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Índice
Introdução..................................................................................................................................... 3

Objetivos:...................................................................................................................................... 3

Pensamento Filosofico dos Sofistas...................................................................................... 4

Origem, natureza e finalidade do movimento sofistico..................................................4

Mudanças sociopolíticas que favoreceram o nascimento da Sofistica......................6

Principais sofistas....................................................................................................................... 6

Protágoras e o método da antilogia....................................................................................... 6

Górgias e a retórica.................................................................................................................... 7

Pródico e a Sinonímia............................................................................................................... 8

Hípias e Antifonte....................................................................................................................... 9

Conclusão................................................................................................................................... 10

Bibliografia................................................................................................................................ 11
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Introdução
O presente trabalho versa sobre origem, natureza e finalidade do movimento sofistico. Ora, o
termo Sofista” significa sábio, e precisamente sábio em cada um dos problemas que dizem
respeito ao homem e à sua posição na sociedade.Sofista” é um termo de origem grega "
sophos , Sophia que significa “sábio”, “especialista do saber”. A acepção do termo, que em si
mesma é positiva, tornou-se negativa sobretudo pela tomada de posição fortemente polêmica
de Platão e Aristóteles. Durante muito tempo os historiadores da filosofia adotaram, além das
informações fornecidas por Platão e Aristóteles sobre os sofistas, também as suas avaliações,
de modo que, geralmente, o movimento sofista foi desvalorizado e considerado
predominantemente como momento de grave decadência do pensamento grego. Somente no
século XX foi possível uma revisão sistemática desses juízos e, consequentemente, uma
radical reavaliação histórica dos sofistas; e a conclusão à qual se chegou é que os sofistas
constituem um elo essencial na história do pensamento antigo.

A Sofistica constitui radical inovação da problemática filosófica, deslocando o eixo das


pesquisas do cosmo para o homem. Inaugura, portanto, o período chamado “humanista” da
filosofia grega.Os Sofistas proclamaram possuir a arte de educar os homens e de prepará-los
para a vida política, oferecendo-lhes novas idéias e novos instrumentos.os principais sofistas
são: Protágoras, Górgias, Pródico, Hípias e Antifonte, cujo as suas ideias estão ilustradas
dentro do trabalho.

Objetivos:
Gerais:

 Compreender em todas dimensões o pensamento sofistico

Específicos:

 Analisar o movimento sofistico dentro do eixo da humanidade;

 Descrever os principais sofistas

 Identificar as Mudanças sociopolíticas que favoreceram o nascimento da Sofistica


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Pensamento Filosofico dos Sofistas

Origem, natureza e finalidade do movimento sofistico


O significado da palavra sofista tem origem das palavras gregas sophos, Sophia, que significa
“sábio” e “sabedoria”. Portanto tais pensadores se denominavam de sábios.este termo foi
usada comumente desde os tempos mais antigos. A cepcao do termo que em si mesma é
posetiva tornou-se porém negativa sobre tudo pela tomada de posições fortimente polémicas
de Platão e Aristóteles. Como efeito, os sofistas operaram uma verdadeira revolução
espiritual,deslocando o eixo da reflexão filosófica da phisis e do cosmo para o homem e
aquilo que concerne a vida do homem como membro da comunidade. Esse deslocamento
radical do eixo da filosofia se explica pela accao conjunta de dois diferentes tipos de causa.

De acordo com Real e Antiser (1990,p.73), é compreensível, portanto, que a sofistica tinha
feito de seus temas predominantemente a ética, a política, a retórica, a arte, a linguagem, a
religião, a educação,ou seja aquilo que hoje chamamos a cultura do homem.

Os sofistas surgiram no Século V a.C. quando do triunfo da Democracia de Péricles, com o


surgimento de novas camadas sociais que começaram a participar dos processos políticos e
com discussões em praçaspúblicas, com idéias inovadoras e contestadoras para a época. Vindo
das classes populares, os sofistas, com a sua linguagem e costumes divergentes da classe
dominante, chegaram a chocar a democracia ateniense. A filosofia dos sofistas pregava o
antropocentrismo e se contrapunha com a visão oficial cosmocêntrica e foi a primeira
Revolução na História da Filosofia. Foram os sofistas que primeiro bateram de frente com os
problemas do espírito humano, o do conhecimento e o problema da ética.

DEL VECCHIO (2006, p. 15), define os sofistas como: “Homens de grande eloqüência e
bravura dialética, percorriam cidades, sustentando em seus discursos teses assaz disparatadas;
compraziam-se em se opor às crenças dominantes, muitas vezes suscitando escândalo público
em razão deseus paradoxos,Ensinavam que cada homem tem um modo próprio de ver e de
conhecer as coisas, do que resultava a tese de que não pode existir uma verdadeira ciência
objetiva e universalmente válida.” Destaca-se a famosa frase de Protágoras que diz que “o
homem é a medida de todas as coisas".
De acordo com Battista Mondin (2003, p. 193), os sofistas levantaram pela primeira vez a
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questão de se o homem tinha ou não a capacidade de conhecer a íntima natureza das coisas e a
lei moral absoluta. Sua resposta foi a de que o homem não as pode conhecer, porque a
realidade e a lei natural estão acima da capacidade cognoscitiva do homem.

Para os sofistas, tudo aquilo que o homem conhece em filosofia e em ética é de sua própria
elaboração. Daí a famosa expressão dos sofistas: ‘o homem é a medida de todas as coisas.’
Com efeito, não é possível um conhecimento verdadeiro, mas apenas provável; não há uma lei
moral absoluta, mas somente leis convencionais. Nesta dimensão empírica do conhecimento
humano, o prazer se coloca como a única meta para o homem.

Os sofistas eram profissionais, pois exerciam a sua arte em troca de dinheiro. Ensinavam a que
quisesse aprender a arte da argumentação no interesse de ascender nas classes sociais mais
elevadas na Grécia. Os sofistas por não serem atenienses e não poderem ascender na política
ensinavam a sua arte em troca de dinheiro sendo assim mal vistos pela sociedade ateniense. A
arte dos sofistas era ensinada em praça pública para poucas pessoas em grupos pequenos,
através de seminários ou na casa de quem os contratasse. Assim era desenvolvido o método
sofista de ensinar.

Portanto, os sofistas eram homens que transitavam de cidade em cidade na Grécia para
transmitir os seus conhecimentos para os filhos dos cidadãos por um preço combinado e que
tal educação lhes servisse para a proporcionar-lhes a participação da vida política bem como
conhecimentos dos mais variados possíveis para lhes garantir a sua formação como
cidadão.Valorizavam e ensinavam a retórica e a arte de argumentar. Afirmavam que o cidadão
alcançaria o sucesso através da sua capacidade de convencer aos outros acerca da veracidade
de seus argumentos.

Souza Filho (2009, p. 29), ainda destaca que os pensadores sofistas promoveram a primeira
grande Revolução na História da Filosofia, pois não apenas apresentaram um método novo
para valorar o objeto do estudo, mas aqui, está o seu mérito singular, modificaram o próprio
objeto da investigação, uma vez que apresentaram o homem no lugar da natureza, dando a este
o destaque e significado merecidos.
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Mudanças sociopolíticas que favoreceram o nascimento da Sofistica


Antes de mais nada, recordemos a lenta mas inexorável crise da aristocracia, acompanhada
pari passu pelo sempre crescente poder do demos, do povo; o afluxo cada vez mais maciço de
estrangeiros às cidades, especialmente em Atenas, com a ampliação do comércio, que,
superando os limites de cada cidade, levava cada uma delas ao contato com um mundo mais
amplo; a difusão dos conhecimentos e experiências dos viajantes, que levavam à inevitável
comparação entre usos, costumes e leis helênicas, e usos, costumes e leis totalmente
diferentes.

Todos esses fatores contribuíram fortemente para o surgimento da problemática sofistica. A


crise da aristocracia implicou também a crise da antiga areté, os valores tradicionais, que eram
precisamente os valores apreciados pela aristocracia. A crescente afirmação do poder do
demos (povo) e a ampliação da possibilidade de aceder ao poder a círculos mais vastos
fizeram desmoronar a convicção de que a areté estivesse ligada à nascença, isto é, que se
nascia virtuoso e não se tornava, pondo em primeiro plano a questão de como se adquire a
“virtude política”. A ruptura do círculo restrito da pólis e o conhecimento de costumes, usos e
leis opostos deveriam constituir a premissa do relativismo, gerando a convicção de que aquilo
que era considerado eternamente válido, na verdade não tinha valor em outros meios e em
outras circunstâncias

Principais sofistas

Protágoras e o método da antilogia


O sofista mais famoso e celebrado foi Protágoras, nascido em Abdera na década de 491 e 481,
e morreu por volta de fins do século.

Segundo Real e Antiser (1990), a proposta basilar do pensamento de Protágoras era o axioma
"o homem é a medida de todas as coisas,daquelas que sao por aquilo que são e daquelas que
não são, por aquilo que não são ( princípio do homo mensura).
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Por medida Protágoras entendia a "norma de juízo" , enquanto por "todas as coisas" entendia
todos factos e todas experiência em geral. Com esse princípio, ele pretendia negar a existência
de um critério absoluto que descrimine ser e não ser, verdadeiro e falso. Regista se também
que Protágoras ensinava a tomar mais forte argumento o mais fraco argumento. O que não
quer dizer que ele ensinava injustiça e iniquidade constra a justiça e a retidão, mas
simplesmente, que ele ensinava os métodos técnico e metodologicamente,era possível
sustentar e levar a vitória o argumento que, em determinadas circunstâncias podia ser mais
fraco na discussão.o sucesso dos ensinamentos de Protágoras deriva de facto de que,
fortalecido com essa habilidade,os jovens consideravam que poderiam fazer carreira na
assembleia pública, nos tribunais e na vida pública em geral.

Para Protágoras, tudo é relativo, não existe um verdadeiro absoluto e também não existe
valores morais absolutos. Existe, entretanto, algo que é mais conveniente e portanto mais
oportuno. O sábio é aquele que conhece esse relativo.

Por fim, sabemos que Protágoras disse no que se refere aos deuses,eu não tenho possibilidade
de afirmar que existe ou não. Com base no seu método antológico ele teria que demostrar
tantos argumentos em favor da existência dos deuses como os contrário. O que não significa
ele um ateu como os outros incluíam ainda na antiguidade, mas apenas que foi um agnóstico
do ponto de vista racional ( embora do ponto de vista prática, parece que tinha um
posicionamento posetivo em relação a Deus.

Górgias e a retórica
Górgias nasceu em Leotinos, na Sicília,por volta de 485-480 a.C,e viveu em perfeitas saúde
física por mais de um século. Viajou por toda a Grécia, alcançado amplos concessos em torno
de si. A sua obra filosófica mais importante leva o título sobre a natureza ou sobre o não ser.

Enquanto Protágoras parte do relativismo para implantar o método da antilogia, Górgias parte
do nilismo na sua obra sobre o tratado ou sobre o não ser baseando se nas três teses seguintes:

1. O ser não existe,ou seja existe o nada;


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2. Se o ser existisse, ele não podia ser cognoscivel . Para provar está afirmação, Górgias
procurava se basear no princípio de parménides segundo a qual o pensamento é sempre
e só pensamento do ser e que o não ser é impensável;

3. O mesmo que fosse pensavel, o ser permaneceria inesprimivel. Com efeito,a palavra
não pode transmitir verazmente coisa nenhuma que não seja ela própria.

Destruído a possibilidade de alcançar uma verdade absoluta, parece que só restou a Górgias o
caminho da opinião (doxa), ele porém negou também a opinião considerando- o mais pérfido
das coisas. Ele procura então um terceiro caminho,o da razão.

Já a sua posição em relação a retórica é nova. Se não existe uma verdade absoluta e tudo é
falso, a palavra adiquir então uma autonomia própria, quase ilimitada, porque desligada dos
vínculos do ser. A retórica é exatamente a arte que desfruts esse aspecto de palavra, podendo
ser definida como a arte de persuadir. Para Górgias, ser retor consiste em ser capaz de
persuadir os juízos nos tribunais,os conselheiros no conselho, os membros da assembleia
popular e qualquer outra reunião que se realiza entre cidadão.

Por fim Górgias foi o primeiro filósofo que procurou teorizar aquilo que hoje chamaríamos de
violência estética da palavra. Assim como a retórica, a arte lida com sentimentos, mas ,ao
contrário da retórica, não visa, interesse práticas,mas ao engano poética (apáte) enquanto tal. E
tal engano é evidentemente,a pura ficcao poética.

Pródico e a Sinonímia
Nativo de Céa, em torno de 470-460.aC, Pródico lecionou com sucesso em Atenas. A sua obra
prima intitulava se Horai( talvez as deusas da fecundidade).

Segundo Reale e Antisei (1990,p.80), Pródico foi mestre em elaborar discursos: Sócrates
chegou a recorda- lo jocosamente como seu mestre. A técnica que propunha baseava se na
sinonímia, ou seja, na distinção entre os vários sinônimos e na determinação precisa das
mudanças do seu significado.

No campo ético ficou conhecido por uma sua reinterpretação com base na doutrina sofistica,
do célebre mito representado Hércules na encruzilhada, ou seja, diante da escolha entre
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virtude e vício. Nessa reentrepertacao , a virtude é apresentada como meio mais adóneo para
alcançar a verdadeira vantagens e a verdadeira utilidade.

Por sua interpretação dos deuses foi originalíssimo. Segundo Pródico, os deuses são a e
hipostalizaçao do útil e do vantajoso: em virtude da vantagem que daí derivava, os antigos
consideravam com deuses o sol, a lua , as fontes, e em geral todas as forcas que influem sobre
a nova vida

Hípias e Antifonte
É comum a afirmação segundo a qual os sofistas teriam contraposto a lei, á natureza. Na
realidade,essa contraposição não existe, nem em Górgias, nem em Pródico,mas no entanto
está presente em Hípias, em Élida, e em Antifonte que actuaram por volta de fins do século V
aC.( Real e Antiseri,1990,p.81).

Hípias é conhecido por ter proposto uma forma de conhecimento enciclopédico e por ter
ensinado a arte da memória. Em seu ensinamento dava amplo espaço á matemática e as
ciências da natureza porque pensava que o conhecimento da natureza, fosse indispensável para
a boa conducao da vida, que devia seguir precisamente as leis da natureza, mas do que as leis
humanos. A natureza une os homens, ao passo que a lei frequentemente os divide.

Antifonte radicaliza a antítese entre natureza e lei, afirmando, com expressões eleatica ,que a
natureza é a verdade e que a lei posetiva é a opinião, estando elas , portanto, quase sempre em
antítese uma com a outra. Consequentemente chega a dizer que se deve seguir a lei da
natureza e transgredir a dos homens, quando se puder fazê-lo impunemente.
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Conclusão
Depois de longa abordagem circunstâncida em torno do pensamento sofistico, vimos que,
embora de modos diferentes, os sofistas realizaram um deslocamento do eixo de pesquisa
filosófica do cosmo para o homem. E precisamente nesse deslocamento é que está o seu mais
relevante significado histórico e filosófico. Eles abriram o caminho para a filosofia moral,
embora, não tinham sabido alcançar os seus fundamentos último, porque não consiguiram
determinar a natureza do homem enquanto tal. Certos aspectos da sofistica que, para muitos,
parecem excesso puramente destruitiva, também têm um sentido posetivo

Os sofistas destruíram a velha imagem de homem própria da poesia e da tradição pre-


filosofica, mas não souberam reconstruir uma nova. Protágoras entendeu o homem
predominantemente como sensibilidade e sensação relativizadora, Górgias como sujeito de
emoções móveis suscetíveis de ser arrastado em quelquer direcção pela retórica.

Bibliografia
DEL VECCHIO, Giorgio. História da Filosofia do Direito. Belo Horizonte: Líder, 2006
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Reale, Giovanni. e Antiseri,Dario.Historia da filosofia-antiguidade e idade média volume I. 3a


ed.paulus- são Paulo 1990;

Battista , Mondin. Introdução à filosofia. Problemas, Sistemas, Autores, Obras. 14. ed.. São
Paulo: Paulus, 2003;

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