ALLAN KARDEC

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que,
sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrin-
do uma nova era para a regeneração da Humanidade.”
REVISTA ESPÍRITA

NOSSO LAR
REVISTA ESPÍRITA

Ano I | Nº 03 | Mai | Jun | 2020 | Vitória da Conquista | Ba

COVID-19
Bezerra de Menezes,
o “Médico dos Pobres”

ENTREVISTA REPORTAGEM RODAPÉ

Infectologista Espírita O Cérebro Espiritual Neurônios Espelho

Houve Alguma Pandemia à Época de Allan Kardec?

SOLICITE SEU EXEMPLAR
(ENTREGA EM DOMICÍLIO)
77 98849-8712
 MARTIN LUTHER KING
“Tenho a audácia de acreditar que os povos em todos os lugares podem fazer três
refeições por dia para seus corpos, ter educação e cultura para suas mentes e dignidade, igualdade
e liberdade para seus espíritos.”

|EXPEDIENTE | SUMÁRIO

Nosso Lar
| FOTO: lulacerda.ig.com.br
REVISTA ESPÍRITA
|
|
|
|
|
|
|
| CAPA
|
| Saiba como um morador do Rio de
|
Janeiro encontrou uma foto de
|
|
Bezerra de Menezes no lixo.
CENTRO ESPÍRITA ERNESTO DANTAS
|
Rua Augusto dos Anjos, 102 – Boa Vista
Abrigo Nosso Lar | |Pág. 16
Vitória da Conquista, Bahia |
|
JORNALISTA RESPONSÁVEL |
Romério Miguel Meira |
|
REDATOR
|
Derni Oliveira
|

Acesse pela Internet | linktr.ee/ceernestodantas

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO
Bernardino Moreira
Luciana Oliveira
Polyanna Gomes
CONTATO
ceernestodantas@gmail.com
INTERNET
linktr.ee/ceernestodantas
INSTAGRAM
@/ceernestodantas
ASSINATURA
Distribuição Gratuita
APOIO CULTURAL
Aline Noivas
Arte ideia
Suco Pérgola
AGRADECIMENTO ESPECIAL
espitirinhas.com.br
a Revista Espírita Nosso Lar é produzida
bimestralmente pelo Centro Espírita Ernesto
Dantas, não tem fins lucrativos e os artigos
assinados não representam necessariamente a
opinião deste órgão
| |
|Pág. 09 | |Pág. 27
|
|
|
|
| BIOGRAFIA |
RODAPÉ
| Alfredo Prates Filho | Neurônios Espelho
| |
| |
| |
| |Pág. 10 | |Pág. 28
|
|
|
|
ENTREVISTA | VISÃO
| |
Ricardo de Souza Cavalcante O São João e o Espírita
| |
| |
| |
|
| |Pág. 20 | |Pág. 29
| |
| |
| NOTÍCIA |
ESTUDANDO
| Solidariedade na Pandemia | Ernesto Bozzano
| |
| |
|
|
| |Pág. 22 | |Pág. 30
|
| |
| ACONTECEU | RECORDANDO
| |
Lar de Sarah Allan Kardec
| |
|
|
|
|
|
| |Pág. 24 | |Pág. 31
| |
| |
ARTIGO |
ESPITIRINHAS
|
| Pluralidade dos Mundos | Coronavírus

03

"Os nossos atos e pensamentos traduzem-se em movimentos vibratórios e seu foco de emissão, pela
repetição freqüente dos mesmos atos e pensamentos, transforma-se, pouco a pouco, em poderoso
gerador do bem e do mal".
|MENSAGEM DE BEZERRA DE MENEZES
JESUS!
É para esse Homem Incompa-
rável, que neste momento em que se
clausura a XXII Conferência proferida
pela Federação Espírita do Paraná,
que os seres angélicos que adminis-
tram o nosso destino, comparecem
para repetirem, como os mártires:
– Ave, Cristo, aqueles que te
amamos, te saudamos e homenage-
amos.
Jesus, meus filhos, é o Zênite
e o Nadir das nossas especulações.
Jamais tivemos tanta necessi-
dade desse Pastor querido e jamais a
Humanidade apresentou tanto amor
como nestes dias.
O amor à natureza, nas suas
mais variadas expressões. Nesse
amor à natureza há tudo que em a
natureza vibra e vive: os nossos ir-
mãos da escala zoológica, animais, os
nossos inimigos, os nossos amigos e
irmãos.
Nunca houve tão bela e nobre
consciência dos ditados de Jesus
porque nos não deixou órfãos.
Permitiu que as luminíferas
estrelas caíssem dos céus sobre a
Terra, na escuridão pós Revolução
Francesa, que estimularia ao mundo
as canções de liberdade, pelas Améri-
cas, arrebentando os grilhões do colo-
nialismo que a Humanidade, de algu-
ma forma, ainda impõe na sociedade
carente.
04
LEON DENIS
ma forma, ainda impõe na sociedade
carente.
Em tempo algum Jesus foi tão
exaltado, tão combatido. E isso nos
merece reflexão.
Exultemos e não temamos.
A morte não é o fim, é a gran-
de libertadora da escravidão carnal.
Não vos preocupeis demasia-
damente com a presença pandêmica
do vírus, cujo momento será mais
tarde entendido nas suas razões, nas
suas origens e no porquê chegou-nos
agora, provocando pânico e dor.
Vós, que conheceis Jesus,
mantende o respeito às leis, buscando
a precaução recomendada pelas auto-
ridades sanitárias, mas não oculteis a
mão socorrista aos padecentes, não
negueis a palavra libertadora aos que
se preparam para enfrentar a Imortali-
dade.
Não saiais de onde fostes co-
locados numa inútil e enganosa tenta-
tiva de impedir a contaminação.
Buscai a pureza íntima e, so-
bretudo, alimentai-vos da fé dinâmica,
corajosa e gentil, amando a todos,
evitando as paixões que dividem, e as
experiências que desunem.
Hoje quiçá, mais do que nun-
ca, Jesus precisa de vossas mãos,
falar pelos vossos lábios, sentir o calor
da vossa compaixão e a misericórdia
dos vossos sentimentos.
O grande antídoto para todos
os males é o amor responsável, é o
amor dinâmico, é o amor que doa e
não se preocupa em receber nem
mesmo um sorriso do beneficiário.
Não penseis que vos encon-
trais a sós. Os Céus enviam os seus
embaixadores para que o intercâmbio
entre encarnados e desencarnados se
faça com muito mais facilidade.
Tende o cuidado para que as
vossas ondas mentais sincronizem-se
com as mentes que administram as
vidas, e evitai descer o vosso pensa-
mento às páginas da agonia, onde se
encontram as forças ultrajantes que
estão produzindo as dores por neces-
sidade da evolução do Planeta.
Ide, como Jesus disse aos
quinhentos da Galileia, e pregai pelo
exemplo, pela palavra iluminada e
pelo exemplo da abnegação.
As forças vivas do Universo
estão conosco, no doce intercâmbio
convosco.
Ide e amai.
Em nome dos Espíritos espí-
ritas, nós suplicamos ao Senhor que
nos abençoe e nos guarde em paz.
São os votos do servidor
humílimo e paternal.
Bezerra.
| Mensagem de Bezerra de Menezes,
recebida pela psicofonia de Divaldo
Franco no encerramento da Confe-
rência, em 15.03.2020, no Expotrade –
São Jose dos Pinhais (PR).
EDITORIAL
Diante do que está ocorrendo
à humanidade, não poderíamos ficar
omissos (no sentido específico por
sermos mais um órgão de divulgação
da Doutrina Espírita) sobre um inevitá-
vel assunto: COVID-19.
Por este motivo, a Revista Es-
pírita NOSSO LAR nesta 3ª edição,
além de ser distribuida gratuitamente
através de PDF e pela Bio Link em
nosso Instagram, procurou de alguma
forma trazer algumas notícias que
julgamos pertinentes a respeito do
Coronavírus.
Optamos, igualmente, por di-
vulgarmos algumas “lives” que estão
substituindo as palestras públicas espí-
ritas, como forma de incentivo e de
alento para todos aqueles que preci-
sam mais do que nunca estarem sinto-
nizados amorosamente com a Espiritu-
alidade Maior.
Sobretudo, buscamos trazer
mensagens e um resumo da vida de
Bezerra de Menezes, o “médico dos
pobres”, que servirá como um Norte
para as nossas reflexões interiores;
outrossim, curiosa e coincidentemente,
neste período tão difícil para o Planeta
Terra procuramos compartilhar com o
leitor uma foto deste bondoso homem a
qual fora encontrada no lixo em Copa-
cabana.
Como diz Emmanuel, “Deus
conosco sempre”!
Avante... e sejamos sempre
caridosos!
ceernestodantas@gmail.com
 LEONARDO DA VINCI
"Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se
sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu,
enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."
 ALEXANDRE AKSAKOF
"Proponho designar pela palavra animismo todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade
extracorpórea ou a distância do organismo humano, e mais especificamente todos os fenômenos mediúnicos que po-
dem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo.”

|RESPOSTA DO LEITOR
”Eu pediria pra que todos
se voltassem pra dentro
”Simplesmente, eu
de si mesmo e fizesse
diria de todo o meu
sua própria mudança
interior e deste modo coração: Jesus, eu te
sermos merecedores de amo.” (Jonisson – Grupo
um mundo melhor.” (WhatsApp) Espírita da
(Kassia – Grupo (WhatsApp) Prece - Vitória da
Espírita Rafael Bulhões – Conquista)
Vitória da Conquista)

FOTO: arquivo

”Obrigado, em primeiro lugar;

depois pediria paciência comigo pois
estou tentando vencer a mim mesmo.
“Ficaria em total silêncio e
Por fim, pediria a sua assistência
deixaria a emoção tomar
para que eu não falhe.”
conta de mim.” (Leandro – Grupo ((WhatsApp) Espírita do
(Aldair – Grupo (WhatsApp) Espírita do CEHC – Vitória da Conquista)
CEED – Vitória da Conquista)
FOTO: arquivo

FOTO: arquivo

07
 HERMÍNIO MIRANDA
"O médium deixa de cumprir corretamente a sua tarefa a partir do momento em que deseja
ser mais do que lhe permitem suas faculdades. Ele é um intermediário, um canal, um
veículo através do qual flui a mensagem.”

|JORNAL ESPÍRITA

11 de Abril | Sábado
CECE
Palestras Públicas Abigail Guimarães
Conhecer, Compreender, Viver

05 de Abril | Domingo 12 de Abril | Domingo

SEEVIC CEMANA
Ricardo Ferreira Cleber Flores
Tema Livre O Perdão das Ofensas

07 de Abril | Terça 14 de Abril | Terça

CEPB CEPB
Kleber Braga Derni Oliveira
O Espírito e o Tempo Cérebro, Mente e Espírito

08 de Abril | Quarta 18 de Abril | Sábado

CEAL NELS
Meiriva Quaresma Marcelo Prado
O Maior Mandamento O Homem Integral Eventos

09 de Abril | Quinta 19 de Abril | Domingo 13 a 15 de Março

CEFC CEAC 6º ENCONTRO ESPÍRITA
Arilson Ferraz Erick Menezes O AMOR COMO SOLUÇÃO
O Espiritismo e o Luto O Reino de Deus Núcleo Espírita Lar de Sarah

10 de Abril | Sexta 21 de Abril | Terça 25 a 29 de Março

CEED
Rosângela Oliveira
Recomeçar
09 de Fevereiro | Domingo
Casa Espírita Maria de Nazaré
Carlos Henrique
Humanidade Regenerada
NEJN 30ª JORNADA ESPÍRITA
O ESSENCIAL E O TRANSITÓRIO
Nalva Duarte
NA JORNADA EXISTENCIAL
Tema Livre
Centro Espírita Humberto de Campos
10 a 12 de Abril
20º ENCONTRO ESPÍRITA
Sociedade Espírita Joana de Ângelis

10 a 12 de Abril
15º ENCONTRO ESPÍRITA
VIVER MELHOR
Centro Espírita Caminho de Luz

16 de Abril
DIA MUNDIAL DO ESPIRITISMO

15 a 25 de Abril
37ª FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA

23 a 25 de Abril
1º ENCONTRO ESPÍRITA
LIÇÕES PARA A FELICIDADE
Grupo Espírita Boa Vontade

08
 CHICO XAVIER
“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não
teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo
as críticas nos auxiliam muito.”

|BIOGRAFIA

FOTO:arquivo pessoal
Alfredo Prates Filho
O SAUDOSO “SEU” FILÓ

“Quando fui para Vitória

A lfredo Prates Filho nasceu no
dia 6 de agosto de 1908, na fazenda
da conquista, no segundo ano
colegial, hospedava com meu
Bem Querer, onde hoje se localiza um
tio Filó, que só depois de al-
conjunto residencial com o mesmo no-
me. Filho de Alfredo Prates, fazendeiro gum tempo soube que se cha-
e delegado de Vitória da Conquista, e mava Alfredo Prates Filho. Esse
de Dona Joana Fernandes de Oliveira vivia realmente à Deriva, puxan-
Prates, era o 11º dos 12 filhos do casal.
do a corrente de grande quan-
Filó participou ativamente dos movimentos culturais existentes em tidade de pessoas; no Espiritis-
Conquista. Casou-se com Maria Madalena,que desencarnou em 30 de
outubro de 1994. Tiveram 12 filhos. Conheceu a Doutrina Espírita por mo se entregava de corpo e
meio dos pais e do irmão Alziro Prates. Filó Prates, como era conhecido, alma. (...) Por várias vezes o tio
foi um dos fundadores do Centro Espírita Humberto de Campos e da Filó nos convidava a assistir
UEVC, instituição da qual foi presidente em 1968, 1969 e 1971 e presi- uma reunião. Numa bela noite,
dente de honra até a sua desencarnação. Foi um dos fundadores também
eu disse para o Aldo e o Car-
da Semana Espírita de Vitória da Conquista. Fundou a primeira juventude
espírita da cidade – a Mocidade Espírita Filhos de Maria, na década de los: vamos hoje satisfazer o
1950, com a ajuda de Leopoldo Machado. nosso Velho, nos aprontamos e
A comemoração do seu centenário de nascimento, organizado vamos e chegar à reunião após
pela UEVC, foi uma festa que aconteceu em 6 de agosto de 2008 no ele haver chegado? (...) Chega-
Centro Espírita Humberto de Campos, com a presença de todas as casas
mos à reunião discretamente,
espíritas de Vitória da Conquista. Desencarnou no dia 8 de junho de
2009, serenamente, dois meses antes de completar 101 anos de idade. sentamos lá no fundo da sala,
(Ao lado, segue o depoimento de seu sobrinho, Rubem Prates.) mas eu notei que o tio Filó
havia nos visto e demonstrou
um sorriso de felicidade. (...)
Quase no final da parte mediú-
nica, um médium que se dizia
atuado, bastante querido por
quase todos que ali estavam,
começou a dar conselhos ao
pessoal, não só da plateia, co-
mo até da própria mesa onde
se sentavam os participantes,
ou melhor, médiuns. (...) Um
Irmão (espírito) deu conselhos a
muita gente da reunião; depois
disse: E meu amigo, Rubem... Eu
quase corro da sala. (...)”

(Extraído do Livro “Viver à

Deriva”, de Rubem Prates)

09
 DIVALDO FRANCO
“Na vida, todos somos semeadores. Uns semeiam flores e descobrem belezas, perfumes e frutos. Outros semeiam
espinhos e se ferem nas suas pontas agudas. Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal. Felizes são aqueles
que, por onde passam, deixam sementes de amor, de bondade, de afeto.”

|ENTREVISTA

Ricardo de Souza Cavalcante

MÉDICO INFECTOLOGISTA ESPÍRITA

O entrevistado nesta edição é também

presidente da Associação Médico-Espírita
de Botucatu, vinculada ao Centro
Espírita Caminho da Luz.
.
Entrevista publicada em 31 de Março de 2020 pelo Centro Espírita “Amor e Caridade” da cidade de Bauru, São Paulo,
conduzida pelo Jornal Momento Espírita (JME), com o Dr. Ricardo de Souza Cavalcante, médico infectologista e professor
de pós-graduação em Doenças Tropicais, membro da Comissão de Controle de Infecção Relacionada à Assistência em
Saúde (CCIRAS) do Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP.

[JME]: No seu campo de estudo
(infectologia), você tem conhe-
cimento de pesquisas ou casos
vivenciados que indiquem quais
emoções, sentimentos ou crenças
contribuem para a não infecção
de indivíduos?
A ciência tem investigado
esta questão há décadas. Um
estudo muito interessante, reali-
zado na década de 1980, avaliou
132 estudantes da Universidade
de Harvard (EUA). Foram dosa-
dos os níveis de anticorpos, mo-
léculas responsáveis pelo comba-
te aos microorganismos, na sali-
va destes indivíduos após assisti-
rem a dois tipos de vídeos: um
que retrava os horrores da Se-
gunda Guerra Mundial e outro
sobre o trabalho benemérito de
Madre Tereza de Calcutá. Após o
primeiro vídeo, observou-se re-
dução importante dos níveis de
anticorpos enquanto que, após o
segundo, estes níveis se elevaram.
Diversos estudos têm demonstra-
do que o estresse emocional au-
menta a chance das pessoas de-
senvolverem infecções de vias
aéreas
10 superiores, tal como a gri-
pe e o resfriado comum, assim
como a reativação das chamadas
menta a chance das pessoas de-
senvolverem infecções de vias
aéreas superiores, tal como a
gripe e o resfriado comum, assim
como a reativação das chamadas
infecções latentes, como o Herpes
simplex. O mecanismo fisiológico
envolvido nesta questão também
foi identificado. O estresse emo-
cional promove a ativação cons-
tante do eixo hipotálamohipófise-
adrenal, um sistema que integra o
cérebro com a produção de hor-
mônios em nosso organismo. Este
eixo produz hormônios, tal como
o cortisol, que atuam sobre o
sistema imunológico, reduzindo
as defesas do organismo e, con-
sequentemente, facilitando a in-
vasão dos seres microscópios.
Todos estes conhecimentos cor-
roboram a ideia de que os senti-
mentos e, ou, emoções impactam
de modo significativo no desen-
volvimento de infecções.
[JME]: Qual emoção, sentimento
ou crença contribui mais para a
baixa imunológica?
Assim como na ciência, na
literatura espírita também encon-
tramos muitas informações acer-
ca desta questão. André Luiz, na
obra “Evolução em Dois Mun-
dos” (psicografia de Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira),
afirma que os sentimentos negati-
vos causam uma ruptura na har-
monia celular, enfraquecendo
nossas defesas e permitindo a
invasão dos microorganismos. No
mesmo sentido, Manoel Philome-
no de Miranda, na obra Painéis
da Obsessão (psicografia de Di-
valdo Pereira Franco) afirma que
mau humor, pessimismo, revolta,
ódio, ciúme, lubricidade e vicia-
ções de qualquer natureza cau-
sam degeneração celular, redu-
zindo sua capacidade funcional.
Nesta obra, o autor espiritual
apresenta o cenário de um sana-
tório de tuberculosos e esclarece
como a vida mental e os compor-
tamentos por nós assumidos são
significativamente associados
com o desenvolvimento de doen-
ças infecciosas.

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês a
minha carga e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração e vocês encontrarão
descanso interior. Pois a minha carga é suave e leve.”
[JME]: Quais recursos o espiri-
tismo oferece que você conhece
eficácia comprovada no tratamento
ou prevenção de doenças?
Diante do exposto acima,
certamente o melhor recurso ofe-
recido pela doutrina espírita é a
compreensão acerca da importân-
cia da educação da alma. Afinal,
este é o papel do espiritismo. Edu-
car os sentimentos é medida es-
sencial para todos nós e objetivo
da vida. E certamente é a melhor
prevenção diante de qualquer en-
fermidade , incluindo as infecções.
Outros recursos têm sido estuda-
dos, como a aplicação do passe
magnético. Aqui em Botucatu, es-
tudamos o passe como terapia no
control e da ansiedade, com resul-
tados muito consistentes quanto ao
seu benefício. Este estudo encon-
tra-se publicado em periódico ci-
entífico. Um grupo de pesquisado-
res da Associação Médico-espírita
do Brasil, coordenados pelo Dr
Giancarlo Luchettii, atualmente
professor da Universidade Federal
de Juíz de Fora – MG, publicou no
ano de 2011 uma revisão das pes-
quisas até então realizadas, identi-
ficando os benefícios promovidos
pela prece, passe, fluidoterapia,
desobsessão, prática da caridade e
educação espiritual.
JESUS CRISTO
|PONTO DE VISTA
pela prece, passe, fluidoterapia,
desobsessão, prática da caridade e Lições de
educação espiritual. Emmanuel
“mau humor, Descrição de Emmanuel,
pessimismo, revolta, por Chico Xavier
ódio, ciúme, Lembro-me de que, em 1931,
lubricidade e numa de nossas reuniões habituais, vi a
meu lado, pela primeira vez, o bondoso
viciações de qualquer Espírito Emmanuel. Eu psicografava,
natureza causam naquela época, as produções do primeiro
degeneração celular, livro mediúnico, recebido através de
minhas humildes faculdades e experi-
reduzindo sua mentava os sintomas de grave moléstia
dos olhos. Via-lhe os traços fisionômicos
capacidade funcional”
de homem idoso, sentindo minha alma
envolvida na suavidade de sua presença,
[JME]: Diante da pandemia que mas o que mais me impressionava era
estamos passando, quais seriam que a generosa entidade se fazia visível
suas sugestões de atitudes mentais, para mim, dentro de reflexos luminosos
além das de higiene, que contribu- que tinham a forma de uma cruz. Às
em para o fortalecimento do indi- minhas perguntas naturais, respondeu, o
víduo? bondoso guia:
"Descansa! Quando te sentires
André Luiz, na obra “Evo- mais forte, pretendo colaborar igualmen-
lução em Dois Mundos” (psico- te na difusão da filosofia espiritualista.
Tenho seguido sempre os teus passos e
grafia de Francisco Cândido Xavi-
só hoje me vês, na tua existência de
er e Waldo Vieira), afirma “Ampa- agora, mas os nossos espíritos se encon-
ro aos outros cria amparo a nós tram unidos pelos laços mais santos da
próprios (...) vida e o sentimento afetivo que me im-
0
pele para o teu coração tem suas raízes
Fonte: https://ceac.org.br/imunidade-a-luz-da-
ciencia-e-do-espiritismo/
na noite profunda dos séculos..."
11
 MAHATMAN GHANDHI
“O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir? Tudo existe, é um dos extremos. Nada
existe é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos,
e seguir o Caminho do Meio.”

|REPORTAGEM

N a questão nº 352 de “O Livro dos

Espíritos”, Allan Kardec interroga aos
Espíritos Superiores: “No momento do
nascimento, o espírito recobra imedia-
tamente a plenitude de suas faculda-
des?” Antes da resposta, importante
saber quais “faculdades” o Codificador
do Espiritismo está naquela ocasião se
referindo; entre tantas, basta citar aqui
a do intelecto ou a das que dizem res-
peito à formação do caráter humano.
Dito isto, eis a conta gota o início
daquela sábia resposta: “Não, elas se
desenvolvem gradualmente com os
órgãos”. Então, sobre quais órgãos mais
especificamente se estava falando? Sem
dúvida que em termos de meio de mani-
festação para a nova mente que está
sendo reinserida neste plano da vida,
que estava se tratando do cérebro. Se-
gundo os neurocientistas, na formação
do corpo dentro do útero materno, o
desenvolvimento do sistema límbico
(sede, por assim dizer, das emoções)
ocorre em primeiro plano por ainda não
existir naquele momento o uso da lin-
guagem verbal.
E concluem os Espíritos: “É para
ele uma nova existência; é necessário
que aprenda a se servir dos seus ins-
trumentos; as ideias lhe retornam pouco
a pouco, como a um homem que sai do
sono, e que se encontra numa posição
diferente da que tinha na véspera”.
Portanto, esta querela da ciência
nos dias de hoje, se é o cérebro que
produz a mente, ou é esta uma atividade
a parte, faz com que recorramos à pró-
pria ciência, desta feita na visão daque-
les que não possuem estreiteza no pen-
samento ao ponto de acreditar que os
nossos pensamentos são produzidos
pelo cérebro e não que estes (na verda-
de) transitam pelo cérebro.

“O Universo está repleto da Sabedoria infinita de Deus. Quem deseja prosperar deve sintonizar com as idéias que tor-
nam o homem feliz, repletas no universo. Para isso, cada um deve despertar dentro de si o desejo de tornar feliz o pró-
ximo. A riqueza é a concretização das ideias que tornam as pessoas felizes.”
O Cérebro Espiritual
O QUE DIZ OS NEUROCIENTISTAS SOBRE A EXISTÊNCIA DA ALMA
Para um melhor esclareci-
mento sobre a confusão que alguns
cientistas ainda fazem entre causa e
correlação, ou seja, entre aquilo que
está relacionado e aquilo que seria a
origem da mente humana, novamen-
te teremos que recorrer a Allan Kar-
dec. (O neurocientista David Eagle-
man, por exemplo, autor do livro
“Incógnito, as Vidas Secretas do Cé-
rebro”, entre outras coisas afirma
que o cérebro é o responsável pelo
comportamento consciente.)
Na pergunta nº 356 de “O Li-
vro dos Espíritos” sobre os natimor-
tos, fora dada como resposta que “há
os que jamais tiveram um Espírito
destinado para seu corpo”. No que o
Codificador do Espiritismo interroga:
“Toda criança que sobrevive ao seu
nascimento, necessariamente tem,
pois, um Espírito nela encarnado?”
Resposta dada: “Que seria sem ele?
Não seria um ser humano”. Assim,
resta entender melhor como estes
mecanismos ocorrem, uma vez a
ciência busca explicações para todos
os tipos de assuntos.
Comecemos, todavia, com a
opinião de um articulista moderno a
respeito deste tema; trata-se Ricardo
de Mattos, em matéria publicada no
site Digestivo Cultural, datada de 27
de Dezembro de 2012, intitulada: “o
cérebro espiritual, de Mario Beaure-
gard”. Segundo seu autor, “Beaure-
gard foi um dos palestrantes do I
Simpósio Internacional Explorando as
Fronteiras da Relação Mente-
Cérebro, ocorrido na cidade de São
Paulo, entre os dias 24 e 26 de se-
tembro deste ano. Se há uma corren-
te científica preponderante e favorá-
vel ao materialismo dos estados cen-
trais, isto é, defensora de que os a-
contecimentos mentais teriam ori-
gem exclusivamente no cérebro e no
sistema nervoso central, a contracor-
rente ganha forças diariamente. Im-
MASAHARU TANIGUCHI
mentos mentais teriam origem exclu-
sivamente no cérebro e no sistema
nervoso central, a contracorrente
ganha forças diariamente. Importan-
te salientar que a reação não se dá
com argumentos de ordem filosófica
ou religiosa, mas dentro exclusiva-
mente do campo científico”.
E, prosseguindo: “Beauregard
realiza experiências em torno das
"experiências místicas e/ou espiritu-
ais religiosas" (EMER). Inicialmente
não as distingue, mas depois o faz de
forma sucinta. Experiências religiosas
são as que surgem "no segmento de
uma tradição religiosa". Vivencia uma
experiência espiritual quem acredita
“Toda criança que
sobrevive ao seu
nascimento,
necessariamente tem,
pois, um Espírito nela
encarnado?”
ter contatado com o divino, com algo
além ou acima de si, o que não inclui
todo e qualquer calafrio metafísico.
Já no misticismo encontra-se a tenta-
tiva de alcançar realidades cósmicas
através de estados alterados de cons-
ciência como a prece e a meditação
profunda, com exclusão de drogas e
qualquer substância que possa ser
usada com fins alucinógenos”.
Como muito bem diz Ricardo
de Mattos, “o livro, portanto, não
tem a pretensão de provar a existên-
cia de Deus, mas sim que pessoas
místicas entraram em contato com
forças externas a si mesmas, forças
que não seriam percebidas caso a
mente fosse um produto cerebral.
Beauregard iniciou suas pesquisas
almejando investigar a atividade dos
neurônios durante a EMER. Quando
ele afirma querer descobrir quais
Beauregard iniciou suas pesquisas
almejando investigar a atividade dos
neurônios durante a EMER. Quando
ele afirma querer descobrir quais
poderiam ser os correlatos neurais da
experiência, ele demonstra trabalhar
com possibilidades, com hipóteses,
que são o ponto de partida e a base
de trabalho da Ciência. O cientista
trabalha com hipóteses, e suas pes-
quisas e experimentos podem levá-lo
a confirmá-las ou negá-las. Difere de
fazer uma afirmação e dedicar-se a
provar sua certeza”.
Fica, aqui, uma pergunta que
não quer calar e respondida à altura
pelo referido articulista: “A aborda-
gem espiritualista exclui o dever de
estudar o cérebro? Não, e este ponto
é especialmente lembrado pelo neu-
rocientista. Mesmo as explicações
materialistas para a religião e a espiri-
tualidade não devem ser a prio-
ri desprezadas, como são revistas
diante das novas descobertas. O bom
pianista conhece os gênios e gêneros
musicais, suas obras, o teclado, o
dedilhado, a madeira da estrutura e o
material das cordas internas do pia-
no, a afinação e os melhores centros
de fabricação. A abordagem espiri-
tualista, por assim dizer, fornece res-
postas muito mais completas e expli-
cações não forçadas”.
Assim, para “ir além”, neces-
sário se faz que o conceito de alma
não permaneça tão obscuro, a exem-
plo dos excelentes estudos feitos por
Daniel Siegel em seu livro “Mindsi-
ght”, apesar deste compreender do
que o cérebro produz os estados
mentais; sim, existe correlações, mas
não, necessariamente uma causação
conforme há quase 163 anos esclare-
ceu os Espíritos à Kardec.
13

“Somente o estudo do Espiritismo nos fará grandes em meio à dor, porque, sabendo que
vivemos eternamente, faremos o possível para ser hoje melhores que ontem, e amanhã,
grandes benfeitores da Humanidade.”
|REPORTAGEM
O Cérebro, a Inteligência e o Espírito
por Bernardino da Silva Moreira
O cérebro é o meio que ex-
pressa a inteligência no mundo ma-
terial, por isso a maioria dos estudi-
osos da mente humana, faz da inte-
ligência um atributo do cérebro. A
questão para eles se resume em
indagações como estas: cérebro
menor é sinônimo de inteligência
menor? Um cérebro maior é garantia
de uma inteligência maior?
Bem sabemos, como espíri-
tas, que: “a inteligência é um atribu-
to essencial do espírito”, daí pode-
mos concluir que o corpo físico é
apenas “o envoltório do Espírito”,
porque “o espírito conserva os atri-
butos da natureza espiritual”. O cor-
po físico é o instrumento que o espí-
rito se utiliza para “o exercício das
faculdades”, mas, não podemos es-
quecer que as faculdades do espírito
“depende dos órgãos que lhes ser-
vem de instrumento”.
Há uma diferença essencial
entre a ciência materialista e a ciên-
cia espírita, pois, enquanto a primei-
ra faz do cérebro o excretor da inte-
ligência, a segunda faz do cérebro
um instrumento do espírito, que é o
ser inteligente individualizado.
Cientes de que “os órgãos
são os instrumentos da manifesta-
ção das faculdades da alma”, e que
esta manifestação “se acha subordi-
nada ao desenvolvimento e ao grau
de perfeição dos órgãos”, voltare-
mos às indagações iniciais: cérebro
menor é sinônimo de inteligência
menor? Um cérebro maior é garantia
de uma inteligência maior? Vamos
aos exemplos: o assustador Tyran-
nosaurus Rex tinha 8 toneladas de
peso e apenas 200 centímetros cúbi-
cos (200 gramas) de volume cere-
bral; o pesadão Brachiosaurus, 87
toneladas e 150 gramas de cérebro;
o Stegosaurus na leveza de suas 2
toneladas tinha apenas 30 gramas de
cérebro.
14
Entre
14 os dinossauros mais inteligen-
tes estavam os Saurornithoides,
AMALIA DOMINGO SOLER
cérebro. Entre os dinossauros mais
inteligentes estavam os Saurorni-
thoides, que tinha cérebros que pen-
savam em geral 50 gramas para uma
massa corporal de mais ou menos 50
quilos, o que os situa próximo ao
avestruz.
Estudos e experiências reali-
zadas com chimpanzés, revelaram
nessa espécie da ordem dos prima-
tas, uma inteligência bastante agu-
çada. Entre os vários exemplos cita-
remos dois bastante expressivos: o
chimpanzé Sultan era capaz de co-
nectar dois bastões a fim de alcançar
uma banana de outra forma inaces-
sível. Em Tenerife, dois chimpanzés
foram observados maltratando uma
galinha: um deles estendia o alimen-
to para a ave, incentivando-a a apro-
ximar-se; enquanto isso, o outro
arremetia golpes contra ela com um
pedaço de arame que escondera nas
costas. A galinha recuava, mas logo
se aproximava novamente – e no-
vamente era atingida.
Dois psicólogos, Beatrice e
Robert Gardner, da Universidade de
Nevada, sabendo que a faringe e a
laringe do chimpanzé não são apro-
priadas à linguagem humana, tive-
ram uma brilhante ideia: ensinar a
um chimpanzé uma linguagem ame-
ricana de sinais, conhecida por seu
acróstico AMESLAN (American sign
language) e às vezes por “linguagem
americana de surdos e mudos”. Con-
clusão: existe hoje uma vasta biblio-
teca de conversas descritas e filma-
das utilizando o AMESLAN e outras
linguagens com chimpanzés estuda-
dos pelos Gardner e por outros.
Em “Os animais e o homem”,
inserido em “O Livro dos Espíritos”,
na questão 593, Kardec pergunta:
“Poder-se-á dizer que os animais só
obram por instinto?” Eis a resposta
dos Espíritos superiores, surpreen-
dente para a época: “Ainda aí
há um sistema. É verdade que na
maioria dos animais domina o instin-
to. Mas, não
vês que muitos obram denotando
acentuada vontade? É que têm inte-
to. Mas, não vês que muitos obram
denotando acentuada vontade? É
que têm inteligência, porém limita-
da.” É inegável a diferença entre
dinossauros e chimpanzés; enquanto
nos primeiros o instinto é dominan-
te, nos segundos, além dos instintos
há inteligência, que apesar de ser
limitada, se comparada a do homem,
é surpreendente pela vontade que
denotam ao expressar suas ações.
Há 3 milhões de anos, existia
uma série de indivíduos bípedes com
grande variedade de volume crania-
no, um deles, o qual L.S.B. Leskey, o
estudioso anglo-queniano do ho-
mem primitivo, chamou Homo habi-
lis, tinha um volume cerebral apro-
ximadamente de 700 centímetros
cúbicos (700 gramas).
Os homens e mulheres mo-
dernos têm caixas cranianas com o
dobro do volume das do Homo habi-
lis, isto é, a massa cerebral do ho-
mem contemporâneo gira em torno
1.375 gramas.
(...) O Espiritismo e a Ciência
se complementam, pois, as leis do
mundo espiritual e as leis do mundo
material são faces de uma realidade
comum. A Ciência precisa do Espiri-
tismo, tanto quanto o Espiritismo
precisa da Ciência; isolados, não
chegarão a um resultado final e se
perderão no labirinto de hipóteses
insustentáveis. Na questão 370 de
“O Livro dos Espíritos”, temos a so-
lução para os problemas criados pelo
reducionismo materialista: “Da in-
fluência dos órgãos se pode inferir a
existência de uma relação entre o
desenvolvimento do cérebro e o das
faculdades morais e intelectuais?
– Não confundais o efeito
com a causa. O Espírito dispõe sem-
pre das faculdades que lhe são pró-
prias. Ora, NÃO SÃO OS ÓRGÃOS QUE
DÃO AS FACULDADES, E SIM ESTAS QUE
IMPULSIONAM O DESENVOLVIMENTO
DOS ÓRGÃOS.”
(Fonte: Revista Internacional de Espiritismo)
|CAPA
Adolfo Bezerra de Menezes
(1831 – 1900)
A
dolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu em
29 de agosto de 1831 na fazenda Santa Bárbara,
no lugar chamado Riacho das Pedras, município
cearense de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, estado
do Ceará. Descendia Bezerra de Menezes de antiga famí-
lia, das primeiras que vieram ao território cearense. Seu
avô paterno, o coronel Antônio Bezerra de Souza e Mene-
zes tomou parte da Confederação do Equador, e foi con-
denado à morte, pena comutada em degredo perpétuo
para o interior do Maranhão, e que não foi cumprida por-
que o coronel faleceu a caminho do desterro, sendo seu
corpo sepultado em Riacho do Sangue. Seus pais, Antônio
Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e tenen-
te-coronel da Guarda Nacional, desencarnou em Maran-
guape, no dia 29 de setembro de 1851, de febre amarela;
a mãe, Fabiana Cavalcanti de Albuquerque, nascida em 29
de setembro de 1791, desencarnou em Fortaleza, aos 91
anos de idade, perfeitamente lúcida, em 5 de agosto de
1882.era um profissional de reconhecida competência,
formado na Capital em uma Faculdade bastante conceitu-
ada; por outro lado, escolheu Itambé para clinicar por
razões familiares.
Desde estudante, o itinerário de Bezerra de Me-
nezes foi muito significativo. Em 1838, no interior do Cea-
rá, conheceu as primeiras letras, em escola da Vila do
Frade, estando à altura do saber de seu mestre em 10
meses.
16
4
Já na Serra dos Martins, no Rio Grande do Norte,
para onde se transferiu em 1842 com a família, por moti-
vo de perseguições políticas, aprendeu latim em dois a-
nos, a ponto de substituir o professor. Em 1846, já em
Fortaleza, sob as vistas do irmão mais velho, o Dr. Manoel
Soares da Silva Bezerra, conceituado intelectual e líder
católico, efetuou os estudos preparatórios, destacando-se
entre os primeiros alunos do tradicional Liceu do Ceará.
Bezerra queria tornar-se médico, mas o pai, que enfren-
tava dificuldades financeiras, não podia custear-lhe os
estudos. Em 1851, aos 19 anos, tomou ele a iniciativa de
ir para o Rio de Janeiro, a então capital do Império, a fim
de cursar medicina, levando consigo a importância de 400
mil réis, que os parentes lhe deram para ajudar na via-
gem. No Rio de Janeiro, ingressou, em 1852, como prati-
cante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia.
Para poder estudar, dava aula de filosofia e matemática.
Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro.
Em março de 1857, solicitou sua admissão no
Corpo de Saúde do Exército, sentando praça em 20 de
fevereiro de 1858, como cirurgião tenente. Ainda em
1857, candidatou-se ao quadro dos membros titulares da
Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas
considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu
tratamento", sendo empossado em sessão de 1º de ju-
nho. Nesse mesmo ano, passou a colaborar na "Revista da
Sociedade Físico-Química".
(...)Já em franca atividade médica, Bezerra de
Menezes demonstrava o grande coração que iria semear,
até o fim do século, sobretudo entre os menos favoreci-
dos da fortuna, o carinho, a dedicação e o alto valor pro-
fissional.
Foi justamente o respeito e o reconhecimento de
numerosos amigos que o levaram à política, que ele, em
mensagem ao deputado Freitas Nobre, seu conterrâneo e
admirador, definiu como “a ciência de criar o bem de
todos”.
Elegeu-se vereador para Câmara Municipal do Rio
de Janeiro em 1860, pelo Partido Liberal.
Quando tentaram impugnar sua candidatura, sob
a alegação de ser médico militar, demitiu-se do Corpo de
Saúde do Exército. Na Câmara Municipal, desenvolveu
grande trabalho em favor do “Município Neutro” e na
defesa dos humildes e necessitados.
Foi reeleito com simpatia geral para o período de
1864-1868. Não se candidatou ao exercício de 1869 a
1872. (...)
 O Espiritismo, qual novo maná celeste, já vinha
atraindo multidões de crentes, a todos saciando na sua
missão de consolador. Logo que apareceu a primeira tra-
dução brasileira de “O Livro dos Espíritos”, em 1875, foi
oferecido a Bezerra de Menezes um exemplar da obra
pelo tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos, que se ocul-
tou sob o pseudônimo de Fortúnio.
Em 1878, com a volta dos liberais ao poder, foi
novamente eleito à Câmara dos Deputados, representan-
do o Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1885.
(...) O Dr. Bezerra de Menezes foi membro da So-
ciedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Auxiliadora
da Indústria Nacional, da Sociedade Físicoquímica, sócio e
benfeitor da Sociedade Propagadora das Belas-Artes,
membro do Conselho do Liceu de Artes e presidente da
Sociedade Beneficente Cearense.
Escreveu em jornais como “O Paiz”, redigiu “Sen-
tinela da Liberdade”, os “Anais Brasilienses de Medicina”,
colaborou na “Reforma”, na “Revista da Sociedade Físico- No site “lulacerda” do dia 01/05/2020 a redação
química” e no “Reformador”. Utilizava os pseudônimos de publicou uma matéria interessante sobre uma foto do
médico Bezerra de Menezes e da mulher, Cândida Au-
Max e Frei Gil.
gusta, que fora encontrada no lixo em plena Copacaba-
O dicionarista J. F. Velho Sobrinho alinha extensa na, Rio de Janeiro. Além de curioso, também este fato
bibliografia de Bezerra de Menezes, relacionando para nos remete a muitos outros em que espíritos buscaram
mais de quarenta obras escritas e publicadas. São teses, de alguma forma deixar implícito as suas presenças; por
romances, biografias, artigos, estudos, relatórios, etc. outro lado, neste caso mais especificamente, por tratar-
Bezerra de Menezes desencarnou em 11 de abril se de um momento difícil em que estamos vivendo por
de 1900, às 11h30min., tendo ao lado a dedicada compa- causa do Coronavírus, esta foto como que encontrada
nheira de tantos anos, Cândida Augusta. aleatoriamente nos faz repensar que não estamos sozi-
nhos e que a Espiritualidade Maior está nos amparando
Morreu pobre, embora seu consultório estivesse
e cuidando dos nossos destinos como um todo. E acres-
cheio de uma clientela que nenhum médico queria; eram centa: “Numa das idas a um mercado em Copacabana,
pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas. Foi esta semana, o morador Augusto César encontrou uma
preciso constituir-se uma comissão para angariar donati- foto jogada numa rua; curioso, levou-a pra casa. Em
vos visando a possibilitar a manutenção da família. A co- plena pandemia, qualquer gesto ou coincidência tomam
missão fora presidida por Quintino Bocayuva. um rumo diferente. Ao pesquisar a imagem, descobriu
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou que se tratava do médico Bezerra de Menezes (1831-
Leon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quan- 1900) ao lado da mulher, Cândida Augusta, tirada, pro-
do tais homens deixam de existir, enlutasse não somente vavelmente, em 1865 — à época, ele, com 34, e ela, com
17. A imagem estava em pé num cantinho; acredito que
o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
o gari não teve coragem de jogar fora”.
Fonte: www.febnet.org.br Fonte: www. lulacerda.ig.com.br

FONTE: www.yogui.co

17
 ALBERT EINSTEIN
“Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França
me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão
e os alemães dirão que sou judeu.”
|CARIDADE
Lady Simpatia
UMA BELA HISTÓRIA DE VIDA
E Entre muitas histórias de superação e de exem-
plo de vida, encontramos ao longo da trajetória humana
algumas muito especiais, de pessoas humildes e de co-
rações esperançosos. No Abrigo “Nosso Lar” (mantido
pela União Espírita de Vitória da Conquista, situado no
Bairro Boa Vista) existe uma destas personalidades com
a qual não poderíamos lidar sem tirar grandes lições na
difícil arte do aprender com os outros.
A palavra “abrigo” denota aconchego, amparo,
conforto; noutras palavras, um ato de abraçar, de forne-
cer bem estar, conforto espiritual. Mas, esta sensação
de acolhimento é obtida também através das diversas
atividades laborativas e pelo contato com as pessoas
que por ali transitam como visitantes. É neste ambiente
repleto de paz que encontraremos uma jovem senhora
dos seus 73 anos de idade, cabelos alvos como as plu-
mas de uma garça-branca, solteira, natural de uma cida-
de circunvizinha.
“Lady Simpatia” (como assim carinhosamente
resolvemos chamá-la) nasceu de uma família de lavrado-
res, onde ela e seus irmãos ajudavam os pais, humilde-
mente, e, apesar das muitas dificuldades que enfrenta-
va, conseguiu ingressar na escola até concluir a sua alfa-
betização. Enfim, aos 15 anos, “Lady Simpatia” fora mo-
rar com uma família de renome onde trabalhou por toda
a sua vida, sem constituir a sua própria família.
Tempos depois, quando a sua “patroa” veio a fa-
lecer, nossa humilde personagem passou a morar com a
filha e os netos daquela família. Aos cinquenta e dois
anos de idade, “Lady Simpatia” relatou que após se ma-
chucar e ficar internada por um bom tempo, então a
filha da matriarca a convidou para morar no Abrigo.
Desde então, já fazem 21 anos de moradia...
filha da matriarca a convidou para morar no Abrigo.
Desde então, já fazem 21 anos de moradia...
Ao ser perguntada sobre como se sente vivendo
em uma casa de acolhimento, “Lady Simpatia” respon-
deu docilmente: “Aqui (Abrigo Nosso Lar) me sinto bem
e encontrei a minha família, faço as minhas atividades
artísticas que aprendi... tenho acompanhamento médi-
co, enfermeiras o dia todo e à noite também existe plan-
tão... e na hora certa tomo as minhas medicações de
acordo com a orientação médica... há um profissional
que faz exercícios semanalmente..”
“Aqui sou amada,
respeitada e bem
cuidada por todos.”
“Lady Simpatia” acrescentou que é bom se exer-
citar para ocupar a mente, que pinta quadros e panos de
pratos, que os vende no Bazar do Abrigo Nosso Lar e o
que arrecada dos seus trabalhos investe em mais mate-
riais. Diz que não sabe ler muito, mas gosta que alguém
leia e que conte histórias, adora receber visitas, assim
como das festas de Natal e de São João.
Mencionou também que é católica praticante,
que recebe visitas dos representantes religiosos uma vez
por mês e que adora ouvir sobre “a palavra de Deus”.
Assim, que tal encerrarmos com uma frase dela para
finalizar a nossa história? “É legal estar aqui e se sentir
acolhida”, confessou-nos “Lady Simpatia” com seu sorri-
so generoso. “Aqui sou amada, respeitada e bem cuida-
da por todos”; depois, abraçou-nos.
|Polyanna Gomes é nutricionista, e trabalhadora do
CEED; email: pollyanna_gomes22@yahoo.com.br
19
 CARL GUSTAV JUNG
“Quanto maior for a carga da consciência coletiva, tanto mais o eu perde sua consciência prática. É, por assim dizer,
sugado pelas opiniões e tendências da consciência coletiva, e o resultado disto é o homem massificado, a eterna víti-
ma de qualquer ismo.”

|NOTÍCIA |TELESCÓPIO
Segundo o referido blog, esta ação
Você realmente
solidária é Encabeçado pela Associ-
ação de Moradores da URBIS VI:
“A campanha Comunidade, doar é conhece o espiritismo?
um ato de amor continua arreca-
dando alimentos que serão desti-
Através de pesquisas, princi-
nados para famílias carentes em
palmente pela internet, podemos
Vitória da Conquista”.
aprofundar nossos conhecimentos
E conclui, informando a
sobre o Espiritismo; entre alguns e-
todos: “Um dos pontos de doação
xemplos, o site mensagenscoma-
a matéria publicada pelo é o Shopping Conquista Sul. (...) Lá

N Blog do Anderson em 26 os donativos são depositados num

de Maio de 2020, vemos carrinho que fica no acesso ao G
um excelente exemplo de solidari- Barbosa até o dia 21 de junho”.
mor.com traz algumas curiosidades
bastante elucidativas, das quais se-
paramos uma: sobre o caráter.
Diz a referida publicação:
edade em época de Pandemia: Quem desejar, pode con-
“Sabe aquela característica sua que
associação de moradores vem tribuir nesta campanha, como em
não lembra ninguém da sua famí-
recebendo doações para confec- tantas outras que circulam pelas
cionar cestas básicas de alimentos redes sociais, bastando para isso lia ou próxima a você? Aquela ca-
para serem distribuídas na cidade boa vontade e, sempre que adqui- racterística que é especificamente
de Vitória da conquista. rir algo, pensar nos outros. sua? Provavelmente, segundo a dou-
trina espírita, é uma lembrança que
você carrega de alguma outra vida
“Solidariedade na Pandemia: passada.

Associação de Moradores
recebe doações para Cestas
Básicas em Vitória da
Conquista.”
FOTO: g1.globo.com
Veja esta matéria na íntegra:
https://www.blogdoanderson.co
m/2020/05/26/solidariedade-na-
pandemia-associacao-de-
moradores-recebe-doacoes-para-
cestas-basicas-em-vitoria-da-
conquista/
FOTO: candeia.com
rina espírita, é uma lembrança que
você carrega de alguma outra vida
passada.”
Noutras palavras, não somos
um produto estritamente biológico
como se houvesse um determinismo
genético. Nesse caso, não se está fa-
lando de característica física mas,
sim, da nossa subjetividade, ainda
que compreendamos que as nossas
relações e os meios em que vivemos
ajudem a formar e a delinear o nos-
so caráter em virtude das muitas
existências da qual vivemos.

20
 BERT HELLINGER
“A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir. A vida o humilha e por
vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer. A vida envia raios e
tempestades para acordá-lo.”

FOTO: divulgação

Dica de Livro
Numa época em que devemos ficar em casa mais
do que o necessário (em virtude da pandemia do
CORONAVÍRUS), uma excelente ideia são as práticas
meditativas e aeróbicas. Pensando nisso, sugerimos
aos interessados este e-book de Haroldo Dutra, Juiz de
Direito, Palestrante Espírita, que apresenta nesse proje-
to o lado profissional das suas atividades, “bem como
o fruto de mais de 20 anos de estudos e pesquisas sobre
temas como meditação, autoconhecimento, gestão das
emoções, interações humanas, e outros assuntos rela-
cionados ao desenvolvimento humano e espiritual”.
Em outras palavras, imperdível!

O que é a FEBtv
A FEBtv é a TV da Federação Espírita Brasileira que,
cumprindo sua missão de oferecer a Doutrina Espírita por
meio do estudo, prática e difusão, contribuindo para a
formação do homem de bem, dedica-se, desde 2011, ao
compromisso de divulgar a Doutrina Espírita por meio da
comunicação. A FEBtv é uma área terceirizada da FEB e
conta atualmente com a prestação de serviço de oito pro-
fissionais em sua estrutura, para que os programas sejam
produzidos com qualidade e cheguem até você.

FOTO: fna.org.br

Desencarnaram
Oremos juntos por aqueles que desencarna-
ram pela COVID-19 (mas também por qualquer
outro tipo de causa da morte) em nosso Planeta
Terra, pois são irmãos que cruzaram para o outro
plano da vida e onde Jesus os está amparando de
braços abertos. Apesar de não compreendermos
por que tanta dor neste mundo, sejamos resilien-
tes ante os desígnios de Deus; importa repensar-
mos nossas vidas e seguirmos de mãos dadas am-
parando sempre uns aos outros. Seja a paz uma
constante em nossas vidas e teremos sempre a me-
lhor saúde de todas!

21
 SÓCRATES
“Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos
em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos
ter apenas, de novo, só os nosso.”

|ACONTECEU

Lar de Sarah
VI JORNADA ESPÍRITA “O AMOR COMO SOLUÇÃO”

Aconteceu entre os dias 13 a

15 de Março de 2020 a VI Jornada
Espírita promovida pelo Núcleo Espí-
rita “Lar de Sarah”, com o tema “O
Amor Como Solução”, além do V En-
contrinho para crianças a partir de
três anos, pré-adolescentes e adoles-
centes.
As palestras ficaram a cargo
de Meiriva Quaresma, realizada no
dia 13, tendo como tema “O Maior
Mandamento”; no dia 14, Abigail Gui-
marães, “O Amor Cobre Uma Multi-
dão de Pecados” e 15, Rogério Olivei-
ra, “Amar A Deus e ao Próximo: o
único Caminho para a Felicidade”, as
quais tiveram um maravilhoso acolhi-
mento do público presente.
A redação da Revista Espírita
“Nosso Lar” parabeniza a todos pela
iniciativa, certos sabemos o quanto as
irradiações de paz e de amor vibram
em benefício de muitos, bem como,
por sintonia, fora atraída a presença
dos irmãos espíritos protetores.
O evento teve ainda a partici-
pação do Coral “Canto de Luz” e do
músico Marcos de Assis, acompanha-
do dos pré-adolescentes numa har-
monia, por assim dizer, celestial.
A querida Elza, presidente do
Núcleo Espírita “Lar de Sarah”, agra-
deceu a todos pela presença tanto
quanto por aqueles que, nas suas ca-
sas, puderam acompanhar pelo Insta-
gram; Deus os abençoe e os ilumine
sempre na execução de muitos traba-
lhos ainda a serem bondosamente
realizados.

22
 CONFÚCIO
“Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe,
saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe;
na verdade é este o saber.”

Rua 7 de Setembro, 100 | Centro

VITÓRIA DA CONQUISTA
(77) 98841-4689

23
 FRANCISCO DE ASSIS
“Peço a todos que me ouvis que, ao sairdes daqui, não vos mostrais desinteressados pela luz do coração. Procurai, na
seqüência das horas, melhorar em todos os sentidos e anular o mal que ainda existe em cada um de nós, como princí-
pio de ajuda ao Bem que deseja entrar em nossos corações.”
|ARTIGO
Pluralidade dos Mundos Habitados
por LUCIANA OLIVEIRA | adm.oliveiraluciana@gmail.com
FOTO: arquivo pessoal
E
ntre os princípios da Doutrina Espírita, a
“Pluralidade dos Mundos Habitados” figura
entre os cinco fundamentos que a sustenta.
Tal princípio, aliado à crença em Deus, na
imortalidade da alma, na comunicabilidade
entre os espíritos e à pluralidade das existências, carac-
teriza e auxilia na definição dos seus postulados.
Com o intuito de melhor compreender como e
porque as múltiplas existências, ou sucessivas reencar-
nações ocorre, este artigo resulta da compilação de im-
portantes perguntas e trechos contidos na Codificação
kardequiana e em obras complementares. O conteúdo
está dividido em 4 sessões apresentadas abaixo: a) do
fluido cósmico universal; b) dos Elementos gerais do
universo: princípio espiritual e matéria; c) da formação
dos mundos habitados e da terra e d) da diferentes cate-
gorias dos mundos habitados.
Escala dos Mundos quanto à evolução e as po-
pulações que o habitam: a) Mundos primitivos (Espíritos
primitivos): Revestem a forma humana, sem beleza,
regidos pelo instinto. A força bruta é, entre eles, a única
lei; b) Mundos de expiação e provas (Espíritos rebeldes
à Lei de Deus): Necessitam expiar as faltas cometidas
em suas encarnações anteriores; c) Mundos de regene-
ração ou regeneradores (Espíritos penitentes): Necessi-
tam de calma e repouso para depurar-se; existem sen-
sações e desejos, mas se libertam das paixões desorde-
nadas. Ainda passam por provações; d) Mundos ditosos
ou felizes (Espíritos felizes): Têm a forma humana aper-
feiçoada e purificada. Já não precisam expiar, nem pro-
var. A leveza do corpo permite a volitação e o trabalho
no bem é a tônica.
18
2424
no bem é a tônica; e) Mundos ditosos ou felizes (Espíritos
celestes ou divinos): Puros, que atingiram a perfeição.
No “Evangelho Segundo o Espiritismo” tomamos
conhecimento que “os espíritos que encarnam num mundo
não se acham a eles presos indefinidamente, nem nele
atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre
realizar, para atingir a perfeição. Quando em um mundo
eles alcançam o grau de adiantamento, e assim por diante,
até que cheguem ao estado de puros Espíritos”.
No livro “A Gênese”, de Allan Kardec, vemos que
Da mesma forma que diariamente ocorrem partidas e che-
gadas de Espíritos entre os planos material e espiritual,
promovendo renovações intelecto – morais [...] igualmente
[...] essa movimentação se efetua entre os mundos, quer
individualmente, nas condições normais, quer por massas,
em circunstâncias especiais. Há emigrações e imigrações
coletivas de um mundo para o outro, donde resulta a intro-
dução na população de um deles elementos inteiramente
novos. Novas raças de Espíritos, vindo misturar-se às exis-
tentes, constituem novas raças de homens”.
“Novas raças de Espíritos, vindo
misturar-se às existentes, constituem
novas raças de homens.”
Na Questão número 55 de “O Livro dos Espíritos”
Allan Kardec interroga: “São habitados todos os globos
que se movem no espaço?” E os Espíritos respondem:
“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o
primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Deus
povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos os
seres para o objetivo final da Providência”. E, na Questão
número 56, lemos: “É a mesma a constituição física dos
diferentes globos?” Resposta: “ Não, de modo algum se
assemelham. A substância do períspirito não é a mesma
em todos os mundos. Quando um espírito reencarna em
outro mundo, seu períspirito se reveste da matéria própria
do planeta em forma quase instantânea”.
Diante do quanto exposto, podemos afirmar que
as reencarnações coletivas, nos diferentes orbes planetá-
rios são a confirmação da Lei do progresso. Progredimos e
o melhor sinal disso é o reconhecimento de quem alguém
ficou para traz e devemos voltar e dar-lhe o apoio neces-
sário para que esse alguém também progrida. Em nossas
reencarnações temos as oportunidades de provar nosso
aprendizado, reparar os equívocos cometidos por meio
das expiações e ainda, agir em missão realizando as tare-
fas que nos são confiadas.
| Luciana Oliveira é palestrante vinculada à União Espírita de
Vitória da Conquista (UEVC) e trabalhadora do Núcleo Espíri-
ta Jesus de Nazaré (NEJN).
Escala Escala dos Mundos quanto à evolução e as popu
Escala dos Mundos quanto à evolução e as populações q

“Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do pre-
sente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-
nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
|NOTA DE RODAPÉ
Neurônios Espelho
por DERNI OLIVEIRA | derni@bol.com.br
V isto por muitos como uma das
descobertas mais revolucionárias da
neurociência, as células denominadas
“neurônios espelho” (entre algumas
tantas possibilidades) seriam as res-
ponsáveis pelo processo de aprendi-
zagem a partir da imitação. Quer di-
zer, os “neurônios espelho” podem
ser ativados em nosso cérebro tanto
ao observarmos alguém fazendo algo
quanto ao vermos alguém realizando
o mesmo ato.
Estudo recente realizado pe-
lo italiano Marco Iacoboni nos conduz
a repensar sobre as atuais teorias
que vão desde a causa da empatia
até mesmo sobre a origem do autis-
mo. Entretanto, para um artigo com
poucas linhas nos limitaremos a indi-
car ao leitor interessado em aprofun-
dar nesta questão, que busque pes-
quisar sobre o assunto, o qual é bas-
tante revelador.
Por outro lado, não deixare-
mos de fazer aqui alguns comentários
sobre nosso ponto de vista a respeito
de algumas possibilidades interpreta-
tivas (tomando por base a existência
de “neurônios espelhos” no cérebro
humano, uma vez que esta descober-
ta já está comprovada por IRMf).
Por exemplo (apenas para re-
futarmos também a já rebatida teoria
do determinismo biológico, ou seja, a
de que os genes seriam os responsá-
veis até mesmo pelo nosso livre-
arbítrio), no caso do processo de
imitação na aprendizagem, a influên-
cia dos meios de comunicação social
teriam um peso de maior responsabi-
lidade do que vemos nos dias de
hoje, inclusive juridicamente.
Não se trata, assim, de cen-
sura, mas de peso; isto é, fugirmos de
uma responsabilidade causal seria o
mesmo, como diz o próprio Iacoboni,
que aceitarmos “o argumento utiliza-
do pela indústria tabagista durante
grande parte do século XX” que refuta
ainda hoje “o vínculo entre o fumar e
o câncer de pulmão”.
PAULO DE TARSO
Portanto, já que os “neurô-
nios espelho” são ativados durante a
observação dos atos, implica neces-
sariamente que a violência divulgada
(ou muitas vezes produzidas) pelos
meios de comunicação de um modo
geral induz igualmente a violência
imitativa. Por isso, bastante cuidado
deve ter os pais ao permitirem que
seus filhos interajam com jogos de
violência ou até mesmo programas
pseudo infantis que denotem compor-
tamento de agressividade.
FOTO: arquivo
Estudos apontam que de fato
existe uma correlação direta entre a
programação midiática utilizada pelas
crianças (e inclusive a interação por
meio das relações familiares) com os
desajustes de personalidade durante
as fases vindouras da vida.
Reflitamos, eis um passo im-
portante antes de escolhermos o que
ou com quem vamos interagir.
| Derni Oliveira é palestrante vinculado
à União Espírita de Vitória da Conquis-
ta (UEVC) e trabalhador do Centro Es-
pírita Ernesto Dantas (CEED).
LIBERTE-SE DO PASSADO
(Jiddu Krishnamurti)
“O homem aceitou o confli-
to como parte da existência diária,
porque aceitou a competição, o
ciúme, a avidez, a ganância e a
agressão como norma natural da
vida. Quando aceitamos tal norma
de vida, estamos aceitando a estru-
tura social tal qual é e vivendo se-
gundo o padrão da respeitabilidade.
E é nessa rede que está aprisionada
a maioria, visto que quase todos
aspiram a ser respeitáveis. Exami-
nando nossa mente e coração, nossa
maneira de pensar, nossa maneira
de sentir e de agir na vida diária,
observamos que, enquanto estamos
a ajustar-nos ao padrão da socieda-
de, a vida tem de ser um campo de
batalha. Se não a aceitamos — pois
uma pessoa religiosa não pode de
modo nenhum aceitar uma tal soci-
edade — estaremos então comple-
tamente livres da estrutura psicoló-
gica da sociedade.
A maioria de nós é rica das
coisas da sociedade. O que a socie-
dade criou em nós e, também, o que
criamos em nós mesmos, é avidez,
inveja, cólera, ódio, ciúme, ansie-
dade — de tudo isso somos muito
ricos. As religiões, em todo o mun-
do, sempre pregaram a pobreza. O
monge toma um hábito, muda de
nome, rapa a cabeça, entra numa
cela e faz voto de pobreza e de cas-
tidade; no Oriente eles trajam uma
tanga, um manto e só tomam uma
refeição por dia. Todos nós respei-
tamos essa espécie de pobreza. Mas,
os homens que vestiram o manto da
pobreza continuam, interiormente,
psicologicamente, ricos das coisas
da sociedade (...)”
27

“Há medicamentos para toda a espécie de doenças, mas, se esses medicamentos
não forem dados por mãos bondosas, que desejam amar, não será curada a mais
terrível das doenças: a doença de não se sentir amado.”
|VISÃO
O Espírita e as Festas Juninas
por REDAÇÃO DA CASA DO CAMINHO
FOTO: febnet.org.br
O São João faz parte de um
grupo de festas coletivamente conhe-
cidas como Festas Juninas (comemo-
rando o Santo Antônio, no dia 13, o
São João, no dia 24 e o São Pedro
no dia 29). As festas chegaram ao
Brasil junto com os colonizadores
portugueses que tradicionalmente as
cultivaram para comemorar a colheita
da produção agrícola no verão euro-
peu. Já faz parte do conhecimento
coletivo ocidental que os festejos
juninos se devem ao fato de que as
autoridades da Igreja quiseram cristi-
anizar as festas pagãs ligadas ao
solstício de verão comemorado em
24 de junho.
Nas festas do solstício era
comum acenderem-se fogueiras e
isso inscreve estas festas nas cha-
madas festas do fogo. A antiga festa
do solstício era realizada com muita
alegria e danças junto da fogueira e
havia fartura de comida e bebida.
Estas práticas passaram para as
festas de São João, quando também
se come muito, bebe-se, dança-se,
canta-se e tira-se a sorte, já que a
necessidade de conhecer o futuro era
muito comum na Antiguidade.
E quem é o João homenage-
ado em junho? Trata-se de João Ba-
tista, um precursor e anunciador do
Messias. A data da festa não se rela-
ciona com sua decapitação (seu mar-
28é relembrado em 29 de agosto),
tírio
mas com o seu nascimento, que teria
ocorrido seis meses antes do Natal
MADRE TERESA DE CALCUTÁ
Messias. A data da festa não se
relaciona com sua decapitação (seu
martírio é relembrado em 29 de
agosto), mas com o seu nascimen-
to, que teria ocorrido seis meses
antes do Natal de Jesus.
É inequívoca a importância
religiosa de João Batista para todas
as orientações cristãs – ele é reve-
renciado pelas igrejas cristãs do
ocidente com uma festa que cai em
24 de junho. É conhecido o papel
de João na história do Cristo, mas
basta lembrar sua admiração pelos
métodos do profeta Elias. De tal
maneira o admirava que foi chama-
do “encarnação de Elias” e o evan-
gelho de Lucas menciona que exis-
tia uma incidência do Espírito de
Elias nas ações de João (Lucas
1,16-17). Mateus, inclusive, coloca
na boca de Jesus a afirmativa que
o Batista é o mesmo Elias: “E se
vocês o quiserem aceitar, João é
Elias que devia vir”. (Mateus 11,14).
Nos meios espíritas, sabe-se
que Elias reencarnou como João
Batista.
Foi João Batista que batizou
Jesus na margem do rio Jordão, em
Pela. Relatos Bíblicos contam a
história da voz que se ouviu, quan-
do João batizou Jesus, dizendo
“este é o Meu filho amado no qual
ponho toda a minha complacência”.
Referem-se também a uma pomba
que esvoaçou sobre os dois perso-
nagens dentro do rio, e essa ave foi
“este é o Meu filho amado no qual po-
nho toda a minha complacência”. Refe-
rem-se também a uma pomba que
esvoaçou sobre os dois personagens
dentro do rio, e essa ave foi conside-
rada como manifestação do Espírito
Santo. Este acontecimento sem qual-
quer repetição histórica tem servido
por base a imensas doutrinas.
Mas por que organizar uma
festa junina em um centro espírita?
Respondendo com outra pergunta:
Qual a finalidade da existência de
centros espíritas senão o desenvol-
vimento do espiritismo e do AMOR
fraterno verdadeiramente cristão en-
tre os homens? De acordo com An-
dré Luiz Peixinho, o centro espírita é
a unidade fundamental para o desen-
volvimento do Espiritismo[3]. Apesar
das diferentes formas de organiza-
ção, todos têm em comum a realiza-
ção de atividades múltiplas que ele
enumera agrupando-as “em três nú-
cleos que correspondem a aspectos
da sua função social: centro de saúde
e promoção da pessoa, educandário
e templo.”
É essa função social que
cumpre uma confraternização junina,
mas principalmente lembrando o pa-
pel de João, propicia a oportunidade
de estreitamento de laços de amiza-
de entre trabalhadores, da prática da
solidariedade e da caridade.
Por fim, mas não menos im-
portante, resta a considerar um ângu-
lo da questão: Deve se considerar
que, através dela (festa junina) se
apresenta a oportunidade de angariar
fundos, imprescindíveis ao financia-
mento dos serviços de saúde, de
educação e de promoção do bem-
estar humano. (...)
| Leia matéria na íntegra em:
https://casadocaminho-pae.org.br/temas-
doutrinarios/festejos-juninos-e-a-casa-espirita

“Perdoemos as pedras da vida pelo ouro de experiência e de luz que nos oferecem.
E, sobretudo, armemo-nos de coragem para o trabalho, porque é na dor do presente que corrigimos as lutas de ontem,
acendendo abençoada luz para o nosso grande porvir.”
|ESTUDANDO ESPIRITISMO
A CRISE DA MORTE
Ernesto Bozzano
... sequência da edição anterior:
Soube que tinham sido ho-
mens muito instruídos e inteligen-
tes, mas que, como eu, não haviam
cogitado de desenvolver em si os
princípios elevados da espirituali-
dade.
Chamaram-me pelo meu
nome, embora não o houvesse eu
pronunciado, e me acolheram com
uma familiaridade tão benévola,
que me senti agradavelmente re-
confortado. Com eles deixei o
meio onde desencarnara e onde
me conservara até aquele momen-
to. Pareceu-me nebulosa a paisa-
gem que atravessei; mas dentro
dessa meia obscuridade, fui con-
duzido a um lugar onde vi reuni-
dos numerosos Espíritos, entre os
quais muitos havia que eu conhe-
cera em vida e que tinham morrido
havia já algum tempo...”
Notarei que no último pa-
rágrafo do episódio precedente se
encontra um outro dos detalhes
secundários habituais, que se dife-
renciam mais ou menos nas des-
crições de tantos Espíritos que se
comunicam. Esse detalhe achará
sua razão de ser nas condições
espirituais, bem pouco evoluídas ,
do defunto autor da mensagem.
Geralmente, nas revelações trans-
cendentais, lê-se que os Espíritos
dos mortos entram num meio
|mais ounova
A cada menos radioso,
edição da onde Nosso
Revista Espírita são Lar, compartilharemos uma obra espírita com você, leitor; desta vez, vamos estudar juntos o livro
A CRISE DA MORTE,
acolhidos pelosautoria de Ernesto
Espíritos
údo resumido da tradução de Guillon Ribeiro através
parentes.
caso não tenha lido algum capítulo, ou, ainda, poderá
BEZERRA DE MENEZES
dos mortos entram num meio perexcitação produzida pela crise
mais ou menos radioso, onde são da agonia, ao que dizem os psico-
acolhidos pelos Espíritos de seus logistas), pareceria antes provoca-
parentes. da pelos “guias” espirituais, com o
Aqui se vê, ao contrário, fim de predispor o Espírito recém-
que o Espírito comunicante se chegado a uma espécie de “exame
encontrou em um meio nuvioso, de consciência”.
onde foi acolhido amistosamente Esta interpretação do fe-
por dois Espíritos que lhe eram nômeno ressaltará muito mais
desconhecidos, mas que guarda- claramente de alguns dos casos
vam afinidade com ele, do ponto que se vão seguir. Notarei, final-
de vista das condições espirituais. mente, que este caso, ocorrido em
É fácil de arguir que este 1857, já contém a narração de um
aparente desacordo entre as pri- incidente interessante de “biloca-
meiras impressões desse Espírito ção” no leito de morte, seguido do
desencarnado e outras muito mais fenômeno consistente na situação
frequentes dependa da circuns- que durante algum tempo o Espí-
tância de que, como ele próprio o rito desencarnado conservou, pai-
diz, se descuidara em vida de de- rando por cima do cadáver.
senvolver em si o elemento espiri- (Nota: OBE, ou experiência
tual e que os Espíritos que lhe fora do corpo)
foram ao encontro se achavam
nas mesmas condições. Frequentes incidentes aná-
Daí resultou que, pela lei logos se encontrarão nas comuni-
de afinidade, um meio de luz não cações da mesma natureza; com
se adaptava às condições transitó- mais frequência ainda, são sensiti-
rias, mas obscurecidas, de seus vos que, assistindo à morte de
Espíritos. alguém, os descreveram segundo
o que perceberam.
De outro ponto de vista, As obras espiritualistas
notarei que, também no episódio estão cheias de episódios deste
em apreço, o Espírito que se co- gênero, a começar dos que foram
munica afirma ter sofrido a prova descritos pelo famoso vidente
da “visão panorâmica” de seu Andrew Jackson Davis e pelo juiz...
passado, prova que, neste caso, Edmonds, Continuaaté aos queedição...
na próxima chegaram
em vez de se desenrolar espon- ao Rev. William Stainton Moses e
taneamente, em consequência de à governanta inglesa (enfermeira
uma superexcitação “sui generis” diplomada) Mrs. Joy Snell, que
das faculdades mnemônicas (su- ultimamente assistiu à produção
perexcitação produzida pela crise de fenômenos desta espécie du-
da agonia, ao que dizem os psico- rante uns vinte anos.
de Bozzano
seus (1862-1943), que trouxe tais informações colhidas dos próprios espíritos (trata-se de um conte-
logistas),
pareceria
da iniciativa da Federação antes
Espíritaprovo-
Brasileira). Quem desejar, pode solicitar pelo WhatsApp,
cada pelos “guias” qual
baixar em PDF este livro o também se encontra disponível na internet.
espirituais,
com o fim de predispor o Espírito
recém-chegado a uma espécie de
29
“exame de consciência”.
 KRISHNAMURTI
“A escolha é onde existe confusão. Para a mente que vê claramente, não há necessidade
de escolha, há ação. Penso que muitos problemas resultam de dizer que somos livres
para escolher, a escolha significa liberdade.”

Referência: https://citacoes.in/citacoes/102573-jiddu-krishnamurti-a-escolha-e-onde-existe-confusao-para-a-mente-
|
RECORDANDO ALLAN KARDEC que/”

FOTO: fec.org.br
Houve alguma pandemia à época de Allan Kardec?
RECOMENDAÇÕES DOUTRINÁRIAS

Na Revista Espírita de novembro de 1865, Kardec escreveu um artigo de-

nominado “O Espiritismo e o Cólera”, eis que muitos adversários compararam o Es-
piritismo a uma peste que tomava conta da humanidade.
Kardec, sempre educado, refuta a tese e aproveita para escrever algo sobre
a pandemia da cólera.
Registre-se que no período de 1845 a 1860 houve a terceira onda pandêmi-
ca de cólera, que ceifou milhares de vidas no mundo. Segundo alguns historiadores,
essa pandemia causou o maior número de mortes no século XIX.
A cólera é uma doença bacteriana intestinal, normalmente causada pela in-
gestão de alimentos ou água contaminados.
No artigo, Kardec cita a carta de um leitor de Constantinopla, onde teria o-
corrido mais de 70 mil mortes, tendo o leitor sugerido que os espíritas de lá, pela
crença religiosa, teriam sido preservados do flagelo pandêmico.
De imediato, Kardec discorda da tese do leitor, afirmando que a fé espírita
não poderia ser um antídoto contra a cólera, mas faz uma excelente abordagem no
sentido de que o conhecimento espírita propicia uma força moral que é capaz de nos
preservar de muitas doenças, porquanto essa força moral repercute no corpo físico,
inclusive no sistema imunológico.

(...) Kardec falou do medo da morte, que atinge uma quantidade imensa de pessoas quando se instala uma pan-
demia. O medo patológico, que vige nesse momento, por si só, já gera um estado emocional desarmonizado, que reper-
cute na saúde física e mental, fazendo com que o indivíduo permaneça num estado de alerta intenso, gerando ansiedade
e estresse. Para o espírita não deve haver esse temor da morte, porque acredita na imortalidade da alma, que segue viva
em outras dimensões da vida, o que, segundo Kardec, serve também para sustentar a aludida força moral.
O fato de não se temer a morte não significa que não damos valor para a vida física, tanto que Kardec expressa-
mente fala que devemos seguir as medidas sanitárias, ou seja, o espírita segue as diretrizes e as normas das autoridades
públicas, visando prolongar a vida, não por apego, mas por desejo de progredir. Veja que orientação atual para o corona-
vírus. Kardec comenta sobre a importância da serenidade, que será vital para nossa saúde emocional e mental. A sereni-
dade deve ser trabalhada, conquistada, de forma que devemos aproveitar o período de isolamento social imposto pelo
coronavírus, a fim de buscar a meditação, a viagem interior e o autoconhecimento, ajudando na conquista da serenidade.
A oração será recurso primordial por nos manter conectados com Deus e com as forças superiores mantenedoras
da vida. Kardec também fala que o espírita deve mudar completamente seus hábitos. Vemos que o coronavírus nos impôs
mudanças profissionais, familiares e sociais, de tal sorte que o espírita deve ser obediente e resignado, ajustando sua
conduta às necessidades atuais, visando a saúde pessoal e coletiva.
No final do artigo, Kardec insere uma mensagem espiritual do Dr Demeure, que foi médico na sua última encar-
nação, e este espírito traz recomendações oportunas, aplicáveis ao período de pandemia que vivemos na atualidade.
O espírito do Dr. Demeure acentua a importância da higiene e para se evitar os resfriados. Parece que ele está fa-
lando para a humanidade dos dias vigentes.
O referido espírito insiste para se evitar o medo, que é pior do que o próprio mal pandêmico. Que cabe ao espírita
manter a calma dada pela fé e não recear a morte. O médico desencarnado ainda fala para não se ignorar os primeiros
sintomas da doença, que recomendarão medidas específicas. É claro que ele está falando da cólera, mas veja como se
aplica ao coronavírus. O espírito enfatiza a necessidade da confiança em si mesmo e em Deus como fatores vitais e propi-
ciatórios de saúde.
Por fim, o Dr. Demeure toca no assunto do temperamento espiritual, que, na realidade, diz respeito à nossa saúde
emocional e mental, e forma que devemos evitar mágoas, ódios, tristezas, angústias, ansiedades etc., investindo na
brandura, na amorosidade, na tranquilidade, no perdão, que nos ajudarão a manter a saúde espiritual, ainda que o corpo
venha a adoecer.
Que artigo impressionante de 1865 e que tem plena validade para esse período de coronavírus. Que orientações
extraordinárias, morais e materiais, de Kardec e do Dr Demeure, que devem ser seguidas de forma integral pelos espíri-
tas. Aproveitemos essas lições valiosas e que possamos seguir confiantes, com Jesus e Kardec.
FONTE: https://usesp.org.br/2020/03/31/houve-alguma-pandemia-a-epoca-de-allan-kardec-quais-foram-as-recomendacoes-doutrinarias/

30
 SANTO AGOSTINHO
“As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares,
o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas,
e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem.”
 NELSON MANDELA
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas
precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente
ao coração humano do que o seu oposto.”