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ESTATUTO GERAL DA ESCOLA COMUNITÁRIA SANTA ISABEL DE NAMPULA

PREÂMBULO

A Constituição da República de Moçambique, de 1990, nas suas alíneas a) e b) estabelece que todo o
cidadão tem dever de servir a comunidade nacional, pondo ao seu serviço as suas capacidades físicas e
intelectuais; trabalhar na medida das suas possibilidades e capacidades.

Assim, o Estado Moçambicano define a educação como um direito e dever de cada cidadão e promove uma
estratégia da sua extensão, visando a unidade nacional, erradicação do analfabetismo, o domínio da ciência
e da técnica, bem como a formação moral e cívica dos cidadãos.

No processo da democratização do ensino, levou a que o Estado abrisse a possibilidade para outros sectores
da comunidade de participarem no sistema do ensino, como forma de permitir maior acesso e sucesso
escolar. Passando a acção do Estado a ser apoiada pela intervenção da comunidade através de todas as
forças sociais interessadas em criar e administrar estabelecimentos de ensino e exercer actividades de
ensino, como contribuição para ampliação da rede escolar nacional.

Nesta perspectiva, o Decreto nº 11/90, de 1 de Junho, aprovado pelo Conselho de Ministros, conjugado
com o Diploma Ministerial nº 63/91, de 26 de Junho, ao abrigo do disposto na alínea h) do artigo 60 da
Constituição da República de 1990, é autorizado o exercício da actividade de ensino privado a título
gratuito ou oneroso, nos termos da lei.

Em função do Decreto acima citado, em 1998, a comunidade da Paróquia de Santa Isabel, cria a sua Escola,
denominanda Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, que resulta de uma análise conjuntural da
situação socioeconómica, cultural e religiosa das comunidades católicas da Paróquia supracitada.

Neste contexto, havendo necessidade de actualizar e aprovar o quadro orgânico da Escola, através de
adequação dos instrumentos legais vigentes às exigências actuais do processo do ensino e aprendizagem
deste estabelecimento educacional, o Conselho de Escola da mesma instituição, criado a 1 de Outubro de
2016, reunido na sua I Sessão Ordinária, determina:

Artigo 1. É aprovado o Estatuto Geral da Escola Comunitária Santa Isabel e sua estrutura orgânica em
anexo, que faz parte integrante do presente Estatuto.

Artigo 2. É actualizado e aprovado o Regulamento Interno da Escola e que dele faz parte integrante.

Artigo 3. São revogados todos artigos que contrariem o Regulamento Interno actualizado.

Artigo 4. Compete ao Conselho de Escola, regulamentar o presente Estatuto.

Artigo 5. O presente Estatuto e seu respectivo Regulamento Interno, entra em vigor sessenta dias após a
sua aprovação e publicação em Assembleia-geral da Comunidade Escolar.

Aprovado pelo Conselho de Escola, aos 12 de Novembro de 2016.


Publique-se: O Presidente do Conselho de Escola, Graciano Teotónio Lopes.

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ESTATUTO GERAL DA ESCOLA COMUNITÁRIA SANTA ISABEL DE NAMPULA

CAPITULO I

Disposições gerais

Secção I

(Objecto, âmbito e natureza)

Artigo 1

(objecto)

O presente Estatuto Geral da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, abreviadamente designada por
EGECSINA, define as normas regulamentares do processo do ensino e aprendizagem e estabelece o
regime geral dos alunos, professores, funcionários e demais membros da comunidade escolar (pais e
encarregados de educação).

Artigo 2

(âmbito de aplicação)

1. O presente EGECSINA aplica-se aos alunos, professores, funcionários da escola, pais e encarregados
de educação, membros do Conselho de Escola e a comunidade escolar em geral que prestam serviços de
forma directa e indirectamente na escola, no processo do ensino e aprendizagem.

2. Para efeitos do presente EGECSINA, entende-se por funcionários da escola, aos trabalhadores
contratados pela escola, que não execrem funções de docência, mas que exercem actividades de
administração escolar e outros serviços burocráticos.

Artigo 3
(Natureza)
1. A Escola Comunitária Santa Isabel é um estabelecimento de ensino particular, que nasce como
resultado de uma análise conjuntural da situação socioeconómica, cultural e religiosa das comunidades
católicas da Paróquia de Santa Isabel.
2. Surge para responder às necessidades básicas de aprendizagem das comunidades carentes.
Secção II

(Propriedade, Tutelagem, Regimento e Autonomia)


Artigo 4
(Propriedade)

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A Escola Comunitária Santa Isabel abreviadamente designada por (ECSINA), é propriedade da
comunidade da Paróquia de Santa Isabel de Nampula.
Artigo 5
(Tutelagem)
1. A ECSINA, até a ordem contrária, é tutelada pelas instituições de ensino público, conforme os níveis
de ensino:
a) O nível de ensino primário completo, pela Escola Primária de Namutequeliua;
b) O nível de ensino secundário geral, pela Escola Secundária 12 de Outubro de Nampula.
Artigo 6
(Regimento)
1. A gestão do processo do ensino-aprendizagem é feita pelos órgãos político-administrativos e técnico-
pedagógicos criados na escola, a vários níveis, em harmonia com as disposições legais vigentes no País,
no âmbito da criação e funcionamento de estabelecimentos de ensino particular.
2. São órgãos da gestão da Escola Comunitária Santa Isabel, os seguintes:
1. Órgãos consultivos:
a) Conselho de Escola;
b) Assembleia-geral da Escola;
c) Assembleia-geral da Turma;
d) Conselho Geral da Turma.
2. Órgãos Executivos:
a) Direcção da Escola;
b) Conselho Pedagógico;
c) Conselho de Direcção;
d) Colectivo de Direcção
e) Conselho de Avaliação
Artigo 7
(Funções dos Órgãos)
As funções de cada um dos órgãos mencionados no ponto anterior, são detalhadas, especificamente, no
Regulamento Interno da escola.

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Artigo 8
(autonomia)
A Escola Comunitária Santa Isabel, é uma instituição de ensino de direito privado, dotada de personalidade
jurídica, apartidária, de autonomia financeira, administrativa e patrimonial.
CAPITULO II
Conselho De Escola
Secção I

(Definição, constituição, objectivos e finalidade)


Artigo 9

(Definição)
Conselho de Escola é um órgão máximo representativo da comunidade escolar, de natureza deliberativa,
consultiva, fiscalizadora e avaliativa, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e
administrativo da instituição, em conformidade das políticas e directrizes educacionais do País.
Artigo 10
(Constituição)
O Conselho de Escola é constituído por todos os segmentos da comunidade escolar (director da escola,
professores, pessoal administrativo, alunos, pais e/ou encarregados de educação.
Artigo 11
(objectivos)
O Conselho de Escola tem como objectivos, os seguintes:
1. Garantir uma gestão participativa e transparente da escola;
2. Ajustar as directrizes e metas estabelecidas central e local, à realidade da escola e da comunidade.
Artigo 12
(Finalidade)
A participação de todos os segmentos da comunidade escolar, na vida da escola, tem como finalidade
garantir um bom aproveitamento escolar, bom desempenho dos professores e acompanhamento do
desempenho dos seus filhos/educandos e na avaliação permanente da escola.
Artigo 13
(Composição do Conselho de Escola)
Fazem parte do Conselho de Escola:
a) Director da Escola;
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b) Representantes dos professores;
c) Representantes dos alunos;
d) Representante do pessoal técnico administrativo;
e) Representante dos pais e/ou encarregados de educação;
f) Representante da comunidade.
Artigo 14
(Condições para ser eleito a membro do Conselho de Escola)
1. Pode ser membro do Conselho de Escola qualquer elemento que:
a) Pertença a um dos grupos referenciados no artigo anterior;
b) Seja idóneo e responsável;
c) Seja aberto, saiba ouvir e seja flexível;
d) Tenha disponibilidade para participar na vida da escola;
e) Seja votado pelo grupo a que pertence.
2. O Director da Escola é membro do Conselho de Escola por inerência de funções.
Artigo 15
(Princípios do Conselho de Escola)
1. O Conselho de Escola orienta-se pelos seguintes princípios:
a) Respeito pelos documentos normativos e orientadores;
b) Promoção da unidade e fortalecimento da participação da comunidade na melhoria da aprendizagem
dos alunos;
c) Promoção da iniciativa criadora dos membros para o desenvolvimento sustentável da escola, através
de políticas aprovadas pelos seus membros;
d) Promoção da cidadania e dos direitos da criança;
e) Respeito pelos limites e padrões éticos, combatendo energeticamente todos os actos de corrupção;
f) Promoção do acesso e retenção das crianças, com destaque para a rapariga, crianças órfãs e
vulneráveis e as com Necessidades Educativas Especiais.
g) Manutenção da autonomia económica e financeira da escola, capaz de garantir e preservar um
sistema de política de austeridade.
Secção II

Criação do Conselho de Escola


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Artigo 16
(Criação do Conselho de Escola)
1. A criação do Conselho de Escola é da responsabilidade do Director da Escola, actividade esta que deve
ser realizada até 30 dias após o início do ano lectivo.
2. Nos casos de revitalização do Conselho de Escola, o Director deverá fazê-lo até 45 dias após o início do
ano lectivo.
3. O Conselho de Escola anterior cessa de funções com a tomada de posse do novo.
Artigo 17
(Procedimentos da Constituição do Conselho de Escola)
Quanto aos procedimentos para a constituição do Conselho de Escola, deve-se consultar o Manual de
Apoio ao Conselho de Escola vigente no País, devendo-se adequar segundo a realidade da zona.
Artigo 18
(Mandato do Conselho de Escola)
1. O Conselho de Escola é eleito por um período de 2 anos consecutivos, renováveis uma vez.
2. Qualquer membro do Conselho de Escola pode ver seu mandato interrompido por razões pessoais, tais
como:
a) Transferência, desistência ou abandono;
b) Mudança de residência;
c) Incapacidade motivada por doença;
d) Conclusão do nível escolar pelo aluno.
3. Nos casos em que o membro se encontre nas situações descritas no ponto anterior, este deverá ser
substituído a seu pedido ou por decisão do Conselho de Escola, recorrendo-se ao grupo a que pertence,
para a sua substituição, seguindo os procedimentos recomendados para a votação.
4. No caso em que um membro é conotado de mau desempenho das suas funções, comportamento
incompatível com a função e outros, o visado pode ser destituído, desde que 2/3 dos membros do
Conselho de Escola aprovem a decisão.
5. O mesmo acontece com o presidente do Conselho de Escola, se este não mostrar um bom desempenho
ou comportamento, pode ser destituído da sua função, se 2/3 dos membros do Conselho de Escola
assim o manifestarem por votação.
Secção III

Atribuições do Conselho de Escola


Artigo 19

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(obrigações ou tarefas especificas)
No exercício do seu mandato, o Conselho de Escola tem as seguintes obrigações ou tarefas específicas:
a. Área de Gestão e Administração Escolar
a) Elaborar o seu plano anual de actividades;
b) Aprovar o plano de desenvolvimento (3 a 5 anos) e o anual da Escola;
c) Aprovar o Regulamento Interno da Escola e garantir a sua aplicação;
d) Aprovar os relatórios das comissões de trabalho;
e) Analisar, pronunciar-se e deliberar sobre a execução orçamental;
f) Analisar e pronunciar-se sobre o desempenho dos titulares de cargo de direcção;
g) Apreciar as reclamações e/ou problemas apresentados pela comunidade escolar sobre o
funcionamento da escola;
h) Analisar e pronunciar-se sobre aspectos disciplinares e medidas a aplicar aos membros da
comunidade escolar;
i) Aprovar os funcionários e outros membros da comunidade escolar a serem distinguidos e
premiados; e
j) Apresentar à Assembleia-geral da escola, no início de cada ano lectivo, o relatório de actividades
desenvolvidas no ano anterior.
b. Área de Gestão Sociopedagógica
a) Propor alterações do calendário e do horário escolar;
b) Aprovar e garantir a execução de projectos de apoio social e material a conceder aos alunos;
c) Promover os serviços de apoio e atendimento psicopedagógico;
d) Analisar e pronunciar-se sobre o rendimento escolar;
e) Analisar e pronunciar-se sobre o apoio aos alunos órfãos de pais, matriculados na escola; e
f) Persuadir os pais e/ou encarregados de educação e a comunidade em geral a prestar apoio humano,
organizacional, material e financeiro à escola, quando necessário.
Artigo 20
(Funcionamento do Conselho de Escola)
1. O Conselho de Escola funciona nas instalações da respectiva escola, num espaço criado para o efeito
dependendo das condições existentes.
2. O Conselho de escola reúne-se ordinariamente três vezes por ano, e extraordinariamente, quando for
necessário.

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3. No intervalo entre as reuniões ordinárias do Conselho de Escola, as Comissões de Trabalho reúnem-se
com regularidade que deverá ser estabelecido um calendário por cada uma delas, em função das
especificidades da sua área.
4. De todas as reuniões realizadas deverá ser produzida a respectiva acta, que deve ser conservada em
arquivo próprio.
Artigo 21
(Quórum para realização da reunião do CE)
1. Para que a reunião do Conselho de Escola seja realizada, é imperioso que se respeite 2/3, isto é, mais de
metade dos membros estejam presentes.
2. O encontro de Conselho de Escola pode ser realizado na ausência do presidente e do seu Secretário,
desde que haja assuntos delicados para serem tratados, respeitando o requisito do quórum de 2/3 dos
membros presentes.
3. O encontro do Conselho de Escola realizado com a ausência do seu presidente e seu secretário, deverá
ser orientado pelo director da escola, por inerência das suas funções;
4. A realização do encontro do Conselho de Escola, na ausência do seu presidente e secretário, pode ter
lugar quando se tratar de:
a) A ausência prolongada do presidente do CE sem justificação;
b) Grave infracção cometida pelo presidente que vai contra os princípios do CE;
c) Graves problemas de organização interna da escola que atentam contra a ordem educativa escolar;
d) Casos de violação sexual de alunos (nas); e
e) Caso de ofensas corporais e violência psicológica.
Artigo 22
(Responsabilidade da Escola)
Cabe à Direcção da Escola, assegurar as necessárias condições de trabalho para a realização dos encontros
e para o arquivo da documentação do Conselho de Escola.
Artigo 23
(Documentos de Trabalho do CE)
1. O Conselho de Escola, para a realização das suas actividades, deverá elaborar, possuir e utilizar
documentos como instrumentos que lhe permitam comunicar-se com a comunidade escolar e outros
órgãos e instituições. Em anexo, apresentam-se os seguintes modelos:
a) Convocatória – Anexo 1;
b) Carta Formal – Anexo 2;
c) Comunicado – Anexo 3;
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d) Acta da Reunião – Anexo 4;
e) Aviso – Anexo 5;
f) Relatório – Anexo 6.

Secção IV

Estrutura Orgânica do CE
Artigo 24
(Estruturação do CE)
1. O Conselho de Escola, como órgão máximo da escola, deve estar dotado de uma estrutura e
organização internas que garantam o seu funcionamento efectivo.
2. O presidente de Conselho de Escola, no exercício das suas funções, deverá criar áreas de trabalho e
propor a distribuição dos membros pelas diferentes comissões a criar, atendendo tanto quanto possível
às preferências e empenho pessoais e às habilidades respectivas de cada um.
3. No processo de distribuição dos membros pelas comissões, deve-se procurar sempre o máximo
equilíbrio de género na composição das comissões, podendo, cada comissão ser composta por
representantes de grupos diferentes.
4. Compete ao presidente do CE indicar os membros que irão chefiar as Comissões de Trabalho, que se
responsabilizarão pela dinamização e acompanhamento das diferentes actividades da escola.
5. O presidente do CE, no exercício das suas funções, é auxiliado por um secretário cujas tarefas, para
além das que constarem no Regulamento Interno da Escola, são as seguintes:
a) Preparar e organizar as reuniões do Conselho de Escola;
b) Elaborar as actas e os relatórios do Conselho de escola;
c) Organizar e garantir a conservação dos documentos do Conselho de Escola.
Artigo 25
(Comissões de Trabalho)
1. O Conselho de Escola deve estrutura-se obrigatoriamente em três Comissões, nomeadamente:
a) Comissão de Finanças, Património, Produção e Segurança Escolar;
b) Comissão de Assuntos Sociais;
c) Comissão de Assuntos Pedagógicos.
Artigo 26
(Objectivos das Comissões de Trabalho)

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São objectivos das Comissões de Trabalho, os seguintes:
1. Planificar, e executar as tarefas específicas da sua comissão;
2. Fazer a análise e o acompanhamento do decurso das actividades específicas que lhes são atribuídas;
3. Mobilizar recursos para apoiar o desenvolvimento da escola sua área específica;
4. Prestar informações regulares ao Conselho de Escola sobre os avanços e os aspectos a melhorar na sua
área específica.
Artigo 27
(Tarefas das Comissões de Trabalho)
As tarefas das Comissões de Trabalho do Conselho de Escola, aparecem detalhadas e especificadas no
Regulamento Interno.
Artigo 28
(Direitos dos Membros do Conselho de Escola)
1. Constituem direitos dos membros do Conselho de Escola e outros intervenientes, os seguintes:
a) Exercer as funções para que foi eleito e/ou confiado;
b) Receber gratificações legalmente estabelecidas, nos termos a regulamentar;
c) Beneficiar de condições adequadas de higiene e segurança nas actividades e de meios adequados à
protecção da sua integridade física e mental, nos termos a regulamentar;
d) Participar no respectivo colectivo de trabalho;
e) Participar nos encontros de reflexão e de avaliação periódica das actividades;
f) Concorrer a escalões de liderança no órgão do Conselho de Escola, por meio de voto eleitoral;
g) Ser tratado com correcção e respeito;
h) Ser tratado pelo título correspondente à sua função/actividade.
i) Gozar as honras, regalias e precedências inerentes ao seu desempenho para o desenvolvimento da
escola;
j) Ser distinguido pela qualidade dos serviços resultante da sua contribuição criadora e inovadora;
k) Beneficiar de ajudas de custo ou ter alimentação e alojamento diários em caso de deslocação para
fora do local onde normalmente exerce as suas funções, por motivo de serviço;
l) Beneficiar de desconto das taxas de mensalidades, caso tiver educandos que estudam na escola,
desde que mostre o seu envolvimento e participação activa nas actividades da escola, nos termos a
regulamentar;
m) Apresentar a sua defesa antes de qualquer sanção tomada pelo Conselho de Escola;

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n) Dirigir-se entidade imediatamente superior sempre que se sentir prejudicado nos seus direitos;
o) Beneficiar de regime especial de assistência por acidente em missão de serviço, desde que a
culpabilidade do acidente não lhe seja imputada, nos termos a regulamentar.
CAPITULO III
Constituição da Relação de Trabalho na ECSINA
Secção I

Modalidades

Artigo 29

(Constituição da Relação de Trabalho)


1. A relação de trabalho entre a Escola Comunitária Santa Isabel e o cidadão interessado, constitui-se
através de contrato ou parceria, mediante a manifestação por escrito de uma das partes e/ou ambas
partes, deduzido a um acordo de entendimento.
2. É nulo e de nenhum efeito o estabelecimento da relação de trabalho, que não respeitar os requisitos
legais, determinando a responsabilidade disciplinar àquele que lhe der lugar, sem prejuízo o
procedimento criminal se ao caso couber.
Artigo 30
(Quadro de Pessoal da Escola)
1. O quadro de pessoal da escola indica o número de sectores de actividades por cargo de direcção, chefia
e confiança e por categorias necessárias para a realização das atribuições de responsabilidades na gestão
da escola.
2. Nos órgãos da escola funcionam quadro de pessoal de nível político, técnico pedagógico e
administrativo.
Artigo 31
(Pessoal de Carreira)
A realização de actividades socioprofissionais correspondentes a necessidades permanentes deve ser
assegurada por pessoal de carreira, sem prejuízo do que se encontra previsto para o exercício de funções
em comissão de serviço.
Secção II

Nomeação
Artigo 32
(Requisitos Gerais Para Nomeação)
1. São requisitos gerais de nomeação para lugares de quadro de pessoal da escola comunitária Santa
Isabel:

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a) Ser de nacionalidade moçambicana;
b) Ter documentos básicos de identificação a serem especificados pelo Regulamento Interno da
Escola;
c) Ter idade não inferior a 18 anos, e não superior a 40 anos;
d) Os trabalhadores antecedentes da aprovação do presente Estatuto, gozam da imunidade do preceito
da línea anterior;
e) Ter sanidade mental e capacidade física para o desempenho de funções na instituição comprovado
por certificado médico;
f) Não ter sido expulso da administração pública ou qualquer instituição similar;
g) Não ter sido condenado à pena de prisão maior, de prisão por crime contra a segurança do Estado,
por crime desonroso ou por outro crime manifestamente incompatível com o exercício de funções
da instituição;
h) Ter habilidades literárias compatíveis à função especificamente exigidas no respectivo qualificador.
2. Excepcionalmente, o proprietário do estabelecimento de ensino pode definir as situações em que o
ingresso na sua instituição pode ser admitido para os cidadãos com idade superior de 40 anos, ouvido o
Conselho de Escola.
3. A nomeação para o quadro de pessoal da Escola Comunitária Santa Isabel, é de regime condicional, que
pode ser por tempo definitivo ou por tempo determinado.
Artigo 33
(Nomeação)
1. A nomeação para o lugar do quadro de pessoal da Escola Comunitária Santa Isabel, confere a qualidade
do funcionário e produz efeitos a partir da data de início de funções.
2. A nomeação para lugar de ingresso é provisória e tem carácter probatório durante os dois primeiros
anos de exercício de funções.
3. Completado o tempo previsto no número anterior, a nomeação provisória converte-se automaticamente
em definitiva, salvo se ao longo dos primeiros anos houver manifestação em contrário.
4. Nos casos em que a nomeação é precedida de contrato ou nomeação interina, o tempo de serviço
prestado nestas situações conta para efeitos de nomeação definitiva.
Artigo 34
(Competência para Nomeação dos Órgãos de Direcção da Escola)
1. Compete ao Pároco da Paróquia de Santa Isabel de Nampula, nomear os órgãos da direcção da escola,
ouvido o Presidente do Conselho de Escola, na qualidade do órgão máximo da escola.
2. Os restantes membros do quadro de pessoal menor, são contratados pelo director da escola.

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Artigo 35
(Tomada de Posse)
A nomeação e a contratação para as categorias profissionais e/ou para o exercício de funções na Escola
Comunitária Santa Isabel, conferem o direito de tomar posse.
Artigo 36
(Acto de Tomada de Posse)
A Posse é conferida, em acto solene, pelo dirigente competente, na presença de funcionários e demais
membros da comunidade escolar onde o empossado vai desempenhar as suas funções.
Artigo 37
(Critérios para o Ingresso na ECSINA)
O processo de recrutamento, selecção, classificação, admissão e contratação dos candidatos para o seu
ingresso na ECSINA, é objecto de regulamentação, devendo serem observados os seguintes princípios:
a) Liberdade de candidatura, no caso de concurso de ingresso;
b) Divulgação prévia dos métodos de selecção a utilizar e do programa das provas;
c) Objectividade no método e critérios de avaliação;
d) Igualdade de tratamento;
e) Neutralidade de composição de júri;
f) Direito a recurso.
Artigo 38
(Funções de direcção, chefia e confiança)
Na Escola Comunitária Santa Isabel, as funções de direcção, chefia e confiança, são exercidas por
designação pelo titular da instituição, obedecendo as exigências e demais requisitos constantes nos
respectivos qualificadores.
CAPITULO IV
Deveres Gerais dos Funcionários, pais e/ou Encarregados de Educação
Secção I

Deveres dos Funcionários


Artigo 39
(deveres dos funcionários)
Constituem deveres gerais dos funcionários da Escola Comunitária Santa Isabel, os seguintes:

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1. Respeitar o Estatuto e respectivo Regulamento Interno da Escola, demais normas e órgãos do poder do
Estado.
2. Participar activamente na edificação, desenvolvimento, consolidação e defesa da Escola e seu
engrandecimento.
3. Defender a propriedade da Escola e zelar pela sua conservação.
4. Respeitar as relações interpessoais estabelecidas pela escola e contribuir para o seu desenvolvimento.
5. Promover a confiança do cidadão na gestão da escola, legalidade e imparcialidade.
Artigo 40
(Deveres especiais dos funcionários)
Constituem deveres especiais dos funcionários e da comunidade escolar em geral, os seguintes:
1. Cumprir as leis, regulamentos, despachos e instruções superiores;
2. Cumprir exacta, pronta e lealmente as ordens e instruções superiores;
3. Respeitar os superiores hierárquicos tanto na escola como fora dela;
4. Dedicar à escola a sua contribuição inteligente e aptidão, exercendo com competência, abnegação, zelo
e assiduidade e por forma eficiente as funções a seu cargo, sem prejudicar ou contrariar por qualquer
modo o processo do ensino-aprendizagem, o ritmo dos trabalhos em geral e as relações interpessoais e
de trabalho.
5. Não se apresentar no recinto e na comunidade escolar e/ou ao serviço em estado de embriagues nem
sob efeito de substâncias psicotrópicas e alucinogénicas;
6. Apresentar-se à escola e/ou ao serviço e em todos locais de concentração com pontualidade, correcção,
asseio e aprumo e em condições físicas e mentais que permitam desempenhar correctamente as tarefas;
7. Prestar contas aos órgãos imediatamente superiores desenvolvendo o espírito de crítica e autocrítica;
8. Manter sigilo sobre os assuntos da instituição mesmo depois do termo da relação com ela;
9. Não recusar, retardar ou omitir injustificadamente a resolução de um assunto que deva conhecer ou o
cumprimento de um acto que devia realizar em razão da sua responsabilidade;
10. Pronunciar-se sobre deficiências e erros de funcionamento e informar sobre os mesmos aos respectivos
responsáveis superiores hierárquicos;
11. Não se ausentar, sem autorização, para fora do seu posto de trabalho, excepto no período de licença
anual ou dias de descanso;
12. Manter-se no exercício das suas funções, ainda que haja renunciado o seu cargo até que o seu pedido
seja decidido;
13. Dar exemplo do cumprimento pelas orientações e respeito pelos símbolos e autoridades representativas
da Escola;

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14. Promover e manter relações harmoniosas com toda a comunidade escolar, criando um ambiente de
estima e de respeito mútuo na convivência social, sem quebra de rigor, da disciplina e de exigência no
cumprimento das obrigações funcionais a que cabe a cada membro da comunidade escolar;
15. Não agredir, injuriar ou desrespeitar, caluniar e fomentar fofocas para qualquer cidadão ou funcionário
dentro ou fora do recinto escolar;
16. Combater firmemente as manifestações de racismo, tribalismo, regionalismo, descriminação com base
no sexo, filiação partidária, departamentalismo e outras formas de divisionismo;
17. Cumprir integralmente a missão confiada para realizar fora do local habitual de serviço e regressar
imediatamente após o seu cumprimento;
18. Informar os dirigentes sempre que tenha conhecimento da prática ou tentativa da prática de acto
contrário ao Estatuto, Regulamento Interno e outras instruções e decisões dos órgãos imediatamente
superiores;
19. Usar com correcção e obrigatoriamente o uniforme escolar previsto no regulamento interno deste
estabelecimento de ensino;
20. Não praticar actos administrativos que privilegiem interesses estranhos da instituição em detrimentos da
eficácia de bons ofícios da escola;
21. Não se servir das tarefas que exerce em benefício próprio ou em prejuízo de terceiros, designadamente
não aceitar como consequência.
22. Não exercer uma outra função ou actividade remunerada sem prévio consentimento e/ou autorização da
entidade patronal, enquanto funcionário efectivo desta instituição;
23. Não assediar material, moral ou sexualmente no local de trabalho ou fora dele, desde que interfira na
estabilidade no emprego a que foi contratado.
Artigo 41
(Deveres específicos dos pais e/ou encarregados de educação)
1. Constituem deveres específicos dos pais e/ou encarregados de educação, os seguintes:
a) Colaborar harmoniosamente com a direcção da escola na educação do seu aluno;
b) Comprar todo o material didáctico necessário para todas as disciplinas da classe de frequência do
seu filho/educando;
c) Comprar e exigir o uso de uniforme escolar do seu educando para todo o tempo lectivo;
d) Cumprir e fazer cumprir a feitura do uniforme escolar, de acordo com o Regulamento Interno da
Escola;
e) Zelar pelo cumprimento do horário escolar de saída à escola do seu educando;
f) Participar em todos os encontros dos pais e/ou encarregados de educação, convocados pela direcção
da escola e/ou Conselho de escola, para falar da vida dos seus educandos;

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g) Pagar pontualmente as mensalidades dos seus educandos;
h) Acompanhar, sistematicamente, o aproveitamento pedagógico dos seus educandos;
i) Cumprir e fazer cumprir qualquer medida disciplinar, que for tomada pela direcção da escola, no
caso de infracção disciplinar cometida pelo seu educando;
j) Assumir integralmente todas as disposições consagradas no Regulamento Interno da Escola,
relacionadas com actos comportamentais do seu educando.
Artigo 42
(Direitos dos pais e encarregados de educação)
1. São direitos dos pais e/ou encarregados de educação:
a) Ter espaço de colocar as suas preocupações à direcção da escola e outros organismos da gestão
escolar inerentes ao seu educando;
b) Ser informado sobre o aproveitamento pedagógico do seu educando;
c) Ser informado e contribuir sobre o Regulamento Interno da Escola;
d) Participar em todos os encontros convocados pelas estruturas da escola e contribuir para a melhoria
da qualidade do ensino e aprendizagem;
e) Denunciar os actos incorrectos que atentam contra a boa prestação de serviços, manifestados pelos
professores e outros gestores do ensino-aprendizagem.
Artigo 43
(Ordens e instruções ilegais)
1. O dever de obediência não inclui a obrigação de cumprir ordens e instruções ilegais.
2. São consideradas ordens ou instruções ilegais as que:
a) Ofendam directamente o Estatuto e outros instrumentos regulamentares da Escola;
b) Sejam manifestamente contrárias ao Regulamento Interno da Escola;
c) Provenham de entidade sem competência para as dar;
d) Impliquem desprezo das formalidades legais.
3. Sempre que o funcionário da escola ou qualquer membro da comunidade escolar, considerar que
determinada ordem ou instrução é ilegal, ou que do seu cumprimento pode resultar perigo de vida ou
danos, deve dar de imediato, conhecimento por escrito, aos órgãos directivos hierarquicamente
superiores, sob pena de ser solidariamente responsável.
4. Nos casos de manutenção da ordem, esta é reduzida à escrita.

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Artigo 44
(Deveres específicos dos órgãos directivos da Escola)
1. Os órgãos directivos da escola são responsáveis pela eficiência e eficácia da direcção e do trabalho
desenvolvido nos respectivos serviços e pela execução da política de gestão de recursos humanos.
2. Os órgãos directivos da escola são sujeitos aos seguintes deveres específicos:
a) Cumprir e fazer cumprir os documentos normativos da Escola e demais leis do Estado;
b) Assegurar que o património da escola sob sua responsabilidade seja administrado de forma eficiente
e eficaz;
c) Velar pela eficiência e eficácia da acção administrativa desenvolvida pelos seus subordinados,
combatendo o burocratismo e lutar pela aplicação de métodos científicos de trabalho, dirigindo e
organizando convenientemente o sector, equipamento e documentação a seu cargo;
d) Promover a formação contínua dos trabalhadores, seus subordinados, de modo a contribuir para a
sua auto-realização e garantir uma melhoria constante da prestação de serviços;
e) Aplicar métodos colectivos de direcção de trabalho e praticar o diálogo com os seus subordinados
visando o melhoramento das condições de serviço e promovendo a sua integração nos processos de
desenvolvimento institucional;
f) Não utilizar o poder conferido pela função nem a influência dele derivado para obter vantagens
pessoais, proporcionar favores ou benefícios indevidos a terceiros;
g) Combater todas as manifestações de abuso de poder, nepotismo, patrimonialismo, clientelismo e
todas as demais condutas que constituam ou traduzam desigualdade ou favoritismo no tratamento
em relação aos trabalhadores e o público em geral;
h) Controlar os actos dos trabalhadores que lhe estão subordinados de modo a prevenir a prática de
actos de corrupção e exercer acção disciplinar quando ela houver lugar;
i) Avaliar o desempenho e classificar o serviço prestado pelos trabalhadores e demais membros
intervenientes subordinados, com justiça e nos períodos determinados pelo Regulamento Interno da
Escola;
j) Assegurar que os actos praticados pelos funcionários subordinados estejam de acordo com o
Regulamento Interno da Escola e com os direitos de liberdade dos cidadãos;
k) Adoptar medidas que tornem a Administração Escolar mais simples e célere, incluindo o recurso às
tecnologias modernas;
l) Prestar contas do seu trabalho, nos termos do Regulamento Interno da Escola;
m) Guardar sigilo profissional sobre assuntos de serviço, mesmo após a cessação da relação de
trabalho;

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CAPITULO V
Direitos
Artigo 45
(direitos gerais dos funcionários da ECSINA)
1. Constituem direitos gerais dos funcionários da Escola Comunitária Santa Isabel:
a) Exercer as funções para que foi confiado e/ou nomeado;
b) Receber o vencimento e outras remunerações legalmente estabelecidas no Regulamento Interno
da Escola;
c) Beneficiar de condições adequadas de higiene e segurança no trabalho e de meios adequados à
protecção da sua integridade física e mental, nos termos a regulamentar;
d) Participar no respectivo colectivo de trabalho;
e) Ter um intervalo diário de descanso;
f) Ter descanso semanal;
g) Os trabalhadores cuja função que exercem não permite o seu descanso semanal, será objecto de
regulamentação, nos termos da lei do trabalho vigente no País;
h) Gozar férias anuais e as licenças nos termos do presente Estatuto e Regulamento Interno;
i) Ser avaliado periodicamente pelo seu trabalho com base em critérios justos de desempenho nos
termos a regulamentar;
j) Participar nos seminários e /ou cursos capacitação profissional e de elevação da sua
qualificação;
k) Concorrer a categorias ou classes imediatamente superiores dentro da carreira profissional em
função do preenchimento dos requisitos, da experiência e dos resultados obtidos na execução do
seu trabalho;
l) Ser tratado com correcção e respeito;
m) Ser tratado pelo título correspondente à sua função;
n) Gozar as honras, regalias e precedências inerentes à função;
o) Ser distinguido pelos bons serviços prestados, nomeadamente através da atribuição de prémios,
louvores e condecorações;
p) Beneficiar de ajudas de custo ou ter alimentação diária em caso de deslocação para fora do local
de onde normalmente exerce as suas funções, e por motivos de serviço;
q) Apresentar a sua defesa antes de qualquer punição;
r) Dirigir-se à entidade imediatamente superior sempre que se sentir prejudicado nos seus direitos;
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s) Beneficiar de regime especial de assistência por acidente em missão de serviço, desde que a
culpabilidade do acidente não lhe seja imputada, nos termos da lei do trabalho vigente no País;
t) Beneficiar de medidas adequadas para que os portadores de doença crónica gozem dos mesmos
direitos e obedeçam aos mesmos deveres dos demais funcionários da escola, nos termos da lei
da providência social;
Artigo 46
(Documento de identificação)
Os funcionários da Escola têm direito a documento de identificação que constitui elemento de prova da sua
qualidade de funcionário da escola, assim como da sua função que exercem.
CAPITULO VI
Capital Social, Patrimonial, finalidade e Emblema
Secção I

Capital social e Patrimonial


Artigo 47
(Capital Social e Patrimonial)
1. Constitui capital social e patrimonial da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula:
a) Contribuições dos pais e encarregados de educação;
b) Donativos;
c) Heranças legadas ou doações;
d) Rendimentos provenientes de outras receitas de prestações de serviços aos terceiros;
e) Todos os bens móveis e imóveis adquiridos ou edificados para o funcionamento da escola.
Artigo 48
(Finalidade do Fundo Social e Patrimonial)
1. O fundo social e patrimonial da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, tem como finalidade:
a) Permitir que a escola tenha um nível de capacidade e competência de criar meios de auto-
suficiência financeira de forma a conseguir resolver os problemas de carácter técnico pedagógicos
da sua comunidade escolar;
b) Aumentar o seu poder de planificação para, seguramente, ter capacidade de financiar as suas
próprias iniciativas;
c) Permitir que a escola possa definir e custear as suas próprias necessidades.

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Artigo 49
(Emblema da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula)
1. A Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, possui o seu Emblema o qual simboliza no plano
interno e externo o propósito da sua existência, no âmbito da implementação dos seus objectivos sócio-
educacionais.
2. O Emblema da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, compreende:
d) Uma Cruz;
e) Um pombo branco;
f) Um Mapa de Nampula;
g) Um Livro;
h) Uma Roda Dentada.
Artigo 50
(O Significado dos Símbolos)
1. Os símbolos mencionados no ponto 2 do artigo anterior têm os seguintes significados:
a) Cruz – significa que a Escola Comunitária Santa Isabel, é de propriedade de uma Igreja, neste caso,
a Igreja Católica da Paróquia Santa Isabel.
b) Pombo branco – significa que a Escola Comunitária Santa Isabel, é pela Paz, e socialmente pelo
um ambiente seguro e tranquilo, no exercício das suas actividades socioeducativas;
c) Mapa de Nampula – significa que as actividades educativas da escola Comunitária Santa Isabel
estão circunscritas no território da Província de Nampula.
d) Livro – significa que a Escola Comunitária Santa Isabel, no exercício das suas actividades, é pela:
Informação, Formação, Educação e Comunicação (IFEC).
e) Roda Dentada – significa o sonho progressivo que reside nos órgãos de direcção e dos gestores da
Escola Comunitária Santa Isabel, que é pelo desenvolvimento sustentável da sua instituição.
Secção II

Remuneração
Artigo 51
(Componentes da Remuneração)
1. A remuneração dos funcionários e gestores da Escola Comunitária Santa Isabel, é constituída por:
a) Salário;
b) Gratificação

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Artigo 52
(Salário e Gratificação)
1. Salário constitui a retribuição a cada funcionário ou gestor contratado pela Escola de acordo com a
categoria ou função, como contrapartida do trabalho prestado à instituição e consiste numa determinada
quantia em dinheiro paga ao funcionário ou gestor em dia e local certos.
2. Constitui gratificação os subsídios atribuídos aos outros membros intervenientes na gestão escolar em
regime especial de carácter não permanente, nos termos a regulamentar.
Secção III

Formação
Artigo 53
(Objectivos)
1. Os funcionários e gestores da Escola devem desenvolver através de um processo de capacitação e
aperfeiçoamento, as suas qualidades técnico-profissionais.
2. A participação de seminários e workshops por funcionários ou gestores da escola previamente
seleccionados é dever e direito ao mesmo tempo.
Artigo 54
(Avaliação de desempenho)
1. O desempenho dos funcionários e gestores da escola é sistemática e periodicamente avaliado nos
termos a regulamentar.
2. A avaliação de desempenho constitui para o funcionário ou gestor da escola pressuposto essencial
para o acesso às regalias.
Capitulo VII
Férias faltas e licenças
Secção I

Férias
Artigo 55
(Direito a férias)
Os trabalhadores da ECSINA ou os gestores da escola têm direito em cada ano civil, à 30 dias de férias, nos
termos a regulamentar.
Artigo 56
(Remuneração de ferias não gozadas)

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Em caso de impedimento de gozo de direito referido no artigo anterior, por iniciativa do patronado, não
resultante do processo disciplinar, o trabalhador tem direito a receber a remuneração correspondente ao
período de férias não gozadas e proporcional ao tempo de serviço prestado.
Secção II

Faltas

Artigo 57
(Faltas)
1. Considera-se falta ao serviço a não comparência do funcionário ou gestor da escola durante o período
normal de trabalho a que está obrigado, bem como a não comparência em local a que deva descolar-se
por motivo de serviço.
2. As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.
3. O tratamento a ser reservado às faltas justificadas e injustificadas é objecto de regulamentação.
Secção III

Tipo e conceito de licenças

Artigo 58
(tipo de licenças)
1. Os trabalhadores da ECSINA têm direito às seguintes licenças:
a) Licença por doença;
b) Licença de parto;
c) Licença por luto;
Artigo 59
(Licenças)
1. A licença por doença é concedida pela junta de saúde por períodos até trinta dias prorrogáveis por
períodos sucessivos, ou sob parecer clínico até oito dias.
2. A licença por parto consiste na concessão à funcionária parturiente, de sessenta dias, acumuláveis com
as férias, podendo iniciar vinte dias antes da data provável do parto.
3. A licença de parto referida no número anterior aplica-se também aos casos de parto a termo ou
prematuro, independentemente de ter sido nado ou nado morto.
4. Licença por luto consiste na concessão ao funcionário, cujo período é regulado em razão do grau de
parentesco
Capitulo VIII
Distinções e Prémios
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Artigo 60
(distinções e prémios)
Pelo cumprimento exemplar das suas obrigações, elevação da eficiência do trabalho, melhoria da qualidade
de serviço e trabalho prolongado e meritório, inovações laborais e outros méritos, aos funcionários são
atribuídas as distinções e prémios seguintes:
1. Distinções:
a) Apreciação oral;
b) Apreciação escrita;
c) Louvor público;
d) Inclusão do nome do funcionário em livro ou quadro de honra;
e) Atribuições de condecorações;
f) Concessão de diploma de honra.
2. Prémios:
a) Preferência na escolha de cursos de formação e reciclagem e outras formas de valorização;
b) Atribuição de prendas materiais e prémios monetários;
c) Promoção por mérito.
Artigo 61
(Competências)
Os critérios e as competências para atribuição de distinções prémios referidos no artigo anterior são objecto
de regulamentação.
Capitulo IX
Responsabilidade disciplinar
Secção I

Disposições gerais
Artigo 62
(Princípios gerais)
1. O funcionário que não cumpre ou que falte os seus deveres, abuse as suas funções ou de qualquer forma
prejudique a administração ou a gestão escolar está sujeito à procedimento disciplinar ou à aplicação de
sanções disciplinares, sem prejuízo de procedimento criminal ou cível.

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2. A principal finalidade da sanção é, além da repressão e contenção da infracção disciplinar, a educação
do funcionário para uma adesão voluntária à disciplina e para o aumento da responsabilidade no
desempenho da sua função.
3. A falta de cumprimento dos deveres por acção ou omissão dolosa ou culposa é punível ainda que não
tenha resultado prejuízo ao serviço.
Secção II

Sanções disciplinares
Artigo 63
(Tipos de sanções disciplinares)
1. As sanções disciplinares aplicáveis aos funcionários da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula
são as seguintes:
a) Advertência;
b) Repreensão pública;
c) Multa;
d) Despromoção;
e) Expulsão.
2. Não é lícito aplicar quaisquer outras sanções disciplinares que não sejam as previstas no número
anterior.
Artigo 64
(Conteúdo das Sanções Disciplinares)
1. As sanções disciplinares consistem no seguinte:
a) Advertência – crítica formalmente feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico;
b) Repreensão pública – crítica feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico, na presença
dos funcionários do serviço onde o funcionário esteja afectado;
c) Multa – desconto de uma importância correspondente ao vencimento do funcionário pelo mínimo
de cinco e máximo de noventa dias, graduada conforme a gravidade da infracção, que reverte para
os cofres da Escola quando se trate de trabalhadores contratados pela escola; e reverte-se aos cofres
do Estado quando se trate de funcionários pagos pelo Orçamento do Estado.
d) O desconto em cada mês é efectuado nos vencimentos do infractor, não podendo em cada mês
exceder um terço do seu vencimento;
e) Despromoção – descida para a classe inferior no primeiro escalão da faixa salarial pelo período de
seis meses a dois anos;

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f) Expulsão – afastamento definitivo do infractor do quadro de pessoal da escola, com perda de todos
os direitos adquiridos no exercício das suas funções.
2. Se a função na alínea d) do número 1 recair em funcionário de categoria insusceptível de
despromoção, a pena é graduada para a sanção imediatamente superior ou inferior, consoante as
circunstâncias agravantes ou atenuantes fixadas no respectivo processo disciplinar.

Secção III

Infracções Puníveis e as Respectivas Sanções


Artigo 65
(Advertência)
A sanção de advertência recai em faltas que não tragam prejuízo ou descrédito para os serviços ou para
terceiros.
Artigo 66
(Repreensão Pública)
1. A sanção de repreensão pública é em geral aplicada às infracções que revelam falta de interesse pelo
serviço.
2. É designadamente aplicável ao funcionário que:
a) Não cumpra exacta, pronta e lealmente as ordens e instruções legais dos seus superiores
hierárquicos, relativas aos serviços, desde que não resulte em descrédito ou prejuízo para os
serviços ou terceiros.
b) Durante o mês, se ausente ou falte ao serviço até vinte e quatro horas de trabalho sem justa causa;
c) Não acate as regras da instituições vigentes, ou não manifeste a deferência devida aos seus símbolos
e autoridades representativas;
d) Sem motivo justificado, não participe nos actos e solenidades oficiais para que tenha sido
convocado;
e) Assuma um comportamento indisciplinado nas relações de trabalho, se sanção mais grave não
couber;
f) Deixe de prestar conta do seu trabalho ou não o analise criticamente desenvolvendo crítica e
autocrítica;
g) Assuma um comportamento incorrecto na sua qualidade de cidadão;
h) Falte ao dever de manter relações harmoniosas de trabalho e não crie um ambiente de estima e
respeito mútuo.
Artigo 67

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(Multa)
1. A sanção de multa é aplicável ao funcionário no caso de negligência ou falta de zelo no cumprimento
dos deveres;
2. É designadamente aplicável ao funcionário que:
a) Não zele pela conservação e manutenção dos bens da escola que lhes são confiados;
b) Exerça outra função ou actividade remunerada sem prévia autorização;
c) Esbanje ou permita esbanjamento, não usando racionalmente e com austeridade os meios humanos,
materiais e financeiros disponíveis;
d) Retarde ou omita injustificadamente a resolução de um assunto ou a prática de um acto em razão da
sua função, ou ainda se recuse a fazê-lo;
e) Guarde ou conserve de forma inconveniente livros, documentos e outro material a seu cargo,
violando instruções ou ordens superiores ou que não lhes dêem o devido destino;
f) Falte ao serviço sem justificação até cinco dias seguidos ou oito interpolados num ano civil;
g) Não use com correcção o uniforme prescrito no Regulamento Interno;
h) Não se apresente ao serviço limpo, asseado e aprumado.
Artigo 68
(Despromoção)
1. A sanção de despromoção é aplicável ao funcionário que revele incompetência profissional culposa de
que resultem prejuízos para a Escola ou para terceiros e nos casos de violação dos deveres profissionais
e negligência grave.
2. Considera-se incompetência profissional culposa o exercício de forma não eficiente das funções, com
prejuízo ou criação de obstáculos ao processo e ritmo de trabalho, à eficiência e relações de trabalho.
3. É, designadamente, aplicável ao funcionário que:
a) Não respeite os superiores hierárquicos, tanto serviço como fora dele;
b) Tolere manifestações de tribalismo, regionalismo e racismo;
c) Não se apresente com pontualidade, correcção, asseio e aprumo nos locais onde deva comparecer
por motivo de serviço;
d) Se apresente em estado de embriagues ou sob efeitos de substâncias psicotrópicas ou alucinogénicas
no local de trabalho, se pena mais grave não couber;
e) Assedie material ou sexualmente os seus colegas no local de trabalho;
f) Deixe de informar os dirigentes da prática ou tentativa de prática de qualquer acto contrário ao
Estatuto ou princípios definidos pelo Regulamento Interno de que tenha conhecimento;

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g) Falte sem justificação ao serviço até quinze dias seguidos ou trinta dias interpolados durante o ano
civil;
h) Se sirva das suas funções ou invoque o nome do órgão, estrutura, dirigente ou superior hierárquico
para obter vantagens, exercer pressão ou vingança;
i) Não aceite exercer funções em qualquer lugar para onde seja designado;
j) Pratique nepotismo, favoritismo, patrimonialismo e clientelismo na admissão, promoção ou
movimentação do pessoal;
k) Pratique actos administrativos que privilegiem interesses estranhos à Escola em detrimento da
eficiência dos serviços;
l) Não atende o cidadão com o civismo e respeito.
Artigo 69
(Expulsão)
A sanção de expulsão é aplicável ao funcionário que:
a) Atente contra a unidade nacional;
b) Atente contra o prestígio ou dignidade da Escola;
c) Agrida, injurie ou desrespeite gravemente qualquer cidadão ou funcionário no local de serviço ou
fora dele por assunto relacionado com o serviço;
d) Incite os funcionários à indisciplina, à desobediência, às leis e ordens legais superiores ou provoque
o não cumprimento dos deveres inerentes à função pública;
e) Viole o segredo profissional ou confidencialidade de que resultem prejuízos materiais ou morais
para a Escola ou para terceiros;
f) Falte ao serviço sem justificação até quarenta e cinco dias seguidos ou sessenta dias interpolados,
durante o mesmo ano civil;
g) For condenado a pena de prisão maior ou de prisão pela prática de crimes desonrosos e outros que
manifestem incompatibilidades com a permanência no quadro de pessoal da escola;
h) Pratique ou tente praticar desvio de fundos ou bens da Escola;
i) Se sirva das funções para solicitar ou receber dinheiro ou promessa de dinheiro ou qualquer
vantagem patrimonial, que não lhe seja devido para praticar ou não praticar um acto que implique
violação dos deveres a seu cargo.
Artigo 70
(Critérios e Procedimentos para a Execução da Sanção Disciplinar)
Os critérios e procedimentos a serem observados para a execução da sanção disciplinar aos funcionários
infractores, estão regidos pela lei de trabalho e pelo Regulamento dos Estatutos Gerais dos Funcionários e
Agentes do Estado vigentes no País.
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CAPITULO X
Cessação da Relação de Trabalho na Escola
Artigo 71
(Termo da Relação de Trabalho)
1. A relação de trabalho na Escola Comunitária Santa Isabel cessa por morte, exoneração, demissão ou
expulsão, pela perda de requisitos gerais constantes das alíneas a) e e) do artigo 31 do presente
EGECSINA.
2. O contrato cessa pelo seu cumprimento, denúncia, rescisão, morte ou por expulsão.
3. O funcionário que durante o período probatório tenha obtido informação de serviço “mau” deve ser
dispensado sem direito a qualquer indemnização.
Artigo 72
(Exoneração)
1. A exoneração pode ser por iniciativa da escola ou do funcionário.
2. A exoneração por iniciativa da escola, por motivos devidamente justificados, não carece de
procedimento disciplinar e nem dá lugar a indemnização em termos a regulamentar.
Artigo 73
(Denúncia)
A denúncia deve ser fundamentada e pode ser feita pelo:
a) Dirigente do respectivo sector de actividade ou organismo que superintende, mediante pré-aviso de
sessenta dias relativamente ao termo do contrato;
b) Contratado, com pré-aviso de sessenta dias, relativamente ao termo do contrato.
Artigo 74
(Rescisão)
1. A rescisão tem lugar na vigência do contrato e pode revestir as seguintes formas:
a) Por acordo entre as partes;
b) Por acto unilateral do dirigente do respectivo sector de actividade ou organismo que
superintende, com fundamento em justa causa, comprovada em processo disciplinar;
c) A pedido do contratado, devidamente fundamentado em justa causa;
d) Por indeferimento do pedido de rescisão que pode ser recorrido às entidades judiciárias locais.

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2. Entende-se por justa causa, o fundamento de rescisão, por parte da Escola, qualquer motivo que
constitua infracção disciplinar nos termos gerais, ou ainda a manifesta incompetência do contratado
apurada em processo de avaliação.
3. A rescisão do contrato que tenha por base acto ou comportamento punível com a pena de expulsão
impede que o ex-contratado seja nomeado para lugares do quadro de pessoal da escola ou volte a ser
por este contratado, devendo tal acto ser publicado.

Artigo 75
(Alterações)
1. Atendendo que a vida social e o processo do ensino-aprendizagem são dinâmicos e sofrem influências
da política vigente, o presente Estatuto está sujeito a alteração desde que as circunstâncias o exijam.
Artigo 76
(Disposições Finais)
1. O presente Estatuto deverá ser completado por um Regulamentado Interno da Escola a ser elaborado
com especificidade, no prazo de sessenta dias após a aprovação do presente Estatuto.
2. Todos os casos omissos neste Estatuto serão esclarecidos pelas estruturas competentes, recorrendo-se
dos instrumentos legais do Estado Moçambicano vigentes no País (tais como: a Constituição, EGFAE e
a Lei do Trabalho.

Aprovado pelo Conselho de Escola


O Presidente do Conselho de Escola – Graciano Teotónio Lopes.
Promulgado em 12 de Novembro de 2016
Publique-se.
O Pároco da Paróquia de Santa Isabel, Padre Carlos Constantino

Nampula, aos 12 de Novembro de 2016.

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