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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA-ISIA

ESTRUTURAS II

APONTAMENTOS DE

ESTRUTURAS - II

Elaborado por: Carlos Capapelo Email: capapelo2011@hotmail.com


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA-ISIA
ESTRUTURAS II

Índice
UNIDADE - I ............................................................................................................................... 1
I.1 – CONCEITOS BÁSICOS DAS FORMAS DE RESISTÊNCIA.................................. 1
I.2 – ANÁLISE DO ENSAIO DE TRACÇÃO DE UMA BARRA DE SECÇÃO
CIRCULAR DE AÇO. ............................................................................................................. 4
I.2.1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
I.2.2 – ENSAIO CONVENCIONAL .................................................................................. 5
I.2.3 – DIMENSIONAMENTO DE BARRAS ................................................................. 16
I.2.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ............................................................................. 17
I.2.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 01................................................................... 21
I.2.6 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 02................................................................... 22
I.2.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 03................................................................... 23
UNIDADE - II ......................................................................................................................... 26
II.1. CENTRO DE GRAVIDADE, MOMENTO ESTÁTICO E MOMENTO DE INÉRCIA
DE SECÇÕES PLANAS ...................................................................................................... 26
II. 1. 1. CENTRO DE GRAVIDADE ............................................................................... 26
II. 1. 1. 1. CENTRÓIDES DE SUPERFÍCIES PLANAS .......................................... 27
II. 1. 1. 2. PROPRIEDADES DE BARICENTROS E CENTRÓIDES .................... 29
II.1. 1. 3. CENTRO DE GRAVIDADE DE SUPERFÍCIES PLANAS SIMPLES... 30
II. 1. 1. 4. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ................................................................... 31
II. 1. 1. 5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .................................................................... 34
II. 1. 2. MOMENTO ESTÁTICO (OU MOMENTO DE PRIMEIRA ORDEM) ........... 36
II. 1. 2. 1. EXERCÍCIO RESOLVIDO ......................................................................... 37
II. 1. 2. 2. EXERCÍCIO PROPOSTO ......................................................................... 38
II. 1. 3. MOMENTO DE INÉRCIA (ou momento de segunda ordem) ...................... 38
II. 1. 3. 1. RAIO DE GIRAÇÃO ................................................................................... 40
II. 1. 3. 2. TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS ................................................... 41
II. 1. 3. 3. EXERCÍCIO RESOLVIDO ......................................................................... 42
II. 1. 3. 4. MOMENTO DE INÉRCIA DE UMA ÁREA COMPOSTA ...................... 42
II. 1. 3. 5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .................................................................... 43
II. 1. 3. 6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS (RESOLUÇÃO INDIVIDUAL) ................ 49
UNIDADE - III ............................................................................................................................ 50
III – ESTABILIDADE DO EQUILIBRIO. ENCURVADURA ............................................ 50

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ESTRUTURAS II

III.1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 50


III.2 – CONCEITO DE ESTABILIDADE ELÁSTICA ........................................................ 51
III.3 – APLICAÇÃO DO CONCEITO DE ESTABILIDADE NA COMPRESSÃO AXIAL. 52
III.4 – CLASSIFICAÇÃO, QUANTO AOS CONCEITOS DE CÁLCULO, DO
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO DE UM PROBLEMA EM TEORIA DE ESTRUTURA
..................................................................................................................................................... 54
III.4.1 – TEORIA DE 1ª ORDEM ........................................................................................ 54
III.4.2 – TEORIA DE 2ª ORDEM ........................................................................................ 55
III.4.3 – TEORIA DE 3ª ORDEM ........................................................................................ 55
III.6 – DETERMINAÇÃO DE Fcrit – MÉTODO DO EQUILIBRIO ................................... 57
III.7 – CARGA DE FLAMBAGEM PARA BARRAS BI-ARTICULADAS ........................... 59
III.8 – OUTROS TIPOS DE VINCULAÇÃO .......................................................................... 62
III.8.1 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) LIVRE ............................................... 62
III.8.2 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) E ARTICULADA .............................. 63
III.8.3 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) - ENCASTRADA ............................. 63
III.9 – TENSÃO DE FLAMBAGEM NO REGIME ELÁSTICO ............................................ 64
III.9.1 – RAIO DE GIRAÇÃO DE UMA SECÇÃO TRANSVERSAL.............................. 64
III.9.2 – ÍNDICE DE ESBELTEZ DE UMA BARRA ......................................................... 65
III.9.3 – TRANSFORMAÇÃO DA CARGA DE FLAMBAGEM EM TENSÃO DE
FLAMBAGEM........................................................................................................................ 65
III.10 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................... 65
III.11 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS .................................................................................... 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 70

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APONTAMENTOS DE ESTRUTURAS - II
2º ANO DO CURSO DE ARQUITECTURA E URBANISMO DO INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA – ISIA

UNIDADE - I

I.1 – CONCEITOS BÁSICOS DAS FORMAS DE RESISTÊNCIA

Um elemento estrutural pode ser levado à roptura de diversas maneiras, de modo


que se pode distinguir espécies de RESISTÊNCIAS a serem oferecidas por estes
elementos, quais sejam:

a) Resistência à tracção.
Verifica-se em tirantes, hastes de treliças, pendurais, armaduras de betão
armado, etc.

b) Resistência à compressão.
Verifica-se em paredes, pilares, apoios, fundações, etc.

c) Resistência ao cisalhamento ou corte


Verifica-se no corte de chapas, nos rebites, pinos, parafusos, nós de
tesoura de telhados, etc.

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d) Resistência à flexão.
Verifica-se em vigas, postes encastrados, etc.

e) Resistência à flambagem.
Verifica-se nos elementos estruturais solicitados à compressão e que
apresentam secção transversal com dimensões reduzidas quando
comparadas com o comprimento.

Por exemplo: Colunas, escoras, pilares, hastes e outros elementos


estruturais com cargas de compressão actuando paralelamente ao eixo
longitudinal da peça.

f) Resistência à torção.
Ocorre com menor frequência em elementos de construção. A torção
produz um deslocamento angular de uma secção transversal em relação a
outra. A resistência á torção está relacionada à resistência ao
cisalhamento. Verifica-se em vigas com cargas excêntricas, vigas curvas,
eixos, parafusos, etc.

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g) Resistência composta
Verifica-se em elementos estruturais que são submetidos
simultaneamente por diversos tipos de solicitações.

As resistências dos materiais de construção são determinadas em “Máquinas


Universais de ensaios”, obedecendo procedimentos rotineiros, que são
padronizados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Os valores obtidos variam de acordo com o material, de material para material, e


de acordo com o tipo de carga aplicada.

Em algumas estruturas, como por exemplo pontes, deve-se considerar, além da


resistência estática a resistência do material à fadiga, aplicando-se cargas
variáveis, alternadas e oscilantes.

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I.2 – ANÁLISE DO ENSAIO DE TRACÇÃO DE UMA BARRA DE


SECÇÃO CIRCULAR DE AÇO.

I.2.1 – INTRODUÇÃO

Consiste na aplicação de carga de tracção uniaxial crescente em um corpo de


prova específico até a roptura. Trata-se de um ensaio amplamente utilizado na
indústria de componentes mecânicos, devido às vantagens de fornecer dados
quantitativos das características mecânicas dos materiais.

Com esse tipo de ensaio, pode-se afirmar que praticamente as deformações


promovidas no material são uniformemente distribuídas em todo o seu corpo, pelo
menos até ser atingida uma carga máxima próxima do final do ensaio e, como é
possível fazer com que a carga cresça numa velocidade razoavelmente lenta
durante todo o teste, o ensaio de tração permite medir satisfatoriamente a
resistência do material.

A uniformidade termina no momento em que é atingida a carga máxima suportada


pelo material, quando começa a aparecer o fenômeno da estricção ou da
diminuição da secção do provete, no caso de matérias com certa ductilidade. A
roptura sempre se dá na região mais estreita do material, a menos que um defeito
interno no material, fora dessa região, promova a roptura do mesmo, o que
raramente acontece.

A precisão de um ensaio de tração depende, evidentemente, da precisão dos


aparelhos de medida que se dispõe. Com pequenas deformações, pode-se
conseguir uma precisão maior na avaliação da tensão ao invés de detectar
grandes variações de deformação, causando maior imprecisão da avaliação da
tensão.

Mesmo no início do ensaio, se esse não for bem conduzido, grandes erros pode
ser cometidos, como por exemplo, se o provete não estiver bem alinhado, os
esforços assimétricos que aparecerão levarão a falsas leituras das deformações
para uma mesma carga aplicada.

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Deve-se portanto centrar bem o corpo-de-prova na máquina para que a carga


seja efetivamente aplicada na direção do seu eixo longitudinal.

I.2.2 – ENSAIO CONVENCIONAL

Nos corpos de provas normalmente a secção recta é circular, porém corpos de


provas retangulares também são usados. Durante os ensaios, a deformação fica
confinada à região central, mais estreita, do corpo de prova.

O diâmetro padrão é aproximadamente 12,8 mm, enquanto a secção reduzida


deve ser pelo menos quatro vezes esse diâmetro. O corpo de prova é preso
pelas extremidades nas garras de fixação do dispositivo de testes.

A máquina de ensaio de tracção é projectada para alongar o corpo de prova a


uma taxa constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga
instantânea aplicada e os alongamentos resultantes, isso com o auxílio de
extensómetros.

Quando um corpo de prova é submetido a um ensaio de tracção, a máquina de


ensaio fornece um gráfico que mostra as relações entre a força aplicada e as
deformações ocorridas durante o ciclo.

Mas o que interessa para determinação das propriedades do material ensaiado é


a relação entre a tensão e a deformação.

A tensão corresponde à força dividida pela área da secção sobre a qual a força é
aplicada.

Aplicando a equação descrita acima pode-se encontrar os valores da tensão e


fazer o gráfico conhecido como tensão-deformação.

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Figura 1.1 Curva tensão – deformação convencional

Região de comportamento elástico

O ponto A representa o limite elástico.

Figura 1.2 Comportamento da fase elástica e plástica.

Até este ponto, assume-se que a deformação elástica é independente do tempo,


ou seja, quando uma carga é aplicada, a deformação elástica permanece
constante durante o período em que a carga é mantida constante.

Também é assumido que após a remoção da carga, a deformação é totalmente


recuperada, ou seja, a deformação imediatamente retorna para o valor zero. Na
fase elástica os metais obedecem a Lei de Hooke. Suas deformações são
directamente proporcionais às tensões aplicadas.

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A constante de proporcionalidade “E” é o módulo de elasticidade, ou módulo de


Young, fornece uma indicação da rigidez do material. Quanto maior for o módulo,
menor será deformação elástica resultante da aplicação de uma tensão. A
deformação convencional ou nominal é dada:

Onde:
lo – Comprimento inicial
l – Comprimento final para cada carga P aplicada

Limite de proporcionalidade

A Lei de Hooke só vale até um determinado valor de tensão, representado no


gráfico pelo ponto A’, a partir da qual a deformação deixa de ser proporcional à
carga aplicada.

Figura 1.3. Limite de proporcionalidade A’.

Limite de elasticidade (E)

Máxima tensão que o material pode suportar sem apresentar deformação


permanente após a retirada da carga.

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Módulo de resiliência

É a capacidade de um material absorver energia quando deformado


elasticamente e liberá-la quando descarregado. A medida desta propriedade é
dada pelo módulo de resiliência que é a energia de deformação por unidade de
volume necessária para tracionar o metal de origem até o limite de
proporcionalidade.

Coeficiente de Poisson (v)

Mede a rigidez do material na direcção perpendicular à direção de aplicação de


carga uniaxial.

Figura 1.4. Deformações de engenharia experimentadas por uma barra prismática


submetidas a um carregamento unidirecional.

Módulo de elasticidade transversal (G)

Corresponde à rigidez de um material quando submetido a um esforço de


cisalhamento.

Onde, São as tensões e a respectiva deformação cisalhante que sofre o


corpo de prova.

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Tabela 1.1 Valores dos coeficientes elásticos dos metais.

Região de comportamento plástico

Acima de uma certa tensão, os materiais começam a se deformar plasticamente,


ou seja, ocorrem deformações permanentes. O ponto na qual estas deformações
permanentes começam a se tornar significativas é chamado de limite de
escoamento.

Durante a deformação plástica, a tensão necessária para continuar a deformar um


metal aumenta até um ponto máximo, chamado de limite de resistência à
tracção, na qual a tensão é a máxima na curva tensão-deformação de
engenharia.

Isto corresponde a maior tensão que o material pode resistir; se esta tensão for
aplicada e mantida, o resultado será a fractura. Toda a deformação até este ponto
é uniforme na secção. No entanto, após este ponto, começa a se formar uma
estricção, na qual toda a deformação subsequente está confinada e, é nesta

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região que ocorrerá roptura. A tensão corresponde a fractura é chamada de limite


de roptura.

Limite de escoamento

O escoamento é entendido como um fenômeno localizado, que se caracteriza


por um aumento relativamente grande na deformação, acompanhada por uma
pequena variação na tensão.

Isso acontece geralmente no início da fase plástica. Durante o escoamento a


carga oscila entre valores muito próximos uns dos outros.

Figura 1.5 Limite de escoamento.

Limite de Resistência à tracção

É a tensão correspondente ao ponto de máxima carga atingida durante o ensaio.


Após o escoamento ocorre o encruamento que é um endurecimento causado pela
quebra de grãos que compõem o material quando deformados a frio. O material
resiste cada vez mais à tracção externa necessitando de uma tensão cada vez
maior para se deformar. É nessa fase que a tensão começa a subir até atingir um
valor máximo, esse chamado Limite de Resistência.

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Figura 1.6 Limite de resistência à tracção.

Limite de roptura

Continuando a tracção, chega-se a roptura do material, no chamado Limite de


Roptura.

Figura 1.7. Limite de roptura.

Note que a tensão no limite de roptura é menor do que no limite de resistência,


devido à diminuição de área que acontece no corpo de prova depois que se
atinge a carga máxima.

Na figura abaixo se pode analisar todos esses elementos representados num


mesmo diagrama de tensão deformação.

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Figura 1.8. Gráfico tensão – deformação.

Fractura

Consiste separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes,


sob acção de uma tensão, e pode ser considerada como sendo constituída da
nucleação e propagação da trinca. Pode ser classificada em duas categorias
gerais: fractura dúctil e frágil.

A fratura dúctil é caracterizada pela ocorrência de uma apreciável deformação


plástica antes e durante a propagação da trinca.

Figura 1.9. Fractura dúctil – Aspectos macroscópicos

Na figura abaixo pode ser vista a fractura microscopicamente.

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Figura 1.10. Fratura dúctil – Aspectos microscópicos.

A fractura frágil nos metais é caracterizada pela rápida propagação da trinca,


sem nenhuma deformação macroscópica e muito pouca microdeformação.

Na figura abaixo pode ser vista a fractura frágil microscopicamente

Figura 1.12. Fratura frágil - Aspectos microscópicos.

Uma boa maneira de se observar a diferença no comportamento entre os


materiais é submetendo-os a um ensaio de tracção. Fazendo-se um gráfico da

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tensão em função do alongamento, é possível caracterizar um material entre os


dois grupos.

Materiais frágeis rompem-se com alongamento tipicamente menor do que 5% e


mostram maior resistência mecânica, Figura 1.12

Figura 1.13. Curva tensão versus escoamento mostrando a tensão de escoamento.

Equipamento para o ensaio de tracção

Geralmente o ensaio de tracção é realizado na máquina Universal que recebe


este nome por possibilitar a realização de diversos tipos de ensaios.

Figura 1.14. Máquina de ensaio universal.

O corpo de prova é fixado por suas extremidades nas garradeiras da máquina.


Esta provoca uma força axial para fora de modo a aumentar comprimento do
corpo de prova.

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Corpos de prova

Os corpos de prova têm características especificadas de acordo com as normas


técnicas. Normalmente utilizam-se corpos de prova de secção circular ou
rectangular.

Durante os ensaios, a deformação fica confinada à região central, mais estreita,


do corpo de prova, que possui uma secção recta uniforme ao longo do seu
comprimento.

O diâmetro padrão é de aproximadamente 12,8 mm, enquanto o comprimento da


secção reduzida deve ser pelo menos quatro vezes esse diâmetro, é comum ser
de 60 mm.

Figura 1.15 Corpos de provas.

A parte útil (Lo) do corpo de prova identificada no desenho acima é a região onde
são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. As cabeças são
as regiões extremas que servem para fixar o corpo de prova na máquina, de
modo que a força actuante na máquina seja axial. Devem ter secção maior do que
a parte útil para que a roptura do corpo de prova não ocorra nelas.

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Os tipos de fixação mais comum são:

Figura 1.16. Tipos de fixação.

A máquina de ensaio de tracção é projectada para alongar o corpo de prova a


uma taxa constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga
instantânea aplicada (com uma célula de carga) e os alongamentos resultantes
(usando um extensómetro).

Tipicamente um ensaio de tracção- deformação leva vários minutos para ser


executado e é destrutivo, isto é a amostra testada é deformada de maneira
permanente, sendo geralmente fracturada.

O resultado de um ensaio de tração deste tipo é registrado em um registrador


gráfico ou por um computador, na forma de carga ou força em função do
alongamento.

I.2.3 – DIMENSIONAMENTO DE BARRAS

Vimos que as forças axiais de tracção ou compressão produzem tensões normais


nas secções transversais da barra que podem ser calculadas pela fórmula:

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Sabendo-se qual é a tensão admissível do material da barra ( ) podemos


pela fórmula acima calcular qual deverá ser a área mínima recomendável da
secção transversal da barra, isto é,

No caso de barras sujeitas a tracção esta fórmula é suficiente para o


dimensionamento da barra. Entretanto, no caso de compressão a solução não é
tão simples porque, neste caso, estará sujeita, também, a um efeito adicional
chamado de flambagem. Assim sendo, o dimensionamento de barras sob
compressão deverá ser feito utilizando-se a teoria de Flambagem que não faz
parte do nosso estudo neste capítulo.

Além da tensão admissível o dimensionamento de uma barra deve respeitar


também os limites de deformação impostos pelas Normas Técnicas.

I.2.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Baseado no resultado do ensaio de tração apresentado na figura a seguir,


determinar:
a) Módulo de elasticidade do material;
b) Resistência do material ao escoamento;
c) Resistência à tração;
d) Alongamento.

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RESOLUÇÃO:

a) Módulo de elasticidade do material;

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b) Resistência do material ao escoamento;

c) Resistência à tração;

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d) Alongamento.

2. Uma barra de alumínio possui uma secção transversal quadrada com 60


mm de lado, o seu comprimento é de 0,8m. A carga axial aplicada na barra
é de 30kN. Determine o seu alongamento. Eal = 0,7x103MPa.

RESOLUÇÃO:

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3. Uma barra cuja secção transversal tem 30mm de diâmetro é tracionada por
uma força axial de 180kN. Pede-se determinar a tensão normal na barra.

I.2.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 01

1. Determinar a deformação total e específica de uma barra de aço (E=200GPa)


de 4m de comprimento e 15mm de diâmetro submetida a uma carga de tracção
de 20kN.

Respostas: e

2. Uma barra de aço circular com 50 cm de comprimento e 22,6 mm de diâmetro,


solicitada por uma força de tracção 80kN apresenta num comprimento de 20
cm um alongamento de 0,19 mm. Calcular:
a) A tensão actuante.
b) O alongamento relativo.
c) O módulo de elasticidade.
d) A resistência de roptura e o alongamento percentual tendo a peça
rompido sob a carga 166kN e sendo, então, a distância entre as
referências igual a 24,6 cm

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I.2.6 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 02

1. Uma barra circular possui diâmetro igual à 32 mm, e o seu comprimento ℓ =


1,6m. Ao ser tracionada por uma carga axial de 4 kN, apresenta um
alongamento ∆ℓ = 114µm. Qual o material da barra?

2. A barra circular representada na figura, é de aço, possui diâmetro igual à


20 mm e comprimento 0,80m. Encontra-se submetida à acção de uma
carga axial de 7,2 kN.
Pede-se determinar para a barra:
a) A tensão normal actuante (σ).
b) O alongamento (∆ℓ ).
c) A deformação longitudinal (Ɛ).
d) A deformação transversal (Ɛt)
Eaço = 210 Gpa (módulo de elasticidade do aço)
Ʋaço = 0,3 (Coeficiente de Poisson)

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3. A figura dada, representa duas barras de aço soldadas na secção BB.


A carga de tracção que actua na peça é 4,5 kN. A secção 1 da peça possui
d1 = 15 mm e comprimento ℓ1 = 0,6 m, sendo que a secção 2 possui d2 = 25
mm e ℓ2 = 0,9 m. Desprezando o efeito do peso próprio do material, pede-
se determinar para as secções 1 e 2.
a) A tensão normal (σ1 e σ2).
b) O alongamento (∆ℓ1 e ∆ℓ2).
c) A deformação longitudinal (Ɛ1 e Ɛ2).
d) A deformação transversal (Ɛt1 e Ɛt2).
e) O alongamento total da peça (∆ℓ)
Eaço = 210 Gpa (módulo de elasticidade do aço)
Ʋaço = 0,3 (Coeficiente de Poisson)

I.2.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS Nº 03

Obs.: desprezar os pesos próprios das peças em todos os exercícios, exceto quando
mencionado o contrário.

1. Uma determinada barra de uma treliça está sujeita a uma força de tracção
de 20kN. Pretendendo-se usar barra redonda (cilíndrica), pede-se
determinar qual deve ser o seu diâmetro mais econômico recomendável,
sabendo-se que comercialmente encontram-se barras com diâmetros
10mm, 15mm, 20mm, 25mm, etc. Supor que tensão admissível seja
140MPa.
Resposta: 20mm.

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2. A estrutura mostrada na figura suporta a carga de 60kN no ponto A. Pede-


se determinar:
a) A tensão normal na barra AC sabendo-se que seu diâmetro é 30mm
b) O diâmetro mais econômico para a barra AC, supondo-se uma tensão
admissível de 165MPa.
c) A tensão normal na barra AB sabendo-se que a área de sua secção
transversal é 20 cm2

3. As barras 1 e 2 da figura estão soldadas entre si e presas ao tecto em A.


Devido à acção das forças actuantes pede-se determinar:
a) A tensão normal na barra 1 e na barra 2.
b) A deformação total e específica de cada barra sabendo-se que o
módulo de elasticidade do material de ambas as barras é 210 GPa.

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4. As barras 1 e 2 de 30mm de diâmetro, mostrada na figura, estão soldadas


entre si e presas ao tecto em A. Devido à acção das forças actuantes
pede-se determinar a tensão normal na barra 1 e na barra 2.

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UNIDADE - II

II.1. CENTRO DE GRAVIDADE, MOMENTO ESTÁTICO E MOMENTO


DE INÉRCIA DE SECÇÕES PLANAS

II. 1. 1. CENTRO DE GRAVIDADE

O peso de um corpo é definido como a força com que a Terra atrai o corpo. O
ponto de aplicação do peso de um corpo é denominado por centro de gravidade
(CG) ou Baricentro.

Considerando um corpo como um sistema material, de massa total M, verifica-se


que cada ponto material de massa mi, está sujeito a uma força gravítica ΔPi.

Se o sistema for de pequenas dimensões, o conjunto destas forças ΔPi,


constituem um sistema de forças paralelas, cuja resultante fica aplicada no ponto
CG.

Considerando ΔPi = mi.g, em que g representa a aceleração da gravidade,


pode-se representar o peso total de um corpo como sendo:

Desta forma e por analogia com o que foi apresentado na secção anterior, pode-
se representar o vector de posição de um centro de gravidade (CG), como:

tal como na secção anterior também se podem representar as coordenadas do


centro de gravidade, as quais se podem escrever como:

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II. 1. 1. 1. CENTRÓIDES DE SUPERFÍCIES PLANAS

Pode-se definir centróide, como o centro geométrico de um corpo, de uma


superfície, ou de uma linha. Para formas relativamente simples a determinação de
centróides é extremamente fácil e objectiva, por vezes até é intuitiva, no entanto
quando se trata de formas mais complexas, para determinar centróides é
necessário recorrer a alguns conceitos de base, os quais se apresentam de
seguida.

Relativamente às superfícies, o cálculo dos seus centróides é definido por


analogia com que já foi apresentado para o caso de volumes. Assim sendo
definem-se duas situações:

a) Superfície decomponível em partes finitas de dimensões conhecidas Ai,


cujos centróides são conhecidos Ci(xi ;yi).

FIG. II.1 – SUPERFICIE DECOMPOSTA EM FIGURAS CONHECIDAS DE CENTROIDES


CONHECIDOS

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Onde: Ai é a área de cada elemento que compõe o sistema.


b) Superfície só decomponível em partes infinitesimais, recorrendo a áreas
elementares dA , cuja posição é definida pelas coordenadas x e y.

FIG.II.2 – SUPERFICIE DECOMPONIVEL EM AREAS ELEMENTARES

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II. 1. 1. 2. PROPRIEDADES DE BARICENTROS E CENTRÓIDES

Relativamente aos baricentros e/ou centróides existem algumas propriedades, as


quais estão relacionadas com elementos de simetria, particularmente eixos e
pontos de simetria, os quais importa definir em primeiro lugar:

a) Eixo de simetria, é um eixo que divide uma superfície ou um corpo em


duas partes exactamente iguais. A simetria axial não é forçosamente
ortogonal, podendo manifestar-se paralelamente a uma qualquer recta não
perpendicular ao eixo de simetria.
b) Centro de simetria, a uma transformação geométrica que a cada ponto A
do plano faz corresponder outro ponto A’ desse plano de tal forma que
ambos estejam alinhados com um determinado ponto fixo C, à mesma
distância deste (não podendo ser coincidentes, A e A’ localizam-se em
lados opostos relativamente a C) dá-se o nome de simetria central. O ponto
C recebe o nome de centro de simetria e A e A’ dizem-se pontos
simétricos. Também se pode designar esta transformação geométrica por
simetria pontual. A simetria central pode entender-se como sendo um caso
particular de uma rotação de 180º.

FIG. II.3 a) EIXO DE SIMETRIA b) CENTRO DE SIMETRIA

Apresentam-se em seguida as principais propriedades, relativas aos


baricentros e centróides:

 Se uma superfície apresenta um elemento de simetria, o centróide está


necessariamente contido nesse elemento;

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 Se a superfície tem um centro de simetria, esse ponto é o baricentro ou o


centróide;

 Se a superfície admite dois eixos de simetria o centróide ou baricentro é o


ponto de encontro dos dois eixos;

 Nem sempre o centróide está localizado no interior de uma superfície,


poderá ser encontrado fora dela.

FIG. II.4 a) FIGURAS COM DOIS EIXOS DE SIMETRIA b) CENTROIDE FORA DA


SUPERFICIE

Para um corpo de forma irregular, constituído por materiais diferentes o centro de


gravidade estará mais próximo da zona mais “pesada”.

II.1. 1. 3. CENTRO DE GRAVIDADE DE SUPERFÍCIES PLANAS


SIMPLES

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II. 1. 1. 4. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Exemplo 1: Calcule o Centro de gravidade da superfície abaixo que possui 30cm


de base inferior e 20cm de base superior de altura de 12cm:

Escolhendo um sistema de coordenadas em que o eixo das abscissas passa pela


base da peça e o eixo das ordenadas passa pelo ponto médio da base, e
dividindo a figura em dois triângulos e um retângulo, obtém-se:

A tabela abaixo mostra as peças nas quais foi dividido o corpo acima com as suas
coordenadas.
ELEMENTO Ai (cm2) Xi (cm) Yi (cm) Ai Xi Ai Yi
1 30 -11,67 4 -350,1 120
2 240 0 6 0 1440
3 30 11.67 4 350,1 120
∑ 300 - - 0 1680
Logo,

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Assim, o Centro de Gravidade é CG (0cm ; 5,6cm).

Exemplo 2: Considere a chapa na figura. Para as unidades dadas em (cm),


determine as coordenadas do centróide

R: A superfície aparece já dividida em figuras e com o sistema de eixos indicado

a) Para determinar as coordenadas do centróide basta aplicar as expressões:

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Ou também seguindo a tabela abaixo que mostra a chapa nas quais foi dividido o
corpo acima com as suas coordenadas.

ELEMENTO Ai (cm2) Xi (cm) Yi (cm) Ai Xi Ai Yi


1 18 1,5 3 27 54
2 6 3,67 4 22,02 24
3 -3,14 0,85 5,15 -2,669 -16,171
∑ 20,86 46,351 61,829

Logo,

n n

 Ai xi
i 1 46,351
A y
i 1
i i
61,829
XG  n
  2, 22 cm YG  n
  2, 96 cm
A A
20,86 20,86
i i
i 1 i 1

Assim, o Centróide ou Centro de Gravidade é CG (2,22cm; 2,96cm).

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II. 1. 1. 5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Calcular o centro de gravidade das superfícies abaixo:

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II. 1. 2. MOMENTO ESTÁTICO (OU MOMENTO DE PRIMEIRA ORDEM)

O momento estático de uma área em relação a um eixo qualquer é o produto


desta área pela distância do centro de gravidade desta área ao eixo.

Vamos representar por SX o momento estático em relação ao eixo x. O índice


indica o eixo em relação ao qual estamos calculando o momento estático. Se
fosse em relação ao eixo y representaríamos por SY.

Na figura seguinte temos uma área A cujo centro de gravidade está situado em C
e sua distância ao eixo x é y*.

Portanto, o momento estático de A em relação a x é

SX = A.y*

Identicamente teríamos em relação ao eixo y:

SY = A.x*

 Vemos que dependendo da posição dos eixos de coordenadas o momento


estático pode ser positivo, negativo ou nulo já que as coordenadas y* e
x* podem ser positivas, negativas ou nulas.

 Quando a figura possui um eixo de simetria o momento estático em


relação a este eixo é nulo. Por exemplo, o momento estático do rectângulo
seguinte em relação ao eixo x é zero, bem como em relação a y.

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 As unidades do momento estático no Sistema Internacional são m3, ou


mm3, etc.

II. 1. 2. 1. EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. Determinar os momentos estáticos em relação aos eixos x e y do retângulo


mostrado na figura:

Solução:
Sabemos que o centro de gravidade do rectângulo está situado na interseção dos
seus eixos de simetria (ponto C). Então temos:

y* = 5cm x* = 2cm A=10cm.4cm=40cm2

Então:
SX = A.y* = 40.5=200cm3 Sy = A.x* = 40.2=80cm3

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II. 1. 2. 2. EXERCÍCIO PROPOSTO

1. Determinar os momentos estáticos em relação aos eixos x e y do círculo


mostrado na figura, sabendo-se que seu diâmetro é 0,6m.

Resposta: Sy = 0,085m3 e Sx = 0

II. 1. 3. MOMENTO DE INÉRCIA (ou momento de segunda ordem)

Momento de inércia é uma grandeza que mede a resistência que uma


determinada área oferece quando solicitada ao giro em torno de um determinado
eixo. Normalmente é representado pelas letras I e J.

a) Momento de inércia rectangular

Consideremos a área A situada no plano xy conforme a figura e o elemento de


área dA de coordenadas x e y.

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Momento de inércia da área A em relação ao eixo x é determinado por:

Momento de inércia da área A em relação ao eixo y é determinado por:

Para o caso de um rectângulo, de lados b e h, conforme mostrado na figura (b),


onde os eixos dos x e y são eixos centroidais, isto é, são eixos passam pelo
centróide da figura:

b) Momento de inércia polar

O momento de inércia polar é aquele em torno do eixo que passa pela origem
do sistema de eixos, que é um eixo normal ao plano da figura. O momento polar
de inércia pode ser representado por J0, JP, I0 ou IP.

Definimos momento de inércia polar da área A em relação ao ponto O (Figura


abaixo) à integral:

Onde: é a distancia do elemento dA à origem O.

Para o caso de um círculo de raio c, o momento de inércia polar em relação ao


seu centro é:

(Ver Tabela 1 adiante para outras figuras geométricas)

Unidades: os momentos de inércia no SI são usualmente expressos em: m4 ou


mm4

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II. 1. 3. 1. RAIO DE GIRAÇÃO

Considera-se que uma superfície de área A tem um momento de inércia Ix em


relação ao eixo x. Se concentramos esta área numa faixa estreita paralela ao eixo
x e se a área A assim concentrada tem o mesmo momento de inércia Ix, a faixa
deve estar colocada a uma distância kx do eixo x.

Onde: kx é denominado o raio de giração ou o raio de inércia.

O raio de giração de uma área A em relação ao eixo x é definido por

O raio de giração de uma área A em relação ao eixo y é definido por

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O raio de giração de uma área A em relação à origem O é definido por

II. 1. 3. 2. TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

“O momento de inércia Ix de uma área A em relação a um eixo arbitrário x é igual


ao momento de inércia Ix' da área em relação ao seu eixo centroidal x´, paralelo
ao eixo x, mais o produto da área pelo quadrado da distância d entre os eixos x e
x' .”

Considerando a Figura,

fica:

MUITO IMPORTANTE:
O teorema dos eixos paralelos só pode ser aplicado se um dos eixos passar pelo
baricentro da superfície.

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II. 1. 3. 3. EXERCÍCIO RESOLVIDO

Determinar o momento de inércia do rectângulo mostrado na Figura seguinte em


relação ao eixo x, que passa pela sua base e é paralelo ao eixo centroidal x '.

Solução:

OBS: Atenção que o eixo x não passa pelo centro de gravidade da figura, logo
vamos utilizar a seguinte formula (Ver tabela 3):

b.h3
Ix 
3

Dados: b=60mm e h=40mm então:

b. h3 60 . 40 3
Ix    12,8.10 5 mm 4
3 3

II. 1. 3. 4. MOMENTO DE INÉRCIA DE UMA ÁREA COMPOSTA

Se tivermos de determinar o momento de inércia, relativo ao eixo centroidal, de


uma área A composta de várias áreas de formatos geométricos simples, A1, A2,
etc., devemos primeiro localizar o centróide da área composta A, em seguida,
utilizando o teorema dos eixos paralelos, determinamos os momentos de inércia
de cada área simples A1, A2, etc., em relação ao eixo centroidal da área A.

A soma destes momentos de inércia parciais nos dará momento de inércia da


área composta A.

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Devemos lembrar que os momentos de inércia acima citados devem ser todos
calculados para eixos paralelos. (Os momentos de inércia das áreas de geometria
simples podem ser obtidos nas Tabelas 1, 2, 3 e 4 no final deste capitulo).

II. 1. 3. 5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Determinar os momentos de inércia e os raios de giração e em relação aos


eixos centroidais x e y da seguinte figura:

2. Determinar o momento de inércia e o raio de giração em relação ao eixo


centroidal paralelo à base da área apresentada na figura

Resposta: Ix = 791,69 cm3 rx = 3,98 cm

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3. Determinar o momento de inércia em relação ao eixo centroidal, paralelo à


base, da área hachurada apresentada na figura.

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TABELA 1: CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS. FORMULÁRIO 1

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TABELA 2: CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS. FORMULÁRIO 2

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TABELA 3: MOMENTOS DE INÉRCIA DE FIGURAS GEOMÉTRICAS COMUNS

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II. 1. 3. 6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS (RESOLUÇÃO INDIVIDUAL)

1. Determinar o momento de inércia das figuras em relação aos eixos


baricêntricos horizontal e vertical (medidas em cm):

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UNIDADE - III

III – ESTABILIDADE DO EQUILIBRIO. ENCURVADURA

III.1 – INTRODUÇÃO
Em todas as construções as peças componentes da estrutura devem ter
geometria adequada e definida para resistirem às ACÇÕES (forças existentes
e peso próprio ou prováveis = acção do vento) impostas sobre elas. Desta
maneira, as paredes de um reservatório de pressão têm resistência apropriada
para suportar à pressão interna; um pilar de um edifício tem resistência para
suportar as cargas das vigas.

Se o material não resistir às ACÇÕES, atingirá um Estado Limite Último por


Roptura. Da mesma forma, um piso de edifício deve ser rígido para evitar uma
flecha excessiva, o que em alguns casos pode provocar fissuras no tecto,
tornando-se inadequado em seu aspecto funcional (Estado Limite de
Utilização).

Finalmente, uma peça pode ser tão delgada que submetida a uma ACÇÃO
compressiva atingirá o colapso por perda de estabilidade (FLAMBAGEM), isto
é, um Estado Limite Último.

Em engenharia todos os requisitos acima devem ser preenchidos com a


máxima habilidade e o menor custo.

Neste sentido a seleção dos elementos estruturais de uma construção se


baseia nas três seguintes características:

o Resistência
o Rigidez
o Estabilidade

A análise de resistência e rigidez já foram apresentadas anteriormente. Neste


momento a atenção se direciona ao estudo da estabilidade dos sistemas
estruturais.

O nosso estudo começa pela análise de uma barra de diâmetro d, submetida a


uma força axial de compressão. Se esta barra, submetida à força F tiver um
comprimento, l, nenhuma questão de estabilidade apareceria e uma força
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considerável poderia ser suportada por esse membro de comprimento l.


Entretanto, se a mesma barra tivesse comprimento igual a várias vezes o
diâmetro quando submetida aquela força F (ou menor), poder-se-ia tornar
lateralmente instável e entrar em colapso* (fig IV.1). Assim as barras esbeltas
solicitadas a compressão axial, falham desta maneira. A consideração da
resistência do material não é suficiente para se prever o comportamento de tal
membro. Seguem-se alguns conceitos necessários para o prosseguimento de
nosso estudo.

Obs: *Colapso ≡ a barra muda sua configuração linear, passa a ter uma outra
configuração não linear e se rompe por flexão, isto é, em Estado Limite Último.

Fig. III.1. Flambagem de Barras.

III.2 – CONCEITO DE ESTABILIDADE ELÁSTICA

Qualifica-se como estabilidade a propriedade do sistema (estrutura) de manter


o seu estado inicial de equilíbrio nas condições de aplicação de ACÇÕES. Se
um sistema não tem esta propriedade, ele é qualificado de instável.

Definem-se dois estados de equilíbrio:

a) Equilíbrio estável – Se um sistema sofre uma pequena perturbação,


depois de eliminarmos as causas desta perturbação, o sistema volta ao seu
estado inicial de equilíbrio. Este é considerado estável.

b) Equilíbrio instável – Se um sistema sofre uma pequena perturbação,


depois de eliminarmos as causas desta perturbação, o sistema não volta ao
seu estado inicial. Este é considerado instável.

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Fig. III.2. – Equilíbrio estável (a) e instável (c).

Obs: Esta análise de estabilidade está voltada para regime elástico-linear dos
materiais.

Alcançamos o seguinte estágio: o que acontece se o sistema passa do estado


inicial de equilíbrio (estável) para outro? É caracterizado assim a perda de
estabilidade do sistema.

III.3 – APLICAÇÃO DO CONCEITO DE ESTABILIDADE NA


COMPRESSÃO AXIAL

Para peças de comprimento l, da mesma ordem de seu diâmetro, d, ou lado, b,


sujeito à compressão axial, não está correcto o fenómeno de perda de

estabilidade. Se pensássemos em termos de resistência, esta seria e num

ponto A qualquer: .

Fig. III.3 – Gráfico tensão x deformação.

Obs.: A carga F é aplicada de O → f. Portanto pode-se analisar o gráfico da fig.


IV.3 de O → f.

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Para peças com comprimento várias vezes maior que o diâmetro, d, ou lado,
b, sujeita a compressão axial, que fenômeno ocorreria?

Inicialmente a barra está num estado de equilíbrio estável. Para pequenos


valores de F aumentados gradualmente, a coluna permanece num estado de
equilíbrio estável.

Fig. III.4 – Barra com carga F.

Durante este estágio se retirarmos a força ou ACÇÃO F, a barra ou coluna volta à


sua forma inicial de equilíbrio (equivalente à esfera da figura IV.2.a.).

Se aumentarmos ainda mais a ACÇÃO F, haveria uma passagem de um estado


de equilíbrio para outro.

Por definição: carga crítica Fcr ou carga de Euler ou carga de flambagem é o


valor da carga F que provoca o fenómeno da mudança do estado de equilíbrio
estável para o instável.

Fig. III.5 – Flambagem da barra.

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Colocando-se num gráfico F x v(x):

Fig. III.6 - Mudança de equilíbrio.

Chegamos assim, ao NOSSO OBJETIVO: determinar Fcr.

Para completar nosso conjunto de conceitos básicos sobre o fenómeno da


Estabilidade, temos que classificar quanto aos conceitos de cálculo o nosso
problema em Teoria de 1ª ordem, 2ª ordem e 3ª ordem.

III.4 – CLASSIFICAÇÃO, QUANTO AOS CONCEITOS DE CÁLCULO, DO


DESENVOLVIMENTO TEÓRICO DE UM PROBLEMA EM TEORIA DE
ESTRUTURA

III.4.1 – TEORIA DE 1ª ORDEM

Esta teoria não leva em conta os deslocamentos no estudo do equilíbrio da


estrutura e admite ainda certas simplificações, como por exemplo: a substituição

da curvatura da linha elástica pela 2ª ordem derivada da sua equação:

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Fig. III.7 – Estrutura em teoria de 1ª ordem.

III.4.2 – TEORIA DE 2ª ORDEM

Esta teoria leva em conta os deslocamentos no estudo do equilíbrio da estrutura e

considera a curvatura da linha elástica igual à 2ª derivada de sua equação.

Fig. III.8 – Estrutura em teoria de 2ª ordem.

III.4.3 – TEORIA DE 3ª ORDEM

A teoria de 3ª ordem leva em conta os deslocamentos sem simplificações, sendo


geralmente complicada para uso prático.

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A equação da curvatura:

é usada no regime supercrítico.

IV.5 – GRÁFICO DE F x v(x) COM A UTILIZAÇÃO DESTES CONCEITOS

Fig. III.9 – Gráfico de configuração de equilíbrio.

Contemplando este estudo teórico é conveniente ressaltar que o fenómeno da


flambagem não é um problema de resistência, mas sim de estabilidade. Se o
material que compõe a estrutura seguisse indefinidamente a Lei de Hooke a
carga poderia crescer sensivelmente acima de Fcr sem que o equilíbrio perdesse
seu caráter estável.
Exemplo: Barras de acrílico e celuloide (materiais plásticos)

Fig. III.10 – Gráfico tensão-deformação.

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Observa-se que a teoria de 2ª ordem fornece Fcr, ou seja, os problemas de


Flambagem já são testados por esta teoria em Resistência dos Materiais.

Fig. III.11 – Elástica da barra comprimida

III.6 – DETERMINAÇÃO DE Fcrit – MÉTODO DO EQUILIBRIO

Uma coluna perfeitamente recta (Fig. III.12), apoiada em sua extremidade, pode
ser considerada em equilíbrio estável. Se aplicarmos uma carga F a coluna pode
sofrer uma rotação, mas não pode flectir. Na forma hachurada tem uma posição
de equilíbrio tal que:
 Em A o momento de tombamento e o restaurador são:

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Fig. III.12 – Modelo para flambagem.

Para pequeno , ficamos então com 3 condições:

Fig. III.13 – Barra em equilíbrio.

De 2a) tem-se que:

Sendo F = Fcr a carga crítica de flambagem.

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III.7 – CARGA DE FLAMBAGEM PARA BARRAS BI-ARTICULADAS

Seja a barra de seção constante inicialmente recta, mantida na sua posição


deformada por uma carga axial F. A direcção das ordenadas v da elástica
evidentemente será a direcção da menor rigidez contra flexão, quer dizer, o eixo
central com Imin (w) da secção da barra será perpendicular ao plano do desenho
da figura.

Fig. III.14 – Esquema para determinação da carga crítica.

Procuramos a carga F necessária para manter a ela elástica.


Da resistência dos materiais, sabe-se que:

O momento M vale:

Fig. III.15 – Cálculo do momento.

Substituindo na equação procedente tem-se:

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Portanto, temos a solução geral da equação diferencial que rege o problema de


flambagem:

E com as condições de contorno:

Para se determinar o parâmetro K, derivamos 2 vezes a equação:

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Temos que em (3):

Esta condição é satisfeita quando:

Portanto a carga crítica vale:

Chamando:

= Comprimento de flambagem e sendo , podemos montar a seguinte


tabela:

E as seguintes elásticas ( sendo de interesse prático apenas (a) ).

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Fig. III.16 – Algumas elásticas.

Obs: É interessante, novamente, salientar que as ordenadas v não podem ser


determinadas por este equacionamento matemático, necessitando-se para isto da
equação exacta da curvatura K.

III.8 – OUTROS TIPOS DE VINCULAÇÃO

III.8.1 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) LIVRE

Fig. III.17 – Barra encastrada (engastada) livre.

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III.8.2 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) E ARTICULADA

Fig. III.18 – Barra articulada-encastrada (engastada).

Tem-se:

III.8.3 – BARRA ENCASTRADA (ENGASTADA) - ENCASTRADA

Segue-se:

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Fig. III.19 – Barra engastada-engastada.

Obs 1: Relação entre as cargas de flambagem

Obs2: Todas as fórmulas acima podem se assemelhar ao acaso fundamental,


desde que no comprimento real e esteja o comprimento de flambagem lef . Este
comprimento vem a ser a distância entre os pontos de inflexão das elásticas.

III.9 – TENSÃO DE FLAMBAGEM NO REGIME ELÁSTICO

III.9.1 – RAIO DE GIRAÇÃO DE UMA SECÇÃO TRANSVERSAL

Chama-se raio de giração a seguinte relação:

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III.9.2 – ÍNDICE DE ESBELTEZ DE UMA BARRA

Índice de esbeltez de uma barra é a seguinte relação:

III.9.3 – TRANSFORMAÇÃO DA CARGA DE FLAMBAGEM EM TENSÃO


DE FLAMBAGEM

Seja a “tensão de flambagem” igual a:

III.10 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Determinar a carga e a tensão de compressão crítica para uma secção


transversal quadrada de 5,0cm de lado e 1,80m de comprimento, biarticulada,
com módulo de elasticidade longitudinal igual à 205,9.10 3 MPa.

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Dados :
L 1,80m
a  5 cm  0,05 m

Re solução :
a) Momento de Inércia :
a 4 0,054
I   5,21  10  7 m 4
12 12

b) C arg a Crítica :
 2 . E . I  2  205 , 9 109  5,2110  7
Pcrit    326 , 77 kN
le 2 1,82

c) Tensão de Flambagem :
P 326,77
  crit   130.708 kN 2
A 0,05  0,05 m

2. Qual é a carga compressiva máxima que pode ser aplicada a um elemento em


liga de alumínio submetido à compressão, de comprimento L = 4m, se o
elemento é carregado de uma maneira que permite rotação livre nas suas
extremidades e se um factor de segurança de 1,5m contra falha deve ser
aplicado?

Dados:

 Extremidades livres para girar → Carga de Euler (tensão correspondente


menor que a tensão de escoamento)

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 A tensão compressiva média será de:

 Carga Admissível

3. Uma coluna de extremidades articuladas tem seção transversal quadrada de


2m de comprimento. Esta coluna é constituída de pinho com E = 13GPa e σ adm
= 12 Mpa para compressão na direção paralela às fibras. Usando um
coeficiente de segurança de 2,5 no cálculo da carga crítica de Euler para
flambagem, determinar a dimensão da secção transversal, de modo que a
coluna possa resistir com segurança a uma força de 100KN.

 Solução

Substituindo estes valores na equação de Euler,

Como a secção é quadrada,

Verificação da tensão,

Como σ<σy, a secção escolhida é aceitável.

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III.11 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Uma coluna de aço tem 5 m de comprimento, com o módulo de elasticidade longitudinal de


210GPa, está encastrada em ambas as extremidades. Se a área da secção transversal tiver
as dimensões mostradas na figura, determine:
a) A carga critica.
b) Tensão critica.
c) Raio de giração.
d) Índice de esbelteza.

2. A haste é feita de aço com 25mm de diâmetro, determine a carga critica de flambagem, se as
extremidades estiverem apoiadas em articulações. Eaço = 200 GPa, σc = 350 MPa.

3. Uma coluna tubular de aço estrutural está biencastrada em ambas as extremidades. Se o


comprimento da coluna é igual a L = 4m e o diâmetro externo do tubo igual a 50mm,
determinar a espessura do tubo, de modo que a coluna suporte uma carga axial centrada P =
100 kN sem se ocorrer flambagem. DADOS: E = 200 GPa σy = 250MPa

R: e = 5,92 mm

4. A barra AB tem secção transversal de 16 x 30 mm, e é feita de alumínio. Ela é presa aos
apoios por meio de articulações. Cada extremidade da barra pode girar livremente em torno do
eixo vertical pelas chapas de ligação. Adoptando E = 70 GPa, determinar o comprimento L
para o qual a carga crítica da barra é de Pcr = 10 kN

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5. Uma coluna de aço tem comprimento de 9m e está encastrada em ambas as extremidades.


Supondo que a área da secção transversal tenha as dimensões mostradas, determine a carga
crítica. Eaço = 200 GPa σE = 250MPa

6. Resolver o problema 5 supondo que a coluna esteja presa por articulações na extremidade
superior e inferior.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 SUSSEKIND, José Carlos. CURSO DE ANÁLISE ESTRUTURAL. GLOBO, PORTO ALEGRE, 1980.

2 Botelho, Manoel Henriques Campos and Marchetti, Osvaldemar. Concreto Armado Eu Te Amo.
Edgard Blucher Ltda, 2001-2002.

3 Capítulo 6 - Centro de Gravidade de Superfícies Planas. Centro Federal de Educação


Tecnológica do Espírito Santo.

4 Capapelo, Eng.º Carlos Manuel. Apontamentos de Tecnologias de Construção Civil. IMIL,


Instituto Médio Industrial de Luanda, 2017.

5 HIBBELER, RUSSELL CHARLES. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS. PEARSON PRENTICE HALL.

6 Piloto, Paulo. Mecânica estrutural-I. Instituto Politécnico de Bragança.

7 almeida, MSc. Luiz carlos de. ELEMENTOS ESTRUTURAIS-NOTAS DE AULA DA DISCIPLINA DE


CONCRETO. Universidade Estadual de Campinas, 2006.

8 Souto, Prof. Nícolas Alves de Oliveira. Resistencia dos Materiais. Faculdade de Pitagoras. 2014.

9 Finotte, Gilson. Resistência dos Materiais - I. Brasil, Outubro de 2015.

10 Prof. Fernando da Costa Baeta, Prof. Valmir Sartor. Resistência dos Materiais e
Dimensionamento de Estruturas para Construções Rurais. Viçosa-MG-Brasil, Universidade
Federal de Viçosa, 1999.

11 Mateus, João Paulo. Mecânica Aplicada e Resistência dos Materiais. Instituto Federal Espirito
Santo - Campu São Mateus, Fevereiro de 2010.

Elaborado por: Carlos Capapelo Email: capapelo2011@hotmail.com 70

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