MORFOLOGIA
VEGETAL DAS
FANERÓGAMAS
Gardene Maria de Sousa
Roseli Farias Melo de Barros
Ministério da Educação - MEC
Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Universidade Aberta do Piauí - UAPI
Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD
COORDENADORES DE CURSOS
ADMINISTRAÇÃO Francisco Pereira da Silva Filho
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Maria da Conceição Prado de Oliveira
FILOSOFIA Zoraida Maria Lopes Feitosa
FÍSICA Miguel Arcanjo Costa
MATEMÁTICA João Benício de Melo Neto
PEDAGOGIA Vera Lúcia Costa Oliveira
QUÍMICA Rosa Lima Gomes do Nascimento Pereira da Silva
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Luiz Cláudio Demes da Mata Sousa
A responsabilidade pelo conteúdo e imagens desta obra é dos autores. O conteúdo desta obra foi licenciado temporária e
gratuitamente para utilização no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, através da UFPI. O leitor se compromete
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sansões previstas no Código Penal.
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As angiospermas compreendem a divisão Anthophyta, que inclui cer-
ca de 235.000 espécies. Nas suas características vegetativas, as angiosper-
mas são enormemente diversificadas. Seus representantes variam em ta-
manho, desde espécies de Eucalyptus L’Her (Myrtaceae) com mais de 100m
de altura e troncos de quase 20m de circunferências, até representantes de
Lemna L. (Lemnaceae) aquáticas com menos de 1mm de comprimento. Al-
guns dos representantes de angiospermas são lianas, outros epífitas; alguns
estão adaptados para crescer em regiões áridas, outros crescem em regiões
extremamente frias.
As angiospermas são um grupo de plantas com características espe-
ciais como a presença de flores, frutos e sementes e com um ciclo de vida
que as distinguem de todas as outras plantas.
Este livro é destinado aos estudantes do curso de Graduação em
Ciências Biológicas, disciplina Morfologia Vegetal das Fanerógamas, que
participam do programa de Educação a Distância da Universidade Federal
do Piauí. Serão apresentadas as características da morfologia externa dos
órgãos vegetativos e reprodutivos das angiospermas. Está composto de cin-
co unidades, contendo itens e subitens, que discorrem sobre as característi-
cas morfológicas das angiospermas, bem como as síndromes de polinização
das flores e dispersão dos frutos e sementes.
As Unidades 1, 2, 3 contemplam a morfologia dos órgãos vegetativos
(raiz, caule e folha), ressaltando respectivamente: morfologia e conceitos dos
tipos de raízes encontrados nas angiospermas, suas adaptações e listando
alguns exemplos que ressaltam sua importância como órgão de reserva;
morfologia e conceito dos tipos de caules, adaptações, formas de vida de
cada tipo; para as folhas serão contempladas as formas encontradas, varia-
ções morfológicas de ápice, base e margem, além de diferentes colorações.
Nas Unidades 4 e 5, abordamos a morfologia dos órgãos reprodutivos
(flores e frutos), contemplando: morfologia floral, tipos de inflorescências e
as adaptações das flores em relação aos seus polinizadores (síndromes de
polinização); os diferentes tipos de frutos e a forma de dispersão dos frutos e
sementes (síndrome de dispersão).
O objetivo deste livro é reunir e apresentar de forma didática, e em
uma única fonte, as estruturas vegetativas e reprodutivas das angiospermas,
como também as terminologias utilizadas. Espera-se, ao final do curso, que
os alunos possam reconhecer e identificar com maior facilidade as variações
encontradas nesse vasto universo morfológico das plantas.
BONS ESTUDOS!!!
UNIDADE 1
9 MORFOLOGIA DA RAIZ
Introdução.........................................................................................11
Características morfológicas e fisiológicas da raiz ............................12
Tipos fundamentais de sistemas radiculares.....................................13
Associações encontradas em raízes...................................................18
UNIDADE 2
21 MORFOLOGIA DO CAULE
Introdução.................................................................................. .........23
Características morfológicas e fisiológicas do caule............................24
Classificação do caule................................................................. .........25
Forma de vida das plantas vasculares......................................... ........36
UNIDADE 3
39 MORFOLOGIA DA FOLHA
Introdução...........................................................................................41
Classificação das folhas................................................................. ......45
Modificações estruturais da folha................................................. ......46
UNIDADE 4
71 MORFOLOGIA FLORAL, INFLORESCÊNCIAS E SÍNDROME DE
POLINIZAÇÃO
Introdução..................................................................................... ......73
Classificação da flor quanto à presença dos verticilos florais..............75
Cálice............................................................................................ .......74
Corola........................................................................................... .......76
Androceu.............................................................................................86
Gineceu.................................................................................................97
Inflorescências......................................................................... ..........105
Síndrome de polinização......................................................... ..........121
UNIDADE 5
133 MORFOLOGIA DO FRUTO E DISPERSÃO
Introdução......................................................................................... 135
Partes constituintes........................................................................... 136
Classificação dos frutos..................................................................... 137
Semente............................................................................................ 147
Dispersão........................................................................................... 148
Atividades.......................................................................................... 153
UNIDADE 01
Morfologia da Raiz
As raízes são bastante uniformes em sua aparência e, por isso, uma planta dificilmente pode ser
identificada sem a análise de suas partes aéreas. Todavia, as raízes são úteis para determinar se
a planta é anual ou perene, e variações no sistema radicular podem ter importância taxonômica.
Nesta unidade, conceituaremos as raízes, destacando sua importância e as diversas adaptações en-
contradas no sistema radicular. Para isso, ultilizaremos exemplificações e, quando possível, figuras
ilustrativas.
MORFOLOGIA DA RAIZ
INTRODUÇÃO
Origem
Regiões da raiz
12 unidade 01
exceção de algumas Orchidaceae epífitas.
GEOTROPISMO: respostas
de sistemas radiculares ou
caulinares à força da gravidade
da terra.
FOTOTROPISMO: crescimento
no qual a direção da luz é o fator
determinante, como o cresci-
mento de uma planta em direção
à fonte luminosa.
14 unidade 01
Planta aquática natante (Eichornia crassipes (Mart.) Solms. – aguapé; (Fonte: Pesquisa direta).
16 unidade 01
Raízes grampiformes – São adventícias encontradas em vários
representantes epífitas e trepadores , que ajudam na fixação da planta a
um suporte, nesses casos, a absorção de nutrientes é feita por raízes
alimentadoras.
Pneumatóforo
(Fonte: Pesquisa direta)
Raízes tabulares
(Fonte: Pesquisa direta)
18 unidade 01
vasculares, tanto selvagens, como cultivadas.
Os fungos beneficiam as plantas hospedeiras pelo aumento
da habilidade da planta na absorção da água e dos elementos essenciais,
principalmente o fósforo. Os fungos micorrízicos também fornecem proteção
contra ataques por fungos patogênicos e nematóides. Em troca desses
benefícios, o fungo recebe da planta hospedeira carboidratos e vitaminas
essenciais para seu crescimento.
Há dois tipos principais de micorrizas:
• Endomicorrizas - suas hifas penetram nas células facilitando a
absorção de nutrientes minerais. Ocorrem principalmente em
espécies tropicais, em locais de solos pobres, onde há uma maior
dificuldade na absorção de fosfatos pelas raízes.
• Ectomicorrizas - as hifas formam um invólucro em torno das
células das raízes, nunca as penetrando, mas aumentando
grandemente a área de absorção, o que, aparentemente, as
tornam mais resistentes às rigorosas condições de seca e baixas
temperaturas, e prolonga a vida dessas raízes. São comuns em
árvores ou arbustos de regiões temperadas.
EXERCÍCIO
Caule é o orgão vegetativo que fornece suporte mecânico para as folhas, flores e frutos. É geralmente
alongado e tem a função de expor as folhas à luz solar. Estabelece contato entre as partes aéreas e
as raízes. Distribui as seivas e possui substâncias nutritivas e principios ativos medicinais. Nesta uni-
dade conceituaremos os caules, destacando sua importância e as diversas adaptações encontradas
no sistema caulinar. Para isso, utilizaremos exemplificações e, quando possível, figuras ilustrativas.
INTRODUÇÃO
carboidratos, outros são trepadores como as lianas e alguns promovem a Ocorrem em vários órgãos
da planta (Rosa sp).
proteção da planta pela presença de acúleos e espinhos.
ESPINHOS: é um órgão
axial ou apendicular, duro
e pontiagudo, constituído
por um tecido lignificado
e que, se for arrancado,
destrói os tecidos subjacen-
tes. O espinho não pode
ser retirado com facilidade
porque nasce no cerne, isto
é, na parte interna do tronco
ou dos ramos das árvores
Acúleo (Fonte: O. Pereira) Espinho (Fonte Pesquisa direta) (Citrus sp).
Regiões do caule
24 unidade 02
fototropismo positivo e geotropismo negativo e crescimento terminal, podendo
realizar fotossíntese ou não.
Quanto à forma:
Quanto à consistência:
FUSTE
Porção caulinar lenhosa
não-ramificada na base das
árvores, podendo ser reta
ou bastante contorcida.
Pode ser fino ou intumesci-
do. É o mesmo que tronco.
Quanto à ramificação:
26 unidade 02
tronco retilíneo e único, como o das Gimnospermas (p. ex: pinheiros
- Pinus spp e da araucária Araucaria angustifolia (Bertol) Kuntze).
• Simpodial – Neste tipo de ramificação, a gema terminal tem vida
efêmera e a gema lateral, que se encontra logo abaixo, entra em
franca atividade. Nesse sistema, o eixo principal tem crescimento
limitado e o eixo que o continua é constituído pelos ramos laterais
colocados, em geral, na mesma direção em ordem gradual do
desenvolvimento das gemas laterais.
Caule tipo estipe Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore) (Fonte: Pesquisa direta)
Caules rasteiros:
Cladódios em Euphorbiaceae
(Fonte: Pesquisa direta)
30 unidade 02
Prostrados ou rastejantes – crescem paralelamente à superfície do
solo, mas não emitem raízes adventícias.
Estolão
(Fonte: Pesquisa direta)
Caules trepadores:
32 unidade 02
Detalhe do cipó-escada. Bauhinia sp
(Fonte: Pesquisa direta)
Caules subterrâneos
34 unidade 02
Detalhe do caule de Neptunia sp Detalhe da flor de Neptunia sp
(Fonte: Pesquisa direta) (Fonte: Pesquisa direta)
36 unidade 02
EXERCÍCIO
Folha é uma estrutura áerea de crescimento limitado. É usualmente laminar, constituindo-se como
principal orgão fotossintetizador. As folhas podem ser funcionais por pouco dias até vários anos,
porém a maioria é funcional por apenas uma a duas estações de crescimento. Nesta unidade, são
conceituadas as folhas, classificadas nos vários tipos e formas encontradas e serão mostradas as
modificações que podem ocorrer. para tanto utilizaremos exemplificações e, quando possível, figu-
ras ilustrativas.
INTRODUÇÃO
Funções
Regiões da folha
42 unidade 03
Representação das principais partes de uma folha de angiosperma (JUDD et al., 2009).
44 unidade 03
CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS
Folha rosulada
(Fonte: Pesquisa direta)
CLASSIFICAÇÃO DO LIMBO
46 unidade 03
Pilosa – superfície coberta por pelos curtos, frágeis e finos.
48 unidade 03
Folha maculada Folha variegada
(Fonte: Pesquisa direta) (Fonte: Pesquisa direta)
Uma folha com lâmina única (inteira) é chamada de simples; uma folha
com duas ou mais lâminas, ou folíolos, é chamada de composta. Quando a
nervura central forma um eixo alongado onde se inserem os folíolos, é chamada
de folha pinada ou penada.
50 unidade 03
Bipinado – Quando cada um dos folíolos também é composto pinado,
gerando um padrão recorrente, ou seja, o folíolo se divide duas vezes.
Forma do limbo
52 unidade 03
Formas básicas da lâmina foliar (JUDD et al., 2009)
54 unidade 03
Folha sagitiforme (RADFORD et al.,1974)
Formas do ápice
56 unidade 03
Diferentes formas do ápice foliar (JUDD et al., 2009)
58 unidade 03
parece ter sido cortada, ou seja, acaba abruptamente.
Cordada – Quando na base do pecíolo, as margens recurvam-se, dando
à base uma forma de coração.
Formas da margem
A lâmina foliar pode apresentar diversos tipos de margens, a seguir
apresentaremos alguns mais encontrados:
60 unidade 03
Inteira – margens que não apresentam nenhum tipo de incisão ou lobos.
62 unidade 03
Palmatífida – margem com incisão palmada, semelhante à palma da
mão.
64 unidade 03
Há três padrões principais de organização de nervuras: pinado, palmado
e paralelo.
Ascídia em Nepenthes sp
(Fonte: Pesquisa direta)
66 unidade 03
Espinho – Estrutura fortemente endurecida, lenhosa e pontiaguda.
Diferentemente do acúleo, os espinhos são vascularizados. Em geral é uma
folha modificada ou parte de uma folha.
Espinhos em cactos
(Fonte: Pesquisa direta)
Gavinhas
(Fonte: Pesquisa direta)
EXERCÍCIO
1. Colete uma folha e faz um desenho esquemático indicando suas regiões, tais
como: bainha, pecíolo, limbo, superfície adaxial e abaxial.
a. Forma do limbo;
b. Forma do ápice;
c. Forma da base;
d. Nervação;
e. Superfície;
f. Margem;
g. Coloração;
h. Consistência.
68 unidade 03
c. trifoliolada;
d. digitada.
Neste capítulo será estudada a flor, que é um ramo altamente modificado portanto apêndices
especializados. Possui três partes principais: perianto, que são as estruturas mais externas que
servem de proteção (cálice e corola); androceu, que é a estrutura produtora de pólen; e o gineceu
que é a estrutura produtora de óvulos. Serão estudados também os principais tipos de inflorescên-
cia e as síndromes de polinização. Para isso utilizaremos exemplificações e, quando possível, figu-
ras ilustrativas.
INTRODUÇÃO
Origem
Origina-se nas gemas terminais e axilares.
74 unidade 04
Perianto – É constituído pelos elementos vegetativos da flor, cálice e
corola e tem a função de proteger os órgãos reprodutores e atrair polinizadores.
Flores perigoniadas
(Fonte: Pesquisa direta)
Flor de Bougainvillea
(Fonte: Pesquisa direta)
Espádice em Araceae
(Fonte: Pesquisa direta)
76 unidade 04
CÁLICE
Classificação do cálice
a) Quanto à cor:
A sépala pode apresentar-se geralmente verde ou petalóide (da cor da
pétala).
d) Quanto à duração:
COROLA
Classificação da corola
a) Quanto à cor:
A corola pode apresentar-se de várias cores como branca, colorida ou
sepalóide (da cor da sépala).
Corola colorida
(Fonte: Pesquisa direta)
78 unidade 04
c) Quanto ao número de pétalas:
d) Quanto à simetria:
Flor zigomorfa - Diz-se da flor onde pode ser traçado apenas um plano
imaginário, que resulta em dois lados iguais.
Flor assimétrica – Diz-se da flor que não pode ser dividida em planos
iguais.
Flor actinomorfa
(Fonte: Pesquisa direta)
80 unidade 04
• Corola dialipétala e zigomorfa
Corola campanulada
82 unidade 04
(Fonte: Pesquisa direta)
Corola colorida
(Fonte: Pesquisa direta)
• Infundibuliforme: Apresenta pétalas fundidas em um tubo estreito na
Corola infundibuliforme
base e alargando-se para o ápice, em forma de funil.
(Fonte: Pesquisa direta)
84 unidade 04
Corola labiada
• Labiada: Corola unida na base e com a parte apical livre, apresentando
(Fonte: Pesquisa direta)
duas divisões desiguais, simulando uma boca.
Corola digitaliforme
• Digitaliforme: Corola
(Fonte: Pesquisa tubulosa em forma de um dedo de luva, com
direta)
tubo não muito estreito que se alarga suavemente em direção ao
ápice, mas estreita-se na base.
•
Orquidácea: Corola que apresenta duas pétalas laterais (asas) e
uma pétala altamente modificada (labelo).
Orchidaceae (Fonte: Pesquisa direta)
Leguminosae - Papilionoideae
(Fonte: Pesquisa direta)
86 unidade 04
• Papilionácea: Corola que apresenta uma pétala superior grande
(estandarte), duas pétalas laterais (asas) e duas pétalas inferiores
conadas (carenas).
Prefloração
Flor calcarada
(Fonte: Pesquisa direta)
88 unidade 04
hermafoditas. Ex: acerola (Malpighia emarginata DC).
ANDROCEU
Estrutura do androceu
Classificação do androceu
Estames monadelfos
(Fonte: Pesquisa direta)
90 unidade 04
• Diadelfo: filetes soldados desde a base em dois feixes
• Triadelfo: filetes soldados desde a base em três feixes
• Poliadelfo: filetes soldados desde a base em mais de três feixes,
formando vários grupos
92 unidade 04
• Exclusos ou exsertos – Os estames se projetam para fora do tubo
da corola.
Estames isodínamos
(Fonte: G. E. shatz)
94 unidade 04
Estames heterodínamos em Leguminosae
(Fonte: Pesquisa direta)
96 unidade 04
Região apical dos estames onde os grãos de pólen são produzidos.
Geralmente, a antera possui duas tecas, que apresentam diferentes tipos de
aberturas por onde são liberados os grãos de pólen.
98 unidade 04
• Extrorsa - Antera em que a deiscência está voltada para fora da flor,
para as pétalas.
GINECEU
Classificação do gineceu
100 unidade 04
• Ovário súpero (flor hipógina) – Flor com as peças florais inseridas HIPANTO: estrutura em
formato de cálice que
abaixo do ovário, sem a presença de um hipanto.
reveste o ovário de uma flor
perígina, geralmente é orig-
• Ovário semi-ínfero (flor perígina) - Flor com as peças florais inseridas inário do receptáculo. Se o
em um receptáculo côncavo (hipanto), que pode deixar o ovário livre hipanto englobar completa-
ou estar concrescido a ele, até a metade de seu comprimento. mente o ovário, transforma-
o em uma flor epígina.
Unicarpelar/Unilocular;
Bicarpelar/Unilocular;
Bicarpelar/Bilocular;
Tricarpelar/Unilocular;
Tricarpelar/Trilocular;
Tetracarpelar/Unilocular;
Pentacarpelar/Pentalocular.
102 unidade 04
Esquema de cortes transversais de ovários evidenciando carpelos e lóculos.
(Fonte: RUDFORD et al 1974)
Quanto à placentação:
104 unidade 04
(Fonte: JUDD et al., 2009).
Estigma indiviso
(Fonte: Pesquisa direta)
106 unidade 04
Ramificado - o estigma apresenta subdivisões em números variados.
INFLORESCÊNCIA
Esquema de inflorescência
determinada e
indeterminada (Fonte: JUDD
et al., 2009).
108 unidade 04
Diversos tipos de inflorescência determinadas e indeterminadas já foram
descritos com base nos seus padrões de ramificação.
110 unidade 04
Espiga – Eixo simples, alongado, portando flores sésseis na axila das
brácteas.
Espiga em Bromeliaceae
(Fonte: Pesquisa direta)
Espádice em Araceae
(Fonte: Pesquisa direta)
Espádice em Asplundia sp
(Fonte: Pesquisa direta)
112 unidade 04
Umbela – Apresenta eixo muito curto, com várias flores pediceladas
inseridas praticamente num mesmo nível.
Umbela em Bomarea sp
(Fonte: Pesquisa direta)
114 unidade 04
Glomérulo – Inflorescência do tipo cimeira onde a inserção das flores é
fortemente congesta e a inflorescência assume a forma globular.
Glomérulos em Leguminosae
(Fonte: Pesquisa direta)
116 unidade 04
Cima escorpióide (monocásio escorpióide) – onde as flores se
desenvolvem sempre de um mesmo lado do eixo floral.
Escorpioides Escorpioides
(Fonte: Pesquisa direta) (Fonte:Wikipédia)
(Fonte: Wikipédia)
118 unidade 04
Sicônio – É uma inflorescência carnosa e côncava, com numerosas
e pequenas flores encerradas na concavidade, havendo apenas uma estreita
abertura no ápice. Típico de Ficus (Moraceae).
(Fonte: Wikipédia)
Dicásio
(Fonte: O. Pereira)
120 unidade 04
Pleiocásio – Inflorescência cimosa, a qual na região abaixo da flor
terminal sugere mais de três ramos laterais que, por sua vez, também produzem
uma flor apical e o mesmo número de ramos laterais.
Pleiocásio
(Fonte: O. Pereira)
Dupla espiga
(Fonte: Pesquisa direta)
Polinização
Recursos florais
Recursos ou recompensas florais são quaisquer componentes de
122 unidade 04
uma flor ou de uma inflorescência utilizados por animais, para garantir visitas
repetidas destes (que podem ou não ser polinizadores) destas mesmas flores.
As recompensas florais podem ser consideradas como nutritivas e, dentre
as nutritivas, o pólen e o néctar são considerados os mais comuns, havendo
também óleos e resinas, entre outros recursos.
Néctar
O néctar é basicamente uma secreção adocicada, formada por água,
diferentes açúcares (sucrose, glucose e frutose) e outros componentes em
menores quantidades (aminoácidos, proteínas, ácidos orgânicos, fosfatos,
enzimas e vitaminas). É excretado por células glandulares ativas, que formam
os nectários, podendo ser encontrados nas sépalas, pétalas, estames, pistilos,
eixo floral ou em estruturas especializadas como esporões.
Os nectários podem ser chamados de florais ou extraflorais, de acordo
com sua localização e de nupciais ou extranupciais, se, respectivamente, têm ou
não participação na polinização.
A concentração de açúcares no néctar varia nas diferentes espécies
e pode estar associada aos diferentes vetores de polinização. O néctar mais
concentrado geralmente está relacionado com abelhas e vespas.
124 unidade 04
Óleos
Resinas
Polinização abiótica
É realizada através de dois agentes: vento e água.
126 unidade 04
Detalhe de inflorescências com polinização anemófila
(Fonte: O. Pereira)
Polinização biótica
128 unidade 04
Polinização por abelhas
(Fonte: Pesquisa direta)
130 unidade 04
Características da corola – flores ou inflorescências vistosas;
Recompensa floral – néctar e/ou pólen.
Síndrome de ornitofilia (polinização por aves)
Moscas antófilas
EXERCÍCIO
132 unidade 04
UNIDADE 05
Morfologia do Fruto e
Dispersão
Neste capítulo será estudado o fruto, que é uma estrutura auxiliar no ciclo de reprodução das an-
giospermas e seu aparecimento representou um fato no grande sucesso da evolução desse grupo.
Serão estudados os principas tipos de frutos dentro de classificação de deiscentes e indeiscentes;
simples, mutiplos, agregados e partenocárpicos. Também serão estudados os principais tipos de
dispersão desses frutos. Para isso utilizaremos exemplificações e, quando possível, figuras ilustra-
tivas.
INTRODUÇÃO
Origem
Com a fecundação, inicia-se uma série de transformações no saco
embrionário e outros tecidos do óvulo que levam ao desenvolvimento da semente.
Paralelamente, a parede do ovário (carpelos), transforma-se no PERICARPO, a
parede do fruto, na qual se distinguem três camadas: epicarpo ou exocarpo (ep),
mesocarpo (me) e endocarpo (en).
136 unidade 05
Endocarpo com tricomas em limão
(Fonte: Pesquisa direta)
Frutos agregados
Infrutescência em abacaxi
(Fonte: Pesquisa direta)
Frutos simples
138 unidade 05
Os principais tipos de frutos simples são classificados em dois grandes
grupos: frutos deiscentes e frutos indeiscentes.
Frutos deiscentes
140 unidade 05
Síliqua – Fruto bilocular que se abre em duas valvas, deixando intacto o
septo mediano e o chamado replo ou replum, que é uma estrutura em forma de
moldura onde se prendem as sementes.
Esquizocarpo em Sterculia sp
(Fonte: Pesquisa direta)
142 unidade 05
Cápsula septifraga em Clusiaceae
(Fonte: JUDD et al., 2009)
Frutos indeiscentes
Noz – Fruto com pericarpo seco e muito duro, contendo uma só semente
livre do pericarpo;
Sâmara
(Fonte: JUDD et al., 2009)
144 unidade 05
Drupa - abacate
(Fonte: Pesquisa direta)
Baga-Passifloraceae
(Fonte: Pesquisa direta)
Hesperídio – limão
(Fonte: Pesquisa direta)
Pseudofrutos
Frutos partenocárpicos
146 unidade 05
fecundação e de certos hormônios de crescimento como o ácido indolil acético
(AIA). Entretanto, alguns frutos como a banana (Musa) e o abacaxí (Ananas),
formam-se sem fecundação prévia (reprodução assexuada/vegetativa –
brotamento) e são destituídos de sementes.
SEMENTE
Agentes de dispersão
148 unidade 05
Alguns frutos ou sementes pesados se desprendem da planta-mãe,
caem no solo e lá permanecem. Esse tipo de dispersão não é comum e parece
ocorrer apenas em espécies que perderam seus agentes dispersores primários.
EXERCÍCIO
1. Andando pelo campo ou visitando uma feira, escolha vários frutos, desenhe e
classifique-os quanto à:
a) Consistência do pericarpo: seco ou carnoso;
b) Deiscência: deiscente ou indeiscente;
c) Classifique o fruto em: simples, agregados, compostos e pseudofruto;
d) Tipo de fruto encontrado.
REFERÊNCIAS
RADFORD, A.E; et al. Vascular plant systematics. New York: Harper & Row
Publishers, 1974.
RAVEN, P. H. EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
STEARN, W.T. Botanical latin. 4th edition, Portland, Oregon: Timber Press,
2000.
VIDAL, M.R.R.; VIDAL, V.N. Botânica: organografia. Viçosa: Ed. UFV, 2004.
150 unidade 05
MORFOLOGIA VEGETAL DAS FANERÓGAMAS 151