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O que escrevi não é opinião. São fatos que podem ser comprovados
pelos colegas. Em linhas gerais é esse o caos da segurança privada no
Brasil. Esse problema vem sendo agravado pelas bravatas do
presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Perguntei para
um especialista em segurança privada o que aconteceria nos dias
seguintes à morte de Beto, em Porto Alegre. A resposta foi curta:
“Nada”. Insisti e pedi maiores explicações, e ele acrescentou: “O setor
da segurança privada é uma engrenagem dentro de máquina chamada
Brasil. Não é ele que determina que negro, pobre e favelado são os
suspeitos de sempre. Ele só cumpre ordens”. O que acontece no setor
de segurança privada precisa voltar a fazer parte da nossa pauta de
notícias diárias. O setor é complexo e saber como as coisas estão
funcionando é fundamental para o repórter envolvido na cobertura
diária. No caso da morte de Beto e outros acontecimentos envolvendo
seguranças do Carrefour. Muito pouco se publicou. Ou seja: aqueles
seguranças não estavam lá passeando. Eles foram colocados ali por
uma empresa. Eu pergunto o seguinte: as pessoas que contrataram os
dois seguranças que mataram Beto vão para a cadeia? Duvido. Por
quê? Ninguém sabe quem são. A nossa cobertura está focada na
questão política e no que aconteceu dentro do supermercado.
Precisamos acrescentar uma investigação sobre quem contratou os
seguranças. É por aí, colegas.