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INTRODUÇÃO
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O objetivo fundamental do ensino de Ciências passou a ser o de dar condições
para o aluno identificar problemas a partir de observações sobre um fato, levantar
hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma
a tirar conclusões sozinho. O aluno deveria ser capaz de “redescobrir” o já conhecido
pela ciência, apropriando-se da sua form a de trabalho, compreendida então com o “o
método científico”: um a seqüência rígida de etapas preestabelecidas. É com essa
perspectiva que se buscava, naquela ocasião, a democratização do conhecimento
científico, reconhecendo-se a im portância da vivência científica não apenas para
eventuais futuros cientistas, mas também para o cidadão comum .
É inquestionável a importância das discussões ocorridas nesse período para a
mudança de mentalidade do professor, que começa a assimilar, mesm o que num plano
teórico, novos objetivos para o ensino de Ciências Naturais. Porém , a aplicação efetiva
dos projetos em sala de aula acabará se dando apenas em alguns grandes centros.
Mesmo nesses casos, não eram aplicados na sua totalidade, e muitas vezes ocorriam
distorções. É o caso da aplicação de material instrucional composto por textos e
atividades experimentais, em que se “pulavam” as atividades e estudavamse apenas os
textos, também porque era já acentuada a carência de espaço e equipamento adequado
às atividades experimentais.
A ênfase no “método científico” acompanhou durante muito tempo os objetivos do
ensino de Ciências Naturais, levando alguns professores a, inadvertidamente,
identificarem metodologia científica com metodologia do ensino de Ciências.
As concepções de produção do conhecimento científico e de aprendizagem das
Ciências subjacentes a essa tendência eram de cunho empirista/indutivista: a partir da
experiência direta com os fenômenos naturais, seria possível descobrir as leis da
natureza. Durante a década de 80 pesquisadores do ensino de Ciências Naturais
puderam demonstrar o que professores já reconheciam em sua prática, o simples
experimentar não garantia a aquisição do conhecimento científico.
Ainda em meados da década de 70, instalou-se uma crise energética, sintoma da
grave crise econômica mundial, decorrente de uma ruptura com o modelo
desenvolvimentista deflagrado após a Segunda Guerra Mundial. Esse modelo
caracterizou-se pelo incentivo à industrialização acelerada em todo o mundo, custeada
por empréstimos norte-americanos, ignorando-se os custos sociais e ambientais desse
desenvolvimento. Problemas ambientais que antes pareciam ser apenas do Primeiro
Mundo passaram a ser realidade reconhecida de todos os países, inclusive do Brasil.
Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde começaram a ter presença
quase obrigatória em todos currículos de Ciências Naturais, mesmo que abordados em
diferentes níveis de profundidade e pertinência.
Em meio à crise político-econômica, são fortemente abaladas a crença na
neutralidade da Ciência e a visão ingênua do desenvolvimento tecnológico. Faz-se
necessária a discussão das implicações políticas e sociais da produção e aplicação dos
conhecimentos científicos e tecnológicos, tanto em âmbito social como nas salas de aula.
No campo do ensino de Ciências Naturais as discussões travadas em torno
dessas questões iniciaram a configuração de uma tendência do ensino, conhecida como
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“Ciência,Tecnologia e Sociedade” (CTS), que tomou vulto nos anos 80 e é importante até
os dias de hoje.
No âmbito da pedagogia geral, as discussões sobre as relações entre educação e
sociedade são determinantes para o surgimento das tendências progressistas, que no
Brasil se organizaram em correntes importantes, como a Educação Libertadora e a
Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos. Foram correntes que influenciaram o ensino de
Ciências em paralelo à tendência CTS. Era traço comum a essas tendências a
importância conferida aos conteúdos socialmente relevantes e aos processos de
discussão em grupo. Se por um lado houve renovação dos critériospara escolha de
conteúdos, o mesmo não se verificou com relação aos métodos de ensino/aprendizagem,
pois ainda persistia a crença no método da redescoberta que caracterizou a área desde
os anos 60.
A partir dos anos 70 questionou-se tanto a abordagem quanto a organização dos
conteúdos. A produção de programas pela justaposição de conteúdos de Biologia, Física,
Química e Geociências começou a dar lugar a um ensino que integrasse os diferentes
conteúdos, buscando-se um caráter interdisciplinar, o que tem representado importante
desafio para a didática da área.
Ao longo das várias mudanças, as críticas ao ensino de ciências voltavam-se
basicamente à atualização dos conteúdos, aos problemas de inadequação das formas
utilizadas para a transmissão do conhecimento e à formulação da estrutura da área.
Nos anos 80 a análise do processo educacional passou a ter como tônica o processo de
construção do conhecimento científico pelo aluno. Correntes da psicologia demonstraram
a existência de conceitos intuitivos, espontâneos, alternativos ou pré-concepções acerca
dos fenômenos naturais. Noções que não eram consideradas no processo de ensino e
aprendizagem e são centrais nas tendências construtivistas. O reconhecimento de
conceitos básicos e reiteradamente ensinados não chegavam a ser corretamente
compreendidos, sendo incapazes de deslocar os conceitos intuitivos com os quais os
alunos chegavam à escola, mobilizou pesquisas para o conhecimento das representações
espontâneas dos alunos.
Desde os anos 80 até hoje é grande a produção acadêmica de pesquisas voltadas
à investigação das pré-concepções de crianças e adolescentes sobre os fenômenos
naturais e suas relações com os conceitos científicos. Uma importante linha de pesquisa
acerca dos conceitos intuitivos é aquela que, norteada por idéias piagetianas, se
desenvolve acompanhada por estudos sobre História das Ciências, dentro e fora do
Brasil. Tem-se verificado que as concepções espontâneas das crianças e adolescentes
se assemelham a concepções científicas de outros tempos. É o caso das explicações de
tipo lamarckista sobre o surgimento e diversidade da vida e das concepções semelhantes
às aristotélicas para o movimento dos corpos.
A contrapartida didática à pesquisa das concepções alternativas é o modelo de
aprendizagem por mudança conceitual, núcleo de diferentes correntes construtivistas.
São dois seus pressupostos básicos: a aprendizagem provém do envolvimento ativo do
aluno com a construção do conhecimento e as idéias prévias dos alunos têm papel
fundamental no processo de aprendizagem, que só é possível embasada naquilo que ele
já sabe. Tais pressupostos não foram desconsiderados em currículos oficiais recentes.
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Esse modelo tem merecido críticas que apontam a necessidade de reorientar as
investigações para além das pré-concepções dos alunos. Não leva em conta que a
construção de conhecimento científico tem exigências relativas a valores humanos, à
construção de uma visão de Ciência e suas relações com a Tecnologia e a Sociedade e
ao papel dos métodos das diferentes ciências.
Tais críticas não invalidam o processo de construção conceitual e seus
pressupostos. São úteis, sobretudo, para redimensionar as pesquisas e as práticas
construtivistas da área.
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se ao mundo do trabalho, seja para interpretar e avaliar informações científicas veiculadas pela
mídia, seja parainterferir em decisões políticas sobre à pesquisa e ao desenvolvimento de
tecnologias e suas aplicações.
Apesar de a maioria da população fazer uso e conviver com incontáveis produtos científicos
e tecnológicos, os indivíduos pouco refletem sobre os processos envolvidos na sua criação,
produção e distribuição, tornando-se assim indivíduos que, pela falta de informação, não exercem
opções autônomas, subordinando-se às regras do mercado e dos meios de comunicação, o que
impede o exercício da cidadania crítica e consciente.
O ensino de Ciências Naturais também é espaço privilegiado em que as diferentes
explicações sobre o mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem
podem ser expostos e comparados. É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e
daquelas oriundas de vários sistemas explicativos. Contrapor e avaliar diferentes explicações
favorece o desenvolvimento de postura reflexiva, crítica, questionadora e investigativa, de não-
aceitação a priori de idéias e informações. Possibilita a percepção dos limites de cada modelo
explicativo, inclusive dos modelos científicos, colaborando para a construção da autonomia de
pensamento e ação.
Ao se considerar ser o ensino fundamental o nível de escolarização obrigatório no Brasil,
não se pode pensar no ensino de Ciências como um ensino propedêutico, voltado para uma
aprendizagem efetiva em momento futuro. A criança não é cidadã do futuro, mas já é cidadã hoje, e,
nesse sentido, conhecer ciência é ampliar a sua possibilidade presente de participação social e
viabilizar sua capacidade plena de participação social no futuro.
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São procedimentos os modos de indagar, selecionar e elaborar o conhecimento.
Implicam observar, comparar, registrar, analisar, sintetizar, interpretar e comunicar
conhecimento.
As atitudes em Ciências Naturais relacionam-se ao desenvolvimento de posturas e
valores humanos, na relação entre o homem, o conhecimento e o ambiente.
Sendo a natureza uma ampla rede de relações entre fenômenos, e o ser humano
parte integrante e agente de transformação dessa rede, são muitos e diversos os
conteúdos objetos de estudo da área. Faz-se necessário, portanto, o estabelecimento de
critérios para a seleção dos conteúdos, de acordo com os objetivos gerais da área e com
os fundamentos apresentados nos Parâmetros Curriculares Nacionais. São eles:
• Os conteúdos devem se constituir em fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores
compatíveis com o nível de desenvolvimento intelectual do aluno, de maneira que ele
possa operar com tais conteúdos e avançar efetivamente nos seus conhecimentos;
• Os conteúdos devem favorecer a construção de uma visão de mundo, que se apresenta
como um todo formado por elementos interrelacionados, entre os quais o homem, agente
de transformação. O ensino de Ciências Naturais deve relacionar fenômenos naturais e
objetos da tecnologia, possibilitando a percepção de um mundo permanentemente
reelaborado, estabelecendo-se relações entre o conhecido e o desconhecido, entre as
partes e o todo;
• Os conteúdos devem ser relevantes do ponto de vista social e ter revelados seus
reflexos na cultura, para permitirem ao aluno compreender, em seu cotidiano, as relações
entre o homem e a natureza mediadas pela tecnologia, superando interpretações
ingênuas sobre a realidade à sua volta.
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• compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;
• compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos
corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.
2. O ENSINO DE BIOLOGIA
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Paralelamente, ainda na década de 60, surgem os centros de Ciências. A iniciativa
destes centros partiu de um grupo de professores da Universidade de São Paulo que se
organizou e instituíu o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC). A partir
disso, foram criados pelo Ministério da Educação outros centros visando a melhoria do
ensino de ciências. Estes centros trabalharam inicialmente com produção de materiais
didáticos acreditando que estes promoveriam a transformação do ensino, o que não
ocorreu. Passaram então, a trabalhar com cursos de atualização e treinamento de
professores.
Com relação à formação de professores, a Área de Ciências Biológicas no Brasil,
teve sua regulamentação em 1962, quando o Conselho Federal de Educação (CFE) fixou
o Currículo Mínimo e a duração dos cursos de História Natural no País (Parecer nº
325/62). Esses cursos destinavam-se à formação de profissionais que atendiam às
demandas de pesquisa e ensino no 3º grau, ao ensino da Biologia no 2º grau e de
Ciências Físicas e Biológicas no 1º grau.
Dois anos depois (1964), o CFE fixou o Currículo Mínimo para o Curso de Ciências
Biológicas (Licenciatura), adequando o antigo curso de História Natural às exigências da
especialização e da demanda referente à separação das Áreas Biológicas e Geológicas.
Em 1969, o Conselho Federal de Educação estabeleceu a organização dos cursos
de Ciências Biológicas prevendo duas modalidades: licenciatura e bacharelado, sendo a
última na modalidade biomédica. A partir de então a denominação do curso passou a ser
Curso de Ciências Biológicas.
Na década de 70, as questões ambientais decorrentes da industrialização
desencadearam nova visão sobre o ensino de Ciências. Passou-se a discutir as
implicações sociais do desenvolvimento científico. O sistema de ensino brasileiro sofreu
mudanças significativas com a promulgação da LDB 5.692/71. “A escola secundária deve
servir agora não mais à formação do futuro cientista ou profissional liberal, mas
principalmente ao trabalhador, peça essencial para responder às demandas do
desenvolvimento” (KRASILCHIK, 1987).
Em virtude da nova LDB, o CFE foi obrigado a repensar os cursos de Licenciaturas
das Universidades. A Resolução nº 30/74 (CFE, 1974), tornou obrigatória a unificação das
Licenciaturas da área de Ciências Físicas e Biológicas e de Matemática, convertendo-as
em uma única Licenciatura de Ciências com habilitação específica para o 1º grau ou para
o 1º e 2º graus, gerando um grande conflito com as instituições superiores, pois
comprometeu o sistema de formação de professores, que passou a ser feito por escolas
sem estrutura e sem um corpo docente qualificado.
Com a unificação das Licenciaturas, as aulas práticas foram reduzidas e muitos
acadêmicos não as tiveram em sua formação. Conseqüentemente, adotaram para suas
aulas uma metodologia teórica que utilizava livros-texto os quais não apresentavam um
nível adequado ao ensino pretendido. O ensino através de estudo dirigido foi muito
utilizado, porém, composto por questões de múltipla escolha que exigiam apenas leitura
ou por questões dissertativas que requeriam transcrição literal do texto.
Ainda em decorrência da LDB, que, por um lado considerava o ensino de Ciências
importante componente para a preparação de um corpo qualificado de trabalhadores, por
outro, estipulava uma série de disciplinas que pretendiam ligar o aluno ao mundo do
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trabalho sem que os estudantes tivessem base para aproveitá-las. A formação básica foi
danificada sem que houvesse um correspondente benefício para a profissionalização.
(KRASILCHIK, 2004).
Em 1979 ocorreu a regulamentação da profissão de Biólogo pela Lei nº 6.684, que
determinou sua atuação técnica e educacional nas diversas áreas de conhecimento
biológico.
A década de 80 no Brasil foi marcada por crise econômica e mudanças
significativas, com a transformação do regime totalitário para a construção de uma
sociedade democrática. Em 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal do Brasil,
em vigor até a presente data. Fatos registrados da época mostram diversas mudanças
sociais, políticas, econômicas e medidas que levaram a uma nova estruturação em
diversos setores do país. Para o sistema de ensino, a Constituição regulamentou algumas
questões para o Ensino Fundamental e Superior, não fazendo o mesmo para o Ensino
Médio. Esta modalidade permanece numa situação de falta de identidade e permeada por
um dualismo que a divide entre a preparação para o trabalho e a preparação para a
continuidade dos estudos (vestibular).
A LDB 9394 foi promulgada em dezembro de 1996. Com ela, o sistema de ensino
passou a ser organizado em Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio) e o Ensino Superior. O Ensino Médio passou a ter finalidades específicas,
sendo etapa final da Educação Básica e etapa de consolidação e aprofundamento de
conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, bem como, de conhecimentos
tecnológicos e de formação profissional.
Algum tempo depois foi promulgada as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB 03/98), para normatização da LDB e
publicou-se os Parâmetros Curriculares Nacionais. O ensino passou a ser organizado por
áreas de conhecimento, ficando a Biologia disposta na área de Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias. Enfatizou-se, naquele documento, o desenvolvimento de
competências e habilidades, em detrimento de uma abordagem profunda dos
conteúdos/saberes historicamente acumulados pelos diferentes campos do
conhecimento.
O documento tinha como princípios a interdisciplinaridade e contextualização dos
conteúdos, porém não aprofundava estes conceitos, abordando-os superficialmente.
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convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica
ou religiosa.
Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão
de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais,
econômicos e político. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das
diferentes teorias científicas está associada a seu momento histórico.
No século XX presenciou-se um intenso processo de criação científica, inigualável
em tempos anteriores. A associação entre Ciência e Tecnologia se ampliou, tornando-se
mais presente no cotidiano e modificando cada vez mais o mundo e o próprio ser
humano. Questões relativas à valorização da vida em sua diversidade; à ética nas
relações dos seres humanos entre si, entre eles e seu meio, e o planeta; ao
desenvolvimento tecnológico e sua relação com a qualidade de vida, marcaram
fortemente nosso tempo, pondo em discussão os valores envolvidos na produção e
aplicação do conhecimento científico e tecnológico.
O conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de
questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de
recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção
humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos
organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa.
Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou homo
sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre
todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste
processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem
criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida.
Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a
fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas. Enfim, a
humanidade organizou-se em sociedade.
Com o surgimento e desenvolvimento do modo de produção capitalista e sua
lógica produtiva baseada na exploração intensa da natureza, os seres humanos tornaram-
se consumidores (reais ou imaginados), fragmentados em diferentes classes sociais,
alienados dentro de sua própria existência. Pior ainda, não percebem quantas
necessidades são criadas pela sedução das inovações tecnológicas e, o quanto estão
submetidos aos apelos do mercado de consumo. As organizações sociais, sob a égide do
capitalismo, estão permeadas, cada vez mais, pelo espírito do individualismo e, de forma
concreta não enfrentam os problemas causados pela racionalidade do lucro às custas da
destruição da natureza.
Morin, diz que:
A difusão dos mais diversos tipos de tecnologias propagou a ilusão de que a
espécie humana libertou-se definitivamente da natureza. Não é bem assim. A
crescente miscigenação das populações e sua progressiva independência dos
ecossistemas locais evidenciaram o fato de que hoje a sobrevivência de toda a
espécie humana depende do bom funcionamento de um único e imenso
ecossistema global, onde inúmeras espécies cooperam para manter a vida em
geral e sobretudo a da vida humana. (MORIN, 1999, p.147).
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Assim, seguindo esta linha de pensamento, fica explícito que o atual modelo de
desenvolvimento capitalista está ameaçando a sobrevivência de todos os recursos
naturais, podendo até exauri-los pela sua exploração desenfreada e inconseqüente, cujo
objetivo de lucro insiste em se fazer cego.
Cabe ressaltar qual é o papel da Ciência e da sociedade como pontos
articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos,
enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas
fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza que os levem a quebrar
estes paradigmas impostos pelo modo de produção capitalista. É preciso que estes
sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do
respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.
Embora os discursos das tecnologias limpas e do desenvolvimento sustentável
venham nos acenando com promessas de solução mágica, é preciso lembrar que a
racionalidade do modo de produção capitalista torna impotente quaisquer soluções que
porventura venham a ser propostas pela ciência ou pela tecnologia. Reatar uma relação
de equilíbrio com a natureza pressupõe que a sociedade desenvolva relações solidárias
internas e isso depende de um posicionamento crítico diante da organização social que
está posta pelo capitalismo. Somente quando o ser humano sentir-se parte da biosfera
deste planeta Terra, terá consciência dos seus atos, usará sua inteligência com criticidade
para, quem sabe, reorganizar os processos de produção relacionados com o consumo e
trabalho, para que esta sociedade em que vivemos se torne justa e respeitosa com todas
as formas de vida.
Desta perspectiva percebe-se que, na escola, a Biologia deve ir além das funções
que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens
instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua
perspectiva de futuro. Afinal, o currículo do Ensino Médio que queremos deve formar
sujeitos críticos, capazes de entender e analisar o mundo, de contribuir para a melhoria
da qualidade de vida pessoal e de sua comunidade.
Krasilchik (1983, p.14) afirma que “[...] de acordo com essa concepção, os
objetivos do ensino de Biologia passariam a ser: aprender conceitos básicos; vivenciar o
método científico; e, mais, analisar as implicações sociais da ciência e tecnologia”.
Para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do
ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno
são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há
necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de
Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira
aprendizagem.
Pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no
ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno
investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser
utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao
aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas.
Krasilchik apresenta diferentes “modalidades didáticas” que poderão ser
estabelecidas para o desenvolvimento das atividades do professor. Esta escolha irá
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depender do “conteúdo e dos objetivos selecionados, da classe a que se destina, do
tempo e dos recursos disponíveis, assim como dos valores e convicções do professor”
(KRASILCHIK, 2004).
A autora apresenta diferentes maneiras de se estabelecer uma modalidade
didática para o ensino da Biologia. Dentre elas:
- para transmissão de informações = aula expositiva, demonstração;
- para realizar investigações = aulas práticas, projetos;
- para analisar as causas e implicações do desenvolvimento da Biologia = simulações e
trabalhos dirigidos. (KRASILCHIK, 2004).
Outra forma pode ser estabelecida conforme o tamanho do grupo de alunos:
- atividades para grandes grupos, ou seja, para a classe total: aulas expositivas,
demonstrações;
- atividades para pequenos grupos: seminários, aula;
- trabalhos individuais, projetos. (KRASILCHIK, 2004).
Sendo assim, o professor de Biologia terá dentre estas propostas, diferentes
metodologias possíveis de serem aplicadas em suas aulas pensando sempre nos
objetivos do ensino, na motivação do aluno e qual delas será mais apropriada para seus
alunos num determinado momento da realização da sua prática docente.
Além desta proposta, outras metodologias de ensino podem ser utilizadas.
Aprofundar o conhecimento nesta área favorecerá o desenvolvimento de aulas
interessantes propiciando melhor aprendizagem ao aluno. O mais importante é sempre
abordar o conteúdo de forma significativa para o aluno, incentivando-o a refletir sobre a
situação problema que envolve a discussão crítica do tema, despertando no aluno o
interesse e a vontade para aprofundar as pesquisas e buscar alternativas para a questão
em pauta.
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em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra
por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e
concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e
instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito
crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos estruturantes que, por sua
abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade
da disciplina.
Para Krasilchik, as Ciências Biológicas têm apresentado uma expansão em seus
conteúdos no decorrer dos tempos.
De uma ciência que se concentrava na descrição e nos conhecimentos
qualitativos, com o desenvolvimento na bioquímica e na biofísica, de processos
experimentais e de mensuração, bem como da análise estatística, a biologia
passou a ser um campo de conhecimento com leis gerais, o que alargou e
aprofundou suas dimensões, tornando muito difícil para o professor decidir o
que deve ser fundamental, por tanto incluído em seu curso e o que deve ser
acessório, podendo conseqüentemente ser deixado de lado. (KRASILCHIK,
2004)
A autora relata sobre as alterações de conteúdos anteriores à década de 70 e a
partir dela com as mudanças e preocupações ambientais que fizeram aumentar o
interesse pela ecologia. São incorporados às discussões temas como biodiversidade,
biosfera e evolução. A evolução cultural também interfere no modo de vida das
populações sendo o homem responsável pela ocupação de diferentes habitats de maneira
a não comprometer a sua sobrevivência e a de outras espécies.
Cabe ao professor, enfim, diante das transformações sociais, políticas,
econômicas e ambientais acompanhar os avanços científicos decorrentes e estabelecer
os conteúdos fundamentais para o ensino de Biologia.
Investigação e compreensão
• Relacionar fenômenos, fatos, processos e idéias em Biologia, elaborando conceitos,
identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações.
• Utilizar critérios científicos para realizar classificações de animais, vegetais etc.
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• Relacionar os diversos conteúdos conceituais de Biologia (lógica interna) na
compreensão de fenômenos.
• Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo biológico.
• Selecionar e utilizar metodologias científicas adequadas para a resolução de problemas,
fazendo uso, quando for o caso, de tratamento estatístico na análise de dados coletados.
• Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas apresentados,
utilizando elementos da Biologia.
• Utilizar noções e conceitos da Biologia em novas situações de aprendizado (existencial
ou escolar).
• Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de fatos ou
processos biológicos (lógica externa).
Contextualização sócio-cultural
• Reconhecer a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto da conjunção
de fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e tecnológicos.
• Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos conhecimentos do senso
comum relacionados a aspectos biológicos.
• Reconhecer o ser humano como agente e paciente de transformações intencionais por
ele produzidas no seu ambiente.
• Julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam à preservação e à
implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente.
• Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico,
considerando a preservação da vida, as condições de vida e as concepções de
desenvolvimento sustentável.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19
KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho.
São Paulo: Cortez, 2002.
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MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004.
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PLANEJAMENTO DE CURSO
Disciplina: Biologia
Professora: Ana Paula Barcelos Reinaque
Coordenação: Profa. Robélia
Ano Letivo: 2007 Turno: Matutino.
Goiânia, 2007.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Série: 2º Colegial
Nº. de aulas semanais: 02
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I Bimestre:
Apresentação da Disciplina.
Metodologia Científica: construção e preparação de pesquisas, relatórios e seminários.
O estudo da Biodiversidade – Características dos Seres Vivos.
Diversidade de Vida;
Categorias Taxonômicas e Nomenclatura Científica.
II Bimestre:
Reino Animal :
Espongiários,
Cnidários,
Platelmintos,
Nematelmintos,
Anelídeos,
Artrópodes,
Moluscos,
Equinodermos
III Bimestre:
Continuação – Reino Animal:
Cordados - Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos
Reino Vegetal:
As plantas e a conquista do meio terrestre;
Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas;
Morfofisiologia Vegetal
IV Bimestre:
Fisiologia Humana – Caracterização, morfologia e função.
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Sistema Digestório;
Sistema Cardiovascular;
Sistema Respiratório.
Sistema Excretor;
Sistema Nervoso;
Sistema Esquelético e Muscular
Sistema Endócrino.
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O desenvolvimento do tema sugerido deverá permitir ao aluno a compreensão das funções
vitais básicas, realizadas por diferentes estruturas, órgãos e sistemas, comparando as adaptações que
permitem a vida nos diversos meios. Ao abordar as funções vitais básicas é importante dar destaque
ao corpo humano, focalizando as relações que se estabelecem entre diferentes aparelhos e sistemas
e entre o corpo e o ambiente, conferindo integridade ao corpo humano, preservando o equilíbrio
dinâmico que caracteriza o estado de saúde. É de grande importância frisar que cada pessoa é única
e deve-se, portanto, estimular o desenvolvimento de atitudes de respeito ao próprio corpo e ao do
outro.
• Identificar os processos de obtenção e transformação de matéria-prima para a construção do corpo
e energia para a realização de suas atividades (nutrição – digestão – respiração).
• Identificar os principais problemas relacionados à nutrição analisando dados sobre a desnutrição e
a obesidade.
• Identificar os principais problemas relacionados ao sistema digestório como: vômito, prisão de
ventre e diarréia.
• Relacionar os efeitos do fumo e da poluição do ar na saúde do sistema respiratório utilizando
dados publicados em jornais e revistas.
• Identificar o processo da circulação sangüínea como responsável pela distribuição de substâncias
para todas as partes do corpo, bem como, pelo recolhimento de resíduos que se formam no
metabolismo celular.
• Relacionar o sangue com a defesa do corpo através da leitura de um hemograma.
• Identificar a importância dos processos artificiais de defesa do organismo – soro e vacina.
• Coletar dados entre os moradores da região para identificar os efeitos do sedentarismo e da
nutrição na saúde do coração.
• Reconhecer a excreção como o processo que retira do sangue: resíduos produzidos pelas células e
substâncias estranhas ao corpo.
• Reconhecer, através de modelos, as estruturas relacionadas ao processo da reprodução humana e
as modificações cíclicas do sistema reprodutor feminino.
• Relacionar os avanços científicos com a gravidez assistida e gravidez múltipla
• Discutir a gravidez na adolescência e as formas de contracepção e de prevenção das principais
doenças transmitidas sexualmente.
• Reconhecer que os hormônios são substâncias lançadas no sangue e que influenciam na atividade
de vários órgãos, sendo responsáveis pela auto-regulação do organismo.
• Reconhecer os mecanismos de ação da insulina e da reposição hormonal no corpo humano.
• Identificar que a integração entre os diversos órgãos do nosso corpo e a percepção do mundo
exterior dependem da coordenação realizada pelo sistema nervoso.
• Realizar um levantamento de informações para identificar os efeitos das drogas psicotrópicas e do
álcool no organismo humano.
Aprimoramentos:
• Associar a ação do sistema imune aos processos de rejeição que podem ocorrer nos transplantes de
órgãos.
• Identificar os mecanismos utilizados pelos animais para suprir seu organismo de oxigênio e de
remover o dióxido de carbono.
• Identificar os mecanismos utilizados pelo nosso organismo na contenção das hemorragias.
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ESTRATÉGIA, METODOLOGIA E AVALIAÇÃO.
Aulas expositivas, com auxílio de recursos didáticos ( transparências, modelos anatômicos,
espécimes, filmes, etc.);
Aulas práticas: laboratório e visitas;
Análises, debates e exposições de publicações científicas;
AVALIAÇÕES:
Avaliação da produção do aluno: trabalhos propostos, interesse, participação, organização,
desenvolvimento de exercícios em sala e tarefas.
Avaliação através de prova.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Série: 3º Colegial
Nº. de aulas semanais: 03
I Bimestre:
Apresentação da Disciplina.
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Metodologia Científica: construção e preparação de pesquisas, relatórios e seminários.
Revisão Geral – Citologia e Bioquímica Celular.
Introdução à Genética:
1ºLei de Mendel / Probabilidade aplicada à Genética;
Alelos Múltiplos;
2º Lei de Mendel;
Herança Ligada ao Sexo
II Bimestre:
Continuação – Genética:
Expressões Gênicas e Citogenética
Engenharia Genética
III Bimestre:
Origem da vida e Evolução Biológica.
Genética de Populações e Especiação.
Evolução Humana.
IV Bimestre:
Ecologia:
A Energia e os Ecossistemas;
Dinâmica de populações;
Os principais biomas da Terra;
Problemas Ecológicos.
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• Identificar o gene como um trecho da molécula de DNA que se expressa através da produção de
proteínas e que estas são responsáveis por todas as características genéticas dos seres vivos.
• Analisar esquemas que relacionem a molécula de DNA aos diferentes tipos de moléculas de RNA
e o mecanismo da síntese de proteínas.
• Reconhecer a divisão celular por mitose como o processo de reprodução celular que não altera a
bagagem genética da célula ocorrendo durante o crescimento do indivíduo e na renovação celular
do corpo.
• Reconhecer a divisão celular por meiose como o processo responsável pela produção de gametas
com o número cromossomial reduzido à metade, para que este número se restabeleça no zigoto.
• Relacionar o processo meiótico com a variabilidade genética das espécies que apresentam
reprodução sexuada.
• Identificar algumas características de animais e plantas distinguindo as hereditárias das adquiridas.
• Reconhecer que durante o desenvolvimento do indivíduo, o potencial genético (genótipo) recebido
dos pais não é o único fator atuante pois o meio ambiente também exerce influência na formação
das características (fenótipo).
• Analisar, a partir de resultados de cruzamentos, os princípios básicos que regem a transmissãode
características hereditárias condicionadas por um par de alelos (1a lei de Mendel).
• Analisar alguns aspectos da genética humana que causam distúrbios metabólicos como a
fenilcetonúria e reconhecer a importância do “teste do pezinho” , obrigatório por lei e realizado
gratuitamente nos serviços públicos de saúde nos primeiros dias após o nascimento.
• Analisar a transmissão hereditária dos grupos sangüíneos do sistema A, B, O e do fator Rh e suas
incompatibilidades nas transfusões de sangue e na comunicação materno-fetal.
• Relacionar a diferença entre os dois sexos com os cromossomos sexuais e compreender que em
todos os mamíferos o sexo é determinado no momento da fecundação pelo tipo de cromossomo
sexual ( X ou Y ) presente no espermatozóide .
• Identificar, a partir da leitura de textos de divulgação científica ou entrevistas com
profissionais da área, a participação da engenharia genética na produção de plantas e animais
transgênicos, de hormônios, vacinas e medicamentos, bem como na detecção precoce de doenças
genéticas e testes de DNA para os casos de determinação de paternidade e investigação criminal.
• Proceder à análise desses fazeres humanos identificando aspectos éticos, morais, políticos e
econômicos envolvidos na produção científica e tecnológica, bem como na sua utilização.
• Avaliar a importância do Projeto Genoma Humano, listando seus objetivos.
Aprimoramentos:
• Reconhecer que o número, o tamanho e a forma dos cromossomos são constantes para os
indivíduos de uma espécie e qualquer alteração nos cromossomos é considerada uma mutação ou
aberração cromossômica, geralmente afetando o funcionamento celular e causando doenças.
• Relatar, a partir de uma leitura de referência, as hipóteses antigas sobre o processo de formação de
novos indivíduos até a descoberta dos gametas em 1675 pelo holandês von Leeuwenhoeck.
• Reconhecer que divisões mitóticas descontroladas podem resultar em processos patológicos
conhecidos como cânceres.
• Relacionar o processo de quimioterapia, que consiste em atacar as células cancerosas que estão em
constantes divisões, com seus efeitos colaterais em células com elevada taxa de multiplicação como
os glóbulos vermelhos (anemia) e as células do bulbo capilar (queda de cabelos)
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• Analisar textos históricos para identificar concepções pré-mendelianas sobre a
hereditariedade.
• Identificar que a cor de pele na espécie humana deve-se não apenas à maior ou menorexposição ao
sol mas também à herança quantitativa.
• Reconhecer outras características humanas que apresentem grande variedade de fenótipos,sendo
condicionada por herança quantitativa.
• Resolver questões simples que envolvam a interação de dois pares de genes que determinam maior
ou menor produção de melanina.
• Identificar, a partir de estudos de textos didáticos científicos, as principais tecnologias
utilizadas pela engenharia genética para transferir o DNA de um organismo para outro utilizando
enzimas de restrição, vetores e clonagem molecular.
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• Distinguir através de fotos, esquemas ou vídeos as principais diferenças entre o ser humano e os
demais primatas, como a capacidade de se apoiar e se locomover sobre os membros posteriores por
períodos prolongados e o polegar em oposição aos outros dedos, entre várias outras, reconhecendo
as vantagens que essas diferenças proporcionaram à adaptação do homem ao ambiente.
• Construir a árvore filogenética dos hominídeos, baseando-se em dados recentes sobre os ancestrais
do ser humano.
• Reconhecer o papel desempenhado pelo desenvolvimento da inteligência, da linguagem e da
aprendizagem na evolução do ser humano.
• Identificar que a evolução cultural é resultante da capacidade que o homem possui de transmitir os
comportamentos aprendidos e que a evolução biológica decorre de alterações na freqüência dos
genes.
Aprimoramentos:
• Avaliar que os cientistas Oparin e Haldane, para elaborarem suas hipóteses sobre a origem da
vida, recorreram a diferentes campos do conhecimento como a Geologia, a Física e a Astronomia.
• Analisar a hipótese heterotrófica, identificando a provável evolução das vias metabólicas nos seres
vivos.
• Construir explicações sobre o que poderia determinar a formação de novas espécies, numa
população em certas condições de isolamento geográfico e reprodutivo.
• Avaliar que na espécie humana não faz sentido falar em raças, uma vez que não houve entre os
indivíduos atuais isolamento geográfico por tempo suficiente para formar raças ou subespécies.
• Identificar que a idéia de “raça pura” , além de absurda é indesejável pois resultaria em indivíduos
geneticamente muito parecidos o que ameaçaria sua sobrevivência pela pequena variabilidade
genética entre eles.
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• Construir esquemas que mostram o deslocamento de determinados materiais (água, carbono,
hidrogênio e nitrogênio) entre o mundo orgânico e inorgânico, evidenciando seu caráter cíclico.
• Representar graficamente as transferências de matéria e energia nos ecossistemas.
• Identificar o papel dos decompositores na reciclagem da matéria, usando como modelo o estudo
de um biodigestor.
• Identificar as relações existentes entre os seres vivos de um ecossistema, reconhecendo que tais
tipos de interações resultam da adoção de um critério artificial criado pela ciência.
• Reconhecer que a ação humana pode desequilibrar o ritmo de trocas de materiais com o ambiente,
gerando alterações (efeito estufa, destruição da camada de ozônio, diminuição da taxa de oxigênio,
eutroficação) que ameaçam a integridade dos ecossistemas.
• Identificar as fontes promotoras dessas alterações, propor e avaliar medidas que minimizem seus
efeitos, distinguindo as de responsabilidade individual e as de responsabilidade coletiva e do poder
público.
• Através da leitura de textos publicados em jornais e revistas reconhecer a importância da
preservação da biodiversidade e sua relação com a biopirataria e direitos de propriedade sobre o
patrimônio genético.
Aprimoramentos:
• Caracterizar os biomas brasileiros, relacionando suas condições abióticas com as espécies neles
existentes;
• Distinguir, centre os fatores determinantes dos tamanhos das populações, os que promovem o
crescimento daqueles que promovem a redução das mesmas.
• Comparar curvas de crescimento de população de países industrializados com a de países em
desenvolvimento, identificando a relação entre a taxa de natalidade e a de mortalidade em ambos os
casos.
• Reconhecer que as populações humanas apresentam uma grande complexidade de fatores que
interferem no seu crescimento.
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PLANEJAMENTO DE CURSO
Disciplina: Ciências da Natureza
Professora: Ana Paula Barcelos Reinaque
Coordenação: Profa. Lúcia Vilela
Ano Letivo: 2007 Turno: Vespertino.
Goiânia, 2007.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
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Matéria e energia;
Propriedades da matéria;
Mudanças de estado físico;
Substância X mistura;
Soluções;
Separação de misturas.
II Bimestre:
QUÍMICA
Modelos atômicos;
Distribuição eletrônica;
Número atômico e número de massa;
Íons , cátions e ânions;
Isótopos, isóbaros e isótonos;
Massa atômica e massa molecular;
Tabela periódica e suas propriedades;
Ligações químicas: iônicas, colantes e metálicas.
III Bimestre:
O ESTUDO DA FÍSICA
Unidades de medida: espaço, massa e tempo
Movimento e repouso.
Movimento Retilíneo Uniforme e Variado
Forças e sistemas de forças
Energia mecânica potencial e cinética
Trabalho e potência.
Eletricidade.
IV Bimestre:
O ESTUDO DA BIOLOGIA
Características dos Seres Vivos;
A célula como unidade de vida;
Reprodução: Modalidades Reprodutivas;
Tipos de reprodução;
Sistema genital, formação e caminho percorrido pelos gametas;
Doenças Sexualmente Transmissíveis e Métodos Anticoncepcionais.
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1. QUÍMICA:
Identificar as principais formas de energia utilizadas no cotidiano diferenciando matéria de energia.
Conceituar as propriedades gerais e específicas da matéria
Reconhecer que as transformações envolvem troca de energia promovendo ou não mudanças de
estado físico.
Identificar as causas da mudança de estado físico da matéria.
Representar graficamente as mudanças de estados físicos no gráfico de temperatura X tempo.
Diferenciar substância de mistura de modo geral e a partir do conceito de temperatura de fusão,
temperatura de ebulição e densidade.
Diferenciar substância de mistura usando o conceito de constituinte.
Reconhecer as substâncias simples e compostas a partir de modelos gráficos.
Reconhecer e classificar os tipos de misturas heterogêneas e homogêneas.
Compreender as soluções como um tipo especial de mistura.
Identificar os principais processos de separação de misturas
Compreender como são construídos os modelos em ciências
Identificar os modelos atômicos de Dalton e de Rutherford
Reconhecer a estrutura básica da matéria como sendo os constituintes e que estes são formados por
átomos
Identificar as principais estruturas do átomo com suas respectivas massas e cargas elétricas (prótons,
nêutrons e elétrons)
Compreender o processo da distribuição eletrônica e a sua importância.
Entender o que são elementos químicos e os conceitos a eles ligados. (número atômico e número de
massa)
Reconhecer a diferença entre um átomo e um íon.
Compreender o que são isótopos, isóbaros e isótonos.
Consultar a tabela periódica para retirar dela informações como número atômico e massa atômica
Reconhecer a regra do octeto e a estabilidade dos gases nobres.
Compreender o que é afinidade eletrônica para explicar como os elementos combinam-se entre si
através de ligações químicas.
Saber representar uma ligação através do esquema de Lewis.
2 – FÍSICA:
Recordar as principais unidades de medidas de espaço, massa e tempo.
Identificar as unidades de medida do sistema internacional. (SI)
Usando os conceitos básicos da matemática converter as unidades de medida em seus múltiplos e
submúltiplos.
Reconhecer o conceito básico do movimento: movimento, repouso, referencial.
Diferenciar o movimento retilíneo uniforme do movimento uniformemente variado.
Resolver problemas que envolvam o movimento acelerado e retrógrado.
Utilizar a equação horária da velocidade e da posição para resolver problemas simples.
Resolver problemas de queda livre.
Reconhecer as unidades de força e suas transformções.
Calcular a resultante de um sistema de forças.
Identificar força peso como força gravitacional.
Conceituar e calcular a energia cinética e potencial.
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Conceituar e calcular a energia gravitacional de um objeto.
Conceituar trabalho, em Física, como medida da quantidade de energia transformada ou transferida
em um sistema físico.
Calcular o trabalho realizado por uma força para deslocar um objeto.
Conceituar potência como a variação de energia em dado intervalo de tempo.
Resolver problemas simples que envolvam os conceitos de trabalho e/ou potência.
Diferenciar os tipos de energia.
Compreender os conceitos de energia elétrica e suas transformações.
Entender a conta de energia elétrica e calcular os gastos domiciliares com energia.
3 – BIOLOGIA
Identificar a organização celular como característica fundamental de todas as formas vivas, utilizando
a observação de fotos e/ou material biológico ao microscópio óptico.
Identificar a célula como sistema que troca substâncias com o meio, obtém energia e se reproduz.
Conhecer os diferentes níveis de organização da vida, da célula à biosfera, identificando-os através de
ilustrações.
Compreender os fenômenos reprodutivos.
Conhecer o funcionamento do sistema reprodutor humano;
Relacionar adolescência como o período de maturidade sexual e compreender os aspectos da
sexualidade;
Conhecer os principais tipos de doenças sexualmente transmissíveis e os métodos anticoncepcionais
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1. Listas de Exercícios
Objetivos:
Reforçar os conteúdos abordados em sala;
Permitir que o aluno interrelacione o conteúdo ao seu dia-a-dia;
Possibilitar o desenvolvimento das capacidades cognitivas;
Estimular o raciocínio lógico.
LISTA 01 - Física
Conteúdos abordados: - Intervalo de tempo;
Cinemática – Movimento e Repouso - Espaço percorrido;
- Velocidade;
- Aceleração.
LISTA 02 - Física
Conteúdos abordados:
Forças e Sistemas de Forças;
Leis de Newton;
Força de Atrito
LISTA 03 - Biologia
Conteúdos abordados:
Sexualidade e Reprodução;
Ação Hormonal;
Anticoncepção e Prevenção de DST`s.
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Colégio Estadual Cora Coralina
NOME:_______________________________Nº.:_______ Série: 9º ANO____
Disciplina: Ciências (Física) Profª.: Ana Paula Barcelos Reinaque
ATIVIDADE AVALIATIVA
1. Por que um objeto solto no espaço próximo à superfície terrestre “cai” no chão?
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2. No esquema representado a seguir, calcule o valor da força resultante:
15 N
20 N
3. Explique por que ao lançarmos uma esfera metálica num chão plano e horizontal
ela não permanece em movimento retilíneo indefinitivamente, contrariando o
princípio da inércia.
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CONTEÚDOS ABORDADOS:
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OBJETIVOS DO TRABALHO:
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RESULTADOS E COMENTÁRIOS:
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DATA: _______/_______/______
ASSINATURA: ________________________________________________
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Colégio Estadual Cora Coralina
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Portifólio
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