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1. Introdução
Tendo em conta o tema a ser apresentada, torna-se crucial uma revisão teórica
sobre a principal temática abordada, nomeadamente a diferenciação pedagógica. Para
tal, serão focados, a seguir, aspectos como: o que se entende por diferenciação
pedagógica, razões para a diferenciação, Características de um ensino diferenciado,
Princípios que Orientam a Diferenciação Pedagógica, Estratégias de Facilitação da
Diferenciação Pedagógica, Níveis de Diferenciação Pedagógica, Tipos de Diferenciação
Pedagógica e Diferenciação como factor de inclusão.
Para isto, são tidos em conta vários autores que experienciaram e estudaram a
realidade que é diferenciar o ensino.
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2. Diferenciação
Segundo Tomlinson e Allan (2002) diferenciação é a maior atenção dada às
necessidades de aprendizagem de um aluno, ou de um pequeno grupo, ao invés de
seguir o modelo mais típico de ensinar toda a turma como se todos tivessem
características iguais.
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Cada aluno tem pontos fortes, necessidades, interesses, estilos e ritmos de
aprendizagem diferentes: o objectivo de uma sala de aula onde existe diferenciação
pedagógica é o crescimento máximo do aluno e o seu sucesso individual; segundo
Resendes & Soares (2002) os alunos aprendem melhor quando o professor tem em
conta a individualidade de cada criança e toma em consideração as suas características.
De acordo com Cadima (2006), os problemas sociais, as diferentes sensibilidades,
os problemas de comportamento, o défice de atenção e diferentes interesses coexistem
na mesma turma, pelo que só a pedagogia diferenciada poderá dar uma resposta a todos
e a cada um.
Segundo Sanches (2005), é muito importante que os alunos que apresentam estas
características não sejam dissociados do resto da turma, mas que aprendam no seio dela:
Todas as medidas implementadas a nível do sistema ou da sala de aula, têm servido para
legitimar a uniformidade do sistema no sentido de cumprir os seus objectivos que,
embora diferentes de época para época, discriminam negativamente os seus públicos, de
acordo com os respectivos objectivos.
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“O ensino diferenciado é proactivo.” O professor não tem uma abordagem
única, vai ajustando a sua abordagem às diferentes experiências de
aprendizagem e às necessidades dos seus alunos.
“O ensino diferenciado é mais qualitativo que quantitativo.” Diferenciar o
ensino não é sinónimo de atribuir mais tarefas a uns alunos do que a outros; não
é, igualmente, sinónimo de, por exemplo, o docente colocar um aluno com
dificuldades de aprendizagem a matemática a resolver apenas exercícios de
cálculo, ao passo que outros, mais capazes, estão a resolver problemas
matemáticos mais complexos.
O ensino diferenciado baseia-se numa avaliação formativa e não sumativa.
Ao longo da disciplina o professor vai avaliando os níveis de preparação,
interesses e modalidades de aprendizagem do aluno.
O ensino diferenciado recorre a múltiplas abordagens ao conteúdo,
processo e produto. Ao diferenciarem estes três elementos, os professores
oferecem diferentes abordagens sobre o que os alunos aprendem, como
aprendem e de que modos demonstram o que aprenderam. Este tipo de
abordagem tem como objectivo encorajar um crescimento substancial em todos
os alunos.
O ensino diferenciado é centrado no aluno. O aluno é a personagem principal
de todo o processo. Os professores devem perceber que uma actividade que não
constitui um desafio para alguns alunos pode ser muito frustrante e complexa
para outros.
“O ensino diferenciado é uma mistura de ensino para grupo-turma, para
pequeno grupo e ensino individualizado.” O docente deve ter em conta o
ponto de partida de cada aluno, ou seja, os seus pré-requisitos, a “bagagem” que
cada aluno traz consigo. Os alunos devem se juntar em grande grupo para iniciar
uma pesquisa, saindo em pequenos grupos ou individualmente para procurar
informação, voltando a encontrar-se em grande grupo para partilhar as
descobertas e planear novas pesquisas.
“O ensino diferenciado é “orgânico” evolucionário e dinâmico, pois os alunos
e os professores aprendem juntos. Segundo Tomlinson (2008) Embora os
professores possam saber mais acerca da matéria em questão, estão
continuamente a aprender sobre o modo como os seus alunos adquirem
conhecimentos. É necessária uma colaboração contínua com os alunos para
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aperfeiçoar as oportunidades de aprendizagem e torna-las eficazes para cada um
deles.
A cada dia que passa, os professores encontrarão, na sua prática, novos modos de
diferenciar o ensino, ou seja, o ensino diferenciado não consiste num conjunto bem
definido e constante de estratégias, uma vez que estas vão sofrendo alterações consoante
as necessidades sentidas por alunos e pelos professores.
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8.1. Diferenciação institucional
A diferenciação institucional é uma das responsabilidades do sistema educativo e
das escolas. A diferenciação é realizada através da natureza das instituições que se
frequentam, como por exemplo, frequentar escolas, instituições ou programas de ensino
de natureza diferente, como cursos vocacionais ou cursos profissionais, por exemplo.
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Contudo, responder à diversidade em sala de aula de forma a proporcionar a todos
os alunos uma aprendizagem eficaz e promover, simultaneamente, a sua participação e o
seu sucesso é um desafio complexo, exigente e difícil que implica uma concessão de
organização e gestão escolar que seja capaz de reconhecer o direito à diferença e de
considerar essa diversidade como um factor de enriquecimento e desenvolvimento
pessoal e académico.
No campo de acção dos professores, é necessários que desenvolvam práticas
diferenciadas de ensino em sala de aula (TOMLINSON et al., 2003).
A diferenciação pedagógica é descrita muitas vezes como uma componente
essencial das práticas inclusivas (AINSCOW; BOOTH, 2002), pois procura assegurar
que todos os alunos, independentemente das suas diferenças, conseguem ter sucesso na
aprendizagem. É, nesse sentido, que Sousa (2010, p.15) se refere à diferenciação como
“um instrumento de promoção da inclusão e da equidade face às diferenças existentes
no seio da população estudantil”.
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10. Conclusão
Da análise feita podemos afirmar que a diferenciação pedagógica não é mais uma
proposta a introduzir nas práticas escolares, mas antes um imperativo incontornável na
sala de aula. Utilizar uma variedade de estratégias de ensino, adaptando as aulas às
necessidades e especificidades dos alunos, valorizando os trabalhos individuais e em
pares, aumenta o rendimento escolar. A sua focalização no aluno de forma individual
permite que as limitações da aprendizagem sejam primeiro diagnosticadas para
posteriormente se desenvolver um plano que permita resolve-las. Assim, constata-se
porém, que os constrangimentos na implementação do ensino inclusivo prendem-se com
a formação dos diferentes atores e a insipiência dos recursos financeiros, materiais e
humanos para a sua materialização.
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Referências bibliográficas
AINSCOW, M.; BOOTH, T. Índex para a inclusão: desenvolvendo a aprendizagem e
a participação na escola. Sintra: Cidadãos do Mundo, 2002.
Correia, M. (2013). Educação Especial e Inclusão: Quem dizer que uma sobrevive sem
a outra- Não está no seu perfeito juízo. Porto: Porto Editora.
FERREIRA, M. Guia para uma Pedagogia Diferenciada em Contexto de Sala de
Aula: teorias, práticas e desafios. Lisboa: Coisas de Ler Edições, 2017.
Harvery, S. Richard, S & Matthew, P. (2010). Inteligências Múltiplas e Estilos de
Aprendizagens:Para que todos possam aprender. Porto: Porto Editora
Pacheco, J. (2014). Educação, Formação e Conhecimento. Porto: Porto Editora
Roldão, M. & Marques, R. (orgs) (2000). Inovação, Currículo e Formação. Porto: Porto
Editora.
Sousa, F. (2010). Diferenciação Curricular e Deliberação Docente. Porto: Porto
Editora.
Perrenoud, P. (1999). Construir Competências desde a Escola a Escola. Porto: Porto
Alegre.
Tomlinson, C. & Allan, S. (2002). Liderar Projectos de Diferenciação pedagógica.
Lisboa: Editora.
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