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Visão

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A visão (a vista) é um dos cinco sentidos que permite aos seres vivos ANATOMIA DO CORPO
dotados de órgãos adequados, aprimorarem a percepção do mundo. HUMANO
Cinco sentidos
No entanto, os neuroanatomistas consideram que a visão engloba dois olfato | paladar | visão | tato |
sentidos, já que são diferentes os receptores responsáveis pela percepção audição
da cor (i.e. pela estimativa da frequência dos fotões de luz) os cones, e Aparelho digestivo
pela percepção da luminosidade (i.e. pela estimativa do número de fotões boca | faringe | esófago |
de luz incidente) os bastonetes.[1] estômago
intestino delgado | intestino
grosso
fígado | pâncreas | reto | ânus
Aparelho respiratório
Índice nariz | faringe | laringe |
traqueia | pulmão | epiglote|
A olho nu brônquio | alvéolo pulmonar |
Visão biológica diafragma
Aparelho circulatório
Percepção de cores
coração | artéria | veia | capilar
Via visual sangue | glóbulos brancos
Retina Aparelho urinário
rim | ureter | bexiga | uretra
Células fotossensíveis
Sistema nervoso
Nervo ótico
cérebro | cerebelo | medula
Quiasma ótico espinhal
Fita ótica meninges | bulbo raquidiano
Sistema endócrino
Corpo geniculado externo
hipófise | paratireoide | tireoide
Área visual | timo
suprarrenal | testículo | ovário |
Lesões amígdala
Reflexos Aparelho reprodutor
Reflexo fotomotor direto e consensual ovário | trompa | útero | vagina
testículo | próstata | escroto |
Reflexo de acomodação - convergência pênis
Reflexo de ameaça Estrutura óssea
Reflexo corneopalpebral crânio | coluna vertebral |
fêmur | rádio
A televisão e a visão digital tíbia | tarso | falange
Resolução da visão
Referências
Bibliografia
Ver também

A olho nu
Vista desarmada ou a olho nu são expressões que significam olhar sem o uso de instrumentos. A visão humana
pode ser ampliada quando os olhos são armados com instrumentos ópticos, como o microscópio óptico ou
como o microscópio eletrônico, que ampliam a visão de forma a nos permitir enxergar micróbios e corpos
microscópicos que são corpos muito pequenos impossíveis de serem avistados a olho nu, ou seja, sem armar os
olhos com esses instrumentos.[2]

A visão humana pode ser armada também com telescópios para poder enxergar os corpos muito distantes,
como estrelas situadas em outras galáxias muito distantes do planeta Terra. A visão humana pode ser armada
com outros instrumentos também, como binóculos infravermelho, que nos permite ter uma visão noturna. O
observador armado com o binóculo infravermelho capta essa luz infravermelha que reflete os corpos no
ambiente escuro e assim consegue enxergar tudo, embora tudo esteja no escuro. Com esses binóculos também
é possível visualizar a luz infravermelha que é emitida pelos corpos que estão emitindo calor, permitindo assim
distinguir no escuro os corpos mais quentes dos corpos mais frios. Existem outros instrumentos e aparelhos
que nos permitem a visão de raios X, a visão através da imunofluorescência, a visão através da ressonância
magnética dentre outras técnicas mais sofisticadas ainda que são utilizadas tanto pela Astronomia quanto pela
Medicina para diagnósticos por imagem:

Tecnologias mais comumente utilizadas pela medicina:


Radiografia;
Mamografia;
Ultrassonografia;
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética;
Angiografia;
Densitometria óssea;
Tomografia por emissão de positrões.

Instrumentos ópticos comuns, exemplos:


Lupa, óculos, binóculos, lunetas, microscópios ópticos, telescópios ópticos.

Instrumentos ópticos eletrônicos, exemplos:


Binóculo de infravermelho, microscópio eletrônico, telescópio espacial.

A visão humana enxerga três níveis bem distintos da realidade cósmica:


A visão microscópica dos corpos microscópicos visualizados só com o uso de
microscópios;
A visão macroscópica dos corpos que podem ser visualizados a olho nu;
A visão telescópica dos corpos do Universo visualizados só com os telescópios.

Visão biológica
Os olhos são os órgãos sensoriais da visão e capturam a luz que incide sobre a retina que é uma superfície
parabólica de tecido vivo formado por células fotorreceptoras. Essas células captam a luz e transformam essa
energia luminosa em impulsos nervosos que são levadas pelo nervo óptico para o cérebro, para que lá sejam
interpretados. Os olhos são as ferramentas com as quais o cérebro cria o campo visual; ver com os olhos
significa usá-los em prol da visão, enquanto o cérebro é o órgão que processa os estímulos provenientes dos
olhos criando a imagem visual.
Por isso, no sentido mais amplo da palavra visão (de percepção
visual), esta requer a intervenção de zonas especializadas do cérebro
no córtex visual que analisam e sintetizam a informação recolhida em
termos de forma, cor, textura, relevo e outros. A visão é por isso a
percepção das radiações luminosas, compreendendo todo o conjunto
de mecanismos fisiológicos e neurológicos pelos quais essas radiações
determinam impressões sensoriais de natureza variada, como as cores,
as formas, o movimento, a distância e as intensidades das luzes
visualizadas no ambiente. O olho é a câmera deste sistema sensorial e
é no seu interior que está a retina, composta de cones e bastonetes,
onde se realizam os primeiros passos do processo perceptivo. A retina
transmite os dados visuais, através do nervo óptico e do núcleo
geniculado lateral, para o córtex cerebral. No cérebro tem então início
o processo de análise e interpretação que nos permite reconstruir as
distâncias, cores, movimentos e formas dos objetos que nos rodeiam.

Percepção de cores Olho humano

Cores, frequências de luz a que o olho humano é sensível, luz visível[3]:


Luz vermelha;
Luz verde;
Luz violeta;
Qualquer onda entre estas frequências (amarelo, azul, etc.);
Roxo, ou a combinação de luz vermelha e violeta, na qual não compõe o espectro
eletromagnético.

Cores propostas por Sir Isaac Newton[4].


Vermelho;
Laranja;
Amarelo;
Verde;
Azul;
Anil;
Violeta.
Ondas eletromagnéticas com frequências a que o olho humano não é sensível, invisíveis:
Radiação Gama;
Raio X;
Luz ultravioleta;
Luz infravermelha;
Raios T;
Micro-onda;
Onda de rádio.

Via visual
A via ótica é uma via aferente (sensorial) que apresenta quatro neurónios desde a retina até ao córtex.
1º neurónio - cones e bastonetes (fotorreceptores).
2º neurónio - neurónios bipolares (ligam os bastonetes e os cones às células ganglionares).
3º neurónio - células ganglionares (formam o nervo ótico e vão até ao corpo geniculado
externo).
4º neurónio – cortical (saem do corpo geniculado externo, formam a radiação ótica e terminam
na área visual).

Na via visual, distinguem-se vários sectores: retina, nervo ótico, quiasma ótico, fita ótica, corpo geniculado
externo, radiações óticas e córtex occipital.

Retina

Na retina encontram-se os receptores visuais (neurónio I) e os neurónios II e III. A retina é então o


neuroepitélio (membrana nervosa) que reveste internamente o globo ocular, posteriormente à íris. Na parte
posterior da retina, existe uma zona amarelada, a mácula lútea que é a área da retina onde a visão é mais
distinta. Por isso, os movimentos reflexos do globo ocular fixam, sobre as máculas, a imagem dos objetos que
nos interessam no campo visual. Os raios luminosos na retina são cruzados, o campo visual nasal projeta-se na
retina temporal e o campo visual temporal projeta-se na retina nasal. Na retina, encontramos três camadas que
correspondem aos três primeiros neurónios da via ótica. São eles, de fora para dentro: células fotossensíveis
(ou fotorrecetoras), as células bipolares e as células ganglionares. As células fotossensíveis fazem sinapse com
as células bipolares que, por sua vez, fazem sinapse com as células ganglionares cujos axónios formam o
nervo ótico. A excitação destes pela luz dá origem a impulsos nervosos que caminham em direção oposta à
seguida pelos raios luminosos.[5]

Células fotossensíveis

São as células recetoras da luz, que constituem uma camada profunda. São cones e bastonetes, de acordo com
a forma. Os bastonetes são adaptados para a visão com pouca luz e os cones para a visão com luz de maior
intensidade e para a visão de cores. No homem, o número de bastonetes é muito maior que o de cones mas a
sua distribuição não é uniforme. Assim, nas zonas periféricas, predominam os bastonetes e o número de cones
aumenta progressivamente até à mácula, até que ao nível da fóvea central só existem cones. Nas zonas
periféricas da retina, vários bastonetes ligam-se a uma célula bipolar e várias células bipolares fazem sinapse
com uma célula ganglionar. Assim, nestas áreas, cada fibra de nervo óptico pode está relacionada com até 100
recetores. No entanto, na mácula, o número de cones é aproximadamente igual ao de célula bipolares e
ganglionares, logo cada cone faz sinapse com uma célula bipolar que por sua vez sinapsa com uma célula
ganglionar. Assim, para cada cone existe uma fibra de nervo ótico. Estas características da mácula explicam a
sua grande acuidade visual e permitem compreender o facto de, apesar de a mácula ser uma área muito
pequena da retina, ela contribuir com um grande número de fibras para a formação do nervo ótico e ter uma
representação cortical grande.

Em vertebrados, existem centenas de GPCRs que sinalizam através de cerca de 20 proteínas G. Os GPCRs
são responsáveis por detectar um amplo escopo de sinais externos e acionar as respostas correspondentes
dentro da célula. a rodopsina GPCR é equipada para identificar o sinal de apenas um fóton e, através do início
da transducina da proteína G e dos efetores a jusante, melhora-o várias vezes.

Em humanos, GPCRs estão envolvidos em quase todos os processos biológicos em um corpo humano, eles
são alvos para mais de 30% dos medicamentos usados. As estruturas de resolução atômica do complexo
rodopsina-transducina fornecem a base molecular da visão dos vertebrados, além disso, mostram o mecanismo
de como os GPCRs, em geral, ativam as proteínas G.[6]
Alguns neurônios da retina seguem um caminho menos percorrido enviando sinais inibitórios para o cérebro,
esse subconjunto de neurônios da retina está associado a comportamentos subconscientes, por exemplo,
sincronização de ritmos circadianos com ciclos de luz / escuridão e constrição da pupila com intensas luzes
brilhantes.[7]

Nervo ótico

Nervo sensitivo cujas fibras conduzem os impulsos visuais. Tem origem nos axónios das células ganglionares
da retina. Estas fibras convergem para a papila ótica e emergem do globo ocular como nervo ótico. Da sua
origem, ele dirige-se para trás, atravessa a cavidade orbitária e canal ótico, através do qual penetra na cavidade
craniana. Termina no ângulo ântero-externo correspondente do quiasma ótico. Relaciona-se com a artéria
oftálmica que, no interior do canal ótico, está por baixo do nervo. Depois, próximo da cavidade orbitária,
contorna a sua face externa, cruza a sua face superior, continuando-se do lado interno do olho, até ao ângulo
interno do mesmo. Relaciona-se ainda com a veia oftálmica, nervo motor ocular comum e externo, vasos e
nervos ciliares. O nervo ótico vai ser composto pelos axónios das células ganglionares e por fibras reflexas
(pupilares) para a coordenação da musculatura intrínseca do olho. Contém, ao centro, as fibras maculares,
acompanhadas por dentro pelas fibras da retina nasal e por fora pelas fibras da retina temporal.

Quiasma ótico

Situa-se, por cima da hipófise, ao nível da porção mais anterior da sela turca. Os seus ângulos ântero-externos
continuam o nervo ótico e os póstero-externos continuam-se com as fitas óticas. No quiasma, as fibras
decussam parcialmente: as fibras temporais seguem do mesmo lado sem cruzamento e as fibras nasais cruzam
para o outro lado.[8]

Fita ótica

Emerge do quiasma ótico, passa à volta do pedúnculo cerebral e dirige-se para o corpo geniculado externo do
tálamo. Algumas fibras seguem para o núcleo pré-tectal e colículo superior e estão relacionadas com os
reflexos fotomotores. Assim, conforme o seu destino distinguem-se quatro tipos de fibras nas vias óticas: fibras
retino-hipotalâmicas (destacam-se do quiasma ótico e ganham o núcleo supra-quiasmático do hipotálamo,
sendo importantes para a regulação dos ritmos biológicos); fibras retino-tectais (ganham o colículo superior
através do braço do colículo superior e estão relacionadas com certos reflexos de movimentos dos olhos ou das
pálpebras, desencadeados por impulsos visuais); fibras retino-pré-tectais (ganham a área pré-tectal através do
braço do colículo superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotor direto e consensual); fibras retino-
geniculadas (são as mais importantes, pois somente elas se relacionam com a visão, terminam fazendo sinapse
com os quartos neurónios da via ótica, que se localizam no corpo geniculado lateral). Cada fita ótica contém
fibras nasais contralaterais e temporais homolaterais.

Corpo geniculado externo

Situa-se na porção posterior do tálamo. Os axónios dos neurónios do corpo geniculado externo constituem a
radiação ótica (trato geniculo-calcarino ou radiação ótica de Gratiolet) que passa pela porção retro-lenticular da
cápsula interna e terminam na área visual primária ou área 17 de Brodman, situada nos lábios do sulco
calcarino. Nem todas as fibras da radiação ótica atingem o córtex pelo mesmo trajeto. As fibras que estão mais
internas vão-se situar mais anteriormente no córtex, seguindo um curso quase retilíneo para trás, em direção ao
lobo occipital. Já as fibras que estão mais externamente vão-se situar mais posteriormente no córtex, dirigindo-
se inicialmente para a frente, em direção ao pólo temporal, encurvando-se e voltando em direção ao lobo
occipital, onde terminam. Forma-se assim uma alça, a alça temporal ou de Meyer, em relação com a parte
anterior do corno inferior do ventrículo lateral. A presença desta alça explica o facto de que tumores do lobo
temporal, situados à frente do nível em que se localizam os corpos geniculados externos, podem comprimir e
lesar a radiação ótica, resultando alteração dos campos visuais.[9]

Área visual

A área visual primária corresponde à área 17 de Brodmann, no lábio superior e inferior do sulco calcarino. As
áreas 18 e 19 ou área visual secundária são responsáveis pela integração dos estímulos visuais com as
experiências anteriores e pela percepção da cor e reconhecimento dos objetos.

Existe correspondência entre partes da retina e partes do corpo geniculado externo, da radiação ótica e do
córtex visual primário. Na radiação ótica, as fibras correspondentes às partes superiores da retina (portanto à
metade inferior do campo visual) ocupam uma posição mais alta e projetam-se no lábio superior do sulco
calcarino, as fibras correspondentes às partes mais inferiores da retina ocupam uma posição mais baixa e
projetam-se no lábio inferior do sulco calcarino; as fibras que levam impulsos da mácula ocupam posição
intermediária e projetam-se na parte posterior do sulco calcarino.[10]

Lesões
Lesão do nervo ótico (por traumatismo ou glaucoma[11]>): cegueira completa do olho
correspondente.
Lesão da parte mediana do quiasma ótico (tumores da hipófise que comprimem o quiasma, de
baixo para cima): hemianópsia bitemporal, como consequência da interrupção das fibras da
retina nasal de cada olho que aqui se cruzam.
Lesão da parte lateral do quiasma ótico (aneurisma da carótida interna, que comprime
lateralmente o quiasma): hemianópsia nasal do olho correspondente, porque há interrupção
das fibras provenientes da retina temporal deste olho.
Lesão da fita ótica (traumatismos ou tumores que comprimem a fita ótica): hemianópsia direita
ou esquerda conforme a lesão se localiza na fita esquerda ou direita.
Lesão do corpo geniculado externo é idêntica à da fita ótica.
Lesão da radiação ótica: se for completa é semelhante à da fita ótica. Normalmente ocorrem
lesões de parte destas fibras, o que resulta em pequenas falhas do campo visual - escotomas -
ou falhas que comprometem todo um quadrante do campo visual - quadrantopsias.
Lesão do córtex visual (área 17): Lesões completas (pouco frequentes) dão também sintomas
semelhantes aos da fita ótica. As lesões parciais são mais frequentes (por exemplo, lesão do
lábio inferior do sulco calcarino direito resulta numa quadrantopsia homónima superior
esquerda). A visão macular é frequentemente poupada nas lesões da área 17, provavelmente
devido à sua grande representação cortical.

Reflexos

Reflexo fotomotor direto e consensual

Quando um olho é estimulado com um feixe de luz, a pupila contrai-se devido ao reflexo fotomotor. O
impulso nervoso, que é originado na retina, é conduzido pelo nervo ótico, quiasma ótico e fita ótica e chega ao
corpo geniculado lateral. No entanto, as fibras relacionadas com o reflexo fotomotor não fazem sinapse no
corpo geniculado lateral ao contrário das fibras relacionadas com a visão. Elas ganham então o braço do
colículo superior, terminando em neurónios da área pré-tectal. Daí vão sair fibras que terminam fazendo
sinapse com os neurónios do núcleo de Edinger-Westphal, no mesencéfalo. Deste núcleo saem fibras pré-
ganglionares que, pelo III par (motor ocular comum), vão ao gânglio ciliar, de onde saem fibras pós-
ganglionares (nervos ciliares curtos) que terminam no músculo esfíncter da pupila, levando à sua contração.
Este reflexo tem uma grande importância clínica e pode estar abolido em lesões da retina, do nervo ótico ou do
nervo motor ocular comum.

Ao mesmo tempo que acontece o reflexo fotomotor direto, temos também um reflexo consensual. Este consiste
numa constrição da pupila contralateral e resulta de fibras que cruzam o plano mediano para o lado oposto,
através do quiasma ótico e da comissura posterior. Neste último caso, existem fibras da área pré-tectal de um
lado que cruzam para o núcleo de Edinger-Westphal do lado oposto.

Fenómeno de Marcus Gunn: dilatação paradoxal das duas pupilas que ocorre quando a luz incide no olho
sintomático (cujo nervo ótico está lesado), após ter incidido no olho normal. Quando a luz incide no olho
normal, há constrição das duas pupilas e, quando esta é desviada para o olho sintomático, menos impulsos
luminosos chegam ao núcleo do nervo oculomotor (em consequência da lesão) e este, devido à menor
intensidade da luz, cessa a resposta parassimpática o que resulta numa dilatação pupilar paradoxal.

Reflexo de acomodação - convergência

Quando um objeto se aproxima do olho rapidamente, os eixos óticos de ambos os olhos têm que convergir
(contração dos músculos retos internos), ao mesmo tempo o cristalino modifica a sua curvatura para alterar o
foco de acomodação (contração dos músculos ciliares) e as pupilas contraem.

Na convergência, os dois músculos retos internos movimentam os eixos dos olhos para dentro, garantindo que
os raios provenientes de um objeto que se aproxima sejam projetados sempre na fóvea central. Na
acomodação, o cristalino arredonda-se, garantindo uma visão mais nítida do objeto na retina. O cristalino
mantém-se achatado pela tensão das fibras lenticulares, fixas no músculo ciliar e, quando o músculo ciliar se
contrai na acomodação, estas fibras são relaxadas e o cristalino pode ceder à sua própria tensão e sofrer um
arredondamento. Para aumentar a nitidez visual, a pupila é contraída pela ação do músculo esfíncter da pupila.

Os impulsos aferentes seguem pelo nervo ótico, quiasma ótico, fita ótica, corpo geniculado externo e radiação
ótica até o córtex visual primário, existindo então integração cortical e os axónios seguem para a área visual
secundária (e também para o campo ocular frontal) e daí para a área pré-tectal. Nesta, ocorre outra formação de
sinapses e os axónios destes neurónios terminam no núcleo de Perlia. Este núcleo situa-se entre os dois núcleos
de Edinger-Westphal e possui dois tipos de neurónios: um tipo, que faz sinapse com o núcleo motor somático
do motor ocular comum, que envia os seus axónios diretamente para o músculo reto interno, provocando
convergência; o outro tipo faz sinapses com o núcleo de Edinger-Westphal e, a partir dele, as fibras fazem
sinapse no gânglio ciliar, saindo umas para o músculo ciliar (acomodação) e outras para o músculo esfíncter da
pupila (miose).

A via do reflexo de acomodação-convergência é diferente da via para o reflexo da luz, o que é sustentado
clinicamente pelo distúrbio designado “pupila de Argyll Robertson”, no qual o reflexo à luz é perdido,
enquanto o reflexo de acomodação-convergência persiste (o local da lesão não foi determinado precisamente,
mas sabe-se que o fator etiológico é a sífilis no Sistema Nervoso.

Reflexo de ameaça

Quando um objeto surge rapidamente à frente do olho, existe um reflexo que leva a pálpebra a fechar (é uma
resposta reflexa que não pode ser inibida voluntariamente). As fibras aferentes da retina percorrem o nervo
ótico, fita ótica e braço do colículo superior e alcançam o colículo superior. Daí saem fibras para o núcleo do
nervo facial e, através deste, o impulso nervoso chega ao músculo orbicular da pálpebra e leva-a a piscar. Se o
estímulo for muito intenso, o impulso chega aos neurónios motores da medula, a partir do trato tecto-espinhal,
havendo uma resposta motora que pode fazer com que o indivíduo proteja o olho com a mão também de modo
reflexo.

Reflexo corneopalpebral

Pesquisa-se este reflexo tocando ligeiramente na córnea com um pedaço de algodão, o que leva ao
encerramento dos olhos por contração bilateral da parte palpebral do músculo orbicular das pálpebras. O
impulso aferente passa sucessivamente pelo ramo oftálmico do trigémio, gânglio de Gasser e raiz sensitiva do
trigémio, chegando ao núcleo sensitivo principal e núcleo do trato espinhal deste nervo. Fibras cruzadas e não
cruzadas originadas nestes núcleos conduzem os impulsos aos núcleos do facial dos dois lados, de tal modo
que a resposta motora se faz pelos dois nervos faciais, resultando o encerramento dos dois olhos. Entende-se
assim que a lesão de um dos nervos trigémios leva à abolição da resposta reflexa dos dois lados quando se toca
a córnea do lado da lesão, mas não quando se toca a córnea do lado saudável. Já a lesão do nervo facial de um
lado corta a resposta reflexa deste lado, qualquer que seja o olho tocado.

A televisão e a visão digital


Televisão (do grego "tele", "distante" e do latim "visione", visão) literalmente "visão a longa distância" é a
tecnologia e o aparelho que nos permite captar e visualizar as imagens que estão sendo transmitidas pelas
emissoras de TV. A visão digital através de computadores é outro tipo de "televisão" que nos permite
visualizar em tempo real imagens que estão sendo captadas em lugares distantes em quaisquer localidades
onde estejam instalados outros computadores equipados com instrumentos periféricos tais como câmera e
monitor para captar e enviar imagens através de bits para outros computadores conectados às redes de
computadores.

Resolução da visão
Em comparação com a televisão de alta definição que possui 2 megapixels, a visão humana possui em média
576 megapixels de resolução, gerada por cones e bastonetes que possuímos nos olhos. Além disso, a mesma
amplia os cerca de 576 megapixels com um sistema de interpolação sendo feita pelas próprias células oculares.
Esta resolução é referente ao foco e não às dimensões das imagens em si (altura e largura), ou seja, não é
influenciada por condições visuais como miopia, astigmatismo ou hipermetropia.[12]

Referências
1. Infopédia. «visão | Definição ou significado de visão no Dicionário Infopédia da Língua
Portuguesa» (https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/vis%C3%A3o). Infopédia -
Dicionários Porto Editora. Consultado em 14 de julho de 2020
2. «A olho nu» (https://www.dicio.com.br/a-olho-nu/). Dicio. Consultado em 14 de julho de 2020
3. «Como surgem as cores?» (https://www.infoescola.com/fenomenos-opticos/como-surgem-as-c
ores/). InfoEscola. Consultado em 14 de julho de 2020
4. «Cores Secundárias» (https://www.todamateria.com.br/cores-secundarias/). Toda Matéria.
Consultado em 14 de julho de 2020
5. «Retina - Anatomia do Olho - Visão» (https://www.infoescola.com/visao/retina/). InfoEscola.
Consultado em 14 de julho de 2020
6. «Molecular basis of vision revealed» (https://www.techexplorist.com/molecular-basis-vision-rev
ealed/26837/). Tech Explorist (em inglês). 3 de outubro de 2019. Consultado em 3 de outubro
de 2019
7. «Eyes send an unexpected signal to the brain» (https://www.techexplorist.com/eyes-send-unex
pected-signal-brain/31952/) (em inglês). 1 de maio de 2020
8. Breda, Fabiane (10 de junho de 2019). «Quiasma óptico» (https://www.portalsaofrancisco.com.
br/saude/quiasma-optico). Portal São Francisco. Consultado em 14 de julho de 2020
9. «Corpos geniculados. Pesquisa médica» (https://lookformedical.com/pt/search/corpos-genicula
dos). lookformedical.com. Consultado em 14 de julho de 2020
10. «As 47 áreas de Brodmann e as regiões do cérebro que contêm / Neurociências» (https://pt.sai
nte-anastasie.org/articles/neurociencias/las-47-reas-de-brodmann-y-las-regiones-del-cerebro-q
ue-contienen.html). Psicologia, filosofia e pensamento sobre a vida. Consultado em 14 de julho
de 2020
11. MiguelMiranda (13 de agosto de 2014). «Glaucoma» (https://www.atlasdasaude.pt/publico/cont
ent/glaucoma). Atlas da Saúde. Consultado em 14 de julho de 2020
12. «O que falta para uma câmera atingir a precisão do olho humano?» (http://www.tecmundo.com.
br/infografico/8894-o-que-falta-para-uma-camera-atingir-a-precisao-do-olho-humano-.htm).
Tecmundo. Consultado em 29 de maio de 2014

Bibliografia
Afifi, A., Bergman, R.. Functional Neuroanatomy: Text and Atlas. 2nd edition, 2005
Machado, A. (2006) Neuroanatomia Funcional. 2ª edição. Atheneu
Snell, R. S. (2010) Clinical Neuroanatomy, 7ª edição. Lippincott Williams & Wilkins

Ver também
Visão subnormal Miopia
Astigmatismo
Daltonismo Estrabismo
Cegueira
Hipermetropia Optometria

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