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GEOMARKETING: O USO DE ANÚNCIOS GEOLOCALIZADOS

NO ​MOBILE

Yvson Dyogenys Jerônimo de Lima ¹

RESUMO

Com o barateamento dos smartphones e a penetração da conexão de internet nas


zonas antes inalcançáveis, houve um verdadeiro ​boom nas redes sociais. Todo esse
rastro de navegação é de valor inestimável para plataformas que fornecem a
navegação gratuita, sejam jogos, aplicativos ou redes sociais, também no modelo
freemium,​ com acesso limitado e publicidade como moeda de troca. O ponto em
comum é a utilização dessa forma de isca para atrair um grande volume de adeptos
e, em seguida, como se beneficiam ao utilizar esse poderoso arsenal de dados
garimpados. O objetivo desse artigo é mostrar como se relaciona informações
demográficas, aplicações, organização de dados e uso de todas essas informações
de forma estratégica, fortalecendo a tomada de decisões e posicionamento de
marca no ​mobile​. Como a análise de dados passa pela premissa de acordo com o
usuário, também é questionado a aceitação transparente e limites da utilização de
​ as novas abordagens tecnológicas, esse estudo
sua privacidade. Trazendo ​cases d
também demonstra a transição de modelos de marketing mais básicos antes da
chegada das tecnologias geográficas e a trajetória de empresas globais e locais até
apostar nesse tipo de mídia, incorporando a tática de geolocalização a anúncios no
canal ​mobile​.

Palavras-chave:​ Geomarketing; redes sociais; anúncios; ​mobile​; ​big data​.

________________________
¹ Pós-Graduando em Marketing Digital e Social Media, ESUDA
yvsondyogenys@gmail.com
INTRODUÇÃO

Muita coisa mudou entre a criação da DARPA (Agência de Projetos de


Pesquisa Avançada de Defesa) na década de 1970, até a recente criação do
protocolo QUIC (Quick UDP Internet Protocol) para substituir o TCP, e nessas trocas
de tecnologias, seja de morte ou ascensão de canais, é extremamente relevante que
as marcas estejam em sincronia com os meios.
Nas diversas áreas que o marketing atual se prevalece, este artigo vem com
o objetivo de compreender a importância da geolocalização dentro das estratégias
do marketing digital, e também explana como a abordagem pelo ​mobile pode
agregar valor, além de ser a via de diferenciação no mercado.
Mesmo sendo um termo utilizado desde dos anos 2000, de forma didática e
mais avançada em estrategistas de mercado, o Geomarketing (CHASCO, 2003) ou
Geografia de Mercado como cita MASSANO (2003) é relativamente recente, pouco
se fala das suas reais aplicações entre os cursos derivados de administração ou de
tecnologias da informação. Comparando a outros termos amplamente difundidos no
marketing, como PDV, Promoção, Folhetos, Merchandising, o geomarketing é algo
pouco difundido. Ele evoluiu junto com dispositivos, ​big data​, cruzamento de dados e
novos modelos de negócios.
Muito se fala sobre o uso das diversas ferramentas ​mobile ​incorporado a
anúncios e adequação a novas tendências. É totalmente relevante pensar nessa
premissa de abordagem ​mobile quando pesquisas apontam que o uso de aparelhos
celulares tem crescido, especialmente na geração Z, jovens entre 16-20 anos, que
afirmam passar 6,5h diárias com smartphones em mão. Paralelamente esses
números se tornam alarmantes quando comparados ao tempo que compartilham
com estudos/trabalhos (4,5h), relacionamentos (3,8h), família (4,1h) ou amigos
(2,9h) (Motorola Phone-Life Balance Study, 2018), e tornam-se também uma grande
oportunidade de entender os hábitos e estilo de vida, para oferecer cada vez mais
produtos e serviços alinhados com esse perfil, de formas relevantes.
Por tudo isso, este artigo visa esclarecer suas estruturas técnicas, abordando
possíveis aplicações, identificando as tecnologias no ​mobile e seu poder de
penetração das plataformas de anúncios, além de dois estudos de caso para
legitimar a adoção pelas empresas.

METODOLOGIA

Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos


científicos em sua gênese e em seu desenvolvimento. Esse autor ainda cita que a
metodologia deve explicar os produtos da investigação e também seu próprio
processo de construção e produção de resultados. Para Strass (1998) o método é o
meio que se justifica a captação dos objetivos e a principal ferramenta para a
construção dos resultados.
Utilizaremos pesquisas qualitativa e quantitativa para detalhar o uso das
tecnologias nos anos mais recentes, e também iremos detalhar levantamentos de
comportamento de usuário e como o entendimento desse passo a passo se
reverbera em resultado, tornando o meio complemento tão relevante quanto a
mensagem.
O estudo realizado se caracteriza como exploratório de traço descritivo. Por
se tratar um tema atual, teve-se acesso a pesquisas recentes, dados de plataformas
base para anúncios ​mobile e com isso pôde-se demonstrar a importância do
geomarketing dentro da abordagem do marketing, utilizando o processo de
sondagem, relacionando dados e aspectos socioeconômicos, demográficos,
psicográficos, e também através de materiais informativos, documentais e contato
direto (COBRA, 1999).
Esse tipo de metodologia aplicada, quando organizada de forma fácil e
hierárquica, criar conexão entre definições dos autores e efetividade dessas
tecnologias em prol de resultados do marketing. Utilizamos a coleta de dados de
diferentes formas para descrever as características de determinados fenômenos
(GIL, 2008). A pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aperfeiçoamento
de ideias. Ainda sobre a abordagem do artigo, de acordo com Severino (2007,
p.123)​. ​Segundo Santos (2004, p.24) a pesquisa descritiva tem como objetivo “a
descrição das características conhecidas que compõem um fato, um fenômeno, um
processo ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. O principal objetivo
nessa pesquisa descritiva foi observar, registrar e analisar os fenômenos sem entrar
no mérito do seu conteúdo, fato que será abordado nos resultados.

Sem objetividade não teríamos bases sólidas para


estudar um fenômeno; estaríamos estudando apenas a
opinião das pessoas que supostamente estão
"descrevendo" o fenômeno. ​(DANNA, M. F.; MATOS, M.
A.p 02, 2006.)

Na construção dessa abordagem vamos cruzar dados, como pesquisas de


campos internacionais, levantamentos do IBGE e dados de tráfego específicos de
anunciantes. Cada tipo exposto, cada exposição das fontes, de forma simples e
direta, contribui de forma significativa na construção do todo.

EVOLUÇÃO DO MARKETING

Segundo Kotler (1996), o marketing tem como objetivo principal, direcionar


ações planejadas com o intuito de suprir as necessidades, desejos e valores para
promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus
concorrentes.

Normalmente, o marketing é visto como a tarefa de criar,


promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estas
pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de
marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços,
experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades,
organizações, informações e idéias (KOTLER, 2000, p. 25).

Hoje, o marketing é subcategorizado pelas épocas em que seu conceito se


prevaleceu. Começou essa separação após a mudança de foco nos períodos que
compreende a chegada da tv na década de 1950, até a normalização do uso da
internet, após 2010. No Marketing 1.0 (Gráfico 1), o foco era inteiramente na venda
do produto. A indústria que recém ganhou força com a explosão maquinaria,
conseguia focar na produção em larga escala, enquanto as primeiras propagandas
atuavam no viés da novidade massiva e barganha de preço, tentando angariar o
máximo de compradores possíveis.
Gráfico 1: Cadeia de prioridades do Marketing 1.0.

Na evolução tática, chamada de Marketing 2.0 (Gráfico 2), houve a mudança


no centralidade da mensagem, e agora o consumidor era visto e entendido de forma
emocional a fim de suprir suas necessidades. E como crescimento desse
entendimento pelas empresas, criava-se a concorrência e também a ciência do
consumo, acompanhando a evolução dos meios.

Gráfico 1: Cadeia de prioridades do marketing 2.0.


Na próxima geração evolutiva do Marketing, o 3.0, vindo na virada do século
XXI, vimos como a atração e extração do consumidor tornou-se algo vital para o
posicionamento estratégico. Os desejos e necessidades dos consumidores vem
antes do própria necessidade de inovação e diferenciação de mercado. A mudança
de perspectiva foi tão grande, que o antigo consumidor, visto apenas como um
número, agora é entendido e visto de forma única, recebendo uma análise da sua
mente, coração e espírito pelos setores de marketing. A satisfação plena é o grande
avanço dessa época.
A era atual já não corresponde somente ao que o Marketing 3.0 estava
disposto a contemplar. Com a internet remodelando cada centímetro dos
relacionamentos das marcas, com o Google estabelecendo novos comportamentos
e redes sociais ditando as normalidades, estabeleceu-se o Marketing 4.0 a partir de
2011.

COMPOSTO DE MARKETING

Quando o assunto é o composto de Marketing, definido por McCarthy no seu


livro Basic Marketing (1960), ele justifica que são ferramentas que juntas direcionam
em prol do objetivo maior. A tarefa final do marketing é: servir as verdadeiras
necessidades do cliente e comunicar a substância da empresa” (MCKENNA, 2005).
Com essa afirmação, vê-se a importância da inclusão do composto de marketing
como forma de aumento de resultados e melhora na estratégia de marketing.
À medida que o mercado se modifica, também se modifica a produtividade
dos diferentes instrumentos de marketing (KOTLER, 2006). Boone e Kurtz (2009)
dizem que para incentivar a tomada de decisões do cliente, a estratégia de
marketing pode ser dividida em quatro grandes áreas: produto, preço, praça e
promoção. Para cada grande área, estuda-se proposta e abordagens diferentes.
Compondo o composto de Marketing, Kotler (2006) cita que a base de
qualquer negócio é um produto ou serviço. Las Casas (2012) complementa que o
objetivo principal é de comercialização e é desenvolvido para satisfazer os desejos
ou necessidades dos consumidores. Para discriminação do preço, Las Casas (2006)
justifica que o preço ajuda a dar valor às coisas e representa uma troca pelo esforço
feito pela empresa vendedora através da alocação de recursos, capital e
mão-de-obra dos produtos comercializados. A Praça ou PDV, são os canais de
venda que supram as necessidades do cliente, locais ou forma de obtenção do
produto ou serviço, a fim de promover e divulgar, comunicar ao cliente que este bem
ou serviço existe. A Promoção entende-se como a forma de promover os serviços ou
produtos, alinhando-se com as estratégias e escolhendo o meio e canal propício à
alcançar os resultados. Posteriormente, será levantada a hipótese de como o serviço
de geolocalização pode ser pertinente na extensão dos negócios.
O Marketing de serviços tem como objetivo acompanhar e se empenhar no
planejamento e controle dos serviços prestados, indicando como atingir o mercado e
planejar a oferta de serviços com o foco na satisfação dos desejos dos clientes,
fazendo assim, a diferença entre os concorrentes.
Segundo Las Casas (2009), serviços constituem uma transação realizada por
uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência
de um bem. Para Lovelock e Wirtz (2006), um serviço é um ato ou desempenho
oferecido por uma parte à outra. Embora o processo possa estar vinculado à um
produto físico, o desempenho é transitório, frequentemente de natureza intangível e
não resulta normalmente em propriedade ou quaisquer dos fatores de produção.
Uma empresa de serviços é um sistema que compõe: operações de serviços,
entrega de serviços e o marketing de serviços. Empresas que oferecem publicidade
baseada em perímetro geográfico, como Facebook, Google, Vivo, ou como
ferramenta nata e integrada, por exemplo, Waze e In Loco Media.
De acordo com Lovelock e Wirtz (2006) vai mais fundo, quando afirma que o
sistema de Marketing de serviços, representa todos os modos pelos quais o cliente
pode ter encontros com a empresa em questão ou aprender com ela. Vê-se muito
disso sendo tratado de forma direta por marcas de varejo quando se tem decorações
de PDV, lançamento de produtos em gôndola ou ​sampling para gerar empatia com o
consumidor.
PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Gonzalez (2009) classifica a publicidade e propaganda como umas das


ferramentas mais essenciais no meio da comunicação, essencialmente pelo fato de
que a publicidade e propaganda se caracteriza pela persuasão, ou seja, o ato de
persuadir, convencer as pessoas sobre qualquer coisa. O mesmo autor, também
destaca que apesar de ter o mesmo conceito, publicidade e propaganda não
equivalem do mesmo significado.
Segundo Rabaça e Barbosa (2002 apud SANTOS, 2005, p. 15) , “as duas
palavras podem se referir a atividade de planejar, criar e produzir anúncios”. A
publicidade quer dizer popularizar qualquer fato, ou melhor, dar clareza a algum
episódio. Já na área técnica, o publicitário é o especialista que se entrega a qualquer
atividade relacionada a planejamento, criação, produção e veiculação de anúncios,
esses profissionais trabalham em agências de publicidade.
Para Lima (2000), a publicidade tem como principal objetivo informar os
atributos de algum produto, para então proporcionar a sua venda, omitindo do
público em geral as suas contradições. Em suma, sua real intenção é persuadir seu
futuro possível consumidor apresentando aquilo que ele deseja adquirir, desde um
desejo mais íntimo, até um desejo universal. Se a publicidade não influencia o
usuário na medida possível que a marca necessita, é sinal de que precisa ser
repensado o seu objetivo.

Publicidade: é todo o processo de planejamento, criação, produção


veiculação e avaliação de anúncios pagos e assinados por
organizações específicas (públicas, privadas ou de terceiro setor).
Nessa acepção, as mensagens têm a finalidade de predispor o
receptor a praticar uma ação específica (por exemplo comprar um
produto, abrir conta em um determinado banco, reciclar embalagens
etc.). Essa ação tem localização no tempo e no espaço, podendo ser
quantificada (SANTOS, 2005, p.17).

Contudo, sob a perspectiva do marketing, Ogden (2007, p. 25) afirma que a


publicidade, assim como a propaganda também é massificada, no entanto
contrariamente à propaganda, a publicidade não é paga, não é repetitiva e seu
conteúdo não é controlado.
Já existem outros autores no meio acadêmico que defendem outra vertente.
Por exemplo, para Públio (2008), o fator de maior valor para que um produto se
destaque dos outros é a propaganda. Faz-se necessário o seu uso, pois muitos
produtos no mercado são semelhantes e para se diferenciarem da concorrência é
preciso o uso da propaganda.
Kotler e Keller (2006), definem propaganda como “qualquer forma paga de
apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por um
patrocinador identificado”. Já os anúncios veiculados, são uma forma lucrativa de
propagar as mensagens para persuadir os consumidores, seja na escolha da marca,
seja na escolha de um determinado produto.

Mas, além de modificar comportamentos, a propaganda pode criar,


ampliar, consolidar e fortificar imagens, conceitos e reputações,
fazendo com que uma empresa ou marca passe de um total
desconhecimento por parte do mercado para uma posição viva, forte,
presente na cabeça dos consumidores. (PÚBLIO, 2008, p.20)

No entanto, quanto mais a propaganda evolui, mais exigentes os


consumidores ficam; portanto, é preciso encontrar novas formas para se adaptar a
essas exigências. Sampaio (2003, p.23) alega que “todos os integrantes das
modernas sociedades de consumo são influenciáveis pela propaganda”; dessa
forma, a persuasão sobre um consumidor beneficia o anunciante. Aqui será exibida
a relação do planejado com o efetivo, mostrando onde se encaixam as abordagens
geolocalizadas, e se isentando do discussão da real necessidade do uso do
produto/serviço ou do incentivo ao consumo que isso impõe.
Na opinião de Sant’Anna (2011, p.98), “o objetivo global do planejamento é
proporcionar soluções práticas baseada nos fatos, para problemas específicos de
marketing e propaganda”. Logo, para um ótimo planejamento de campanha é
preciso que a empresa e a agência reúnam dados e informações e os interpretem da
forma correta.
Alguns pontos são necessários para execução do planejamento, como a
análise da concorrência e mercadológica, definição dos problemas e oportunidades
atuais, definir objetivos de curto, médio e longo prazo, alcançar um posicionamento
equivalente ao esperado pelo público-alvo. Além disso, estabelecer e dividir a verba
entre os canais utilizados na campanha e ter unidade na co-relação das peças
publicitárias. Após isso, métodos de avaliação e cronograma de aplicação do
planejamento e anexos (CORRÊA, 2008).
No planejamento de campanha, seja em qualquer canal, é necessário
encontrar o equilíbrio entre a situação de mercado e a realidade, servindo como
referência das ações que serão propostas, mantendo a sua consistência.

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

Nas estratégias de comunicação, definem-se os objetivos, qual mensagem


será comunicada, a quem será direcionada, qual o problema a ser resolvido, e de
que forma será transmitida a mensagem. É importante que os objetivos sejam
efetuados de modo que não deixe brechas para outras interpretações diferentes da
mensagem que se deseja passar.

Determinar os objetivos de um plano de comunicação não é uma


tarefa fácil, porque resulta do diagnóstico feito a respeito de uma
dada situação. Lida-se com informações, estabelecendo a relação
entres os fatos, matéria intangível e de difícil interpretação em muitos
casos (CORRÊA, 2008, p. 159-160).

Para Públio (2008, p.151), “as estratégias de comunicação são os caminhos


que levarão o anunciante a atingir seu objetivo de comunicação.” O autor alega que
os elementos que integram as estratégias de comunicação são conhecidos como
mix de comunicação ou CIM (Comunicação Integrada de Marketing). Os elementos
que compõem o mix de comunicação são: a propaganda, ou campanhas na mídia,
promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal, identidade visual e
corporativa e estratégias de comunicação.
Segundo Kotler e Armstrong (2015), várias empresas preferem o pensamento
de comunicação integrada de marketing (CIM). De acordo com esse conceito, a
instituição deve combinar os instrumentos promocionais em um composto de
promoção, com o intuito de reconhecimento do público-alvo, que bem elaborada e
implementada tem a finalidade de transmitir uma mensagem clara e persuasiva
sobre a organização, transmitindo uma mensagem positiva. A CIM também reúne
todas as mensagens e imagens da empresa.
Na opinião de Públio (2008), as consequências almejadas da comunicação se
segmentam em quatro fases primordiais: conhecimento, compreensão, convicção e
ação. Para alguns autores esse mesmo processo é conhecido como AIDA. Ainda de
acordo com Públio (2008, p.147), “não se pode esperar da comunicação nada além
que uma reação”, compreende-se que o coletor dessas informações em sua maioria
tem uma reação positiva, pois o gerador desse conteúdo formulou e planejou os
objetivos específicos da comunicação.
Na visão Corrêa (2008), o pensamento estratégico de comunicação, criação e
de mídia abrange uma série de detalhes muito significativos para sua explicação,
pois todas essas estratégias analisadas poderão influenciar os resultados. Por isso,
cada ferramenta deve ser explorada, para assim a mídia definir os rumos que a
criação irá tomar e definir os veículos onde a mensagem será propagada. Com
objetivos, metas e estratégia traçados, sabe-se que seu resultado final será
satisfatório.
Dessa forma, entende-se que as estratégias de comunicação são ferramentas
de grande importância para que a empresa defina os objetivos que a propaganda
deve alcançar, gerando melhores resultados e transmitindo uma mensagem clara e
persuasiva sobre o seu público-alvo identificado através do estudo.

MARKETING DIGITAL

O Marketing Digital, em seu conceito geral, se dá pelas atividades ​online​, que


tem como objetivo, promover e criar relacionamento de um produto ou marca, por
meio das ferramentas de mídias digitais.
O Marketing Digital, surgiu ainda nos anos 90, com o crescimento da primeira
versão da internet, a partir das primeiras interações de usuários da internet com as
empresas anunciantes na web. Porém, somente nos anos 2000, com a chegada da
web 2.0, o marketing digital teve maior notoriedade pela possibilidade de interação
entre os usuários e com os conteúdos disponibilizados na web. Ao decorrer dos
anos, com o aumento do número desses usuários da internet, o marketing digital
seguiu em constante crescente com a chegada da web 3.0, e já evoluiu muito desde
o seu surgimento (PEÇANHA, 2014). Para Torres (2009), quando falamos em
marketing digital, estamos falando sobre pessoas, suas histórias e seus desejos.
Trata-se de relacionamentos e necessidades a serem atendidas.
O Marketing Digital se tornou um dos maiores aliados usados por empresas,
a fim de divulgar seu negócio e se relacionar com seu público-alvo, além de possuir
inúmeras vantagens, como facilidade de comunicação, interatividade, alcance global
e segmentação, vantagens essas que permitem maior eficiência das campanhas, e
chamam mais atenção do consumidor.

Se você não investir em marketing digital, você não só estará


abrindo mão de falar da sua empresa, como estará deixando
abertas as portas para que todos falem sobre sua empresa
sem que você tome conhecimento, ou possa participar do
processo (TORRES, 2009, p. 61).

Ainda para Torres (2009,) o Marketing Digital completo, deve ser composto por sete
ações estratégicas, que são:
● Marketing de conteúdo - tem o objetivo de impulsionar o público-alvo, gerando
conteúdo útil, relevante e de qualidade suficiente para o consumidor, para que
ele se relacione com uma marca, produto ou serviço.
● Marketing nas Mídias Sociais - tem como estratégia gerar aproximação com o
consumidor, através do seu relacionamento nas redes sociais digitais,
agregado ao marketing digital. Com conteúdo colaborativo, o marketing nas
mídias sociais tem a intenção de promover e divulgar, gerando atratividade, e
se adequando ao seu público consumidor. Criando laços de relacionamento
com seu público, consegue obter resultados mais rápidos que nas mídias
tradicionais.
● Marketing Viral - tem como objetivo espalhar sua informação e promover uma
divulgação maior da marca rapidamente, através de texto, imagem ou
videoclipes. A ideia é criar uma mensagem, chamar a atenção e alcançar o
máximo de usuários possíveis, a partir do repasse e o compartilhamento do
conteúdo propagado.
● E-mail Marketing - se refere à comunicação que a empresa usa com os seus
clientes, ou possíveis consumidores, através da ferramenta de e-mail, de
forma mais pessoal. Ainda com um alcance previsível, consegue atingir um
público específico independente das redes sociais mais utilizadas.
● Publicidade ​online - tem o objetivo de investir na divulgação de uma marca,
produto ou serviço, se utilizando das ferramentas da internet, seja através de
e-mails, redes sociais, ou o próprio site da empresa, atingindo através da
estratégia digital, um público maior e mais amplo.
● Pesquisa ​online - a proposta da pesquisa ​online é de conhecer ao máximo o
comportamento e a opinião do consumidor, através das diversas fontes de
informações e conteúdo. Através da pesquisa ​online,​ pode-se conhecer
desde a opinião e a posição do seu consumidor, até o posicionamento ​online
dos seus concorrentes.
● Monitoramento - permite mensurar tanto o alcance da marca, como a eficácia
das estratégias que foram utilizadas. Dessa forma, é possível analisar o
comportamento ​online do consumidor, extraindo novas informações sobre o
mercado, e também permitindo corrigir e fazer ajustes em propostas e
planejamentos futuros da marca.
Sendo assim, com todas essas ações estratégicas, é possível desenvolver uma
estratégia de marketing digital eficiente, de forma que possa alcançar os objetivos
esperados, obter melhores resultados, atingindo o público alvo com eficácia.

INTEGRAÇÃO

De acordo com Cobra (2010), existem dois tipos de objetivos práticos: a


intenção geral da empresa, que se funde às suas políticas e posicionamento em
relação ao mercado, e os objetivos específicos, onde neles é abordada a parte
operacional, onde definem-se metas vindas de pesquisas e análises.
Ao identificar as oportunidades, inicia-se o desenvolvimento do plano de
marketing, de forma integrada, que servirá de base para os planos da empresa,
onde requer um esforço de forma conjunta pelo fato de ser um processo contínuo.
O geomarketing vem para compor o marketing tradicional, como uma
possibilidade da construção de novas abordagens, possibilidade de reconhecer o
comportamento ​offline e englobar esse entendimento para conversões de mais
vendas ou interações com a marca.
Trazendo o Geomarketing como forma nata de canal, há possibilidade de
ganho contra os concorrentes e maior clareza em análises de afetação geográfica
(estados, cidades, bairros, ruas e pontos comerciais), deixando mais fluído e
embasado decisões para entender, planejar e implementar estratégias relacionadas
à prática em território. Em termos práticos, quando se parte para grandes tomadas
de decisões, é de total validade que a geolocalização seja desmembrada, como no
processo de expansão, ou mapeamento de novas oportunidades locais, definições
de centros de distribuição e ações de ​trade marketing e ​sampling,​ além das
aplicações em gestão de estoque e comunicação ​omni-channel​.

CONCEITO E BASE ESTRUTURAL DO GEOMARKETING

Na abordagem do geomarketing, outros conceitos são levado em conta além


dos 4 P's, são os chamados 4 G’s (geotargeting, georeferenciamento, geoestatística
e geofencing). Ampliando um a um, podemos identificar que se convertem as
premissas de um crescimento de mercado nos 4 P’s, e juntam-se com seu
background de funcionamento tecnológico e analítico dos 4 G’s.
O Geotargeting, de forma ampla, trata-se de exibições relacionadas às
informações demográficas do usuário. Imagine que sua pesquisa no Google retorna,
em sua maioria, resultados orgânicos na língua do seu país de busca. Imagine
também que um site pode ter um único domínio e várias linguagens de exibição,
relacionadas ao ip de origem do leitor, por exemplo. No ​online,​ em campanhas
pagas, a divisão por raio ou local é fundamental na restrição do público, ou, ainda,
na abordagem adaptativa para cada região.
O Georeferenciamento trata-se de quando um sistema mapeia na forma de
imagem ou mapa determinada área (Imagem 1 e Imagem 2), sendo possível a
definição do parâmetro geográfico ou tomada de coordenadas. Acontece de forma
usual em sites de promoções envolvendo ​sampling​, onde o ​lead escolhe o local e
aparece no mapa onde tem os itens disponíveis, por exemplo. Ou para profissionais
que operam campanhas e que definem os limites geográficos do anúncio, na etapa
de criação, já definindo os possíveis caminhos e limites da comunicação.

Imagem 1: Definição do público por Estado no Facebook Ads.

Imagem 2: Definição do público por raio no Google Ads.


Na Geoestatística é possível perceber que tão importante quanto esse
mapeamento anterior de coordenadas é o estudo dos dados e modelagem das
variáveis, com base na localidade.
Como pode-se observar no Gráfico 3, tem-se duas amostras de uma região X.
Na A, vê-se vários pontos de mapeamento, porém as variáveis são soltas e não
demonstram dados pertinente ao estudo. Quando se tem aplicação de conceitos de
geoestatística, como na B, cria-se grupos espaciais, agora não isolados, tornando
visível os iguais e, neste caso abaixo, mostrando as áreas de calor da pesquisa.

Gráfico 3: Modelo de visualização de dados agrupados.

Por último, e talvez o mais importante e utilizado nos últimos tempos, o


Geofencing. A definição muito bem proposta pela consultoria CIO (2018) é que
Geofencing é um serviço que dispara uma ação quando dispositivos estão em um
local estabelecido. Quando aplicamos na prática, imagine as push notification que
recebemos em supermercados, farmácias, shoppings e comércios que passamos
próximos ou frequentamos. Hoje em dia é bem comum essa abordagem, pela
facilidade da captura de dados em diferentes situações. As empresas estão usando
das mais variáveis formas, como lembretes, alerta de ofertas, incentivos, pesquisa
de satisfação e até em monitoramento de visita aos estabelecimentos.
Cruzando os 4 P’s e 4 G’s, dá-se a criação de novos produtos, meios e
mensagens no universo digital.
MERCADO BRASILEIRO E ​MOBILE

Quando analisa-se a nível Brasil, vê-se a consolidação exibida nas pesquisas


recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2017, existia
uma ausência de aparelhos celulares em 5,1% dos domicílios particulares
permanentes do país e, em 2016, o percentual era 5,4%. Essa redução da parcela
de domicílios sem telefone, embora não tenha sido expressiva, deveu-se ao
aumento de domicílios em que havia o tipo móvel celular ter sido mais intenso que a
diminuição de domicílios em que existia o tipo fixo convencional.

Uma vez fixadas as regiões de influência de um determinado lugar, podemos


associar cada uma delas a um peso proporcional à sua importância. Aqui nós
consideramos uma região importante como uma região que é freqüentada por
muitos visitantes desde a origem.
Partindo das pesquisas amostrais e indo para a temperatura de mercado, em
2017 houve uma verdadeira corrida das plataformas em concluir a adaptação
máxima da experiência do usuário ​mobile,​ já prevendo as tendências do ​mobile-first.​
E a publicidade seguiu o rumo normal, apropriando-se desse ​hype dos apps e sites
otimizados. Com essa base sendo modelada, a publicidade digital, principalmente a
mobile​, desdobrou novos formatos imersivos para captar a atenção dos ​users e os
investimentos das marcas.
Esse movimento colocava em xeque o método que era feito a publicidade até
então. Mais que desdobramentos do ​offline​, as plataformas de anúncios fomentaram
a criação de novas abordagens somente para o ​online,​ e, respeitando as
particularidade de cada formato de telas.
Dados da consultoria eMarketer levantaram, em 2018, a média de 181 bilhões
de dólares gastos somente em ​ads mobile no mundo. Com isso, o ​mobile reserva
um terço da fatia de investimentos de publicidade e 70% do segmento de anúncios
digitais.

PLATAFORMAS E POSSIBILIDADES

Há trinta anos atrás, quando Mark Weiser propôs o conceito de Computação


ubíqua, que é definido como a onipresença da informática no cotidiano das pessoas,
ele já se antecipou que isso seria o novo futuro das tecnologias, quando os primeiros
smartphones (com sistemas operacionais) e IoT (objetos cotidianos conectados a
redes) começaram a ser produzidos, tornou-se possível ver esse conceito
materializado.
Integrar tecnologias de formas invisíveis e mapear seu uso com extração
desses dados é o que as grandes plataformas de mídia ​mobile fazem. Agora,
imagine o uso desse aparato em tecnologias de TV's, chaveiros, porta-retrato, ou
qualquer dispositivo físico com algum tipo de conexão externa.

Existem plataformas muito bem consolidadas e ferramentas que utilizam os


artifícios de pelo menos um dos 4 G’s para integral o ​hall ​do geomarketing.
O SMS, em inglês: ​Short Message Service,​ puramente ​mobile desde da sua
criação em 1992, teve seus anos de glória quando ainda estava longe a internet
doméstica do jeito que conhecemos hoje, passando por sua consolidação entre
2007 e 2010, e decrescendo após a chegada de internet de forma popular e
mensageiros instantâneos. Hoje em dia, utilizado como forma de lembrete e alerta, o
sms ainda é uma ótima ferramenta de abordagem, ainda mais por ser menos
invasiva e não depender de internet. Na sua grande maioria, empresas que realizam
a venda desse serviço como oportunidade publicitária, utilizam das brechas da lei
para compartilhamento de informações entre grupos responsáveis por captações de
dados sensíveis. Varejo, serviços bancários e ferramentas de autenticação tem
usado bem esse serviço em prol da validação de dados e abordagem curta e direta.
Quando aplicamos um pouco mais de tecnologia a esse meio, e não somente
importação e disparo de mensagem, conseguimos fazer uma abordagem ainda mais
assertiva. Utilizando a triangulação entre torres de sinal próximas, pode ser definido
um raio de impacto. Essa forma é boa para campanhas grandes e mais genéricas, e
ruim pela falta de precisão do alcance, além de possíveis problemas técnicos das
rotas de frequência ou oscilação da banda que o telefone está registrado.
O GPS talvez seja a primeira ferramenta quando pensamos em localização.
De fato, esse componente integrado em vários aparelhos hoje em dia, foi capaz de
fornecer grandes dados e serve de base para análise e cruzamento de informações.
Os grandes aplicativos utilizam esse item para otimizar sua capacidade, mesmo
quando o foco não é apenas a localização. Existe uma precisão de cerca de 90
metros, podendo ser potencializado com outras ferramentas como bluetooth,
internet, acelerômetro. Sobre sua penetração, tem-se cobertura quase cheia dos
aparelhos celulares e totalidade em smartphones. Seu ponto negativo é o baixo
desempenho em ambientes fechados.
Bluetooth, praticamente um meio evolutivo da transferência por infravermelho
no final da década de 2000, surge como uma forma diferente e também popular para
publicidade. Ele tem algumas particularidades que deixa dividido seu uso por
grandes plataformas. A princípio, ele é caracterizado como BLE, um sistema
bluetooth de baixa energia, que junto com ​beacons​, fazem a magia toda acontecer.
Os ​beacons por sua vez, tratam-se de hardwares bluetooth instalados em locais
determinados, que monitoram e armazenam informações. A exploração desses
dados faz com que o conteúdo possa ser contextualizado quase em tempo real,
fazendo com que aconteça uma boa exploração do ambiente físico por meio desse
acompanhamento. Muito utilizado por grandes lojas varejistas, ele acaba sendo uma
boa ferramenta de conhecimento de público. Em contrapartida, para que essa
experiência seja completa, os usuários precisam estar com o bluetooth ligado, o
aplicativo do local instalado, ou algum outro aplicativo que tenha o leitor dessas
informações embargados em terceiros, e o local físico precisa ter uma boa cobertura
​ ara fluir a comunicação. São muitas variáveis, o que torna essa
de ​beacons p
abordagem cara e complexa no ponto de vista do pequeno anunciante.
NFC e QRCode, são tecnologias de tags inteligentes. O NFC, uma espécie de
bluetooth rápido com possibilidade de ativações múltiplas, ainda tem problemas para
tornar-se popular devido os valores dos componentes, e a falta de adesão por parte
das montadoras de smartphones. Já o QRCode, utilizado como um encurtador visual
para várias ações, têm um custo irrisório se comparado a outras tecnologias de
localização, com alto poder de visualização de métricas, pois deduz que o alvo
estará no local escolhido para posicionar o QRCode impresso. Ambos possuem uma
infinidade de ativações e integrações, porém, além de poucas marcas apostarem no
NFC, os aparelhos tem um valor acima do mercado. Os empecilhos no uso do
QRCode é no modo comportamental dos usuários, muitas vezes entendendo as
instruções de uso como uma barreira para o uso desse serviço.
Sobre a tecnologia wi-fi, não deve-se limitar seu uso a conexão de dados, e
sim ampliar seu poder de precisão, com identificação do utilizador em até 1 metro.
Empresas atuais utilizam o benefício de wi-fi grátis para capturar ​mailing e enviar
comunicações futuras, além da concessão desses dados. O wi-fi como ferramenta é
utilizado por muitos aplicativos como forma de estabelecer um perímetro e conhecer
melhor os hábitos dos usuários.
Olhando para esses principais meios de informações demográficas, vê-se que
existem várias possibilidades de ativação assertiva da comunicação, mesmo cada
uma com suas particularidades, seus prós e seus contras.
Das empresas que identificaram esse potencial no ​boom da internet, temos o
Foursquare.
Inicialmente feita para ser uma rede social, o Foursquare foi pioneiro como
rede geosocial e ​microblogging​, utilizando os ​check-ins como base para interação
dos seus usuários e acumuando vastos dados de comportamento e ​tracking das
ações dos usuários, o que mais tarde tornou-se seu modelo de negócio. Em 2014, a
empresa dividiu seu negócio em aceleração de dados geográficos para outras
empresas, permanecendo com o mesmo nome, Foursquare, e criou uma rede
totalmente nova para colher novamente esses dados e apostar na gamificação, o
Swarm.
Nesse ​boom social, causado pela solidificação do Orkut, além do crescimento
do Facebook, via-se cada vez mais a localização como um item diferencial de
afirmação entre os usuários, seja a nível de exibição ou a nível de pesquisa.
Entendendo isso, o Google lança em 2015 seu serviço próprio de pesquisa e
visualização de mapa, o Google Maps, acumulando ainda mais informações e
cruzando dados dos seus usuários nas suas diversas plataformas próprias. Esse
serviço, aliado aos desdobramentos e crescimento da sua rede de display, fez do
Google uma das maiores plataformas para anunciantes e ​publishers.​
O Google, prevendo um aumento na atenção aos deslocamento e se
antecipando aos concorrentes, incorporou em 2013 o aplicativo de mobilidade
urbana Waze ao seu ​hall.​ Entendendo que mapas são cada vez mais importantes, a
empresa, além de ter o mapeamento de quase todo globo também pode entender
em tempo real as rotas dos usuários e impactar com mais propagandas ​in app
altamente segmentadas.
No Recife, em 2011, surge uma das primeiras plataformas brasileiras a
conseguir entender o comportamento ​offline dos usuários e proporcionar publicidade
online com contexto, a In Loco Media. A plataforma (Fluxograma 1), que veicula
publicidade nos mais diversos formatos no ​mobile,​ defende que o local pode ser
usado para definir o contexto e a intenção da mensagem. Existem alguns
parâmetros que precisam ser atendidos para os dados sejam coletados da forma
correta, mas é facilmente preenchido devido as possibilidade de integração do SDK
com aplicativos parceiros.
Com uma base de mais de 25 mil aplicativos parceiros, a empresa consegue
entregar os mais variados tipos de publicidade em ​apps,​ além de comercializar
também soluções B2B em segurança, autenticação digital e análise do
comportamento demográfico.
Fluxograma 1: Mapa de variáveis e ​tracking​ do usuário dentro dos aplicativos parceiros da In Loco
Media.
CASO 1: GAME LOVERS - SHOPPING GUARARAPES

No mês de março de 2019 foi realizado uma campanha de envio de


mensagem personalizadas para um shopping local. Em parceria com a empresa
QTALK Inteligência de Mercado, foram filtrados na base de dados 7843 contatos,
respeitando o ​budget de R$2.000,00. A QTALK é mais uma empresa que trabalha
com estratégias de impacto ​mobile​. Nos principais serviços oferecidos, estão SMS
corporativo, SMS interativo, SMS marketing, Whatsapp e direcionamentos para
landing page​ e ​chatbot.​
A campanha foi pensada de forma multimídia, pois o objetivo era divulgar um
evento de ​gamers que aconteceria na metade daquele mês. A segmentação
utilizada foi restritiva pela afetação do shopping e pelo histórico das campanhas em
outras mídias, de forma a atingir o máximo de pessoas num raio de 5km do
Shopping Guararapes, (localizado na cidade pernambucana de Jaboatão dos
Guararapes) de ambos os sexos, classe B/C, acima de 25 anos.
Entre os dias de campanha, houve 49,13% de confirmação de leitura dos
usuários impactados, mostrando ser efetiva. Além disso, 43,82% foram impactados,
porém sem confirmação de leitura, e também uma taxa de 7,03% de inatividade.
Na segunda estratégia, também para o mesmo evento Game Lovers,
veiculou-se anúncios na plataforma por geolocalização Waze entre os dias três e
dezessete de março, divulgando o Shopping também no formato multimídia, com
abordagem ​Pin​, sinalizado no mapa, e Banner com visualização. Durante esse
processo, houve 41.787 visualizações no ​pin fixado no mapa e um total de 1.174
motoristas pesquisando especificamente o shopping. Comparando os tipos de
criativo, o ​pin que é apresentado de forma espontânea dentro do aplicativo Waze
teve um melhor desempenho em impressões, porém uma menor taxa de clique,
totalizando 579 e angariando 1.39% de CTR. Estes dados reunidos podem ser
observados na Tabela 1.
Tabela 1: Resultados da campanha do Waze.

Foi mais uma abordagem por geolocalização, dessa vez de forma passiva,
onde os motoristas interagiam com a publicidade estampada de forma natural, e
acabavam sendo informados da ação veiculada. Esse tipo de ação cerca muito bem
os usuários, quando feita de forma conjunta com redes sociais, email marketing e
sinalização nos corredores mais movimentados do shopping.

CASO 2: FORD NORDESTE

Para divulgação das ofertas da marca Ford nas praças do NE, tinha-se como
principal objetivo a aquisição de ​leads no site de oferta da concessionária. Essa
campanha foi toda focada na entrega de criativos com chamada de ação (CTA),
dentro de aplicativos parceiros, segmentados por geolocalização e comportamentos
previamente estabelecidos.
A tecnologia da In Loco funciona com precisão de no mínimo 2m e o mínimo
de dispersão de mídia, pois o público é definido de várias maneiras (​proximity,​
retargeting e ​in loco​). Ao ser impactado pelo anúncio e clicar, o usuário será levado
para a ​landing page​ das ofertas Ford onde acontecerá a conversão.
Exemplo de como a abordagem funciona: Se um usuário está visitando uma
concessionária concorrente ou nas proximidades das concessionárias Ford
(​proximity e ​in loco)​ , ou já passou por esses locais (​retargeting)​ e estar utilizando
algum app no momento, pode ser impactado pelo anúncio. Com a ferramenta é
possível saber quantas pessoas visualizaram o anúncio, clicaram e acessaram a
landing page​, preencheram o formulário e visitaram a Ford ou a concorrência.
A estratégia de abordagem foi definida com propósito de estar presente nos
mais variados comportamentos possíveis. Com esse foco, utiliza-se o ​retargeting,​
fazendo com que os anúncios impactem pessoas que passaram por determinados
locais. Opta-se pela segmentação ​proximity​, fazendo com que pessoas que estão na
área de influência dos PDV’S pré-definidos sejam impactados, além da abordagem
mais agressiva, a ​inloco,​ trazendo ​push notification quando o cliente entra em
alguma concessionária concorrente. Dando ênfase nas praça prioritárias (Recife,
Fortaleza e Salvador), com investimento 42% acima das praça secundárias (Maceió,
Natal, Aracaju e São Luís). A campanha teve um número fixo de cliques contratados
e algumas métricas monitoradas, com impacto na concorrência, impressões, cliques,
leads e CTR (dados na Tabela 2).

Tabela 2: Quantidade de cliques contratados por praça x valor investido.

Para ir além do público que se relaciona com os locais mapeados,


impactou-se também o público que estava alinhado em ​clusters,​ que são audiências
pré-definidas e recortadas no macro, neste caso, agrupamento de pessoas que tem
perfil de "Frequentadores de serviços financeiros', "Entusiastas de automóveis" e
"Viajantes". Esses ​clusters foram escolhidos visando testar um público além do
comportamento ​offline,​ a fim de gerar menor custo na aquisição do ​lead.​
A campanha foi veiculada do dia 12/02 a 17/03 de 2019, e teve uma
quantidade de impressões acima do esperado pelo nicho, de ​ads em aplicativos
mobile​. Além de preencher os KPI’s, que são indicadores-chave, métricas essenciais
para avaliação, pôde-se analisar Estado a Estado a relação entre as impressões,
cliques e visitas influenciadas em cada concessionária.
Com exceção de Salvador, que registrou mais visitas entre as segundas e
terças feiras, todos os 6 Estados restantes contabilizaram o pico de visita nas
sextas-feiras. O formato de criativo ​NATIVE,​ foi responsável pelo maior números de
conversão nas concessionárias, em todas as praças.
Houveram frequências médias elevadas nas campanhas, que são a
quantidade de vezes em que o usuário é impactado, e CTRs dentro da média. Essas
métricas foram influenciadas por conta da contratação por CPC (custo por clique)
fixo. Como o clique é uma conversão que depende da ação do usuário, a In Loco
que trabalha por leilão, a fim de entregar todo o contratado, teve de imprimir muito
mais que o necessário para honrar o contratado pela Ford. Dessa forma, o ​target
acabou sendo impactado muitas vezes, e ao final da veiculação a conversão de
cliques entrou em declínio, pois os usuários que foram impactados e se
interessaram em clicar já o haviam feito (Imagem 3).

Imagem 3: Resultado final da campanha Ford.

Mesmo não sendo a influência de visitas o objetivo da campanha, notou-se


que houve uma ótima conversão de visitas físicas em todas as praças. Alcançou-se
um CPV médio de R$ 13,98. Isso deixa claro o potencial da plataforma para entregar
fluxo de visitas para a Ford mesmo quando não é o ​KPI ​prioritário.
Para futuras campanhas, a nível de controle das entregas e potencialização
das conversões, definir-se-á o objetivo por CPM em campanhas de trocas de
modelo, e/ou CPV, para campanhas de saldão e megaofertas. Além disso, no caso
de novas campanhas, a abordagem será balancear investiments por relação
cobertura x audiência, o foco é que se faça uma melhor distribuição de verba entre
as mesmas, de acordo com as praças que mais tiveram retorno nesta analisada.
CONCLUSÃO

Quando é observada a linha evolutiva do marketing, alinhando-se cada vez


mais com a demanda do mercado, seguida pelo novo modelo de negócios dos
anunciantes, causou infinitas possibilidades para os contratantes. Soma-se tudo isso
à normatização do uso do smartphone em todas as camadas sociais e o
melhoramento da cobertura de internet; dessa forma vê-se um grande ​boom de
publicidades cada vez mais específicas. Após a visualização de forma macro do
funcionamento desse tipo de publicidade, vê-se o real poder das tecnologias ​mobile​,
bem como que as ferramentas tem infinitas possibilidades e desdobramentos
quando alinhadas de forma correta com o planejamento da campanha e abordagem.
Nos casos explorados, tanto do Shopping Guararapes quanto da Ford
nordeste, houve uma grande apuração das informações pré-campanha para sua
montagem e estrutura, além de um alto grau de alcance das praças. O uso
minucioso dos dados demográficos foram de total validade para a efetivação da
campanha. No caso das concessionárias, a ferramenta, junto com toda sua gama de
comportamento próprio e o ​tracking da concorrência, foi o ponto chave para a
segmentação acontecer. Esses dois casos de sucesso foram demonstrados como
forma de ruptura do marketing tradicional e vertical. O empoderamento dos
aplicativos abriu esse novo horizonte para os ​publishers e anunciantes, que cada
vez mais, associados à ​business intelligence e ​business analytics​, têm transformado
informação em conhecimento próprio, deixando aos cuidados dos operadores de
mídia entender essa formação de novos comportamentos.
Por toda evolução mostrada ao decorrer neste artigo, entende-se que até que
se entre em um novo ciclo de marketing realmente inovador, os dados geosociais e
demográficos serão um parâmetro válido e aplicável em qualquer anúncio.
O estudo foi reduzido ao universo ​mobile pela sua grande massificação no
ano de 2019, trazendo assim um estudo válido ao meio digital, e abrindo um novo
olhar sobre a observação do público-alvo, bem como a relação entre a mensagem e
o meio, e a análise fundamental dos dados pós-veiculação.
Assim como as eras do marketing evoluíram e identificaram que o cliente
deve ser o alvo de todas as etapas de concepção de produto e serviços, acredita-se
que as plataformas identificaram estas particularidades e cada vez mais têm
surgidos novos adicionais às ferramentas, o que aproxima o anunciante do real
público.
Existem outros desdobramentos válidos para essa pesquisa, assim como sua
extensão detalhada por meio de, por exemplo, pesquisar a efetividade de ​push
notification e discussões sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. De fato o
ambiente ​mobile ​traz essas vertentes amplas, e ao mesmo tempo tão intrínseca no
dia a dia do usuário. Nesse momento em que as marcas querem se conectar cada
vez mais ao seu público, deve-se ampliar os horizontes de abordagens, não
descartar canais e testar efetividade por comparação, descartando em segundo
momento, assim, por meio de dados sólidos, estratégias divergentes dos ​KPI’s​.
A percepção existente, através desse conteúdo apresentado, é que com todo
aumento da penetração da internet de qualidade, melhorias tecnológicas e a
adequação dos modelos de compras tradicionais, os benefícios recaem de forma
​ as marcas e uma verdadeira
crescente, causando impacto na comunicação ​offline d
corrida pela relevância de fortalecimento da marca em multicanais.
É percebida a relevância desse estudo com as demonstrações de casos
reais, juntando toda linha cronológica do marketing, passando pelo uso das
tecnologias. Após, o direcionamento dos objetivos dos anunciantes e resultados
obtidos de forma associada ao entendimento do mundo ​offline​, dos
comportamentos, e sobretudo, pelo meio geográfico proposto.
ABSTRACT

With the cheapening of smartphones, the penetration of the Internet connection in


areas previously unreachable, there was a real boom in social networks. This whole
navigation trail is invaluable for platforms that provide free navigation, whether
games, applications or social networks, also in the freemium model, with limited
access and advertising as a bargaining chip. The common point is using this form of
bait to attract a large volume of followers and then how they benefit themselves by
utilizing this powerful arsenal of panned data. The purpose of this article is to show
how demographic information, applications, data organization and use of all this
information are strategically related, strengthening decision making and brand
positioning on mobile. As data analysis passes through the premise according to the
user, it is also questioned the transparent acceptance and limits of the use of your
privacy. Bringing cases of new technologies approaches, this study also
demonstrates the transition from the most basic marketing model before the arrival of
geographic technologies and the trajectory to global and local companies bet on this
type of media, incorporating the tactics of geolocation to ads in the mobile channel.

Keywords​: Geomarketing; social networks; ads; mobile; big data.


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