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Contabilidade
análise da estrutura das contas nacionais, o
estudante, futuro profissional no mercado, obterá
Contabilidade Social
um diferencial competitivo e estratégico, que
permitirá antecipar movimentos da economia, em
Social
especial por parte do governo e de grandes
empresas, garantindo sempre a melhor alocação
dos recursos disponíveis, seja em
organizações públicas, seja em
organizações privadas.
w w w. u n i s u l . b r
Universidade do Sul de Santa Catarina
Contabilidade
Social
UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Contabilidade
Social
Livro didático
Designer instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Livro Didático
339.381
O52 Oliveira, Thiago Paulo Silva de
Contabilidade social : livro didático / Thiago Paulo Silva de
Oliveira ; design Instrucional Marcelo Tavares de Souza Campos. –
Palhoça : UnisulVirtual, 2014.
162 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-671-6
Introdução | 7
Capítulo 1
Contabilidade social: conceitos, utilização e
limitações | 9
Capítulo 2
Contas nacionais | 41
Capítulo 3
Contas nacionais no Brasil | 81
Capítulo 4
Balanço de pagamentos | 111
Considerações Finais | 157
Referências | 159
Neste sentido, pouco eficaz seria o avanço dos estudos na área de teoria
econômica e macroeconomia caso não houvesse séries temporais que pudessem
ser utilizadas no processo de decisão do governo e das empresas, por exemplo.
Assim como escassas seriam as teorias que não pudessem ser comprovadas por
meio da análise da evolução dos principais indicadores econômicos.
Contudo, não trataremos apenas de números, uma vez que vamos estudar
conceitos, teorias e metodologias para o cálculo do produto em uma economia.
Nosso objetivo é o estudo do sistema de contas nacionais e a forma como eles se
relacionam com o conjunto dos agregados macroeconômicos.
Bom estudo!
Professor Thiago
Seção 1
A origem e evolução da contabilidade social
Sendo assim, cabe destacar que a etapa inicial de estudos e aplicação dos
primeiros instrumentos da contabilidade social compreende o período entre a
segunda metade do século XVII até a década de 1930, conforme afirma Rossetti
(1992, p. 21):
10
George Tucker 1843 Estimativa de riqueza, renda por setor e região dos EUA.
•• produto;
•• renda; e,
•• dispêndio.
11
Segundo Blanchard (2001), após a crise de 1929, não havia qualquer indicador
confiável nos Estados Unidos capaz de mensurar movimentos do mercado,
emprego, rendimento das famílias norte-americanas ou qualquer outra importante
variável econômica.
12
•• consumo agregado;
•• investimento agregado;
•• renda nacional, etc.
13
Débito Crédito
14
15
16
Rossetti (1992) resume a contabilidade social com base nos seguintes tópicos:
17
Seção 2
Conceitos básicos de contabilidade social
Se auferir a saúde financeira de uma empresa, que tem um raio de atuação limitado
e facilidade no acesso à informação, já é algo complexo, imagine fazer o mesmo
com a economia de um país, consolidando e mensurando todas as informações
econômicas dos seus agentes.
Nesse sentido, esses tais indicadores precisam ser elaborados com base em
uma padronização que permita a avaliação sistêmica de todas as transações
realizadas na economia de um país. Este ponto é estratégico, pois há diversos
agentes em uma economia, cada um com diferentes características, que
executam diversas atividades que, por sua vez, podem ser encontradas em vários
estágios de produção.
18
•• instrumento de troca;
•• meio de pagamento;
•• reserva de valor; e,
•• denominação comum de valores.
Nesse aspecto, a moeda tem função central na contabilidade social, pois ela
permite agregar diversos setores, bens e serviços em apenas uma unidade, de
fácil compreensão e mensuração, adquirindo o papel de denominação comum
de valores (ROSSETTI, 1992).
Cabe destacar que mais importante que mensurar, padronizar todos os bens e
serviços em apenas uma medida de valor, a moeda permite o uso de métodos de
análise e, principalmente, acompanhar a sua evolução ao longo do tempo.
19
Vejamos o exemplo:
Débito Crédito
20
da mesma forma que não pode ocorrer uma compra sem que
vejamos do outro lado uma venda, também não pode haver
uma produção que não constitua um dispêndio e não seja
simultaneamente geração de renda. Similarmente, poupança
implica necessariamente investimento, e investimento não
pode ser entendido sem que o consideremos, em contrapartida,
como poupança.
21
Sendo assim, nos estudos de uma economia tradicional, ao todo, são quatro os
agentes econômicos a serem considerados: as unidades familiares, as empresas,
os governos e o resto do mundo.
22
Inicialmente, vamos assumir que vivemos em uma economia “Z” e que esta é uma
economia fechada e sem governo, ou seja, não há qualquer relação econômica
com o exterior, nem cobrança de impostos e gastos pelo governo. Esta economia
é estritamente agrícola e possui apenas quatro setores, ilustrados pelo quadro a
seguir, que são responsáveis pela produção de um único bem, o vinho.
Setor Produto
Setor 1 Sementes
Setor 2 Uva
Setor 4 Vinho
23
Esse valor não estaria errado, caso a análise fosse do balanço patrimonial de uma
empresa. Contudo, esse não é o método correto no caso de soma da produção
de um país. Assim, é importante analisar um ponto especial nesse cálculo, uma
vez que existe integração na cadeia produtiva e uma empresa se utiliza da
matéria-prima de outro setor durante seu processo de produção. Logo, o produto
final do setor 3, por exemplo, utilizou o produto fabricado pelo setor 2.
Isso quer dizer que todos esses setores se utilizam de produtos dos setores que
os precedem na cadeia produtiva, apenas adicionando valor ao que está sendo
produzido (BRESSER-PEREIRA; NAKANO, 1972).
24
1 Semente $0 $ 50
2 Uva $ 50 $ 150
No caso do setor 2, ele comprou a semente do setor 1 por $ 50, adicionou mais
$ 100 e vendeu para o setor 3 por $ 150. O setor 3, por sua vez, adicionou mais
$ 100 ao produto comprado do setor 2 e o vendeu para o setor 4 por $ 250. Por
fim, o setor 4 adicionou $ 50 ao produto vendido pelo setor 3 e vendeu para o
consumidor final por $ 300.
Entretanto, cabe observar que há uma maneira mais simples de calcular o valor
do produto em uma economia. Basta considerar apenas o valor do produto final
ao consumidor. Ou seja, o valor final do vinho ao consumidor, que é de $ 300, que
corresponde ao total de valor adicionado por todos os setores; contudo, esta
regra é válida apenas para economias que não tenham estoques.
Vamos supor que a empresa do setor 2 não venda toda sua produção para o
setor 3. Suponhamos que a empresa vendeu apenas $ 100 dos $ 150 que tinha
sob seu poder, ou seja, teve uma receita de $ 100 e está com um estoque de $ 50.
25
Mas como fica nosso exemplo em um cenário mais real, quando há formação de
estoques?
Vejamos, por meio dos dados da tabela a seguir, como fica nosso cálculo, então.
1 Semente $0 $ 50 $0
2 Uva $ 50 $ 100 $ 50
E por que $ 250 e não $ 300? $ 250, pois o setor 3 e o setor 4 não
agregaram valor sobre o que foi produzido pelo setor 2, logo, o valor é menor.
26
Segundo Paulani e Braga (2007, p. 12), “todo bem que, por sua natureza, é final,
deve ter seu valor considerado no cálculo do valor do produto, mas nem todo bem
cujo valor entra no cálculo do produto é um bem final por natureza”. Esta forma
de analisar a produção de uma economia recebe o conceito de ótica, que tem o
dispêndio como base da metodologia de agregação de valor na economia.
•• terra;
•• trabalho;
•• capital;
•• tecnologia;
•• capacidade empresarial.
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Para este caso, devemos nos atentar a analisar cada setor, empresa por empresa,
o valor da compra e o valor final da venda. No nosso caso, como temos apenas
uma empresa por setor, o exemplo fica de mais fácil compreensão.
1 Semente $0 $ 50
2 Uva $ 50 $ 150
3 X $ 150 $ 250
28
Já o setor 2, ao término de sua produção, vendeu seu produto para o setor 3 por
$ 150. Mas quanto foi a produção do setor 2? Em princípio, podemos imaginar
que também tenha sido de $ 150. Contabilmente, caso fôssemos considerar
apenas a estrutura contábil da empresa, a produção foi realmente de $ 150.
Logo, a produção final foi de $ 150. Mas, destes, $ 50 correspondem ao que foi
produzido pelo setor 1. Nesse sentido, a real produção, ou valor adicionado, pelo
setor 2 equivale ao valor final menos o valor inicial, ou aquele valor pago ao setor
1. No caso, $ 150 – $ 50, que nos confere um valor adicionado de $ 100.
1 Semente $0 $ 50 $ 50
29
1 Semente $0 $ 50 $0
2 Uva $ 50 $ 100 $ 50
Teremos assim um ciclo a partir deste ponto, sendo que os demais setores
também receberão menor quantidade de matéria-prima e, consequentemente,
menor será a sua produção ou valor adicionado final.
30
Valor
Setor Produto Valor inicial Valor final Estoque adicionado
1 Semente $0 $ 50 $0 $ 50
2 Uva $ 50 $ 100 $ 50 $ 50
Resta analisar a terceira ótica, a ótica da renda. A ótica da renda vai proporcionar
o mesmo resultado do produto de uma economia, se comparada às outras duas
óticas analisadas.
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Como consideramos que existem apenas dois fatores de produção, temos que
o valor adicionado ao produto corresponde à remuneração dos mesmos. Ou
seja, o valor adicionado corresponde ao custo de produção do produto, aqui
representado pela remuneração do trabalho, pelo salário, e à remuneração do
capital, neste caso, representado pelo lucro.
Logo, o somatório das duas remunerações deve igualar o valor auferido pelo
produto de uma economia. Salário e lucro são considerados fonte de renda,
sendo a base da ótica que vamos analisar agora.
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1 Semente $ 50 $ 35 $ 15
2 Uva $ 100 $ 70 $ 30
3 X $ 100 $ 70 $ 30
4 Vinho $ 50 $ 35 $ 15
Setor Produto Valor inicial Valor final Valor adicionado Salário Lucro
1 Semente $0 $ 50 $ 50 $ 35 $ 15
Essa tabela consolida as três óticas apresentadas neste estudo. Nela, podemos
perceber que, independente da ótica utilizada, todas apresentam o mesmo
produto final de uma economia. Cada uma com uma característica diferente,
entretanto, com resultados iguais.
33
Seção 3
Fluxo circular da renda
34
35
Resumidamente, existem:
Oferta de bens
e serviços
Fluxos reais
Empresas Famílias
Empresas
Força de trabalho
Remuneração do Mercado de
fator trabalho trabalho
Fluxos monetários
Fonte: Marques (2011, p. 21).
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Vamos analisar a figura anterior com base nas óticas do produto, do dispêndio e
da renda.
O consumo é uma atividade interna às famílias e esta relação fica mais bem
compreendida se introduzirmos a moeda neste fluxo. Como não vivemos em uma
economia de escambo, fatores de produção não são trocados diretamente entre
si. Nesse sentido, na economia todos os fatores de produção e produtos têm seu
comércio intermediado por dinheiro.
Desse modo, além do fluxo real de bens e serviços, também existe um fluxo
monetário responsável pela contrapartida da transação econômica. Inserindo a
moeda nessa relação, temos:
37
Da mesma forma, podemos considerar que nem toda renda auferida pelas
famílias seja transformada em consumo, logo surge um importante integrante: a
poupança. A poupança nada mais é que abrir mão do consumo presente pelo
consumo futuro, desde que haja expectativa de que este seja superior àquele.
Inserindo essas duas novas variáveis em nosso fluxo circular da renda, temos o
seguinte:
Mercado de
bens de
investimento
Receita de venda Mercado de
Máquina e de máquinas e bens finais e Receita de venda de
equipamentos equipamentos serviços bens finais e serviços
Demanda de
recursos Oferta de bens
financeiros finais e serviços
Mercado de
Empresas Famílias
fundos de
Oferta de capital Juros
recursos
financeiros
Força de trabalho
Remuneração do
Mercado de
fator trabalho
trabalho
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Como ressalva desse modelo, cabe lembrar que na economia real as decisões
de investimento não dependem somente da disponibilidade de poupança, mas
também da acumulação de recursos próprios e da contratação de crédito.
Chama-se fluxo circular da renda por ele ser baseado nas transações monetárias
que envolvem as transações com os produtos e, ao contrário do mercado de
bens, o dinheiro tem livre circulação, pois o dinheiro que remunera os fatores de
produção é o mesmo utilizado pelas famílias no momento do consumo dos bens
e serviços produzidos.
Os fatores de produção, por sua vez, fazem uma única viagem. Por exemplo, não
temos como reutilizar uma hora de trabalho já despendida no processo produtivo,
assim como não temos como reutilizar uma matéria-prima já utilizada no referido
processo. O mesmo é válido para os bens e serviços produzidos. Eles são
consumidos apenas uma vez pelas famílias.
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Isso quer dizer que não temos como iniciar uma análise de um ponto zero; o
correto é definir um período de tempo e, a partir dele, fazer as observações
acerca da produção da economia.
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Contas nacionais
41
Seção 1
Contas nacionais
Nesse sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de seu
escritório de Sistema Nacional de Conta, criou um documento padrão com
recomendações básicas com o intuito de padronizar o processo de elaboração
das contas nacionais.
42
A análise real das contas nacionais de uma economia sem governo e sem
transações com o exterior, economia fechada, é improvável, uma vez que a
primeira hipótese de uma economia sem governo é praticamente nula. Entretanto,
a segunda, de uma economia sem transações com o exterior, pode ser assumida
em nosso mundo real, como é o caso da Coreia do Norte, que tem relações
apenas com a China.
O PIB diz respeito a tudo aquilo que foi produzido em uma economia,
independente se chegou a ser consumido ou não durante o período analisado.
Segundo Paulani e Braga (2007, p. 13), no processo de mensuração do produto
de uma economia deve ser considerada a “soma dos valores de todos os bens e
serviços produzidos no período que não foram destruídos (ou absorvidos como
insumos) na produção de outros bens e serviços”.
43
44
1.2.2 Investimentos
Existem diferentes formas para se conceituar investimento, sendo uma delas
utilizando o estoque como suporte em que temos a troca do consumo presente
pelo consumo futuro. Esse entendimento fica mais claro quando aplicamos esse
conceito a um exemplo monetário.
Contudo, temos que reconhecer que nem todos os fatores de produção são
100% consumidos durante o referido processo produtivo. A semente, por
exemplo, é consumida no plantio; já a uva, no processo de fabricação, assim
como as máquinas de fermentação, pois são elas que fermentam a uva para
fabricação do vinho e, ao final, o próprio vinho é consumido.
Assim, temos por definição que estoque é tudo aquilo que é deixado para
consumo futuro, e se traduz em investimento. Logo, a semente, a uva e o vinho,
quando em estoque, podem ser considerados investimento.
45
46
Tal conceito consiste então em tudo aquilo que possibilite o consumo futuro,
seja em forma de produto, como é o caso das máquinas e equipamentos, seja
em forma de serviço, como é o caso das moradias, estradas, etc. Entretanto, há
produtos que têm um tratamento dúbio quanto à sua classificação, como, por
exemplo, computadores, automóveis e motocicletas.
No caso das máquinas e equipamentos, por exemplo, sabemos que eles são
consumidos inúmeras vezes, mas não infinitas vezes. Essa lógica é clara, uma
vez que, embora sejam considerados bens duráveis, todos têm um prazo limite
de uso, pois seu uso contínuo provoca desgastes que, como o tempo, reduz
a produtividade. Essa redução da vida útil dos bens duráveis também é um
conceito relacionado à contabilidade social, que se denomina depreciação
(BRESSER-PEREIRA; NAKANO, 1972).
47
1.2.3 Depreciação
Para melhor compreender esse conceito, vamos utilizar como exemplo de bens
duráveis o automóvel. Imagine que sejamos donos de uma locadora de veículos.
Por quanto tempo podemos dispor de um veículo para locação? Dois, três anos?
Vamos supor que a vida útil dessa máquina seja de cinco anos, ou seja, que
ela deprecie constantemente 20% ao ano sob o preço inicial. Para manter a
produção no mesmo nível o empresário precisa substituí-la ao final de cinco anos.
48
1.2.4 Modelo de contas nacionais para uma economia fechada e sem governo
A partir do estudo dos principais conceitos que compõem a contabilidade social vamos
apresentar, no quadro a seguir, o primeiro modelo de uma economia sem governo e
sem comércio exterior, com a devida organização contábil entre débito e crédito.
Débito Crédito
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Neste sentido, o salário é gasto no consumo e o lucro pode ser utilizado para
investir na em formação bruta de capital fixo da empresa. O que não é vendido é
variação de estoques. Logo, a produção bruta equivale ao consumo mais variação
de estoques e também a formação bruta de capital fixo (ROSSETTI, 1992).
O único fator diferente desta conta é a depreciação, visto que ela não aparece no
cálculo da ótica do produto, renda ou dispêndio, sendo, por esta razão, que na
coluna de débitos é inserido o produto líquido, em cuja soma mais a depreciação nos
fornece o produto bruto. Esse é o primeiro critério do método das partidas dobradas.
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Nesse sentido, é preciso estar atento aos cálculos, pois, no caso das famílias, o salário
é a renda gerada pelo fator de produção trabalho, enquanto os aluguéis correspondem
à remuneração do fator de produção terra, os juros correspondem à remuneração do
fator de produção capital. Para as famílias, todas essas remunerações sempre devem
ser somadas para se obter a renda total (ROSSETTI, 1992).
Vale lembrar que há uma exceção a essa regra, a qual corresponde apenas às
empresas do setor financeiro, visto que o capital é o seu principal produto e,
portanto, apenas no caso da remuneração do capital, a conta de juros deve ser
utilizada como fonte de cálculo de valor adicionado, sendo que o valor adicionado
total corresponde à diferença entre os juros pagos pelos clientes e os juros pagos
aos clientes (PAULANI; BRAGA, 2007).
Feito mais esse avanço, vamos agregar, conforme mostra o próximo quadro,
algumas contas no nosso exemplo.
Quadro 2.2 – Expansão das variáveis de uma economia sem governo e sem comércio exterior
Débito Crédito
Juros
Depreciação
51
Fica evidente que esse quadro demonstra a identidade produto renda dispêndio,
que é a base de todo o sistema de contas nacional. A partir desse exemplo,
temos total clareza de como funciona o sistema em uma economia e temos
condições de avançar e aprofundar mais o exemplo.
Quadro 2.3 – Conta de apropriação em uma economia sem governo e sem comércio exterior
Débito Crédito
Consumo Salários
Juros
Lucros distribuídos
Lucros retidos
52
Também é possível notar nesta conta que o método das partidas dobradas foi
respeitado, pois, pelo lado do crédito, temos todos os rendimentos das famílias
na economia, enquanto pelo lado do débito temos o consumo e a poupança,
lembrando que a poupança deve ser vista como consumo futuro das famílias.
Quadro 2.4 – Conta de capital em uma economia sem governo e sem comércio exterior
Débito Crédito
53
Pelo lado da família, temos a renda não consumida no presente e, pelo lado das
empresas, temos os lucros retidos por elas. Entretanto, é fundamental ter em
mente que investimento sempre será igual à poupança.
54
55
Por ser uma metodologia padrão, a conversão de PNB para PIB é muito simples,
basta deduzir a renda líquida enviada ao exterior, ou, se for o caso, adicionar a
renda líquida ao PIB.
56
Essa nova conta tem por objetivo a mensuração da renda líquida enviada ou
recebida do exterior, e apresenta uma particularidade especial em relação às
demais contas que integram o sistema de contas nacionais, as quais têm uma
contrapartida entre débito e crédito, ou seja, ao lançar um débito em uma conta
temos um crédito de igual valor.
Logo, esse saldo, que será positivo ou negativo, deve fazer parte do sistema
de contas das transações com o exterior. Caso o resultado seja positivo, temos
por conceito que houve um superávit da balança comercial, mas caso seja um
resultado negativo, então temos por conceito que houve um déficit na balança
comercial (ROSSETTI, 1992).
Débito Crédito
Exportações de bens e serviços não fatores Importações de bens e serviços não fatores
57
Paulani e Braga (2007, p. 44) fazem uma importante ressalva quanto à estrutura
da conta de transações correntes, a saber:
Finalizando nosso estudo sobre a conta de transações com exterior, temos que
as contas de produção e conta de capital são diretamente impactadas com
a inclusão das exportações e importações em nossos modelos. Na conta de
produção fica evidente que a inclusão de transações com exterior tem impacto
direto no valor total da produção, pois, além de contabilizar a produção nacional,
ela contabiliza também o valor de produção e fatores dos não residentes. Nesse
cenário, o resultado final desta conta corresponde ao cálculo do PIB.
Esse modelo implica afirmar que, pelo lado do débito, a conta de produção
apresentará o PIB mais as importações de bens e serviços e, do lado contrário,
deve consolidar a demanda por tais bens e serviços. Como estamos falando de
uma economia aberta, essa demanda corresponde ao consumo interno e externo.
58
Débito Crédito
Importações de bens e serviços não fatores Exportações de bens e serviços não fatores
Aluguéis
Lucros
Depreciação
É importante observar que para o sistema de contas ser completo, no que diz
respeito a uma economia aberta e sem governo, há necessidade de fazer a
introdução de uma nova conta, pois fizemos um lançamento a débito referente
ao superávit/déficit da balança comercial. O próximo quadro mostra a conta de
capital quando incluímos aquele novo lançamento.
Débito Crédito
59
Débito Crédito
Saldo do governo
60
Vale observar que parte da receita também pode ser utilizada como subsídio ao
setor produtivo, em especial ao setor agrícola, como, por exemplo, na garantia
de preço mínimo para produção de algum produto, como milho, soja, trigo, entre
outros. Assim, caso, no momento da venda da safra o preço de mercado seja de
um produto agrícola seja X e o governo tenha garantido X + Y, o governo pagará ao
produtor rural o valor correspondente ao Y, para garantir o preço mínimo ao produtor.
Por exemplo: Caso o governo esteja construindo uma nova ponte, aos valores
desse investimento correspondem a uma despesa de capital e não corrente, a
qual corresponde também empréstimos e financiamentos.
Assim como no caso das famílias, tudo o que governo arrecada e não gasta
corresponde à poupança. Em outras palavras, o governo foi superavitário em
suas transações correntes. No caso inverso, se ele gastou mais do que arrecadou,
então o governo é deficitário e deve financiar o excedente dos seus gastos com
poupança do setor privado.
61
Cabe observar que todos esses impostos já estão embutidos no preço dos
produtos e serviços e qualquer variação da alíquota pode ter interferência direta
no preço.
Pelo lado das despesas, fica fácil compreender o que é consumo do governo e
o que é subsídio. Contudo, no caso das transferências, há certas características
que podem dificultar a compreensão. Principalmente se levarmos em
consideração que o pagamento do funcionalismo público é uma despesa, e que o
pagamento de aposentadoria é transferência.
62
Paulani e Braga (2007, p. 50) fazem uma importante observação sobre essas
operações:
O governo, em virtude de ser um agente econômico que tem total poder sobre
as variáveis macroeconômicas, principalmente por meio de sua política tributária,
é capaz de interferir diretamente na geração de renda líquida e nos preços dos
produtos (BLANCHARD, 2001). De um lado, o governo tem poder para elevar o
preço dos produtos e serviços a partir dos ajustes dos impostos, e, de outro, ele
é capaz de dar subsídios e reduzir o preço dos mesmos.
63
Débito Crédito
Depreciação
64
Pelo lado do crédito temos o lançamento do consumo do governo, que terá valor
idêntico ao valor do item consumo do governo da conta governo, conforme mostra
o quadro na sequência referente às contas do governo em uma economia completa.
Débito Crédito
Total: Uso da renda nacional líquida a Total: Renda nacional líquida a custo de
custo de fatores mais transferências fatores mais transferências
65
Débito Crédito
66
Débito Crédito
Exportação de bens e serviços não fatores Importação de bens e serviços não fatores
Débito Crédito
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Sigla Significado
P Produto
I Interno
B Bruto
N Nacional
L Líquido
PM Preços de mercado
CF Custo de fatores
Com relação a esse quadro, é preciso ficar claro duas relações importantes. A
primeira, corresponde à depreciação. Sempre que um indicador destacar o
conceito de bruto, então ele está considerando a depreciação em seu cálculo.
Exemplo: Produto Interno Bruto. Para saber o Produto Interno Líquido, basta
deduzir a Depreciação.
68
69
Seção 2
Contabilidade social e macroeconomia
Para essa análise devemos ter como premissa que o estudo de variáveis
macroeconômicas demanda a condição coeteris paribus, conhecido termo
da economia que deve ser utilizado para analisar variáveis de mercado sem
a influência de outras variáveis, ou seja, mantendo todas as demais variáveis
constantes, sem sofrer alterações.
70
Cabe destacar que o equilíbrio da economia ocorre por meio da interação entre
o mercado de bens e o mercado monetário. Para melhor compreender os efeitos
das políticas públicas e analisar o modelo, precisamos compreender alguns
axiomas relacionados ao mercado de bens, os quais são elencados a seguir:
•• O investimento é endógeno.
•• O consumo é função da renda disponível.
•• Para determinada taxa de juros, a demanda agregada funciona
como função crescente do produto.
71
2.2 Curva IS
De acordo com Blanchard (2007), no curto prazo, a curva IS simplificada é
representada pela equação a seguir:
Em que:
Na sequência, vamos analisar essas variáveis que compõem a equação da curva IS.
2.2.1 Consumo
Na mencionada equação o consumo é uma variável da renda real do trabalhador,
ou seja, um aumento na renda real faz aumentar também, o consumo. O aumento
na renda real pode ocorrer por meio do aumento da própria renda ou pela
redução de impostos.
72
2.2.2 Investimento
Com relação ao investimento, ele também tem relação direta com a renda,
uma vez que a elevação da renda proporciona um aumento dos investimentos,
enquanto, no caso da taxa de juros, a relação é inversa, pois uma redução da
taxa de juros aumentará o investimento. Nesse caso estamos nos referindo,
obviamente, a investimento produtivo e não a mercados financeiros.
I = I (Y, i).
73
2.3 Curva LM
Para fechar nosso modelo de IS-LM, vamos analisar a equação da curva LM
apresentada por Blanchard (2007):
MS = L (Y, i).
Em que:
74
Por sua vez, o aumento da taxa de juros reduz a demanda por moeda, visto que
as pessoas deixam de consumir para realizarem investimentos produtivos ou
financeiros, demandando, assim menos moeda (meios de pagamento).
Cabe destacar que no curto prazo a expansão monetária ocasiona queda na taxa
de juros e a depreciação da moeda. Por sua vez, este movimento gera aumento
na demanda dos produtos e consequente elevação de preços. No médio e longo
prazo a política monetária é neutra, pois as variações no estoque de moeda
provocam aumento proporcional dos preços, o que, em termos reais, deixa
inalterado o produto e o desemprego.
75
76
Seção 3
Matriz insumo-produto
77
Capital I1 X C1 I2 X C2 I3 X C3
Terra R1 X T1 R2 X T2 R3 X T3
Estado E1 E2 E3
Total P1 X A1 P2 X A2 P3 X A3
A título de esclarecimento, cabe informar que “A” representa uma transação entre
setores, em que o número 1 representa o setor agrícola, 2 o setor industrial e
3 o setor de serviços. E que o primeiro número representa o que se vende e o
segundo o que se compra.
Podemos, por exemplo, apresentar a relação do setor agricultura com ele próprio
(A11) ou com o setor indústria (A12), ou seja, o “i” refere-se ao setor da primeira
coluna e o “j” da coluna corresponde à relação estabelecida.
Hoje em dia, essa matriz é considerada um instrumento muito útil para análise
de choques estruturais na economia, assim como para projeções sobre o
comportamento da atividade econômica (FEIJÓ, 2006).
78
Em terceiro lugar, assume-se que a oferta dos fatores de produção seja infinita e
perfeitamente elástica, bem como a utilização desses recursos seja maximizado
durante o processo produtivo.
Desta forma, ao finalizar uma matriz, muitos dos seus coeficientes podem estar
defasados e haveria dúvidas quanto à eficácia do seu uso. Entretanto, no caso
das variáveis se manterem inalteradas, há grande potencial de uso dessa matriz.
79
81
Seção 1
Os primeiros estudos de contabilidade nacional
do Brasil
82
No caso brasileiro, houve a substituição de cinco contas por apenas quatro, sendo
que as atividades do governo não estavam destacadas em conta própria, mas
diluídas nas contas restantes (PAULANI; BRAGA, 2007). Ou seja, apenas as contas
de produção, apropriação, capital e transações correntes foram consideradas.
83
Seção 2
O cálculo do Produto Interno Bruto no Brasil
•• Conta de produção.
•• Conta de apropriação.
•• Conta de governo.
•• Conta de capital.
•• Conta de transações correntes.
Por meio do conjunto dessas cinco contas era possível demonstrar claramente
as atividades econômicas do Brasil, cobrindo as transações realizadas pelos
agentes econômicos, em especial o governo e o comércio exterior.
84
Débitos Créditos
1.1 – PIB a custo de fatores (2.4) 1.4 – Consumo final das famílias (2.1)
1.1.2 – Excedente operacional bruto (2.4.2) 1.6 – Formação bruta de capital fixo (3.1)
Débitos Créditos
2.1 – Consumo final das famílias (1.4) 2.4 – PIB a custo de fatores
2.2 – Consumo final da administração 2.4.1 – Remuneração dos empregados (1.1.1)
pública (1.5)
2.3 – Poupança bruta (3.3) 2.4.2 – Excedente operacional bruto (1.1.2)
2.5 – Remuneração de empregados, líquida,
recebida do resto do mundo (4.2 – 4.6)
2.6 – Outros rendimentos líquidos, recebidos do
resto do mundo (4.3 – 4.7)
2.7 – Tributos indiretos (1.2)
2.8 – Menos: Subsídios (1.3)
2.9 – Transferências unilaterais, líquidas, recebidas
do resto do mundo (4.4 – 4.8)
Utilização da renda nacional Apropriação da renda nacional disponível
disponível bruta bruta
85
Débitos Créditos
3.1.3– Outros
86
Débitos Créditos
4.1 – Exportação *FOB de bens e serviços 4.5 – Importação FOB de bens e serviços
(1.8) (1.9)
4.3 – Outros rendimentos recebidos do resto 4.7 – Outros rendimentos pagos ao resto do
do mundo (2.6 + 4.7) mundo (4.3 – 2.6)
*FOB – É um conceito de comércio internacional, no qual o comprador assume os riscos e custos com a logística da
mercadoria, sendo o vendedor obrigado a transportar a mercadoria até o porto escolhido pelo comprador.
Fonte: Adaptação de Rossetti (1992).
Por exemplo, a primeira conta, do PIB, tem uma alteração com relação ao
lançamento das importações, que são lançadas como débito na conta de crédito,
visando a manter o equilíbrio interno da conta, em razão existência da oferta total
de bens e serviços (ROSSETTI, 1992).
87
Cabe apenas uma ressalva quanto à soma das contas de remuneração líquida
dos empregados recebida do resto do mundo e outros rendimentos líquidos
também recebidos do resto do mundo, que nos fornece a geração de renda de
residentes e fatores de produção de residentes no exterior: no caso brasileiro,
que é importador de capital, a soma dessas contas será negativa (PAULANI;
BRAGA, 2007).
88
Ao lançar como saldo, que pode ser tanto negativo quanto positivo, fica garantido
o equilíbrio interno das contas do SCN brasileiro. Em caso de déficit, essa conta
deve ser lançada com sinal negativo. Assim, a estrutura de contas se apresenta
de forma mais intuitiva para a metodologia utilizada pelo Brasil. Se houver
superávit, obviamente, deve ser lançada com o sinal positivo (ROSSETTI, 1992).
Também há uma consideração a ser feita com relação à rubrica de renda líquida
enviada ao exterior, sendo que pagamentos e recebimentos de todas as montas
estão lançados nas contas de crédito e débito, respectivamente.
89
Débitos Créditos
Transferências ao exterior
Esta conta não tem qualquer relação contábil com as demais contas do sistema
nacional, ou seja, não há qualquer necessidade de garantir o equilíbrio externo com
as demais contas, visto que esta é uma conta auxiliar e tem as rubricas detalhadas.
90
91
De uma forma geral, essa conta complementar é utilizada pelo governo federal
para acompanhar suas metas fiscais, o pagamento de juros e o grau de
dependência das esferas municipais e estaduais relativas à necessidade de
transferências do governo federal (NOGAMI, 2012).
Até 1986, quando a FGV era responsável pela elaboração das contas nacionais
e a estrutura utilizada muito se assemelhava ao padrão estabelecido pela ONU.
Entretanto, quando o IBGE assume a responsabilidade, as contas nacionais do
Brasil ganham um novo formato, sendo que entre 1986 e 1996 esse Instituto
adotou a mesma estrutura em utilizada pela FGV. Contudo, entre 1996 e 1998
iniciou um processo de pesquisa e reformulação das contas, concebendo um
modelo que está em vigência até hoje, o qual passou a ser implementado em
1997 e teve sua finalização metodológica e prática em 1998.
92
93
Esse texto reafirma a alteração dos termos de crédito e débito para recursos ou usos.
Seção 3
Contas econômicas integradas
94
X Produção
X Imposto de importação
Consumo intermediário X
Consumo final X
Variação de estoques X
Total
Produção X
X Consumo intermediário
95
Subsídios à produção X
Cabe destacar que as três macrocontas presentes nos quadros Produto Interno
Bruto, Excedente Operacional Bruto e Renda Nacional Bruta Excedente estão
relacionadas com a forma como a renda nacional de uma economia é consumida,
tendo por princípio mensurar a renda nacional a partir do valor do PIB, com o
diferencial de explicar a renda por meio das variáveis de consumo e poupança.
96
X Consumo final
X Poupança bruta
Pela lógica, sabemos que o que não é consumido é poupado e assim encerramos
a sequência de contas referentes à renda, sendo que ela especifica a forma como
a renda bruta foi alocada entre o consumo e a formação de poupança bruta.
3.4 O investimento
Por identidade, sabemos que a poupança é necessária ao investimento de
uma economia. Sem poupança, não há como viabilizar investimentos. Então,
precisamos também quantificar a necessidade de financiamento.
97
Poupança bruta X
X Variação de estoques
X Necessidade de financiamento
Essa conta de transações com o resto do mundo tem como função registrar as
operações correntes com economias internacionais. Seu objetivo é registrar o
resultado final das operações e, em especial, informar se o país foi importador ou
exportar de líquido de capitais.
98
A combinação entre CIE e TRU propicia, por exemplo, que um analista mensure
o PIB brasileiro por meio das óticas da renda dispêndio e valor adicionado, além
de fornecer ricas informações sobre as atividades das três esferas do governo e o
relacionamento entre elas, conforme estudaremos na sequência.
Seção 4
Tabela de recursos e usos do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística
99
Para fins de cálculo da tabela de recursos e usos, devemos considerar que uma
unidade produtiva corresponde ao espaço físico onde se realiza uma atividade
econômica, seja ela a produção de um bem ou o fornecimento de um serviço.
Esta definição pode parecer lógica, mas há um ponto muito importante que
precisa ser destacado. Quando falamos em unidades de produção, podemos
incluir nessas unidades diferentes atividades desempenhas por uma mesma
empresa, ou seja, uma empresa pode ao mesmo tempo ser responsável pela
produção de um produto, pela sua embalagem e pelo seu transporte.
Vamos imaginar, por exemplo, uma empresa que produza roupas. Nesse caso, o
produto “roupa” deve ser mensurado no setor de vestuário, enquanto o produto
embalagens no setor de embalagens e os transportes no setor de logística.
Segundo o IBGE (2008, p. 27),
Cabe destacar que a tabela de usos e recursos do IBGE é composta por seis
quadrantes que consolidam informações sobre importantes variáveis nas contas
do cálculo do PIB, sendo elas: oferta, que é duplicado, produção, importação,
consumo intermediário e demanda final. Por sua vez, esses quadrantes são
subdivididos conforme mostra a figura na sequência, IBGE (2008, p. 25).
100
A = A1 + A2
A = B1 + B2
Dessa forma, temos duas diferentes margens. Uma para o comércio, que
corresponde ao valor adicionado ao produto para venda ao consumidor final, e
101
102
(a) As importações de bens, detalhadas por produtos, são avaliadas a preços CIF.
(f) Esses serviços são registrados na linha do ajustamento CIF/FOB, de forma que
os totais da linha e da coluna de ajustamento são iguais a zero.
103
Por sua vez, a Tabela II, de usos de bens e serviços, disposta na parte inferior da
figura recursos e usos nos fornece os indicadores de equilíbrio entre a oferta e
demanda, além da estrutura de custos por atividade econômica, detalhadas de
acordo com o setor e produto.
Por fim, temos o último quadrante (C), que nos fornece os custos de produção
incorridos durante o processo produtivo, em especial a remuneração dos
empregados e todos os impostos aplicados durante tal processo, extinguindo-se
os impostos aplicados no produto ao consumidor final. Essa conta é finalizada
com a apresentação do rendimento misto bruto e do excedente operacional bruto.
104
contabilidade_social.indb 105
Oferta de bens e serviços
Total de
Descrição do produto Oferta total Outros imp-
Margem de Margem de Imposto de impostos Oferta total a
a preço de IPI ICMS ostos menos
comércio transporte importação líquidos de preço básico
consumidor subsídios
subsídios
Contabilidade Social
Indústria de transformação 2.688.252 433.563 43.584 15.659 27.719 140.514 72.872 256.765 1.954.341
Ajuste CIF/FOB 0 0 0 0 0 0 0 0 0
105
Total 6.286.613 0 0 15.817 27.719 226.902 174.587 445.026 5.841.588
02/10/14 15:24
Capítulo 3
106
contabilidade_social.indb 107
Consumo intermediário das atividades
Produção Interme-
e distri- diação Administra-
Trans-
buição de financeira, Atividades ção, saúde
Descrição do produto Agro- Indústria Con- porte,
Indústria eletricidade Comér- Serviços de seguros e imobil- Outros e educação Total do
de trans- strução armaze-
pecuária extrativa e gás, água, cio informação previdência iárias e serviços públicas e produto
formação civil namento e
esgoto e complemen- aluguéis seguridade
Contabilidade Social
correios
limpeza tar e serviços social
urbana relacionados
Agropecuária 26.639 0 166.855 0 0 0 0 0 0 0 3.575 675 197.744
Indústria extrativa 2.063 8.816 104.421 7.207 5.678 0 0 0 0 0 62 51 128.298
Indústria de 82.153 22.985 728.268 15.741 112.153 33.821 74.834 18.304 11.355 3.184 140.993 45.206 1.288.997
transformação
Produção e distribuição 1.595 3.547 42.260 42.850 618 10.286 3.666 2.894 2.192 374 17.275 15.642 143.199
de eletricidade e gás,
água, esgoto e limpeza
urbana
Construção civil 0 2.100 2.222 19 6.389 278 31 1.090 1.683 6.570 3.734 19.067 43.183
Comércio 0 0 5.432 0 66 9.040 0 0 0 0 15 0 14.553
Transporte, 3.590 13.277 48.536 3.400 1.686 24.640 24.467 4.966 2.731 425 10.772 4.882 143.372
armazenamento e
correios
Serviços de informação 756 3.578 17.102 2.350 673 6.862 3.253 38.756 18.944 749 47.623 39.229 179.875
Intermediação 2.168 3.225 59.983 2.421 3.383 13.371 8.873 7.722 43.260 2.130 8.840 37.876 193.252
financeira, seguros
e previdência
complementar e
serviços relacionados
Atividades imobiliárias e 167 11.347 10.023 762 1.111 15.030 2.775 7.107 2.095 1.315 11.702 13.265 76.699
aluguéis
Outros serviços 84 10.684 43.422 9.332 6.753 30.828 18.770 25.986 26.458 5.214 46.168 53.491 277.190
Administração, saúde 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
e educação públicas e
107
seguridade social
Total 119.215 79.559 1.228.524 84.082 138.510 144.156 136.669 106.825 108.718 19.961 290.759 229.384 2.686.362
02/10/14 15:24
Capítulo 3
A tabela anterior mostra qual o consumo intermediário das atividades, ou seja, qual
foi o dispêndio por setor para seu processo produtivo. Ainda no que diz respeito
à Tabela II, ela nos fornece o relacionamento e equilíbrio entre a oferta e demanda,
de acordo com os setores da economia, além da estrutura de custos por atividade
econômica, também por setor e produto, conforme mostra a próxima figura.
Por sua vez, também temos a demanda final dos produtos resultantes do
processo produtivo, que também são descritos pela tabela de usos e recursos.
108
contabilidade_social.indb 109
Oferta de bens e serviços
109
Total 303.130 52.523 687.001 39.229 1.940.522 585.317 -7.471 3.600.251 6.286.613
02/10/14 15:24
Capítulo 3
A Tabela II também nos fornece a demanda final pelo produto, incluindo a parte
referente ao comércio exterior, a parte referente ao consumo das famílias, a formação
bruta de capital fixo e a variação de estoques, todos esses indicadores importantes e
estratégicos, que também são mensurados pela conta econômica integrada.
Por fim, cabe destacar que a tabela de usos e recursos não substitui, de
maneira alguma, o sistema de contas nacionais, sendo apenas um instrumento
complementar para auxiliar os formuladores de políticas econômicas.
110
Balanço de pagamentos
111
Seção 1
O balanço de pagamentos
Por essa razão, não é possível mensurarmos o produto em uma economia sem
considerar a produção em outros países do globo. Assim, da mesma forma
que as transações comerciais entre países constituem importante variável de
análise, o relacionamento financeiro entre eles também deve ser analisado com
maior nível de detalhes, principalmente por questões de nível de poupança e, por
identidade, do investimento.
112
113
Seção 2
Estrutura do balanço de pagamentos
Única exceção para esse terceiro caso são as embaixadas e consulados do país
residente nos demais países. Por exemplo: a embaixada do Brasil em qualquer
país é considerada residente do Brasil. No mesmo sentido, pessoas em viagem
de turismo ou negócios a outros países são considerados residentes do Brasil.
114
115
Podemos notar que, por meio do quadro a seguir, o balanço de pagamentos tem
uma estrutura muito robusta e detalhada com relação às transações econômicas
com o resto do mundo. Notamos também que ele mantém mesmo princípio das
partidas dobradas.
116
Balanço pagamentos
1. Balança comercial
1.1 Exportações
1.2 Importações
2. Balança de serviços
2.5 Diversos
3. Transferências unilaterais
5. Movimento de capitais
5.2 Reinvestimentos
6. Erros e omissões
117
Como visto, o saldo da balança comercial é dado pelo valor das exportações
menos o valor das importações, porém vale lembrar que ambos são
contabilizados pelo conceito FOB, pois despesas com transporte e seguro se
constituem um serviço, não uma mercadoria.
No caso brasileiro, a balança comercial é uma conta importante, pois ela pode
definir se o país será ou não superavitário em suas contas, uma vez que o
superávit pode compensar eventuais déficits nas demais contas do balanço.
118
Entretanto, Paulani e Braga fazem (2007, p. 135) uma relevante observação sobre
a balança de serviços:
119
No mesmo sentido que nas demais contas, o resultado nos permite conhecer
o saldo final em transações correntes. Quando o recebimento de recursos é
superior ao envio, nós temos um superávit, caso contrário, seguindo sempre a
mesma lógica, teremos um déficit.
120
1. Investimentos diretos;
2. Reinvestimentos;
3. Empréstimos e financiamentos;
4. Amortizações de empréstimos;
5. Capitais de curto prazo;
6. Empréstimos de regularização;
7. Outros capitais.
121
estrangeira via compra das ações, de maneira que o parque produtivo tão
somente muda seu detentor legal. Já o IDE greenfield é um investimento novo,
no qual uma organização estrangeira ingressa no país com capital e constrói um
parque produtivo do zero.
A decisão de uma empresa sobre o investir ou não em países está muito mais
vinculada à estratégia multinacional e organização industrial que a questões de
comércio internacional.
122
Cabe destacar que são três os fatores determinantes para o IDE: busca de
mercado, busca de recursos naturais e busca de eficiências. A busca de mercado
determina um investimento a partir do momento em que se percebe que há
uma demanda local que justifique o investimento, uma vez que os custos com
o comércio internacional será abandonado, tornando mais viável a produção
local. Esse fator determinante é semelhantemente à busca por recursos naturais
e matéria-prima, pois o IDE pode reduzir substancialmente os custos com
aquisição e logística de insumos produtivos.
No que se refere à busca por eficiência, ela está relacionada à lógica econômica
de vantagem absoluta e vantagens comparativas, ou seja, sobre a maior
eficiência de um país para produzir determinado produto de acordo com um
conjunto de fatores locacionais, pela disponibilidade de recursos e de uma
estrutura de apoio já existente.
Há, ainda, outro fator determinante do IDE: o ambiente institucional, que pode ser
considerado uma vantagem locacional. Essa abordagem institucional considera o
ambiente formado pelas instituições como uma vantagem locacional e, portanto,
deverá constituir-se em uma peça central na explicação dos fluxos de IDE. Esse
ambiente institucional inclui:
123
2.2.5.2 Reinvestimento
A rubrica de reinvestimento consolida todo capital de empresas multinacionais
que, ao invés de retornar ao país de origem sob a forma de remessa de lucro,
permanecem na economia interna em forma de investimento das operações da
empresa. Ou seja, há um reinvestimento, visto que o IDE se refere à primeira
rodada de investimentos.
124
Esse capital de curto prazo, da mesma forma que o cheque especial, pode
comprometer a renda de uma pessoa, pode ter efeitos nefastos na economia
caso a conjuntura em que o país se encontrava no momento da contratação da
dívida não melhore e o país seja obrigado a rolar a dívida.
125
Paulani e Braga (2007, p. 141) resumem muito bem qual é o resultado final das
operações descritas no balanço de pagamentos. Segundo as autoras,
126
Cabe destacar que, caso o país seja deficitário, ele tem a opção de recorrer aos
empréstimos, ao capital de curto prazo ou, em um movimento mais extremo, ao FMI.
Desse modo, caso o país seja superavitário, a conta variações nas reservas deve
ser lançada a débito, com sinal negativo, uma vez que o equilíbrio interno deve
ser mantido, zerando o balanço de pagamentos. No mesmo sentido, um déficit
no balanço de pagamentos deve ter um valor correspondente a crédito nas
variações de reserva, com sinal positivo.
Segundo Passos e Nogami (2001, p. 440), as medidas mais comuns para atração
de capital e compor as reservas, são:
127
No ano de 1994, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo como forma de controle
inflacionário, uma vez que, associada à abertura do mercado, tal regime colocava
os bens produzidos internamente em concorrência direta contra os produtos
de outros países, onde prevaleceria o preço do produto mais barato, contendo
qualquer pressão inflacionária decorrente do aumento dos custos no Brasil.
O Brasil, por ser um país emergente, poucos anos após o início do processo de
estabilização econômica, sofreu diretamente com os efeitos das crises anteriores,
uma vez que não havia grandes discrepâncias na política macroeconômica que
pudessem levar os investidores internacionais a tomar alguma atitude avessa ao
risco. Segundo o Boletim do Dieese de 1998, ano da crise que afetou Rússia e
Tigres Asiáticos:
128
públicas. Tal empréstimo era necessário, pois seria impossível manter o câmbio
valorizado tendo déficit nas contas externas e altas taxas de juros.
A previdência social também precisava ter suas contas ajustadas. Assim, foi
criada uma cota de contribuição de 11% para funcionários públicos inativos
e aposentados, além de uma taxação maior para aqueles contribuintes que
ganhassem mais de R$ 1.200,00 na época. Essas medidas gerariam receita de R$
4,4 bilhões para o governo.
Esse exemplo deixa evidente a relação que o Brasil teve com FMI no final da
década de 1990 e demonstra, principalmente, a importância das reservas
internacionais de um país para contornar uma crise econômica sem alterar
profundamente sua política cambial, além, ainda, da necessidade dessas reservas
para garantir a operacionalização do balanço de pagamentos.
129
Expandindo, temos:
Essa conta é necessária para assumirmos nossa última prova real do balanço de
pagamentos, uma vez que, se somarmos o saldo do movimento de capitais ao
saldo do balanço de pagamentos em transações correntes e a conta de erros
e omissões, teremos então o saldo total do balanço de pagamentos. A conta
de variação de reservas, nesse caso, deve demonstrar o mesmo resultado para
garantir o equilíbrio final do balanço de pagamentos.
130
As empresas com sede nos países desenvolvidos são responsáveis pela maior
parte do investimento direto externo no mundo. Em grande parte, tais empresas
buscam mercados ainda inexplorados com grande expectativa de rentabilidade.
Elas buscam, também, espaços regionais que possam apresentar alguma
vantagem comparativa, seja para a produção destinada ao mercado interno ou
externo, além de facilidades fiscais concedidas por alguns governos.
Por outro lado, temos a conta de capital, referente à questão da dívida pública,
que tem início com o déficit orçamentário, ou seja, quando os gastos do governo
excedem sua receita fiscal. Nesse caso, quando uma administração se depara
com um déficit orçamentário, surge um questionamento.
131
Vale ressaltar que todo Estado está alicerçado sobre uma receita orçamentária
originada de uma carga tributária, a qual é extraída de seus residentes e de
transações econômicas com o resto do mundo. São diversas as maneiras
pelas quais o Estado arrecada sua receita, sendo a principal delas a tributação
incidente sobre a renda de seus residentes e as tarifas e alíquotas que incidem
sobre as exportações.
Nesse contexto surge o orçamento fiscal, que mostra a relação entre a receita
tributária arrecadada pelo governo e as suas respectivas despesas, sendo
caracterizado superávit fiscal ou orçamentário, quando o governo arrecada mais
do que o montante destinado às suas despesas, e déficit fiscal ou orçamentário
quando ocorre o oposto.
Essa redução de valor nos fundos diminui também o nível geral de investimentos
das empresas, em especial as multinacionais, pois a poupança nacional que é a
132
Nesse sentido, todo governo, que se encontra obtendo déficits fiscais, luta
para a sua extinção. A maneira mais comum e mais adotada para alcançar esse
objetivo é a contenção de despesas e o aumento da carga tributária, medidas
que incorrem também em restrições para o crescimento econômico, mas que não
cabem ser discutidas neste momento.
A escolha entre essas três opções não é fácil, porém, a solução de reduzir a
dívida pública se torna uma alternativa mais sustentável a longo prazo, apesar de
apresentar prós e contras.
133
Frente a esse contexto surge a seguinte indagação: Será justo utilizar o superávit
atual para reduzir a dívida pública e proteger as futuras gerações de tributos
intensos, em vez de devolvê-lo à população atual – sua fonte, sob a forma de
redução de tributos ou assistências públicas como educação, saúde, lazer, etc.?
Uma das formas mais democráticas de darmos fim a essa indagação é a consulta
popular, pois é a geração atual quem contribui e origina os superávits. Assim,
nada mais justo que a mesma decidir como utilizá-lo, sendo para reduzir a dívida
pública ou para reduzir a carga tributária que incide sobre suas rendas.
134
que, convertida em dólares, era muito superior à obtida a partir das reservas em
bancos no exterior.
Seção 3
Convergência entre contabilidade social e
balanço de pagamentos
135
Balanço de pagamentos
1. Balança comercial
Exportações: Crédito
Importações: Débito
2. Balança de serviços
3. Transferências unilaterais
5. Movimento de capitais
8. Variação de reservas
136
à vista e parte a prazo, teríamos uma situação com dois lançamentos. Um, na
variação de reservas e outros na rubrica de empréstimos e financiamentos.
Nesse sentido, supondo que a referida operação seja 50% à vista e 50% a prazo,
teríamos então US$ 2,5 milhões lançados na variação de reservas e outros US$ 2,5
milhões lançados a débito, na saída de recursos, pois configura um empréstimo.
137
138
Por fim, em nosso exemplo, temos um empréstimo que deve ser contabilizado
com um lançamento a débito na conta de variação de reservas no valor de US$ 3
milhões e uma contrapartida a crédito de mesmo valor na rubrica de empréstimos
e financiamentos.
139
Balanço de pagamentos
2.5 Diversos
3. Transferências unilaterais: + $ 1
5.2 Reinvestimentos: + $ 4
6. Erros e omissões
140
141
Por exemplo, R$ 3,00 = US$ 1,00 com uma desvalorização da taxa de câmbio,
R$ 3,50 = US$ 1,00, fazendo com que o residente receba uma quantia superior
ao esperado, ao contrário de uma valorização, em que o residente receberia
menos R$ 2,50 = US$ 1,00.
E = e(P*/P).
Em que:
142
O regime de bandas A política cambial tem como objetivo garantir uma taxa
cambiais é um sistema nominal e real de câmbio dentro das bandas cambiais
econômico utilizado
por Bancos Centrais
definidas pelo governo, tendo assim impacto direto nas
para estabelecer contas do balanço de pagamentos, uma vez que esse
uma faixa de preço balanço também contabiliza as transações feitas com
onde o câmbio flutue
o exterior. Para fins de política econômica, a taxa real
livremente, sem
intervenção do governo. de câmbio tem maior importância, a qual depende da
diferença entre a inflação interna e externa.
143
144
145
1. Desvalorização cambial.
2. Elevação das tarifas de importação.
3. Estabelecimento de cotas de importação.
4. Concessão de subsídios às exportações.
5. Imposição de restrições à saída de capitais e à remessa de recursos
ao exterior.
6. Redução no nível de atividade da economia.
7. Elevação da taxa interna de juros.
No que diz respeito à elevação das tarifas de importação, no curto prazo restringe
as importações e com isso reduz o grau da abertura comercial. Já o
estabelecimento de cotas para importação limita a quantidade para a entrada de
produtos estrangeiros no país.
Por fim, a elevação na taxa interna de juros, que tem como objetivo captar
capitais de curto prazo no mercado financeiro externo, eleva o saldo de capitais
no curto prazo.
146
Seção 4
O balanço de pagamentos no Brasil
147
1. Balanço comercial
Exportação
Importação
2. Serviços rendas
Serviços
Viagens
Transportes
Seguros
Serviços governamentais
Royalties e licenças
Construção
Comunicações
Serviços diversos
Rendas
Salários e ordenados
Donativos de bens
Conta capital
148
Conta financeira
Investimento direto
Investimento em carteira
Renda fixa
Renda variável
Derivativos
Swap
Opções
Futuro
Outros investimentos
Moeda e depósito
Atrasados
Outros investimentos
6. Erros e omissões
149
150
A soma do saldo final dessas duas grandes contas nos fornece o resultado final
do balanço de pagamentos.
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CONTA CAPITAL E FINANCEIRA 8004 5111 -7523 -9464 16299 89086 29352 71301 99912 112381 70010 73778
152
Conta capital 433 498 372 663 869 756 1055 1129 1119 1573 -1877 1194
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Conta financeira 7571 4613 -7895 -10127 15430 88330 28297 70172 98793 110808 71886 72583
Investimento direto 14108 9894 8339 12550 -9380 27518 24601 36033 36919 67689 68093 67541
Investimento brasileiro direto -2482 -249 -9807 -2517 -28202 -7067 -20457 10084 -11588 1029 2821 3496
Discriminação 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
contabilidade_social.indb 153
Participação no capital -2402 -62 -6640 -2695 -23413 -10091 -13859 -4545 -26782 -19533 -7555 -14760
Empréstimo intercompanhia -81 -187 -3167 178 -4789 3025 -6598 14629 15195 20562 10377 18256
Investimento estrangeiro direto 16590 10144 18146 15066 18822 34585 45058 25949 48506 66660 65272 64045
Contabilidade Social
Participação no capital 17118 9320 18570 15045 15373 26074 30064 19906 40117 54782 52838 41644
Empréstimo intercompanhia -528 823 -424 21 3450 8510 14994 6042 8390 11878 12434 22401
Investimentos em carteira -5119 5308 -4750 4885 9081 48390 1133 50283 63011 35311 8770 25830
Investimento brasileiro em carteira -321 179 -755 -1771 6 286 1900 4125 -4784 16858 -7764 -8913
Ações de companhias estrangeiras -389 -258 -121 -831 -915 -1413 257 2582 6211 8801 -2275 -1462
Títulos de renda fixa 67 437 -633 -940 921 1699 1643 1542 -10995 8057 -5489 -7451
Investimento estrangeiro em carteira -4797 5129 -3996 6655 9076 48104 -767 46159 67795 18453 16534 34742
Ações de companhias brasileiras 1981 2973 2081 6451 7716 26217 -7565 37071 37671 7174 5600 11635
Títulos de renda fixa -6778 2156 -6076 204 1360 21887 6798 9087 30124 11278 10934 23107
Derivativos -356 -151 -677 -40 41 -710 -312 156 -112 3 25 110
Ativos 933 683 467 508 482 88 298 322 133 252 150 382
Passivos -1289 -834 -1145 -548 -441 -799 -610 -166 -245 -249 -125 -271
Outros investimentos -1062 -10438 -10806 -27521 15688 13131 2875 -16300 -1024 7805 -5001 -20898
Outros investimentos brasileiros -3211 -9752 -2085 -5035 -8416 -18552 -5269 -30376 -42567 -39005 -24550 -40550
Outros investimentos estrangeiros 2150 -686 -8721 -22486 24104 31683 8143 14076 41543 46810 19549 19652
ERROS E OMISSÕES -66 -793 -1912 -201 628 -3152 1809 -347 -3538 -1271 3138 1670
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RESULTADO DO BALANÇO 302 8496 2244 4319 30569 87484 2969 46651 49101 58637 18900 -5926
02/10/14 15:24
Capítulo 4
Balanço de pagamentos
US$ milhões
Discriminação 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Haveres da -302 -8496 -2244 -4319 -30569 -87484 -2969 -46651 -49101 -58637 -18900 5926
autoridade
monetária ou
variação de
reservas
154
Por fim, cabe destacar que o balanço de pagamento é um dos mais importantes
instrumentos de gestão de política econômica de um país, não havendo
possibilidade de uma economia nacional proporcionar mais competitividade de
suas empresas sem antes estabelecer uma política, em especial cambial, voltada
à promoção do produto interno no exterior.
155
Caro(a) estudante,
Assim, fazer projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB), consumo interno, nível
de investimentos, taxa de câmbio, inflação é uma das principais competências
do profissional em economia, o que faz a contabilidade social ser um tema
fundamental para sua formação profissional, sendo sua plena assimilação fator de
destaque no mercado de trabalho.
Diante desse contexto, por meio da estrutura que foi organizado esse livro
didático, você percebeu que a “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”,
de Keynes, lançou os agregados macroeconômicos fundamentais para análise
e mensuração de uma economia, pelos quais a contabilidade social lança suas
bases, revelando a existência de importantes identidades e sua relação com os
agregados macroeconômicos.
Analisou as três óticas que permeiam a base de cálculo do PIB e que, por meio
delas, é possível igualmente mensurar o produto e, obrigatoriamente, elas devem
fornecer o mesmo valor de produto, independente da ótica utilizada.
157
No decorrer dos estudos foi abordado o fluxo circular da renda, que é baseado
nas transações monetárias que envolvem produtos e, ao contrário do mercado
de bens, o dinheiro tem livre circulação, pois, além de remunerar os fatores de
produção, ele é utilizado pelas famílias no momento do consumo dos bens e
serviços produzidos.
Por fim, você estudou que o balanço de pagamentos permite registrar todas as
transações de uma economia nacional com o restante do mundo que, de forma
geral, são constituídas por residentes que se relacionam com não residentes.
158
159
PAULANI, Leda Maria; BRAGA, Márcio Bobik. A nova contabilidade social: uma
introdução à macroeconomia. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007.
ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade social. 7. ed. rev. e atual. São Paulo:
Atlas, 1992.
160
161
Contabilidade
análise da estrutura das contas nacionais, o
estudante, futuro profissional no mercado, obterá
Contabilidade Social
um diferencial competitivo e estratégico, que
permitirá antecipar movimentos da economia, em
Social
especial por parte do governo e de grandes
empresas, garantindo sempre a melhor alocação
dos recursos disponíveis, seja em
organizações públicas, seja em
organizações privadas.
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