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Texto para os leitores:

SOBRE O SONHO QUE NÃO VEMOS

Dentre dilatações sinuosas de existência controversa, esse ensaio produzido em Cuba é o


início de uma investigação visual em torno das experiências de uma América Latina
contemporânea. Mas é, também, uma busca infinda sobre os sonhos. Utopias. Distopias.
Com sementes tão vivas, desejos de emancipação, de caráter poético decisivo, começam a
ser vividos na prática. Tal feito, por muitos diversos, encara as contradições de um mundo
esfacelado em uma compressão do espaço-tempo. Numa modernidade que regride, os
pontos fora da curva aparecem como sopros, e movimentam a realidade.

Nesse diálogo entre relações, espaços e sujeitos latino-americanos inseridos em seu meio
latino-americano, nossa identidade, no século XXI, qual será? Em texturas, formas e
rostos... até quando? Já houve? Longe do que pode parecer, a abordagem dessa nova
miragem do possível parte das subjetividades. A mistura do ser com o espaço em que o
corpo habita. Um lugar em construção. A quase solidão. A experiência coletiva.

Uma busca por empatia. Um chamado a mirar.


Assim, apontam-se horizontes tão necessários neste momento.
Essa é uma busca e um estado de desequilíbrio sobre os sonhos que não vemos.

ONDE SE ESQUECEU DE LEMBRAR

Quando o tempo engolir as memórias, as coisas como conhecemos não serão mais as
mesmas. A investigação visual busca entender o lugar de nostalgia que ocupa o imaginário
potiguar sobre sua história. Durante a pesquisa desenvolvida nos bairros históricos de Natal
entre 2017 e 2020 foi buscado revisitar locais que marcaram o início do desenvolvimento da
cidade e entender a relação do corpo urbano descolado do seu espaço e o estágio atual de
abandono e esquecimento, que se confunde com a resistência do local em permanecer
existindo. Um lugar no qual o tempo caminha lentamente. Um espaço de ruínas vivas.
Desse modo, os vazios urbanos, uma formação cultural marcada pela colonização e a
crítica a uma Natal turística, feita para o outro, marcam esse trabalho. Através de um olhar
pessoal que parte da vivência com a cidade, o projeto se consolida como ferramenta de
descobertas do fotógrafo sobre sua história e tangencia temas como a gentrificação, vazios
urbanos e património cultural.

CIRCULA-ME NAS VEIAS


A passagem entre sertão rural e sertão urbano, a aridez da paisagem que se renova com a
chuva, as memórias de infância e um olhar muito íntimo desse lugar são algumas coisas
que persigo nesse projeto que está ainda em fase de início. Compreender o sertão
contemporâneo foi o ponto de partida desse trabalho em desenvolvimento no território
interiorano potiguar, em cidades como Tangará e Ceará Mirim.

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