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PARTE TEÓRICA

COMPREENDENDO AS EMOÇÕES

Charles Darwin, o pai do evolucionismo, já havia tentado chamar a atenção para a


importância das emoções em um livro publicado em plena era vitoriana, em 1872, ele
observou expressões de Medo, Raiva e Ciúme em seus filhos e se deu conta de que
cachorros expressavam essas emoções. Com tudo no darwinismo, havia uma indicação
clara de que as emoções estavam ligadas à biologia, ele observou que a força da
evolução haviam gravado esses sinais em nosso sistema nervoso central.

Foi a partir do trabalho de dois grandes cientistas da atualidade, António Damásio e


Paul Ekman, e de tudo o que a neurociência acrescentou por meio das mentes
produtivas de ambos que ficou provado aquilo que Darwin havia postulado e que havia
caído em prolongado esquecimento até então.

As emoções são filogeneticamente transmitidas, ou seja, integram o nosso DNA, e elas


habitam o cérebro antes mesmo do surgimento da razão. Damásio demonstrou que
Descartes estava errado. Eu não penso, logo existo; eu primeiro sinto, depois penso. A
razão surge depois da emoção, e para que haja razão, é necessária a maturação do
sistema nervoso (córtex pré frontal).

SIGNIFICADO DA PALAVRA EMOÇÃO

De acordo, com o Daniel Goleman, no livro Inteligência Emocional, EMOÇÃO é


“qualquer agitação ou perturbação da mente, sentimento, paixão; qualquer estado
mental veemente ou excitado”.

Portanto, pode se dizer que as emoções são reações do cérebro a um estímulo do


interno (lembranças) ou externo(ambiente).

PARA QUE SERVEM AS EMOÇÕES NA NOSSA VIDA

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As emoções funcionam como impulso na nossa vida, todas as emoções nos levam à
uma ação e cada emoção desempenha um papel específico para nós, logo, cada
emoção provoca reações, manifestações e respostas diferentes nas nossas vidas.

Quando acontece algo (ambiente) ou alguma lembrança, com que faça nosso cérebro
reagir (reação cerebral), o cérebro libera vários hormônios que consequentemente
altera o estado emocional da pessoa e isso repercute no corpo físico como:
palpitações, choro, suor e, por exemplo, em crianças birra, vamos falar mais sobre isso
nos próximos módulos.

Não adianta ter um cérebro altamente cognitivo e perder o controle perante alguma
situação, sem nenhuma regulação emocional.

Os estudos sobre as emoções não param de crescer, bem como pessoas mais
interessadas por esse tema, sejam profissionais, pais que querem cuidar dos seus filhos
ou adultos que querem uma vida mais equilibrada. Entender o que se passa dentro do
nosso cérebro, ou seja, dar inteligência à emoção vai nos ajudar nos momentos
desafiadores da nossa vida, pois quanto mais entendermos sobre as nossas emoções,
mais fácil será passar por esses momentos, mais resilientes seremos.

OBJETIVO DO EDUCADOR SOCIOEMOCIONAL

Um dos nossos objetivos enquanto educadores socioemocionais é ajudar as crianças,


adolescentes e pais entenderem que não existem emoções ruins. As emoções
simplesmente existem. Suas reações podem ser mais agradáveis e outras mais
desagradáveis, mas todos vamos passar por elas em qualquer momento das nossas
vidas. O que será diferente é a maneira com que vamos passar e o quanto tempo
vamos ficar nessas emoções.

Daniel Goleman, relata que as descobertas relativas à estrutura emocional do cérebro


mostram a existência de circuitos que determinam o comportamento; as lições
aprendidas na infância modelam os circuitos emocionais que comandam a ira, o medo,

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a paixão, a alegria, e que a grande revelação é que tais circuitos podem ser trabalhados
e os hábitos podem ser modelados.

E, ao contrário do que muitos acreditam, o problema não é a emocionalidade, mas a


adequação da emoção e sua manifestação. As emoções são impulsos para o agir,
planos instintivos para lidar com a vida. Podem ser nocivas ou benéficas para o
desenvolvimento do indivíduo e para a saúde humana.

OS TEMPOS DA EMOÇÃO

Há 3 tempos da emoção: o sentir, o falar verbalmente e o atuar no corpo:

1º) O sentir: é um processo intrapsíquico, o ser humano já nasce com as emoções


básicas, é um processo natural;

2º) O falar verbalmente é racionalizar, tomar consciência, falar, a emoção se decodifica


por símbolos mentais (cognição);

3º) Expressão corporal: o modo que a emoção se expressa no corpo, podendo o corpo
reagir de uma forma positiva ou negativa;

Resumindo: O ser humano sente de uma forma inconsciente, toma consciência dessa
emoção e dependendo da consciência tem uma reação psicossomática (ação)
diferente. Por isso, até as emoções dependem do significado que se dá a elas,
dependendo da individualidade de cada ser.

EMOÇÕES X SENTIMENTOS

Apesar de muitos acharem que é a mesma coisa, emoção é diferente de sentimento.


Uma emoção cria um sentimento, que por sua vez pode criar uma nova emoção, é um
ciclo.

Relembrando:

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Emoção = reação do cérebro a um estímulo mental e Sentimento = Resultado de uma
experiência emocional.

As emoções são passageiras e podem gerar sentimentos ou não, e o sentimento é


duradouro.

Emoções e sentimentos divergem nas linhas de estudos de pesquisadores. Mas,


seguindo os conceitos de Goleman, que são conceitos que acreditamos e seguimos
como base para a Jornada das Emoções, podemos compreender que:

Na perspectiva complementar de Goleman, “todas as emoções são,


essência, impulsos, legados pela evolução, para uma ação imediata,
para planejamentos instantâneos que visam a lidar com a vida. [...],
o que indica que em qualquer emoção está implícito uma
propensão para um agir imediato”.

Ainda, outro aspecto crucial e de enorme valia para entender


nossos comportamentos quando estamos inundados por
determinados sentimentos, é que as “ações desencadeadas pela
mente emocional carregam uma forte sensação de certeza, que é
um subproduto de um tipo de comportamento bastante
simplificado, de encarar determinadas coisas que, para a mente
racional, são intrigantes”.

No que tange gerir as emoções ou desenvolver a inteligência


emocional, para Goleman, implica desenvolvermos aptidões
específicas para cada aspecto abaixo enumerado:

1. Capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma


emoção;

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2. Capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles
puderam facilitar sua compreensão de si

e ou de outrem;

3. Capacidade de compreender as emoções e o conhecimento


derivado delas;

4. Capacidade de controlar as próprias emoções para promover


o crescimento emocional e intelectual.

Relembrando:

Emoção = reação do cérebro a um estímulo mental e Sentimento = Resultado de uma


experiência emocional.

As emoções são passageiras e podem gerar sentimentos ou não, e o sentimento é


duradouro.

Emoções e sentimentos divergem nas linhas de estudos de pesquisadores. Mas,


seguindo os conceitos de Goleman, que são conceitos que acreditamos e seguimos
como base para a Jornada das Emoções, podemos compreender que:

FAMÍLIA DAS EMOÇÕES

Há centenas de emoções, combinações e variações.

Aqui na Jornada das Emoções fase 1, vamos estudar somente a Raiva, Medo, Tristeza,
Alegria, Nojo e o Amor, que para alguns pesquisadores são chamadas de emoções
básicas, visto que não há um consenso único em relação ás emoções que chamamos
de básicas ou primárias.

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Na Jornada das Emoções fase 1, daremos foco na conscientização dessas emoções e
vamos ajudar as crianças a encontrarem maneiras mais assertivas de geri-las.

Vale dizer, que o conceito das poucas emoções básicas se deu por Paul Eckman,
quando observou que as expressões faciais da Ira, Medo, Tristeza e Alegria eram
reconhecidos por culturas diferentes de todo o mundo independente da cognição
cerebral.

As famílias das emoções são:

Ira: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação, vexame, acrimônia,


animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, talvez no extremo ódio e
violência patológicos.

Tristeza: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão,


desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

Medo: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela,


escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror; e como psicopatologia, fobia e pânico.

Prazer: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer


sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase
e, no extremo, mania.

Nojo: desprezo, desdém, antipatia, aversão, repugnância, repulsa.

Amor: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape.

Ao longo desse módulo, você compreenderá cada uma dessas emoções mais
profundamente, o que será primordial para suas práticas enquanto facilitadora.

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REFERÊNCIAS

Caminha, R. Educar Crianças: As bases de uma educação socioemocional, Um guia para


pais, educadores e terapeutas. Novo Hamburgo: Sinopsys Editora, 2014.

Goleman, D: Inteligência Emocional: A teoria Revolucionária que redefine o que é ser


inteligente. 3º edição. Rio de Janeiro – RJ: Editora Objetiva Ltda, 1995. Daniel

Reis, A; Ferrari, L; Sperb, T, Reação Emocional frente á expressão emocional de raiva e


tristeza dos filhos, Google, 2020.
Http://www.usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/download/881/477, acessado em:
01/04/2020.

De Castro, S, Desenvolvimento Emocional em Análise Transacional, Google, 2020.


https://docplayer.com.br/15161040-Desenvolvimento-emocional-em-analise
transacional.html, acessado em: 01/04/2020.

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