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UNIVALI

Instalações Elétricas Prediais

Prof. Raimundo C. Ghizoni Teive


Parte II - Versão 2.0
A essência da eletricidade (Lei de Ohm)

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Sumário
7. EXEMPLO DE UM PROJETO PREDIAL ......................................................................................................... 4
7.1 Iluminação ................................................................................................................................................................ 4
a) Apartamento Tipo ............................................................................................................................................. 4
b) Área Comum ..................................................................................................................................................... 5
c) Salas Comerciais ............................................................................................................................................... 6
7.2 Pontos de Tomada ..................................................................................................................................................... 6
a) Apartamentos Tipo ............................................................................................................................................ 7
b) Área Comum ..................................................................................................................................................... 8
c) Salas Comerciais ............................................................................................................................................. 10
7.3 Potência Instalada e Potência de Alimentação ....................................................................................................... 11
a) Apartamentos Tipo .......................................................................................................................................... 12
b) Salas Comerciais ............................................................................................................................................. 12
Sala Comercial 01 .................................................................................................................................................. 12
Sala Comercial 02 .................................................................................................................................................. 12
Sala Comercial 03 .................................................................................................................................................. 12
7.4 Cálculo da Demanda Provável do Edifício ............................................................................................................ 12
7.5 Especificação dos Cabos de Entrada e Disjuntores ................................................................................................ 14
a) Critério da Capacidade de Corrente ..................................................................................................................... 14
 Entrada da Instalação ...................................................................................................................................... 15
 Motor do Elevador .......................................................................................................................................... 16
 Cabo de Entrada do Apartamento ................................................................................................................... 17
b) Critério da Queda de Tensão ............................................................................................................................... 18
 Cabo de Entrada da Instalação ........................................................................................................................ 18
 Cabo do Motor do Elevador ............................................................................................................................ 19
 Cabo de Entrada do Apartamento ................................................................................................................... 20
7.6 Separação em Circuitos ......................................................................................................................................... 20
a) Apartamentos Tipo .............................................................................................................................................. 21
b) Área Comum ....................................................................................................................................................... 22
c) Salas Comerciais.................................................................................................................................................. 24
7.7 Divisão em Fases............................................................................................................................................. 26
a) Apartamentos Tipo .............................................................................................................................................. 26
b) Edifício ................................................................................................................................................................ 27
7.8 Iluminação de Emergência .............................................................................................................................. 29
8. PROJETO TELEFÔNICO ............................................................................................................................ 30
9. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ........................................ 33

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7. EXEMPLO DE UM PROJETO PREDIAL
O edifício a ser dimensionado é localizado na cidade de Itajaí - SC, bairro Fazenda. É de suma
importância saber a localização e o tipo de solo da residência para o dimensionamento do sistema de
aterramento. O edifício tem uma área de 2.841,73m² qual está construído em um terreno de
aproximadamente 645,00m², composto por um andar térreo, no qual se localiza três lojas, um andar de
garagem, cinco andares com apartamentos tipo, sendo cada tipo com área de 126,00m², sendo dois
apartamentos por andar, um andar com a casa de máquinas e um andar com o reservatório elevado de
água.

7.1 Iluminação

Para o dimensionamento da potência do ponto de luz que será utilizado em cada cômodo do
edifício, assim como dos apartamentos, utilizou-se o critério da NBR 5410, o qual indica que podem ser
adotados os seguintes critérios:
a) Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m², deve ser prevista uma
carga mínima de 100VA;
b) Em cômodos ou dependências com área superior a 6m², deve ser prevista uma carga
mínima de 100VA para os primeiros 6m², acrescida de 60VA para cada aumento de 4m²
inteiros.

Obviamente, que esses critérios, não são validos para as garagens, sendo nas mesmas,
estipulados os pontos de iluminação pelos projetistas.
Portanto, com base nos itens “a” e “b”, calcularam-se as potências de iluminação para cada
cômodo do apartamento tipo, das salas comerciais, e das áreas comuns do edifício, como esta apresentada
na tabela abaixo:

a) Apartamento Tipo

TIPO
CÔMODOS ÁREAS (m²) ILUMINAÇÃO (VA)
Sala de Estar 48,25 700,00
Cozinha 10,38 160,00
Lavanderia 4,61 100,00
Lavabo 2,25 100,00
Dormitório 1 17,58 220,00
Dormitório 2 12,56 160,00
Dormitório 3 10,31 160,00
Banheiro 1 3,44 100,00
Banheiro 2 4,67 100,00
Circulação 1 5,85 100,00
Potência Total (VA) 1.900,00
Potência Total (W) 1.900,00

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Observa-se que a potência ativa é a mesma que a potência aparente, pois foi considerado o
pior caso, um fator de potência igual a 1, que é o caso das lâmpadas incandescentes.
b) Área Comum

ÁREA COMUM
CÔMODOS ÁREAS (m²) ILUMINAÇÃO (VA)
Hall Externo 6,11 100,00
Guarita 2,70 100,00
Hall Social 24,49 340,00
Hall Elevadores 16,80 220,00
Circulação 1 8,50 100,00
Sala do Condomínio 14,09 220,00
Escada - Térreo / G1 -- 100,00
Escada - G1 / Tipo 1 -- 100,00
Escada - Tipo 1 / Tipo 2 -- 100,00
Escada - Tipo 2 / Tipo 3 -- 100,00
Escada - Tipo 3 / Tipo 4 -- 100,00
Escada - Tipo 4 / Tipo 5 -- 100,00
Escada - Tipo 5 / Cs de Maq. -- 100,00
Depósito do Condomínio 17,50 220,00
Casa de Bombas 2,16 100,00
Banheiro 1 2,22 100,00
Lixeira -- --
GLP -- --
Garagem Térrea -- 700,00
Garagem 1 -- 1.800,00
Antecâmara - Térrea 3,00 100,00
Antecâmara - G1 3,00 100,00
Antecâmara - Tipo 1 3,00 100,00
Antecâmara - Tipo 2 3,00 100,00
Antecâmara - Tipo 3 3,00 100,00
Antecâmara - Tipo 4 3,00 100,00
Antecâmara - Tipo 5 3,00 100,00
Antecâmara - Casa de Maq. 3,96 100,00
Hall - Tipo 01 9,72 100,00
Hall - Tipo 02 9,72 100,00
Hall - Tipo 03 9,72 100,00
Hall - Tipo 04 9,72 100,00
Hall - Tipo 05 9,72 100,00
Acesso ao Telhado 2,60 100,00
Casa de Máquinas 6,90 100,00
Potência Total (VA) 6.200,00
Potência Total (W) 5.580,00

Como citado anteriormente, não se utilizou o critério da área para a iluminação das garagens. A
as iluminações podem ser distribuídas conforme a necessidade, sendo cada ponto de iluminação de 100 VA
de potência. O mesmo ocorreu para as escadas, considera-se 100 VA para cada andar de escada.

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Como as lâmpadas do condomínio nem todas são incandescentes, utiliza-se um fator de
potência de 0,90. Sendo a potência ativa menor que a potência aparente.

c) Salas Comerciais

SALA COMERCIAL 01
CÔMODOS ÁREAS (m²) ILUMINAÇÃO (VA)
Sala 86,85 1300,00
Banheiro 3,24 100,00
Potência Total (VA) 1.400,00
Potência Total (W) 1.260,00

SALA COMERCIAL 02
CÔMODOS ÁREAS (m²) ILUMINAÇÃO (VA)
Sala 95,95 1420,00
Banheiro 2,63 100,00
Potência Total (VA) 1.520,00
Potência Total (W) 1.368,00

SALA COMERCIAL 03
CÔMODOS ÁREAS (m²) ILUMINAÇÃO (VA)
Sala 42,69 640,00
Banheiro 2,63 100,00
Potência Total (VA) 740,00
Potência Total (W) 666,00

Como nem todas as lâmpadas das salas comerciais são incandescentes utiliza-se um fator de
potência de 0,90.
Conforme a NBR 5410, em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um
ponto de luz fixo no teto, comandado por um interruptor. Com base nesse item, foram distribuídas as
iluminações, em cômodos onde se viu a necessidade da colocação de mais de um ponto de luz, o mesmo
foi feito, dividindo igualmente a potência total para o ambiente entre os pontos de luz colocados.

7.2 Pontos de Tomada


As tomadas de uso geral (TUG) são tomadas que não tem um uso de um equipamento
especifico, ou seja, nestas tomadas podem ser ligados equipamentos como televisões, rádios, torradeiras,
entre outros.
Já as tomadas de uso específico (TUE) são tomadas que são projetadas para um equipamento
em específico, como por exemplo, os chuveiros, o ar condicionado, entre outros.
Para o dimensionamento do número de pontos que devem existir em cada ambiente da
residência, utilizou-se:
a) Em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, próximo ao lavatório,
utilizou-se um ponto de 600VA;
b) Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço,
lavanderias e locais análogos:
6
- Para área S ≤ 6m² 1 tomada de 600VA
- Para área S ≥ 6m² 1 tomada para cada 3,5m de perímetro ou fração. 3 tomadas com
600 VA e (n-3) de 100VA.
c) Em varandas, deve se previsto pelo menos um ponto de tomada, utilizou-se de 100VA;
d) Demais cômodos (salas e dormitórios):

- Para área S ≤ 6m² pelo menos 1 tomada de 100VA


- Para área S ≥ 6m² 1 tomada para cada 5m de perímetro ou fração espaçadas
uniformemente.
e) Subsolo, sótãos, garagens, varandas, corredores e halls 1 tomada de 100VA;
f) Halls de escadaria, lavabos, salas de manutenção / casa de máquinas pelo menos 1
tomada de 100 VA.

Já as tomadas de uso específico (TUE) são determinadas pelo projetista e / ou pelo


proprietário.

a) Apartamentos Tipo
As tomadas de uso específico utilizadas nos apartamentos são as citadas na tabela abaixo:

TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUEs)


POTÊNCIA
CÔMODOS EQUIPAMENTOS POTÊNCIA (W) FP
(VA)
Geladeira 480,00 0,80 600,00
1. Cozinha
Micro-ondas 1.000,00 0,80 1.250,00
2. Lavanderia Máquina Lava Roupa 616,00 0,80 770,00
3. Banheiros Chuveiro 4.000,00 1,00 4.000,00
4. Dormitórios Ar condicionado 2.639,00 0,80 3.298,75

Foram considerados condicionadores de ar com potência de 9.000 BTU no dormitório 1 e


dormitório 2. Deste modo, a tabela das tomadas do apartamento tipo é a seguinte:

TIPO
CÔMODOS ÁREAS (m²) PERÍMETRO (m) TUG (VA) TUE (W)
Sala de Estar 48,25 27,70 600,00 --
Cozinha 10,38 13,60 1.900,00 1.480,00
Lavanderia 4,61 -- 600,00 616,00
Lavabo 2,25 -- 100,00 --
Dormitório 1 17,58 18,00 400,00 2.639,00
Dormitório 2 12,56 14,20 300,00 2.639,00
Dormitório 3 10,31 13,00 300,00 --
Banheiro 1 3,44 -- 600,00 4.000,00
Banheiro 2 4,67 -- 600,00 4.000,00
Circulação 1 5,85 -- 100,00 --
Potência Total (VA) 5.500,00 --
Potência Total (W) 4.400,00 15.374,00

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Vale ressaltar que para as TUGs utiliza-se um fator de potência de 0,80 e para as TUEs os
fatores citados na tabela acima.

b) Área Comum
As tomadas de uso específico utilizadas nas áreas comum são as citadas na tabela abaixo:

MOTORES POTÊNCIA (CV)


Bomba de Recalque 5,00
Elevador 10,00
Motor de portão 2,00
Tomada de Emergência --

Como o edifício terá dois elevadores, sendo seus motores trifásicos, pode-se utilizar um fator
de demanda para a determinação da potência dos mesmos. Utiliza-se também duas bombas trifásicas, uma
principal e uma reserva, porém as mesmas nunca funcionaram ao mesmo tempo, deste modo, não se
considera fator de demanda para as bombas. A potência em kVA das TUEs trifásicas é obtida por meio da
seguinte tabela:

Já o portão é monofásico, deste modo, sua potência é determinada por meio da seguinte
tabela:

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Deste modo, conforme as tabelas apresentadas anteriormente, as potências das TUEs da área
comum são as seguintes:
MOTORES POTÊNCIA (CV) POTÊNCIA (KVA)
2 Bombas de Recalque 5,00 6,02
2 Elevadores 10,00 17,31
Motor de portão 2,00 2,97
Tomada de Emergência -- 0,10

As tomadas de emergência foram distribuídas pelo condomínio conforme se viu a necessidade


de sua utilização, sendo elas distribuídas da seguinte forma:
- 1 tomada em cada hall dos apartamentos tipos – 5 tomadas;
- 1 tomada no acesso ao telhado – 1 tomada;
- 1 tomada em cada andar de escada – 7 tomadas;
- 4 tomadas na garagem do térreo – 4 tomadas;
- 6 tomadas na garagem 1 – 6 tomadas;
- 2 tomadas no hall dos elevadores – 2 tomadas;
- 1 tomada no hall social – 1 tomada.
Totalizando 26 tomadas de emergência distribuídas nas áreas comuns no condomínio.
Nas garagens, adotou-se a condição de uma TUG a dois metros do ponto central de cada vaga
de garagem.

ÁREA COMUM
ÁREAS PERÍMETRO
CÔMODOS TUG (VA) TUE (VA)
(m²) (m)
Hall Externo 6,11 -- -- --
Guarita 2,70 -- 100,00 --
Hall Social 24,49 20,00 400,00 100,00
Hall Elevadores 16,80 -- 100,00 200,00
Circulação 1 8,50 -- 100,00 --
Sala do Condomínio 14,09 15,60 400,00 --
Escada - Térreo / G1 -- -- -- 100,00
Escada - G1 / Tipo 1 -- -- -- 100,00
Escada - Tipo 1 / Tipo 2 -- -- -- 100,00
Escada - Tipo 2 / Tipo 3 -- -- -- 100,00
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Escada - Tipo 3 / Tipo 4 -- -- -- 100,00
Escada - Tipo 4 / Tipo 5 -- -- -- 100,00
Escada - Tipo 5 / Casa de Maq. -- -- -- 100,00
Depósito do Condomínio 17,50 17,20 400,00 --
Casa de Bombas 2,16 -- 100,00 6.020,00
Banheiro 1 2,22 -- 100,00 --
Lixeira -- -- -- --
GLP -- -- -- --
Garagem Térrea -- -- 800,00 3.370,00
Garagem 1 -- -- 2.000,00 600,00
Antecâmara - Térrea 3,00 -- -- --
Antecâmara - G1 3,00 -- -- --
Antecâmara - Tipo 1 3,00 -- -- --
Antecâmara - Tipo 2 3,00 -- -- --
Antecâmara - Tipo 3 3,00 -- -- --
Antecâmara - Tipo 4 3,00 -- -- --
Antecâmara - Tipo 5 3,00 -- -- --
Antecâmara - Casa de Maq. 3,96 -- -- --
Hall - Tipo 01 9,72 -- 100,00 100,00
Hall - Tipo 02 9,72 -- 100,00 100,00
Hall - Tipo 03 9,72 -- 100,00 100,00
Hall - Tipo 04 9,72 -- 100,00 100,00
Hall - Tipo 05 9,72 -- 100,00 100,00
Acesso ao Telhado 2,60 -- 100,00 100,00
Casa de Máquinas 6,90 -- 100,00 17.310,00
Potência Total (VA) 5.200,00 28.900,00

c) Salas Comerciais
As tomadas de uso específico que foram utilizadas nas salas comerciais foram as do ar
condicionado, sendo este de 15.000 BTU, sendo dois na sala comercial 1, dois na sala comercial 2, e um na
sala comercial 3. Além do ar condicionado também se especificou uma tomada para luz de emergência
para cada sala. Deste modo, segue a tabela com as TUEs utilizadas:
TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUEs)
CÔMODOS EQUIPAMENTOS POTÊNCIA (W) FP POTÊNCIA (VA)
1. Salas Ar condicionado 4.398,00 0,80 5.497,50
Comerciais Tomada Emergência 90,00 0,90 100,00
Deste modo, a tabela das tomadas das salas comerciais é a seguinte:
SALA COMERCIAL 01
CÔMODOS ÁREAS (m²) PERÍMETRO (m) TUG (VA) TUE (VA)
Sala 86,85 47,20 1.000,00 11.095,00
Banheiro 3,24 -- 100,00 --
Potência Total (VA) 1.100,00 11.095,00
Potência Total (W) 880,00 8.886,00

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SALA COMERCIAL 02
CÔMODOS ÁREAS (m²) PERÍMETRO (m) TUG (VA) TUE (VA)
Sala 95,95 47,70 1.000,00 11.095,00
Banheiro 2,63 -- 100,00
Potência Total (VA) 1.100,00 11.095,00
Potência Total (W) 880,00 8.886,00

SALA COMERCIAL 03
CÔMODOS ÁREAS (m²) PERÍMETRO (m) TUG (VA) TUE (VA)
Sala 42,69 26,30 600,00 5.597,50
Banheiro 2,63 -- 100,00
Potência Total (VA) 700,00 5.597,50
Potência Total (W) 560,00 4.488,00

7.3 Potência Instalada e Potência de Alimentação


A potência instalada refere-se ao somatório da potência de iluminação, das tomadas de uso
geral e das tomadas de uso especifico. Portanto é calculada por meio da seguinte equação:

Já potência de alimentação corresponde ao somatório das potências de iluminação e das


tomadas de uso geral, ponderadas por um fator de demanda, o qual considera que dificilmente todas as
TUGs e todos os pontos de luz estejam ligados ao mesmo tempo, e somadas à potência das tomadas de
uso específico, sendo que para os chuveiros também é utilizado um fator de demanda de acordo com o
número de chuveiros. Portanto a equação para o cálculo é a seguinte:

O fator de demanda para o somatório da potência de iluminação de das TUG é dado por meio
da tabela a seguir:

Potência (kW) FD (%)


0<P≤1 88
1<P≤2 75
2<P≤3 66
3<P≤4 59
4<P≤5 52
5<P≤6 45
6<P≤7 40
7<P≤8 35
8<P≤9 31
9 < P ≤ 10 27
P > 10 24

Já o fator de demanda para os chuveiros, é conseguido por meio da seguinte tabela:

Número de chuveiros FD (%)


2 68

11
3 56
4 48
Fonte: COBEI.

a) Apartamentos Tipo
Conforme descrito acima, calculou-se a potência instalada e de alimentação para os
apartamentos tipo do edifício em questão:

Já a potência de alimentação é:

b) Salas Comerciais

Sala Comercial 01
A potência instalada da sala comercial 01 é:

Já a potência de alimentação é:

Sala Comercial 02
A potência instalada da sala comercial 02 é:

Já a potência de alimentação é:

Sala Comercial 03
A potência instalada da sala comercial 03 é:

Já a potência de alimentação é:

7.4 Cálculo da Demanda Provável do Edifício


Para o cálculo da demanda provável do edifício a ser dimensionado, utiliza-se o critério
proposto pela NT 03/97 da CELESC, na qual é definida a seguinte equação para a demanda provável do
edifício:
12
Sendo: D1 - demanda dos apartamentos residenciais;
D2 - demanda do condomínio (áreas comuns);
E– demanda de cargas especiais (saunas, quadras poliesportivas);
G – demanda referente a lojas, escritórios e etc.
Para o cálculo da demanda dos apartamentos residenciais, leva-se em consideração a área e a
quantidade de unidades existentes no edifício. A equação que calcula esta demanda é a seguinte:

Sendo: F – fator de diversidade, relacionado com o número de apartamentos. Dado na tabela a


seguir;
A – demanda por apartamento em função da sua área útil. Dado na tabela a seguir.
Analisando a tabela a seguir, como o edifício em análise tem 10 apartamentos, o valor de “F” é
igual a 9,64. Já como o apartamento tem área de 126,00m², o valor de “A” é igual a 2,65. Deste modo:

Já para o cálculo da demanda do condomínio, considera-se uma demanda referente à


iluminação da área comum, uma demanda referente às tomadas de uso geral do condomínio e uma
demanda referente às TUEs do condomínio. Sendo esta demanda do condomínio dada pela seguinte
equação:

13
Sendo: B – demanda referente à iluminação das áreas comuns, aplicando alguns fatores de
demanda:
 100% para os primeiros 10 kW
 25% para as cargas acima de 10kW (FP=0,9)

C – demanda referente às TUGs do condomínio, aplicando o seguinte fator de


demanda:
 20% da carga total

D – demanda referente à TUEs do condomínio.


Deste modo, conforme as cargas apresentadas nos capítulos anteriores, calcula-se a demanda
do condomínio.

Para o edifício em questão, o fator “E” é igual à zero, pois não se tem no prédio nenhuma carga
especial.
Já o fator “G” sim se tem, pois se refere as três lojas comerciais que existem no pavimento
térreo do edifício, como são somente três lojas comerciais, não se utiliza fator de demanda, deste modo,
sua carga ref erente à iluminação, TUGs e TUEs é considerada por inteiro. Sendo este fator com o seguinte
valor:

Deste modo o fator “G” é:

Com todas as variáveis já calculadas e definidas, enfim, pode-se calcular o fator de demanda
do edifício.

7.5 Especificação dos Cabos de Entrada e Disjuntores


A especificação da entrada da instalação pode ser feita de duas maneiras, por meio do critério
da capacidade de corrente, e pelo critério da queda de tensão. Ambos têm por objetivo especificar qual a
bitola do cabo de entrada.

a) Critério da Capacidade de Corrente

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 Entrada da Instalação

O critério da capacidade de corrente leva em consideração a demanda provável do condomínio


calculada anteriormente. Por meio desta, calcula-se a corrente que entrará na edificação, ponderando-a por
um coeficiente de segurança, e consequentemente recorre-se a uma tabela para especificar o cabo de
entrada. A corrente é calculada conforme a seguinte equação:

Sendo “S” a demanda provável já calculada em VA e “VL” a tensão de linha que será fornecida,
neste caso 380V. Deste modo:

Com a corrente já calculada, pode-se especificar o disjuntor de entrada, o qual no caso seria
um de 200 A. Para determinar o cabo, recorre-se a tabela 36 da NBR 5410:2004 e verifica-se qual bitola
suporta uma corrente de 181,12A.
A coluna que deve ser utilizada para especificar o cabo de entrada é a coluna B1,
considerando a entrada três condutores. Deste modo, observa-se a tabela a seguir:

15
Observando-se a tabela, nota-se que se deve utilizar um cabo bom bitola de 95mm² para a
entrada da instalação. Portanto, de forma resumida:
CORRENTE (A) 181,12
CABO (mm²) 95,00
DISJUNTOR (A) 200

 Motor do Elevador
O critério da capacidade de corrente leva em consideração a potência do elevador. Por meio
desta, calcula-se a corrente que o elevador utilizará, ponderando-a por um coeficiente de segurança, e
consequentemente recorre-se a uma tabela para especificar o cabo de entrada. A corrente é calculada
conforme a seguinte equação:

Sendo “S” a potência do elevador já especificada anteriormente em VA e “V L” a tensão que


será fornecida, neste caso 380V. Deste modo:
16
Com a corrente já calculada, pode-se especificar o disjuntor de cada motor, o qual no caso
seria um de 20A. Para determinar o cabo, recorre-se a tabela 36 da NBR 5410:2004 e verifica-se qual bitola
suporta uma corrente de 19,29A.
A coluna que deve ser utilizada para especificar o cabo de entrada é a coluna B1,
considerando a entrada três condutores. Deste modo, observa-se a tabela apresentada anteriormente.
Nota-se que se deve utilizar um cabo bom bitola de 2,50mm² para a entrada da instalação.
Portanto, de forma resumida:
CORRENTE (A) 19,29
CABO (mm²) 2,50
DISJUNTOR (A) 20

 Cabo de Entrada do Apartamento


Quando se trata de especificação de cabos dos apartamentos, e se tratando de um
apartamento bifásico, o critério da capacidade de corrente leva em consideração a potência instalada do
apartamento, a qual foi calculada no item anterior, com este valor calculado, recorre-se a tabela
apresentada a seguir e determina-se o disjuntor e a bitola do condutor.
Nota-se na tabela que para um apartamento com potência instalada de 21.764,00W, o disjuntor
geral de proteção é de 50A, a bitola do ramal de entrada é de 10mm² e o eletroduto de ¾”. De forma
resumida:
POTÊNCIA INSTALADA (W) 21.764,00
CABO (mm²) 10,00
DISJUNTOR (A) 20
ELETRODUTO (“) 3/4

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b) Critério da Queda de Tensão
O critério da queda de tensão leva em consideração que pode se perder uma parte da tensão
fornecida pela rede. Esta queda é calculada por meio das seguintes equações:

Para o cálculo da queda de tensão máximo do cabo, e consequentemente recorrer à tabela


para a especificação do cabo de entrada, deve-se levar em conta a distância que está sendo percorrida até
o ponto em analise, assim como a corrente que passará por esse condutor. Portanto utiliza-se a equação a
seguir:

 Cabo de Entrada da Instalação

A porcentagem de tensão que pode se perder entre a rede de distribuição (poste) e o quadro
geral de disjuntores do edifício é de 3% e a maior tensão que é utilizada no edifício será de 380V. Deste
modo:

A corrente da entrada da instalação já foi calculada anteriormente, sabendo-se assim que a


mesma é de 181,12A. Já o comprimento L, refere-se ao comprimento entre a saída dos fios do poste até a
entrada no quadro geral do condomínio, deste modo, medindo-se este comprimento, tem-se que a distância
entre os dois pontos é 18,50 metros. Portanto, substituindo os valores nas equações:

Com este valor já calculado, analisa-se a tabela a seguir, e determina-se o diâmetro do


condutor, pelo critério da queda de tensão.

18
Nota-se pela tabela que o cabo por este critério seria de 16mm². Quando comparando com o
cabo especificado pelo critério da capacidade de corrente, apresenta-se muito inferior. Portanto utiliza-se o
cabo de 95,00mm².
Capacidade de Corrente (mm²) 95,00
Queda de Tensão (mm²) 16,00
Cabo Utilizado (mm²) 95,00

 Cabo do Motor do Elevador

A porcentagem de queda de tensão entre o disjuntor geral do condomínio e o motor do


elevador é de 2% e a tensão que é utilizada no elevador é 380V, portanto:

A corrente do elevador é calculada da mesma maneira que foi calculada pelo critério da
capacidade de corrente, porém agora, não se majora a mesma, portanto a corrente será:

Já o comprimento L, refere-se ao comprimento entre a saída dos fios do disjuntor geral do


condomínio até a casa de máquina, deste modo, medindo-se este comprimento, tem-se que a distância
entre os dois pontos é 36,80 metros. Portanto, substituindo os valores nas equações:

19
Com este valor já calculado, analisa-se a tabela apresentada acima, e determina-se o diâmetro
do condutor, pelo critério da queda de tensão.
Portanto, a área do condutor pelo critério da queda de tensão é de 4,00mm². Comparando com
a bitola encontrada no critério da capacidade de corrente, tem-se:
Capacidade de Corrente (mm²) 2,50
Queda de Tensão (mm²) 4,00
Cabo Utilizado (mm²) 4,00

 Cabo de Entrada do Apartamento

A porcentagem de tensão que pode se perder entre o disjuntor geral do condomínio e o


disjuntor geral do apartamento é de 3% e a tensão que é utilizada no apartamento é 220V, portanto:

Considerando que o disjuntor especificado pelo critério da capacidade de corrente foi de 50A,
portando considera-se que a corrente (I) seja igual a 50A. Já o comprimento L, refere-se ao comprimento
entre a saída dos fios do disjuntor geral do condomínio até a entrada no quadro de disjuntores do
apartamento. O apartamento que se considera, é o mais desfavorável, portanto, o do último andar mais
longe do disjuntor geral do condomínio. Portanto o comprimento (L) é de 31,35m.

Com este valor já calculado, analisa-se a tabela apresentada acima, e determina-se o diâmetro
do condutor, pelo critério da queda de tensão.
Portanto, a área do condutor pelo critério da queda de tensão é de 10,00mm². Comparando
com a bitola encontrada no critério da capacidade de corrente, tem-se:
Capacidade de Corrente (mm²) 10,00
Queda de Tensão (mm²) 10,00
Cabo Utilizado (mm²) 10,00

7.6 Separação em Circuitos


A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários. Segundo item 4.2.5.2
da NBR 5410 a divisão de circuitos deve atender as seguintes exigências:
a) Segurança – por exemplo, evitando que a falha em um circuito prive de alimentação toda
uma área;
b) Conservação de energia – por exemplo, possibilitando que cargas de iluminação e/ou de
climatização sejam acionadas na justa medida das necessidades;
c) Funcionais – por exemplo, viabilizando a criação de diferentes ambientes, como os
necessários em auditórios, salas de reuniões, espaços de demonstração, recintos de lazer,
etc.;

20
d) De produção – por exemplo, minimizando as paralisações resultantes de uma ocorrência;
e) De manutenção – por exemplo, facilitando ou possibilitando ações de inspeção e de
reparo.

Além das exigências já citadas, existem algumas regras básicas para serem seguidas:
a) Separar os circuitos de iluminação e tomadas;
b) Recomendam-se pelo menos dois circuitos para iluminação e dois circuitos para TUGs;
c) Cada TUG deve ter aproximadamente 8 pontos, tendo no máximo 4400VA;
d) Cada circuito de iluminação deve ter aproximadamente 8 pontos, não ultrapassando
2200VA;
e) Para as TUEs quando a corrente do equipamento for superior ou igual a 10A, esta TUE
deve ser um circuito;

a) Apartamentos Tipo
Como recomendado, utilizam-se dois circuitos para a iluminação dos apartamentos tipo,
dividindo os cômodos dos mesmos conforme tabela a seguir:

Circuitos Cômodos Pontos Pot. (VA)


Ilum. 1 Sala de Estar, Cozinha, Lavanderia, Lavabo 5 1.060,00
Dormitório 1, Dormitório 2, Dormitório 3, Banheiro
Ilum. 2 8 840,00
1, Banheiro 2, Circulação 1

Conforme citado, as TUEs que apresentam corrente maior que 10A e consequentemente
necessitam de um circuito somente para elas, são as apresentadas a seguir:

Circuito Cômodo Potência (VA)


Chuveiro - BWC 1 Banheiro 1 4.000,00
Chuveiro - BWC 2 Banheiro 2 4.000,00
Ar Cond. - D01 Dormitório 1 3.298,75
Ar Cond. - D02 Dormitório 2 3.298,75

Já as TUEs que apresentam potência menor que 2200VA e as TUGs dos cômodos, foram
divididas conforme apresentado a seguir:

Circuitos Cômodos Pontos Pot. (VA)


TUG 1 Cozinha, Lavanderia, Lavabo 6 2.600,00
TUG 2 Sala de Estar, Circulação 1, Banheiro 2 8 1.300,00
TUG 3 Dormitório 1, Banheiro 1 5 1.000,00
TUG 4 Dormitório 2, Dormitório 3 6 600,00
TUE Geladeira, Micro-ondas, Máquina Lava- Roupa 3 2.620,00
Feita a divisão dos circuitos, calculam-se as correntes, para consequentemente a especificação
dos disjuntores, dos disjuntores diferencias residuais (DR) e da bitola dos cabos.
A utilização de DRs é recomendada para áreas molhadas, como por exemplo, chuveiros, áreas
de serviço, cozinha entre outros. A corrente calculada é ponderada por um coeficiente de segurança de
10% além do valor real, conforme é apresentado na equação a seguir:

21
Sendo: S – Potência (VA);
V – Tensão (V)

Desta forma, foi calculada a corrente para cada circuito e especificado seu disjuntor, DR caso
seja necessário e seu cabo, conforme a tabela abaixo:
CIRCUITOS S (VA) P (W) I (A) DJ (A) DR (A) CABO (mm²)
1. Chuveiro - BWC 1 4.000,00 4.000,00 20,00 20 20 4,00
2. Chuveiro - BWC 2 4.000,00 4.000,00 20,00 20 20 4,00
3. Ar Cond. - D01 3.298,75 2.639,00 16,49 20 -- 2,50
4. Ar Cond. - D02 3.298,75 2.639,00 16,49 20 -- 2,50
5. Iluminação 1 1.060,00 1.060,00 5,30 10 -- 1,50
6. Iluminação 2 840,00 840,00 4,20 10 -- 1,50
7.TUG 1 2.600,00 2.080,00 13,00 15 20 2,50
8.TUG 2 1.300,00 1.040,00 6,50 10 -- 2,50
9.TUG 3 1.000,00 800,00 5,00 10 -- 2,50
10.TUG 4 600,00 480,00 3,00 10 -- 2,50
11.TUE 2.620,00 2.096,00 13,10 15 16 2,50

Nota-se que para muitas TUGs poderiam ser utilizados cabos de 1,5mm², porém, como
recomendado em norma, utiliza-se de 2,5mm².
Para a especificação do quadro de distribuição, faz-se necessário saber a quantidade de
circuito que saíram do quadro. Conforme a tabela apresentada a seguir, quando existem 11 circuitos, deve-
se deixar um espaço do quadro de distribuição para mais 3 circuitos reservas. Portanto, o quadro de
distribuição dos apartamentos tipo deve ser para 15 circuitos.

b) Área Comum

Como recomendado, separam-se os circuitos de iluminação conforme a melhor distribuição em


planta. Os cômodos são divididos conforme tabela a seguir:
Circuitos Cômodos Pontos Pot. (VA)
Ilum. 1 Hall Externo, Hall Social, Hall Elevadores, Sala do Condomínio, Banheiro 1 8 980
Ilum. 2 Guarita, Garagem Térreo 8 800
Circulação 1, Escada (Térreo/G1), Depósito do Condomínio, Casa de Bomba,
Ilum. 3 8 620
Antecâmara Térreo
Ilum. 4 Garagem 1 (7ptos), Antecâmara G1, Escada (G1/Tipo1) 10 900
Ilum. 5 Garagem 1 11 1100
Escada (Tipo 1 / Tipo 2), Antecâmara (Tipo 1), Antecâmara (Tipo 2), Hall (Tipo 1),
Ilum. 6 6 500
Hall (Tipo 2)

22
Escada (Tipo 2 / Tipo 3), Escada (Tipo 3 / Tipo 4), Antecâmara (Tipo 03),
Ilum. 7 8 600
Antecâmara (Tipo 4), Hall (Tipo 3), Hall (Tipo 4)
Escada (Tipo 4 / Tipo 5), Escada (Tipo 5 / Cs de Máquinas), Antecâmara (Tipo 5),
Ilum. 8 8 600
Hall (Tipo 5), Acesso ao Telhado, Antecâmara (Casa de Máquinas)
Ilum. 9 Casa de Máquinas 1 100

Conforme citado, as TUEs que apresentam corrente maior que 10A e consequentemente
necessitam de um circuito somente para elas, são as apresentadas a seguir:
Circuito Cômodo Potência (VA)
ELEVADOR 01 Casa de Máquinas 11.540,00
ELEVADOR 02 Casa de Máquinas 11.540,00
BOMBA DE RECALQUE Casa de Bombas 6.020,00
PORTÃO ELÉTRICO Garagem Térreo 2.970,00

Já as TUEs que apresentam potência menor que 2200VA e as TUGs dos cômodos, foram
divididas conforme apresentado abaixo:
Circuitos Cômodos Pontos Pot. (VA)
TUGs 1 Guarita, Hall Social, Sala do Condominio, Banheiro 1 10 1000,00
TUGs 2 Hall Elevadores, Circulação 1, Depósito do Condominio, Casa de bomba 7 700,00
TUGs 3 Garagem Térreo 8 800,00
TUGs 4 Garagem G1 10 1000,00
TUGs 5 Garagem G1 10 1000,00
TUGs 6 Hall Tipos 1, 2, 3, 4, 5, Acesso ao Telhado 6 600,00
TUGs 7 Casa de Máquinas 1 100,00

Hall Social, Hall Elevadores, Escada (Térreo / G1), Garagem Térreo, Escada
(G1 / Tipo 1), Escada (Tipo 1 / Tipo 2), Garagem 1, Hall (Tipo 1), Escada (Tipo
TUEs –
2 / Tipo 3), Escada (Tipo 3 / Tipo 4), Escada (Tipo 4 / Tipo 5), Escada (Tipo 5 / 26 2600,00
Emergência
Casa de Máquinas), Hall (Tipo 1), Hall (Tipo 2), Hall (Tipo3), Hall (Tipo 4), Hall
(Tipo 5), acesso ao telhado

Feita a divisão dos circuitos, calculam-se as correntes, para consequentemente a especificação


dos disjuntores e da bitola dos cabos.
A corrente calculada é ponderada por um coeficiente de segurança de 10% além do valor real,
conforme é apresentado na equação a seguir:

Sendo: S – Potência (VA);


V – Tensão (V)

Desta forma, foi calculada a corrente para cada circuito e especificado seu disjuntor e seu
cabo, conforme a tabela abaixo:
CIRCUITO POTÊNCIA (VA) I (A) DJ (A) CABO (mm²)
1. Iluminação 1 980,00 4,90 10 1,50
2. Iluminação 2 800,00 4,00 10 1,50
3. Iluminação 3 620,00 3,10 10 1,50
4. Iluminação 4 900,00 4,50 10 1,50
5. Iluminação 5 1.100,00 5,50 10 1,50

23
6. Iluminação 6 500,00 2,50 10 1,50
7. Iluminação 7 600,00 3,00 10 1,50
8. Iluminação 8 600,00 3,00 10 1,50
9. Iluminação 9 100,00 0,50 10 1,50
10. TUGs 1 1.000,00 5,00 10 2,50
11. TUGs 2 700,00 3,50 10 2,50
12. TUGs 3 800,00 4,00 10 2,50
13. TUGs 4 1.000,00 5,00 10 2,50
14. TUGs 5 1.000,00 5,00 10 2,50
15. TUGs 6 600,00 3,00 10 2,50
16. TUGs 7 100,00 0,50 10 2,50
17. TUEs - Emergência 2.600,00 13,00 15 2,50
18. ELEVADOR 01 11.540,00 19,29 20 2,50
19. ELEVADOR 02 11.540,00 19,29 20 2,50
20. BOMBA DE RECALQUE 6.020,00 10,06 15 2,50
21. PORTÃO ELÉTRICO 2.970,00 14,85 15 2,50

Nota-se que para muitas TUGs poderiam ser utilizados cabos de 1,5mm², porém, como
recomendado em norma, utiliza-se de 2,5mm².

c) Salas Comerciais

Utiliza-se somente um circuito para a iluminação das salas comerciais, devido a pequena
quantidade de pontos e pequena potência, conforme tabela a seguir:

SALA COMERCIAL 1
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
Ilum. 1 Sala Comercial 1 e Banheiro 6 1400,00

SALA COMERCIAL 2
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
Ilum. 1 Sala Comercial 2 e Banheiro 5 1520,00
SALA COMERCIAL 3
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
Ilum. 1 Sala Comercial 3 e Banheiro 3 740,00
Conforme citado, as TUEs que apresentam corrente maior que 10A e consequentemente
necessitam de um circuito somente para elas, são as apresentadas a seguir:
SALA COMERCIAL 1
Circuito Potência (VA)
AR CONDICIONADO 1 5.497,50
AR CONDICIONADO 2 5.497,50

SALA COMERCIAL 2
Circuito Potência (VA)
AR CONDICIONADO 1 5.497,50
AR CONDICIONADO 2 5.497,50

24
SALA COMERCIAL 3
Circuito Potência (VA)
AR CONDICIONADO 1 5.497,50

Já as TUEs que apresentam potência menor que 2200VA e as TUGs dos cômodos, foram
divididas conforme apresentado abaixo:

SALA COMERCIAL 1
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
TUGs 1 Sala Comercial 1 6 600,00
TUGs 2 + TUE Sala Comercial 1, Banheiro 6 600,00

SALA COMERCIAL 2
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
TUGs 1 Sala Comercial 2 6 600,00
TUGs 2 + TUE Sala Comercial 2, Banheiro 6 600,00

SALA COMERCIAL 3
Circuito Cômodos Pontos Pot. (VA)
TUGs 1 + TUE Sala Comercial 3, Banheiro 8 800,00
Feita a divisão dos circuitos, calculam-se as correntes, para consequentemente a especificação
dos disjuntores e da bitola dos cabos.
A corrente calculada é ponderada por um coeficiente de segurança de 10% além do valor real,
conforme é apresentado na equação a seguir:

Sendo: S – Potência (VA);


V – Tensão (V)
Os disjuntores são especificados de acordo com a corrente do circuito, sendo sempre de
corrente maior ou igual à mesma, os disjuntores comerciais são de 5A, 10A, 15A, 20A, 25A, 30A, e assim
sucessivamente.
Os cabos também são dimensionados de acordo com a corrente do circuito. Porém, existem
algumas particularidades, como por exemplo, o cabo de seção de 1,50 mm² somente é utilizado para
iluminação, e para chuveiros, utilizam-se no mínimo cabos de 4,00 mm². Para a especificação dos cabos,
utilizou-se a tabela a seguir:
Cabo - seção mínima (mm²) 1,5 2,5 4,0 6,0 10,0 16,0
Capacidade de corrente (A) 17,5 24 32 41 57 76

Desta forma, foi calculada a corrente para cada circuito e especificado seu disjuntor e seu
cabo, conforme a tabela abaixo:
SALA COMERCIAL 01
CIRCUITO POTÊNCIA (VA) I (A) DJ (A) CABO (mm²)
1. Iluminação 1 1.400,00 7,00 10 1,50
2. TUGs 1 600,00 3,00 10 2,50
3. TUGs 2 + TUE 600,00 3,00 10 2,50
4. AR CONDICIONADO 1 5.497,50 27,49 30 4,00

25
5. AR CONDICIONADO 2 5.497,50 27,49 30 4,00
SALA COMERCIAL 02
CIRCUITO POTÊNCIA (VA) I (A) DJ (A) CABO (mm²)
1. Iluminação 1 1.520,00 7,60 10 1,50
2. TUGs 1 600,00 3,00 10 2,50
3. TUGs 2 + TUE 600,00 3,00 10 2,50
4. AR CONDICIONADO 1 5.497,50 27,49 30 4,00
5. AR CONDICIONADO 2 5.497,50 27,49 30 4,00

SALA COMERCIAL 03
CIRCUITO POTÊNCIA (VA) I (A) DJ (A) CABO (mm²)
1. Iluminação 1 740,00 3,70 10 1,50
2. TUGs 1 + TUE 800,00 4,00 10 2,50
3. AR CONDICIONADO 1 5.497,50 27,49 30 4,00
Nota-se que para TUGs poderiam ser utilizados cabos de 1,5mm², porém, como recomendado
em norma, utiliza-se de 2,5mm².
Para a especificação do quadro de distribuição, faz-se necessário saber a quantidade de
circuito que saíram do quadro. Para a sala comercial 1,2 e 3, conforme a tabela apresentada a seguir,
quando existem menos de 6 circuitos, deve-se deixar um espaço do quadro de distribuição para mais 2
circuitos reservas. Portanto, o quadro de distribuição das salas comerciais 1 e 2 deve ser para 7 circuitos, já
para a sala comercial 3 deve ser para 5 circuitos.

7.7 Divisão em Fases


Quando se diz que o edifício é trifásico, isso quer dizer que o prédio está sendo alimentado por
três fios fase. Esses fios fase são denominados Fase R, Fase S ou Fase T.
A NBR 5410 em seu item 4.2.5.6 diz que as cargas devem ser distribuídas entre as fases, de
modo a obter-se o maior equilíbrio possível. Deste modo, os circuitos foram divididos de modo a obter-se
uma diferença de potência em cada fase inferior a 5%. Existem algumas regras que devem ser respeitadas,
são elas:
a) Os chuveiros devem ser separados cada um para uma fase;
b) Os equipamentos de refrigeração (ar-condicionado) devem ser separados nas fases;
c) Do mesmo modo, os circuitos de iluminação também devem ser separados nas fases.

Vale ressaltar que os motores trifásicos não entram na divisão em fases, pois os mesmos são
alimentados igualmente pelas três fases, portanto, os elevadores e a bomba de recalque não entram na
divisão de fases.

a) Apartamentos Tipo

Os apartamentos são bifásicos, como se deve obter um maior equilíbrio entre as fases, dividiu-
se a potência instalada do apartamento em dois, para saber qual deve ser a potência aproximada de cada
fase. Portanto:

26
Deste modo, cada fase, vai alimentar em torno de 10.837,00W de potência. Assim, respeitando
os critérios apresentados anteriormente, os mesmos foram separados conforme apresentado a seguir:
R S
FASES S T
R T
1. Chuveiro - BWC 1 4.000,00
2. Chuveiro - BWC 2 4.000,00
3. Ar Cond. - D01 2.639,00
4. Ar Cond. - D02 2.639,00
5. Iluminação 1 1.060,00
6. Iluminação 2 840,00
7. TUG 1 2.080,00
8.TUG 2 1.040,00
9.TUG 3 800,00
10.TUG 4 480,00
11.TUE 2.096,00
TOTAL 10.855,00 10.819,00

b) Edifício

]Para efetuar a divisão de fases do edifício, transformam-se as potências para watts. Para isso,
utiliza-se um fator de potência para a iluminação de 0,90, para TUGs de 0,80, para as TUEs de emergência
0,90 e para o portão 0,80. Deste modo:

TRANSFORMAÇÃO DAS POTÊNCIAS - ÁREA COMUM


CIRCUITO POTÊNCIA (VA) POTÊNCIA (W)
1. Iluminação 1 980,00 882,00
2. Iluminação 2 800,00 720,00
3. Iluminação 3 620,00 558,00
4. Iluminação 4 900,00 810,00
5. Iluminação 5 1.100,00 990,00
6. Iluminação 6 500,00 450,00
7. Iluminação 7 600,00 540,00
8. Iluminação 8 600,00 540,00
9. Iluminação 9 100,00 90,00
10. TUGs 1 1.000,00 800,00
11. TUGs 2 700,00 560,00
12. TUGs 3 800,00 640,00
13. TUGs 4 1.000,00 800,00
14. TUGs 5 1.000,00 800,00
15. TUGs 6 600,00 480,00
16. TUGs 7 100,00 80,00
17. TUEs - Emergência 2.600,00 2340,00
21. Portão Elétrico 2.970,00 2376,00

27
Feita a divisão de fases dos apartamentos, sabendo-se que as salas comerciais 1 e 2 são
bifásicas e a sala comercial 3 é monofásica, faz-se a divisão de fases do prédio, com o objetivo de que a
diferença entre a fase mais carregada e a menos carregada seja inferior a 5%.

DIVISÃO EM FASES
Local Apto, Circuito / Fase R S T
Apto 101 10.855,00 10.819,00
Apto 102 10.855,00 10.819,00
Apto 201 10.855,00 10.819,00
Apartamentos

Apto 202 10.855,00 10.819,00


Apto 301 10.855,00 10.819,00
Apto 302 10.855,00 10.819,00
Apto 401 10.855,00 10.819,00
Apto 402 10.855,00 10.819,00
Apto 501 10.855,00 10.819,00
Apto 502 10.855,00 10.819,00
Iluminação 1 882,00
Iluminação 2 720,00
Iluminação 3 558,00
Iluminação 4 810,00
Iluminação 5 990,00
Iluminação 6 450,00
Iluminação 7 540,00
Área Comum

Iluminação 8 540,00
Iluminação 9 90,00
TUGs 1 800,00
TUGs 2 560,00
TUGs 3 640,00
TUGs 4 800,00
TUGs 5 800,00
TUGs 6 480,00
TUGs 7 80,00
TUEs 1 2340,00
Portão 2970,00
ercial Comercial 02 Comercial 01

Iluminação 1 1260,00
TUGs 1 480,00
Sala

TUGs 2 480,00
Ar Condicionado 01 4398,00
Ar Condicionado 02 4398,00
Iluminação 1 1368,00
TUGs 1 480,00
Sala

TUGs 2 480,00
Ar Condicionado 01 4398,00
Ar Condicionado 02 4398,00
Com
Sala

Iluminação 1 666,00
03

TUGs 1 640,00

28
Ar Condicionado 01 4398,00

TOTAL 87.857,00 85.525,00 86.252,00

Como já citado, a diferença de potência em cada fase, não deve ser superior a 5%, portanto,
calcula-se esse erro por meio da seguinte equação:

Como a diferença entre a fase com maior potência e a de menor potência foi menor que 5%, a
divisão entre fases está de acordo com o recomendado pela NBR 5410.

7.8 Iluminação de Emergência

As recomendações para os circuitos de emergência de um edifício seguem a norma NBR 10898:2013.

 A corrente por circuito de iluminação de emergência não pode ser maior que 12 A; por fiação;
 Cada circuito de emergência não pode alimentar mais do que 25 luminárias;
 As bitolas dos fios rígidos não podem ser inferior a 1,5 mm2;
 O sistema não pode ter uma autonomia menor do que 1 hora de funcionamento, incluindo uma
perda não maior que 10% da sua luminosidade inicial;
 Nível mínimo de iluminamento no piso:
o 5 luxes em locais de desníveis (escada);
o 3 luxes em locais planos (corredores, halls);
 O fluxo luminoso do ponto de luz deve ser no mínimo de 30 lm;
 Luminárias recomendadas: fluorescente (compacta) ou LEDs.

29
8. PROJETO TELEFÔNICO
Para um melhor entendimento do projeto telefônico deve-se compreender dois conceitos
básicos: Tubulação primária e tubulação secundária.
A tubulação primária é a parte que engloba a caixa de distribuição geral, as caixas de
distribuição e as tubulações que as interligam. Já a tubulação secundária é destinada à instalação telefônica
interna do prédio.
O procedimento para determinar todos os elementos de uma instalação telefônica começa
determinando os pontos de utilização, conforme a tabela a seguir:

Tipo de Prédio Número mínimo de pontos telefônicos

Até dois quartos - 1 ponto telefônico


Residências ou aptos Três quartos - 2 pontos telefônicos
Quatro quartos ou mais - 3 pontos telefônicos
Lojas 1 ponto telefônico / 50m²
Escritórios 1 ponto telefônico /10m²
Área de escritório - 1 ponto telefônico / 10m²
Indústrias
Área de produção - a critério do proprietário
Cinema, hotéis, teatros,
Devem ser feitos estudos especiais
supermercado, depósitos
Habitações populares de baixa
1 ponto telefônico
renda
Como os apartamentos tipo em questão apresentam 3 quartos, cada apartamento deve possuir
2 pontos telefônicos. Em relação às lojas 1 e 2, como estas apresentam mais de 50m² optou-se por utilizar
dois pontos telefônicos em cada loja. Já a loja 3, por ter uma área de aproximadamente 40m² utilizou-se
somente 1 ponto telefônico. Optou-se também por colocar 1 ponto telefônico na guarita do edifício. Deste
modo, somando todos os pontos telefônicos do condomínio, tem-se um total de 26 pontos.
Posiciona-se a caixa de distribuição geral, caixas de distribuição e caixas de passagem. A
caixa de distribuição geral é única e deve ser localizada obrigatoriamente no térreo. As caixas de
distribuição são distribuídas conforme tabela a seguir, que relaciona o número de andares do edifício com o
posicionamento das caixas, resultando em caixas de distribuição no 2º e 5º andar. Por fim posiciona-se as
caixas de passagem, uma em cada apartamento, uma em cada sala comercial e uma na guarita.

30
Nº de
Andares
andares
Térreo 2º 5º 8º 11º 14º 17º 20º 23º 26º 29º
Até 2 X
3a4 X X
5 a7 X X X
8 a 10 X X X X
11 a 13 X X X X X
14 a 16 X X X X X X
17 a 19 X X X X X X X
20 a 22 X X X X X X X X
23 a 25 X X X X X X X X X
26 a 28 X X X X X X X X X X
29 a 31 X X X X X X X X X X X

Representa-se os pontos acumulados na prumada telefônica de modo a dimensionar as caixas


e diâmetro das tubulações. Determina-se o número de cada caixa interna conforme a tabela a seguir,
resultando em caixa de distribuição geral nº 5, caixas de distribuição nº 3 e caixas de passagem nº 2.

Pontos
Caixa de distribuição Caixa de Caixa de
acumulados
geral - Nº distribuição - Nº passagem - Nº
na caixa
Até 5 3 - 2
De 6 a 21 4 3 3
De 22 a 35 5 4 3
De 36 a 70 6 5 4
De 71 a 140 7 6 5
De 141 a 280 8 7 6
Acima de 280 Sala de distribuição geral e poço de elevação

Correlaciona-se cada número com as dimensões internas das caixas, conforme tabela abaixo,
podendo-se assim detalhar e orçar as mesmas.

Dimensões Internas
Caixas - Nº Profundidade (cm)
Altura (cm) Largura (cm)
1 10 10 5
2 20 20 13,5
3 40 40 13,5
4 60 60 13,5
5 80 80 13,5
6 120 120 13,5
7 150 150 16,8
8 200 200 21,8

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Por fim, para determinar os diâmetros internos das tubulações, utiliza-se a tabela abaixo,
correlacionando os pontos acumulados em cada trecho e fazendo a correlação com seu diâmetro.

Nº de pontos Diâmetro interno das Quantidade mínima de


acumulados tubulações (mm) tubulações
Até 5 19 1
De 6 a 21 25 1
De 22 a 35 38 1
De 36 a 140 50 2
De 141 a 280 75 2
Acima de 280 Usar poço de elevação

32
9. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
Um edifício sempre está exposto aos fatores meteorológicos, sendo eles, sol, chuvas,
descargas atmosféricas, ventos e etc. As descargas atmosféricas é um fator preocupante para a segurança
dos usuários do edifício, e principalmente para os equipamentos elétricos. Sabendo disso, foram
desenvolvidos sistemas de proteção contra as mesmas. Sendo os mais usuais o sistema Franklin, Esfera
Rolante e Faraday.
O conteúdo abaixo segue a norma NBR 5419, porém ainda não está atualizada para a última
versão desta norma, publicada este ano (NBR 5419: 2015). Durante o curso, será chamada a atenção para
as principais mudanças ocorridas.
Para o edifício que está sendo dimensionado, utilizou-se o critério de Franklin complementado
pela Esfera Rolante, conforme é apresentado a seguir.
O método de Franklin tem por base a utilização de uma haste elevada em forma de pontas. O
fato de a haste estar mais próxima da nuvem faz com que a ionização do ar aumente, propiciando um
ambiente adequado para as descargas atmosféricas. Já o sistema de aterramento que é ligado na haste
pelo cabo de descida, é responsável pelo escoamento do raio.
O método de Franklin considera uma área espacial de proteção protegida pelo para raio. Esta
área de proteção é formada por um cone descendo da haste em direção ao solo, e que o ângulo de
proteção depende da altura e do grau de proteção pretendido, conforme é mostrado na tabela a seguir:

O grau de proteção para edifícios é o grau III, e vale ressaltar que quando se coloca mais de
um para raio deve-se somar 10° no ângulo apresentado na tabela. Como o edifício em questão apresenta
uma altura de 22,45 metros do piso até cobertura, o mesmo se enquadra na segunda linha e segunda
coluna da tabela acima.
O método calcula a altura que a haste deve estar do piso da cobertura do edifício para a
mesma ser eficiente. Esta altura é calculada pela seguinte equação:

Sendo o “Rp” o raio de proteção, o qual é calculado trigonometricamente de acordo com a


posição do para raio na cobertura do edifício. Sabe-se que a altura da haste do para raio é de três a cinco
metros, portanto a altura “Hc” não deve ser muito superior a esta. Deste modo, calculou-se a altura da haste
para 1 para raio:

a) 1 Para Raio

Posicionando o para raio no centro geométrico da cobertura, tem-se que as distâncias até os
extremos do edifício são:

33
- Horizontal: 11,50 metros
- Vertical: 6,78 metros
Deste modo, calcula-se “Rp” e consequentemente a altura do para raio.

Deste modo, a altura do para raio é:

Nota-se que quando se utiliza 1 para raio a altura que a haste deve estar da laje é muito
grande, deste modo, calcula para a utilização de 2 hastes de proteção contra descargas elétricas.

b) 2 Para Raios

Posicionam-se os para raios na cobertura do edifício de modo que a área de proteção dos
mesmos não se sobreponha, os para raios foram colocados em linha paralelamente ao maior lado do
edifício, sendo as distâncias até os extremos:
- Horizontal: 5,75 metros
- Vertical: 6,78 metros
Deste modo, calcula-se “Rp” e consequentemente a altura do para raio.

Como está se utilizando dois para raios, soma-se 10° ao ângulo da tabela acima. Deste modo,
“Rp” = “Hc”.

Como a haste do para raio é de 5 metros, necessitaria a utilização de um suporte para a


mesma de 3,89 metros, portanto, considerou-se uma boa solução para as descargas elétricas.
Porém, quando feito o método da esfera rolante, notou-se que a posição dos para raios não
seria satisfatória, pois ficaria uma pequena parte do edifício desprotegida, como é mostrado na figura
abaixo.

34
Deste modo, deslocaram-se os para raios a 3 metros da extrema do edifício,
consequentemente, calculou-se novamente o raio de proteção “Rp” e o “Hc”.
- Horizontal: 3,00 metros
- Vertical: 6,78 metros

Consequentemente:

Com o descolamento dos para raios para 3 metros da borda do edifício, o método da Esfera
Rolante se apresentou satisfatório.
Quando se utiliza mais de uma haste de Franklin em linha em uma mesma estrutura, o volume
de área protegida aumenta devido a um fenômeno que chamamos de condutor fictício horizontal. Porém,
para que o cabo fictício seja satisfatório a seguinte equação tem que ser satisfeita:

Sendo: D – distância entre as hastes;


R – parâmetro de acordo com o grau de proteção, e é dado por meio da seguinte
tabela:

Como o maior lado do edifício tem comprimento de 23,00 metros e as hastes estão a 3,00
metros do extremo do edifício, à distância “D” é igual a 17,00 metros. Da mesma forma que anteriormente
explicado, para um nível de proteção III, o valor de “R” é igual a 45,00 metros. Deste modo:

Como o valor calculado foi menor que 17,00 metros, determina-se que existe uma proteção
extra devido a linearidade dos para raios por um cabo fictício horizontal do edifício.
Como as hastes não estão localizadas acima do reservatório elevado, mas a sua altura
ultrapassa a altura do reservatório, é necessário fazer um cálculo para verificar se a laje do reservatório
também está sendo protegida pelas hastes, ou se haverá a necessidade da colocação da mais uma haste
sobre o reservatório.
Neste cálculo se encontrará um ΔH, e compara-se este valor com a diferença de altura entre a
ponta do captor e o piso onde está apoiado o para raio, com a altura da laje superior do reservatório
elevado e o piso onde está apoiado o para raio. A equação que calcula o ΔH é a seguinte:

35
- Altura do apoio do para raio até ponta do mesmo (Hc) = 7,41m
- Altura do apoio do para raio até a laje superior do reservatório elevado = 6,19m.
Deste modo a diferença entre as alturas é:

Como ΔH1 é menor que ΔH2, considera-se que a laje do reservatório elevado está protegida
pelos para raios.
As especificações abaixo seguem de acordo com a norma / instituição vigente:
 A haste do para raio tem comprimento de 5 metros, e sua seção transversal tem área
de 50mm²;
 A haste de aterramento do para raio tem 3 metros de comprimento e sua área da
seção transversal é de 50mm²;
 O captor dos para raios é de cobre e tem área de transversal de 35mm²;
 Para edifícios com mais de 20 metros de altura, os cabos de descida são de 35mm².

Para o cálculo da quantidade de cabos de descida, divide-se o perímetro do edifício por 20,
pois se deve ter um cabo de descida a cada 20 metros de distância no máximo. Portanto:

Nota-se que deve haver 4 cabos de descida, não distanciados a mais de 20 metros entre eles.

36

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