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DIREITO CONSTITUCIONAL
Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão
fracionário do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não
haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua
mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição.
Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como
sucedâneo (substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas
que foram objeto de interpretação idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes.
STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848).
PODER JUDICIÁRIO
Dever do Poder Executivo de efetuar os repasses de duodécimo na forma do art. 168 da CF/88
A lei orçamentária anual do Estado do Rio de Janeiro foi aprovada e nela previsto o orçamento do
Poder Judiciário. Ocorre que o Poder Executivo estadual não estava cumprindo seu dever de
repassar os recursos correspondentes às dotações orçamentárias do Poder Judiciário em
duodécimos. Diante disso, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro impetrou mandado de
segurança, com pedido de tutela de urgência, contra o ato omissivo do Governador do Estado do
Rio de Janeiro no atraso do repasse dos referidos recursos. O Governador argumentou que o
Estado passa por uma crise muito grave e que no ano de 2016 houve um déficit orçamentário de
19,6% em relação ao orçamento que foi previsto na Lei orçamentária anual.
O STF deferiu parcialmente a medida liminar, assegurando-se ao Poder Judiciário do Estado do
Rio de Janeiro o direito de receber, até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, os recursos
correspondentes às dotações orçamentárias, sendo, contudo, facultado ao Poder Executivo
fazer um desconto de 19,6% da Receita Corrente Líquida prevista na LOA.
A crise do Estado e a queda na arrecadação não justificam que o Poder Executivo deixe de
repassar o duodécimo ao Poder Judiciário. No entanto, deve ser autorizado que o Executivo
diminua os valores a serem entregues ao TJ de forma proporcional à redução que houve na
arrecadação inicialmente prevista pela Lei Orçamentária Anual.
Não faz sentido que, diante de uma situação de déficit orçamentário (a realização do orçamento
foi muito inferior ao previsto), o Poder Executivo reduza seu orçamento e o Poder Judiciário
continue com seu duodécimo calculado com base na previsão da receita que não foi a verificada
na prática. Havendo frustração de receita, o ônus deve ser compartilhado de forma isonômica
entre todos os Poderes. Em suma, a base de cálculo dos duodécimos deve observar o valor real
de efetivo desempenho orçamentário e não o valor fictício previsto na lei orçamentária.
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848).
Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de Justiça contra ato
do Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder Judiciário.
Nesta hipótese, todos os magistrados do TJ possuem interesse econômico no julgamento do
feito, uma vez que o pagamento dos subsídios está condicionado ao cumprimento do dever
constitucional de repasse das dotações consignadas ao Poder Judiciário estadual pelo chefe do
Poder Executivo respectivo. Logo, a situação em tela se amolda ao art. 102, I, "n", da CF/88.
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848).
MANDADO DE SEGURANÇA
Legitimidade do TJ para impetrar mandado de segurança em defesa de sua autonomia institucional