Tingimento Pág 3
Corantes reativos em
tecido de algodão
Processos
Acabamento Pág 22 Solubilidade diferencial das Pág 59
O tato e os tratamentos fibras químicas de celulose
com plasma em tecidos
Qualidade 27 Produtos e
Cuidados no tratamento de limpeza
Pág
Serviços Pág 63
de tecidos e beneficiamento têxtil
são contradições?
Referências
Bibliográficas Pág 64
Efluentes Têxteis Pág 32
Reuso de efluentes têxteis gerados
por tingimentos de algodão efetuados
com corantes pretos
Preparação Pág 44
Preparação enzimática em fios de
algodão retorcido em dois cabos
Sumário | Revista Química Têxtil
Editorial
XX CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE QUÍMICA TÊXTIL
Brasileiro vencedor do Prêmio da FLAQT
Diretoria Nacional
Presidente: Evaldo Turqueti
Vice-Presidente: Lourival Santos Flor
Conforme amplamente divulgado, aconteceu em Lima, Peru, entre os dias 1º Secretário: Walter José Mota
16 e 19 de novembro, o XX Congresso Latino-Americano de Química Têxtil, 2º Secretário: Ricardo Vital de Abreu
convocado pela FLAQT e organizado, nesta oportunidade, pela Associação 1º Tesoureiro: Adir Grahl
2º Tesoureiro: João Lino Gonçalves
Peruana de Técnicos Têxteis. Diretor Técnico: Humberto Sabino da Silva
Durante o evento, foram realizadas 28 palestras técnicas e 3 painéis, além Núcleo Americana
de desfile de modas e visitas a fábricas. Na parte social, foram oferecidos Coordenador: Durval B.F. Costa
passeios para as acompanhantes dos participantes e um almoço de Vice-coordenador: João José Globo
Secretário: Izaias Ezipati
confraternização em um local típico e pitoresco, com participação de um Tesoureiro: Eduardo Junger
grande número de colegas de vários países. Suplente: José Antonio M. Lima
Suplente: Irani Monteiro
O evento contou com 711 participantes, sendo que a delegação brasileira
Núcleo Nordeste
foi a maior entre as estrangeiras, com um total de 78 componentes. Coordenador: Célia Elioni Ferreira de Carvalho
Vice-coordenador: Silvagner Adolpho Veríssimo
Tradicionalmente, a FLAQT organiza um concurso de trabalhos inéditos de Tesoureiro: Francisco Paiva Costa
pesquisas, que são apresentados através das associações membros da fede- Secretário: Milton Glavina
Suplente: Manuel Augusto Vieira
ração, e desenvolvidos por professores pesquisadores de Universidades de
cada país participante. Núcleo Santa Catarina
Coordenador Geral: João Vergilio Dias
Neste congresso, foram apresentados 12 trabalhos, sendo 4 do Brasil, 3 da Vice-coordenador: Walter Alvaro da Silva Junior
Secretário: Vitor Alexandre dos Santos
Argentina, 3 do Peru, 1 do Equador e 1 da Colômbia. Para nossa satisfação, Tesoureiro: Sérgio da Costa Vieira
o trabalho vencedor foi: “Processos de Oxidação Avançados – UV/H2O2: Suplente: André Luiz Klein da Silva
Estudo de reuso de Efluentes por Tingimento de Algodão Efetuados com Suplente: Luiz Alexandre Schneider
Corantes Pretos”, de autoria dos brasileiros JORGE MARCOS ROSA (Escola
SENAI “Francisco Matarazzo”) e ELESANDRO ANTONIO BATISTA e JOSÉ Corpo Revisor
Esta edição da Revista Química Têxtil contou com uma equipe técnica
CARLOS CURVELO SANTANA (Universidade Nove de Julho – UNINOVE). O para revisar os artigos aqui publicados.
prêmio foi entregue ao autor Jorge Marcos Rosa, durante palestra realizada A equipe é formada pelos seguintes profissionais:
em 23/11, na cidade de Americana(SP). Este artigo está publicado nesta Agostinho Pacheco
Dimas Novaes
edição da revista. Humberto Sabino
Ricardo Vital de Abreu
No Brasil, a ABQCT organizou duas palestras, sendo uma em Americana Rafael Ramos
(SP) no dia 23 de novembro, apresentada pelo Prof. Luis Ponsá, Presidente Reinaldo Ferreira
da Associação Espanhola de Químicos Têxteis, e outra em Blumenau (SC) Os autores devem enviar seus artigos para publicação
no dia 3 de março, pelo Prof. Josep Valldeperas, da Universidade Politécnica com pelo menos 3 meses de antecedência.
da Catalunha. O tema dessas palestras foi “Os Novos Caminhos da Indústria
Têxtil no Mundo”. Expediente
Química Têxtil é uma publicação da Associação Brasileira de
Químicos e Coloristas Têxteis. Os artigos publicados aqui são de inteira
Aproveitando essas duas oportunidades, a ABQCT fez o lançamento oficial responsabilidade dos seus autores. ISSN 0102-8235
do livro “TINGIMENTO TÊXTIL: FIBRAS, CONCEITOS E TECNOLOGIAS”, de Periodicidade: trimestral (março/ junho/ setembro/ dezembro)
autoria do nosso saudoso colega VIDAL SALEM, fundador e ex-presidente Distribuição: mala direta para os associados da ABQCT: indústrias têxteis,
tinturarias e entidades filiadas à FLAQT e AATCC.
da ABQCT. O livro já se encontra disponível para a venda através da ABQCT. Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Ainda nestas ocasiões a ABQCT apresentou um esboço do curso de ensino Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraná.
a distância (EAD), que deverá estar disponivel em março de 2011.
Autores:
C. M. Moraes (cm.moraes@yahoo.com.br)
S. P. Ravagnani (ravag@feq.unicamp.br)
E. Bittencourt (bittencourt@uol.com.br)
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Engenharia Química
Revisão Técnica:
Dimas Novaes
O estudo teve como foco a melhor interação entre o corante e a fibra diretos e faturamento. Nesse sentido, o acabamento na área têxtil
visando, ao mesmo tempo, a fixação da cor e a redução de resíduos requer grande atenção pela quantidade de dejetos tóxicos gerados
industriais durante o processo de tingimento, pois são resíduos compostos de
corantes dissolvidos, porém com alta durabilidade referente à cor,
RESUMO segundo Conchon (1999) apud Zamora e Souza (2005).
O processo de tingimento destinado à área de acabamento nas As fibras têxteis podem ser divididas em dois grupos: naturais
indústrias têxteis é de relevada importância, devendo os corantes e sintéticas. Conforme Garatini e Zanoni (2000), as naturais mais
ter boa afinidade com a fibra a fim de garantir a uniformidade da utilizadas são constituídas de celulose composta de cadeias
cor. Entretanto, são eles os principais responsáveis pela poluição poliméricas lineares de glucose e proteína que são polímeros
ambiental, já que apresentam ótima durabilidade e são de difícil complexos compostos de diferentes aminoácidos, presentes na lã,
degradação natural. A melhor interação entre o corante e a fibra seda, algodão e linho, como ilustra a figura 1.1.
resulta em uma também melhor transferência de massa do
corante do banho para o tecido e garante que se atinja o grau de Figura 1.1 – Celulose natural e proteína
esgotamento total do processo.
Com o objetivo de estudar a afinidade corante/fibra durante
o processo de fixação, através de ensaios tintoriais experimentais
foi possível determinar as curvas de concentrações de corante/
tempo sobre o grau de esgotamento total, tanto para o corante
presente no banho, quanto para a cor adquirida pelo tecido,
correlacionando-os com as variáveis do processo.
Constatou-se uma linearidade entre as concentrações dos corantes
nos banhos residuais e as dos corantes absorvidos pelas fibras.
As correlações dos dados experimentais foram obtidas com os
corantes tintos a frio representando o processo para estabelecer a
quantidade adsorvida pela fibra têxtil.
1. INTRODUÇÃO
A indústria têxtil desempenha papel importante na economia de
muitos países. No Brasil, destaca-se entre os oito principais setores da
atividade industrial, ocupando os primeiros lugares em empregos
$*ROGHQ7HFQRORJLDSRUH[HPSORLQYHQWRXRSURFHVVR'\H&OHDQTXHUHXWLOL]DRV
EDQKRVGHWLQWXUDGRVWHFLGRV&RPHӾFLrQFLDHGHROKRQDVXVWHQWDELOLGDGHPDQWHYH
DTXDOLGDGHGRSURGXWRӾQDOHYLURXUHIHUrQFLDQRPHUFDGR
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ZZZJROGHQTXLPLFDFRPEU
1.1 ALGODÃO
A fibra de algodão é um pelo que se desenvolve de uma única
célula epidérmica do tegumento externo da semente, sendo um
tricoma. É obtida a partir dos frutos de algumas espécies do gênero
Gossypium da família da Malvácea. Portanto, os corantes devem ser capazes de se difundir nas fibras
De acordo com Maluf e Kolbe (2003), as fibras podem variar em nas condições de tingimento.
2. PARTE EXPERIMENTAL
2.1 CORANTES E REAGENTES
Os corantes azul-marinho Bezaktiv S-MAX e azul-marinho Bezaktiv
S-LF, da indústria química CHT, e os corantes azul-marinho Drimaren
CL-R e azul-marinho Drimaren X/GN 150%, da indústria Clariant, 2.2 PROCEDIMENTOS
foram dissolvidos em soluções aquosas na proporção de 100mL de Nos ensaios, foram utilizadas amostras de tecidos, corantes
água para 1g de corante cada. Depois, pegou-se uma alíquota de e reagentes da mesma procedência, assim como o mesmo
2,5mL de cada solução, pois se trabalhou com uma concentração equipamento, a fim de garantir a melhor reprodutibilidade do
de corante igual a 0,5%. processo.
Nos ensaios experimentais, além dos corantes, foram adicionados Todos os ensaios foram realizados em uma máquina laboratorial
aos banhos de tingimentos Cloreto de Sódio – NaCl (sal) e Carbonato semelhante ao modelo HT MATS, com capacidade para doze tubos,
de Sódio – Na2CO3 (barrilha) para melhor fixação e migração. As que simula o tingimento experimental em grande escala.
quantidades desses reagentes foram estipuladas pelos respectivos O procedimento do equipamento consiste em um banho de
fabricantes, de acordo com a proporção de corante usada em cada glicerina, na qual todo o preparo do tingimento e a amostra
tingimento. A tabela 1.1 mostra as quantidades utilizadas de Cloreto de tecido são colocados dentro de um tubo de ferro fechado
de Sódio e Carbonato de Sódio aquosas na proporção de 100mL de individualmente, que, por último, é posto na máquina à
água para 1g de corante cada. Depois, pegou-se uma alíquota de temperatura desejada e constante agitação.
2,5mL de cada solução, pois se trabalhou com uma concentração As amostras dos banhos foram coletadas em intervalos de 5
de corante igual a 0,5%. minutos até atingir o tempo total de 45 minutos, com triplicatas,
Nos ensaios experimentais, além dos corantes, foram adicionados trabalhando-se com uma concentração ≤ 0,5% de corante sem
aos banhos de tingimentos Cloreto de Sódio – NaCl (sal) e Carbonato adição de Soda Cáustica. O mesmo foi feito com os tecidos.
de Sódio – Na2CO3 (barrilha) para melhor fixação e migração. As Para as soluções (banhos), os espectros de absorção na
quantidades desses reagentes foram estipuladas pelos respectivos região VIS foram registrados em espectrofotômetro DU-650
fabricantes, de acordo com a proporção de corante usada em Spectrophotometer, da Beckman; para os tecidos, as concentrações
cada tingimento. A tabela 1.1 mostra as quantidades utilizadas de de cor foram determinadas pelo Método de Colorimetria, com o
Cloreto de Sódio e Carbonato de Sódio. aparelho Spectraflash SF-600, da Datacolor.
Eq. 3.6
Correlação = 0,3608 ± 0,01707 + 0,02500 ± 0,006967.corante -
0,01560 ± 0,001246.tempo
Eq. 3.7
Correlação = 0,2485 ± 0,01796 + 0,01967 ± 0,003557.corante -
0,004100 ± 0,0005030.tempo
Eq 3.8
Correlação = 1,395 ± 5,715 - 2,586 ± 2,331.corante + 5,221 ± 0,4174.
tempo
4. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Os resultados atestam que todos os corantes tiveram um bom
desempenho no processo de tingimento experimental. Contudo,
para ter um esgotamento total, além da escolha adequada da
temperatura, a adição do Carbonato de Sódio é essencial para melhor
aproveitamento do corante e menor geração de resíduo industrial.
Dessa forma, com a combinação da temperatura e quantidades de
sal e barrilha adequadas e indicadas pelos fabricantes, se alcançou
um tingimento equalizado. Um estudo das correlações dos corantes
Para os 25 minutos restantes, todas as variáveis correlacionadas de destinados ao tingimento a frio foi executado, comprovando que
acordo com a Equação 3.5 resultaram em um bom ajuste entre os os resultados dos tingimentos experimentais são representados
valores simulados e experimentais. O gráfico 3.6 ilustra a correlação pela correlação proposta, tornado-se eficiente para descrever o
da cor no tecido. processo com relação ao tempo de processo de tingimento.
AGRADECIMENTOS
Capes – Concessão de bolsa de estudos, CHT – Brasil Química Ltda., Clariant, Maliber – Ind. e Com. Têxtil Ltda.
Autores:
Ceron, Luciano Peske1; Einloft,
Sandra Mara Oliveira1,2;
Ligabue, Rosane Angélica1,2;
Lopes, Natália Feijó2
1
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecno-
logia de Materiais (PGETEMA), Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Porto Alegre - RS (Brasil)
e-mail: luciano@rennertextil.com.br
2
Faculdade de Química, PUCRS
Porto Alegre - RS
Revisão Técnica:
Dimas Novaes
O estudo comparou o desempenho de um novo têxtil - não te- emissão de particulados e inflamabilidade, seguindo a NBR 13098,
cido composto de microfibra fibrilada de para-aramida e fibra de de preparação de corpos de prova para ensaios em laboratório.
meta-aramida - com o da poliamida aromática atual do mercado, a Os resultados de desempenho mostram uma retenção de filtra-
chamada meta-aramida pura ção de particulados com menos de 2,5 micros, estabilidade de alta
dimensão com durabilidade de longo prazo e maior resistência à
RESUMO chama com redução de rachaduras.
Não há nenhuma fibra natural que pode ser usada para fabricar As fibras precisam ter propriedades que ajudam a maximizar a
material filtrante apropriada para todas as situações. Em termos duração de um não tecido como elemento filtrante. Isso inclui o
de propriedades químicas, físicas e mecânicas, um meio filtrante nível adequado de temperatura e resistência mecânica e química,
de sucesso deve ser adaptado para atender aos requisitos especí- além da estabilidade dimensional.
ficos de um determinado sistema de filtragem. Em outras palavras, Todas essas avaliações foram aprovadas nesse novo têxtil, testa-
o meio filtrante ideal deve ser determinado para cada caso, sendo do em condições extremas, obtendo uma eficiência superior com-
cada aplicação escolhida individualmente. parada com outra meta-aramida pura.
Como resultado, as atividades de investigação e desenvolvimen-
to de novos têxteis para atender à área de filtração de gases quentes 1. INTRODUÇÃO
têm sido focadas na prestação de uma vasta seleção de produtos O avanço da ciência e da tecnologia têxtil para a produção de so-
de filtração de forma a satisfazer às necessidades das plantas indus- fisticadas estruturas de fibras, fios e tecidos tem sido a força motriz
triais e os protetores do meio ambiente. Em aplicações que exijam no desenvolvimento de metodologias que proporcionem determi-
resistência à chama, a estabilidade dimensional da poliamida aro- nadas qualidades dos materiais têxteis, para a aplicação na filtração
mática em condições de calor e chama ajuda a manter a integridade de particulados, como a resistência à chama e retenção de finos.
do elemento filtrante e a resistir às rachaduras no não tecido. Dessa forma, a tecnologia pode ser considerada um fator importan-
Os testes de desempenho do novo não tecido foram acompanhados te na obtenção de vantagens competitivas, assim como os avanços
em laboratório pelos seguintes métodos: microscopia, determinação das ciências de polímeros e de fibras que vieram satisfazer um mer-
da massa por área, espessura, permeabilidade, resistência à tração, cado cada vez mais competitivo e inovador.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Os testes foram desenvolvidos nos laboratórios das empresas Du-
Pont do Brasil e Renner Têxtil, respectivamente responsáveis pela fa-
bricação da fibra (figura 3-a) e produção do não tecido (figura 3-b).
(a) (b)
2.6 INFLAMABILIDADE
O ensaio de inflamabilidade é um método comparativo de de-
terminação dos efeitos de um pequeno foco de incêndio sobre a
superfície de têxteis, também conhecido como hot metal nut, que
simula o impacto de partículas superaquecidas. Esse ensaio foi re-
alizado em câmara confinada com temperatura em 290 ºC para o
cilindro metálico central, controlando o tempo e a queima da áre
afetada, seguindo a norma britânica BS 4790:1987.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
(a) (b)
(a) (b)
5. AUTOR
Os desvios padrões menores nas amostras de m-aramida + p- Luciano Peske Ceron é engenheiro químico; doutorando em En-
aramida caracterizam uma melhor compactação das microfibras genharia e Tecnologia de Materiais; mestre em Engenharia e Tec-
pelas estruturas internas de não tecido ( menor permeabilidade). nologia de Materiais; especialista em Gestão Ambiental e em Ges-
tão Empresarial. Atualmente, é engenheiro químico nas empresas
Figura 9 – Emissão de poeira conforme a gramatura Renner Têxtil (responsável técnico pela fabricação de não tecidos
e confecção de mangas filtrantes) e Inbrape (responsável técnico
pela fabricação de persianas de não tecido e plásticas). Participa do
conselho editorial da revista Meio Filtrante.
CUIDADOS NO TRATAMENTO
DE LIMPEZA DE TECIDOS
E BENEFICIAMENTO TÊXTIL
SÃO CONTRADIÇÕES?
Autores:
Dipl.-Ing. Pamela Krix, chefe do projeto
Pesquisa & Desenvolvimento Técnico de
Aplicação, na área de cuidados no trata-
mento de tecidos da Fa. BÜFA -, Sistemas
de Limpeza GmbH + Co. KG, em Olden-
burg, na Alemanha
Tradução:
Ursula Liedgens
Revisão Técnica:
Humberto Sabino
Os cuidados profissionais objetivam garantir que o tecido não seja Parceria têxtil
danificado e que a sua vida útil não diminua, por isso, as lavanderias Antes de qualquer coisa, é importante esclarecer que o alvo de
devem se orientar por regras de caracterização de cuidado no todos os envolvidos é o mesmo, ou seja, prolongar a vida útil de
tratamento de limpeza, grau de sujeira e tipo de tecido tecidos. É necessário que o beneficiador e o confeccionista saibam
qual é o tipo de desgaste que um tecido sofre durante o processo de
A limpeza profissional de tecidos tem sua origem em um dos mais lavagem ou limpeza. Em contrapartida, o profissional encarregado
velhos e tradicionais ofícios. Consciência de moda e qualidade de desse processo adquire informações referentes à fabricação e ao
vida são, hoje em dia, impensáveis sem o serviço das lavanderias beneficiamento de tecidos.
profissionais. Especialmente no tratamento clássico de lavagem Depois da fabricação – seja em tear, malharia, etc. –, o tecido ainda
ou limpeza de tecidos, não se medem esforços para proporcionar não está pronto para a confecção. É o beneficiamento que acarreta
aos tecidos de vestuário ou a qualquer outro tipo, um tratamento as características necessárias de uso que o tecido não possui após
adequado e ecologicamente correto. a fabricação ou, então, só possui em partes.
Tanto as pequenas lavanderias quanto as grandes empresas Essas qualidades se modificam sob a influência dos ciclos de
encarregadas da lavagem ou limpeza trabalham com técnicas lavagem ou limpeza, fatores ambientais e, não por último, do
altamente desenvolvidas, não agressivas ao meio ambiente, e com desgaste normal. Muitas vezes, essas modificações aparecem
processos que exigem profissionais bem formados e altamente somente após um tratamento.
especializados.
CAUSADORES DE DANOS
estatística 2008
(tecelagem, beneficiamento, botões, zíper, etc.) todas as Uma lavagem com água é sempre indicada quando há suspeita
informações necessárias sobre os cuidados a serem tomados ou quando há uma descrição correta que indique que a peça de
para, assim, manter a qualidade de cada componente. Como o vestuário em questão contém revestimento com PVC, tratamento
confeccionista é responsável pela exatidão, todos os fornecedores de PU ou couro acrílico.
devem declarar o que o material fornecido pode ou
não pode suportar.
Os símbolos internacionais devem conter todos os detalhes
do material e da fabricação, inclusive os detalhes de aplicações
e enfeites. Mesmo as sequências de tratamentos de limpeza ou de Características de cuidado
lavagem devem ser consideradas.
Peças de vestuário que não podem ser submetidas a nenhum tipo insuficientes ou ausentes
de tratamento de limpeza ou lavagem devem apresentar em suas
etiquetas o símbolo adequado. exigem um aviso de risco
A pergunta “o profissional e, respectivamente, a lavanderia,
trabalham conforme as características de cuidado?” está sempre em para o consumidor
pauta, porque as indicações de cuidados nas etiquetas dão certa
garantia de que o tecido não sofrerá dano durante o tratamento
de limpeza. Porém, a caracterização de cuidado não é uma garantia
de qualidade, assim como não garante que todo tipo de sujeira CONCLUSÃO
ou mancha será eliminado. As etiquetas de cuidado são, muitas A disposição do responsável pela limpeza e lavagem de tecidos de
vezes, consideradas incômodas e, por isso, eliminadas. Mas são se aperfeiçoar, de procurar a comunicação com outros profissionais
as características de cuidado que dão informações insubstituíveis do ramo, a fim de trocar experiências, é de suma importância para
sobre a atenção a ser considerada durante o tratamento de limpeza evitar reclamações de mudança de cor, revestimentos, etc.
ou lavagem. Informações sobre novos processos de beneficiamento, métodos
Características de cuidado insuficientes ou ausentes exigem de tingimento ou solidez inferior, como consequência da proibição
um aviso de risco para o consumidor. Nesse caso, o sucesso do de determinados grupos de corantes, são indispensáveis para
tratamento de limpeza depende do profissional, que deve ser o profissional da área de limpeza e lavagem.
experiente e estar sempre disposto a se informar com outros Um resultado final bem aceito por todos só é garantido quando
profissionais do ramo sobre experiências adquiridas na prática, os detalhes do processo de cuidado são considerados na sua
a fim de ampliar os seus conhecimentos e garantir o sucesso de seu totalidade. Gerar a satisfação do cliente deve ser o interesse de todos
trabalho. A troca de informações, nesse caso, é fundamental. os envolvidos no processo de limpeza e lavagem. Somente assim
Tratamentos mais suaves ou temperaturas abaixo do que é que se garante o retorno do cliente. É indispensável promover
é indicado nas etiquetas são sempre permitidas. Como perito, confiança e isso só se consegue pela cooperação de todos os
o profissional encarregado do tratamento de limpeza ou lavagem envolvidos, ou seja, fabricantes, beneficiadores e responsáveis pela
deve diagnosticar se uma etiqueta de cuidado está ou não correta. limpeza e lavagem.
Autores:
Jorge Marcos Rosa1,2; Elesandro Antônio
Baptista2 e José Carlos Curvelo Santana2
1
Escola Senai Francisco Matarazzo
R. Correia de Andrade, 232 – Brás
CEP 03008-020 – São Paulo – SP
e-mail: jorge.rosa@portal.sp.senai.br
2
Programa de Mestrado em Engenharia de Produção
Universidade Nove de Julho
Av. Francisco Matarazzo, 612 – Água Branca
CEP 05001-100 – São Paulo – SP
e-mail: jotarosa@uninove.edu.br
Revisão Técnica:
Felipe Gonçalves de Menezes
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estudar a reutilização de efluentes
têxteis oriundos de tingimentos de fibras celulósicas na cor preta.
Foram estudados quatro tipos de corantes: direto, sulfuroso e dois
tipos de reativos. Depois de efetuados os tingimentos segundo
orientações dos fabricantes, os efluentes foram diluídos na
proporção de 1:9 com pH 7, submetidos à radiação ultravioleta
na faixa de λmáx = 237 nm em presença de 3,50 x 10-2 mol.L-1 de
H2O2 e à temperatura de 296 K durante 120 minutos. A eficiência
na descoloração ficou em 9% para o sulfuroso, 52% para o direto,
98% para o corante Reativo A e 99% para o corante Reativo B. Os
efluentes obtidos foram utilizados para tingimento de algodão
na cor branca e comparados com um tingimento efetuado com
água da Sabesp. Os resultados então, foram comparados por Levando-se em consideração o fato de que todo esse produto
espectrofotometria UV/VIS, Sistema CIELab, em DL, sendo: DLSabesp é tinto, lavado ou estampado e que, para tanto, é utilizado um
(Padrão) = 0,0; DLDireto = -0,28; DLReativo A = -0,17 e DLReativo B = 0,10, volume expressivo de água, em torno de 50 a 100 L.kg-1 (Ruschioni,
indicando como mais positiva a reutilização do efluente oriundo 2007), chega-se a um alarmante aumento do consumo médio de
do tingimento com corante Reativo B. água de aproximadamente 3,2 mil m³.
Além desse aumento, é fato que a indústria têxtil, em particular,
1. INTRODUÇÃO apresenta elevada demanda de água em seus processos, gerando
Nos dias de hoje, a busca por sustentabilidade tem sido árdua. grande quantidade de águas residuárias, as quais, geralmente,
Segundo Prado & Prado (2010), no biênio 2008-2009 houve um contêm altas cargas de sais dissolvidos, surfactantes, sólidos
aumento de 3,87% no beneficiamento de tecidos de algodão, suspensos e matéria orgânica, principalmente de corantes na
como demonstrado no gráfico da figura 1. forma de moléculas complexas (Neamtu et al., 2002).
1.2 CORANTES
Com o intuito de verificar o perfil da classe de corante preto
utilizada nos dias de hoje, foi feita uma pesquisa entre nove
significantes tinturarias da Grande São Paulo. Foram efetuadas
cinco questões, dispostas junto com os resultados descritos na
tabela 1.
1.1 EFLUENTES
Recentemente, vários estudos de alguns agentes alternativos
utilizando biomassa como adsorvente também têm despertado
atenção. Nos últimos anos, alguns trabalhos têm sido realizados
utilizando carvão ativado de coco, bambu, casca de eucalipto 1.2.1 DIRETOS
e quitosana como materiais adsorventes. Já os tratamentos São corantes substantivos, solúveis em água, de relativa facilidade
biológicos convencionais requerem um longo tempo para que de aplicação. Com boa solidez à luz, são utilizados basicamente
o efluente atinja os padrões exigidos, além de possuir uma faixa para a coloração do algodão, pelo qual possui grande afinidade.
pequena de pH e temperatura na qual o sistema pode atuar (Kunz Unem-se à fibra somente através de Ligações de Hidrogênio e Forças
et al., 2002; Teixeira e Jardim, 2004). de Van der Waals e, por esse motivo, não possuem boa solidez aos
Salgado (2009) utilizou processos de oxidação avançada, Fe2+/ tratamentos úmidos quando em cores médias ou escuras (Salem,
H2O2 e UV/H2O2, na descoloração de dois efluentes sintéticos, 1999). Na figura 2, exemplo da estrutura de um corante direto.
contendo os corantes dos tipos índigo e azo, e de um efluente de
lavanderia industrial. Foram tratadas soluções com concentração 1.2.2 REATIVOS
de 20 mg.dm-3 dos corantes índigo carmim e vermelho congo em Segundo a Abiquim (2009), a utilização de corantes no Brasil
pH3. Todas as amostras foram submetidas a diferentes condições concentra-se principalmente nos corantes reativos para fibras
oxidantes sob temperatura ambiente (27 ºC). As remoções de cor e celulósicas, que hoje respondem por 57% do mercado.
de DQO foram avaliadas em cada sistema oxidativo estudado. Os corantes reativos são utilizados em grande escala no
Os resultados adquiridos mostraram que os processos tingimento de fibras celulósicas e, pelo fato de reagirem não só
utilizados são muito promissores na descoloração dos efluentes. A com o substrato bem como com a água, acabam sendo um dos
descoloração completa das soluções foi alcançada nos processos principais constituintes dos efluentes de tinturarias.
Fenton e com UV/H2O2. Existem dois grupos de corantes reativos: os halogenoheterocíclicos
Em outro estudo, Aleboyeh et al. (2008) utilizou o auxílio de redes (HHC), que reagem por substituição nucleofílica, e os vinilsulfônicos
neurais para prever a descoloração fotoquímica de uma solução do (VS), que reagem por adição nucleofílica.
2.1.2 REAGENTES
Figura 2 Solução tampão Acético/Acetato; Preto Enxofre RDT (RDT); Preto
-1
C.I. Direct Black 78, de massa molar igual a 791,79 g.mol (Zollinger, 1991) Direto NF 1200% (NF), Amarelo CL-2R (CL-2R), Vermelho CL-5B (CL-
5B), Preto Reativo CL-WN (CL-WN), C.I. Reactive Yellow 145 (RY 145),
C.I. Reactive Red 239 (RR 239), Preto MIX à base de C.I. Black 5 (MB
5); Cloreto de Sódio; Carbonato de Sódio; Metassilicato de Sódio;
Umectante; Tensoativo não iônico; Peróxido de Hidrogênio 50%;
Enzima Catalase; Ácido Sulfúrico 98%; Hidróxido de Sódio 50 ºBé;
Redutor à base de glicose e oxidante à base de Clorito de Sódio.
Figura 3
C.I. Reactive Black 5, de massa molar igual a 991,81 g.mol-1 (Rosa, 2008)
1.2.3 SULFUROSOS
Zollinger (1991) define os corantes sulfurosos como uma classe
de corantes que, após aplicação, são compostos macromoleculares
caracterizados por pontes dissulfetos ou polissulfetos entre anéis
aromáticos, insolúveis em água.
De acordo com Salem (1999), esses corantes necessitam de
uma redução em banho alcalino para solubilização. Depois de
reduzidos, possuem as mesmas propriedades dos corantes diretos,
ou seja, tingem as fibras celulósicas estabelecendo ligações de
Hidrogênio e geram um efluente extremamente poluente. Na figura
4, apresenta-se a estrutura do C.I. Sulphur Black 1, presumidamente
um derivado fenotiazonatiantreno.
Equação 1:
Equação 2:
Sulfuroso Direto
Reativo A Reativo B
Autores:
Akmey Brasil Ind. e Com. de Produtos Químicos Ltda.
Alexandre Cezar Aragão (Blumenau – SC)
Revisão Técnica:
Rafael C. Leonetti Bisco
A finalidade prioritária do trabalho a seguir foi buscar soluções para cerização após a tecelagem; esses corantes apresentam excelente
reduzir ou eliminar os problemas relativos à igualização tintorial em solidez ao meio oxidativo, ao cloro e a altas quantidades de álcalis.
bobinas cruzadas Muitas tinturarias de fios de algodão singelo em bobinas cruzadas
com peso próximo a 1 kg por unidade convivem com a dificuldade
de conseguir tingimentos bem igualizados, que apresentem uni-
RESUMO formidade em todas as camadas da bobina. O ponto crucial dessa
O estudo teórico e prático sobre tinturas de fios 100% algodão
desconformidade está próximo ao porta-material do fio, o conical.
retorcidos em dois cabos busca soluções para reduzir ou eliminar
Tratando-se de fios retorcidos em dois ou três cabos, o proble-
o problema de igualização tintorial em bobinas cruzadas utilizan-
ma de desigualização se acentua em grande escala e praticamente
do corantes reativos. A aplicação de composição enzimática à base
todas as partidas apresentam um percentual que é separado para
de enzimas pectinases e celulases, combinadas com tensoativos
segunda qualidade, variando de 5% a 12%, valores obtidos em qua-
de caráter não iônicos, tendo como alternativas processuais as mu-
tro grandes empresas do mercado brasileiro.
danças de pH, direcionamento do fluxo de banho, temperatura do
Este trabalho tem como finalidade prioritária desenvolver com-
pré-alvejamento e a dureza removida do algodão, tem como fator
binações de enzimas com tensoativos e processos para reduzir ou
proeminente e essencial, para otimizar a igualização do tingimento,
eliminar esse problema das tinturarias, causador de enormes preju-
o controle de pH. Quanto mais próximo de neutro, mais igualizado
ízos para as indústrias de tingimento em bobinas cruzadas de algo-
será o processo. Porém, ocorre um déficit no que diz respeito ao
dão retorcidos e não retorcidos.
grau de alvura, porque nessa condição o peróxido de hidrogênio
Foram obtidos bons resultados de igualização, porém, com de-
não libera oxigênio nascente suficientemente oxidante para pro-
ficiência no grau de branqueamento da fibra, podendo-se avaliar
mover o alvejamento. Desta feita, temos uma boa igualização, mas
que o teor de álcali no sistema é determinante para obtenção de
alvura deficiente. O caminho a seguir é alvejar com pH levemente
bons resultados no pré-alvejamento. Em trabalhos realizados com
alcalino utilizando catalisadores de peróxido de hidrogênio.
pH próximo a 7,0, o grau de igualização mostrou-se excelente e o
Delta E de avaliação de cor entre as camadas da bobinas ficou em
1. INTRODUÇÃO 0,2 entre o meio e as extremidades.
O mercado brasileiro de preparação e tingimento de fios de al- A formação de precipitados e o efeito filtro são os fatores básicos
godão retorcidos em dois cabos tem seu potencial no Sul do país, para que ocorra a desigualização tintorial.
distribuído para outros centros. Sua aplicação é direcionada para
artigos de malhas retilíneas, felpudos e, em menor escala, para teci- 1.1 JUSTIFICATIVA
dos planos com titulagem muito fina. Os problemas causados pela desigualizacão nos tingimentos em
A maioria das bobinas de fio de algodão é tinta com corantes re- bobinas cruzadas de algodão retorcidos de dois ou três cabos, com
ativos pelas suas cores limpas e com brilho, pelo processo fácil, boa peso superior a 900 g, têm como hipótese a formação de filtro pro-
reprodutibilidade e razoável solidez à lavagem. Em fios direcionados cedente dos componentes do próprio algodão e outros elementos
para camisaria de alta qualidade, são aplicados corantes a tina/cuba físicos-químicos referentes às mudanças comportamentais do fio
cujos processos industriais utilizam o recurso de alvejamento e mer- nas condições específicas quando em sua preparação para o tingi-
como linker. O linker é responsável pela flexibilidade dos dois do- Tabela 1 – Receita para alvejamento e tingimento convencional
mínios. A presença do CBD é essencial para a degradação da celu-
lose cristalina sólida. Segundo Andreaus (2001), a remoção do CBD
tipicamente resulta na diminuição de 50% a 80% da atividade da
celulose fúngica nos substratos insolúveis, mas não nos solúveis.
3. METODOLOGIA
Todos os testes foram realizados em planta, em equipamento de Aquecer o banho a 55°C, verificar pH 7,0-8,0. Adicionar os pro-
produção, com o intuito de obter resultados o mais próximo pos- dutos conforme o gráfico abaixo, circular por 40 minutos e soltar o
sível da realidade. As avaliações dos fios após a preparação foram banho. Adicionar a Soda Cáustica e Água Oxigenada aquecendo a
feitas no laboratório físico-químico da empresa. 95°C por 20 minutos, circular por 20 minutos e soltar o banho. Lavar
a 95°C por 10 minutos . Encher a máquina, acertar o pH para 6,0-7,0
e adicionar os produtos para o tingimento.
Aquecer o banho a 60°C, adicionar o ácido e acertar o pH para Aquecer o banho a 65°C, adicionar os produtos conforme o grá-
4,5-5,0. Adicionar o composto enzimático, permanecer por 40 mi- fico, acertar o pH para 5,0, permanecer por 40 minutos e soltar o
nutos e soltar o banho. Adicionar a Soda Cáustica, sequestrante e banho. Adicionar os produtos para o alvejamento, aquecer a 105°C,
água oxigenada, aquecer a 105° em 20 minutos e permanecer por permanecer por 30 minutos, resfriar para 95°C e soltar o banho.
30 minutos. Resfriar a 95°C e soltar o banho. Lavar a 95°C por 10 Lavar a 95°C por 10 minutos e soltar o banho. Encher a máquina
minutos e soltar o banho. Encher a máquina e acertar o pH para e acertar o pH para 6,0 – 7,0 e adicionar os produtos para o tingi-
6,0-7,0 e adicionar os produtos para o tingimento. mento.
3.1.3 TERCEIRO TESTE COM ENZIMAS 3.1.4 QUARTO TESTE COM ENZIMAS
Com a intenção de melhorar a reumectação, será inserido deter- Neste teste, elimina-se totalmente a quantidade de soda cáusti-
gente/umectante; e, para remover mais a dureza, adicionado se- ca. A primeira parte do processo com enzimas será trabalhada em
questrante/dispersante. pH levemente ácido (5,7).
Fonte: AkmeyBrasil
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Tabela 7 – Resultados obtidos
Autores:
Joaquín Gacén e Diana Cayuela
Universidade Politécnica de Catalunha – Espanha
Tradução:
Agostinho S. Pacheco – ABQCT
Revisão Técnica:
Rafael Ramos
RESUMO
Foi estudada a solubilidade diferencial de fibras químicas de o ensaio de solubilidade diferencial das fibras de poliamida em
celulose em dissoluções cloreto de zinco/ácido fórmico. Este misturas fenol/isopropanol e o aplicaram em substratos preparados
ensaio de caracterização da estrutura fina das fibras foi aplicado com diferentes relações de estiramento, ou termofixados em
a substratos de diferentes fibras celulósicas, tais como viscose diferentes temperaturas.
(fibra descontínua e fio contínuo), modal, polinósicas e liocel. A Neste estudo, pretende-se adaptar o ensaio de solubilidade
técnica desenvolvida permitiu a identificação de diferenças de diferencial às fibras de celulose. Por seu caráter não termoplástico,
estrutura fina em substratos de diversas famílias de fibras químicas a estrutura fina dessas fibras não costuma ser sensível aos
celulósicas e, inclusive, em substratos da mesma família e/ou forma tratamentos térmicos e hidrotérmicos habitualmente aplicados
de apresentação (fibra descontínua, fio contínuo). no processamento têxtil. Por outro lado, as diferentes famílias
de fibras químicas de celulose são fabricadas em condições que
1.INTRODUÇÃO conduzem a produtos bastante diversificados, tais como viscose,
Gácen, Maillo e Baixauli desenvolveram o ensaio de solubilidade modal, polinósica (processo xantato), liocel (fiação em dissolvente
diferencial como método de caracterização da estrutura fina das ou fiação em seco/úmido em NMMO) ou cupro (8) (9).
fibras de poliéster (1) e acrílicas (2). Essa técnica é muito sensível Essas variantes de fibras celulósicas diferem de dúvida: o correto
para identificar diferenças de estrutura fina em substratos objetos não seria diferem em? suas propriedades de tração, sobretudo
de comparação e ajuda a explicar comportamentos tintoriais não em condições úmidas e em meio fortemente alcalino, como
uniformes ocasionados por diferenças de estrutura fina. consequência de variações na sua estrutura fibrilar (mais ou menos
A solubilidade diferencial é definida como a porcentagem de ordenada e/ou orientada). Por outro lado, as fibras celulósicas de
uma fibra dissolvida em uma determinada mistura (dissolvente/ uma determinada família podem apresentar diferenças de estrutura
não dissolvente) depois de permanecer em contato com ela fina em função de terem sido fabricadas em condições diversas
durante um tempo fixado, em uma temperatura determinada. por diferentes produtoras ou, advertida ou inadvertidamente,
Quando se tratam de fibras de poliéster, utiliza-se mistura fenol/ por uma mesma produtora. Neste último caso, podem apresentar
tetracloroetano (1) ou fenol/água (3). A solubilidade diferencial comportamentos tintoriais diferenciados e situações conflitantes.
dessas fibras é muito sensível às variações da estrutura fina que De acordo com a hipótese dos autores, o ensaio de solubilidade
produzem os tratamentos térmicos nas condições em que estes diferencial poderia ser sensível às diferenças de estrutura fina
são aplicados (4). que apresentam as várias famílias de fibras químicas de celulose
No caso da fibra acrílica, a mistura utilizada é dimetilformamida/ e, inclusive, às diferenças que, por uma ou outra razão, possam
água (2) e a técnica é muito sensível às variações da estrutura fina estar presentes em fibras de uma mesma família fabricadas por
que se produzem como consequência da aplicação do relaxamento diferentes produtoras ou até por uma mesma produtora. Sendo
ou estabilização em diferentes condições. O ensaio de solubilidade assim, seria útil como técnica de caracterização das estruturas fina
diferencial das fibras acrílicas também é muito sensível à das fibras químicas de celulose.
composição relaxamento/retração dos fios de alto volume (HB), Em primeiro lugar, devemos proceder à seleção de um sistema
já que os componentes de relaxamento e de retração apresentam dissolvente/não dissolvente com capacidade controlada de
solubilidades muito diferentes (5). dissolução da celulose. Cuculo e outros (10) e Arranz (11,12) se referiram
Recentemente, Gacén, Cayuela, Maillo e Tzvetkova (6) (7) definiram a dissolventes diretos da celulose com efeito de desenvolver