujo projeto conta com a opinião maciça dos usuários da
internet, que, por meio de sites de relacionamento, externam seus pensamentos a respeito dos temas a
serem constitucionalizados.
- Obs.: Foi a Islândia que, pioneiramente, fez, no ano de 2011, uma “constituição.com”.
24
SEMANA 01
b) Quanto à forma:
c) Quanto à mutabilidade:
25
SEMANA 01
d) Quanto ao conteúdo:
26
SEMANA 01
possível uma constituição escrita (textos constitucionais) que não seja formal (não goza de
processo legislativo especial para sua alteração).
f) Quanto à ideologia:
27
SEMANA 01
h) Quanto à extensão:
28
SEMANA 01
CLASSIFICAÇÃO DA CF/88
Origem Promulgada (Popular)
Forma Escrita
Extensão Analítica (Prolixa)
Conteúdo Formal
Modo de elaboração Dogmática (Codificada)
Alterabilidade Rígida
29
SEMANA 01
*CONTEXTUALIZANDO:
2.1 Constitucionalismo
30
SEMANA 01
CANOTILHO
• É a teoria que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos
direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma
comunidade. Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará uma
técnica de limitação do poder com fins garantísticos.
KILDARE GONÇALVES
• Perspectiva Jurídica/Sociológica. O constitucionalismo se trata de um sistema
normativo, enfeixado na Constituição, e que se encontra acima dos detentores
do poder; sociologicamente, representa um movimento social que dá
sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os governantes possam
fazer prevalecer seus interesses e regras na condução do Estado.
ANDRÉ RAMOS TAVARES
• Determina quatro sentidos para o constitucionalismo:
• 1) Limitar o poder arbitrário;
• 2) Imposição de que hajam cartas constitucionais escritas;
• 3) Evolução histórica-constitucional de um determinado Estado; e
• 4) Prevalência dos direitos fundamentais como proteção ao regime autoritário.
PEDRO LENZA
• O constitucionalismo é um meio de limitação do poder autoritário e de
prevalência dos direitos fundamentais, afastando-se da visão autoritária do
antigo regime (aproxima-se da posição de Ramos Tavares).
2.2 Fases
31
SEMANA 01
32
SEMANA 01
• Crise do liberalismo diante das demandas sociais que abalaram o século XIX. O
abstencionismo estatal não garantia a igualdade essencial para a existência de
igualdade de competições.
• Consagração dos direitos fundamentais de 2ª dimensão: gravitam em torno do valor
IGUALDADE, mas não meramente formal e sim a IGUALDADE MATERIAL (direitos
sociais, econômicos e culturais). Possuem um caráter positivo: exigem uma
prestação do Estado. Surgem garantias institucionais.
• Adoção do Estado Social: o Estado transforma-se em prestador de serviços,
intervindo no âmbito social, econômico e laboral.
Caracteriza-se pelas Constituições garantistas, que tem como pilar a defesa dos direitos
fundamentais.
Período marcado pelas CONSTITUIÇÕES DIRIGENTES, que prescrevem programas a serem
implementados pelos Estados, normalmente por meio de normas programáticas.
33
SEMANA 01
3.NEOCONSTITUCIONALISMO
A doutrina passa a desenvolver, a partir do pós-2ª Guerra Mundial, uma nova perspectiva
em relação ao constitucionalismo, denominada neoconstitucionalismo, ou, segundo
alguns, constitucionalismo pós-moderno, ou, ainda, pós-positivismo. Busca-se, dentro
dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limitação do
poder político, mas, buscar a eficácia da Constituição.
3.1.Características do Neoconstitucionalismo:
34
SEMANA 01
35
SEMANA 01
3.2 Aprofundamento
a) Patriotismo Constitucional
36
SEMANA 01
forma de união e conciliação entre os cidadãos, notadamente nas sociedades plurais, nas
quais a divergência e a diferença são marcas predominantes. Assim, a identidade coletiva
não pode mais se dar com fundamento na homogeneidade cultural, mas na convivência
sob os mesmos valores do Estado Democrático de Direito, situação que permite uma
coexistência das múltiplas formas de cultura, o que caracteriza o multiculturalismo.
O patriotismo constitucional, portanto, busca o reconhecimento de um constitucionalismo
intercultural, que deve permitir a diversidade de culturas e promover a conciliação entre
todas as práticas culturais.
Bem por isso, seria necessário que cada Estado abrisse mão de parcela
de sua soberania, fazendo exsurgir uma Constituição comunitária.
Afirma-se que o Poder Constituinte Supranacional “busca a sua fonte
DIREITO CONSTITUCIONAL de validade na cidadania universal, no pluralismo de ordenamentos
TRANSNACIONAL jurídicos, na vontade de integração e em um conceito remodelado de
soberania”.
De tal sorte, a própria ideia de poder constituinte supranacional
demonstra que ele tem a capacidade de submeter às diversas
constituições nacionais ao seu poder supremo, NÃO SE
CONFUNDINDO COM O DIREITO INTERNO DE UM DETERMINADO PAÍS,
TAMPOUCO COM O DIREITO INTERNACIONAL (TRATADOS
INTERNACIONAIS).
CONSTITUCIONALISMO MULTINÍVEL O transconstitucionalismo tem como principal nome o Professor
OU Marcelo Neves, com sua obra “Transconstitucionalismo”. Significa a
TRANSCONSTITUCIONALISMO utilização, na prática constitucional de um determinado Estado, de
argumentos, teorias e decisões judiciais que vem de um
Sinônimos: constitucionalismo de um outro Estado ou que vem de instâncias
Cross Constitucionalismo; supranacionais, ou que vem de decisões de tribunais internacionais.
Constitucionalismo Cruzado; No transconstitucionalismo, há um entrelaçamento de ordens
Constitucionalismo Transversal; jurídico-constitucionais diversas. A ordem jurídico-constitucional
37
SEMANA 01
38
SEMANA 01
desumanização.
39
SEMANA 01
O mencionado viés liberal guarda estreita relação com a filosofia juspositivista, que
encontrou seu auge nos pensamentos de Hans Kelsen e a sua obra “Teoria Pura do
Direito”. Para ele, a ciência do Direito deve ser pura, isto é, abdicar de reflexões
metajurídicas, tais como as relativas à ética, à moral e à justiça, de modo que o objeto de
estudo deve se limitar às normas estatais. A análise da validade de uma norma não
passaria, portanto, pela aferição de sua justiça ou aderência social, mas pela constatação
da legitimidade de seu processo criador e da sua conformidade com as normas
hierarquicamente superiores. Isto porque o ordenamento seguiria um escalonamento na
forma de uma pirâmide, no topo da qual estariam as normas constitucionais e, acima
delas, uma norma fundamental hipotética, pressuposta. Seria um sistema fechado de
normas, portanto, e com pretensão à completude. Nesta configuração reducionista do
fenômeno jurídico, o juiz deveria se limitar a realizar um procedimento de formal de
subsunção do fato à norma, colocando-se em posição de neutralidade axiológica. Ou seja,
exerceria o papel de “boca da lei”, conforme expressão de Montesquieu.
A História cuidou de mostrar as falhas conceituais do juspositivismo. Fenômenos como o
nazismo e o apartheid, desenrolados sob o manto da estrita legalidade, evidenciaram que
a pretensa neutralidade do discurso jurídico e seu divórcio de reflexões éticas criaram
ambiente fértil para a barbárie, a injustiça e a intolerância.
O fracasso do juspositivismo, tal como concebido originalmente, suscitou reflexões sobre a
necessidade de trazer as discussões sobre ética, moral e justiça para o interior da ciência
jurídica. A este ideário difuso se convencionou chamar de pós-positivismo. Os seus
reflexos no campo constitucional formam o assim denominado neoconstitucionalismo.
Para esta concepção, a Constituição, longe de apenas limitar o poder político, deve ter
como foco a concretização de direitos fundamentais (efeito expansivo dos direitos
fundamentais). Não basta prevê-los, como meras aspirações. Deve-se ultrapassar a
retórica, pois a Constituição tem força normativa e deve ser implementada. Portanto, para
40
SEMANA 01
esta concepção, as normas se dividem entre regras e princípios, pois estes não são meras
aspirações sem caráter vinculativo.
As regras são, então, as normas com conteúdo menos abstrato, que já estabelecem, de
antemão, soluções pré-definidas para cada situação. Sua aplicação se dá, portanto, pelo
juízo de “tudo ou nada” (expressão de Ronald Dworkin): em um caso concreto, ou serão
satisfeitas ou não serão. Por isso, Robert Alexy as reputa “mandados de definição”. Sua
aplicação se dá por subsunção.
Os princípios, por outro lado, são os vetores axiológicos que fundamentam o ordenamento
jurídico, tendo, por isso, caráter nomogenético. Têm certa abstração e alta carga
axiológica, não precisando estar positivados para terem força normativa, vinculativa. É por
meio deles que a ética e a moral ingressam no ordenamento. Alexy os reputa “mandados
de otimização”, porque, em caso de conflito entre eles, cada um deverá ser satisfeito no
maior grau possível, pela técnica da ponderação/sopesamento, fundada na
proporcionalidade.
Superando a antiga visão do discurso jurídico como uma racionalidade neutra, objetiva,
imparcial, asséptica, visão esta que apenas se prestação à conformação ao “status quo” e à
manutenção das desigualdades, cabe ao juiz promover uma interpretação prospectiva da
norma, que olhe para o futuro, e dela extrair seu potencial transformador. Uma
interpretação, portanto, que concretize os valores consagrados pelo texto constitucional,
para que não sejam “promessas constitucionais inconsequentes” (feliz expressão do
Ministro do STF Celso de Mello), normas meramente programáticas, retóricas.
Faz-se necessário, portanto, desenvolver uma compreensão crítica do direito e da
realidade, desconstruindo a pretensa neutralidade do discurso jurídico, para reconstruí-lo
como ferramenta de emancipação. Dessa forma, o Judiciário atenderá à sua missão
constitucional de concretização de seus vetores axiológicos e exercerá papel ativo na
construção de uma sociedade tal qual prometida pelo Texto Maior: fraterna, justa,
41
SEMANA 01
igualitária. Enfim, uma sociedade que realize a finalidade por excelência de um Estado de
Direito: a dignidade da pessoa humana.
Nesse contexto, em que o Poder Judiciário passa a ser coparticipante do processo
constitucional, questiona-se acerca da legitimidade do chamado “ativismo judicial” na
consecução de políticas públicas, já que os membros do Poder Judiciário não são eleitos
pela vontade da maioria.
Segundo Daniel Sarmento, “no Brasil, uma crítica que tem sido feita à recepção do
neoconstitucionalismo – eu mesmo a fiz em vários textos, bem como outros autores,
como Humberto Ávila e Marcelo Neves – é a de que ele tem dado ensejo ao excessivo
arbítrio judicial, através do que chamo de “carnavalização dos princípios constitucionais”
(guarde essas expressões).
42
SEMANA 01
ATENÇÃO - CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: a Autora incluiu mais uma espécie na
classificação acima apontada, afirmando a existência de normas constitucionais de eficácia
absoluta ou supereficazes, que são as cláusulas pétreas, ou seja, aquelas normas que não
podem ser retiradas nem mesmo por emenda constitucional.
43
SEMANA 01
44
SEMANA 01
*Em resumo:
45
SEMANA 01
Essa postura mais ativa do judiciário deve ser analisada dentro de cada contexto. Tal
corrente reconhece legítima a atividade criadora dos juízes (ativismo judicial), pois a
interpretação não se limita a revelar o sentido do texto normativo (é o que vem ocorrendo
no Brasil). O intérprete ajuda a construir a norma, podendo recorrer a elementos
externos ao texto (realidade social/valores morais).
* Aprofundamento:
O art. 53, § 1º determina que “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal”.
Embora se viesse interpretando tais dispositivos de forma literal, ou seja, no sentido de que o foro
privilegiado abrangeria todos os crimes comuns, é possível e desejável atribuir ao texto normativo uma
acepção mais restritiva, com base na teleologia do instituto e nos demais elementos de interpretação
constitucional.
Trata-se da chamada “REDUÇÃO TELEOLÓGICA” (KARL LARENZ) ou, de forma mais geral, da aplicação
da TÉCNICA DA “DISSOCIAÇÃO” (Riccardo Guastini), que consiste em reduzir o campo de aplicação de
uma disposição normativa a somente uma ou algumas das situações de fato previstas por ela segundo
uma interpretação literal, que se dá para adequá-la à finalidade da norma. Nessa operação, o
intérprete identifica uma lacuna oculta (ou axiológica) e a corrige mediante a inclusão de uma exceção
não explícita no enunciado normativo, mas extraída de sua própria teleologia. Como resultado, a
norma passa a se aplicar apenas a parte dos fatos por ela regulados.
A extração de “cláusulas de exceção” implícitas serve, assim, para concretizar o fim e o sentido da
norma e do sistema normativo em geral. Outros exemplos em que se aplicou a técnica da “redução
teleológica”:
Ex1: o art. 102, I, “a”, da CF/88 prevê que compete ao STF processar e julgar “a ação direta de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual”. Embora o dispositivo não traga
qualquer restrição temporal, o STF consagrou entendimento de que não cabe ADI contra lei anterior à
Constituição de 1988, porque, ocorrendo incompatibilidade entre ato normativo infraconstitucional e
a Constituição superveniente, fica ele revogado (não recepção).
Ex2: o art. 102, I, “f” prevê que competente ao STF julgar “as causas e os conflitos entre a União e os
Estados”. O Supremo entendeu que essa competência não abarca todo e qualquer conflito entre entes
federados, mas apenas aqueles capazes de afetar o pacto federativo.
Ex3: o art. 102, I, “r” prevê que compete ao STF julgar “as ações contra o Conselho Nacional de
Justiça”. Em uma intepretação literal, essa competência abrangeria toda e qualquer ação contra o CNJ,
sem exclusão. No entanto, segundo a jurisprudência do Tribunal, somente estão sujeitas a julgamento
perante o STF o mandado de segurança, o mandado de injunção, o habeas data e o habeas corpus,
46
SEMANA 01
pois somente nessas situações o CNJ terá legitimidade passiva ad causam. E mais: ainda quando se
trate de MS, o Supremo só reconhece sua competência quando a ação se voltar contra ato positivo do
CNJ.
Ex4: o art. 102, I, “n” prevê que compete ao STF julgar a “ação em que todos os membros da
magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos
membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados”.
Em relação à primeira parte do dispositivo, o STF entende que a competência só se aplica quando a
matéria versada na causa diz respeito a interesse privativo da magistratura, não envolvendo interesses
comuns a outros servidores. Em relação à segunda parte do preceito, entende-se que o impedimento e
a suspeição que autorizam o julgamento de ação originária pelo STF pressupõem a manifestação
expressa dos membros do Tribunal competente, em princípio, para o julgamento da causa.
Em todos esses casos (e em muitos outros), entendeu-se possível a redução teleológica do escopo das
competências originárias do STF pela via interpretativa.
47
SEMANA 01
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalStfInternacional/portalStfAgenda_pt_br/anex
o/Homenagem_a_Peter_Haberle__Pronunciamento__3_1.pdf
EM SUMA: O que essa tese propõe é que todas as pessoas e grupos que vivem a
Constituição numa determinada sociedade participam de sua interpretação, direta ou
indiretamente e, dessa forma, colaboram para a compreensão e aplicação de seus
preceitos. Isso não significa, é certo, que qualquer pessoa possa deixar de cumprir
determinada regra por interpretá-la como contrária à Constituição. Nem Häberle chega a
insinuar isso, sua tese reconhece a autoridade da jurisdição constitucional para declarar,
em última instância, o sentido das regras e princípios inscritos na Constituição, mas inova
ao indicar que esse processo (de compreensão e realização dessas regras e princípios) não
se dá exclusivamente no interior dos Tribunais e que, em certa medida, pode até afetar a
decisão dos juízes. Ele diz que a interpretação constitucional vinha sendo considerada uma
coisa de “sociedade fechada”, ou seja, restrita aos chamados “operadores jurídicos”. Mas,
com a ampliação da democracia, “cidadãos e grupos, órgãos estatais, o sistema político e a
opinião pública (…) representam forças produtivas de interpretação (…) são intérpretes
constitucionais em sentido lato, atuando nitidamente, pelo menos, como pré-intérpretes.”
Assim, pode-se afirmar que existem intérpretes técnicos da CF (aqueles que tem estudos
para isso) e intérpretes não técnicos (aqueles que não são treinados e escolhidos para isso
- ex.: amicus curiae). Essa busca por intérpretes não técnicos tem a finalidade de legitimar
os julgados referentes a nossa Constituição.
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5. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
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A doutrina, de modo geral, NÃO repele a interpretação de tal método jurídico. No entanto,
por outro lado, a Constituição Federal traz situações mais complexas cuja interpretação
não se realiza com o emprego do método tradicional. O método jurídico, portanto, é
insuficiente e não satisfaz, por si só, a interpretação constitucional.
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Theodor Viehweg – “Tópica e Jurisprudência”: Para o autor, a tópica seria uma técnica de
pensar o problema, ou seja, uma técnica mental que se orienta para a solução do
problema. O método segue as seguintes premissas:
DICA: Para não esquecer o nome do criador do método na hora da prova, relacionar
as iniciais: Theodor – Tópico.
51
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Parte da ideia de que a leitura de todo o texto e da Constituição deve se iniciar pela pré-
compreensão do seu sentido através de uma atividade criativa do intérprete. Admite o
primado da norma constitucional sobre o problema.
O método considera a interpretação constitucional como uma atividade de concretização
da Constituição, circunstância que permite ao intérprete determinar o próprio conteúdo
material da norma.
Afasta-se do método tópico-problemático porque a interpretação, para ele, está limitada
e se inicia pelo texto, superando o problema da abertura e indeterminação dos enunciados
normativos através da pré-compreensão do intérprete.
Parte da ideia de que a leitura do texto, em geral, e da Constituição, deve se iniciar
pela pré-compreensão do seu sentido através de uma atividade criativa do intérprete. Ao
contrário do método tópico-problemático, que pressupõe o primado do problema sobre a
norma, o método concretista admite o primado da norma constitucional sobre o
problema.
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Parte da premissa de que existe uma relação necessária entre o texto e a realidade. Foi
idealizado por Friederich Müller, que afirma que o texto é apenas a ponta do iceberg, não
compreendendo a norma apenas o texto, mas também um pedaço da realidade social. É
um método também concretista, diferenciando-se dele, porém, na medida em que a
norma a ser concretizada não está inteiramente no texto, sendo o resultado entre este e a
realidade.
*CONTEXTUALIZANDO
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
TRADICIONAIS-ERNEST
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
FORSTHOFF (método jurídico/
hermenêutico clássico)
1- Elemento literal/filológico 1- MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO - THEODOR VIEHWEG
(interpretação textual): análise do Caracteriza-se por ensejar interpretação baseada em “topos” (Plural
texto da norma em sua “Topoi” – esquemas de pensamento, formas de raciocínio, de
literalidade. argumentação, pontos de vista): o intérprete avalia os vários pontos de
vista (topoi) a respeito do mesmo problema, para só então chegar à
solução normativa do caso (geralmente é utilizado para resolver os “hard
cases”). Parte do problema à norma.
2- Elemento teleológico 2- MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR: KONRAD HESSE
(interpretação teleológica): Diferentemente do anterior, parte da pré-compreensão do sentido da
investiga a origem dos conceitos norma, que deverá então ser concretizada para e a partir de uma
53
SEMANA 01
empregados na Constituição. situação histórica concreta, de forma que o intérprete atua como
operador de mediações entre o texto e o contexto (a situação em que a
norma vai se aplicar), transformando a interpretação em ‘movimento de
ir e vir’ (círculo hermenêutico). Parte da norma para o problema.
3-Elemento histórico 3- MÉTODO INTEGRATIVO OU CIENTÍFICO-ESPIRITUAL RUDOLF SMEND
(interpretação histórica): avalição Esse método obriga o intérprete a promover uma "captação espiritual"
do momento de elaboração da dos conteúdos axiológicos da ordem constitucional. Conforme ensina
norma (ideologia então vigente). Bonavides: exige que o intérprete constitucional se prenda "à realidade
da vida, à “concretude” da existência, compreendida esta sobretudo pelo
que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da
própria realidade, submetida à lei de sua integração.
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*Aprofundamento
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Trata-se de teoria proposta por John Hart Ely, segundo a qual cabe aos magistrados, como
papel principal, a proteção de direitos indispensáveis (pré-condições) ao bom
funcionamento da democracia, bem como de grupos em situação de risco resultante da
insuficiência do processo democrático.
A partir de uma concepção procedimental de democracia, o Judiciário deve agir para
assegurar a regular participação política de todos, evitando desvirtuamento do processo
democrático, mas sem interferir diretamente no mérito das escolhas feitas pelos poderes
públicos.
Minimalismo e Maximalismo
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MINIMALISMO MAXIMALISMO
Pragmatismo jurídico:
Defendido por Richard Posner, tem como núcleo “a adjucação pragmática”, segundo a
qual a decisão deve visar o resultado mais razoável, levando em consideração não apenas
consequências decorrentes do caso específico, mas também as sistêmicas em seu sentido
mais amplo.
O primeiro elemento central dessa concepção consiste na ênfase nas consequências, isto
é, o juiz deve estar atento às consequências imediatas do caso, bem como às futuras
consequências sistêmicas, incluído o respeito às leis e aos precedentes.
Outro elemento relevante é a razoabilidade, tendo em vista que o juiz deve buscar proferir
a decisão mais razoável possível, sopesando suas vantagens e desvantagens. Isso significa
levar em consideração, além das consequências específicas da decisão, a preservação dos
valores do Estado de Direito, além de outras considerações de ordem psicológica e
prudencial.
Por fim, o caráter prospectivo também pode ser entendido como elemento central do
pragmatismo jurídico, que é uma teoria voltada para o futuro.
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REGRAS PRINCÍPIOS
Grau de abstração reduzido Grau de abstração elevado
Suscetíveis de aplicação direta Carecem de mediações concretizadoras
Podem ser normas vinculativas com conteúdo São standards juridicamente vinculantes radicados
meramente funcional nas exigências de justiça ou na ideia de direito
Relatos descritivos de condutas a partir dos quais, A previsão dos relatos dá-se de maneira mais
mediante subsunção, chega-se à conclusão. abstrata, sem se determinar a conduta correta, já
que cada caso concreto deverá ser analisado para
que o intérprete dê o exato peso entre os princípios
em choque
São mandamentos ou mandados de definição: são São mandados de otimização (Alexy): devem ser
sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas (tudo ou realizados na maior medida do possível. Podem ser
nada) satisfeitos em graus variados, a depender das
possibilidades jurídicas.
Uma das regras em conflito OU será afastada pelo A colisão resolve-se pela ponderação ou
princípio da especialidade, OU será declarada balanceamento de princípios.
inválida.
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c) EFEITO INTEGRADOR: O intérprete deve preferir a interpretação que gera mais paz
social, reforço da unidade política, integração da sociedade.
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7.PODER CONSTITUINTE
Segundo Canotilho, o Poder Constituinte se revela como uma questão de “poder”, “força”
ou “autoridade” política que, em uma situação concreta, pode criar, garantir ou eliminar
uma Constituição entendida como lei fundamental da comunidade política. A doutrina
aponta a existência de três poderes constituintes: originário, derivado, difuso e
supranacional.
ORIGINÁRIO
ORIGINÁRIO
PODER CONSTITUINTE
REVOLUCIONÁRIO
REFORMADOR
DERIVADO DECORRENTE
REVISOR
SUPRANACIONAL
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Instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem
jurídica precedente e possui como características:
• Inicial: Inaugura toda a normatividade jurídica;
• Autônomo: NÃO convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia;
• Incondicionado: Não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica;
• Ilimitado;
• Latente: É atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer
momento.
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Obs.: “O Poder Constituinte Material precede o Formal em dois aspectos: (I) logicamente,
porque 'a ideia de direito precede a regra de direito; o valor comanda a norma; a opção
política fundamental, a forma que elege para agir sobre os fatos; a legitimidade, a
legalidade'; e (II) historicamente, pois o triunfo de certa ideia de direito ou nascimento de
certo regime ocorre antes de sua formalização” (NOVELINO, 2017, p. 72).
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ATENÇÃO: "Hiato Constitucional" - Tese do Professor Ivo Dantas (Recife) - Refere-se a uma ruptura
entre a constituição positivada e a realidade social (falta de sincronia). Como consequência, esses
hiatos podem criar as seguintes situações:
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Obs.: Em sua obra clássica O que é o Terceiro Estado?, Joseph Sieyès sustentava que o
Terceiro Estado seria a nação, titular do poder constituinte.
7.3.4 Legitimidade
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- Princípios constitucionais estabelecidos: regras previstas para outros entes que, por
consequência, veda a atuação do Estado naquela matéria e;
- Princípios constitucionais extensíveis: Normas organizatórias da União aplicadas aos
estados pelo princípio da simetria, e podem ser expressos ou implícitos. Ex: Sistema
eleitoral, imunidades e impedimentos dos Deputados.
1ª Corrente: Há quem compreenda que as leis orgânicas são efetivo exercício do poder
constituinte derivado decorrente.
2ª Corrente (MAJORITÁRIA): Inexiste tal poder no âmbito dos municípios, pois estes
submetem-se a um poder de terceiro grau, na medida em que devem observância a CF/88
e a respectiva Constituição Estadual. Entende-se que o poder derivado decorrente
somente existe em face do segundo grau, ou seja, quando extrai seu fundamento de
validade da própria constituição.
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O poder constituinte outorgado aos Estados-membros sofre as limitações jurídicas impostas pela
Constituição da República. Os Estados-membros organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem (CF, art. 25), submetendo-se, no entanto, quanto ao exercício dessa prerrogativa institucional
(essencialmente limitada em sua extensão), aos condicionamentos normativos impostos pela CF, pois é
nessa que reside o núcleo de emanação (e de restrição) que informa e dá substância ao poder
constituinte decorrente que a Lei Fundamental da República confere a essas unidades regionais da
Federação.
[ADI 507, rel. min. Celso de Mello, j. 14-2-1996, P, DJ de 8-8-2003.]
= ADI 2.113, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-3-2009, P, DJE de 21-8-2009
O poder constituinte dos Estados-membros está limitado pelos princípios da Constituição da República,
que lhes assegura autonomia com condicionantes, entre as quais se tem o respeito à organização
autônoma dos Municípios, também assegurada constitucionalmente. O art. 30, I, da Constituição da
República outorga aos Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos de interesse local. A vocação
sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põe-se no âmbito da autonomia política local, em caso
de dupla vacância. Ao disciplinar matéria, cuja competência é exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da
Constituição de Goiás fere a autonomia desses entes, mitigando-lhes a capacidade de auto-organização e
de autogoverno e limitando a sua autonomia política assegurada pela Constituição brasileira.
[ADI 3.549, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-9-2007, P, DJ de 31-10-2007.]
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Art. 90, § 3º, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Disponibilidade remunerada dos servidores
públicos. (...) A imposição do prazo de um ano para aproveitamento do servidor em disponibilidade
ofende materialmente a Carta Federal, pois consiste em obrigação criada pelo Poder Legislativo que não
decorre direta ou indiretamente dos pressupostos essenciais à aplicação do instituto da disponibilidade
definidos na Constituição da República (art. 41, § 3º), e, principalmente, porque não condiz com o
postulado da independência dos Poderes instituídos, ainda que em sede do primeiro exercício do poder
constituinte decorrente. O art. 41, § 3º, da CF, na sua redação originária, era silente em relação ao
quantum da remuneração que seria devida ao servidor posto em disponibilidade. Esse vácuo normativo
até então existente autorizava os Estados a legislar sobre a matéria, assegurando a integralidade
remuneratória aos seus servidores. Contudo, a modificação trazida pela EC 19/1998 suplantou a previsão
contida na Carta estadual, pois passou a determinar, expressamente, que a remuneração do servidor em
disponibilidade seria proporcional ao tempo de serviço.
[ADI 239, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 30-10-2014.]
A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte (redundantemente chamado de
"originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja formal,
porque provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo. Já as normas produzidas pelo poder
reformador, essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação que recebam da ordem
constitucional. Daí a necessária obediência das emendas constitucionais às chamadas cláusulas pétreas.
[ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-2011.]
As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de
normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a
Constituição as prevê apenas como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a
Constituição elaborada pelo poder constituinte originário, e não como abarcando normas cuja
observância se impôs ao próprio poder constituinte originário com relação às outras que não sejam
consideradas como cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas.[ADI 815, rel. min. Moreira
Alves, j. 28-3-1996, P, DJ de 10-5-1996.]
As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de
normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a
Constituição as prevê apenas como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a
Constituição elaborada pelo poder constituinte originário, e não como abarcando normas cuja
observância se impôs ao próprio poder constituinte originário com relação às outras que não sejam
consideradas como cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas.[ADI 815, rel. min. Moreira
Alves, j. 28-3-1996, P, DJ de 10-5-1996.]
O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao processo consignado no art. 60,
§§ 2º e 3º, da CF, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do
aludido artigo. A anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma das
garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao poder impositivo do Estado.[RE
587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, DJE de 6-5-2011, Tema 107.] Vide ADI 939, rel. min. Sydney
Sanches, j. 15-12-1993, P, DJ de 18-3-1994
Art. 85 da Constituição do Estado de Rondônia, que elevou para treze o número de desembargadores do
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SEMANA 01
Tribunal de Justiça. Ofensa manifesta ao princípio da iniciativa privativa, para o assunto, do Tribunal de
Justiça, consagrada no art. 96, II, b, da CF, de observância imperiosa pelo poder constituinte derivado
estadual, como previsto no art. 11 do ADCT/1988.[ADI 142, rel. min. Ilmar Galvão, j. 19-6-1996, P, DJ de
6-9-1996.]
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 3.279/1999 do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe sobre o
cancelamento de multas de trânsito anotadas em rodovias estaduais em certo período relativas a
determinada espécie de veículo. Inconstitucionalidade formal. (...) O cancelamento de toda e qualquer
infração é anistia, não podendo ser confundido com o poder administrativo de anular penalidades
irregularmente impostas, o qual pressupõe exame individualizado. Somente a própria União pode
anistiar ou perdoar as multas aplicadas pelos órgãos responsáveis, restando patente a invasão da
competência privativa da União no caso em questão. [ADI 2.137, rel. min. Dias, 2013.]
A providência imposta pela lei estadual é inadequada porque a simples presença de um empacotador
em supermercados não é uma medida que aumente a proteção dos direitos do consumidor, mas sim
uma mera conveniência em benefício dos eventuais clientes. Trata-se também de medida desnecessária,
pois a obrigação de contratar um empregado ou um fornecedor de mão de obra exclusivamente com
essa finalidade poderia ser facilmente substituída por um processo mecânico. Por fim, as sanções
impostas revelam a desproporcionalidade em sentido estrito, eis que capazes de verdadeiramente falir
um supermercado de pequeno ou médio porte. Procedência da ação, para declarar a
inconstitucionalidade da Lei 2.130/1993, do Estado do Rio de Janeiro.
[ADI 907, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 1º-8-2017, P, DJE de 24-11-2017.]
Referência Bibliográficas
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https://www2.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=&instituto=&organizadora=&prova=
&ano_publicacao=&cargo=175&escolaridade=&modalidade=&disciplina=3&assunto=16258++428
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das=
a) não tem limites materiais desde que se preveja conjuntamente, na redação da proposta de
emenda, revisão de conteúdo das próprias cláusulas pétreas.
b) não tem limites materiais desde que suas decisões sejam submetidas a referendo deliberativo
da população.
c) tem limites materiais encontrados na proteção dos direitos e garantias individuais, dos quais se
exclui a maioridade penal por não estar disposta no Capítulo I (Dos direitos e deveres individuais e
coletivos) do Título II (Dos direitos e garantias fundamentais) da CF/88.
d) tem limites materiais expressos nas chamadas cláusulas pétreas, que impedem modificações
nos direitos e garantias individuais.
e) tem limites materiais encontrados na proteção dos direitos e garantias individuais, que se
encontram ao longo de toda a Constituição conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.
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a) reformador.
b) revisor.
c) decorrente.
d) regulamentar.
e) subsidiário.
77
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a) participação popular.
b) procedimentalismo.
c) separação dos Poderes.
d) judicialismo.
e) substancialismo.
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de se levar em conta o fato de se tratar tanto de uma nova ordem constitucional quanto de uma
reforma constitucional que venha a se manifestar em relação ao direito constitucional originário
ou mesmo em relação à legislação infraconstitucional. Ingo Sarlet, et al. Curso de Direito
Constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 187 (com adaptações).
Entre as situações que podem ocorrer no contexto descrito pelo texto, o Supremo Tribunal
Federal (STF) admite a
a) recepção de lei anterior, desde que materialmente compatível com a nova Constituição.
b) constitucionalidade superveniente de lei ordinária originalmente inconstitucional, por meio de
emenda constitucional posterior.
c) manutenção de status constitucional de norma constitucional anterior, ainda que a nova
Constituição seja omissa sobre o assunto.
d) inconstitucionalidade superveniente de lei anterior em relação a Constituição posterior, para
fins de ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade.
e) desconstitucionalização de norma constitucional anterior, ainda que não haja previsão expressa
sobre o assunto na nova Constituição.
a) é fenômeno reconhecido apenas pela doutrina, uma vez que o STF evita aplicá-la.
b) ocorre em razão da natureza monossêmica do texto constitucional.
c) acarreta a alteração da configuração verbal do texto constitucional.
d) decorre da técnica de declaração de nulidade de dispositivos legais pelo controle concentrado.
e) é justificada pelas modificações na realidade fática e na percepção do direito.
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( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
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a) V.
b) I e III.
c) III, IV e V.
d) II e III.
e) III e V.
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É correto afirmar que o neoconstitucionalismo, que pode ser entendido tanto como uma teoria do
Direito, quanto como uma teoria do Estado, na primeira das acepções apresenta como uma de
suas características essenciais:
I - CF/88, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Art. 34, caput: “O sistema tributário
nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da
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Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação determinada pela
Emenda n. 1, de 1969, e pelas posteriores”.
II - CF/88, Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
A proteção dos limites materiais ao poder de reforma constitucional não alcança a redação do
texto constitucional, visando sua existência a evitar a ruptura com princípios que expressam o
núcleo essencial da CF.
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( ) Certo ( ) Errado
a) O princípio da legalidade tem extensão distinta do princípio da reserva legal, sendo certo que na
ordem jurídica nacional não há hipótese de reserva legal relativa.
b) O poder constituinte originário não se expressa por intermédio do estabelecimento de uma
constituição decorrente de declaração unilateral de determinado agente revolucionário.
c) O dispositivo constitucional que prevê a possibilidade de impetração de mandado de injunção
configura norma de preordenação de reprodução obrigatória pelos estados no exercício do poder
constituinte derivado decorrente.
d) O ensino religioso deve existir obrigatoriamente nas escolas públicas de ensino fundamental,
sem que tal circunstância caracterize afronta à liberdade de crença.
e) De acordo com entendimento do STF, a CF não admite o estabelecimento de limite de idade
para a inscrição em concurso público.
a) A dissolução compulsória de associação já constituída ocorrerá por decisão judicial, não sendo
necessário, em face da comprovação de atividade ilícita, aguardar o trânsito em julgado para a
efetiva dissolução.
b) Na hipótese de cancelamento de naturalização por decisão judicial fundada na constatação de
ocorrência de prática de atividade nociva ao interesse nacional, o interessado não pode readquirir
naturalização mediante novo processo de naturalização.
c) No sistema brasileiro, o exercício do poder constituinte originário implica revogação das normas
jurídicas inseridas na constituição anterior, apenas quando forem materialmente incompatíveis
com a constituição posterior.
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a) O caráter ilimitado do poder constituinte originário deve ser entendido guardadas as devidas
proporções: embora a Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988 não se subordinasse a
nenhuma ordem jurídica que lhe fosse anterior, devia observância a certos limites extrajurídicos,
como valores éticos e sociais.
b) Com a promulgação da CF, esgotou-se, no Brasil, o poder constituinte originário.
c) Ao serem eleitos, os parlamentares que integraram a Assembleia Nacional Constituinte
instalada no Brasil em 1987 tornaram-se os únicos titulares do poder constituinte originário.
d) A Assembleia Nacional Constituinte instalada no Brasil em 1987 exerceu poder constituinte
derivado.
e) A Assembleia Nacional Constituinte instalada no Brasil em 1987 exerceu poder constituinte
originário, caracterizado como inicial e autônomo, não se subordinando a limitações de nenhuma
ordem, ainda que extrajurídicas.
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SEMANA 01
a) Um parlamentar da Casa em que esteja tramitando a PEC poderá ajuizar mandado de segurança
no STF, questionando, em controle difuso, a constitucionalidade da proposta por ofensa a
limitações materiais e circunstanciais ao poder de reforma.
b) A despeito de ofender limitações materiais e circunstanciais ao poder de reforma, a PEC será
considerada constitucional se aprovada, em dois turnos de votação, por unanimidade em ambas
as Casas do Congresso Nacional.
c) A PEC, inconstitucional por ofensa a limitações materiais e circunstanciais ao poder de reforma,
não poderá ser objeto de controle de constitucionalidade preventivo pela via difusa, devendo-se
aguardar a sua promulgação para que, em seguida, um dos legitimados possa ajuizar ação direta
de inconstitucionalidade.
d) Para estar de acordo com a CF, a PEC deverá ser aprovada, em dois turnos de votação, por três
quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, podendo ser promulgada na vigência
do estado de defesa.
e) Para estar de acordo com a CF, a PEC deverá ser aprovada, em dois turnos de votação, por três
quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, desde que promulgada depois de
cessado o estado de defesa.
Respostas 01: E 02: C 03: C 04: E 05: A 06: A 07: E 08: C 09: E 10: A 11: A 12: A
13: C 14: A 15: D 16: C 17: D 18: B 19: A 20: A
87
SEMANA 01
META 2
Para verificar a incidência do tema a ser estudado nessa meta, consulte o nosso arquivo
“Gráficos – Matérias mais cobradas DPE”.
DIREITO PENAL
Da Pena
Do Crime
Legislação Especial
4%
4%4%
Crimes Contra a Administração Pública
4% 30% Crimes Contra o Patrimônio
4%
7% Periclitação da Vida e da Saúde
Prescrição
7%
Ação Penal
7% 11%
Crimes Contra a Dignidade Sexual
7% 11%
Crimes Contra a Pessoa
Crimes Contra a Saúde Pública
Princípios
Da Pena: 8 questões
Do Crime: 3 questões
Legislação Especial: 3 questões
Crimes Contra a Administração Pública: 2 questões
Crimes Contra o Patrimônio: 2 questões
Periclitação da Vida e da Saúde: 2 questões
Prescrição: 2 questões
Ação Penal: 1 questão
Crimes Contra a Dignidade Sexual: Crimes Contra a Pessoa: 1 questão
Crimes Contra a Saúde Pública: 1 questão
Princípios: 1 questão
88
SEMANA 01
FOCO: DOUTRINA
CF/88
⦁ Art. 5º, II
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII
⦁ Art. 5º, XXXIX
⦁ Art. 5º, §3º
⦁ art. 7º, X
⦁ Art. 22, I e §único
⦁ art. 227, § 4º
CP
⦁ Art. 1º
⦁ Art. 59
⦁ Art. 71
89
SEMANA 01
1.1 Conceito
É um ramo do Direito Público, vez que suas normas são indisponíveis, impostas e
dirigidas a todas as pessoas.
Além disso, o Estado é o titular do direito de punir e por isso sempre figura como
sujeito passivo das infrações penais, ainda que de forma mediata.
Ainda sobre o conceito de direito penal:
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SEMANA 01
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SEMANA 01
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SEMANA 01
* Contextualizando:
O Direito Penal tem a função de proteger um fragmento dos bens jurídicos. Protege
apenas os bens mais importantes para a vida em sociedade. O legislador escolhe
quais bens serão tutelados pelo Direito Penal, com base na intervenção mínima, na
fragmentariedade e na subsidiariedade. O Direito Penal tutela bens jurídicos
relevantes com base no tipo penal que descreve uma conduta em seu preceito
primário e uma sanção penal em seu preceito secundário.
93
SEMANA 01
portanto, a função do direito penal. Sua função seria demonstrar que a norma continua
vigorando e deve ser obedecida.
- Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo do gênero, e
sim, como norma, como expectativa garantida”. (Direito Penal e Funcionalismo, 2005,
p.33-34)
- E ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, de forma
grave e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como inimigo da sociedade, por
não cumprir sua função no corpo social, não fazendo jus às garantias previstas pela norma
a qual tal sujeito infringe.
- Ao delinquente-cidadão, seria aplicado o direito penal do cidadão, ao passo que ao
delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo (tópico específico mais à
frente).
* Contextualizando:
#APROFUNDANDO: Vamos a uma tabelinha com mais características das duas vertentes
do funcionalismo para fixarmos as diferenças?
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SEMANA 01
FUNCIONALISMO PENAL
• Garantia dos cidadãos contra o arbítrio estatal, vez que só podem ser punidos por
atos previstos como infração penal e por pena também determinada em lei;
- Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”;
95
SEMANA 01
• Simbólica – não produz efeitos externos, mas somente na mente dos cidadãos e
governantes, sendo uma função inerente a todas as leis, não apenas ao Direito
Penal;
- Enquanto os governados pensam que a contenção da criminalidade e as medidas
necessárias para tanto estão sob o controle das autoridades, os governantes ficam
com a sensação de terem feito algo e adiam a efetiva resolução do problema,
retirando, ao longo do tempo, a credibilidade do direito penal.
- Geralmente é manifestada pelo “direito penal do terror”, que se apresenta de
duas formas:
* Inflação legislativa (direito penal de emergência) – em que são criados
tipos penais desnecessários para dar resposta a qualquer tipo de problema;
* Hipertrofia do Direito Penal – aumentando desproporcional e
injustificadamente as penas em casos pontuais, como se isso, por si só, fosse
impedir a prática do crime.
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SEMANA 01
• Redução da violência estatal – pois, embora legítima e necessária, a pena não deixa
de ser uma agressão ao indivíduo, devendo, portanto, restringir-se aos casos
necessários e legais.
#APROFUNDAMENTO:
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SEMANA 01
VIII – Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (ius puniendi), que pertence
exclusivamente ao Estado e nasce quando uma lei penal é violada;
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SEMANA 01
Abordado por Hassemer. Segundo ele, o direito penal deve se preocupar apenas com os
bens jurídicos individuais, tais como a vida, patrimônio, propriedade, etc., bem como de
infrações penais que causem perigo concreto.
Por outro lado, se o intuito da previsão da infração é proteger apenas bem jurídico difuso,
coletivo ou de natureza abstrata, não deveria ser considerada uma infração penal. Deveria
ser regulada por um sistema jurídico diverso, com sanções mais brandas que as do direito
penal, sem risco de privação da liberdade do infrator, mas aplicadas também por uma
autoridade judiciária, de forma mais célere e ampla, podendo ser até mais efetiva, para
não tornar o direito penal inócuo e simbólico. Exemplo no BR: Lei 8429/92.
Este seria o direito de intervenção. O direito de intervenção estaria acima do direito
administrativo, mas abaixo do direito penal. Para o autor, de um lado, o Direito Penal,
dada sua gravidade, não pode ser utilizado para a tutela de bens jurídicos difusos,
coletivos, transindividuais etc. Lado outro, sabe-se que as autoridades administrativas não
possuem a independência necessária para a aplicação das penalidades. Por isso, propõe o
Direito de Intervenção.
Há críticas acerca de tal posicionamento na doutrina, pela dúvida de como seria a
legitimidade e como atuaria o direito de intervenção, bem como se tais sanções seriam
suficientes para tutelar bens importantes que se caracterizam como coletivos, difusos ou
de natureza abstrata.
99
SEMANA 01
I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o direito penal,
entendendo o sentido das normas e aplicando-o de forma lógico-racional (não emocional).
100
SEMANA 01
O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito penal,
criminologia e política criminal.
* #NÃOCUSTALEMBRAR:
ATENÇÃO
Sobre a seletividade, define Zaffaroni:
DEFENSORIA!
101
SEMANA 01
#SELIGA: Você sabe o que é Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo? Referem-
se aos sistemas penais subterrâneos e paralelos.
De acordo com Zaffaroni, “sistema penal é o conjunto das agências que operam a
criminalização primária e a criminalização secundária ou que convergem na sua produção”.
A criminalização primária é a elaboração das leis penais, ao passo que a fiscalização e a
execução das punições devem ser cumpridas pelas agências de criminalização secundária
(Polícia, Ministério Público, Judiciário e agentes penitenciários).
Como o sistema penal formal do Estado não exerce todo do poder punitivo, outras
agências acabam se apropriando desse espaço e passam a exercer o poder punitivo
paralelamente ao estado (sistemas penais paralelos).
Portanto, o DIREITO PENAL SUBTERRÂNEO consiste no exercício desmedido do direito de
punir pelas próprias agências estatais responsáveis pela execução do controle, à margem
da lei e de maneira violenta e arbitrária. É dizer: ocorre quando as instituições oficiais
102
SEMANA 01
atuam com poder punitivo ilegal, acarretando abuso de poder. Ex.: institucionalização de
pena de morte (execução sem processo), desaparecimentos, torturas, extradições
mediante sequestro, grupos especiais de inteligência que atuam fora da lei etc.
A seu turno, o DIREITO PENAL PARALELO é aquele exercido por órgãos que não fazem
parte da estrutura estatal oficial, mas que exercem o poder punitivo com a mesma
impetuosidade e arbitrariedade, formando os chamados “sistemas penais paralelos”.
Como o sistema penal formal do Estado não obtêm êxito em grande parte da aplicação e
exercício do poder punitivo, outras agências apropriam-se desse espaço e o exercem de
modo paralelo ao estado (criando sistemas penais paralelos). Ex.: médico que aprisiona
doentes mentais; institucionalização pelas autoridades assistenciais dos morados de rua
etc.
Nesse caso, a principal diferença entre o sistema penal subterrâneo e o paralelo é que um
integra a estrutura penal formal, enquanto o outro não.
Como as agências de criminalização não possuem estrutura para realizar o programa de
repressão penal em sua totalidade (criminalização secundária), acabam realizando apenas
uma pequena parcela, por conta dessa patente falibilidade, surgem as cifras do direito
penal.
A chamada CIFRA OCULTA OU NEGRA da criminalidade representa a diferença dos crimes
efetivamente ocorridos com a parcela que chega ao conhecimento das instâncias penais
ou que são efetivamente punidos.
Nesse sentido, a cifra negra ou oculta consiste em gênero, do qual as demais “cifras
penais” constituem espécie. Nesse contexto:
- CIFRA ROSA relaciona-se aos crimes de homofobia
- CIFRA DOURADA relaciona-se à criminalidade econômica (crimes de colarinho branco,
crimes contra a ordem tributária, crimes contra a economia popular)
- CIFRA VERDE relaciona-se aos crimes cometidos contra o meio ambiente.
103
SEMANA 01
O ordenamento penal brasileiro adotou o Direito Penal do fato, mas que considera
circunstâncias relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da pena. Ex: art.
59 do CP; Reincidência.
O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações penais
que desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – abolido), pois
era direito penal do autor.
4.1. Conceito
104
SEMANA 01
- Ex: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O
legislador não a observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será
utilizado o controle de constitucionalidade, previsto na própria constituição como
garantia secundária, julgando o ato nulo.
* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero aplicador da lei, um mero
executor da vontade do legislador ordinário. Ele é, antes de tudo, o guardião de direitos
fundamentais.
• Nulla poena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando
houver, efetivamente, a prática de determinada infração penal;
• Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente
prevista na lei penal;
• Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou
impor determinados comportamentos, sob a ameaça de sanção, se houver
absoluta necessidade de proteger determinados bens, tidos como fundamentais
ao nosso convívio em sociedade, (direito penal mínimo);
• Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem,
obrigatoriamente, ultrapassar a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à
sua esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu particular modo de ser, somente
havendo possibilidade de proibição de comportamentos quando estes vierem a
atingir bens de terceiros;
• Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas
mediante a ação do agente, ou omissão, quando previsto em lei;
• Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas;
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* CONTEXTUALIZANDO:
5.1. Conceito
Aquele que viola o sistema deve ser considerado e tratado como inimigo. O delinquente,
autor de determinados crimes, não é ou não deve ser considerado como cidadão, mas
como um “cancro societário”, que deve ser extirpado (Munhoz Conde).
- Destaque-se que nem todo criminoso é inimigo, apenas uma parcela reduzida de
criminosos é que entra neste rol.
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SEMANA 01
do Direito Penal”. Isto porque se aplica a pena de prisão e também por ser extremamente
célere, já que suprime direitos e garantias.
Segundo, Cleber Masson (2017, p. 111) a teoria das velocidades do direito penal “parte do
pressuposto de que o Direito Penal, no interior de sua unidade substancial, contém dois
grandes blocos, distintos, de ilícitos: o primeiro das infrações penais às quais são
cominadas penas de prisão (direito penal nuclear), e o segundo, daqueles que se vinculam
aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal periférico)”.
• Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas alternativas
à prisão, como restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais rápida, sendo
admissível, para tanto, uma flexibilização proporcional dos princípios e regras
processuais. Aplicável a delitos de menor gravidade.
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Diz respeito à criação do Direito Penal. Via de regra, é a União, art.22, I, da CF/88, pois
“compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”.
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*Atenção: O artigo 22, parágrafo único, CF/88, prevê que “Lei Complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas neste artigo”, o que
permite entender que abarca, inclusive, o Direito Penal.
Diz respeito à aplicação do Direito Penal. Esse ponto varia um pouco de doutrinador
para doutrinador.
*Porém, até mesmo aqui, a única fonte formal que pode criar
tipos penais e culminar penas é a lei (reserva legal). O restante é
fonte não-incriminadora.
Mediatas: Mediatas:
• Costumes • Doutrina
• Princípios gerais do Direito
• *Alguns colocam atos
administrativos.
Fonte informal:
• Costumes
#DETALHANDO:
O que é costume? Costume é a repetição de um comportamento (elemento objetivo)
em face da crença na sua obrigatoriedade (elemento subjetivo).
≠ de hábito, que consiste na mera repetição de comportamento (elemento objetivo),
mas sem a crença na sua obrigatoriedade.
Costume não cria crime, não comina pena, só a Lei (veda-se o costume incriminador).
Espécies de costumes:
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SEMANA 01
* ATENÇÃO: Para alguns autores, a doutrina não é fonte do direito penal por não ter força
cogente, ou seja, não ser revestida de obrigatoriedade. Os tratados internacionais podem
ser classificados como fonte do direito penal apenas quando incorporados ao direito
interno. Se versar sobre direitos humanos e for aprovado seguindo o rito de emendas
constitucionais, terá força normativa de emendas constitucionais (art. 5º, §3°, CF). Caso
não siga tal rito, terá força de norma supralegal.
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SEMANA 01
O Direito Penal deve servir apenas e tão somente para proteger bens jurídicos
relevantes (Roxin). Ademais, nenhuma criminalização é legítima se não busca evitar a lesão
ou o perigo de lesão a um bem juridicamente determinado. Impede que o Estado utilize o
Direito Penal para a proteção de bens ilegítimos.
*Relembrando: A espiritualização dos bens jurídicos no Direito Penal (Roxin) revela uma evolução quanto
à proteção dos bens jurídicos dentro do Direito Penal. Em um momento inicial, apenas os crimes de dano
contra bens jurídicos individuais possuíam relevância no âmbito penal. Modernamente, o Direito Penal
antecipou a tutela, assumindo um papel preventivo, passando a punir os crimes de perigo contra bens
supraindividuais (como por exemplo, a tipificação de crimes ambientais).
- Parcela da doutrina critica essa expansão da tutela penal na proteção de bens jurídicos de caráter difuso
ou coletivo. Argumenta-se que tais bens são formulados de modo vago e impreciso, bem como, que não
seria esse o papel do direito penal, que deve ser utilizado apenas como última ratio, havendo outras searas
que poderiam solucionar tais questões, em razão dos princípios que estudaremos a seguir.
113
SEMANA 01
ILÍCITOS EM GERAL
ILÍCITOS
PENAIS
Como na figura, nem tudo o que é ilícito caracteriza um ilícito penal, mas apenas
uma pequena parcela. Porém, todo ilícito penal será também ilícito perante as demais
searas do direito.
Ex.: se um funcionário público pratica crime, isso sempre configurará também uma
infração administrativa. Porém, a recíproca não é verdadeira. Nem toda infração
administrativa encontrará uma correspondente tipificação penal.
Do princípio da intervenção mínima decorrem dois outros princípios:
- FRAGMENTARIEDADE
Somente devem ser tutelados pelo direito penal os casos de relevante lesão ou
perigo de lesão aos bens jurídicos fundamentais para a manutenção e o progresso do ser
humano e da sociedade.
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- SUBSIDIARIEDADE
A intervenção penal fica condicionada ao fracasso dos demais ramos do direito,
funcionando como um soldado de reserva.
Direciona-se ao aplicador do direito, no plano concreto, devendo ser aplicado
apenas quando todos os demais ramos se revelarem impotentes.
STJ (HC 197.601/RJ) O Direito Penal deve ser encarado de acordo com a
principiologia constitucional. Dentre os princípios constitucionais implícitos
figura o da subsidiariedade, por meio do qual a intervenção penal somente
é admissível quando os demais ramos do direito não conseguem bem
equacionar os conflitos sociais.
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Tipicidade formal: juízo de adequação do fato à norma (analisa se o fato praticado na vida
real, se amolda, se encaixa ao modelo de crime descrito na lei penal).
Ex.: Sujeito subtrai um iogurte de um hipermercado. Como subtraiu coisa alheia móvel, o
fato se adequa ao tipo penal de furto.
Tipicidade material: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido.
No exemplo acima, em que pese tenha havido a tipicidade formal, o ato praticado não foi
capaz de causar lesão relevante ao bem protegido, vez que o valor de um iogurte não faria
a menor diferença no patrimônio de um hipermercado, não havendo, portanto, tipicidade
material.
Mas atenção: NÃO É SÓ O VALOR que deve ser analisado para que seja reconhecida a
insignificância da conduta! Existem outros requisitos que devem ser observados, conforme
jurisprudência consolidada da Suprema Corte.
Ademais, valor insignificante e pequeno valor não são necessariamente sinônimos.
Por vezes, em casos de furto, por exemplo, a questão apresenta um bem de um valor
baixo, mas não irrisório/insignificante, que servirá apenas para caracterizar a causa de
diminuição de pena do furto privilegiado, mas não excluirá a tipicidade material, seja pelo
fato de o valor ser pequeno, mas não irrisório, seja por não preencher algum outro
requisito. Então fique de olho!
Sobre os valores, não há nenhuma tese fixa sobre. É necessário analisar o contexto.
Porém, analisando as decisões proferidas, o STF tem aceito como insignificantes
normalmente valores que que giram em torno de 10% do salário mínimo, com variações
para mais e para menos (é só uma ideia). Já como pequeno valor, para o privilégio, admite-
se o valor de até 1 salário mínimo integral (raciocínio aplicável aos demais delitos que
admitem o privilégio).
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REQUISITOS SUBJETIVOS
§ Condições pessoais do agente
§ Condição da vítima
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16. Súmula 606-STJ: não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina
de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da
lei 9.472/97. (O STF tem um julgado publicado em informativo em sentido contrário, ou seja,
aplicando, mas a maioria das decisões é no mesmo sentido do STJ.)
17. Crimes conta a administração pública:
STF - Antes não admitia, mas possui decisões recentes admitindo, como por exemplo, em caso
de peculato.
STJ – Possui entendimento sumulado negando a aplicação (súmula 599).
Porém, STF e STJ admitem nos crimes contra a Administração Pública praticados por
particulares, a exemplo do descaminho, que, topograficamente, estão inseridos no título dos
Crimes contra a Administração Pública, então cuidado em prova!
18. Crimes tributários e descaminho:
Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes tributários e descaminho?
3
Para finalizar o estudo deste princípio, precisamos ainda fazer uma última diferenciação:
BAGATELA PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA4, o que faremos com a ajuda do Dizer o
Direito.
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Dessa forma, se a pena não for mais necessária, ela não deverá ser imposta
(princípio da desnecessidade da pena conjugado com o princípio da irrelevância penal do
fato).
A bagatela imprópria foi acolhida pela 5ª Turma do STJ, confirmando decisão da 1ª e
2ª instâncias judiciais no AgRg no AREsp 1423492 / RN (decisão publicada 29/05/2019)
Para que ocorra o delito, é imprescindível a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado. O direito penal não deve se ocupar de questões éticas, morais, religiosas,
políticas, filosóficas.
Em razão do princípio da lesividade, PROÍBE-SE:
- A criminalização de pensamentos e cogitações (direito à perversão)
- A criminalização de condutas que não tenham caráter transcendental (vedação à
autolesão)
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Encontra previsão no art. 5º, XXXIX da CFRB/88 e no art. 1º do CP: “Não há crime
sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Assim, a lei em
sentido estrito tem o monopólio na criação de crimes e cominação de penas – que só
serão aplicados a condutas posteriores à sua vigência, não podendo haver criação de
crimes e penas por costumes ou analogias, tampouco tipificação de condutas genéricas.
Ademais, a lei precisa ser anterior, escrita, estrita, certa (taxativa) e necessária.
A legalidade subdivide-se em:
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* ATENÇÃO: Medida provisória não pode criar crimes nem penas, mas STF admite para
favorecer o réu (RE 254818/PR).
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Tema recente: Até 2016, o crime de terrorismo ainda não tinha sido concretizado na
legislação brasileira. Pela Lei 13.260/16, houve o cumprimento desse mandado de
criminalização.
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Tem previsão no art. 8º, 4 do Pacto de São José da Costa Rica, incorporado ao nosso
ordenamento jurídico pelo Dec. 678/1992.
Proíbe que o agente seja punido duas vezes pelo mesmo fato, inclusive sopesando a
mesma situação ou circunstância para agravar a pena em mais de um momento da
126
SEMANA 01
dosimetria. Como exemplo, temos a Súmula 242 do STJ proíbe o uso de uma única
reincidência como circunstancia judicial desfavorável e como agravante, pois haveria
violação a este princípio.
Idealizado por Hans Welzel, este princípio traz a ideia de que ainda que uma
conduta seja formal e materialmente típica, não poderá ser considerada típica, caso ela
seja socialmente adequada, ou seja, não afronte o sentimento social de justiça.
Comporta duas vertentes, reduzindo a abrangência do tipo penal.
1. Se o fato está de acordo com a norma, mas não está de acordo com o interesse
social, a conduta deverá ser tida como atípica.
2. Também deve ser direcionado ao legislador. Isso porque, se a conduta está de
acordo com a sociedade, o legislador não pode criminalizar esta conduta, orientando o
parlamentar a como proceder na definição dos bens jurídicos a ser tutelados.
De acordo com Toledo, "a adequação social exclui desde logo a conduta em exame
do âmbito de incidência do tipo, situando-a entre os comportamentos normalmente
permitidos, isto é, materialmente atípicos". O autor cita o exemplo de lesões corporais
causadas por um pontapé em partidas de futebol.
Há forte crítica na doutrina acerca deste princípio, pelo fato de adotar um critério
impreciso, inseguro e relativo.
Importante saber que, segundo o STJ, o princípio da adequação social não afasta a
tipicidade da conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas, como se verifica do enunciado
da Súmula 502 do STJ: "Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação
ao crime previsto no art. 184, § 2°, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas".
127
SEMANA 01
Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Somente o condenado é que terá de
se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo Estado.
No entanto, efeitos secundários extrapenais da sentença penal condenatória
(obrigação de reparar o dano e decretação de perdimento de bens), podem se estender
aos sucessores até o limite da herança.
Art. 5º, XLV da CF – “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido”.
Desse princípio decorre:
128
SEMANA 01
Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, o agente somente pode ser
responsabilizado se o fato tiver sido querido, assumido ou previsto. Não há
responsabilidade penal sem dolo ou culpa.
Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz), com
potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do
comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra forma).
Exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é
lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que alguém pode ser privado
(gravidade da pena). Toda vez que, nessa relação, houver um desequilíbrio acentuado,
haverá desproporção. Ou seja, a pena deve ser proporcional à gravidade do fato. O
presente princípio apresenta uma dupla face, pois de um lado proíbe o excesso
(garantismo negativo), enquanto que de outro lado não admite a proteção insuficiente
(garantismo positivo) – já estudamos também no tópico do garantismo.
129
SEMANA 01
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson;
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André
de Azevedo;
- Nucci, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 6ed. São Paulo: RT, 2016.
- André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2018. (Coleção esquematizado/coordenador Pedro Lenza)
- Dizer o Direito (https://www.dizerodireito.com.br/);
130
SEMANA 01
https://www2.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=&instituto=&organizadora=&prova=
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131
SEMANA 01
132
SEMANA 01
a) V V V F V
b) V F V V F
c) V V F V F
d) F V F V F
e) F F V F V
133
SEMANA 01
a) O denominado direito penal do inimigo, que tem como expoente Günther Jakobs, pode ser
entendido como um direito penal de segunda velocidade, restringindo garantias penais e
processuais.
b) A terceira velocidade do direito penal, ligada à ideia de aplicação de penas alternativas,
encontra amparo no ordenamento penal brasileiro na Lei n. 9.099/1995.
c) A quarta velocidade do direito penal refere-se ao neopunitivismo, abrangendo aquelas pessoas
que violaram tratados e convenções internacionais de direitos humanos, ostentando a condição
de Chefes de Estado, devendo sofrer a incidência de normas internacionais.
d) A teoria da primeira velocidade do direito penal, fundada no respeito às garantias individuais,
tinha a ideia de um direito penal de mínima intervenção e sanções não privativas de liberdade.
e) A ideia de velocidades do direito penal foi concebida e sistematizada pelo professor Manuel
Cancio Meliá.
a) analógicos.
b) autênticos.
c) sociológicos.
d) gramaticais.
e) sintáticos.
134
SEMANA 01
a) punibilidade.
b) executividade.
c) tipicidade material.
d) ilicitude formal.
e) culpabilidade.
a) proporcionalidade.
b) intervenção mínima do Estado.
c) fragmentariedade do Direito Penal.
d) humanidade.
e) adequação social.
135
SEMANA 01
O direito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema
orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do
estado constitucional de direito.
( ) Certo ( )Errado
Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às teorias do bem
jurídico, julgue o item a seguir.
O fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia ao que hoje se
entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e da fragmentariedade.
( ) Certo ( )Errado
136
SEMANA 01
"A terrível humilhação por que passam familiares de presos ao visitarem seus parentes
encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e
mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos é
de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao
vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS,
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de 2014,
1o caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3)
Além da ideia de dignidade humana, por esse trecho o inconformismo do autor, recentemente
publicado na imprensa brasileira, sustenta-se mais diretamente também no postulado
constitucional da
a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.
a) a criminologia crítica demonstrou que a mulher tem maior tendência para cometer crimes
passionais.
b) os estabelecimentos penais destinados a mulheres devem ser dotados de estrutura adequada
para que possam cuidar de seus filhos e amamentá-los até o período máximo de seis meses de
idade.
c) caso a mulher presa seja surpreendida na posse de uma bateria de telefone celular comete falta
disciplinar de natureza grave, que acarreta a perda de convivência com seu filho na unidade
prisional.
137
SEMANA 01
d) o Decreto Presidencial de Indulto pode prever lapsos temporais menores para obtenção de
indulto pelas mulheres.
e) o relacionamento homoafetivo fora dos dias de visita constitui falta disciplinar de natureza
grave, pois pode subverter a ordem e a disciplina da unidade prisional.
A versão clássica do modelo penal garantista ideal se funda sob os princípios da legalidade estrita,
da materialidade e lesividade dos delitos, da responsabilidade pessoal, do contraditório entre as
partes e da presunção de inocência
138
SEMANA 01
( ) Certo ( )Errado
a) a tipicidade formal.
b) a tipicidade material.
c) a ilicitude da conduta.
d) a culpabilidade do agente.
139
SEMANA 01
e) a punibilidade da conduta.
a) sucessividade.
b) alternatividade.
c) consunção.
d) especialidade.
e) subsidiariedade.
140
SEMANA 01
Respostas 01: C 02: C 03: C 04: D 05: C 06: C 07: C 08: C 09: D 10: C 11: E 12: C
13: D 14: E 15: C 16: C 17: B 18: C 19: D 20: A
141
SEMANA 01
⦁ Art. 1º ao 12º, CP
⦁ Art. 71, CP
⦁ Art. 107, III, CP
⦁ Art. 70, CPP (análise comparativa com o art. 6º, CP)
⦁ Art. 2°, Lei 9.455/97
⦁ Art. 53, CF/88
⦁ Decreto. 56.435/65
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER!
142
SEMANA 01
143
SEMANA 01
Penal (art. 23), mas algumas estão na Parte Especial (art. 128 do CP) ou na legislação
extravagante;
b.2) exculpantes: afastam a culpabilidade do agente ou estabelecem a impunidade
de determinados delitos. São exemplos: doença mental, menoridade, prescrição e
perdão judicial;
b.3) interpretativas: são normas que esclarecem o conteúdo e o significado de outras
normas penais. É o caso, por exemplo, do conceito de funcionário público para fins
penais, previsto no art. 327 do CP;
b.4) finais, complementares ou de aplicação: delimitam o campo de validade das leis
incriminadoras, como os arts. 2º e 5º do CP;
b.5) diretivas: estabelecem princípios, como o art. 1º do CP, que trata da reserva
legal;
b.6) integrativas, complementares ou de extensão: complementam a tipicidade no
tocante ao nexo causal em crimes omissivos impróprios, à tentativa e à participação
(arts. 13, §2º, 14, II e 29, caput, do CP, respectivamente);
c) completas ou perfeitas: apresentam todos os elementos da conduta criminosa;
d) incompletas ou imperfeitas: são normas que reservam a complementação da definição
da conduta criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou ao julgador.
São leis penais em branco, nos dois primeiros casos, e tipos penais abertos, no último.
1.1.1 Leis Penais Em Branco
TEMA CORRIQUEIRO EM PROVA!
PRECISA ESTAR NA PONTA DA LÍNGUA
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SEMANA 01
Franz Von Liszt diz que “são corpos errantes em busca de alma”.
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SEMANA 01
A lei penal deve ser precisa e clara. Compõe-se de duas partes: comando principal
(preceito primário); e a sanção (preceito secundário). Principais características:
a) Exclusividade: somente a lei pode criar delitos e as penas correspondentes (art. 5º,
XXXIX, da CF);
146
SEMANA 01
ATENÇÃO DEFENSORIA! ESSE TEMA É BÁSICO EM DIREITO PENAL, POIS ESTÃO CONTIDAS
ALGUMAS DAS PRINCIPAIS GARANTIAS DO INDIVÍDUO CONTRA O PODER PUNITIVO DO
ESTADO!
147
SEMANA 01
Consequências:
• Aplica-se a lei penal que estava em vigor no momento da conduta, salvo se a lei
penal posterior for mais favorável (irretroatividade maléfica ou retroatividade
benéfica);
148
SEMANA 01
Art. 2º, CP – “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória” (ou seja, permanecem apenas os efeitos
extrapenais – como civis, administrativos, eleitorais etc).
É uma crítica à 1ª corrente, pelo fato de que extinção da punibilidade apenas tira o direito
de punir do Estado, enquanto o que ocorre aqui, na verdade, é a inexistência de crime
(TEORIA MAIS BENÉFICA #ATENÇÃO!)
149
SEMANA 01
o tipo penal respectivo, o crime de posse irregular de arma de fogo ficaria “suspenso” por
algum tempo. Esse prazo foi chamado de “abolitio criminis temporária”.
Sobre o tema:
Súmula 513 STJ: "A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até
23/10/2005."
Essa abolitio criminis temporária se aplica a fatos praticados entre 23/12/2013 a
23/10/2005. Abrange os crimes de posse de arma de uso permitido e restrito, bem como
as condutas equiparadas.
Porém, a partir de 23/10/2005 a 31/12/2009, passou a incidir somente sobre a conduta de
posse de uso permitido.
150
SEMANA 01
(2) Rapto violento era previsto no art. 219, 220, 221 e 222 no CP.
Essa figura do rapto foi revogada pela Lei 11106/05. No entanto, essa mesma Lei inclui o
inciso V no art. 148, p primeiro do CP. – sequestro e cárcere qualificado se o crime for
praticado com fins libidinosos.
O STF decidiu que NÃO HOUVE ABOLITIO CRIMINIS, mas sim, uma continuidade
normativo típica.
151
SEMANA 01
A novatio legis in mellius é a nova lei que de qualquer modo favoreça o agente (art. 2°,
parágrafo único, CP): A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
Atenção: A lei penal mais benéfica possui ULTRATIVIDADE – pode ser aplicada mesmo após
a sua revogação, caso o fato tenha sido praticado durante a sua vigência.
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SEMANA 01
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SEMANA 01
CARACTERÍSTICAS:
154
SEMANA 01
ATENÇÃO: Estas leis não se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis, salvo se lei posterior
for expressa nesse sentido.
155
SEMANA 01
VI – LEI INTERMEDIÁRIA
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SEMANA 01
Esse tema é bem decoreba! Quando cai questão em prova, normalmente, não é tão difícill
de acertar, mas para isso precisa ter DECORADO os nomes dos princípios, bem como a
letra da lei! Portanto, saibam quais princípios se aplicam aos incisos e parágrafos do art. 7º
do CP e DECOREM o art. 7º.
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SEMANA 01
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SEMANA 01
3.1.1 Extraterritorialidade
• Crimes praticados contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
- Princípio: Defesa real ou proteção
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SEMANA 01
CONDIÇÕES (CUMULATIVAS):
C) HIPERCONDICIONADA: Art. 7°, §3°, CP: a lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (princípio da personalidade
passiva), se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
161
SEMANA 01
*Para Fixar:
Via de regra, a competência para julgar o indivíduo que praticou o crime fora do território
nacional, mas que está sujeito à aplicação da lei brasileira, será da Justiça Estadual.
Contudo, se estiverem presente alguma das hipóteses do art. 109 da Constituição Federal,
a competência será da Justiça Federal, porém, a regra é da Justiça Estadual.
162
SEMANA 01
Vale também a leitura do art. 88 do CPP, que determina que: “No processo por crimes
praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde
houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será
competente o juízo da Capital da República”.
Obs: Atenção: Não se deve confundir eficácia da lei penal no espaço com competência
territorial. Esta, última, considerando o crime praticado no território nacional, tem seu
regramento estabelecido por normas processuais, nos termos dos arts. 69 e ss. do CPP.
*Para Fixar:
163
SEMANA 01
164
SEMANA 01
* Pena cumprida no estrangeiro: Conforme art. 8º, do CP, a pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas.
Mnemônico: LUTA
Lugar do crime = Ubiquidade
Tempo do crime = Atividade
Dispõe o art. 9º, do CP: A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz
na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
Obrigar o condenado à:
I- • Reparação de danos - Depende de requerimento da parte
civis interessada
• Restituições
• Outros efeitos civis
II - • Sujeitar o condenado - Depende da existência de tratado de
à medida de segurança. extradição entre o BR e o país de origem
- OU Requisição do MJ
Obs.: Efeitos incondicionados
• Reincidência - INDEPENDEM de homologação.
• Detração
Em regra, a sentença estrangeira NÃO precisa ser homologada no Brasil para gerar
efeitos, bastando prova legal da existência de condenação. No entanto, a sentença
estrangeira necessita ser homologada no Brasil pelo STJ (art. 105, I, “i”, da CF/88) para
gerar:
165
SEMANA 01
Atenção: a súmula 420 do STF diz o seguinte: Não se homologa sentença proferida no
estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
Porém, com a entrada em vigor do CPC/2015, que previu os requisitos para a homologação
da sentença estrangeira, foi tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ, que exigia o
trânsito em julgado. Agora, basta apenas que ela seja eficaz em seu país de origem. (Info
626 do STJ)
Contagem de prazo
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SEMANA 01
Interpretar é identificar a vontade da lei, definir seu conteúdo, seu significado, seu
alcance.
Na atividade interpretativa deve-se buscar sempre a mens legis, ou seja, a vontade
da lei e não a mens legislatoris, que é a vontade do legislador.
É de cunho obrigatório, ainda que a lei pareça clara.
167
SEMANA 01
168
SEMANA 01
• Interpretação analógica: Existe norma para o caso, mas o legislador previu uma
fórmula casuística seguida de uma genérica, permitindo ao juiz encontrar outros
casos similares. Também pode ser in malam partem Ex: art.121, §2º, I, CP;
“Paga, promessa de recompensa” – fórmula casuística
“Ou outro motivo torpe” – fórmula genérica
As duas opções citadas acima, são formas de interpretação.
• Analogia: NÃO existe norma para o caso concreto, e o juiz aplica a lei prevista para
outro caso no caso em que há lacuna. Não é forma de interpretação, é forma de
INTEGRAÇÃO, de suprir lacunas. SÓ É POSSÍVEL EM BENEFÍCIO DO RÉU.
#SINTETIZANDO
Características:
o Não é forma de interpretação, mas de integração.
o Pressupõe lacuna.
o Parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso
concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal
empregada à outra situação similar.
169
SEMANA 01
*ATENÇÃO: Aqui não se trata de sucessão de leis penais no tempo, mas de duas leis penais
que estão em vigor simultaneamente. Se não estão vigentes, aí sim o assunto é o conflito
de leis penais no tempo, que se resolverá, em regra, pela posterioridade; e,
excepcionalmente, pela lei penal mais benéfica (art. 4º do CP).
170
SEMANA 01
B) PRINCÍPIOS ORIENTADORES
171
SEMANA 01
Crime de passagem ou Ubi Major mino cessati (o delito de menor gravidade resta como
subsidiário diante de um delito de maior gravidade -> é o crime que eu pratico quando
quero praticar um crime mais grave.
172
SEMANA 01
173
SEMANA 01
o
JULGADOS IMPORTANTES ACERCA DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO:
1-) Não é possível reconhecer a consunção do delito previsto no art. 306, do CTB (embriaguez ao
volante) pelo crime do art. 303 (lesão corporal culposa na direção de veículo automotor). Isso porque
um não é meio para a execução do outro, sendo infrações penais autônomas que tutelam bens jurídicos
distintos. Caso concreto: motorista conduzia seu veículo em estado de embriaguez quando atropelou um
pedestre. Após a colisão, policiais militares submeteram o condutor ao teste de bafômetro, que atestou
a ingestão de álcool. STJ. 5ª Turma. REsp 1629107/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/03/2018.
STJ.6ª Turma. AgRg no HC 442.850/MS, Rel. Laurita Vaz, julgado em 25/09/2018.
2-) Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido,
como crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este cominada. STJ. 3ª Seção. REsp
1378053-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 587).
3-) Se um indivíduo, que não possui habilitação para dirigir (art. 309 do CTB), conduz seu veículo de
forma imprudente, negligente ou imperita e causa lesão corporal em alguém, ele responderá pelo
crime do art. 303, § 1º, do CTB (lesão corporal culposa na direção do veículo), ficando o delito do art.
309 do CTB absorvido por força do princípio da consunção. O delito de dirigir veículo sem habilitação é
crime de ação penal pública incondicionada. Por outro lado, a lesão corporal culposa (art. 303 do CTB) é
crime de ação pública condicionada à representação. Imagine que a vítima não exerça seu direito de
representação no prazo legal. Diante disso, o Ministério Público poderá denunciar o agente pelo delito
do art. 309? NÃO. O delito do art. 309 já foi absorvido pela conduta de praticar lesão corporal culposa na
direção de veículo automotor, tipificada no art. 303 do CTB, crime de ação pública condicionada à
representação. Como a representação não foi formalizada pela vítima, houve extinção da punibilidade,
que abrange tanto a lesão corporal como a conduta de dirigir sem habilitação. STF. 2ª Turma. HC
128921/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/8/2015 (Info 796).
4-) O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após
roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques,
visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária, tenta
sacar a quantia nela lançada. A falsificação da cártula não é mero exaurimento do crime antecedente.
Isso porque há diversidade de desígnios e de bens jurídicos lesados. Dessa forma, inaplicável o princípio
da consunção. STJ. 5ª Turma. HC 309939-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do
TJ-SC), julgado em 28/4/2015 (Info 562).
5-) Se o agente, utilizando arma de fogo, atira e mata alguém, haverá homicídio e porte de arma de
fogo ou apenas homicídio? Depende da situação:
Situação 1: NÃO. O crime de porte não será absorvido se ficar provado nos autos que o agente portava
ilegalmente a arma de fogo em outras oportunidades antes ou depois do homicídio e que ele não se
utilizou da arma tão somente para praticar o assassinato. Ex: a instrução demonstrou que o agente
adquiriu a arma de fogo três meses antes de matar Pedro e não a comprou com a exclusiva finalidade de
ceifar a vida da vítima.
Situação 2: SIM. O crime de porte será absorvido se não houver provas de que o réu já portava a arma
antes do homicídio ou se ficar provado que ele a utilizou somente para matar a vítima. Ex: o agente
compra a arma de fogo e, em seguida, dirige-se até a casa da vítima, e contra ela desfere dois tiros,
matando-a. No caso concreto julgado pelo STF, ficou provado que o réu havia comprado a arma 3 meses
antes da morte da vítima. Além disso, também se demonstrou pelas testemunhas que o acusado, várias
vezes antes do crime, passou na frente da casa da vítima, mostrando ostensivamente o revólver utilizado
no crime. Desse modo, restou provado que os tipos penais consumaram-se em momentos distintos e
que tinham desígnios autônomos, razão pela qual não se pode reconhecer o princípio da consunção
174
SEMANA 01
entre o homicídio e o porte ilegal de arma de fogo. STF. 1ª Turma. HC 120678/PR, rel. orig. Min. Luiz Fux,
red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 24/2/2015 (Info 775).
6-) O princípio da consunção é aplicável quando um delito de alcance menos abrangente praticado pelo
agente for meio necessário ou fase preparatória ou executória para a prática de um delito de alcance
mais abrangente. Com base nesse conceito, em regra geral, a consunção acaba por determinar que a
conduta mais grave praticada pelo agente (crime-fim) absorve a conduta menos grave (crime-meio). O
STF decidiu que o agente que faz uso de carteira falsa da OAB pratica o crime de uso de documento
falso, não se podendo admitir que esse crime seja absorvido (princípio da consunção) pela
contravenção penal de exercício ilegal da profissão (art. 47 do DL nº 3.688/41). Não é possível que um
crime tipificado no Código Penal seja absorvido por uma infração tipificada na Lei de Contravenções
Penais. STF. 1ª Turma. HC 121652/SC, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/4/2014 (Info 743).
7-) Geralmente, o crime de porte ilegal de arma de fogo é absorvido pelo crime de roubo
circunstanciado. Aplica-se o princípio da consunção, considerando que o porte ilegal de arma de fogo
funciona como crime meio para a prática do roubo (crime fim), sendo por este absorvido. A conduta de
portar arma ilegalmente é absorvida pelo crime de roubo, quando, ao longo da instrução criminal, restar
evidenciado o nexo de dependência ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram
praticados em um mesmo contexto fático, incidindo, assim, o princípio da consunção (STJ HC
178.561/DF). No entanto, poderá haver condenação pelo crime de porte em concurso material com o
roubo se ficar provado nos autos que o agente portava ilegalmente a arma de fogo em outras
oportunidades antes ou depois do crime de roubo e que ele não se utilizou da arma tão somente para
cometer o crime patrimonial. STF. 1ª Turma. RHC 106067, Rel. Min. Rosa Weber, 1ª Turma, julgado em
26/06/2012
• Princípio da alternatividade:
A) Própria - tem aplicação nos crimes plurinucleares, ou seja, crimes de ação
múltipla ou conteúdo variado, que são crimes compostos de pluralidade de verbos
nucleares (ações típicas). Nesse caso, o crime permanece único, não desnatura a unidade
do crime. Ex.: art. 33 da Lei de Drogas. Ex.: importar, guardar, transportar e vender a
droga.
B) Imprópria: quando duas ou mais normas penais disciplinam o mesmo fato.
Este último princípio não é unânime, não sendo aceito por relevante parcela da doutrina. A
Na alternatividade própria não haveria conflito, não havendo pluralidade de normas
aplicáveis, vez que a conduta está no mesmo tipo penal. Na imprópria, se há duas leis
tratando do mesmo fato, haveria, na verdade, um conflito de leis penais no tempo, em que
a segunda revogou a primeira. Mnemônico: SECA
S ubsidiariedade
E specialidade
C onsunção 175
A lternatividade
SEMANA 01
*Para fixar:
176
SEMANA 01
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson;
- Estefam, André. Direito Penal Esquematizado- Parte geral /
-Sinopse Juspodvim, Direito Penal – Alexandre Salim
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André
de Azevedo;
- Manual de Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Rogério Sanches Cunha;
177
SEMANA 01
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Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o
resultado.
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SEMANA 01
( ) Certo ( )Errado
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SEMANA 01
a) As leis intermitentes vigoram por prazo determinado e têm por característica a não
ultratividade.
b) A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado, se sua vigência é anterior à cessação da
continuidade.
c) A lei penal não retroagirá, exceto se mais benéfica ao réu, desde que não iniciada a execução
penal fixada em condenação transitada em julgado.
d) O princípio da continuidade normativa permite reconhecer abolitio criminis pela revogação da
lei, se a conduta permanece típica em outro dispositivo legal.
e) A lei intermediária – vigente entre a data do fato e do julgamento – se mais favorável, terá
dupla extra atividade: irretroatividade quanto à lei vigente na data do fato e ultratividade quanto à
vigente na data do julgamento.
a) A norma penal em branco é aquela em que a descrição da conduta punível (preceito primário)
se mostra incompleta ou lacunosa, necessitando de outro dispositivo normativo para a sua
complementação, a fim de que se possa compreender o âmbito de sua aplicação.
b) A norma penal incompleta (ou imperfeita) é aquela em que se encontra prevista tão somente a
hipótese fática (preceito incriminador), sendo que a consequência jurídica localiza-se em outro
dispositivo normativo. Um exemplo seria o tipo penal do crime de uso de documento falso.
c) Há concurso aparente de normas quando, para um determinado fato, aparentemente, existem
duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir, mas na realidade, apenas uma tem incidência.
O conflito aparente de normas será resolvido pela aplicação dos seguintes princípios:
especialidade, subsidiariedade, consunção e, segundo alguns autores, alteridade.
d) A interpretação analógica é aquela que abrange os casos análogos, mediante o uso de fórmula
casuística gravada no dispositivo legal e que servirá de norte ao intérprete. Esse tipo de
interpretação, mesmo ampliando o alcance da norma penal, por abranger hipóteses não previstas
expressamente pelo legislador, é admitida no Direito Penal.
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SEMANA 01
a) excepcional.
b) temporária.
c) corretiva.
d) intermediária.
a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é
oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.
b) A lei penal em branco é revogada em consequência da revogação de sua norma de
complementação.
c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou.
d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis penais
em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas incriminadoras
para especificação da pena.
e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária.
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SEMANA 01
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para estabelecer o lugar do
crime, a teoria da ação.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ação.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer o lugar do crime, a
teoria da ubiquidade.
a) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a lei penal mais grave é aplicada
ao crime continuado ou ao crime permanente se sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
b) O princípio da retroatividade da lei benéfica, esculpido no art. 2.º, parágrafo único, do CP, não
se aplica às medidas de segurança aplicadas por sentença penal transitada em julgado e em fase
de execução da medida, por força do reconhecimento da semi ou total imputabilidade do agente.
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SEMANA 01
c) A abolitio criminis resulta no desaparecimento do delito e todos os seus reflexos penais e civis
da sentença condenatória transitada em julgado
d) Dada a impossibilidade de reconhecimento de ofício de lei mais benéfica em favor do agente,
pelo juízo de conhecimento após o trânsito em julgado da sentença condenatória, a parte deve
formular requerimento para o reconhecimento da lei mais benéfica ao referido Juízo.
a) A teoria subjetiva de interpretação da lei penal assevera que a natureza subjetiva da lei permite
sua adaptação aos novos contextos histórico-culturais, de modo a possibilitar a aplicação da
disposição legislativa a situações imprevistas ou imprevisíveis ao tempo da sua criação.
b) A interpretação sistemática possui idêntica finalidade da interpretação evolutiva, uma vez que
ambas possuem o escopo da correta aplicação da lei ao caso concreto, considerando apenas o
sistema formado pelo conjunto de leis.
c) Na atualidade, os tribunais superiores têm admitido o uso e o costume, ainda que contra legem,
para ajustar as condutas previstas no tipo penal às concepções sociais dominantes, de modo a
afastar a norma incriminadora que, em razão da natureza do sistema jurídico, seja desfavorável ao
réu.
d) Na interpretação teleológica, que busca a vontade da lei (voluntas legis) e não a vontade do
legislador (voluntas legislatoris), incumbe ao jurista o dever de perseguir sempre o escopo da lei e
o resultado prático que ela pressupõe realizar, observando o limite insuperável da legalidade
penal.
e) A moderna doutrina penal considera a jurisprudência como fonte criadora do direito, similar à
lei, em razão do fator de produção normativa decorrente da obrigatoriedade que possuem as
decisões dos tribunais superiores e do caráter vinculante das súmulas.
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Com base na interpretação da lei penal e no conflito aparente de normas penais, assinale a opção
correta.
a) Em face das implicações que podem produzir nas relações diplomáticas, a aplicação da lei penal
brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro é possível, somente, quando houver requisição do
Ministro da Justiça.
b) Considera - se praticado o crime no momento e no local da ação ou da omissão, ainda que
outros sejam o momento e o local do resultado.
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SEMANA 01
c) Aplica - se aos fatos anteriores a lei penal posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente,
sem prejuízo, no entanto, da coisa julgada.
d) Aplicam - se as leis penais brasileiras, por força da sua extraterritorialidade, a fatos delituosos
ocorridos em embarcações privadas de bandeira brasileira que naveguem em alto mar
e) As leis penais brasileiras podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no território nacional
quanto àqueles praticados no estrangeiro, nas hipóteses previstas, mas elas somente podem ser
aplicadas às contravenções penais que forem cometidas no território nacional.
a) especialidade.
b) subsidiariedade.
c) alternatividade.
d) consunção.
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c) O art. 224 do CP, no qual era prevista a presunção de violência em crimes sexuais, foi revogado,
tendo sido criado um novo tipo penal, tipificado como estupro de vulnerável, que caracteriza a
abolitio criminis da conduta prevista no art. 214 (atentado violento ao pudor) c/c o art. 224 do CP.
d) O princípio da continuidade normativa típica evidencia-se quando uma norma penal é
revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a
infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou
normativamente diverso do originário.
e) Aplica-se ao agente de violência real ou grave ameaça em crime de estupro ou atentado
violento ao pudor a causa especial de aumento de pena prevista no art. 9.º da lei que trata dos
crimes hediondos.
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a) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida do
presidente da República, exceto se o agente tiver sido condenado no estrangeiro.
b) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a
administração pública praticados por quem esteja ao seu serviço, exceto se o agente for absolvido
no estrangeiro.
c) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de genocídio
praticados por brasileiros natos, mas não os praticados por estrangeiros, ainda que residentes no
Brasil.
d) Os crimes praticados no estrangeiro, em embarcações brasileiras mercantes, ficam sujeitos à lei
brasileira, desde que, entre outras condições, não sejam julgados no estrangeiro.
e) Os crimes cometidos no exterior por agente estrangeiro contra o patrimônio de sociedade de
economia mista instituída pelo poder público federal brasileiro não se sujeitam à lei brasileira.
a) dá-se a novatio legis incriminadora quando a lei penal definir nova conduta como infração
penal;
b) caracteriza-se a novatio legis in pejus quando a lei penal redefinir infrações penais, dando
tratamento mais severo a condutas já punidas pelo direito penal, quer criminalizando o que antes
era contravenção penal, quer apenas conferindo disciplina mais gravosa;
c) ocorre a abolitio criminis quando, por exemplo, a lei penal abolir uma contravenção penal,
como foi o caso da revogação do artigo 60 da Lei das Contravenções Penais
d) tem-se a novatio legis in mellius quando a lei penal definir fatos novos como infração penal,
também denominada “neocriminalização”.
e) as situações de novatio legis e abolitio criminis são tratadas pelo artigo 2º do Código Penal e
dizem respeito à disciplina da lei penal no tempo.
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Respostas 01: C 02: D 03: B 04: C 05: B 06: D 07: E 08: A 09: A 10: D 11: E 12: E
13: D 14: D 15: E 16: D 17: D 18: E 19: C 20: D
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META 3
Para verificar a incidência do tema a ser estudado nessa meta, consulte o nosso arquivo
“Gráficos – Matérias mais cobradas DPE”.
Jecrim
Tribunal do Júri
5% 5% Prisões e Medidas Cautelares Diversas
5% 25%
5% Ação Penal
5% Competência
5%
Inquérito Policial
5% 15%
Legislação Especial
10%
15% Princípios
Sentença
Recurso: 5 questões
Jecrim: 3 questões
Tribunal do Júri: 3 questões
Prisões e Medidas Cautelares Diversas: 2 questões
Ação: Penal: 1 questão
Competência: 1 questão
Inquérito Policial: 1 questão
Legislação Especial: 1 questão
Princípios: 1 questão
Questões e Processos Incidentes: 1 questão
Sentença: 1 questão
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SEMANA 01
(a) Da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B,
3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal);
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SEMANA 01
IMPORTANTE
Foco: Letra da Lei.
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
CF/88
⦁ Art. 5º, XL
⦁ Art. 5º, LIII, LV, LVI e LVII
⦁ Art. 5º, LX e LXIII
⦁ Art. 5º, XXXVIII, “a”
⦁ art. 5°, XXXVII
⦁ Art. 53
⦁ art. 93, IX
⦁ Art. 129, I
CPP
⦁ Art. 1º e 2º
⦁ Art. 3º
⦁ Art. 185, §2º
⦁ Art. 212 e 217
⦁ Art. 260 e 261
⦁ Art. 283
⦁ Art. 792
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SEMANA 01
O processo penal brasileiro deve observância às normas previstas na Carta Magna. Nesse
sentido, é possível falar em algumas características decorrentes da constitucionalização:
• O juiz não pode requisitar provas, depois da manifestação pelo arquivamento feita
pelo MP (STF);
• O juiz não pode substituir o MP em sua função probatória, em que pese, a
liberdade de produção conferida ao juiz pelo CPP;
• O interrogatório do réu deve perder a sua característica de prova, passando a ser
exclusivamente meio de defesa;
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SEMANA 01
toda a interpretação deve ter pro objetivo a construção do projeto constitucional, deve
buscar a radical e incansavelmente, a realização de valores consagrados na constituição.
Como decorrência da interpretação prospectiva do processo penal, há uma
preocupação com a tutela de direitos fundamentais, o que dá espaço ao garantismo penal.
Princípios do sistema garantista:
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3.1 Inquisitório
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SEMANA 01
b. Não há que se falar em contraditório, o qual nem sequer seria concebível em virtude da
falta de contraposição entre acusação e defesa. (Não existe contraditório).
c. O juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa probatória, tendo como liberdade para
determinar de ofício a colheita de provas, seja no curso das investigações, seja no curso do
processo penal, independentemente de sua proposição pela acusação ou pelo acusado. A
gestão das provas estava concentrada, assim, nas mãos do juiz, que, a partir da prova do
fato e tomando como parâmetro a lei, podia chegar à conclusão que desejasse. (Ampla
iniciativa probatória).
d. Princípio da verdade real – em decorrência de sua admissibilidade, o acusado não era
considerado sujeito de direito, sendo tratado, em verdade, como mero objeto do
processo, daí por que se admite inclusive a tortura como meio de se obter a verdade
absoluta.
Com a reforma (13964/19), ao menos em tese, o juiz não possuirá mais a iniciativa
probatória que antes era prevista no CPP (Art. 3º-A do CPP).
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Aury Lopes, D.Processual Penal, 17ª Edição, 2020
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SEMANA 01
3.2 Acusatório
As funções serão exercidas por partes distintas. As funções de acusar, defender e julgar são
atribuídas a pessoas diversas. No referido sistema haverá respeito ao contraditório. O
acusado deixa de ser considerado mero objeto e passa a configurar como sujeito de
direitos. A gestão da prova, em um sistema acusatório puro, o juiz não poderia produzir
prova de ofício. Por outro lado, a outra parte da doutrina aduz que o juiz pode produzir
prova de ofício na fase processual. Assim, na fase investigatória não é dada ao juiz produzir
prova de ofício, porém, na fase processual lhe é permitido, desde que atue de forma
residual.
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Aury Lopes, D.Processual Penal, 17ª Edição, 2020
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A função de acusar nas ações penais públicas é do Ministério Público, sendo assim o
sistema acusatório, não é a outra a conclusão que poderíamos ter, haja vista que a CF
outorgou a titularidade da persecução penal ao referido órgão, por excelência.
É a separação de funções e, por decorrência, a gestão da prova na mão das partes e não do
juiz (juiz-espectador), que cria as condições de possibilidade para que a imparcialidade se
efetive.
Sistema adotado no Brasil: A doutrina diverge. A maioria da doutrina afirma que, após a
promulgação da Constituição de 1988, o processo penal no Brasil se enquadra como
acusatório (art.129, I CF/88), ou seja, as funções acusatórias e julgadoras não se
concentrariam no mesmo órgão. Entretanto, alguns doutrinadores discordam de tal
posicionamento, apontando que em razão da atual legislação infraconstitucional brasileira
o sistema processual penal não poderia ser classificado como acusatório puro, mas sim
inquisitivo garantista.
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Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Para isso, criou o juiz de garantias, acabando com o contato do juiz da instrução e
julgamento com os atos de investigação e buscou acabar com a possibilidade do juiz
determinar a produção de provas. Todas essas alterações serão estudadas
detalhadamente ao longo do nosso curso.
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ATENÇÃO
DEFENSORIA!
Na visão de Aury Lopes Jr (antes da alteração do CPP pelo Pacote Anticrime – posição
minoritária - podendo ser sustentada em uma prova discursiva), o sistema processual
brasileiro deveria ser encarado como NEOINQUISITÓRIO, em virtude dos traços
inquisitórios que insistiam em permanecer no nosso processo penal:
Pensamos que o processo penal brasileiro é essencialmente inquisitório, ou
neoinquisitório se preferirem, para descolar do modelo histórico medieval.
Ainda que se diga que o sistema brasileiro é misto, a fase processual não é
acusatória, mas inquisitória ou neoinquisitória, na medida em que o
princípio informador é o inquisitivo, pois a gestão da prova está nas mãos
do juiz. (LOPES JR, p. 29, 2016).
Reproduziremos aqui o inteiro teor das ideias do autor após a reforma do CPP,
IMPORTANTÍSSIMA PARA VOCÊ, FUTURO DEFENSOR PÚBLICO:
Até o advento da reforma trazida pela Lei n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019, sempre
afirmamos que o processo penal brasileiro era inquisitório (ou neoinquisitório), e que não
concordávamos com grande parte da doutrina que classificava nosso sistema como
“misto”, ou seja, inquisitório na primeira fase (inquérito) e acusatório na fase processual. E
não concordávamos (e seguimos divergindo se insistirem) com tal afirmação porque dizer
que um sistema é “misto” é não dizer quase nada sobre ele, pois misto todos são. O ponto
crucial é verificar o núcleo, o princípio fundante, e aqui está o problema. Outros preferiam
afirmar que o processo penal brasileiro é “acusatório formal”, incorrendo no mesmo erro
dos defensores do sistema misto. BINDER 24, corretamente, afirma que “o acusatório
formal é o novo nome do sistema inquisitivo que chega até nossos dias”. Nesse cenário (e
até 2020) sempre dissemos categoricamente: O processo penal brasileiro é essencialmente
inquisitório, ou neoinquisitório se preferirem, para descolar do modelo histórico medieval.
Ainda que se diga que o sistema brasileiro é misto, a fase processual não é acusatória, mas
inquisitória ou neoinquisitória, na medida em que o princípio informador era inquisitivo,
pois a gestão da prova estava nas mãos do juiz. Finalmente o cenário mudou e nossas
críticas (junto com Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Geraldo Prado, Alexandre
Morais da Rosa, e tantos outros excelentes processualistas que criticavam a estrutura
202
SEMANA 01
203
SEMANA 01
do CPP, pois não mais pode subsistir (está tacitamente revogado), até para evitar a
resistência inquisitória. E mantemos essa afirmação mesmo com a decisão do Min. FUX de
suspender a eficácia do art. 3o-A, na medida em que a Constituição estabelece uma
estrutura acusatória. Então, o dispositivo é ainda substancialmente inconstitucional. Diz o
art. 156, I: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Dessarte, não cabe mais esse agir de ofício, na busca de provas, por parte do juiz, seja na
investigação, seja na fase processual de instrução e julgamento. Obviamente que não
basta mudar a lei, é preciso mudar a cultura, e esse sempre será o maior desafio. Não
tardarão em aparecer vozes no sentido de que o art. 156, I deve permanecer, cabendo o
agir de ofício do juiz quando a prova for urgente e relevante. Tal postura constitui uma
burla à mudança, mantendo hígida a estrutura inquisitória antiga. Afinal, basta questionar:
o que é uma prova urgente e relevante? Aquela que o juiz quiser que seja. E a necessidade,
adequação e proporcionalidade, quem afere? O mesmo juiz que determina sua produção.
Essa é a circularidade inquisitória clássica, que se quer abandonar. Fica a advertência para
o movimento contrarreformista – ou o movimento da sabotagem inquisitória, como define
Alexandre Morais da Rosa – pois virá. Mas o maior problema está na segunda parte do
artigo e nas interpretações conservadoras e restritivas que dará margem, afinal, o que
significa “substituição da atuação probatória do órgão de acusação?”. A nosso juízo, toda e
qualquer iniciativa probatória do juiz, que determinar a produção de provas de ofício, já
representa uma “substituição” da atuação probatória do julgador. Considerando que no
processo penal a atribuição da carga probatória é inteiramente do acusador (pois – como
já ensinava James Goldschmidt – não existe distribuição de carga probatória, mas sim a
“atribuição” ao acusador, pois a defesa não tem qualquer carga probatória, pois marcada
pela presunção de inocência), qualquer invasão nesse terreno por parte do juiz representa
uma “substituição da atuação probatória do acusador”. Ademais, esse raciocínio decorre
do próprio conceito de sistema acusatório: radical separação de funções e iniciativa/gestão
da prova nas mãos das partes (ainda que a defesa não tenha “carga”, obviamente pode ter
iniciativa probatória) mantendo o juiz como espectador (e não um juiz-ator, figura típica da
estrutura inquisitória abandonada). Nada impede, por elementar, que o juiz questione
testemunhas, após a inquirição das partes, para esclarecer algum ponto relevante que não
tenha ficado claro (na linha do que preconiza o art. 212 do CPP, que se espera agora seja
respeitado), ou os peritos arrolados pelas partes. Portanto, o juiz pode “esclarecer” algo na
mesma linha de indagação aberto pelas partes, não podendo inovar/ampliar com novas
perguntas, nem, muito menos indicar provas de ofício. Por fim, a interpretação
prevalecente do artigo 212, do CPP, também não poderá mais subsistir, porque juiz não
pergunta: a) quem pergunta são as partes; b) se o juiz pergunta, substitui as partes; e c) o
204
SEMANA 01
artigo 3o-A proíbe que o juiz substitua a atividade probatória das partes. Como dito,
excepcionalmente poderá perguntar para esclarecer algo que não compreendeu. Não mais
do que isso. Nessa perspectiva, entre outros, entendemos revogados tacitamente o art.
209 (que permite ao juiz ouvir outras testemunhas além das arroladas pelas partes) e o
art. 385 (absolutamente incompatível com a matriz acusatória um juiz condenando sem
pedido (ou seja, diante do pedido expresso de absolvição do MP) como já explicamos a
exaustão anteriormente (ou seja, muito antes dessa reforma de 2019). Mas é importante
combater outra fraude: juiz produzindo prova de ofício a título de “ajudar a defesa”. Em
um processo acusatório existe um preço a ser pago: o juiz deve conformar-se com a
atividade probatória incompleta das partes. Não se lhe autoriza a descer para a arena das
partes e produzir (de ofício) provas nem para colaborar com a acusação e nem para
auxiliar a defesa. Ele não pode é “descer” na estrutura dialética, nem para um lado e nem
para o outro. Mais grave ainda, como adverte MORAIS DA ROSA, é quando o juiz, “fingindo
que age em prol da defesa, passará a produzir provas para condenação. Fique bem claro:
juiz com dúvida absolve (CPP, art. 386, VIII), porque não é preciso dúvida qualificada,
bastando dúvida razoável. Temos visto magistrados, “em nome da defesa”, decretarem de
ofício a quebra de sigilo telefônico, dados, de todos os acusados com smartfones
apreendidos, para o fim de ajudar a defesa. É um sintoma da perversão acusatória” . Mas,
infelizmente, existe o risco de a incompreensão do que seja um sistema acusatório, ou sua
reducionista compreensão, somada a tal vagueza conceitual (substituição da atuação
probatória) conduza ao esvaziamento desta cláusula, até mesmo pela fraude da
relativização das nulidades e seu princípio curinga (prejuízo). Isso já aconteceu, por
exemplo, quando o STJ decretou a pena de morte do art. 212 do CPP, tomara que não se
repita. O correto e adequado é reconhecer a revogação tácita do art. 156 (e do art. 385 e
tantos outros na mesma linha) e absoluta incompatibilidade com a matriz acusatória
constitucional e a nova redação do art. 3o-A. É preciso compreender ainda a complexidade
da discussão acerca dos sistemas, pois todas essas questões giram em torno do tripé
sistema acusatório, contraditório e imparcialidade. Porque a imparcialidade é garantida
pelo modelo acusatório e sacrificada no sistema inquisitório, de modo que somente haverá
condições de possibilidade da imparcialidade quando existir, além da separação inicial das
funções de acusar e julgar, um afastamento do juiz da atividade investigatória/instrutória.
Portanto, pensar no sistema acusatório desconectado do princípio da imparcialidade e do
contraditório é incorrer em grave reducionismo.
Em suma, respondendo a questão inicial, agora podemos afirmar que o processo penal
brasileiro é legal (art. 3o-A do CPP) e constitucionalmente acusatório, mas para efetivação
dessa mudança é imprescindível afastar a vigência de vários artigos do CPP e mudar
radicalmente as práticas judiciárias. É preciso, acima de tudo, que os juízes e tribunais
brasileiros interiorizem e efetivem tamanha mudança. E esperamos que o art. 3o-A
finalmente tenha plena vigência, quando do julgamento do mérito das ADIn's já
mencionadas e da relatoria do Min. FUX.
205
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4. PRINCÍPIOS
OBS inicial: O STF decidiu que o cumprimento da pena somente pode ter início com o
esgotamento de todos os recursos. Portanto, atualmente, é proibida a execução provisória
da pena. Este tema será melhor explorado em seguida.
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- Regra probatória (regra de juízo): in dubio pro reo. No processo penal, recai sobre a
acusação o ônus de comprovar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida
razoável, e não deste de provar sua inocência (Art. 386, VI, do CPP).
(ii) Dimensão externa (projeta-se para fora do processo penal), consiste no tratamento do
acusado fora do processo, o qual exige a proteção contra a publicidade abusiva e a
estigmatização do acusado, devendo-se respeitar as garantias constitucionais da imagem,
dignidade e privacidade, as quais devem funcionar como limites democráticos à abusiva
exploração midiática em torno do fato criminoso e do próprio processo judicial.
Art. 8º (...), §2º: Toda pessoa acusada de um delito Art. 5º (...), LVII – ninguém será considerado
tem direito a que se presuma sua inocência, culpado até o trânsito em julgado de sentença
enquanto não for legalmente comprovada a sua penal condenatória.
culpa.
OBSERVAÇÕES:
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• CADH possui status normativo supralegal. Ou seja, está abaixo da CF, mas acima da
legislação infraconstitucional.
• A decisão do STF, citada no conceito, como se verá abaixo, causou estranheza, tendo em
vista que a CF é clara ao prever “ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado (...)”, não havendo margens para outra interpretação.
• Para a CADH, a pessoa é considerada inocente até que se comprove sua culpa.
Interpretando-se a Convenção de forma sistemática, que assegura o direito ao duplo grau
de jurisdição, a culpa seria comprovada após o exercício deste direito.
Foi assim que o STF decidiu no HC 126.292, exercido o direito ao duplo grau de
jurisdição, havendo a condenação, a pena pode ser executada, mesmo na pendência de
REsp ou RE.
- Consequências:
• Ônus da prova: em regra da acusação.
• Prisões cautelares. A privação cautelar da liberdade de locomoção somete se
justifica em hipóteses estritas, ou seja, a regra é que o acusado permaneça em
liberdade durante o processo, enquanto que a imposição de medidas cautelares
pessoais é a exceção.
ATENÇÃO: Houve overruling e o STF decidiu que o cumprimento da pena somente pode ter
início com o esgotamento de todos os recursos. Portanto, atualmente, é proibida a
execução provisória da pena. No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel.
Min. Marco Aurélio), retornou para a sua posição antiga e afirmou que o cumprimento da
pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. Vale ressaltar que
é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de
todos os recursos), no entanto, é necessário que seja proferida uma decisão judicial
individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão presentes os
requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Dessa forma, o réu até
pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e
não como execução provisória da pena.
208
SEMANA 01
Principais argumentos:
• O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que “ninguém
poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada
em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária
ou prisão preventiva.”. Esse artigo é plenamente compatível com a Constituição em vigor.
• O inciso LVII do art. 5º da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não deixa margem a dúvidas ou a
controvérsias de interpretação.
• A Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos nem o Poder
Judiciário embasar suas decisões no clamor público.
A nova decisão do STF é vinculante? SIM. A decisão do STF foi proferida em ADC, que
declarou a constitucionalidade do art. 283 do CPP.
As partes devem ter em juízo as mesmas oportunidades. Segundo Norberto Avena (2017,
p. 53): “As partes, em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratadas de
forma igualitária. Tal princípio constitui-se desdobramento da garantia constitucional
assegurada no art. 5.º, caput, da Constituição Federal, ao dispor que todas as pessoas
serão iguais perante a lei em direitos e obrigações. Não obstante o sistema constitucional
vigente seja proibitivo de discriminações, em determinadas hipóteses é flexibilizado o
princípio da igualdade”.
Segundo Renato Brasileiro (2017, p. 54), a ampla defesa pode ser vista como um direito
sob a ótica de que privilegia o interesse do acusado; todavia, sob o enfoque publicístico, no
qual prepondera o interesse geral de um processo justo, é vista como garantia.
209
SEMANA 01
Divide-se em:
Art. 261 do CPP: Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será
processado ou julgado sem defensor.
210
SEMANA 01
Autodefesa disponível
Princípio da ampla defesa
Defesa técnica indisponível
211
SEMANA 01
• A atenção do juiz com a efetividade da defesa do réu deve ser ainda maior;
• É possível apresentar nova tese na tréplica;
• Ampliação do tempo de defesa nos debates sem que igual direito seja concedido ao
MP.
212
SEMANA 01
OBS: Apesar de recente decisão do STJ (REsp 1.740.921-GO, julgado em 06/11/2018 - Info
638), prevalece neste Tribunal que é possível a pronúncia do acusado baseada
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial, já que na
pronúncia opera o princípio in dubio pro societate, porque é a favor da sociedade que se
resolvem as dúvidas quanto à prova, pelo Juízo natural da causa (HC 435.977/RS, julgado
em 15/05/2018 e REsp 1458386/PA, julgado em 04/10/2018).
Elementos:
• Direito de ser intimado (informação/ciência) sobre fatos e provas;
• Direito de se manifestar (reação/participação) sobre os fatos e provas;
• Direito de interferir efetivamente no pronunciamento do juiz (possibilidade de
influir no convencimento do magistrado).
213
SEMANA 01
Espécies:
• Contraditório para a prova (contraditório real): é o contraditório feito na formação
do elemento de prova, sendo indispensável que sua produção ocorra na presença
do órgão julgador e das partes;
• Contraditório sobre a prova (contraditório diferido/postergado): é a atuação do
contraditório após a formação da prova.
Divisão:
• Publicidade ampla (é a regra, permitindo a todos o acesso ao processo e não apenas
às partes e aos procuradores);
• Publicidade restrita (caso haja necessidade de proteção da intimidade ou do
interesse social, os processos poderão correr em segredo de justiça). Pode ser uma
restrição ao público em geral (art. 234-B, CPP) ou apenas às próprias partes (art. 93,
IX, CF).
*ATENÇÃO: na visão dos tribunais superiores esse segredo de justiça está dentro da
cláusula de reserva de jurisdição (STF: MS 27.483/DF).
Obs.: Possui previsão expressa tanto na Constituição, em seu art. 93, IX, quando no Código
de Processo Penal, em seu art. 792. Este princípio preconiza que os atos processuais
devem ser públicos, ressalvadas as hipóteses de sigilo obrigatório, atribuindo
transparência aos atos.
214
SEMANA 01
Art. 5º, LVI, da CF: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos.
Subdividido em:
• Aspecto material ou substancial: Ninguém será processado, senão por crime
previsto em lei;
215
SEMANA 01
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
216
SEMANA 01
Art. 5º, LXIII, da CF: O preso será informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado.
O art. 2º, §6º, da Lei nº 7.960/89 (prisão temporária) prevê que, efetuada a prisão, a
autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º da Constituição
Federal, por meio de uma nota de ciência.
217
SEMANA 01
- Entendimentos do STF:
a) O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova
pericial de verificação de interlocutor (HC 83.096/RJ);
b) O acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico (HC
77135/SP);
c) Configura constrangimento ilegal a decretação de prisão preventiva de indiciados diante
da recusa destes em participarem de reconstituição do crime (HC 99.245/RJ).
218
SEMANA 01
DESDOBRAMENTO DO PRINCÍPIO
219
SEMANA 01
220
SEMANA 01
Ressalta-se que o raio-x, segundo o STJ (HC 149.146/SP), é considerado prova não
invasiva. Logo, poderá ser realizado mesmo contra a vontade do indivíduo.
221
SEMANA 01
NÃO é princípio constitucional expresso, embora exista doutrina que defenda ser
decorrência da ampla defesa. Se concretiza com a interposição de recursos. É a
possibilidade de revisão das decisões proferidas por juízes ou tribunais.
222
SEMANA 01
4.2.6 Oficialidade
Segundo este princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por
órgãos públicos, ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público,
no caso da ação penal pública.
4.2.7 Oficiosidade
A autoridade policial e o Ministério Público, regra geral, tomando conhecimento da
possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio (daí o nome princípio da
oficiosidade), não aguardando qualquer provocação.
223
SEMANA 01
É certo que a Constituição Federal de 1988, ao estatuir a garantia da coisa julgada (art. 5º,
XXXVI) procurou assegurar a economia e certeza jurídica das decisões judiciais transitadas
em julgado, servindo, em outro giro, como fundamento do princípio “ne bis in idem”, em
seu aspecto processual. Por outro lado, o princípio da legalidade, insculpido na Carta
Magna, em seu artigo 5º, XXXIX, serve de base ao aspecto substancial do princípio “ne bis
in idem”, concretizando os valores da justiça e certeza a ele inerentes.
224
SEMANA 01
* ATENÇÃO: Para o STF, a ação penal pública é divisível, pois o MP pode, até sentença final,
incluir novos agentes por aditamento à denúncia ou oferecer nova ação penal, caso já
prolatada sentença no feito. Todavia, para doutrina majoritária, prevalece a
indivisibilidade.
225
SEMANA 01
Pelo princípio do efeito imediato, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
sem prejuízo da validade dos atos praticados sob a vigência da lei anterior (art. 2º, CPP) –
tempus regit actum. Como consequência, a lei processual penal será aplicada de imediato,
seja benéfica ou maléfica (não se aplica o princípio da retroatividade da lei benéfica, como
ocorre no Direito Penal).
226
SEMANA 01
7
Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro
227
SEMANA 01
Conforme art. 1º, do CPP, é possível que sejam instituídas imunidades da lei processual
penal, seja em virtude de tratados internacionais (imunidade diplomáticas e de chefes de
governos estrangeiros) ou por regras constitucionais (imunidades e regras de
competência).
* ATENÇÃO:
228
SEMANA 01
8
Sobre a presunção da imunidade por palavras e expressões proferidas dentro da Casa Parlamentar, o STF, no Inq
3932/DF e Pet 5243/DF, de Relatoria do Min. Luiz Fux, julgado em 21/06/2016 (INF 831), recebeu denúncia contra o
Dep. Jair Bolsonaro, pela incitação ao crime, ao pronunciar, em acalorada discussão no plenário, que a também Dep.
Federal Maria do Rosário “não merecia ser estuprada”. Para melhor compreensão de interessante julgado, sugerimos a
leitura:
http://www.dizerodireito.com.br/2016/07/entenda-decisao-do-stf-que-recebeu.html
229
SEMANA 01
230
SEMANA 01
STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 19/2/2019 (Info 931).
231
SEMANA 01
232
SEMANA 01
233
SEMANA 01
Referências Bibliográficas:
Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro
Curso de Direito Processual , Nestor Távora
Direito Processual Penal , Aury Lopes , 17ª Edição , Jr. 2020
Sinopse Juspodvim
234
SEMANA 01
https://www2.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=&instituto=&organizadora=&
prova=&ano_publicacao=&cargo=175+&escolaridade=&modalidade=&disciplina=10+&ass
unto=17613++17978++17614+&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo
_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerais=&possui
_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=true&se
m_desatualizadas=true&sem_anuladas_impressao=true&sem_desatualizadas_impressao=
true&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resol
vidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_resolvidas=
a) contraditório.
b) jurisdicionalidade ou necessidade.
c) imparcialidade.
d) juiz natural.
e) paridade de armas.
235
SEMANA 01
Assinale a opção correta, acerca da duração razoável do processo e do excesso de prazo nas
prisões cautelares e da autuação e da documentação da prisão e do interrogatório, conforme
entendimento dos tribunais superiores.
a) O relaxamento da prisão preventiva por excesso de prazo impede a sua posterior decretação,
mesmo diante de outros fundamentos explicitados na sentença.
b) Finalizada a instrução processual, a demora posterior e não justificada não configura
constrangimento ilegal por excesso de prazo.
c) O excesso de prazo entre a prisão cautelar e a sentença de pronúncia não pode ser
desconsiderado, mesmo que, após esse ato processual, nenhum constrangimento ilegal tenha sido
verificado.
d) Diante da superveniência de sentença condenatória, estará prejudicada questão referente ao
excesso de prazo da prisão cautelar.
e) O excesso de prazo para o oferecimento da denúncia configura hipótese de constrangimento
ilegal, não sendo superado pelo recebimento da denúncia.
a) indisponibilidade.
b) verdade real.
c) razoável duração do processo.
d) identidade física do juiz.
e) favor rei.
236
SEMANA 01
a) é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em
virtude da colegialidade dos Tribunais.
b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse
sistema.
c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos
de competência originária do STF.
d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de
jurisdição apenas em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de
absolvição em primeira instância.
e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido
absolvido em primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau
pela primeira vez, deve ser garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões
de fato e de direito.
237
SEMANA 01
Com base no texto acima, é situação de NÃO violação ao princípio da paridade de armas:
a) da paridade de armas.
b) do contraditório.
c) da ampla defesa.
d) da identidade física do juiz.
e) do estado de inocência.
238
SEMANA 01
Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou a prisão em flagrante
concedeu a Alberto a liberdade provisória mediante o recolhimento de fiança arbitrada em um
salário mínimo. Quanto a Adriano, foi-lhe decretada a prisão preventiva. Antes que o autuado
Alberto recolhesse o valor da fiança e que a DP impetrasse habeas corpus em favor de Adriano,
entrou em vigor lei processual penal nova mais gravosa, que tratou tanto da fiança quanto da
prisão preventiva. Nessa situação, a lei processual penal nova que tratou da fiança aplicar-se-á
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Entretanto,
à prisão preventiva aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis ao interessado.
( ) Certo ( )Errado
239
SEMANA 01
d) a absoluta separação das funções de acusar e julgar, a publicidade dos atos processuais e a
inexistência da coisa julgada.
e) o sigilo absoluto do inquérito policial, a publicidade dos atos processuais e o duplo grau de
jurisdição.
a) da ampla defesa assegura ao réu a indisponibilidade ao direito de defesa técnica, que pode ser
exercida por defensor privado ou público. Entretanto, quando a defesa técnica for realizada por
Defensor Público, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.
b) do duplo grau de jurisdição, expressamente previsto na Constituição Federal, assegura a todos
os acusados a revisão da sentença condenatória.
c) da presunção de inocência impõe um dever de tratamento ao réu, que deve ser considerado
inocente durante a instrução do processo. Porém, após o advento de uma sentença condenatória
e enquanto tramitar(em) o(s) recurso(s), esta presunção passa a ser de culpabilidade.
d) da publicidade, inserto no art. 93, IX, da Constituição Federal, estabelece que todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, não admitindo qualquer limitação por
lei ordinária, a fim de que não prejudique o interesse público à informação.
e) ne procedat judex ex officio estabelece a inércia da jurisdição. Sendo assim, o Código de
Processo Penal proíbe ao juiz determinar, de ofício, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
240
SEMANA 01
d) a ação penal seja ajuizada, unicamente, contra o responsável pela autoria ou participação no
fato típico delituoso, não havendo de incluir corresponsáveis civis.
e) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.
a) I; III e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
241
SEMANA 01
e) I; II e IV.
Em um dos processos no qual é réu pela prática de crime de extorsão mediante sequestro, Júlio,
cumprindo pena privativa de liberdade em regime disciplinar diferenciado, foi interrogado por
meio de sistema de videoconferência antes da edição da Lei n.º 11.900/2009, que prevê a
possibilidade de realização de interrogatório por videoconferência.
( ) Certo ( )Errado
242
SEMANA 01
c) A garantia constitucional da duração razoável do processo não se aplica ao inquérito policial por
este tratar de procedimento administrativo, sendo garantia exclusiva do processo acusatório.
d) O Superior Tribunal de Justiça vem admitindo a mitigação do princípio da identidade física do
juiz nos casos de convocação, licença, promoção ou de outro motivo que impeça o juiz que tiver
presidido a instrução de sentenciar o feito, aplicando, por analogia, a lei processual civil.
e) A defesa técnica em processo penal, por ser garantia exclusiva do acusado, pode ser por ele
renunciada, desde que haja expressa manifestação de vontade homologada pelo juiz competente.
a) É vedado ao tribunal, em grau de recurso, agravar a pena do réu, quando somente ele tiver
recorrido.
b) A despeito da vedação da reformato in pejus, o tribunal, diante do Princípio da
Instrumentalidade das Formas, pode decretar ex ofício nulidade absoluta, se, ao ser reconhecida,
se der em prejuízo do réu.
c) O tribunal pode absolver o acusado ao julgar recurso interposto exclusivamente pela acusação,
ainda que o pedido da acusação seja pelo agravamento da condenação do réu, nos termos da
denúncia.
d) Diante do Princípio da Presunção da Inocência e do Princípio da Verdade Real, reconhece-se ao
recurso de apelação o efeito extensivo, ou seja, ainda que o co-réu não apele da sentença
condenatória, beneficia-se do recurso de apelação interposto pelo outro réu naquilo que lhe for
comum.
e) Reformato in pejus indireta ocorre quando for anulada a sentença penal condenatória em
recurso exclusivo da defesa e a nova decisão for proferida de forma a agravar a situação do réu.
243
SEMANA 01
arrazoado, ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa, por não haver previsão de
manifestação da defesa contraditando tal parecer ministerial.
( ) Certo ( )Errado
O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira
que, se uma lei processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será
imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já realizados sob a vigência da lei anterior.
( ) Certo ( )Errado
Aplica-se a lei processual penal brasileira a crime cometido por brasileiro no exterior, ou por
estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil. De igual modo, a CF assegura a retroatividade da lei
processual penal que, de qualquer modo, favoreça ao réu, ainda que os fatos anteriores tenham
sido decididos em sentença condenatória transitada em julgado.
( ) Certo ( )Errado
244
SEMANA 01
Respostas 01: B 02: D 03: C 04: E 05: B 06: C 07: A 08: E 09: A 10: C 11: A 12: D
13: C 14: E 15: D 16: B 17: C 18: C 19: E 20: B
245
SEMANA 01
246
SEMANA 01
META 4
DIREITO CIVIL
Contratos
Família
9% 3%
Das Coisas
17%
9% Parte Geral
9% Responsabilidade Civil
17%
LINDB
12%
12% Dos Fatos Jurídicos
12%
Obrigações
Sucessões
Contratos: 6 questões
Família: 6 questões
Das Coisas: 4 questões
Parte Geral: 4 questões
Responsabilidade Civil: 4 questões
LINDB: 3 questões
Dos Fatos Jurídicos: 3 questões
Obrigações: 3 questões
Sucessões: 1 questão
247
SEMANA 01
TODOS OS ARTIGOS
⦁ LINDB – leitura inteira
⦁ Art. 1º ao Art. 78, CC -Obs: Art. 79 a 103 (Bens- Geralmente cai em Administrativo)
⦁ Art. 5º, XXX e XXXI, CF/88
⦁ Art. 5º, XXXVI, CF/88
⦁ Art. 37, §6º, CF/88
⦁ Art. 173, §1º, CF/88
⦁ Art. 133 a 137, CPC
LINDB:
⦁ Art. 1º, 2º e 4º
⦁ Art. 6º
⦁ Art. 7º, §§ 3º, 4º, 6º
⦁ Arts. 8º a 10º.
⦁ Art. 12
⦁ Arts. 20 a 30 (alteração legislativa recente!)
CÓDIGO CIVIL:
⦁ Arts. 1º a 4º
⦁ Art. 7, 11, 13 e 16
⦁ Arts. 22, 23 e 25
⦁ Arts. 26 a 28
⦁ Arts. 37 a 39
⦁ Art. 43 a 45
⦁ Arts. 50 a 52
⦁ Arts. 53 a 57
⦁ Arts. 61 a 69
⦁ Arts. 70 a 76.
CF/88
⦁ Art. 5º, XXX, CF/88
248
SEMANA 01
1.1.1 Vigência
É critério puramente temporal da norma. Trata-se do lapso temporal em que a norma tem
força obrigatória. O início da vigência marca o começo de sua exigibilidade.
QUESTÃO DE PROVA:9
9
Resposta: Correto. No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em vigor. Conforme prevê o art. 6º da
LINDB, a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
249
SEMANA 01
Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi
publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada
uma ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto
objeto das referidas normas. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o
seguinte item, com base na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
“Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao
contrato objeto da ação”.
1.1.2 Obrigatoriedade
Uma vez publicada a lei, presume-se o conhecimento geral, razão pela qual ninguém pode
descumpri-la alegando que não a conhece:
1.1.3 Interpretação
250
SEMANA 01
251
SEMANA 01
1.1.4 Integração
Artigo 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Importante ressaltar que a EQUIDADE não se encontra nestes artigos, mas alguns
doutrinadores, como Maria Helena Diniz, a inclui nas formas de integração da lei. No
Direito Tributário, é expressa a equidade como forma de integração da lei no art. 108,
inciso IV, do CTN.
ATENÇÃO: A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara. Em
contrapartida, a integração depende da existência de LACUNAS que, por sua vez, podem
ser:
• AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou uma
hipótese.
• NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não tratar
sobre o assunto.
252
SEMANA 01
1.1.4.1 Analogia
É a utilização de uma norma próxima ou semelhante para regular uma situação que
não foi regulamentada pelo direito. Pode ser dividida em:
• Analogia legal – a relação da semelhança toma por base outra lei;
• Analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em outro caso
concreto.
1.1.4.2 Costumes
São as práticas e usos reiterados, de conteúdo lícito e com relevância jurídica. Podem
ser:
• Costume segundo a lei (secundum legem: Incide quando há referência expressa ao
costume no texto legal).
• Costume na falta da lei (praeter legem): É aplicado quando a lei for omissa, sendo
denominado de costume integrativo.
• Costume contra a lei (contra legem): É a aplicação do costume contraria a lei.
Nesse caso, há abuso de direito.
253
SEMANA 01
1.2 Antinomias
254
SEMANA 01
255
SEMANA 01
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.
256
SEMANA 01
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.”
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de
mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”
“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação
nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de
direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo
aos interesses gerais.
“Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em
conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação
geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do
órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
257
SEMANA 01
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
II – (VETADO);
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos
por orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções
aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO).”
“Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da
conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento,
sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os
envolvidos.”
“Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro.
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).”
“Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo
os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de
interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. Vigência
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta
pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
§ 2º (VETADO).”
“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
258
SEMANA 01
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao
órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.”
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, salvo quanto ao art. 29 acrescido à Lei nº
4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), pelo art. 1º desta
Lei, que entrará em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
MICHEL TEMER
259
SEMANA 01
260
SEMANA 01
261
SEMANA 01
Com relação à responsabilidade civil do agente público, o art. 28 prevê que o mesmo
responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou
erro grosseiro. Ressalta-se, contudo, que essa previsão se afasta da regulamentação
constitucional que estabelece a responsabilidade do agente público, somente de forma
regressiva, quando tiver agido com dolo ou culpa. Ademais, o Código de Processo Civil
(arts. 143, 181, 184 e 187) possui dispositivos específicos que tratam da responsabilidade
dos magistrados e dos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia Pública, o que afastaria a aplicação do art. 28 da LINDB.
O art. 29 estabelece que em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida
de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
eletrônico, a qual será considerada na decisão. A convocação conterá a minuta do ato
262
SEMANA 01
2.1.1 Socialidade
Segundo apontava o próprio Miguel Reale, um dos escopos da nova codificação foi o
de superar o caráter individualista e egoísta da codificação anterior. Todas as categorias
civis têm função social: o contrato, a empresa, a propriedade, a posse, a família, a
responsabilidade civil. Por isso, valores foram positivados no prestígio à função social do
contrato (art. 421) e à natureza social da posse (art. 1.239 e s.). Neste sentido:
263
SEMANA 01
2.2.2 Eticidade
Trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe no plano
da conduta e lealdade entre partes; privilegia os critérios ético-jurídicos em detrimento
dos critérios lógico-formais no processo de realização do direito (boa-fé objetiva-art. 113;
art. 422 Código Civil). O novo Código confere ao juiz não só poder para suprir lacunas, mas
também para resolver, onde e quando previsto, de conformidade com valores éticos. A
referência a este princípio pelo legislador demonstra a sua não aceitação do dogma da
plenitude da ordem jurídica, vendo-a como um sistema aberto, flexível e lacunoso.
2.2.3 Operabilidade
264
SEMANA 01
As cláusulas gerais são preceitos subjetivos descritos na lei que serão preenchidos pelo juiz
por meio de princípios, sempre buscando a equidade (ex.: boa-fé objetiva, função social
etc.). O sistema aberto é o que permite a aplicação principiológica para se trazer institutos
não previstos na lei. Esse sistema se contrapõe ao sistema fechado. O atual Código Civil
busca valorizar o sistema de cláusulas gerais.
Isto significa que , cláusulas gerais são normas com diretrizes indeterminadas, que não
trazem expressamente uma solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente
aberta. Uma cláusula geral, noutras palavras, é um texto normativo que não estabelece "a
priori" o significado do termo (pressuposto), tampouco as conseqüências jurídicas da
norma (conseqüente). Sua idéia, de acordo com Fredie Didier Jr., é "estabelecer uma pauta
de valores a ser preenchida historicamente de acordo com as contingências históricas". Um
exemplo, citado pelo ilustre processualista, é a cláusula geral do devido processo legal.
Darei apenas um exemplo. Quem é que, no Direito Civil brasileiro ou estrangeiro, até hoje, soube
fazer uma distinção, nítida e fora de dúvida, entre prescrição e decadência? Há as teorias mais
cerebrinas e bizantinas para se distinguir uma coisa de outra. Devido a esse contraste de idéias,
assisti, uma vez, perplexo, num mesmo mês, a um Tribunal de São Paulo negar uma apelação
10
Fonte: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/959725/qual-a-diferenca-entre-clausula-geral-e-conceito-juridico-
indeterminado-fernanda-braga
265
SEMANA 01
interposta por mim e outros advogados, porque entendia que o nosso direito estava extinto por
força de decadência; e, poucas semanas depois, ganhávamos, numa outra Câmara, por entender-
se que o prazo era de prescrição, que havia sido interrompido! Por isso, o homem comum olha o
Tribunal e fica perplexo. Ora, quisemos pôr termo a essa perplexidade, de maneira prática, porque
o simples é o sinal da verdade, e não o bizantino e o complicado. Preferimos, por tais motivos,
reunir as normas prescricionais, todas elas, enumerando-as na Parte Geral do Código. Não haverá
dúvida nenhuma: ou figura no artigo que rege as prescrições, ou então se trata de decadência.
Casos de decadência não figuram na Parte Geral, a não ser em cinco ou seis hipóteses em que
cabia prevê-la, logo após, ou melhor, como complemento do artigo em que era, especificamente,
aplicável.
(REALE, Miguel. O projeto de Código Civil: situação atual e seus problemas fundamentais. São
Paulo: Saraiva, 1986. p. 11-12).
Essa solução adotada no Código Civil de 2002 se vincula11
A) à diretriz fundamental da socialidade.
B) à abolição da distinção entre prescrição e decadência.
C) à diretriz fundamental da eticidade, evitando soluções juridicamente conflitantes.
D) ao princípio da boa-fé objetiva, que garante a obtenção do julgamento esperado pelo
jurisdicionado.
E) à diretriz fundamental da operabilidade, evitando dificuldades interpretativas.
2.2.4 Sistematicidade
A respeito da estrutura do CC/02, seguiu o modelo germânico preconizado por
Savigny, colocando as matérias em ordem metódica, dividida em Parte Geral (pessoas,
bens e fatos jurídicos) e Especial. Operou-se a unificação do direito das obrigações fazendo
incluir o direito de empresa. No sentir de Carlos Roberto Gonçalves tratou-se de inovação
original, sem paralelo no Direito comparado. Assim, a Parte Especial acabou dividida em
cinco livros: Direito das obrigações, Direito de Empresa, Direito das Coisas, Direito de
Família e Direito das Sucessões.
11
Alternativa E
266
SEMANA 01
267
SEMANA 01
Nascituro: É o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. Algumas teorias tentam
explicar a proteção jurídica do nascituro. Vejam:
a) Teoria natalista (Negativista): a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com vida
(momento da primeira respiração). O nascituro não teria direitos, mas apenas expectativa de direitos.
c) Teoria da Personalidade Condicional: a personalidade civil começa com o nascimento com vida,
268
SEMANA 01
mas o nascituro titulariza direitos submetidos à condição suspensiva (ou direitos eventuais).
A beneficiária legal de seguro DPVAT que teve a sua gestação interrompida em razão de acidente de
trânsito tem direito ao recebimento da indenização pela morte do feto (STJ, REsp 1.415.727)
Obs: DPE/AL anulou questão que considerava como correta a assertiva no sentido de que o Código Civil
teria adotado a Teoria Natalista.
269
SEMANA 01
3.2 Incapacidade
ANTES DO EPD:
Absolutamente incapazes (art. 3º do CC) Relativamente incapazes (art. 4º do CC)
Os menores de 16 anos Os maiores de 16 e menores de 18 anos
Os que, por enfermidade ou deficiência mental, Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
não tiverem o necessário discernimento para a que, por deficiência mental, tenham o
prática desses atos. discernimento reduzido
Os excepcionais, se desenvolvimento mental
Os que, mesmo por causa transitória, não
completo
puderem exprimir sua vontade
Os pródigos
DEPOIS DO EPD:
Absolutamente incapazes (art. 3º do CC) Relativamente incapazes (art. 4º do CC)
Os maiores de 16 e menores de 18 anos
Os ébrios habituais e os viciados em tóxico
Os menores de 16 anos Aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade
Os pródigos
ATENÇÃO: Note que a deficiência deixa de ser considerada como uma causa de
incapacidade, sendo a pessoa com deficiência, portanto, plenamente capaz. Deste modo, é
perfeitamente possível que a pessoa com deficiência contraia matrimônio, bem como seja
testemunha em igualdade de condições com as demais pessoas (arts. 228, § 2º e 1.550, §
2º do CC) – CAI MUITO!
270
SEMANA 01
IMPORTANTE:
Os atos praticados pelos absolutamente incapazes são NULOS, não podendo ser
ratificados, pois tal vício não convalesce, podendo o juiz assim declará-los de ofício.
Protege-se, entretanto, a boa-fé de terceiros. Os atos civis de seu interesse deverão ser
exercidos por seus representantes – pais, tutores ou curadores.
Absolutamente incapazes devem ser REPRESENTADOS por quem de direito.
Mesmo em se cuidando de pessoas absolutamente incapazes, a ordem jurídica
reconhece a possibilidade de que sua vontade seja considerada, nos casos em que
envolvidas escolhas existenciais.
A vontade dos relativamente capazes tem relevância jurídica, o que possibilita sua
atuação direta nos atos civis, desde que acompanhados de ASSISTENTE, com algumas
exceções (ser mandatário, testemunhar). É causa de ANULABILIDADE dos atos jurídicos.
Essa alteração feita pelo Estatuto da Deficiência substitui o caráter médico por um
critério de autodeterminação relevante (pessoas que não possam manter seu
autogoverno independente do motivo; retira-se o critério de deficiência para defini-las).
O Estatuto da Deficiência não retirou do ordenamento a teoria das incapacidades
apenas a relativizou para adequá-las a regra da razoabilidade: o juiz deverá estabelecer um
projeto terapêutico individualizado para cada pessoa (em cada situação da vida).
Serão curateladas como relativamente incapazes (e não interditadas)- Art. 1677, I.
O art 85 da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência - CPID -
271
SEMANA 01
a-) não poderá contrair matrimônio de forma válida e nem celebrar pacto antenupcial para
a escolha do regime de bens ainda que tenha o consentimento de sua genitora, pois o
casamento seria inexistente em razão de vício da vontade.
c-) poderá contrair matrimônio de forma válida e celebrar pacto antenupcial para a escolha
do regime de bens, independentemente do consentimento de sua curadora.
d-) não poderá contrair matrimônio de forma válida e nem celebrar pacto antenupcial para
a escolha do regime de bens, ainda que contasse com o consentimento de sua curadora,
pois o casamento será nulo de pleno direito por ausência de capacidade.
12
GABARITO: letra B.
272
SEMANA 01
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se
de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando
inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que
deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.
3.3 Emancipação
273
SEMANA 01
JUDICIAL (inc.I): Concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo
menos 16 anos completos (cessa a responsabilidade dos pais).
LEGAL (inc.II a V): Decorre de previsão legal (é automática), vejamos as hipóteses:
II. Casamento
Divórcio, morte do cônjuge ou a anulação do casamento, para o cônjuge de boa-fé, não
geram retorno à menoridade (PEGADINHA RECORRENTE EM PROVAS!)
III. Exercício de cargo ou emprego público efetivo;
IV. Colação de grau em curso de ensino superior;
V. Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego do
maior de 16 anos que gerem economia própria.
274
SEMANA 01
• Técnica da ponderação:
A legitimação dos lesados indiretos é autônoma, ordinária. O que quer dizer que não se
trata de substituição processual, isso significa que irão ajuizar ação em nome próprio,
defendendo interesse próprio.
Ocorre aqui o chamado dano reflexo (ou em ricochete), que consiste no prejuízo que
275
SEMANA 01
atinge reflexamente uma pessoa próxima à vítima direta do ato danoso. Esse dano ocorre
quando a ofensa é dirigida a uma pessoa, mas quem sente os efeitos dessa ofensa, dessa
lesão é outra.
Exemplo: ofensa dirigida a um morto, que apesar de não ser ofendido em sua
personalidade, pois os direitos da personalidade surgem com a concepção e se extinguem
com a morte, portanto, não são transmitidos aos herdeiros, que só poderão entrar com
ação de indenização em razão de sofrerem o dano reflexo da ofensa (é como se o dano
transcendesse a esfera da personalidade do morto e passasse a atingir os direitos de
personalidade dos familiares).
Ressalte-se que, se o de cujus foi ofendido enquanto ainda era vivo, houve uma lesão aos
seus direitos da personalidade, e o direito à reparação por esse dano moral é transmitido
dentro da herança (CC , Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança. ), ou seja, os herdeiros serão os substitutos processuais do
de cujus ou sucessores em eventual ação movida ainda em vida pelo ofendido.
Enunciado 275 da CJF: “o rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único e
20, parágrafo único, também compreende o companheiro”.
276
SEMANA 01
1) Absolutos: são oponíveis erga omnes, o que NÃO significa que são ilimitáveis.
Nesse aspecto, são relativos, devendo ser ponderados em caso de colisão.
2) Intransmissíveis: não se admite a cessão do direito de um sujeito para outro
3) Irrenunciáveis: ninguém pode dispor de sua vida, sua intimidade, sua
imagem.
4) Extrapatrimoniais: ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível
objetivamente, a exemplo dos danos morais (a violação pode implicar em efeito
patrimonial).
5) Impenhoráveis: o direito da personalidade não pode ser penhorado (mas o
crédito dele decorrente sim).
6) Inatos: inerentes à pessoa humana.
7) Imprescritíveis (exceto no que tange à reparação do dano): Não existe prazo
para seu exercício, não se extinguindo pelo não-uso.
Obs: não se esqueçam, entretanto, que a reparação por dano moral decorrente de tortura
no regime militar é imprescritível.
277
SEMANA 01
Enunciado 139 do CJF – Art. 11: Os direitos da personalidade podem sofrer limitações,
ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de
direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.
a) INTEGRIDADE FÍSICA;
b) INTEGRIDADE PSÍQUICA;
c) INTEGRIDADE INTELECTUAL
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SEMANA 01
Quanto ao direito de imagem, merece atenção esse julgado super recente, no qual o STJ
reconheceu o direito ao “lucro de intervenção”:
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SEMANA 01
Enunciado 275 da CJF: “o rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único e
20, parágrafo único, também compreende o companheiro”.
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SEMANA 01
NÃO CONFUNDA!
Info. 546 STJ: Configura dano moral a divulgação não autorizada de foto de
pessoa física em campanha publicitária promovida por sociedade
empresária com o fim de, mediante o incentivo à manutenção da limpeza
urbana, incrementar a sua imagem empresarial perante a população, ainda
que a fotografia tenha sido capturada em local público e sem nenhuma
conotação ofensiva ou vexaminosa. O dano moral decorre do simples uso
não autorizado da imagem.
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SEMANA 01
(i) tutela jurídica do corpo vivo; (ii) tutela jurídica do corpo morto; e (iii) autonomia do
paciente ou livre consentimento informado.
É permitido o ato de disposição do corpo vivo, desde que não gere diminuição permanente
da integridadefísica. Ex.: tatuagens e piercings. A disposição do corpo vivo que gere
diminuição permanente da integridade física só é permitida se houver exigência médica.
Ex.: imputação.
282
SEMANA 01
III. Direito ao esquecimento: É o direito que uma pessoa possui de não permitir que um
fato, ainda que verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja exposto
ao público em geral, causando-lhe sofrimento ou transtornos. Há um conflito entre a
privacidade, honra e intimidade x informação. O STJ possui julgados entendendo que o
ordenamento jurídico tutela o direito ao esquecimento.
283
SEMANA 01
COMORIÊNCIA: Se não for possível precisar a ordem cronológica das mortes dos
comorientes (pessoas que morreram em uma mesma OCASIÃO), a lei prevê a presunção
de haverem falecido no mesmo instante. Se forem parentes, NÃO sucedem um ao outro,
abrindo-se cadeias sucessórias distintas.
ATENÇÃO – NÃO CONFUNDA MESMA OCASIÃO COM MESMO EVENTO. Não se exige que
a morte tenha ocorrido no mesmo local (EVENTO), mas ao mesmo tempo. !#PEGADINHA
4.3.2 Ausência
É o desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem dar notícias de onde se
encontra, sem deixar procurador para administrar seus bens. Necessita de declaração
judicial. Quanto à tutela dos bens, possui três fases:
284
SEMANA 01
• 1ª Fase - Curadoria dos bens do ausente: inicia-se com a petição inicial de qualquer
interessado ou do MP. O juiz deverá arrecadar os bens abandonados e nomear
curador.
- O curador será, em primeiro lugar, o cônjuge do ausente, desde que não separado
judicialmente ou de fato, por mais de dois anos. Subsidiariamente, serão nomeados
os ascendentes e, em seguida, os descendentes.
- Se não houver nenhuma dessas pessoas, o juiz escolherá um curador, responsável
pela administração e conservação do patrimônio do ausente.
285
SEMANA 01
Aqui o mais importante é a letra da lei! Cuidado somente com a parte Doutrinária DO
TEMA “DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA”, alvo de recentes alterações.
286
SEMANA 01
Critério da Nacionalidade
Critério do Regime Jurídico a que estão submetidas
Critério da estrutura interna
287
SEMANA 01
288
SEMANA 01
Obs: Algumas pessoas jurídicas têm registro em sistema especial, a exemplo da sociedade
de advogados, que tem registro na OAB. Os partidos políticos que depois de adquirirem a
personalidade jurídica na forma da lei civil, deverão registrar seus estatutos no TSE (CF, art.
17§2º), as entidades sindicais obterão a personalidade também com o simples registro
civil, mas deverão comunicar sua criação ao Ministério do Trabalho, não para efeito de
reconhecimento, mas para o simples controle do sistema de unicidade sindical, ainda
vigente no Brasil, de acordo com o art. 8º, I e II da CF/88.
Há entidades que não podem ser subsumidas ao regime legal das PJ do CC por lhes
faltarem requisitos à subjetivação, embora possam agir ativa ou passivamente. São entes
que se formam independentemente da vontade dos seus membros ou em virtude de ato
jurídico que vincula pessoas físicas em torno de bens que lhe interessam, sem lhes traduzir
o affectio societatis, de onde se infere que os grupos (entes) despersonalizados ou com
personificação anômala constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de
bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual mediante representação. O
art. 12 do CPC traz alguns exemplos: o condomínio, massa falida, herança jacente/vacante,
espólio; todos têm capacidade processual, todavia não são PJ’s
13
Pablo Stolze, https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/760054174/artigo-do-professor-pablo-stolze-gagliano-
sobre-a-lei-13784-2019-lei-da-liberdade-economica
289
SEMANA 01
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um
instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei
com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de
empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Com isso, reafirma uma premissa básica do nosso sistema: a autonomia jurídico-
existencial da pessoa jurídica em face das pessoas físicas que a integram.
Vai mais além, aliás, ao estabelecer, em seu parágrafo único, o próprio elemento
teleológico da autonomia patrimonial, qual seja, o de “estimular empreendimentos, para
a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos”, dialogando,
inclusive, com o princípio da função social da empresa.
Por via oblíqua, portanto, realça o caráter excepcional da desconsideração da
personalidade jurídica.
Nessa linha, aliás, a doutrina do jurista FLÁVIO TARTUCE:
290
SEMANA 01
Aaron Salomon, objetivando constituir uma sociedade, reuniu seis membros da sua
própria família, cedendo para cada um apenas uma ação representativa, ao passo que,
para si, reservou vinte mil.
Pela desproporção na distribuição do controle acionário já se verificava a dificuldade em
reconhecer a separação dos patrimônios de Salomon e de sua própria companhia.
Em determinado momento, talvez antevendo a quebra da empresa, Salomon cuidou de
emitir títulos privilegiados (obrigações garantidas) no valor de dez mil líbras esterlinas,
que ele mesmo cuidou de adquirir.
Ora, revelando-se insolvável a sociedade, o próprio Salomon, que passou a ser credor
privilegiado da sociedade, preferiu a todos os demais credores quirografários (sem
garantia), liquidando o patrimônio líquido da empresa.
Apesar de Salomon haver utilizado a companhia como escudo para lesar os demais
credores, a Câmara dos Lordes, reformando as decisões de instâncias inferiores, acatou a
sua defesa, no sentido de que, tendo sido validamente constituída, e não se identificando
a responsabilidade civil da sociedade com a do próprio Salomon, este não poderia,
pessoalmente, responder pelas dívidas sociais.
“Mas a tese das decisões reformadas das instâncias inferiores repercutiu”, assevera
RUBENS REQUIÃO, pioneiro no Brasil no estudo da matéria, “dando origem à doutrina
do disregard of legal entity, sobretudo nos Estados Unidos, onde se formou larga
jurisprudência, expandindo-se mais recentemente na Alemanha e em outros países
europeus”.
Em linhas gerais, a doutrina da desconsideração pretende o afastamento temporário da
personalidade da pessoa jurídica, para permitir a satisfação do direito violado
diretamente no patrimônio pessoal do sócio que praticou o ato abusivo.
291
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292
SEMANA 01
MP 881/19, art. 50, § 1º, CC. Para fins do disposto neste artigo, desvio de
finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de
lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza. (grifei)
Lei n. 13.874/19, art. 50, § 1º, CC. Para os fins do disposto neste artigo,
desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de
lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
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I - (VETADO);
II - na data de sua publicação, para os demais artigos.
Ora, se, de acordo com o inc. II, a vigência seria imediata “para os demais artigos”, os
artigos contemplados no inciso vetado (arts. 6º ao 19), por consequência lógica, somente
começariam a vigorar após a vacatio de 45 dias, conforme preceitua a regra geral
constante no art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB.
297
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Com efeito, a afirmação, na parte final das razões, no sentido da prevalência da “vigência
imediata do projeto de lei”, conduz-me à ideia de que esta foi a intenção do Governo
Federal.
E talvez esta linha de entendimento, por ser mais prática, prevaleça, a despeito de a
redação do texto legal (art. 20), poder conduzir o intérprete, como visto acima, a conclusão
diversa.
6. DO DOMICÍLIO
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SEMANA 01
•Domicílio: é o lugar em que a pessoa física fixa residência com ânimo definitivo,
transformando-¬o em centro de sua vida jurídica e social. O que diferencia domicílio de
residência é o ânimo de permanência, a definitividade.
7. DOS BENS
7.1 Classificação
299
SEMANA 01
* ATENÇÃO: O PENHOR AGRÍCOLA não é considerado bem móvel, mas direito real sobre
objetos imóveis, porque a colheita e a safra se agregam ao solo e por definição de lei é
considerado bem imóvel.
* ATENÇÃO: Os navios e aeronaves, embora sejam móveis pela natureza ou essência, são
tratados pela lei como imóveis.
300
SEMANA 01
No que tange à extensão dos bens imóveis, o direito brasileiro adota o CRITÉRIO DA
UTILIDADE. Ou seja: o bem imóvel abrange o espaço aéreo e subsolo
correspondentes, em altura e profundidade que sejam úteis ao seu exercício.
o Por natureza (art.79): Não podem ser movimentados sem ruptura, são
o solo e tudo que lhe agregue naturalmente;
301
SEMANA 01
o Por acessão intelectual: são coisas móveis que são imobilizadas, por
exemplo, o maquinário na fazenda agrícola. O artigo 79 afirma que são
bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
302
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303
SEMANA 01
NATUREZA JURÍDICA DO
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO
DIREITO DE GARANTIA Hipoteca Penhor (exceto navios e
aeronaves)
Obs.: Em regra, a fungibilidade decorre da natureza do bem. No entanto, nada impede que a
vontade das partes torne um bem essencialmente fungível, em bem infungível.
Ex.: um relógio que, em tese, seria fungível, mas por uma particularidade qualquer torna-se
infungível (como no caso de ter sido presenteado pelo falecido pai do atual proprietário).
304
SEMANA 01
#QUESTÃO DE PROVA:
Com relação às pessoas naturais, às pessoas jurídicas e aos bens,
julgue os itens a seguir.
Uma garrafa de vinho de 1.830 da reserva especial, clausulada com inalienabilidade por
testamento é um bem classificado como consumível fático e, ao mesmo tempo, como bem
inconsumível do ponto de vista jurídico.
Resposta: Correto
305
SEMANA 01
Frutos
ACESSÓRIOS
Produtos
BENS
Pertenças
Benfeitorias
Partes
integrantes
7.2.1 Frutos
306
SEMANA 01
São bens acessórios com origem no bem principal, mantendo a integridade desse
último, sem a diminuição da sua substância ou quantidade.
• Quanto à origem:
o Naturais: decorrentes da essência da coisa principal, como as frutas de uma
árvore;
o Industriais: decorrentes de uma atividade humana, caso de um material
produzido por uma Fábrica;
o Civis: decorrentes de uma relação jurídica e econômica, de natureza
privada, também chamados de rendimentos. Ex: aluguéis.
• Quanto ao estado:
o Pendentes: são aqueles que estão ligados à coisa principal, e que não foram
colhidos;
o Percebidos: são os colhidos do principal e separados;
o Estantes: são aqueles que foram colhidos e encontram-se armazenados;
o Percipiendos: são os que deveriam ter sido colhidos, mas não foram;
o Consumidos: são os que já foram colhidos e já não existem mais.
7.2.2 Produtos
São os bens acessórios que saem da coisa principal, diminuindo a sua quantidade e
substância. Ex: Diamante extraído de uma mina.
307
SEMANA 01
7.2.3 Pertenças
São bens destinados a servir um outro bem principal, por vontade ou trabalho intelectual
do proprietário. São bens que se acrescem, como acessórios à coisa principal. Embora
sejam acessórios, conservam sua individualidade e autonomia, tendo apenas como
principal uma subordinação econômico-jurídica, pois sem qualquer incorporação
vinculam-se ao principal para que atinja suas finalidades. Ex: Armários em uma cozinha.
Embora sejam acessórios, conservam sua individualidade e autonomia, de modo que sua
subordinação ao bem principal se dá apenas por motivos socioeconômicos: uso serviço ou
aformoseamento do bem principal. Dessa forma, pode-se dizer que não há uma incorporação
da pertença ao bem principal, mas sim uma independência.
7.2.4 Partes integrantes
São bens acessórios unidos ao bem principal, formando com este último um todo
independente, sendo desprovido de existência material própria, embora mantendo cada
um sua integridade. Ex: lente de máquina fotográfica.
7.2.5 Benfeitorias
308
SEMANA 01
Vamos ver a relação dos frutos e das benfeitorias com o possuidor de boa-fé e má
fé?
Indenização de benfeitorias
ü Necessárias – direito à indenização e direito de Indenização de benfeitorias
retenção ü Necessárias – direito à indenização e sem
ü Úteis - direito à indenização e direito de retenção direito à retenção
ü Voluptuárias – direito à indenização e direito de ü Úteis – sem direito à indenização
levantá-las, quando puder sem detrimento da ü Voluptuárias – sem direito à indenização e
coisa. sem direito à levantamento.
Casos especiais
(1) STJ - Quando irregularmente ocupado o bem
público, não há que se falar em direito de
retenção pelas benfeitorias realizadas, tampouco
em direito a indenização pelas acessões, ainda
que as benfeitorias tenham sido realizadas de
boa-fé. Isso porque, nesta hipótese não há posse,
mas mera detenção, de natureza precária.
(2) Na lei de locações – possuidor de boa-fé só terá
direito as benfeitorias úteis se houver previa
309
SEMANA 01
autorização do locador.
(3) No comodato – a benfeitoria útil não é
indenizável e não há direito de retenção
7.3.1 Voluntário
Aquele instituído por ato de vontade do casal, da entidade familiar ou até mesmo de
terceiro, mediante:
(a) registro no Cartório de Imóveis,
(b) por escritura pública ou
(c) testamento.
Para evitar fraudes, o bem de família voluntário não pode ultrapassar o limite de
1/3 do patrimônio líquido dos seus instituidores.
310
SEMANA 01
Essas características não são absolutas, podendo ser afastadas em casos excepcionais ou
eventualmente extinto o bem de família. Vejamos a redação dos dispositivos legais:
Vale acrescentar, a teor do art. 1712, que o bem de família voluntário poderá
compreender valores mobiliários (renda), aplicados na conservação do imóvel e no
sustento da família, podendo essa renda, inclusive, ser administrada por instituição
financeira (art. 1713, §3º do CC) (em caso de liquidação dessa entidade, os valores serão
transferidos para outra instituição congênere, art. 1718 - trust).
7.3.2 Legal
O bem de família legal, instituído pela Lei 8009/90, concretiza o direito constitucional à
moradia e a noção de patrimônio mínimo (FACHIN), decorrente do valor superior da
dignidade da pessoa humana Anote-se que, em razão de tal caráter protetivo, a Lei
8009/90 aplica-se a penhora realizada antes de sua vigência, nos termos da súmula 205
do STJ.
311
SEMANA 01
312
SEMANA 01
O STF entendeu que a pensão alimentícia pode decorrer tanto de relações familiares,
quanto de obrigação de reparar danos. Assim, a impenhorabilidade do bem de família não
pode ser oposta ao credor de pensão alimentícia decorrente de indenização por ato ilícito
(REsp 1.186.225).
313
SEMANA 01
314
SEMANA 01
Ø JURISPRUDÊNCIAS:
w Não se pode penhorar o bem de família com base no inciso IV do art. 3º da Lei
8.009/90 se o débito de natureza tributária está relacionado com outro imóvel que
pertencia ao devedor. Para a aplicação da exceção à impenhorabilidade do bem de
família prevista no art. 3º, IV, da Lei nº 8.009/90 é preciso que o débito de natureza
tributária seja proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar. (Info. 665/STJ
– 2020)
w Proprietário que aceita que seu bem de família sirva como garantia de um contrato de
alienação fiduciária em garantia não pode, posteriormente, alegar que esse ato de
disposição foi ilegal (Info 664/STJ – 2019)
w Os imóveis residenciais de alto padrão ou de luxo não estão excluídos, em razão do seu
valor econômico, da proteção conferida pela Lei nº 8.009/90 aos bens de família (AgInt
no AREsp 1199556/PR - 2018)
315
SEMANA 01
w Constitui bem de família o único imóvel residencial do devedor em que resida seu
familiar, ainda que o proprietário nele não habite. (Info 543/STJ)
w Tratando-se de bem de família que constitua imóvel rural, é possível que se determine
a penhora da fração que exceda o necessário à moradia do devedor e sua família.
(Info 521/STJ)
w Regra: proteção do bem de família é norma cogente, não podendo o devedor abrir
mão de tal benesse.
316
SEMANA 01
Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado.
317
SEMANA 01
https://www2.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=&instituto=&organizadora=&prova=
&ano_publicacao=&cargo=175+&escolaridade=&modalidade=&disciplina=8+&assunto=393++161
12++11257++399++61++12138++13334+&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&perio
do_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerais=&possui_co
mentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=true&sem_desatuali
zadas=true&sem_anuladas_impressao=true&sem_desatualizadas_impressao=true&caderno_id=&
migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&
resolvidas_erradas=&nao_resolvidas=
a) Embora a segurança jurídica seja uma preocupação da norma, as respostas a consultas emitidas
não terão caráter vinculante em relação ao órgão ou à entidade a que se destinam, mas, sim,
informativo.
b) Os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo
são irrelevantes quando da interpretação de normas sobre gestão pública, haja vista a
indisponibilidade do interesse público.
318
SEMANA 01
c) As instâncias controladora e judicial, embora obrigadas a motivar suas decisões, não devem
considerar as consequências práticas da medida imposta, que é atividade de competência
exclusiva da administração pública.
d) A edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização
interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados.
a) brasileira, por ser a devedora aqui domiciliada, analisando-se somente o conceito de obrigação
natural da dívida de jogo para ser ou não eficaz para a cobrança.
b) brasileira, pela inexistência de previsão de cabimento de leis estrangeiras às obrigações, ainda
que constituídas fora do país.
c) norte-americana, por se tratar de atividade legal naquele país, examinando-se no Brasil
somente os aspectos formais da constituição da obrigação, para ser eficaz a cobrança judicial em
nosso país.
d) norte-americana, no tocante ao direito material, uma vez que a obrigação foi constituída nos
Estados Unidos, examinando-se sua compatibilidade ou não com a lei brasileira no exame dos
conceitos de ordem pública, soberania e bons costumes.
e) brasileira, porque aplicar-se a lei estrangeira para obrigações contraídas por cidadã brasileira
infringiria a soberania nacional e os bons costumes.
319
SEMANA 01
b) Segundo o Superior Tribunal de Justiça, os aparelhos de adaptação para direção por deficiente
físico são pertenças.
c) A energia extraída de uma usina hidrelétrica é um bem imóvel.
d) Não é possível convencionar a indivisibilidade de bens naturalmente divisíveis e fungíveis.
e) O imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação, de titularidade da Caixa Econômica
Federal, mas ocupado por particular há mais de 15 (quinze) anos, considera-se bem particular,
consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
320
SEMANA 01
Situação hipotética: B é sócio cotista da sociedade empresária A Ltda., que está encerrando suas
atividades e, consequentemente, dissolvendo a sociedade. Assertiva: Nessa situação, em eventual
demanda judicial envolvendo B e a figura jurídica A Ltda., esta poderá requerer a desconsideração
da personalidade jurídica da sociedade empresária, tendo como fundamento único o seu término.
321
SEMANA 01
( ) Certo ( )Errado
Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava determinada relação jurídica, não poderá
atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa julgada, salvo se houver
determinação expressa para tanto.
( ) Certo ( )Errado
I. A vida privada da pessoa natural é inviolável. Logo, a exposição da vida do homem público, ainda
que se trate de notícia verdadeira e útil vinculada a seu papel social, representa violação do direito
à privacidade, na medida em que os direitos da personalidade são irrenunciáveis.
II. A imutabilidade do nome é princípio de ordem pública que visa garantir segurança nas relações
jurídicas nas esferas pública e privada. Por esta razão, o STJ possui jurisprudência dominante no
sentido de que não é possível o cônjuge acrescer o nome de família do outro após a celebração do
matrimônio.
III. Desde que gratuita e realizada por pessoa capaz, é lícita a doação de tecidos, de órgãos e de
partes do corpo vivo para transplante em qualquer pessoa, desde que mediante autorização
judicial, ressalvado se o beneficiário for cônjuge ou qualquer parente consanguíneo até o quarto
grau, quando, então, basta autorização, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas,
indicando especificamente o objeto de retirada, prescindindo de intervenção judicial.
IV. O Código Civil dispõe que ninguém poderá ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Logo, é juridicamente inválido o termo de
322
SEMANA 01
a) II e IV.
b) III.
c) IV.
d) I e IV.
e) I, II e III.
a) As correções de texto, de qualquer natureza, ocorridas após a publicação da lei, não interferem
no termo a quo de sua vigência, na medida em que não se consideram lei nova por não alterar seu
conteúdo.
b) A despeito de ser executada no Brasil, a lei brasileira não será aplicada quando a obrigação for
constituída fora do país, pois, para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem.
c) Os direitos de família são determinados pela lei do país em que domiciliada a pessoa. No caso
de nubentes com domicílio diverso, a lei do primeiro domicílio conjugal regerá tanto os casos de
invalidade do matrimônio quanto o regime de bens.
d) Quando a lei estrangeira for aplicada a demanda judicial no Brasil, ter-se-á em vista somente os
dispositivos invocados pelas partes, inclusive eventuais remissões a outras leis.
323
SEMANA 01
e) Compete exclusivamente à autoridade judiciária estrangeira processar e julgar as ações cujo réu
possua domicílio no exterior ou cuja obrigação lá tenha de ser cumprida, ainda que versadas sobre
bens imóveis situados no Brasil.
324
SEMANA 01
I. inalienáveis, os dominicais.
II. alienáveis, desde que haja prévia justificativa e autorização do Poder Legislativo.
III. inalienáveis, os bens de uso comum, enquanto conservar a sua qualificação; e inalienáveis os
bens dominicais, observadas as determinações legais.
IV. alienáveis, os bens dominicais, observadas as determinações legais.
V. inalienáveis, os bens públicos de uso comum do povo na forma que a lei determinar.
325
SEMANA 01
b) São válidos os negócios jurídicos praticados pelo incapaz antes da sentença de interdição, ainda
que se comprove que o estado de incapacidade tenha sido contemporâneo ao negócio.
c) Não configura direito subjetivo da pessoa retificar seu patronímico no registro de nascimento de
seus filhos após o divórcio, quando ela deixar de usar o nome de casada.
d) A filial é uma espécie de estabelecimento empresarial que possui personalidade jurídica
própria, distinta da sociedade empresária.
e) Não se tratando de contrato de trato sucessivo, descabe a aplicação retroativa da lei nova para
alcançar efeitos presentes de contratos celebrados anteriormente à sua vigência.
326
SEMANA 01
e) o enteado ou enteada poderá, havendo motivo ponderável como, por exemplo, a comprovação
de uma paternidade socioafetiva, requerer ao juiz competente que seja averbado em seu registro
de nascimento o nome de família de seu padrasto ou madrasta, desde que haja concordância
destes e dos pais biológicos, o que ocasionará prejuízo a seus apelidos de família originários.
Se a norma jurídica regente da referida relação jurídica for revogada por norma superveniente, as
novas disposições normativas poderão, excepcionalmente, aplicar-se a essa relação, ainda que não
haja referência expressa à retroatividade.
( ) Certo ( )Errado
Caso determinada rede de rádio, por informações veiculadas em sua programação, atinja a honra
e a imagem do próprio Estado, será admitida, nessa hipótese, ação indenizatória por dano moral
pelo ente federativo em desfavor da empresa de radiodifusão, devendo o locutor responder
regressivamente se tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o locutor for economicamente
hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa dele.
( ) Certo ( )Errado
327
SEMANA 01
O espólio possui legitimidade para postular indenização por danos morais pelos prejuízos
decorrentes de ofensa à imagem do falecido, em virtude da contratação de cartão de crédito após
a morte do usuário, com a inscrição do seu nome nos cadastros de devedores inadimplentes.
( ) Certo ( )Errado
A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas deve ser impedida, a
fim de se respeitar o direito ao esquecimento das vítimas de crimes e, assim, preservar a
dignidade da pessoa humana.
( ) Certo ( )Errado
a) doados a qualquer organização sem fins lucrativos, ainda que de natureza diversa.
b) destinados para outra fundação que se proponha a igual ou semelhante fim.
c) destinados ao Município.
d) repartidos entre os herdeiros de Antônio.
328
SEMANA 01
a) resguardou a igualdade por meio da visão abstrata do sujeito de direitos, considerado em razão
das normas jurídicas, e não em face de suas circunstâncias concretas.
b) adotou a concepção de sistema fechado, uma vez que permitido o diálogo apenas com a
Constituição Federal e com as normas especiais de direito privado.
c) utilizou a técnica legislativa das normas abertas, razão pela qual o processo de aplicação do
Direito depende exclusivamente do raciocínio dedutivo e silogístico.
d) estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a previsão normativa
dos direitos da personalidade.
e) promoveu a unificação do Direito Privado, com exceção do direito das obrigações, onde
manteve a autonomia do Direito Civil e do Direito Empresarial.
Respostas 01: D 02: D 03: B 04: E 05: E 06: A 07: E 08: E 09: B 10: C 11: E 12: E
13: E 14: C 15: C 16: E 17: E 18: C 19: B 20: D
329
SEMANA 01
META 5
Procedimentos Especiais
Processo de Execução
Cumprimento de Sentença
4% 4% 18%
4%
4% Sentença
4% Sujeitos do Processo
13%
9% Processos nos Tribunais e Meios de Impugnação
Atos Processuais
9%
13%
9% Prazos
9%
Processo de Conhecimento
Provas
Tutela
Recurso: 4 questões
Procedimentos Especiais: 3 questões
Processo de Execução: 3 questões
Cumprimento de Sentença: 2 questões
Sentença: 2 questões
Sujeitos do Processo: 2 questões
Processos nos Tribunais e Meios de Impugnação: 2 questões
Atos Processuais: 1 questão
Prazos: 1 questão
Processo de Conhecimento: 1 questão
Provas: 1 questão
Tutela: 1 questão
330
SEMANA 01
331
SEMANA 01
a) Motivação das decisões (art. 11 CPC): Dispõe o art. 93, IX, da CF/88 a necessidade de
motivação das decisões judiciais, a fim de demonstrar a correção e imparcialidade do
julgador, além de possibilitar o controle da decisão pela coletividade.
b) Isonomia (art. 7º CPC): Está pautada na ideia de “paridade de armas”, a fim de manter
equilibrada a disputa judicial entre as partes. No entanto, alguns sujeitos processuais
332
SEMANA 01
Necessário destacar ainda que decorre da isonomia a previsão no art. 12 do NCPC, pela
qual os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.
d) Instrumentalidade das formas: Busca aproveitar o ato viciado, ainda que praticado em
desrespeito à forma legal, desde que:
• O ato tenha preenchido a sua finalidade;
• NÃO haja prejuízo à parte contrária ou ao processo.
14
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir
da intimação pessoal.
15
Vide Leis nº 8.437/92, 12.016/09.
333
SEMANA 01
f) Princípio da boa-fé e lealdade processual (art.5º CPC): A boa-fé é regra de conduta que
deve nortear o comportamento das partes. Nesse sentido, diante da prática de ato que
macule o processo, o NCPC tutela mecanismos para coibir a litigância de má-fé, a exemplo:
334
SEMANA 01
Como exemplo, é possível citar a concessão de prazo para o recorrente trazer peças
eventualmente ausentes no recuso, antes de o relator inadmiti-lo por ausência de tais
peças:
335
SEMANA 01
h) Proibição da decisão surpresa (art.9, NCPC): O juiz NÃO pode proferir decisão contra
uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (art. 9º, NCPC), SALVO algumas
hipóteses legalmente previstas, a exemplo da tutela de urgência.
Observe-se que o que não se pode proferir é decisão contra uma das partes sem que seja
ouvida. Contudo, é possível que se profira decisão a favor da parte sem que seja ouvida.
Seria o caso de improcedência liminar, em que o juiz julga de plano, sem provocar a parte
contrária.
As exceções do art. 9º tratam de decisões provisórias, ou seja, decisões que podem ser
revistas posteriormente. Apenas decisões definitivas não podem ser tomadas sem ouvir a
outra parte. Logo, conclui-se que o rol do art. 9º é exemplificativo, havendo outros
exemplos de decisões provisórias concedidas sem a oitiva do réu.
Sobre o tema:
336
SEMANA 01
337
SEMANA 01
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SEMANA 01
339
SEMANA 01
16
Alternativa E (art. 3)
340
SEMANA 01
2. DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
2.1 Jurisdição
2.1.1 Conceito
Atenção: É possível, no entanto, rever a autotutela pelo Poder Judiciário, ante o princípio
da inafastabilidade da jurisdição.
341
SEMANA 01
342
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343
SEMANA 01
- Vantagens
Marco Aurélio Peixoto e Renata Peixoto, citando a lição de Rafael Alves de Almeida,
Tânia Almeida e Mariana Hernandez Crespo apontam as vantagens do sistema multiportas:
a) o cidadão assumiria o protagonismo da solução de seu problema, com maior
comprometimento e responsabilização acerca dos resultados;
b) estimulo à autocomposição;
c) maior eficiência do Poder Judiciário, porquanto caberia à solução jurisdicional
apenas os casos mais complexos, quando inviável a solução por outros meios ou quando as
partes assim o desejassem;
d) transparência, ante o conhecimento prévio pelas partes acerca dos procedimentos
disponíveis para a solução do conflito. (PEIXOTO, Marco Aurélio Ventura; PEIXOTO, Renata
Cortez Vieira. Fazenda Pública e Execução. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 118).
- Origem da expressão
A origem dessa expressão “Justiça Multiportas” remonta os estudos do Professor
Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard, que mencionava, já em 1976, a
necessidade de existir um Tribunal Multiportas, ou “centro abrangente de justiça”.
Note que a inércia diz respeito ao início do processo, pois uma vez provocada pelo
interessado com a propositura da demanda, a jurisdição já não será mais inerte, aplicando-
se a regra do IMPULSO OFICIAL. Há algumas exceções à inércia, com a possibilidade de
344
SEMANA 01
d) Definitividade ou imutabilidade:
As decisões jurisdicionais tendem à imutabilidade, não podendo mais ser discuti
das. O objetivo é o de evitar a eternização dos conflitos, como consequência da segurança
jurídica.
345
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d) Inafastabilidade: Art.5º, XXXV, da CF/88 preleciona que o Estado não pode negar
decisão, uma vez provocado (Non liquet). O aludido princípio pode ser entendido em
algumas acepções:
e) Juiz Natural: Ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII,
da CF/88).
346
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2.2 Ação
2.2.1 Conceito
347
SEMANA 01
II. Teoria concretista – Adolf Wach: O direito de ação corresponderia ao direito a uma
sentença favorável. O direito de ação é independente do direito material, mas só possui o
direito de ação quem possui o direito material.
Wach desenvolveu suas ideias a partir das ações declaratórias.
III. Teoria abstrata - Degenkolb (Alemanha), Plosz (Hungria) e Alfredo Rocco (Itália): Ação
é vista como direito público, subjetivo e abstrato a um pronunciamento do estado-juiz, por
uma sentença favorável ou não. Mantem a autonomia do direito de ação, mas NÃO se
confunde com o direito material.
NÃO existiria nenhuma condição para exercer o direito de ação.
348
SEMANA 01
Identificam a ação
ü PARTES: Relaciona-se com os sujeitos. Abrangência:
Teoria Restritiva (Chiovenda): parte é quem pede e contra quem se pede a
tutela jurisdicional.
Teoria Ampliativa (Liebman): partes são todos os sujeitos que participam do
processo exercendo ônus, faculdades, direitos, deveres e se colocando em
estado de sujeição. Assim, partes são todos aqueles que se submetem a
situações/posições jurídicas.
349
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Espécies de Cumulação:
• Própria:
o Simples: O resultado de um pedido NÃO interfere nos demais;
o Sucessiva: Há relação de prejudicialidade.
• Imprópria:
o Subsidiária: pede que, em não acolhendo um pedido, acolha o outro;
o Alternativa: pede que se acolha um pedido ou outro.
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a) Subjetivos:
• Investidura: Exige que o julgador possua poder jurisdicional, o qual é conferido pelo
Estado. É pressuposto de existência.
351
SEMANA 01
ATENÇÃO: A competência relativa, segundo parte da doutrina, não pode ser considerada
como pressuposto processual subjetivo, pois pode ser convalidada.
b) Objetivos:
EXTRÍNSECOS: Referentes a fatos estranhos ao processo que não podem se verificar para
que o processo seja considerado válido. São pressupostos de validade:
1. Coisa julgada material;
2. Litispendência;
3. Perempção;
4. Convenção de arbitragem;
5. Transação.
INTRÍNSECOS
1. Demanda: É pressuposto de existência.
352
SEMANA 01
Espécies:
1. Temporal: Impossibilidade de praticar o ato, por não ter sido praticado no prazo
previsto em lei;
2. Lógica: Impossibilidade de praticar um ato, pois o ato processual anterior,
produzido pela mesma parte, é incompatível com o novo ato.
3. Consumativa: Impossibilidade de se repetir ou complementar ato processual já
praticado validamente.
EXISTE PRECLUSÃO PRO JUDICATO?
A preclusão pro judicato se atrela ao prazo para a prática de atos processuais pelo juiz.
1- Preclusão temporal: Não existe, pois os prazos são impróprios.
2- Preclusão consumativa ou lógica: É possível falar em preclusão.
3. COMPETÊNCIA
3.1 Generalidades
353
SEMANA 01
Regra da KOMPETENZ KOMPETENZ: todo juízo tem competência para julgar sua própria
competência.
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SEMANA 01
Diz-se territorial quando o critério levar em conta a divisão do poder jurisdicional em razão
de foros ou circunscrições judiciárias em que está dividido o país.
Ø CRITÉRIO OBJETIVO
competentes para análise daquele tipo de caso. Exemplo: quando envolve a Fazenda
Pública, o processo é julgado na Vara da Fazendo Pública, independente das outras
opções.
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Ø CRITÉRIO FUNCIONAL
Ø CRITÉRIO TERRITORIAL
Visa determinar qual é o local em que aquela demanda deve ser proposta. Tem
previsão a partir do artigo 46 do Novo CPC. Veja:
REGRA GERAL
Regra Geral – Direito pessoal ou real sobre bens MÓVEIS, será proposto a demanda no
domicílio do réu (art. 46).
A) RÉU com + 1 Domicílio – O autor pode escolher qual dos domicílios vai
propor aquele caso.
356
SEMANA 01
a) Ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS (ART. 47) – É competente o foro de
situação da coisa. O autor também pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro
de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão
e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
b) HERANÇA (ART. 48) – O foro de domicílio do autor da herança, ainda que o óbito tenha
ocorrido no estrangeiro. Não possuía domicílio certo, é competente:
Caso a União seja ré, o foro competente é o de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
357
SEMANA 01
Caso o Estado ou DF sejam réus: (i)no foro de domicílio do autor, (ii) no de ocorrência do
ato ou fato que originou a demanda, (iii) no de situação da coisa ou na capital do
respectivo ente federado.
Dica de leitura:
http://genjuridico.com.br/2019/11/13/lei-13894-2019-competencia-juizados/
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/10/30/lei-13-89419-altera-lei-maria-da-
penha-para-dispor-sobre-assistencia-judiciaria-para-divorcio-separacao-anulacao-de-casamento-
ou-dissolucao-de-uniao-estavel/
358
SEMANA 01
O Brasil tem competência concorrente com outros países nos casos dos artigos art. 21 e 22
Novo CPC17.
17
Artigo 21/22
I - O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; (considera-se domiciliada no
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.)
359
SEMANA 01
Assim, as duas ações correrão ao mesmo tempo. A ação brasileira não vai ser extinta em
razão da litispendência.
Não há litispendência, conforme artigo 24 CPC. Para o nosso ordenamento, vai valer a
ação que primeiro transitar em julgado.
A sentença estrangeira ainda deve ser homologada por autoridade brasileira competente,
no caso, o STJ e, não caber mais recursos para só então ser considerada como “transitado
em julgado” em nosso país e aí surtir efeitos.
b)o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de
benefícios econômicos;
V – Ações decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III– Em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
360
SEMANA 01
Por isso, não há uma colisão entre o que dispõe o artigo 10, da lei de Introdução das
Normas do Direito Brasileiro, pois esta lei faz referência aplicação das normas de direito
material.
Como isso caiu em prova?
IMPORTANTE:
TRASLATIO IUDICI: Art. 64, §4º:
É o instituto ou princípio que permite a transferência do juízo incompetente para o
competente, conservando os efeitos das decisões proferidas pelo juízo incompetente até
posterior decisão em contrário do juízo competente.
19
A
361
SEMANA 01
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te=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerais=&possui_c
omentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=true&sem_
desatualizadas=true&sem_anuladas_impressao=true&sem_desatualizadas_impressao=tru
e&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvid
as=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_resolvidas=
https://www2.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=&instituto=&organizadora=&
prova=&ano_publicacao=&cargo=8884&escolaridade=&modalidade=&disciplina=560&ass
unto=19624++19625++20334&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_
ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerais=&possui_
comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=true&sem
_desatualizadas=true&sem_anuladas_impressao=true&sem_desatualizadas_impressao=tr
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362
SEMANA 01
a) elaborar a peça defensiva de contestação, que poderá ser protocolada no foro de domicílio do
réu, ainda que não apresente preliminar de incompetência do juízo.
b) elaborar a peça defensiva de contestação, que somente poderá ser protocolada no foro de
domicílio do réu se a carta precatória ainda não tiver sido devolvida ao juízo deprecante.
c) elaborar a peça defensiva de contestação, com a alegação de incompetência do juízo em
preliminar de contestação, hipótese em que poderá protocolar a contestação no foro de domicílio
do réu.
d) orientar Humberto para que compareça ao atendimento da Defensoria Pública na Capital, onde
deverão ser tomadas as medidas em sua defesa, inclusive a elaboração de contestação.
e) elaborar a peça defensiva de contestação, protocolando-a necessariamente no foro da Capital,
onde está sendo processada a ação, em razão da existência de norma de competência absoluta
quanto ao foro da situação do bem.
a) mesma posição em que ocupava caso o juiz entenda que o pedido não era meramente
protelatório.
b) mesma posição que ocupava, independentemente da constatação de necessidade de conversão
em diligência.
c) mesma posição que ocupava, se não houver necessidade de reabertura da instrução.
d) última posição entre os que já estavam na lista quando da apresentação do pedido pelo autor.
363
SEMANA 01
a) a incompetência relativa não pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar
364
SEMANA 01
b) na execução por carta, a competência para julgar os embargos é, em regra, do juízo deprecado.
c) compete à Justiça estadual processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
d) a presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, afasta a
competência do foro da situação do imóvel.
e) há conflito de competência quando entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da
reunião ou separação de processos.
a) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o
ordenamento jurídico processual refere-se ao princípio da indelegabilidade.
b) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela inexistência
de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade.
c) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por julgarem
em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional.
d) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei.
e) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou
imateriais, disponíveis ou não.
365
SEMANA 01
clubs na região. Inconformados, Matheus e Isaac resolveram buscar tutela judicial, a fim de
obrigar Tarcísio a cumprir o negócio jurídico.
Nessa situação hipotética, é correto afirmar, à luz das regras do Código de Processo Civil (CPC) e
da jurisprudência majoritária do STJ, que o mecanismo jurídico adequado para a tutela pretendida
é
366
SEMANA 01
b) tem como principal elemento a competição entre os envolvidos na disputa, de modo que deve
prevalecer quem tem maior mérito.
c) é absolutamente incompatível com os escopos e finalidades da mediação como instrumento de
autocomposição.
d) tem por finalidade assegurar a absoluta igualdade entre as partes envolvidas em um litígio
judicial.
e) é compatível com a cooperação, pois combinando estratégias entre os jogadores alcança-se um
melhor resultado, individual e coletivamente.
I. Ação ajuizada para retomada de imóvel em que sediada empresa pública estadual, ocupado por
seus empregados em greve, impedindo o funcionamento regular de suas atividades.
II. Ação movida por usuários de serviço de telefonia móvel, em face da prestadora do serviço, para
restituição de valores pagos indevidamente, em virtude da cobrança de pulsos além da franquia,
sem que a agência reguladora respectiva figure como parte ou terceira interessada na ação.
III. Ação penal ajuizada em face de civil denunciado pelo crime de falsificação de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), expedida pela Marinha do Brasil.
a) I - do Trabalho
II - Estadual
III - Militar
b) I - Estadual
II - Estadual
367
SEMANA 01
III - Federal
c) I - do Trabalho
II - Estadual
III - Federal
d) I - Estadual
II - Federal
III - Militar
e) I - Estadual
II - Federal
III - Federal
a) Tabatinga.
b) Parintins.
c) Manaus.
d) Eurunepé.
e) Tefé.
368
SEMANA 01
Esse é o princípio da
369
SEMANA 01
a) I e II.
b) II e IV
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III, IV.
370
SEMANA 01
( ) Certo ( )Errado
371
SEMANA 01
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento
jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.
( ) Certo ( )Errado
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SEMANA 01
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogente e possui
efeito imediato.
d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajuizadas sob este
procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.
e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
a) a ação fundada em direito real sobre bem móvel será proposta, em regra, no foro da situação
da coisa.
b) a ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
c) são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente ao
registro ou à distribuição da petição inicial, ainda que alterem competência absoluta.
d) serão remetidos à Justiça Federal os processos nos quais intervier a União, incluindo as ações de
recuperação judicial e falência.
e) uma vez remetidos os autos à Justiça Federal, em razão de intervenção da União, o juízo federal
suscitará conflito de competência se, posteriormente, esta for excluída do processo.
a) A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
b) A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
c) O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
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SEMANA 01
d) Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz; após a citação, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
e) É competente o foro de domicílio da mulher, para a ação de divórcio, anulação de casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável.
Respostas 01: C 02: C 03: D 04: E 05: E 06: D 07: C 08: E 09: C 10: D 11: E 12: B
13: B 14: B 15: E 16: E 17: D 18: E 19: B 20: E
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SEMANA 01
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SEMANA 01
ASSERTIVAS CORRETAS
e) tem limites materiais encontrados na proteção dos direitos e garantias individuais, que se
encontram ao longo de toda a Constituição conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.
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SEMANA 01
c) decorrente.
e) substancialismo.
a) recepção de lei anterior, desde que materialmente compatível com a nova Constituição.
377
SEMANA 01
A mutação constitucional
Certo
Errado
378
SEMANA 01
a) V.
379
SEMANA 01
c) configura exercício de poder constituinte decorrente de segundo grau, pois deve observar,
como regra geral, as limitações materiais impostas ao poder constituinte decorrente inicial, além
daquelas estatuídas pela própria Constituição Estadual.
I - CF/88, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Art. 34, caput: “O sistema tributário
nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da
Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação determinada pela
Emenda n. 1, de 1969, e pelas posteriores”.
380
SEMANA 01
II - CF/88, Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante politicas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
A proteção dos limites materiais ao poder de reforma constitucional não alcança a redação do
texto constitucional, visando sua existência a evitar a ruptura com princípios que expressam o
núcleo essencial da CF.
Certo
d) O ensino religioso deve existir obrigatoriamente nas escolas públicas de ensino fundamental,
sem que tal circunstância caracterize afronta à liberdade de crença.
381
SEMANA 01
a) O caráter ilimitado do poder constituinte originário deve ser entendido guardadas as devidas
proporções: embora a Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988 não se subordinasse a
nenhuma ordem jurídica que lhe fosse anterior, devia observância a certos limites extrajurídicos,
como valores éticos e sociais.
a) Um parlamentar da Casa em que esteja tramitando a PEC poderá ajuizar mandado de segurança
no STF, questionando, em controle difuso, a constitucionalidade da proposta por ofensa a
limitações materiais e circunstanciais ao poder de reforma.
382
SEMANA 01
PRINCIPAIS ARTIGOS
§ Art. 3º do ADCT
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral.
§ Arts. 1º a 4º da CF/88
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
383
SEMANA 01
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
384
SEMANA 01
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
385
SEMANA 01
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SEMANA 01
387
SEMANA 01
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações
e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
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SEMANA 01
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SEMANA 01
ASSERTIVAS CORRETAS
390
SEMANA 01
c) V V F V F
d) princípio da insignificância.
391
SEMANA 01
O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou
exposto ao público” (CP, art. 233). Para interpretar o exato significado da expressão “ato
obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos
c) sociológicos.
c) tipicidade material.
d) humanidade.
392
SEMANA 01
O direito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema
orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do
estado constitucional de direito.
Certo
Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às teorias do bem
jurídico, julgue o item a seguir.
O fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia ao que hoje se
entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e da fragmentariedade.
Errado
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SEMANA 01
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de 2014,
1o caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3)
Além da ideia de dignidade humana, por esse trecho o inconformismo do autor, recentemente
publicado na imprensa brasileira, sustenta-se mais diretamente também no postulado
constitucional da
c) pessoalidade.
d) o Decreto Presidencial de Indulto pode prever lapsos temporais menores para obtenção de
indulto pelas mulheres.
d) a seletividade do sistema penal brasileiro, por ser um problema conjuntural, poderia ser
resolvida com a aplicação do princípio da igualdade nas ações policiais.
A versão clássica do modelo penal garantista ideal se funda sob os princípios da legalidade estrita,
da materialidade e lesividade dos delitos, da responsabilidade pessoal, do contraditório entre as
partes e da presunção de inocência
394
SEMANA 01
Certo
b) a tipicidade material.
c) consunção.
395
SEMANA 01
396
SEMANA 01
PRINCIPAIS ARTIGOS
CF/88
§ Art. 5º, II
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
397
SEMANA 01
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
§ art. 7º, X
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
398
SEMANA 01
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
§ art. 227, § 4º
CP
§ Art. 1º
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
§ Art. 59
399
SEMANA 01
§ Art. 71
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste
Código.
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
400
SEMANA 01
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a
novo processo pelos mesmos fatos.
401
SEMANA 01
⦁ XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
402
SEMANA 01
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
§ Art. 1º, CP
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
403
SEMANA 01
ASSERTIVAS CORRETAS
Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o
resultado.
Certo
d) Dada a proibição de extradição de brasileiros (artigo 5º, inciso LI, da Constituição da República),
aos delitos praticados por brasileiro no estrangeiro que, posteriormente, ingressa em território
brasileiro, aplica-se a extraterritorialidade, cuja competência para o processo e julgamento ser· do
juízo de Brasília-DF, ainda que ele tivesse residido noutro Estado da Federação.
404
SEMANA 01
b) A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado, se sua vigência é anterior à cessação da
continuidade.
b) temporária.
d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis penais
em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas incriminadoras
para especificação da pena.
405
SEMANA 01
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer o lugar do crime, a
teoria da ubiquidade.
a) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a lei penal mais grave é aplicada
ao crime continuado ou ao crime permanente se sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
d) Na interpretação teleológica, que busca a vontade da lei (voluntas legis) e não a vontade do
legislador (voluntas legislatoris), incumbe ao jurista o dever de perseguir sempre o escopo da lei e
o resultado prático que ela pressupõe realizar, observando o limite insuperável da legalidade
penal.
406
SEMANA 01
e) As leis penais brasileiras podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no território nacional
quanto àqueles praticados no estrangeiro, nas hipóteses previstas, mas elas somente podem ser
aplicadas às contravenções penais que forem cometidas no território nacional.
d) consunção.
407
SEMANA 01
d) tem-se a novatio legis in mellius quando a lei penal definir fatos novos como infração penal,
também denominada “neocriminalização”.
408
SEMANA 01
Nessa situação, não se aplica a lei brasileira ao crime praticado por Peter.
Errado
409
SEMANA 01
PRINCIPAIS ARTIGOS
§ Art. 1º ao 12º, CP
410
SEMANA 01
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
411
SEMANA 01
412
SEMANA 01
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.
413
SEMANA 01
⦁ Art. 71, CP
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste
Código.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
414
SEMANA 01
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão.
415
SEMANA 01
⦁ Decreto. 56.435/65
416
SEMANA 01
417
SEMANA 01
Artigo 1
Para os efeitos da presente Convenção:
a) "Chefe de Missão" é a pessoa encarregada pelo Estado acreditante de agir nessa
qualidade;
b) "Membros da Missão" são o Chefe da Missão e os membros do pessoal da Missão;
c) "Membros do Pessoal da Missão" são os membros do pessoal diplomático, do
pessoal administrativo e técnico e do pessoal de serviço da Missão;
d) "Membros do Pessoal Diplomático" são os membros do pessoal da Missão que
tiverem a qualidade de diplomata;
e) "Agente Diplomático" é o Chefe da Missão ou um membro do pessoal diplomático
da Missão;
f) "Membros do Pessoal Administrativo e Técnico" são os membros do pessoal da
Missão empregados no serviço administrativo e técnico da Missão;
g) "Membros do Pessoal de Serviço" são os membros do pessoal da Missão
empregados no serviço doméstico da Missão;
h) "Criado particular" é a pessoa do serviço doméstico de um membro da Missão que
não seja empregado do Estado acreditante,
i) "Locais da Missão" são os edifícios, ou parte dos edifícios, e terrenos anexos, seja
quem fôr o seu proprietário, utilizados para as finalidades da Missão inclusive a residência
do Chefe da Missão.
Artigo 2
O estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados e o envio de Missões
diplomáticas permanentes efetua-se por consentimento mútuo.
Artigo 3
As funções de uma Missão diplomática consistem, entre outras, em:
a) representar o Estado acreditante perante o Estado acreditado;
418
SEMANA 01
419
SEMANA 01
Dois ou mais Estados poderão acreditar a mesma pessoa como Chefe de Missão
perante outro Estado, a não ser que o Estado acreditado a isso se oponha.
Artigo 7
Respeitadas as disposições dos artigos, 5, 8, 9 e 11, o Estado acreditante poderá
nomear livremente os membros do pessoal da Missão. No caso dos adidos militar, naval ou
aéreo, o Estado acreditado poderá exigir que seus nomes lhes sejam prèviamente
submetidos para efeitos de aprovação.
Artigo 8
1. Os membros do pessoal diplomático da Missão deverão, em princípio, ter a
nacionalidade do Estado acreditante.
2. Os membros do pessoal diplomático da Missão não poderão ser nomeados dentre
pessoas que tenham a nacionalidade do Estado acreditado, exceto com o consentimento
do referido Estado, que poderá retirá-lo em qualquer momento.
3. O Estado acreditado poderá exercer o mesmo direito com relação a nacionais de
terceiro Estado que não sejam igualmente nacionais do Estado acreditante.
Artigo 9
1. O Estado acreditado poderá a qualquer momento, e sem ser obrigado a justificar a
sua decisão, notificar ao Estado acreditante que o Chefe da Missão ou qualquer membro
do