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Como sair das bolhas
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Como sair das bolhas

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Em Como sair das bolhas, Pollyana Ferrari mostra, dentro do contexto do jornalismo e das redes sociais falsas, que a fake news é facilitada pelo vício de as pessoas criarem personagens que às vezes nem são, pelo vício em celular e redes sociais, pela falta de tempo que dão a elas mesmas para desconectar e parar para pensar, questionar. Por isso a facilidade para a apertar o botão e compartilhar algo que nem têm certeza. Mais do que isso, a autora mostra como hoje o conceito de "viver na bolha" evoluiu para algo pior: as pessoas (de modo geral) só convivem, mesmo virtualmente, com quem pensa parecido, com quem tem a mesma opinião política e gosta dos mesmos ídolos, da mesma música, o que facilita que, ao receber algo absurdo sobre políticos, sobre um artista ou sobre um time de futebol, já compartilhe, como se fosse verdade.
LanguagePortuguês
Release dateNov 29, 2021
ISBN9786587387253
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    Como sair das bolhas - Pollyana Ferrari

    Capa do livro

    PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

    Reitora: Maria Amalia Pie Abib Andery

    EDITORA DA PUC-SP

    Direção: José Luiz Goldfarb

    Conselho Editorial

    Maria Amalia Pie Abib Andery (Presidente)

    Ana Mercês Bahia Bock

    Claudia Maria Costin

    José Luiz Goldfarb

    José Rodolpho Perazzolo

    Marcelo Perine

    Maria Carmelita Yazbek

    Maria Lucia Santaella Braga

    Matthias Grenzer

    Oswaldo Henrique Duek Marques

    Fontspício do livro

    © Pollyana Ferrari. Foi feito o depósito legal.

    Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Reitora Nadir Gouvêa Kfouri / PUC-SP

    Ferrari, Pollyana

    Como sair das bolhas / Pollyana Ferrari. 2ª ed. revista e ampliada - São Paulo : EDUC, 2021.

        1. Recurso on-line: ePub

    Disponível para ler em: todas as mídias eletrônicas.

    Acesso restrito: https://pucsp.br/educ

        ISBN 978-65-87387-25-3

       1. Comunicação de massa. 2. Internet - Aspectos sociais. 3. Mídia digital - Aspectos sociais. 4. Redes sociais on-line. 5. Veracidade e falsidade. I. Título

    CDD 302.23

    303.4833

    1ª edição: 2018

    EDUC – Editora da PUC-SP

    Direção

    José Luiz Goldfarb

    Produção Editorial

    Sonia Montone

    Preparação e Revisão

    Cemear Produções

    Editoração Eletrônica

    Gabriel Moraes

    Waldir Alves

    Capa

    Vitorelo (Ilustração)

    Administração e Vendas

    Ronaldo Decicino

    Produção do ebook

    Waldir Alves

    Revisão técnica do ebook

    Gabriel Moraes

    Rua Monte Alegre, 984 – sala S16

    CEP 05014-901 – São Paulo – SP

    Tel./Fax: (11) 3670-8085 e 3670-8558

    Site: www.pucsp.br/educ

    E-mail: educ@pucsp.br

    Para meus pais, que me deram a vida e esse nome carregado de esperança!

    Post-scriptum para a segunda edição

    Lucia Santaella

    O tempo transcorrido entre a primeira edição e o momento presente vem comprovar, antes de tudo, o quanto este livro, Como sair das bolhas, foi pioneiro no contexto brasileiro. No início dos anos 2018 ainda pouco se falava sobre os temas que se tornariam obrigatórios dada a relevância que passaram a ter os sinais de alerta e as discussões sobre eles: as fake news e a pós-verdade. Naquele momento, ainda não havíamos passado pelas eleições de 2018 no Brasil, ocasião em que a proliferação de fake news se tornou visível e os antídotos contra elas, efetuados pelo esforço jornalístico de checagem dos fatos, intensificaram-se no campo de batalhas.

    Ao mesmo tempo, além das fake news, vários fatores, nos últimos anos, foram acentuando o mal-estar em relação às redes sociais. O primeiro deles diz respeito à disseminação incontrolável, dentro das redes, especialmente do Twitter e do YouTube, de bots envenenados de falsidade a serviço das distorções dos fatos e da manipulação com propósitos espúrios. A palavra "bots" deriva de robôs que nada se assemelham a homúnculos visíveis, mas, sim, são programas de computador invisíveis que circulam pela internet realizando tarefas repetitivas e automatizadas. No caso das fake news, como o próprio nome diz, a tarefa é repetir indefinidamente informação enganosa, na maior parte das vezes de caráter político.

    Trata-se de empresas que vendem perfis falsos de redes sociais dos quais se valem para a circulação de conteúdos que simulam, tanto na visualidade quanto nos mecanismos de interatividade, atividades dos usuários das redes. Com isso, acaba por se constituir uma verdadeira indústria de bots, um mercado clandestino destinado a aumentar o número de seguidores e de likes em determinadas contas para propagar mentiras. Quando se sabe o quanto a mentira pode prejudicar a sanidade do debate público de que depende a construção da cidadania, pode-se imaginar os malefícios provocados pelas fake news especialmente quando municiadas pelos bots.

    O segundo fator responsável pelo mal-estar foi perfeitamente retratado no documentário acessível na Netflix sob o nome de Privacidade Hackeada, colocado em streaming desde o início de 2019. O documentário versa sobre os escândalos em que se envolveu o Facebook ao permitir a coleta, em 2016, pelo Cambridge Analytica, de dados pessoais de 87 milhões de usuários sem que isso tenha sido permitido.

    A Cambridge Analytica era uma empresa fundada em 2013 que, a partir do crescimento do big data, propunha fornecer serviços de análise de dados para fins comerciais e políticos. Para isso, era utilizado um aplicativo de extração de dados pessoais a que o Facebook deu autorização. Ocorre que tanto Trump quanto o Brexit eram clientes da empresa, de modo que a análise desses dados foi colocada ao alcance e utilizada para finalidades políticas no ano de 2016. A empresa faliu, o Facebook foi questionado, mas o mal já estava feito, o que não impediu que o Facebook continue sendo uma plataforma que não cessa de crescer pela venda de dados para a publicidade mercadológica. Os mecanismos para isso são perversos, um tipo de perversidade de que os usuários da rede são participantes relativamente inocentes.

    Mesmo aqueles que são conscientes de que estão alimentando mecanismos perversos não deixam de postar e compartilhar muito mais dados pessoais do que deveriam nas redes sociais. E nem mesmo a leitura dos termos de uso consegue estancar esse impulso. Fornecemos nossos dados em troca do uso que as plataformas nos oferecem. No entanto, por baixo dessa troca aparentemente gratuita, empresas, anunciantes e campanhas políticas têm acesso à mineração desses dados para os seus propósitos.

    Embora não possamos nos vangloriar por estarmos fora desse jogo, tendo em vista que ninguém está disposto a lançar seu smartphone ao mar, abdicando de toda a conectividade instantânea, acesso à informação e sociabilidade que ele permite, é recomendável ver o filme e, eventualmente, contribuir com uma militância educativa nas redes e para as redes, um tipo de militância, aliás, que a leitura deste livro, nesta sua segunda edição aumentada, incentiva e ajuda cada um a seu modo a implementar.

    O terceiro fator que contribuiu para a intensificação do mal-estar provocado pelas redes sociais foi um outro documentário, também veiculado pela Netflix, em 2020, e que vem provocando um grande frisson até hoje. Com o título de O dilema das redes, o documentário, de fato, coloca o dilema a nu. Na internet, nascida com a utópica promessa de conectividade e acesso a todos, quem de fato acabou ganhando com a acessibilidade, que está longe de ser de todos e para todos, são mesmo as big techs de iniciativa privada.

    As personagens do documentário são ex-funcionários dessas empresas, hoje arrependidos do papel que desempenharam para o sucesso do seu crescimento. Isso dá credibilidade ao documentário, pois quem fala conhece o modus operandi por dentro. Funciona, portanto, com um documentário-denúncia. Contudo, o script é maniqueísta, colocando em ação a velha luta – sempre mal fundamentada porque simplistamente dicotômica –, da agonística entre o bem e o mal.

    A questão é, sem dúvida, muito mais profunda do que cabe nos antagonismos. As big techs são, na realidade, o modelo de negócios mais bem sucedido nas sociedades contemporâneas, negócios movidos pela força do novo petróleo, os dados. Uma vez que esses dados são alimentados pelos próprios usuários, conselhos domésticos para atenuar a participação individual nas redes não conseguem ir muito longe. Portanto, é preciso ir além de simplórias indicações do tipo desligar as notificações do celular ou deixá-lo carregando fora do quarto.

    De todo modo, a mera existência do documentário é capaz de provocar debates nas mais variadas esferas da sociedade. O problema é grande e está aí. Minimizá-lo é o pior caminho a ser seguido quando são conhecidos os efeitos colaterais provocados pelo uso das redes, entre os quais se coloca em relevo, entre outros, o seu caráter viciante especialmente entre os jovens e mesmo as crianças. O que fazer, portanto, é uma pergunta da qual pais e educadores não podem fugir. É para estes que Como sair das bolhas, de Pollyana Ferrari, está voltado: para que possamos pensar juntos, pois pensamento que se agrega a pensamento, na busca de caminhos sadios para problemas complexos, é pensamento potencializado.


    Lucia Santaella. Pesquisadora 1 A do CNPq, graduada em Letras Português e Inglês. Professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP, com doutoramento em Teoria Literária na PUCSP em 1973 e Livre-Docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP em 1993. É Coordenadora da Pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Diretora do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digitais e Coordenadora do Centro de Estudos Peirceanos, na PUCSP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica e Membro Executivo da Associación Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación Global, México, desde 2004. É correspondente brasileira da Academia Argentina de Belas Artes, eleita em 2002. Foi eleita presidente para 2007 da Charles S. Peirce Society, USA. É também um dos membros do Advisory Board do Peirce Edition Project em Indianapolis, USA e um dos membros do Bureau de Coordenadores Regionais do International Communicology Institute. Foi ainda membro associado do Interdisziplinäre Arbeitsgruppe für Kulturforschung (Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Cultura), Universidade de Kassel, 1999-2009. Recebeu o prêmio Jabuti em 2002, 2009, 2011 e 2014, o Prêmio Sergio Motta, Liber, em Arte e Tecnologia, em 2005 e o prêmio Luiz Beltrão-maturidde acadêmica, em 2010. Foi professora convidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, em 1987, na Universidade de Valencia, em 2004, na Universidade de Kassel, em 2009, na Universidade de Évora em 2010, na Universidad Nacional de las Artes, Buenos

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