Você está na página 1de 25

UFF- Universidade Federal Fluminense

Pólo Universitário de Campos dos Goytacazes

TURMA; 8° Período

SERVIÇO SOCIAL

DISCENTES: DOCENTE: Hélio Coelho

Ceziane Senna; Danieli Chaves

Clarissa Cruz; Gerusa Manhães

Lidiana Silva; Mariana Menezes

Thais Justo.

Uma analise do titulo II da constituição federal do Brasil; das garantias e


deveres fundamentais.

A Principio a república federativa a qual estamos submetidos tem como


primordial a dignidade da pessoa humana, e dessa forma vamos fazer uma
analise dos direitos fundamentais do homem que esta na lei maior do país a
constituição da republica Federativa do Brasil que foi constituída no ano de
1988, após a abertura política; pois o país nesse momento esta saindo do
regime militar e opressor.

É preciso que situe-se na história para saber o porque do texto da constituição;


o Brasil esta em meio a turbulência do capital na década de 80, dita como a
década perdida para nós, porém de grande avanço para as conquista sociais
tal como a constituição. Em seu perambulo ela mostra sua importância com o
povo, sendo esta a representante dos direitos e deveres da sociedade
Brasileira. Ainda buscando um afastamento do estado das relações particulares

Capitulo I dos direitos individuais e coletivos;

artigo 5° com 78 incisos e 4 parágrafos. Em seu caput o texto diz a respeito


para quem se destina os direito e como devem ser tratados; e aborda a
questão do estrangeiro residente no Brasil, mas não só os estrangeiros
residentes, mais os de passagem também tem diversos direitos amparados
pela constituição federativa brasileira.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

Os incisos iniciais reafirma a questão da igualdade entre homens e mulheres


vetando a descriminalização por gênero. das obrigações na forma da lei, não
se impondo obrigações, que não seja por meio de uma lei. E sobre a República
Federativa que tem por fundamento a dignidade da pessoa humana sendo
inadmissível pratica de tortura - para extrair informações- ou tratamento
degradante e/ou desumano, sendo isso resultado do processo histórico recente
do país, que viveu 20 anos numa ditadura militar.

O Inciso IV Manifestação do pensamento, decorrido da história por um período


de extrema censura, porém não é absoluto (na verdade não há direito absoluto,
pois um direito pode ser submisso ao outro, assim há uma harmonia entre os
direitos quando não é possível ai sim há uma hierarquização sobrevalecendo
de acordo com o interesse.) porque por vezes demonstra abuso, sendo então
de inteira responsabilidade do autor, tanto no direito civil, como no direito
fundamental. O que nos leva ao inciso V direito de resposta do ofendido
proporcional ao agravo da ação do outro, por danos materiais, morais e a
imagem. Sendo dado esse o direito de resposta.

Inciso VI garante na forma da lei, os locais de cultos religiosos(porém, ainda


não foi elaborado nenhuma lei a respeito) dessa forma o estado é considerado
laico, leigo não podendo favorecer, adotar, nem prejudicar nenhuma religião.
Contudo observamos que é assegurada no inciso VII aos presidiários e aos
militares a assistência religiosa. Havendo regulamentação através da lei
6.923/81 e aos presídios a LEP- lei de execuções penais é quem regulamenta.
Tais leis antecedem a constituição, porém sendo expecionada pela CRFB/88.

Dessa forma o inciso VIII não e permite que o individuo se eximir de suas
obrigações por causa da religião. Como se estabelece na constituição Federal
artigo 143 serviço militar é obrigatório para o homem na forma da lei, Parágrafo
1° por imperativo de crença, objeção das atividades militares em tempo de paz,
fazer, prestar serviço alternativo e se negar a ambos o jovem pode ser privado
dos direitos como o disposto no artigo 15...inciso IV cassação dos direitos
políticos.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou Suspensão só


se dará nos casos de

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos


termos do art. 5º, VIII;

Inciso IX liberdade de expressão, manifestação livre de opinião, idéias, não


admite censura ou licença, é um conceito básico de democracia ( o legislador
viveu um período que a musica, novelas, filmes era censurado e assim quis
deixar claro que isso não mais se repetiria.). Mas o respeito da dignidade
humana, valores d a família, é imposto limite a programação de rádios e
televisão. Como pode observar no artigo 221/CF inciso IV o que mostra a
prevalência do direito, liberdade de expressão, dignidade humana e valores da
família

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão


atenderão aos seguintes princípios

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Inciso X garante 4 direitos

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

o STJ-supremo tribunal de justiça, sumula 403 independe da prova de prejuízo


a indenização não autorizada pela publicação não autorizada da imagem de
pessoas com fins econômicos ou comerciais.
Inciso XI o espaço privado é protegido pela CF/88 diante a invasão de terceiro.
Só pode adentrar diante: flagrante delito, desastre, prestação de socorro fora
isso só diante mandato judicial durante o dia.

Inciso XII a violação de documentos, chamada telefônicas, correspondências,


só é permitido diante ordem judicial ou instrução processual ou penal, nas
hipóteses em que a lei estabelecer fora isso é inviolável qualquer medida que
interfira a privacidade de alguém.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Inciso XIV acesso a informação, e sigilo da fonte quando necessário a


profissão é resguardado.

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

Da reunião e associação

Inciso XVI o direito do homem se reunir é fundamental, desde que não frustrem
outra reunião para o mesmo local, com prévio aviso as autoridades
competentes, não exigindo autorização oficial o inciso seguinte garante o
direito de liberdade de associação para fins lícitos vedado de caráter paramilitar
(farques, milícias). Em que uma associação consiste em uma união de pessoas
não havendo restrições de um número mínimo para sua configuração havendo
também um caráter de permanência. O direito de associações esta em vários
tratados internacionais, principalmente nos tratados voltado para o trabalho
como na OIT, que defende os direitos dos trabalhadores de constituir
organizações e negociar coletivamente tendo assim mais forças.

O que para constituir uma associação não precisa de uma autorização do


estado. E já para sua dissolução ou suspensão das atividades depende de do
transito e julgado (quando não cabe mais recurso) a lei ainda garante a
liberdade do individuo se associar, e sair quando quiser.
E na forma da lei as entidades associativas tem liberdade para representa seus
associados judicial ou extrajudicial diante de assuntos relacionado a sua
função/existência.

Propriedade, direito penal e herança

Inciso XXII; e inciso XXIII, aborda o direito da propriedade que surgiu como
uma instituição puramente individualista; interesse privado no caso do direito
civil.

Surgiu no modo de produção capitalista em sua forma mais liberal, em qual


dizia que a propriedade tinha caráter absoluto e perpétuo, contudo a
constituição defende a propriedade mais impõe algumas restrições, no caso
que ela esteja desempenha sua função social, não sendo mero interesse
individual, mas em função da ordem econômica, sendo exercida de acordo com
o interesse coletivo cumprindo valores e princípios constitucionais. O que
relaxa o caráter absoluto pois condiciona o fluxo de ocupação, o uso da
mesma, e há possibilidade de modificação e mesmo de alienação, seja no
direito privado -de vizinhança-, ou direito publico –em caso de tombamento- se
submetendo a vários probabilidade de desocupação.

Inciso XXIV desapropriação (transferência compulsória do particular para o


público, sempre com interesse coletivo) que veio para substituir o confisco
particular que era usado nos engenho mornaquicos (tomada da propriedade
sem nenhuma indenização) e a desapropriação é justa e prévia, pois não é um
ato ilícito,, só se admitindo em pró da necessidade publica como uma
calamidade natural; ou utilidade publica no caso de um bem coletivo,
desenvolvimento econômico da região, e interesse social que é uma inovação
da constituição federa de 1988, podendo ser afim da reforma agrária ou
urbana, quando a propriedade esta deixando de cumprir sua função social.

No artigo 182 da CF/88 paragrafo 4° inciso I; II; e III; diz quais são as medidas
cabíveis para uma desapropriação

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público


municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes.

§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área


incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no


tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de


emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.

E artigo 184 fala sobre a reforma agrária

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir
do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Inciso XXV fala da apropriação, requisição administrativa, em que o estado


intervém, não fazendo transferência da propriedade para o estado, sendo
menos drástica do que a desapropriação, ela vai fazer o uso da propriedade, e
caso danifique de alguma forma ai sim vai pagar indenização sendo esta
posterior e não prévia como no caso anterior.

Inciso XXVI direito do pequeno proprietário rural a permanecer na terra por


conta de dividas relacionada à sua produção há se alguns requisitos para tal
como disposto na lei 4104/64 que vai definir o que é pequena propriedade,
também sendo essa uma forma de evitar o êxodo rural.

Do direito autoral
Os artigos XXVII; XVIII em suas alíneas a) e b) e artigo XXIX fala sobre o
direito autoral, sobre a participação individual em obra coletiva, o direito de
fiscalizar o proveito econômico das obras e imagens, tento a lei 9615/98 que
regulamenta no caso de atletas em seu artigo 42 o direito imagem usada em
comerciais etc.; ainda aborda o tempo de direito autoral sobre uma invenção
cientifica ou tecnológica de interesse social, desenvolvimento econômico do
país sendo de caráter temporal.

No inciso XXXIX de acordo com o principio de legalidade penal só constitui


crime as condutas especificada e formalizada antes de sua concretização e as
penalidades cabíveis devem estar em lei.

A lei não admite qualquer crime contra os direitos fundamentais do homem,


essa foi uma forma que o legislador encontrou para defender os direitos
fundamentais do homem e sua garantia estando expresso no inciso XL.

Os inciso XLVI, XLVII e XVLIII falam das penalidades possíveis e não


permitidas aqui no Brasil, fruto também do contexto histórico e a penalidade
deve se de acordo com o delito na forma da lei, e tem como aliado o código
penal que regulamenta esta diretriz.
XL – A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Esse princípio impede que as pessoas sejam punidas por atos que passaram a
ser considerados crimes por uma lei posterior. Mas, se a lei nova for mais
favorável, mais benéfica ao réu, poderá então retroagir para beneficiá-lo.
XLI – A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
Proibição de qualquer distinção ou tratamento diferenciado onde haja prejuízo
de uma das partes, é um reforço da garantia de igualdade. 
XLII – A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
as penas de reclusão, nos termos da lei;
C Rigorosa proibição para qualquer discriminação ou preconceito racial,  e
como não prescreve, a justiça não perde o poder de punir o autor.

XLIX – É assegurado aos presos o respeito a integridade física e moral;


O preso não pode sofrer agressões físicas ou morais nos estabelecimentos
prisionais.
L – Ás presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
Para que os filhos das presidiárias não sofram danos, as mães ficam em
estabelecimentos prisionais específicos, permanecendo com os filhos até que
completem 6 meses.

LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Uma prova obtida por meio ilícito não terá valor.

LXIII - O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
 São vários os direitos do preso, dentre eles o de ser assistido pela família e
por advogado, de Ter preservada a sua integridade física e, explícito no inciso,
o de ficar calado. Sem querer o preso pode falar algo que vai prejudicá-lo.

LXVIII – Conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

LXXII – Conceder-se-á “habeas datas”: 


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a)    O registro civil de nascimento b)    A certidão de óbito;

Os parágrafos discorrem sobre a aplicação das leis, o supremo vem julgando o


mandato de injunção e concretizando o direito numa perspectiva de garantir os
direitos fundamentais que fala sobre a aplicação imediata, as vezes precisa
harmonizar as leis, e quando não possível tal situação, vai haver uma
hierarquia diante de um olhar prudente a partir do caso concreto, pois pode
haver um direito sobre pondo outro, ainda os direitos fundamentais são
aplicado no sentido estado X particular, no sentido vertical, porém já esta se
ampliando horizontalmente entre particulares, quando há colisão de direitos
fundamentais, tem se numa balança autonomia X violação dos direitos, sendo
assim a eficácia uma importante conquista

Dos direitos constitucionais dos trabalhadores: direitos sociais

Os direitos sociais, direitos fundamentais de segunda geração, constituem


liberdades positivas de observância obrigatória em um Estado Social de Direito.
Encontram-se no Capítulo II, entre os artigos 6 e 11, da Constituição Federal
de 1988.

Pode-se identificar as seguintes categorias dentre o rol de direitos e garantias


constantes no Capítulo II:

◦Art. 6: direitos sociais genéricos;

◦Art. 7: direitos sociais individuais do trabalhador, pessoa física, que são


direitos de proteção, pertinentes ao denominado “direito individual do trabalho”.
Englobam-se, neste artigo, os trabalhadores rurais e urbanos, bem como os
avulsos. Para os domésticos, apenas alguns desses direitos foram
assegurados. Em relação aos servidores públicos, há regime jurídico
estatutário próprio, embora alguns dos direitos enumerados no artigo 7 também
contemplem direitos dos servidores públicos;

◦Art. 8, 9 e 10: direitos sociais coletivos do trabalhador, que são aqueles


pertinentes ao denominado “direito coletivo do trabalho”.

Direitos sociais “genéricos” (art. 6, CF/88)

Artigo 6, CF/88

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)

Direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7, CF/88)


Os direitos sociais dos trabalhadores são enumerados de maneira não
exaustiva na Constituição Federal, podendo ser complementados por meio de
normas subconstitucionais

- A Constituição Federal equiparou os direitos do trabalhador rural ao do


trabalhador urbano.

Indenização compensatória:

A indenização compensatória do trabalhador que foi demitido sem justa causa


ou arbitrariamente deverá ser elaborada por meio de lei complementar. A
indenização, nestes casos, está restrita ao pagamento de 40% sobre os
depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Enquanto não há
elaboração de tal lei, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa i. do
empregador para o cargo de direção de comissões internas de prevenção de
acidentes e ii. da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.

FGTS

- Devido ao empregado rural e urbano;

- Não é devido aos estatutários;

- Embora não seja garantia constitucional outorgada aos empregados


domésticos, é facultado ao empregador a inscrição de seu empregado no
FGTS, quando obrigará o depósito mensalmente em favor deste.

Jornada de Trabalho

- A jornada máxima permitida é de 8 horas por dia e de 44 horas


semanais;

- O pagamento adicional de hora-extra é de, no mínimo, 50% ou


compensação;

- Para trabalhos ininterruptos de revezamento, a frequência diária será de


6 horas diárias, podendo ser alterada mediante negociação coletiva.

Artigo 7, CF/88
Art. 7. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a


suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

V- piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para o que percebem


remuneração variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

IX -remuneração do trabalho noturno superior a do diurno;

X – proteção do salário na forma de lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação no lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei; (Redação dada pela EC 20/1998)
XIII -duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos


de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento a do normal;

XVII – gozo de férias anuais remunerados com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de 120 dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo 30 dias,


nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma de lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5


anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;


XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de


admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou


entre profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de


dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria de trabalhadores domésticos os


direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem
como a sua integração à previdência social.

Direitos sociais coletivos dos trabalhadores (arts. 8 a 11)

Sindicatos

- A criação de sindicatos é livre, porém, deve-se registrá-los no Ministério do


Trabalho e Emprego;

- Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

- É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho, não podendo ser realizada nenhuma negociação coletiva sem a
presença do sindicato dos trabalhadores (art. 8, VI, CF)
// Base territorial dos sindicatos

- Deve-se definir a base territorial dos sindicatos, não podendo ser inferior à
área de um município e não podendo haver a existência de sindicatos da
mesma categoria na mesma base territorial. Ocorrendo conflito entre
representações, aplicar-se-á o princípio da anterioridade;

// Contribuições sindicais (inciso IV do art. 8, CF/88)

- Contribuição para custeio, que não tem forma de tributo, devida somente
pelos filiados ao sindicato;

- Contribuição, fixada em lei, de natureza tributária e devida por todo


trabalhador, filiado ou não filiado ao sindicato.

Segundo o constitucionalista J. J. Gomes Canotilho:

O núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e efetivado através de


medidas legislativas deve considerar-se constitucionalmente garantido, sendo
inconstitucionais quaisquer medidas que, sem a criação de outros esquemas
alternativos ou compensatórios, se traduzam na prática numa ‘anulação’,
‘revogação’ ou ‘aniquilação’ pura e simples desse núcleo essencial.

Greve (art. 9, CF/88)

- É assegurado o direito de greve, porém, de maneira não absoluta;

- É norma auto-aplicável, regulada por lei. Cabe destacar a situação adversa


para os funcionários públicos.

Artigos 8 a 11, CF/88

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;

II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer


grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;

V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho;

VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;

VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de


sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.

§ 1º – A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o


atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º – Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.


Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a


eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.

Direitos sociais e o princípio da proibição de retrocesso social

Nacionalidade

Nacionalidade é um vinculo jurídico político que liga determinado individuo a


um determinado Estado, capacitando esses indivíduos a exigir proteção do
estado e possibilitando o Estado a exigir desses indivíduos o cumprimento de
certos deveres e certas obrigações.

Nacionalidade é muito ligado ao termo povo, já que povo é o conjunto de


nacionais, o povo brasileiro é o conjunto de brasileiros natos e naturalizados.

Nação é designado para aqueles indivíduos que estão inseridos num mesmo
território e que partilham entre si laços que são invisíveis ,laços culturais, laços
econômicos , que praticam os mesmos costumes e as mesmas tradições.

São duas formas de nacionalidade.

Nacionalidade primaria, nacionalidade originaria (nascimento).

Nacionalidade secundaria, ela é adquirida(ato de vontade)naturalização.

ART. -12 São Brasileiros:

1-Natos:

a)Critério territorial, os nascidos em solo e mares brasileiros, são considerados


natos, exceto se ambos os pais forem estrangeiros,ou se um dos pais
estiverem a trabalho para país estrangeiro.
b)Os nascidos no estrangeiro e um dos pais estiverem a serviço da republica
federativa do Brasil, este será brasileiro nato, mas se os pais não estão a
serviço do Brasil não será.

c)Os nascidos no estrangeiro, pais brasileiros e ter sido registrado na


repartição brasileira competente.

2-Naturalizados:

a)Os que na forma da lei adquiram a nacionalidade brasileira a lei 6.815 de 80


seguintes exigências ter como se manter, ter boa saúde, falar português ,ter
profissão .E os estrangeiros de língua portuguesa (angola,timorleste,Portugal)
ter residência ininterrupta por 1 ano e idoneidade moral.

b)Morar por mais de 15 anos e sem condenação penal,e apresentar o


requerimento de naturalização.

A lei não poderá fazer distinção entre brasileiros natos e naturalizados salvo
nos casos previsto nesta constituição.

3-São privativos dos brasileiros natos os cargos.

1-De presidente da republica e vice-presidente;

2-De presidente da câmara dos deputados;

3-De presidente do senado federal;

4-De ministro do supremo tribunal federal (todos os ministro brasileiros natos);

5-Da carreira diplomática (segurança nacional)

6-De oficial das forças armadas (segurança nacional)

7-De ministro de estado da defesa (segurança nacional)

Pois estes estão na linha sucessória da presidência da republica.

4-Será declarada a perda da nacionalidade brasileira que:

1-Por crimes ao interesses nacionais


2-Se adquirir outra nacionalidade,

Se o país estrangeiro conceder a naturalização por nascimento


Ex.: Mãe brasileira e pais Italiano, na Itália a naturalização é concedido
por laços sanguíneo.

b)Se o país estrangeiros impõe a naturalização ao individuo para se ligar ao


seu estado.

Capítulo IV - Dos Direitos Políticos

“[...]os direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que


asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos
governamentais.Eles garantem a participação do povo no poder de dominação
política por meio das diversas modalidades de direito de voto nas
eleições,direito de elegibilidade(direito de ser votado),direito de voto nos
plebiscitos e referendos,assim como por outros direitos de participação
popular,como o direito de iniciativa popular.o direito de propor ação popular e o
direito de organizar e participar de partidos políticos.”

José Afonso da Silva

Os direitos políticos são uma conseqüência direta do princípio


republicano, a Constituição Federal trata desse tema nos Artigos 14 à 16.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

Plebiscito: Consulta Popular Prévia

Plebiscito é uma forma de consulta prévia à deliberação do congresso


nacional, ele é realizado por convocação do congresso nacional, podendo
inclusive ser determinado pela própria constituição.
Referendo: Consulta Popular Posterior

Referendo é uma forma de consulta popular posterior à manifestação do


congresso nacional, autorizado pelo congresso nacional.

Alistamento

O parágrafo 1°, do artigo 14 estabelece que:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período


do serviço militar obrigatório, os conscritos.

Condições de Elegibilidades

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e


Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,


Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Inelegibilidades

Inelegibilidades são impedimentos à candidatura(dos candidatos),que se


impõe aos analfabetos e aos inalistáveis,o conceito de inalistáveis deve ser
regulamentado pela lei.Os parágrafos 4/ e 5° do artigo 15,trazem alguns
impedimentos existentes apenas em relação aos cargos de chefia do poder
executivo(seja no âmbito Federal,dos Estados,Municípios e Distrito Federal.

Impedimentos:

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal, os Prefeitos e quem os houverem sucedido ou substituído no curso
dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.

A Constituição admite no nosso ordenamento pátrio uma única


reeleição,como aconteceu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,o
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Desincompatibilização:

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Imaginemos que um Governador de Estado queira concorrer ao cargo


de Presidente da República,ele tem que se desincompatibilizar(ele tem que
renunciar) em um prazo de seis meses antes do pleito para poder se
candidatar ao cargo de Presidente da República.

Inelegibilidade Reflexa:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.

Imaginemos que a esposa do Governador do Estado do Rio de Janeiro


não pode se candidatar à prefeita de um município do Rio de Janeiro ou outro
município dentro do Estado do Rio de Janeiro,ou a Vereadora,ou a Deputada
Estadual ou Federal,ou Senadora pelo mesmo Estado do Rio de Janeiro.Uma
ressalva e que se ela já fosse Deputada Estadual antes do marido se tornar
Governador,diante disso ela poderia se reeleger.

Imaginemos a Esposa do Presidente da República,ela não pode se


candidatar à qualquer cargo,não pode ser Governadora de nenhum
Estado,porque todos Estados estão dentro da República Federativa do Brasil,
enfim, qualquer cargo dentro do poder Legislativo.

Situação do Militar:

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade


superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.

No caso do militar se ele tiver menos de dez anos de efetivo exercício


militar,ele terá que abdicar da sua carreira na vida militar,para concorrer à um
cargo eletivo e se perder não há como retornar.Se ele tiver mais de dez anos
de exercício da vida militar,ele fica agregado à autoridade superior,caso ele
venha ser eleito, no ato da diplomação ele automaticamente passa para
reserva,se ele não for eleito ele retornará à atividade da vida militar.
Lei de Inelegibilidade(LC 64/90):

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos


de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.

Essa lei já foi feita,é a lei complementar número 64 de 90.

Impugnação do Mandato Eletivo:

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso
do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé

Para evitar o mau uso de uma ação judicial com fins de perseguição
política,por isso ele deverá ocorrer em segredo de justiça.

Perda e Suspensão de Direitos Políticos

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só


se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos


termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

O Legislador constituinte não foi muito feliz ao elaborar o Art.15. da


constituição,porque no Capte ele diz: São casos de perda ou
suspensão.Diante disso ele dispõe de cinco incisos,mas afinal,quais são os
casos de perda e quais são os casos de suspensão?

A doutrina entende que o inciso I trata-se de um caso de perda dos


direitos políticos,mas a discussão trata-se do inciso IV do Art.15. trata da
situação daquele que perde ou tem restrição dos direitos políticos,por ter
deixado de cumprir uma obrigação que foi à todos impostas,ou uma obrigação
alternativa prevista na lei.Uma parte da doutrina entende que esta se referindo
à um caso de perda e outra doutrina a um caso de suspensão.

Anterioridade da Lei Eleitoral

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

O Legislador constituinte quis evitar os casuísmos, quis evitar que fosse feita
alterações nas regras eleitorais.

Análise do Cap. V - Art. 17 da Constituição da República Federativa do Brasil

O artigo 17 da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 determina que é


livre a criação, fusão, incorporação e  extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e
os direitos fundamentais da pessoa humana. Garantiu também ao partido
político autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento, bem como manteve a exigência do caráter nacional do partido
político, instituída pelo Código Eleitoral, Decreto nº 7.586/1945.

A partir de 1988, se fez necessário criar normas para disciplinar o art. 17 da


Constituição, uma vez que a Lei Orgânica dos Partidos Políticos – LOPP (Lei nº
5.682/1971), em vigor na época, já não mais cumpria o seu papel dentro da
visão  inovadora da nova Constituição. Assim, foi sancionada a Lei nº 9.096/95
e editada a Res.-TSE nº 19.406/95, revogada pela Res.-TSE nº 23.282/2010,
que disciplinam a fundação, a organização, o funcionamento e a extinção dos
partidos políticos de acordo com as ideias dos legisladores de 1988.
Dentre outras coisas, a legislação permite que o próprio partido estabeleça
regras para a realização de suas convenções, determine prazos superiores
àqueles previstos na lei para que o filiado possa concorrer a eleições e ainda
permite criar uma estrutura diferente da existente em outros partidos.

Até a entrada em vigor da nova lei, os partidos não tinham essa autonomia,
pois seus atos internos eram submetidos à norma geral dirigida a todos os
partidos – a LOPP –, bem como aos cuidados da Justiça Eleitoral.

Atualmente, as questões internas são resolvidas dentro do próprio partido, nos


termos do estatuto, e, se questionadas judicialmente, depois de percorridas
todas as instâncias dentro do próprio partido, compete à Justiça Comum
processar e julgar tais casos. Entretanto, há exceções. Dentre elas, aquelas
que envolvam filiados impossibilitados de disputar eleições
e não haja mais tempo suficiente para se filiar a outra legenda, bem como os
casos de infidelidade partidária, que são apreciados pela Justiça Eleitoral.

Ressalte-se que, enquanto a LOPP vigorou, o processo de registro de partidos


políticos começava no TSE. Era necessário que o interessado apresentasse
cópia do manifesto, do programa, do estatuto e da ata de sua fundação, a qual
comprovasse a formação de, pelo menos, nove comissões regionais
provisórias, com prova de publicação desses atos no Diário Oficial da União
(DOU). A partir de então, era concedido um prazo de doze meses para que o
partido se organizasse e obtivesse seu registro definitivo.

Os partidos com registro provisório concedido funcionavam como agremiações


de fato e de direito, podendo, inclusive, participar de eleições, até que
obtivessem seus registros definitivos deferidos pela Justiça Eleitoral. A lei que
estabelecia normas para a realização das eleições municipais de 1988 (Lei nº
7.664/88) trazia expressamente essa permissão.

A partir da edição da Lei nº 9.096/95, o registro provisório passou a não mais


ser permitido. Para registrar um partido político, o interessado tem que cumprir
todos os requisitos estabelecidos na Lei dos Partidos Políticos e na Res.-TSE
nº 23.282/2010. Assim, devem reunir-se os fundadores (pelo menos 101
eleitores), com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos estados, para
elaborar o programa e o estatuto do partido, que deverá ser publicado no DOU.
Nessa mesma reunião, serão eleitos, em caráter provisório, os dirigentes
nacionais, que vão organizar o partido.

Após a publicação no DOU, promove-se o registro do partido no Cartório de


Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal.

Obtido o registro no cartório, momento em que o partido em formação adquire


personalidade jurídica, deve-se comunicar aos tribunais regionais o nome dos
representantes que serão responsáveis pela entrega das listas do apoio
mínimo de eleitores nos cartórios eleitorais.

O apoio mínimo consiste no colhimento das assinaturas correspondentes, no


mínimo, a meio por cento (0,5%) dos votos válidos, dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e nulos, que
deverão estar distribuídas em pelo menos nove estados. Além dessa exigência,
em cada estado, deve-se atender ao mínimo de um décimo por cento (0,1%)
do eleitorado.

É importante ressaltar que, com esse apoio, materializa-se o caráter nacional


do novo partido.

Em seguida, o partido deverá constituir, definitivamente, na forma de seu


estatuto, os órgãos diretivos municipais e  regionais, registrando-os nos
tribunais regionais eleitorais de, no mínimo, nove unidades da federação.

Registrados os órgãos partidários municipais e regionais nos tribunais


regionais, deverá ser solicitado o registro do programa, do estatuto e do órgão
de direção nacional no TSE, última fase do processo de registro.

A partir desse deferimento, o partido terá assegurada a exclusividade da


denominação e da sigla, do número de legenda e dos símbolos, bem como
estará apto a receber recursos do fundo partidário, a ter acesso gratuito ao
rádio e à televisão e a participar do processo eleitoral.

Você também pode gostar