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1. Qual a importância da permissividade para um material isolante?

R: Influenciam diretamente na condutividade do material dielétrico,


contribuindo diretamente para as correntes de fuga. Considerando a
permissividade total do material, e, consequentemente, sua condutância,
tem-se que a condutividade total de um material sólido é a soma da
condutividade volumétrica e da condutividade superficial do mesmo.

2. Quais são os principais tipos de polarização e como elas afetam a


permissividade de um material elétrico?

R: Polarização refere-se aos efeitos da orientação de cargas no interior do


dielétrico sob ação de um campo elétrico externo. A permissividade do
material depende basicamente do grau de polarização desde material. Para
se determinar esse grau de polarização, deve-se considerar os diversos
fenômenos capazes de provocar o deslocamento de cargas no meio dielétrico.
Os principais tipos de polarização são:

 Eletrônica:
o É resultado do deslocamento da nuvem eletrônica em função da
aplicação de um campo elétrico externo;
o Existe em todos os materiais dielétricos;
o Desfaz-se na ausência do campo externo;
o Não resulta em perda de energia;
o Ocorre de maneira praticamente instantânea: 10−15 [𝑠];
o Independe da temperatura.

 Iônica:
o Ocorre em materiais com estrutura iônica como o NaCl;
o Resulta do deslocamento dos ânions e cátions em direções opostas,
de acordo com o campo elétrico aplicado;
o É um processo elástico e dependente da temperatura, já que a
expansão térmica aumenta a distância entre os íons;
o Tempo de polarização da ordem de 10−13 [𝑠];
o Também desfaz-se na ausência de campo externo.

 Dipolar:
o Ocorrem em materiais que apresentam momentos de dipolo
permanentes;
o A polarização é resultado da orientação destes dipolos na direção do
campo externo;
o Só é possível nos materiais em que as forças de coesão molecular não
atuam no sentido de impedir a movimentação rotacional das
moléculas, como em gases e líquidos polares;

o A polarização dipolar depende da temperatura em dois estágios


distintos:
 Num primeiro momento, a elevação de temperatura reduz a
coesão molecular, favorecendo a polarização;
 Entretanto, a temperatura também aumenta a movimentação
caótica dos elétrons de modo que, a partir de um certo ponto, essa
agitação reduz o efeito da polarização;
 Esta redução com o aumento de temperatura é chamada de
relaxamento dipolar;
 Apresenta também dependência com a frequência do campo
elétrico aplicado.

o Outro efeito importante relacionado à polarização bipolar está na


necessidade de suplantar à coesão molecular para a movimentação
dos dipolos;

o Isto corresponde a uma perda de energia associada ao processo de


polarização;

o Assim, a polarização dipolar deve ser representada também por uma


componente resistiva;
 Estrutural:
o Relacionada a estruturas amorfas e sólidos cristalinos polares;
o Trata-se da orientação de estruturas complexas no interior do
material, na presença de campos externos, devido a deslocamentos
de íons e dipolos quando na ocorrência de aquecimentos;
o Apresenta dependência com a temperatura de modo semelhante à
polarização dipolar.
 Espontânea:
o Fenômeno ainda não completamente esclarecido que ocorre em
alguns materiais denominados ferroelétricos, a exemplo do
titanatode bário, sal de rochelle;
o Neste materiais, observa-se uma polarização natural mesmo na
ausência de campos externos;
 Considere dois eletrodos metálicos no formato de placas paralelas, no
vácuo e, entre os quais, aplica-se uma diferença de potencial;
 Sabemos que haverá um deslocamento de cargas dos eletrodos metálicos
de modo que surgirá um campo elétrico entre as placas;
 Esta configuração constitui um capacitor de placas paralelas, para o qual:
𝑄0 = 𝐶0 ∙ 𝑉
 A relação entre a tensão aplicada e a placa acumulada é chamada
capacitância.

 Ao se inserir um meio dielétrico entre as placas do capacitor anterior,


percebe-se que há um aumento da carga acumulada em função dos
fenômenos de polarização do material dielétrico;
 A nova carga acumulada será:
𝑄 =𝐶∙𝑉

 Quando se observa o comportamento da polarização do dielétrico no


interior do capacitor, observa-se que o campo efetivo entre as placas
diminui;
 Neste caso, para que isto aconteça, o valor da tensão aplicada teria que
diminuir ou o valor da distância entre as placas aumentar;
𝑉
𝐸=
𝑑

 Se V e d se mantém fixos, como o campo elétrico efetivo diminui?


 A capacitância deve aumentar, permitindo um maior acumulo de carga e
mantendo o campo elétrico constante.
 Comparando-se, para o mesmo sistema de placas paralelas, a carga
acumulada com e sem o meio dielétrico, observa-se que a carga
armazenada aumenta por um valor 𝑄𝑑 , associada à polarização do
dielétrico, ou seja, ao deslocamento de carga em função do campo elétrico.
 A carga total será, então:
𝑄 = 𝑄0 + 𝑄𝑑
 A relação entre a carga armazenada pelo capacitor ideal, com placas
separadas pelo vácuo e o capacitor real, com um meio dielétrico entre as
placas, com mesmas dimensões e sob o efeito de uma mesma tensão
aplicada é chamada de constante dielétrica relativa ou permissividade
relativa do meio:
𝑄 𝑄𝑑 + 𝑄0 𝑄𝑑
𝜀= = = 1+
𝑄0 𝑄0 𝑄0
 Ou seja, existe uma relação entre os efeitos da polarização do material e
da carga acumulada por um capacitor que usa este material como meio
dielétrico.
 De maneira similar, partindo da carga total para um capacitor ideal no
vácuo e um capacitor com um meio dielétrico qualquer:
𝐶 𝑄
= =𝜀
𝐶0 𝑄0
 Ou seja, a permissividade de um material representa quantas vezes maior
será a capacitância de um capacitor quando este material substitui o vácuo
entre as placas o capacitor.
 Considerando o efeito de redução do campo elétrico efetivo, pode-se dizer
que a permissividade do material é uma medida de oposição à formação
do campo elétrico em seu interior;
 Para um capacitor de placas paralelas:
𝐴
𝐶 = 𝜀𝑟 ∙ 𝜀0 ∙
𝑑

𝜀0 = 8,8541×10−12 [𝐶 2 𝑁 −1 𝑚−2 ]

3. Um determinado suporte isolante possui a forma cilíndrica com raio


de 4 cm e altura de 22 cm. Considerando que este cone é feito com um
vidro que apresenta resistividade superficial de 𝟔, 𝟕𝟒×𝟏𝟎𝟏𝟑 [𝛀] e
resistividade volumétrica de 𝟐, 𝟎𝟑×𝟏𝟎𝟏𝟒 [𝛀. 𝐜𝐦], calcule a resistência
superficial e volumétrica do suporte.
O que pode ser feito para aumentar a resistência superficial do suporte,
mantendo a sua altura?

R: Resistência Superficial:
𝑙 𝑙
𝑅𝑆 = 𝜌𝑆 ∙ = 𝜌𝑉 ∙
𝐴 𝜋 ∙ 𝑟2

Resistência Volumétrica:
𝑙 𝑙
𝑅𝑉 = 𝜌𝑉 ∙ = 𝜌𝑉 ∙
𝐴 𝜋 ∙ 𝑟2

Para aumentar a resistência volumétrica, pode-se diminuir o raio dos


cilindros.

4. No item anterior, qual o valor da condutância do cilindro?


𝐴 𝜋 ∙ 𝑟2
𝐶 = 𝜀𝑟 ∙ 𝜀0 ∙ = 𝜀𝑟 ∙ 𝜀0 ∙
𝑑 𝑑
5. Considere que o ensaio da medição da tangente de perdas na isolação
de duas amostras de cabo de dois fabricantes diferentes como 0,00023
e 0,00086. Qual das duas amostras você consideraria melhor? Por que?
R: A melhor amostra seria a de menor valor de tangente, pois indica que o
valor da corrente ou da tensão de perdas é pequena. Idealmente, o valor da
tangente de perdas é zero.

6. Se as duas amostras consideradas fossem de um mesmo tipo de cabo,


de um mesmo fabricante, o que se poderia inferir sobre elas?

R: Poderia se aferir que, apesar de se tratarem de um mesmo tipo de cabo de


um mesmo fabricante, eles não seriam idênticos, pois há certas
características existentes que alteram, mesmo que em pequenas proporções,
os parâmetros do cabo.
7. Explique o comportamento da permissividade em função da
temperatura exibido para um líquido polar no gráfico abaixo.

R:
Assim como nos gases, a permissividade de um líquido varia com a
temperatura e a pressão em função da sua variação de densidade;
Entretanto, os efeitos da temperatura dependem das características químicas
do líquido:
 Não Polares
o Líquidos não polares apresentam baixa permissividade, normalmente
próxima de 𝜂2 .
 Polares
o Líquidos polares apresentam permissividade, em condições normais,
sensivelmente maior que a dos não polares.
o Soma-se ao efeito da polarização eletrônica, o efeito da polarização
dipolar.
o Líquidos altamente polares, como água e etanol apresentam elevada
permissividade.

Porque líquidos polares não podem ser utilizados como dielétricos?


A água é um exemplo líquido altamente polar com elevada permissividade,
entretanto, também apresenta condutividade elevada, quando comparado a
outros dielétricos. A água deionizada pode ser utilizada em aplicações
específicas.

Nos líquidos polares, a relação entre temperatura e permissividade é mais


complexa e não linear;

Um exemplo pode ser visto na curva 𝜀×𝑇 do ascarel;


Neste caso, observa-se uma elevação inicial de permissividade a um ponto
de máximo, a partir do qual a permissividade cai de maneira
aproximadamente linear;
Desta forma, destacam-se dois pontos principais de transição, um que leva à
rápida subida da permissividade e um que leva à queda de permissividade.

8. Explique como a frequência do campo elétrico sobre um dielétrico


com polarização rotacional afeta a sua permissividade.

R: Neste caso, a relação entre a frequência e a permissividade baseia-se na


dificuldade de rotação dos polos em função da alternância do campo elétrico
externo. Existe um valor limite em função da temperatura, até o qual a
polarização em um campo alternado é aproximadamente igual a polarização
sob um campo contínuo. A partir desse limite, 𝑓0 , a polarização começa a se
reduzir. Este valor está relacionado ao tempo 𝑡0 de relaxamento da molécula.
𝑘∙𝑇
𝑓0 = 
8 ∙ 𝜋2 ∙ 𝜂 ∙ 𝑟3
A variação com a frequência depende do tipo de polarização envolvida.

9. Explique o que é histerese dielétrica.

R: Tem-se os materiais sólidos que apresentam polarização espontânea, ou


dielétricos do tipo Seignette. Nesses materiais, a constante dielétrica é
bastante elevada e dependente da temperatura e da frequência, isto é, a
curva 𝜀×𝑇 apresenta um valor máximo indicado pela temperatura de Curie, a
partir da qual as propriedades de polarização espontânea desaparecem. Tais
materiais estão ainda sujeitos a uma curva e histerese dielétrica, quando
submetidos a campos alternados, como por exemplo, sal de de laRochelle,
titanatode bário.
10. Um megômetro é um aparelho usado para medir valores elevados
de resistência a partir da aplicação de uma tensão contínua e medição
da corrente elétrica resultante. Explique porque, ao se utilizar um
megômetro em um dielétrico, deve-se esperar um intervalo de tempo
até a estabilização da leitura.

R: Considere a medição da resistência de isolamento de um material


dielétrico usando um megômetro:

Ao se aplicar uma tensão DC sobre o material, tem-se inicialmente a


componente de fuga e a componente de polarização, portanto, para se ter o
valor correta da resistência volumétrica do elemento, deve-se aguardar um
tempo suficiente para que a polarização se estabilize. Dessa forma:
𝑈
𝑅𝑉 =
𝑖 − ∑ 𝑖𝑃
11. Para a curva abaixo, relacionada à condutividade dos gases,
explique o comportamento do patamar de corrente constante
observado.

R: A condutividade nos gases é, em geral, pequena para campos elétricos de


baixa intensidade e a corrente se estabelece por meio de elétrons e íons livres.
O processo de ionização se estabelece por meio de influências externas e
colisões internas. O aumento da intensidade da ionização resulta numa
condição de equilíbrio, em que o gás passa a ser condutor.
12. Explique o que é o princípio da neutralidade em um composto
cerâmico.
R: Em relação à carga dos íons, e estrutura do cristal deve manter a sua
neutralidade. A carga, então, define o número de ligações e o balanço da
mesma está expresso na formulação do material
𝐶𝑎𝐹2 = 1 𝐶𝑎2+ + 2 𝐹1−

13. Considerando que a figura abaixo representa um arranjo estrutural


iônico, explique porque este arranjo é considerado instável.

R:

14. Explique o que é um defeito estequiométrico em um composto


cerâmico.
R: Para um composto iônico, a estequiometria diz respeito à exata razão entre
os componentes do material, de acordo com a sua fórmula estrutural. Quando
esta razão não é seguida, diz-se que o composto não é estequiométrico. Nas
cerâmicas, a não-estequiometria ocorre quando um doa íons apresenta mais
de um estado de valência, a exemplo do óxido de ferro, FeO, composto tanto
por 𝐹𝑒 2+ como por 𝐹𝑒 3+ .

15. Considerando os defeitos estruturais das cerâmicas, qual a


diferença entre um íon substitucional e um íon intersticial?

R: O íon substitucional é aquele cuja presença literalmente substitui o íon que


deveria estar presente naquela composição. O íon intersticial é um íon que se
aloja entre a composição normal do material, isto é, está presente no meio
das ligações, porém não faz parte de nenhuma delas. Ambas são
consideradas impurezas.
16. Explique o que é fratura frágil de um material.

R: Cerâmicas à temperatura ambiente se quebram antes que qualquer


deformação plástica possa acontecer, e quando uma trinca apresenta uma
propagação através da seção reta do material numa direção perpendicular à
carga aplicada, ela é chamada de fratura frágil. Esse processo pode ser:

Intergranular

Transgranular

17. Em uma estrutura cerâmica, o que constitui um elevador de tensão


mecânica?
R: A resistência mecânica à tração de uma cerâmica é real e
substancialmente menos que os valores teóricos previstos nas teorias das
forças interatômicas. Isto ocorre em função das falhas presentes no material:
 Tornam-se elevadores da tensão mecânica regiões onde a tração mecânica
aplicada é amplificada.
 São trincas na superfície ou no interior do material, poros, cantos de grãos,
impossíveis de se eliminar por completo.
O efeito de elevação é dado pela expressão:

𝑎
𝜎𝑀 = 2 ∙ 𝜎0 √
𝜌𝑡

𝜎𝑜 → estresse mecânico aplicado;


𝜌𝑡 → raio de curvatura;
𝑎 → comprimento de uma trinca superficial, ou metade do comprimento de um
trinca interna;

𝜎𝑀
A razão 𝐾𝑡 = ⁄𝜎0 é chamada de fator de concentração de tensão.

18. Considerando as duas condições de aplicação de isoladores


ilustradas baixo, com isoladores de mesmas dimensões. Em vista dos
esforços mecânicos, em qual das duas aplicações o isolador está mais
propenso à falha?
R: O isolador mais propenso a falha é no segundo caso, pois, além dos
esforços horizontais causados pela tensão do fio, ainda há uma força de
sustentação sofrida pelo mesmo devido ao peso do condutor.

19. Considerando isoladores de vidro e cerâmica, quais as principais


vantagens de um em relação ao outro?
R:
Vidros Cerâmicas
 Materiais de temperaturas ditas  Materiais de altas temperaturas;
normais;  Grande fragilidade, mesmo em
 Grande fragilidade a temperatura temperatura ambiente;
ambiente;  Utilizados tipicamente sob de tensões de
 Modulo de Young: 15 a 90 Mpa compressão
 Tensão de Ruptura: 30 a 1000 Mpa  Módulo de Young: 2 a 800 Mpa
 Alongamento na ruptura: 0 a 6%  Tensão de ruptura: 50 a 800 Mpa
 Coeficiente de Poisson: 0,15 a 0,3  Alongamento na ruptura: 0 a 0,3%
 Temperatura: até 1500ºC  Coeficiente de Poisson: 0,1 a 0,35
 Temperatura: até 1900ºC

20. Como o processo de sinterização pode melhorar as características


de uma cerâmica?

R: A sinterização é um método bastante antigo, utilizado na fabricação de


cerâmicas, inclusive na cerâmica industrial. É o tratamento final,
desenvolvendo um papel determinante em algumas características
encontradas na peça finalizada.

A sinterização é um procedimento que envolve altas temperaturas, próximas


ao ponto de fusão. No caso da cerâmica industrial, as temperaturas deste
processo podem variar entre 1200 a 2200 ° C. A massa crua, quando
constituída de apenas um componente, é aquecida até 80% da temperatura
considerada “temperatura de fusão” do material, conservando assim a
matéria prima em estado sólido – chamado de sintetização de fase sólida.

Durante o processo de sinterização, as peças geralmente encolhem em até


25%. Dessa forma existe uma compensação prévia dessa perda com a
utilização de formas maiores para a fabricação das peças.
Este processo cria uma alteração na estrutura microscópica do elemento
base. Isto ocorre devido a um ou mais métodos chamados "mecanismos de
transporte": estes podem ser consecutivos ou concorrentes. Sua finalidade é
obter uma peça sólida coerente

21. Qual a relação entre densidade e ponto de fusão de um material


polimérico?

R: Polímeros são materiais de base orgânica caracterizados pela repetição


encadeada de moléculas de uma unidade base. Em geral, os polímeros
apresentam baixa densidade e baixo ponto de fusão, porém, com tratamento
específicos, tornam-se adequados para aplicações elétricas.

22. O que é grau de polimerização? Como ele é afetado pelo


envelhecimento do material?

R: Grau de polimerização é uma forma alternativa de representar o peso


molecular através do número médio de meros em uma cadeia, sendo
calculada pela seguinte equação:
̅𝑛
𝑀
𝐺𝑃 =
𝑚
̅
Onde:
̅𝑛 → peso molecular médio;
𝑀
̅ → peso molecular do mero;
𝑚

O grau de polimerização é um indicativo de envelhecimento dos polímeros,


pois, via de regra, a degradação de um polímero resulta na quebra das
cadeias poliméricas, reduzindo a quantidade de meros por cadeia. Como
resultado, a matéria torna-se mais frágil e susceptível à falhas diante de
esforços elétricos e térmicos.

23. Qual a diferença entre um polímero termoplástico e um termofixo?

R:
 Termoplásticos:
 Amolecem com a temperatura, sendo, então, um processo reversível;
 Polímeros de cadeia linear, ramificada e cruzada;
 Para temperaturas muito elevadas, o processo pode perder sua
irreversibilidade.
 Termofixos:
 Mantem-se estáveis com a elevação de temperatura, sendo afetados
apenas por temperaturas muito elevadas;
 São polímeros em rede: a configuração em rede resiste aos esforços
térmicos de vibração e rotação;
 Normalmente mais duros, fortes e estáveis.

24. O que é um cristalito?

R: Crisalitos ou micélios são placas delgadas de formato regular, formando


estruturas de múltiplas camadas, nas quais a cadeia molecular se dobra
sobre ela mesma a partir das faces, recebendo também o nome de modelo de
cadeia dobrada.

25. O que é hidrofobicidade?

R: Hidrofobicidade está relacionada à capacidade que o material apresenta


de repelir agua em sua superfície, estando diretamente relacionada a sua
rugosidade e a sua difusão. Materiais como o silicone quando novos são
altamente hidrofóbicos, porém, ao envelhecer, tornam-se hidrófilos.
Ângulo de contato

26. Explique as diferenças entre polímeros frágeis, plásticos e


elásticos, considerando os gráficos da figura abaixo.
R: A curva A representa materiais frágeis, cuja aplicação de tensões elevadas
não deformam o material, fazendo com que sua ruptura seja imediata.

A curva B representa matérias plásticos, cuja deformação necessita de


tensões elevadas para ocorrer. Geralmente, materiais plásticos não tendem
a voltar a sua forma original.

A curva C representa materiais elásticos, cuja deformação ocorre com


pequenas tensões aplicadas sobre ele, tendendo a voltar ao seu estado
original quando uma tensão deixa de ser aplicada.

27. Como se explica o comportamento da curva de elasticidade em


materiais plásticos, na imagem do item anterior.

R: Materiais plásticos tendem a manter sua forma original para pequenas


tensões. Quando seu limite de plasticidade é atingido, o material começa a
se deformar, porém, sem a expectativa de retornar ao seu formato original.
Como é mostrado na imagem, o material tende a se manter original até cerca
de 28 MPa de tensão. Após esse valor, esse material começa a se deformar
de forma plástica.

28. Cite três aditivos para materiais poliméricos e suas funções.

R: Os principais aditivos utilizados como forma de melhorar as características


dos polímeros são:

 Plastificantes: Melhoram a flexibilidade do polímero. Ex.: PVC, óleos.


 Estabilizantes: Evitam a deterioração frente a condições adversas, como a
oxidação e raios UV. Ex.: Negro de fumo e derivados de benzeno.
 Corantes: Dão a cor desejada ao polímero.
 Anti-chamas: Retardam a ignição dos materiais. Ex.: Trióxido de antimônio,
hidróxido de alumínio e parafina clorada.

29. Cite vantagens e desvantagens do isolador polimérico em relação


ao isolador de vidro?

R: As principais vantagens dos isoladores poliméricos em relação aos


isoladores de vidro são seu peso inferior às cerâmicas em geral, suas
características mecânicas e elétricas. Suas principais desvantagens são o
custo de fabricação, seu tempo de vida útil e sua baixa plasticidade.

30. Qual o efeito do UV e do ozônio sobre materiais poliméricos?

R: As radiações ultravioletas são reconhecidas como um fator de desgaste


dos polímeros, pois estão associadas ao mecanismo de fotodegradação. O
ozônio é o principal responsável por diminuir a resistência dos polímeros aos
efeitos fotoquímicos.

31. O que é um compósito?

R: Compósito são materiais que agregam propriedades de diferentes classes


de materiais. Via de regra, serão considerados materiais compósitos aqueles
em que são visíveis diferentes fases, ou seja, é possível identificar
estruturalmente as diferentes classes de materiais envolvidos. Alguns dos
materiais já mencionados anteriormente são, na verdade, compósitos, ou são,
de fato, aplicados na forma de compósitos, como papel. Além do mais, podem
incluir tanto isolantes como condutores.

32. Como um compósito ajuda a melhorar as características mecânicas de


um material como um polímero?

R: A principal função da agregação de materiais formando compósitos é a


melhoria de suas propriedades, na maioria das vezes, mecânicas e a melhor
forma de fazer isso é através da inserção de outros materiais, como reforço
com fibras ou partículas, além de arranjos estruturais. Dessa forma, um
compósito deve apresentar qualidades intermediárias considerando os
materiais envolvidos.
33. Cite duas aplicações de compósitos na área eletrotécnica e seus
componentes.

R:
 Aramida – confecção e reforço de cabos;
 Papel – isolamento em enrolamentos de transformadores;
 FRP – pás de turbinas eólicas, conduto forçado de hidrelétricas.

34. Quais as principais vantagens da utilização do óleo vegetal, como


isolante, em substituição ao óleo mineral? E as principais
desvantagens?

R: O óleo mineral é um hidrocarboneto composto por cadeias parafínicas,


naftênicas e aromáticas. Os óleos naftênicos são preferíveis em função de
sua fluidez, sendo evitado os compostos parafínicos para aplicações
eletrotécnicas.

A destilação do petróleo resulta nos seguintes compostos:

 De 40 a 150ºC: Benzina;
 De 150 a 300ºC: Óleos leves e combustíveis;
 De 300 a 350ºC: Diesel;
 Acima de 350ºC: Óleos para aquecimento, compostos para óleos
lubrificantes e óleos isolantes;
 Resíduo: Asfalto;
 Purificação: Eliminação de hidrocarbonetos não-saturados, ácidos e
compostos de enxofre.

Além das características elétricas, algumas propriedades de interesse são:

 Ponto de fulgor: Temperatura na qual os vapores formados entram em


combustão na presença de uma chama, extinguindo-se com a sua retirada;
 Ponto de queima: Neste ponto, a ignição dos vapores permanece com a
retirada da chama;
 Ponto de ignição: Temperatura na qual os vapores entram em combustão
espontaneamente;
 Ponto de solidificação: temperatura na qual o óleo não mais escorre em
função do seu próprio peso;
 Viscosidade: Resistência à movimentação entre duas camadas adjacentes
do líquido.

Em função da flamabilidade e toxicidade dos óleos minerais, algumas


alternativas têm surgido como meio de substituição. Um exemplo dessas
novas alternativas é o óleo vegetal, que, mesmo estando em fase de
desenvolvimento, já encontram aplicação em transformadores.

Para aplicações eletrotécnicas, os óleos devem possuir elevados pontos de


fulgor, queima e ignição, baixa viscosidade e ponto de solidificação e
condutividade térmica.

35. Como as características do papel isolante são melhoradas com a


impregnação por óleo?

R: A principal melhoria feita com a impregnação de óleo no papel isolante, é


preencher os espaços vazios do papel, aumentando sua característica
isolante.

36. Qual a função de aplicação de vernizes dobre isoladores cerâmicos?


R: Formar sobre a superfície base uma camada que apresente uma melhoria
nas propriedades mecânicas do isolador, além de criar uma superfície mais
lisa e a prova de humidade.

37. Quais as principais vantagens de utilização do SF6 sob alta pressão


em câmaras de disjuntores?

R: O 𝑆𝐹6 é um gás sintético cujas principais aplicações em eletrotécnica são


como isoladores elétricos e extintores de arco elétrico. Esse gás é constituído
de uma molécula octaédrica composta por 1 átomo de enxofre ligado a 6
átomos de flúor e é 5 vezes mais denso que o ar, apresentando melhores
características isolantes. Além disso, é altamente eletronegativo, o que
contribui para o efeito de extinção do arco.

O 𝑆𝐹6 é transparente, inodoro e quimicamente estável, porém, apesar de não


ser tóxico, causa asfixia, além de contribuir para o efeito estufa e é prejudicial
à camada de ozônio. Em condições normais de pressão, apresenta rigidez
dielétrica cerca de 2,5 vezes melhor que o ar. Em pressões maior, que
geralmente é como ele normalmente é usado em equipamentos elétricos, a
rigidez torna-se cerca de 10 vezes maior que a do ar.

38. Quais os principais materiais isolantes utilizados em um


transformador de distribuição? Que funções, além do isolamento
elétrico, são atribuídas ao óleo?

R: Os principais materiais isolantes em transformadores de distribuição são


óleos vegetais e minerais, principalmente o último, pois, além do isolamento,
os óleos têm a função de ajudar no arrefecimento do transformador,
impedindo temperaturas demasiadamente elevadas.

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