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A solidão necessária para se aproximar do outro, não, da outra. para se enxergar e pôr
no papel, melhor, na folha, para que uma mulher passe os olhos, digo, a visão, sobre
todo o meu corpo, perdão, minha matéria e substância, e possa ler nas entrelinhas e
linhas de expressão, nas marcas, não de roupa, mas de tempo, droga, da idade, todas
elas inscritas na minha pele, um discurso, não, palestra, sobre o ser nós e o ser eu, sobre
a coletividade impressa na indivídua; sujeitas subjetivas não subordinadas.
Todo o meu escrito é mulher, ou melhor, toda a minha escrita é mulher, pra mulher, de
mulher, em mulher. mesmo que não se saiba o que é. essas letras são mulheres, a tinta
impressa será mulher, o toque no teclado foi mulher, os olhos que leem são mulheres.
Tudo que sai de mim se esvai pra preencher nós. mulher. minha dor é mulher. minha
amor é mulher. minha pensar é mulher. minha escrever, também mulher. minha verbo é
verba que sustenta o ser mulher, a poesia nada poética dessa linharada escrita por uma
mulher que não sabe fazer poesia mas sente a poesia na carne. e sabe quem é, e é
mulher, visível, saída da terra enterrada, saída da casa trancada, saída da sombra.
sou
sou
sou
e saio mulher,