Usado em tais circunstâncias, não há dúvida de que um programa habilmente desenvolvido
proporciona ao aluno experiências imediatas capazes de o satisfazer, habilita-o a adquirir um conjunto de conhecimentos de que necessite para sua própria atividade, dá-lhe o sentimento de que toda matéria é susceptível de aprendizagem e a verificação de que o processo de educação é inteligível e compreensível. Pode trabalhar no ritmo que lhe convenha e concluir que um programa cuidadosamente projetado lhe oferece estágios coerentes e inter- relacionados. Outro fator favorável é a maior importância que tal instrução empresta ao esforço e à compreensão do que a medidas punitivas e de avaliação formal. Se a instrução programada for usada de maneira flexível, ela pode constituir-se em um grande passo à frente para o atendimento das necessidades maciças de aprendizagem funcional da matéria, tendo em vista que o número de alunos cresce explosivamente. A aprendizagem programada vem se estendendo a novas e imprevistas áreas. Berlim & Wyckoff (1963) desenvolveram programas de aperfeiçoamento das relações interpessoais, em que duas pessoas trabalham juntas, em tarefas de mútuo interesse, constantes do texto programado, aprendendo não só alguns dos conceitos cognitivos sobre relacionamentos interpessoais, mas também experimentando gradualmente comunicação cada vez mais profunda de uma para com a outra. Instituições tanto industriais quanto educacionais começaram a utilizar-se destas séries de programas para o desenvolvimento, impressionadas com o fato de que os ensinamentos envolvem, a um tempo, a sensibilidade e a inteligência, de que tais programas têm importante significado pessoal para o aprendiz. Não é preciso dizer que a instrução programada tem grandes riscos, em potencial, se usada sem a devida prudência. Pode realmente ser prejudicial, se se torna um substitutivo do ato de pensar, em padrões e gestalts mais amplos, se se transforma num meio de pressionar conhecimento factual, de modo a se opor à criatividade.