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Questão 01

Um jogo de dominó possui 28 peças com duas pontas numeradas de zero a seis, independentemente, de modo que
cada peça seja única, conforme ilustra a Figura 1.

0
Peça 6|0
6

Figura 1

O jogo se desenrola da seguinte forma:


1- Quatro jogadores se posicionam nos lados de uma mesa quadrada.
2- No início do jogo, cada jogador recebe um conjunto de 7 peças, de forma aleatória, de modo que somente o
detentor das peças possa ver seu conteúdo.
3- As ações ocorrem por turnos no sentido anti-horário.
4- O jogador com a peça 6|6 coloca-a sobre a mesa e em seguida cada jogador, na sua vez, executa uma de duas
ações possíveis:
a. Adiciona uma de suas peças de forma adjacente a uma das duas extremidades livres do jogo na mesa, de
modo que as peças sejam encaixadas com pontas de mesmo valor.
b. Passa a vez, caso não possua nenhuma peça com ponta igual a uma das extremidades livres da mesa.
5- Vence o jogo o primeiro jogador que ficar sem peças na mão.

Mão do
jogador
Mesa de jogo
à frente

Mão do
jogador Mão do
à esquerda jogador
à direita
Sua mão

Figura 2

No jogo da Figura 2 (acima), é a sua vez de jogar e você constatou que o jogador à sua direita não possui peças com
ponta 5 e o jogador à sua frente não possui peças com ponta 0. Você analisou todas as possíveis configurações de peças
que os jogadores podem ter em suas mãos e decidiu jogar de modo a garantir que uma das pontas livres da mesa só
possa ser usada por uma peça de sua posse, e que esta será a sua última peça em mão. Ao utilizar essa estratégia:
a) Quantas configurações de peças nas mãos dos jogadores garantem a vitória do jogo a você?
b) Essa quantidade corresponde a qual percentual do total de configurações possíveis?

Observação:
• A ordem das peças na mão de um jogador não importa.
Resolução:
a) O conjunto das peças que estão nas mãos dos outros jogadores é 3|2, 4|0, 4|1, 5|0, 5|1, 5|4, 6|0, 6|5. Pelas restrições,
necessariamente, a peça 5|0 deve estar na mão do jogador à esquerda. Considerando que eu devo jogar de modo a garantir
que uma das pontas livres da mesa só possa ser usada por uma peça da minha posse, eu devo encaixar a peça 6|2 na peça
6|3 , deixando as duas pontas livres com o número 2 . Para que eu tenha garantida a vitória, basta que a peça 3|2 não esteja
na mão do jogador à esquerda. Com a peça 3|2 na mão do jogador à direita, o número de configurações é 6 , sendo duas em
que ele tem apenas uma peça com o número 0 e quatro em que ele tem duas peças com o número 0 . Com a peça 3|2 na
mão do jogador à frente, o número de configurações é 3. Assim, ao todo, 6  3  9 configurações garantem a minha vitória.
b) Além das 9 configurações que fazem com que eu tenha a vitória garantida, há apenas outra configuração possível. Esta ocorre
na hipótese de o jogador à esquerda ter as peças 5|0 e 3|2. Com isso, há, ao todo, 10 possíveis configurações. Assim, a
quantidade de configurações que garantem a minha vitória corresponde a 90% do total de configurações possíveis.

Questão 02
Definimos a função : ⟶ da seguinte forma:
 f  0  0

 f 1  1
 f  2n   f  n  , n  1

 f  2n  1  f  n   2 log 2 n  , n  1

Determine ( (2019)).
Observação:  k  é o maior inteiro menor ou igual a k.

Resolução:

f :  
f  0  0
f 1  1
f  2n   f  n 
f  2n  1  2  f n
log 2 n 

Se 2m  n  2m 1 , então log 2 n   m.
f  2019   2  log 2 1009
 f 1009 
2 2 9  log 2 504
 f  504 
 2  2  f  252 
9 8

 29  2 8  f 126 
 29  2 8 f  63
 29  2 8  2 log 2 31
 f  31
2 2 2 2
9 8 4  log 2 15
 f 15 
 29  2 8  2 4  23  2 log 2 7 
 f 7
2 2 2 2 2 2
9 8 4 3 2 log 2 3
 f  3
2 2 2 2 2 2 2
9 8 4 3 2 1 log 2 1
 f 1
 2  2  2  2  2  2  2 1
9 8 4 3 2 1 0

 800
f  f  2019    f  800 
 f  400 
 f  200 
 f 100 
 f  50 
 f  25 
 2  f 12 
log 2 12

2
 23  f  6 
 23  f  3 
 23  2  f 1
log 2 1

 2  2 1
3 0

 8 11
 10

Questão 03
Dadas as funções definidas nos reais :
f1(x) = ex, f2(x) = sen(x), f3(x) = cos(x), f4(x) = sen(2x) e f5(x) = e–x.

Mostre que existe uma única solução a1, a2, a3, a4, a5, tal que:
a1f1(x) + a2f2(x) + a3f3(x) + a4f4(x) + a5f5(x) seja a função constante nula, onde a1, a2, a3, a4, a5, .

Resolução:

Definindo
F  x   a1e x  a2sen  x   a3 cos  x   a4 sen  2 x   a5e  x

Deseja-se calcular a1, a2, a3, a4, a5 para que F(x) seja identicamente nula.

Denotando por F(i) a i-ésima derivada de F, temos

F
4
 x   a1e x  a2 sen  x   a3 cos  x   16 a4 sen  2 x   a5e x
F
4
 x   F  x   15 a4 sen  2 x   0 (Identicamente nula)
 a4  0
F  x   a1e x  a2 sen  x   a3 cos  x   a4 sen  2 x   a5e x , com a4  0
F  x   a1e x  a2 sen  x   a3 cos  x   a5e  x

F
2
 x   a1e x  a2 sen  x   a3 cos  x   a5e x
F
2
 x   F  x   0  2  a2 sen  x   2a3 cos  x   0
 a2  a0  0.
F  x   F  x   0  2a1e x  2a5e x  0  a1  a5  0
2

 F  x   0  a1  a2  a3  a4  a5  0

Questão 04

Seja Z um número complexo tal que


2Z
Zi
 
possui argumento igual a 3/4 e log 3 2Z  2Z  1  2. Determine o número

complexo Z .

Resolução:

a  Z cos  b
Seja Z  a  bi  Z cis     tg  I
b  Z sen a
Logo, tem-se Z  a  bi  Z cis    .


Do enunciado, log 3 2 Z  2 Z  1  2 
 2Z  2Z  1  9
 2  a  bi   2  a  bi   1  9
 4a  8  a  2

2Z 2 Z cis      
Seja W  W   2cis         2cis  2  
Zi    2   2
Z cis    cis  
2

3
Do enunciado:
3  3 5 5  
 arg W    2    2    
4 2 4 4 8 2 8


2tg
   8 1
Tem-se que tg  tg  2   
4  8 
1  tg 2  
8
 
 tg 2  2tg  1  0
8 8
 2  2 2  
  4  4  8  tg  . Como tg  0  tg  2  1
8 2 8 8

  
Tem-se tg   tg     cotg
2 8 8
Em I , tem-se b  a tg

 2 2 2  1  

 b  2   cotg  
 8 2 1

2 1
 2  
2 1

Portanto, Z  2  2  2 1 i

Questão 05
Mostre que os números 16, 24 e 81 podem pertencer a uma PG e obtenha a quantidade de termos dessa PG, sabendo
que seus elementos são números naturais.

Resolução:
Seja uma PG com razão q, cujos elementos são números naturais. Provemos que 16, 24 e 81 podem ser termos de uma
PG desse tipo.
Da teoria de PG, tem-se:
4
81 34  3 
I. 81  16  q a  q a    
16 24  2 
1
24 23  3  3 
II. 24  16  q b  q b    
16 23  2  2 
3
81 33  3  3 
III. 81  24  q c  q c    
24 23  3  2 

3
Dessa forma, pode-se afirmar que q  , com a = 4, b = 1 e c = 3.
2
Vejamos se há termos menores que 16 nessa PG:

16 16 32
x    x    16 é o 1º termo da PG  a1  16
q 3 3
2

Encontremos os outros termos dessa PG:


a1  16
3
a2  16q  16   24
2
3
a3  16q 2  24   36
2
3
a4  16q  36   54
3

2
3
a5  16q 4  54   81
2
3 243
a6  16q 5  81    a6    Essa PG só tem 5 termos
2 2
Logo, a PG é (16, 24, 36, 54, 81).

4
Questão 06
Seja o polinômio q(x) = x4 – 8x3 + 6x2 + 40x + 25 + k que possui valor mínimo igual a – 64, onde k é uma constante real.
Determine as raízes de q(x).
Resolução:
1ª Solução
Analisando a derivada de q(x) é possível verificar os pontos onde ocorrem os máximos e mínimos
q ( x)  x 4  8 x 3  6 x 2  40 x  25  k
q '( x)  4 x 3  24 x 2  12 x  40
Por pesquisa de raízes percebemos que –1 é raiz, ou seja, q '(1)  0 .
Desta forma podemos reduzir o grau da equação simplificada de q’(x): x3  6 x 2  3 x  10  0 , através de Briot-Ruffini:
–1 1 –6 3 10
1 –7 10
 x 2  7 x  10  0

As outras raízes são dadas por:


7  7 2  4(1)(10) 7  3  x2  5
x  
2 2  x3  2
Testando os valores no polinômio original, temos:
q (1)  ( 1) 4  8(1)3  6( 1) 2  40(1)  25  K  0  k
q (2)  (2) 4  8(2)3  6(2) 2  40(2)  25  K  81  k
q (5)  (5) 4  8(5)3  6(5) 2  40(5)  25  K  0  k
Desta forma q(x) atinge o mínimo em –1 e 5
Logo: 0  k  64  k  64
q(x) é portanto: x 4  8 x 3  6 x 2  40 x  39  0
Por pesquisa de raízes temos que 1 e 3 são raízes e podemos escrever q(x) da seguinte forma:
q ( x)  ( x  3)( x  1)(ax 2  bx 2  c)  ( x 2  4 x  3)( ax 2  bx 2  c)
Dividindo q(x) por x 2  4 x  3 , temos:

x 4  8 x3  6 x 2  40 x  39 x2  4x  3
 x 4  4 x3  3x 2 x 2  4 x  13
 4 x3  3x 2  40 x  39
 4 x3  16 x 2  12 x
 13 x 2  52 x  39
13x 2  52 x  39
0

As raízes x 2  4 x  13 são:

4  (4) 2  4  (1)(13) 4  2 17  x '  2  17


x  
2 2  x ''  2  17


As raízes de q(x) são, portanto: 2  17,1,3, 2  17 
2ª Solução
q ( x)  k  x 4  8 x3  6 x 2  40 x  25    x  5  x  1 
2

q  x   k    x  5  x  1   0
2

q  x  k
Como o mínimo de q ( x) é 64 , k  64
q  x     x  1 x  5    82
2

q  x     x  1 x  5   8    x  1 x  5   8 
q  x    x 2  4 x  3 x 2  4 x  13

4  42  4  13
q  x    x  1 x  3  x 2  4 x  13  x 2  4 x  13  0  x 
2
x  2  17


As raízes de q(x) são, portanto: 2  17,1,3, 2  17 
5
Questão 07
Determine todas as soluções da equação
4 sen 2 (7 x)  cos(2 x)  2 sen(9 x)  8 sen 2 ( x)  5cos(2 x)  2 sen(5 x)  4
 3 
no intervalo  , 2  .
2 

Resolução:

 3 
4sen 2 (7 x) cos(2 x)  2sen(9 x )  8sen 2 ( x)  5cos(2 x)  2 sen(5 x)  4, x   , 2 
 2 

4sen 2 (7 x) cos(2 x)  2sen(9 x)  5cos(2 x)  2 sen(5 x)  (4  8sen 2 x)  0

4sen 2 (7 x) cos(2 x)  2 sen(9 x)  2sen(5 x)  5cos(2 x )  4(1  2 sen 2 x)  0


  
cos(2 x )

4 sen 2 (7 x) cos(2 x)  2  sen(9 x)  sen(5 x)   5cos(2 x)  4 cos(2 x )  0

 9 x  5x   9 x  5x 
4sen 2 (7 x) cos(2 x)  2  2 sen   cos    cos(2 x)  0
 2   2 

4sen 2 (7 x) cos(2 x)  4 sen(7 x) cos(2 x )  cos(2 x)  0

cos(2 x)   4 sen 2 (7 x)  4sen(7 x)  1  0

cos(2 x)   2sen(7 x)  1  0
2

cos(2 x)  0 ou 2 sen(7 x)  1  0
1
sen(7 x)  
2

Para : cos(2 x)  0 ou Para : ou Para :


k 2sen(7 x)  1  0 2sen(7 x)  1  0
2x   k
2 1 1
sen(7 x)   sen(7 x)  
 k   2k  1  2 2
x   
4 2  4 
 3   7
Como x   , 2  : 7x   2k  7x   2k 
 2  6 6
3  2k  1   12k  1   12k  7 
    2 x  x 
2  4   42   42 
6  2k  1  8  3   3 
Como x   , 2  : Como x   , 2  :
5  2k  7 2  2 
5 7 3  12k  1  3  12k  7 
k  k 3     2     2
2 2 2  42  2  42 
7 63  12k  1  84 63  12k 7  84
Logo, x 
4 64  12k  85 56  12k  77
16 85 14 77
k  k 6 e k 7 k  k 5 e k 6
3 12 3 12
71 83 67  79
Logo, x  ou x  Logo, x  ou x 
42 42 42 42
 67 71 7 79 83 
S , , , , 
 42 42 4 42 42 

6
Questão 08
 3 5
A reta r é normal à cônica C, de equação 9x2 – 4y2 = 36, no ponto A   3,  e intercepta o eixo das abscissas no
 2 
ponto B. Sabendo que F é o foco da cônica C mais próximo ao ponto A. determine a área do triângulo ABF.

Resolução:

A figura ilustra a cônica e os demais pontos.


y
A
3

r
–2 2 F B x

–3

dy 9 x
Derivando implicitamente a equação da cônica, tem-se que  . Com isso, o coeficiente angular da reta normal à cônica no
dx 4 y
4 yA 2 5 2 5 y 0
ponto A, que é a reta r, é tal que mr   , ou ainda, mr   . Sendo B  ( xB , 0) , tem-se que   A , o que
9 xA 9 9 x A  xB
39
implica xB  , considerando que F = (c, 0), tem-se que c2 = 4 + 9, ou ainda c  13 . Desse modo, xF  13 . Com isso, sendo S
4
( x  xF )  y A
a área do triângulo ABF, S  B
2
3

  39  4 13  5 .
16

Questão 09
  30º e que
Uma corda CD corta o diâmetro AB de um círculo de raio R no ponto E. Sabendo que o ângulo ABC
EC  R 2 , calcule a medida do segmento ED .

Resolução:

R 3
R 2

A 30°
B
R O E y

Seja O o centro da circunferência de diâmetro AB  2 R .

  30º , tem-se que o ponto E deve estar entre O e B, conforme a figura, pois EC  R 2  R  OC .
Dado que EC  R 2 e ABC
Caso contrário, teríamos EC  R .

3
Dado que AB é diâmetro  ∆ABC é retângulo em C. Desta forma, BC  AB cos30  2 R  R 3.
2

7
Seja EB  y  AE  2 R  y . No ∆BEC, tem-se:
– Lei dos cossenos
2 2 2
EC  EB  BC  2 EB  BC  cos 30º

3
( R 2) 2  y 2  ( R 3) 2  2  y  R 3 
2
2 R 2  y 2  3R 2  3Ry
y 2  3Ry  R 2  0
  9 R 2  4 R 2  5R 2
3R  5 R
y
2
Descartando a solução  , pois y < 2R:
 3 5 
y    R  EB
 2 
 43 5   1 5 
 AE  2 R  y    R    R
 2   2 
Dadas as cordas AB e CD , tem-se a seguinte Potência de Ponto:

AE  EB  EC  ED
1 5   3  5 
  R    R  R 2  ED
 2   2 
3 5 3 5 5
 2  ED  R
4
2 52
 2  ED  R
4

ED 
10  2
R
2  5 1R
4 4

Questão 10
Um cubo com diagonal principal AG é interceptado pelo plano α, perpendicular à AG , formando uma seção
hexagonal regular. Calcule, em função da aresta a do cubo:
a) o apótema dessa seção hexagonal;
b) o raio da esfera que é tangente a essa seção e às faces do cubo que contém o vértice A.

Resolução:
a) Observe a figura.
F

H
A

E
O

G
D B O’
C

8
Os vértices da secção devem ser os pontos médios das respectivas arestas a que pertencem. O ponto O é o centro do hexágono
e do cubo, o ponto O’ é a projeção de O sobre a face inferior do cubo e B é o ponto médio de CD . Com isso,
a a 2
OO '  e O'B  .
2 4
2
a a 2
2
2 a 6
Assim, OB       , o que implica OB  .

2  4  4
a 6
Portanto, o apótema da secção é .
4

b) Observe a figura.
F

H
A

J’ O
I

G
D B
C

a 3 a 6
Na figura, JO  JJ '  R , sendo R o raio da esfera. Sabe-se que AO  . Com isso, já que OB  , no
2 4
2 2
2 a 3 a 6 3a 2
AOB , AB       , o que implica AB  . Com a semelhança dos triângulos AOB e AJ’J, observa-se
 2   4  4
a 6 3a 2
OB AB 4 4
que  , ou ainda  .
R AO  R R a 3
R
2
3 3
Disso, conclui-se que R  a.
4

9
RASCUNHO

10
RASCUNHO

11
Matemática
Anderson
Ney
Rodolfo
Salviano

Colaborador
Cirillo Sales

Digitação e Diagramação
Márcia Santana
Pollyanna Chagas

Revisor
Celso Faria

Desenhista
Rodrigo Ramos

Projeto Gráfico
Vinicius Ribeiro

Supervisão Editorial
Aline Alkmin

Copyright©Olimpo2018

A Resolução Comentada das provas do IME


poderá ser obtida diretamente no site do GRUPO OLIMPO.

As escolhas que você fez nesta prova, assim como outras escolhas na vida, dependem de conhecimentos,
competências, conhecimentos e habilidades específicos. Esteja preparado.

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12

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