Analise do poema “José” de Carlos Drummond de Andrade.
Em sua primeira estrofe “ E agora, José?”... / e agora José”? , o autor estabelece a
estrutura do cultivo ao verso livre e a poesia sintética, caracterizando a segunda fase do Modernismo, alem claro do questionamento como indivíduo e como artista em sua tentativa de explorar e de interpretar o estar no mundo. Resultando uma literatura mais construtiva e mais politizada que não quer e nem pode se afastar das profundas transformações ocorridas nesse período. Destacando-se ainda a consolidação das conquistas de 22, euforia destacada no verso “ A festa acabou” . Já em sua segunda estrofe “ Esta sem mulher,.../ não veio a utopia.../...e agora, José?” , percebe-se o questionamento da realidade com mais vigor, como forma de denuncia social dessa realidade. Há também a ampliação da temática modernista nessa fase com uma preocupação filosófica, os sonhos, os desejos, a utopia e a constante preocupação com os problemas do homem na tentativa de explorar o estar no mundo. “E agora, José?...sua incoerência, seu ódio – e agora?” Demonstra uma certa descrença, mas e o tempo de definições, do aprofundamento das relações do eu e do mundo, mesmo com a consciência da fragilidade do eu, outra característica dessa fase. Já em “Com a chave na mão... Minas não há mais, José , e agora?” Há uma mudança a pergunta. Não e mais e agora, José! Parece encontrar a esperança para logo adiante na penúltima estrofe encontrar descrente, desesperançado com o rumo dos acontecimentos. Mas nega a fuga da realidade, esta atento voltado para o presente no verso- “ Você e duro, José! Permanece! Em “Sozinho no escuro.../ você marcha, José / José, para onde?” mostra a impossibilidade do homem chegar a algum lugar. E o coletivo, a união como regra de uma possível transformação da realidade. E a fase de maturidade, equilíbrio do movimento modernista, consolidação de um ideário coerente com o espirito renovador.