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X SEMINÁRIO DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA DO RIO GRANDE DO SUL

GEORS 2019

ANÁLISE DE RISCO EM TALUDES DE TRECHO DE SERRA DA BR-386


NO RIO GRANDE DO SUL
Mattheus Souza Porto
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Mattheus_porto@hotmail.com
Luiz Antônio Bressani
Professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Bressani@ufrgs.br
Felipe Gobbi Silveira
Diretor na empresa FGS Geotecnia e professor do curso de Engenharia Civil na Universidade do
Vale do Rio dos Sinos
Felipe@fgs.eng.br

Resumo. Rodovias e outras obras lineares ordem de 54° e considerável variabilidade nos
levam consigo a singularidade de resultados, enquanto que o solo coluvionar
percorrerem grandes extensões de terra e, apresentou médio de 33,4° e desvio
devido a isso, cruzam diversos domínios padrão de aproximadamente 2,4). Foram
geomorfológicos. Encostas naturais e taludes estabelecidos modelos geomecânicos de
de corte e de aterro que margeiam estes taludes típicos da área para serem analisados
segmentos, quando mal avaliados, podem quanto ao risco associado a movimentos de
conduzir eventos de instabilidade, que massa, sendo investigado um talude distinto
colocam em risco tanto as estruturas das vias para cada um dos dois solos estudados. A
quanto os seus usuários. O presente trabalho probabilidade de ruptura, obtida pelo método
objetivou a obtenção de parâmetros de risco, de Monte Carlo, do talude modelo para solo
em termos de probabilidade de ruptura e de residual mostrou valores aceitáveis, de
vulnerabilidade para taludes homogêneos de acordo com critérios definidos na literatura,
dois solos característicos de trecho de serra em nível d água de 2 metros de profundidade,
da BR-386, no Rio Grande do Sul, dada a sua enquanto que para o talude de solo coluvionar
perspectiva de duplicação. Geologicamente, a os critérios de segurança não foram atingidos.
área se insere na Formação Serra Geral no O risco associado a movimentos de massa
Rio Grande Sul, fazendo com que maciços revelaram forte influência de índices de
rochosos e solos provenientes do vulnerabilidade e das variações de nível
intemperismo de rochas vulcânicas ocorram d água nas análises de estabilidade. O talude
na região. Foram coletadas 4 amostras de de solo coluvionar mostrou-se mais suscetível
solo residual e coluvionar de rochas a eventos de instabilidade, tanto em termos de
vulcânicas para caracterização física e probabilidade de falha quanto em termos dos
obtenção de parâmetros de resistência ao efeitos destes e, consequentemente,
cisalhamento levando em conta a carregando maior risco geotécnico.
variabilidade espacial destes materiais
mediante a execução de conjuntos de ensaios Palavras-chave: Análise de risco. Formação
de cisalhamento direto. Os solos foram Serra Geral. Movimentos de massa.
classificados como siltes inorgânicos de alta
compressibilidade e apresentaram panoramas
opostos quanto à resistência ao cisalhamento
(o solo residual chegou a revelar da

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1. INTRODUÇÃO os municípios de Marques de Souza e


Soledade, no Rio Grande do Sul.
A variabilidade espacial das condições de Além da importância em relação de
solos e rochas intrínseca de projetos densidade de fluxo para transporte de pessoas
rodoviários implica, muitas vezes, em e escoamento de produção, a BR-386 é
incertezas não quantificadas em análises marcante por deter diversos nós de conexão
determinísticas de estabilidade em taludes. para diversos pontos do Rio Grande do Sul.
Além disso, mobilizar medidas de Diante do aumento da densidade de veículos
estabilização para todos taludes acaba se na via e visando ampliar os níveis de
tornando inviável economicamente e um segurança aos usuários, é eminente a
estudo de risco auxilia na tomada de decisão existência de uma perspectiva de duplicação
do engenheiro projetista. no trecho de serra da rodovia, que apesar de
O presente trabalho busca a compreensão possuir pontos de terceira faixa, ainda não é
do trecho de serra da BR-386, sobretudo entre duplicado.
os marcos de Km 272 e Km 336, no que é
tocante à geologia local e suas singularidades 3.2 Geologia Geral
no âmbito de desencadeamento de
movimentos de massa. Além disso, procura-se Especificamente no seu trecho se serra no
realizar análises de risco aplicadas à taludes Rio Grande do Sul, a BR-386 está inserida na
típicos da região, envolvendo solos residuais e região centro-norte do estado, onde aflora a
solos coluvionares de rochas vulcânicas. Formação Serra Geral, uma província
magmática relacionada aos derrames e
2. OBJETIVO atividades intrusivas e que abrange o centro-
sul do Brasil e partes de Paraguai, Argentina e
O objetivo deste trabalho é definir o risco Uruguai em uma área de cerca de 1.200.000
geotécnico referente a taludes característicos km2 da Bacia Sedimentar do Paraná (MELFI
do trecho de serra da BR-386 no Rio Grande et al., 1988 apud RIGO, 2005).
do Sul, dando ênfase para taludes formados Em função das grandes dimensões da
por solo residual e por solo coluvionar. Diante bacia do Paraná e da área de atuação do
disso, busca-se criar uma diretriz de vulcanismo da Formação Serra Geral,
entendimento de eventos de instabilidades de observa-se uma diferença nas características
taludes da área e, ainda, conceber uma ideia entre derrames das porções Centro-Norte e
preliminar do risco associado a estes eventos. Centro Sul da Bacia. Estes originaram rochas
básicas e ácidas sem a presença significativa
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE de fósforo, potássio e titânio, como basaltos e
ESTUDO riolitos. Quimicamente, a predominância
significativa no volume desta formação é de
3.1 A Rodovia BR-386 rochas básicas (cerca de 90%).
No Rio Grande do Sul os derrames
A BR-386 é uma rodovia federal que básicos apresentam uma base relativamente
possui uma extensão de aproximadamente 445 fina e composta por uma zona vítrea e por
km, e é a principal forma de ligação entre a uma zona de diaclasamento horizontal. A
região metropolitana de Porto Alegre ao parte central do derrame apresenta um
extremo noroeste do estado gaúcho. A área faturamento vertical colunar e com maiores
envolvida neste trabalho compreende espessuras. Os topos dos derrames são
materiais e aspectos geomorfológicos do caracterizados por camadas de diaclasamento
trecho de serra BR-386, principalmente entre horizontal e por uma zona amigdalar. As

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espessuras de cada camada variam com cada (2003) define que os maiores riscos de
derrame e as características de cada zona instabilidades em taludes na Formação Serra
estrutural está basicamente relacionada com os Geral estão associados a rupturas de maciços
resfriamentos gradativos do magma e com o rochosos ao longo das juntas com
choque do derrame com a base em que foi preenchimento de material argiloso,
depositado (Figura 1). deslizamentos de solos residuais de materiais
de alteração de rocha e escorregamentos rasos
ou profundos envolvendo taludes de solo
coluvionar.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia aplicada neste trabalho


envolveu uma etapa de execução de ensaios de
laboratório, para caracterização física e
compreensão geomecânica dos materiais
Figura 1: Perfil típico da formação Serra Geral
(adaptado de LEINZ e AMARAL, 1978 apud RIGO,
geotécnicos envolvidos, e uma etapa de
2005) análise de risco associado a dois taludes
típicos ocorrentes no trecho de serra da BR-
3.3 Intemperismo 386, compreendendo a definição de níveis de
probabilidade de falha e de parâmetros
Especificamente para solos residuais da preliminares de danos associados à
Formação Serra Geral no Rio Grande do Sul, instabilidades.
problemas de instabilidade nestes tipos de solo
são condicionados muitas vezes pelo 4.1 Amostragem
desenvolvimento de perfis de alteração
irregulares. Nas bases e nos topos de derrames Os pontos de coleta de materiais para a
basálticos da Formação Serra Geral, áreas realização de ensaios em laboratório foram
definidas como zonas de diaclasamento escolhidos levando em consideração taludes
horizontal, a presença de material vítreo e de que já apresentavam indícios de ocorrência de
brechas vulcânicas acaba acelerando eventos de instabilidade, mas também as
processos de intemperismo em função da condições de acesso que estes taludes
mineralogia destes materiais e do acúmulo de apresentavam para que os procedimentos
água nestes locais. Sendo assim, é comum fossem bem-sucedidos.
encontrar perfis alternados entre rocha sã, Todo o trabalho de amostragem foi
rocha alterada e espessas camadas de solos delineado em função dos tipos de movimentos
residuais decorrentes de alteração de brechas de massa peculiares do local, estes
vulcânicas ou de rochas que sofreram relacionados com rupturas translacionais de
alterações hidrotermais (Pinheiro et al., 2000). solos residuais no contato com a rocha de
Além disso, muitas vezes materiais origem, com rupturas circulares em material
coluvionares argilosos de espessuras maiores de residual e coluvionar e com
que 12 m são acumulados sobre este perfil de escorregamentos em taludes rochosos. Sendo
alteração, na base dos derrames. Ao mesmo assim, foi definida a coleta de amostras em um
tempo, solos residuais frequentemente (a) talude de solo residual e em um (b) talude
aparecem em camadas maiores que 15m de de solo coluvionar.
espessura (PERAZZOLO, 2003). Diante
disso, Bressani et al. (2001) apud Perazzolo

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(a) Solo Residual: O material de caráter


residual alvo de investigação foi amostrado
em um talude de cerca de 6 m de altura, com
extensão aproximada de 50 metros e
localizado no km 335+600 m, às margens da
rodovia no sentido Interior/Capital. O solo era
emergente na face do talude e apresentava
indícios de instabilidade superficial, em
função na deposição de pequenos volumes de
solo no sopé.
Figura 3: Talude de coleta de amostras de solo
coluvionar

4.2 Ensaios de laboratório

Os ensaios de laboratório deste trabalho


foram realizados no Laboratório de
Geotecnologia da UFRGS (LAGEOTec) e
abrangeram a caracterização física de solos
(Limites de Atterberg, distribuição
Figura 2: Vista frontal do talude alvo das coletas de
amostras para solo residual (Google Earth)
granulométrica e peso específico real dos
grãos) e a determinação de parâmetros de
(b) Solo Coluvionar: Para coleta de amostras, resistência, substancialmente através de
foi escolhido o talude do km 325+800 m, às ensaios de cisalhamento direto.
margens da rodovia no sentido O programa experimental deste trabalho
Interior/Capital. Em função das condições do de definiu a execução dos ensaios de
material em campo, foi necessária a cisalhamento direto nas tensões normais de
amostragem apenas de material 25, 50, 100 e 200 kPa. Em consequência da
fundamentalmente desagregado tanto para natureza das análises de resultados, a qual
ensaios de caracterização física quanto para engloba verificar a estabilidade de taludes em
ensaios de cisalhamento direto. Mesmo assim, âmbito probabilístico, foi feito um total de 15
foi possível obter pequenos blocos ensaios para o solo de caráter residual e de 12
indeformados utilizados apenas para a ensaios para o solo de caráter coluvionar.
determinação do peso específico natural do
solo, para obtenção de um valor de índice de 4.3 Análises de Risco
vazios de referência para reprodução em
corpos de prova remoldados. No presente trabalho são quantificadas as
probabilidades de falha pelo método de Monte
Carlo de taludes pontuais do trecho analisado
e é adotado metodologia de análise de
consequências por fatores de ponderação
proposta por Alves (2014). Assim, esta sessão
trata dos aspectos envolvidos no
estabelecimento do risco geotécnico envolvido
nos taludes estudados.
A definição dos modelos geomecânicos
adotados neste trabalho levaram em conta um

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ponto fundamental: a caracterização estatística conjugada de fatores associados a parâmetros


dos parâmetros envolvidos aplicada a uma de vulnerabilidade. Nesta metodologia são
geometria dominante dentro da área de estudo estipulados graus de ponderação aos principais
para cada um dos solos estudados. O parâmetros de influência no âmbito de taludes
estabelecimento de uma geometria padrão de obras lineares, expressos pela distância do
para cada um dos materiais investigados foi talude à via, pela presença de obras de
feito mediante observações de campo que estabilização, pelas condições de acesso, pela
verificaram tendências de correlação de um extensão do talude e pela intensidade
tipo de solo a certa geometria peculiar. Com pluviométrica. Estes graus de ponderação
isso, obtém-se uma análise mais representativa variam de 1 a 5. Como exemplo, a Tabela 1
de movimentos de massa que possam ser apresenta os fatores de ponderação em relação
desencadeados dentro do trecho analisado. à distância do talude à via.

Probabilidade de ruptura: Em síntese, esta Tabela 1: Fatores de ponderação em relação à


metodologia implica na seguinte sequência de distância do talude à via (ALVES, 2014)
etapas de analise: Classificação de distância à via
1. Análise determinística prévia adotando Distância
valores médios para parâmetros geotécnicos; (d) em Classificação Ponderações
2. Caracterização das variáveis de entrada a metros
partir da modelagem de incertezas, por meio d≤1 Muito Baixa 5
de parâmetros estatísticos (média, desvio 1<d≤3 Baixa 4
padrão e coeficiente de variação); 3<d≤6 Média 3
3. Aplicação de método probabilístico para 6<d≤10 Alta 2
obtenção de função de distribuição para o FS. d>10 Muito Alta 1
No que diz respeito à determinação da
probabilidade de ruptura dos taludes, foi Ainda assim, fundamentando-se no
utilizado o método Monte Carlo. Conforme já julgamento dos diferentes fatores de
descrito no Capítulo 4, esta metodologia ponderação, Alves (2014) cria parâmetros de
aplica às variáveis aleatórias (ângulo de atrito, vulnerabilidade, chamados de ‘Índice de
coesão e peso especifico natural) funções de Vulnerabilidade Inicial do Talude’ (IVTi) e
densidade de probabilidade para então realizar ‘Índice de Vulnerabilidade do Talude’ (IVT).
uma série de análises por um método Estes índices foram formulados
determinístico qualquer, sendo cada análise matematicamente para que se enquadrassem
relativa a um valor a cada variável aleatória a em uma escala de referência entre 0 e 1, sendo
partir de sua respectiva distribuição de 0 menos vulnerável e 1 mais vulnerável e
probabilidade (APAZA e BARROS, 2014). estabelecidos pelas seguintes expressões:
Para cada conjunto de análises foi gerado um
valor de probabilidade de falha em função de IVTi=2.(Distância à via) + 1,5.(Chuva
uma distribuição normal para valores de FS. +Obras de estabilização) + (Acesso +
Estes valores posteriormente foram Extensão do talude) Equação 1
empregados tanto em perspectivas de risco
quanto na sua aceitabilidade. IVT=(-3,08+√IVTi)/3 p/ IVTi ≥21 Equação 2

Danos e consequências: Ao elaborar uma IVT=(-2,65+√IVTi)/4 p/ IVTi <21 Equação 3


metodologia de análise de risco de taludes
ferroviários, Alves (2014) apresenta uma Para o presente trabalho, esta metodologia
proposição prática baseada na ponderação mostrou-se aplicável no âmbito de obtenção

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de parâmetros preliminares quanto à danos e para um mesmo bloco de amostragem os


consequências em relação à interrupção de contrastes são expressivos, em termos de
tráfego na via em caso de ocorrência de índices de vazios e grau de saturação.
instabilidades. Em termos gerais de resistência ao
cisalhamento, o padrão de comportamento
5. RESULTADOS E SUAS obtido para solo residual seguiu os mesmos
APLICAÇÕES aspectos de solos estruturados. Apesar disso,
os resultados dos ensaios de cisalhamento
5.1 Caracterização física direto sugerem variações pontuais no
comportamento do solo residual quando
(a) Solo Residual: A distribuição submetido a diferentes níveis de tensão
granulométrica do solo residual apresentou normal.
fração argilosa predominante (cerca de 49,5%) Os gráficos de dv x dh (deslocamento
e, segundo o sistema unificado de vertical x deslocamento horizontal) mostraram
classificação de solos, pode ser identificado dilatação do solo, sobretudo para baixos níveis
como silte inorgânico de alta de tensão normal, indicando a formação bem
compressibilidade (MH), devido ao seu baixo definida de um pico de tensão cisalhante. Por
índice de plasticidade (21%). Além disso, outro lado, ocorre contração do solo para
verfica-se um comportamento inativo para a maiores níveis de tensão normal, fato que
argila presente neste solo. pode ser associado à plastificação da estrutura
do material. Assim como foi demonstrado por
(b) Solo Coluvionar: Assim como o solo Rigo (2005), este aspecto pode ser relacionado
residual, a distribuição granulométrica do às diferentes naturezas de superfície de
material coluvionar indicou fração argilosa cisalhamento formadas. Para menores níveis
predominante, mas com fração siltosa em de tensão normal (25 e 50 kPa), as partículas
quantidade considerável (cerca de 34,0 e 26,0, do solo são capazes de resistir aos esforços
respectivamente). Segundo o sitema unificado cisalhantes e fazem com que a resistência ao
de classificação de solos, este material pode cisalhamento pós-ruptura se dê
ser classificado como silte inorgânico de alta majoritariamente pela simples fricção entre as
compressibilidade (MH), devido ao seu baixo partículas e agregados do solo.
índice de plasticidade (20%), também Em ensaios com maiores níveis de tensão
refletindo no baixo valor de atividade da argila normal, a estrutura do solo, quando submetida
presente no solo. a elevados esforços de cisalhamento, sofre
efeitos de plastificação, formando uma
5.2 Ensaios de cisalhamento direto superfície de ruptura a partir da reorientação
de partículas e induzindo solicitações de
Com o intuito de obter uma definição de cisalhamento sobre a microestrutura do solo
quantidade representativa dos parâmetros de (Figura 4).
resistência para a execução de análises de
probabilidade de ruptura de taludes, foram
realizados ensaios de cisalhamento direto para
a determinação de diversas envoltórias de
resistência ao cisalhamento.

(a) Solo Residual: Observou-se uma clara


variação nos valores dos índices físicos entre
amostras e corpos de prova diferentes. Mesmo

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Tabela 2: Caracterização estatística dos parâmetros


de resistência de grandes deformações para solo
residual
Parâmetro Média ( ) Desvio
Padrão ( )
φ’(graus) 31,6 4,98
c’ (kPa) 8,9 6,13

Tabela 3: Caracterização estatística dos parâmetros


de resistência de pico do primeiro trecho linear para
solo residual
Parâmetro Média ( ) Desvio
Padrão ( )
φ’(graus) 37,2 13,5
c’ (kPa) 21,6 13,9

Tabela 4: Caracterização estatística dos parâmetros


de resistência de pico do segundo trecho linear para
solo residual
Parâmetro Média ( ) Desvio
Padrão ( )
Figura 4: Gráficos τ x dh e dv x dh para o conjunto φ’(graus) 12,6 8,0
R03 de ensaios c’ (kPa) 81,1 37,6

Em função dos aspectos supracitados, as (b) Solo Coluvionar: Na obtenção de


envoltórias de pico obtidas se mostraram com parâmetros de resistência para o solo
característica curva, o que acaba sendo coluvionar foram realizados quatro conjuntos
definido que uma envoltória bi linear fosse de ensaios em corpos de prova, porém em
mais adequada para a representação do condição remoldada (reproduzindo os índices
comportamento τ x σ_N (tensão cisalhante x físicos de campo) e nas tensões normais de 50,
tensão normal) do solo residual. 100 e 200 kPa. Cada conjunto de ensaios
representa um ponto distinto de coleta. Assim,
foram ensaiados 12 corpos de prova. Em
termos gerais de resistência ao cisalhamento, o
padrão de comportamento obtido para o solo
coluvionar estudado seguiu os mesmos
aspectos observados para solos coluvionares
da Formação Serra Geral por Perazzolo
(2003).
As curvas de τ x dh (tensão cisalhante x
Figura 5: Envoltórias de pico (bilinear) e de grandes deslocamento horizontal) mostram que não há
deformações para o conjunto R03 de ensaios
variações significativas nos valores de tensão
cisalhante após a ruptura do corpo de prova.
A caracterização estatística dos Quando submetido a tensões normais de 200
parâmetros de resistência do solo residual kPa, o solo apresentou um crescimento
estudado são apresentados na Tabela 2, na intermitente na tensão de cisalhamento,
Tabela 3 e na Tabela 4. fazendo com que os maiores valores de

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cisalhantes fossem obtidos para os maiores 5.3 Análises de Risco Geotécnico


níveis de deslocamentos.
Tratando de corpos de prova remoldados, Probabilidade de ruptura para talude
os gráficos de dv x dh revelam um tipo de homogêneo de solo residual: As verificações
comportamento mostram a massiva tendência de estabilidade representativas para taludes
do material de contração ao longo do ensaio. constituídos por solo residual levaram em
Além disso, na maioria das vezes os níveis de conta um talude com geometria de 53º de
deformação vertical foram similares inclinação e 7,50 m de altura (valores obtidos
independentes dos valores de tensão normal a partir de média das características de três
aplicados, quando comparados ensaios em taludes em solo residual inseridos no trecho
corpos de prova de uma mesma amostra. estudado da BR-386). Em função dos
resultados de ensaios de cisalhamento direto, a
partir dos quais se observou uma substancial
mudança no comportamento do solo para
níveis de tensão normal maiores que 100 kPa,
foi demarcada uma linha para dividir o talude
em duas camadas com parâmetros de
resistência distintos, apesar de representarem
o mesmo solo. Desta forma, foi definida uma
camada de solo a uma profundidade de 6
metros que, em termos de tensão efetiva e
desconsiderando NA, representa uma tensão
efetiva vertical de aproximadamente 100 kPa.
Neste modelo, a camada de solo superficial
apresenta parâmetros de resistência de pico
enquanto a camada mais profunda apresenta
parâmetros de resistência do segundo trecho
linear das envoltórias de pico. Além disso,
também se levou em conta a caracterização
estatística das variáveis, apresentada
anteriormente, ao tratar dos resultados dos
Figura 6: Gráficos τ x dh e dv x dh para o conjunto ensaios de cisalhamento direto.
C04 de ensaios

A caracterização estatística dos


parâmetros de resistência do solo coluvionar
estudado são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5: Caracterização estatística para os


parâmetros de resistência de pico para solo
coluvionar
Parâmetro Média ( ) Desvio
Padrão ( )
φ’(graus) 33,4 2,4 Figura 7: Modelo geomecânico adotado para talude
c’ (kPa) 9,3 8,2 de solo residual

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A Tabela 6 apresenta os resultados mineração


obtidos a partir de análises probabilísticas de Barragens 3,5 a 5,0 0 a 0
estabilidade para o talude de solo residual. Estruturas 2,0 a 3,0 0 a 0
de
Tabela 6: Resultados estabelecidos por análise Contenção
probabilística de solo residual
NA FS Probabilidade Índice de
Probabilidade de ruptura para talude
Determ. de Ruptura confiab.
homogêneo de solo coluvionar: As análises
(%) (β) de estabilidade referentes a taludes
0m 1,08 14,13 1,02 homogêneos de solo coluvionar tomaram
1m 1,39 0,18 2,00 como base uma seção topográfica
2m 1,68 0,00 2,71 disponibilizada para um talude coluvionar da
BR-386. Este talude, possui características de
geometria muito recorrentes ao longo do
trecho estudado da rodovia. Além disso,
possui indícios de movimentos de massa em
velocidade lenta e apresenta ótimas condições
para aplicação dos resultados de ensaios de
resistência ao cisalhamento de solo
coluvionar.
Na montagem do modelo de geomecânico
Figura 8: Distribuição de probabilidade de FS para a ser utilizado, foram aplicados os parâmetros
NA superficial de resistência de pico. Conforme apresentado
nos resultados de ensaios de laboratório, o
Para NA de 2 m de profundidade se
solo coluvionar possui comportamento tensão
observa aceitabilidade dos valores de
x deformação sem a formação de um pico bem
probabilidade de ruptura e índice de
definido, fazendo com que resistências de pico
confiabilidade, quando comparados com
não variem significativamente para grandes
valores típicos propostos por Dell’Avanzi e
deformações. Como taludes coluvionares
Sayão (1998) para fundações e estruturas de
muitas vezes apresentam movimentações
contenção. Para NA de 1m de profundidade o
avançadas, a utilização de parâmetros de pico
talude analisado encontra-se em condição
em análises de estabilidade se faz adequada.
limite de aceitabilidade dentro dos casos
O modelo geomecânico estabelecido para
avaliados, enquanto que para NA superficial a
as verificações de estabilidade para material
aceitabilidade somente é atingida no caso de
coluvionar é apresentado a seguir, na Figura 9:
taludes de mineração, conforme apresenta a
Tabela 7:

Tabela 7: Critérios de aceitabilidade para índice de


confiabilidade e probabilidade de ruptura
(DELL'AVANZI E SAYÃO, 1998)
Caso Índice de Probabilidade
Confiabilidade de Ruptura
(β)
Fundações 2,3 a 3,0 0 a 0
Taludes 1,0 a 2,3 0 a 0
de

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quanto para que a reprodução dos cálculos de


estabilidade seja mais confiável.
Comparando os resultados
estabelecidos acima com os valores típicos de
aceitabilidade apresentados na Tabela 8, o
talude coluvionar analisado não satisfaz os
critérios de segurança mínimos. Sendo assim,
movimentos de massa passam a ser iminentes
e exigem intervenções para que eventos de
instabilidade não se manifestem. Cabe
ressaltar ainda que as superfícies adotadas
Figura 9: Modelo geomecânico adotado para talude para NA são frutos da estimativa de que esta
de solo coluvionar
estaria disposta de forma paralela a face do
talude.
Movimentos de massa em taludes de material
coluvionar se caracterizam pelas baixas
velocidades dos deslocamentos observados.
Estes taludes encontram-se usualmente em
condição metaestável, passando a movimentar
de acordo com pequenas perturbações no
maciço, estas que podem ser pela variação de
NA, por exemplo. Desta forma, apesar de
Figura 10: Distribuição de probabilidades de FS movimentos em taludes coluvionares não
para NA=12m ocorrerem de forma abrupta, intervenções são
necessárias para que, quando exposto a
Tabela 8: Resultados estabelecidos por análise perturbações de maiores magnitudes, este não
probabilística de solo coluvionar
esteja suscetível a escorregamentos mais
NA FS Probabilidade Índice de
rápidos.
determ. de Ruptura confiab.
(%) (β)
Análise de consequências para talude
6m 0,79 87,20 -1,25 homogêneo de solo residual: Para um talude
8m 0,90 65,80 -0,44 típico de solo residual na BR-386 observam-se
10 m 0,96 30,80 0,57 as seguintes circunstâncias características:
12 m 0,97 28,80 0,61 • Distância baixa do talude à via, em torno de
1,50 m. Este baixo valor acaba amplificando a
Percebeu-se a geração de valores de FS vulnerabilidade da rodovia a possíveis
determinísticos menores que a unidade. Em instabilidades;
função de o talude analisado apresentar • Retaludamento do talude, em função dos
movimentação lenta, isto pode ser utilizado
cortes realizados para a construção da rodovia.
para interpretar que este talude, nas condições Apesar da vegetação presente, o único sistema
estudadas, possui NA próximo a 12 m de de drenagem encontrado é o da autoestrada e
profundidade em campo. Além disso, é que, muitas vezes, possui material depositado
possível notar a influência das variações de nas sarjetas e dificultando a funcionalidade
NA nas análises de estabilidade. Por isso, é (correspondente à ponderação 4);
aconselhável o monitoramento desta variável • Acesso de maquinário facilitado em função
tanto para controle do movimento ocorrente da proximidade da rodovia ao talude, mas em
termos logísticos teria que bloquear uma das

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faixas de rodagem de veículos


(correspondente à ponderação 4); Matriz de riscos: Como forma de figurar a
• Extensão de aproximadamente 35 m classificação de risco geotécnico envolvido
(correspondente à ponderação 2); nas análises de probabilidade de ruptura e de
• Quanto à potencialidade das chuvas na efeitos de eventos de instabilidade à rodovia, o
região, não foram considerados os efeitos das presente trabalho optou pela matriz de riscos
precipitações nas condições de estabilidade de apresentada por Alves (2014). Ao propor uma
taludes de solo residual. Por isso, adota-se metodologia de avaliação de risco em taludes
uma ponderação conservadora de obras lineares, esta autora conduz os níveis
(correspondente à ponderação 4). de risco em função de um índice de
Assim, o Índice de Vulnerabilidade do Talude vulnerabilidade (tratado no presente trabalho)
(IVT), calculado a partir da Eq. 1 e da Eq. 2, e um índice de susceptibilidade (aqui
equivale a um valor de 0,67. correspondente aos resultados de
probabilidade de falha obtidos). A Figura 11
Análise de consequências para talude apresenta os níveis de risco associado aos
homogêneo de solo coluvionar: Como já taludes estudados:
mencionado, esta encosta demonstra aspectos
característicos de colúvios da BR-386 e se
mostra adequada para análises de risco por já
apresentar movimentos em ocorrência.
Para o talude coluvionar escolhido, notam-se
as seguintes circunstâncias características:
• Distância baixa do talude à via, em torno de
3,00 m. Este baixo valor acaba amplificando a
vulnerabilidade da rodovia a possíveis
instabilidades (correspondente à ponderação
4);
• Inexistência de intervenções de estabilização
no talude avaliado (correspondente à
ponderação 5); Figura 11: Matriz de riscos estabelecida para
• Acesso de maquinário facilitado em função taludes em solo residual e coluvionar da BR-386
da proximidade da rodovia ao talude, mas em
termos logísticos teria que bloquear uma das 6. CONCLUSÕES
faixas de rodagem de veículos
(correspondente à ponderação 4); A partir da execução dos ensaios de
• Extensão de aproximadamente 100 m laboratório e das análises de risco geotécnico
(correspondente à ponderação 4); associados a taludes homogêneos de solos
• Quanto à potencialidade das chuvas na residuais e coluvionares de rochas vulcânicas
região, não foram considerados os efeitos das se pode fazer as seguintes considerações:
precipitações nas condições de estabilidade de • Solos residuais possuem comportamento
taludes de solo coluvionar. Por isso, adota-se mecânico altamente influenciado pela
uma ponderação conservadora estrutura herdada da rocha de origem,
(correspondente à ponderação 4). apresentando transições bem definidas de
A partir disso, o Índice de desempenho quanto à resistência ao
Vulnerabilidade do Talude (IVT), calculado a cisalhamento, principalmente para diferentes
partir da Eq. 1 e da Eq. 2, equivale a um valor níveis de tensão normal em ensaios de
de 0,78. cisalhamento direto;

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• Solos coluvionares evidenciam Brasileiro de Mecânica dos Solos e


comportamento típico de estudos encontrados Engenharia Geotécnica, Goiânia, 2014.
na literatura em taludes da Formação Serra
Geral no Rio Grande do Sul. Este material DELL’AVANZI, E., SAYÃO, A.S.F.J. (1998)
demonstra pouca tendência de expansão, Avaliação da Probabilidade de Ruptura de
mesmo para baixos níveis de tensão normal Taludes, 11o Congresso Brasileiro de
em ensaios de cisalhamento direto. Além Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica,
disso, este solo mostra menor variabilidade de ABMS, Brasília, vol. 2, 1289-1296.
resultados se comparado ao solo residual
investigado; PERAZZOLO, L. Estudo geotécnico de dois
• Nota-se uma significativa variação dos taludes da Formação Serra Geral, RS. Porto
níveis de risco geotécnico associado ao talude Alegre, 2003. Dissertação (Mestrado em
de solo coluvionar, vinculado ao aumento da Geotecnia) – Programa de Pós-graduação em
probabilidade de falha relacionado à elevação Engenharia Civil, Universidade Federal do
de NA para diferentes análises de estabilidade. Rio Grande do Sul.
Admitindo que o talude de solo coluvionar
possui FS ~ 1 (Probabilidade de ruptura ~ PINHEIRO, R. J. B. Estudo de alguns casos
30%), em função das movimentações de instabilidade da encosta da Serra Geral
observadas em campo, é possível dizer que o no estado do Rio Grande do Sul. Porto
seu risco é baixo, mas que pode ser Alegre, 2000. Tese (Doutorado em Geotecnia)
amplificado com variações no NA. Para o – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
talude estudado de solo residual, o risco foi Civil, Universidade Federal do Rio Grande do
classificado como muito baixo, principalmente Sul.
ligado às baixas probabilidades de ruptura
estabelecidas para este talude. PINHEIRO, R. J. B.; BRESSANI, L. A.;
BICA, A. V. D. Movimentos de Massa
Agradecimentos Associados à Encosta da Serra Geral no Rio
Grande do Sul. In: II Simpósio de Prática de
O primeiro autor agradece à equipe do Engenharia Geotécnica da Região Sul. Porto
Laboratório de Geotecnologia da UFRGS e à Alegre, 2000. p. 115-127.
empresa FGS Geotecnia, que prestaram apoio
fundamental para a realização do presente RIGO, M. L. Mineralogia, intemperismo e
trabalho. comportamento geotécnico de solos
saprolíticos de rochas vulcânicas da
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Formação Serra Geral. Porto Alegre, 2005.
Tese (Doutorado em Geotecnia) – Programa
ALVES, S. M. Metodologia para análise de de Pós-graduação em Engenharia Civil,
riscos geotécnicos em taludes de ferrovias- Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
estudo de caso: Estrada de Ferro Vitoria
Minas. 2014. 166 f. Dissertação (Mestrado em
Geotécnica) – Programa de Pós-graduação em
Geotecnia, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, 2014.

APAZA, M. F.; BARROS, J. M. C. Análise


Probabilística de Estabilidade de Taludes
pelo Método de Monte Carlo. In: Congresso

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