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Terga-feira, 18 de Fevereiro de 2003 1Série —N,° 13 AIADIA AA DEDIIDI IAA VIANIV VA NEP UDLIVA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste numero — Kz: 42,00 Tinka a correspondéncia, quer oficial, quer ‘ASSINATURAS ‘© prego de cada Tina publicada nos Distios relative a anincto © axstnaturas do «Didi da Ano | cls Repibtica L* © 2. séries &de Ka: 65,00 ¢ para a Aste sities Ky: 165750,00] 3." série Kz: 75,00, aerescido do respective Repanlicayy, deve ser dirigida & lmpremsa a4 sie Ki: 97 750,00 imposto do selo, dependendo « publicagao da oia Postat| 4.27 serie Ri 55.250,00 | 5 sone de vepasilo previa clectu Ha Tes AR! sie Kez 38250,00] ls tmprense Nacional —U. EH sulas gerais os coy 403: Aprovat.o Acondo de Parceria entre os Kstados dat Africa, Catatbas © Poellieg ex Unie Europea, Conselho de Ministros Resolugio n.* 203: ‘Agwovs Plano de Reestrtunagio ¢ Relangamento da ENSA, EE ASSEMBLEIA NACIONAL Lain 4403 de 18 de Fevereiro One | do artigo 4052 do Cédigo Civil consagra a Tiber dade contratual, reconhecendo as partes, dentro dos limit da lei, 0 dirvito de celebrarem os contratos que entenderem, a fixar livre mente o contetido dos contratos ¢ a incluir, nos contratos que celebrarem, as cliustlas que entenderem. Os contratos de adesdo ou contratos standard torna- ram-se, assim. hoje, uma realidade com vantagens incontes- tiveis. Contudo, ¢ indispensivel impor regras que, entre ‘outros, evitem que a parte mais forte obtenha vantagens & custa de restrigies, despesas, encargos ou prejulzes menos ravoaveis ou iniquos para os aderentes. E neste contexto que surge a necessidade de, sem pree juizo do prinefpio da liberdade contratual, estabelecer regras kerais aplicdveis aos contratos, que possam constituir, de facto, instrumentos que protegendo a parte mais fraca, menos atenta, menos preparada, permitindo a implantagiio de ama maior liberdade ¢ igualdade, E necessério estabelecer regras gerais imperativas, apli- edveis aos contratos que visam coibir que um dos contratan- tes pela sua posi¢do mais favordvel, imponha a outra a sua vontade, bem como estabelecer medidas que corrijam ou compensem a inferioridade econémica ou circunstaneial de uma das partes, dando possibilidades de restauragio de equilibrio de Forgas; Nestes termos, ao abrigo da alinea b) do artigo 88. da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a soguinte: LEL SOBRE AS CLAUSULAS GERAIS DOS CONTRATOS CAPITULO I Disposigdes Gerais ARTIGO 1 (Ambito) 1.A presente lei é aplicavel aos contratos que, sem pré- via negociagio individual, os proponentes ou destinatsirios indeterminados se limnitem a subscrever ou a accitar. 2. 0 disposto no ndmero amterior :ivrange, salvo disposi- do legal em contrario, todas as eliusulas contratuais gerais, independentemente da forma da sua comunicagio #0 Piiblico, da extensio que assumam nos contratos a que se destinam, do seu contetido ou de terem sido elaboradas pelo Proponente, pelo destinatério ou por terceiros. 3. As eldusulas impostas ou expressamente aprovadas por entidades pablicas com competéncia para limitar a auto- noma privada estio subordinadas & presente lei 4,0 6nus da prova de que uma eldusula contratual-geral resultou de uma negociagio prévia entre as partes recai sobre quem pretenda prevalecer-se do seu contetdo. 5. A presente Iei aplica-se, igualmente, com as nec das adanticdes si ‘As clfusulas inseridas em contratne indivic 262 DIARIO DA REPUBLICA dualizados mas cujo conteddo, previamente elaborado, © destinatirio nio pode influenciar, 6.A prescute [ei nao ¢ aplicavel 4) a6 clilusulas aprovadas por lei para os varios tipos de contrato +b) as eldusulas que resultem de acordos, tratados ou convengées internacionais a que Angola tenha atderido: ©) 08 comtratos submetidos @ norr pablico: d) & quaisquer outros contratos que, por Iei ou pela sua naturcza, fiquem excluidos da presente le nomeadamente no Ambito do direito de familia ¢ de direito sucesséies, ARTIGO 2" (he As cliusulas contratuais gerais ineluidas nas propostas de contratos sio neles integradas pela respectiva ace’ com observancia do disposto nos artigos seguintes da pre- sente lei. ARTIGO 3" (Comunicagio e dever ie formagnoy fe As cliusulas contratuais gerais devem ser comunica- das claramente ¢ na integra aos aderentes que se limitem a subyerevé-as ou uceitf-las. 2. A comunicagio deve ser clara e adequada e feita com a antecedéncia necessiria para que, tendo em conta a impor- Lancia do contrato e a extensio ¢ complexidade das respect vas cldusulas, se tone possivel 0 seu conhecimento completo ¢ efectivo por quem use de diligéncia comum. 3. O contracnte que tecorta a cliustlas contratuais ger deve informar e explicar 4 outra parte os aspectos nelas con- {idos cuja clatiticagao se justitique, bem como prestar todos ssclarecimentas solicitados. 4. 0 Gnus da prova da comunicagio ¢ de cumprimento do dever de informagio eabe a0 contraente que apresente a proposta das cléusulas contratuais gerais, ARTIGO.4* (Cléusuitas prevatentes) As cldusulas sobre as quais tenha havidlo acordo espee! fico prevalecem sobre as cldusulas contratuais gerais, mesmo quando constantes de formulirios assinados pelas partes, ARTIGO 5. (Cliusutas exeluidas dos contratos) 1. Consideram-se exelufdas dos contratos: 4) as clfusulas que nfo tenham sido comunicadas, nos termos dos n.%* 1 ¢ 2 do artigo 3.° da pre: 5) as eldusulas comunicadas com violagio do dever de informagio, previsto no n.° 3 do artigo 3. da presente lei, de mode & que nito seja de esperar 0 seu conhecimento electiva; €) as cliustias que, pelo contexto em que surgem, pela respectiva epfgrafe, pela sua apresenta ghifica ou por qualquer outra razio, passem des- percebidas a um contraente médio, colocado na posigiio do contraente real; as cliusutas inseridas em formatirios, depois da assinatura de algum dos contraentes, 2. Sem prejuizo do disposto no ns 3 do presente artigo, nos casos previstos No Mtimero anterior, os contratos mi tém-se em vigor, aplicando-se, quanto a parte atect normas supletivas aplicdveis, com recurso, se necessirio, as jegras de integragdo dos negdcios juridicos. 3. Os contratos celebrados com inclusto de eliusulas como as mencionadas non." I do presente artigo, sio, toda via nulos, se, mio obstante a ulilizagio dos elementos indi cados no ntimero anterior, ecorra uma indeterminagzo insuprivel de aspectos essenciais do contrato ou um dese- quilibrio nas prestagdes gravemente atentatérias do prin aca, us ARTIGO 6° aterpretagio ¢ integragio) As cldusulas contratuais gerais so interpretadas ¢ inte- gradas de harmonia com as regras relativas a interpretagdo ¢ integragdo dos negécios juridicos, dentro do contexto do Ccontrato em que se integrem. ARTIGO 72 (Cléiusutas Colas out aceité-las quando culucado na posigio de ferente real. 2. Na dtivida, prevalece o sentido mais favoravel ao ade- vente. CAPITULO I ‘Cléusulas Proibidas segAo 1 Disposigdes Comuns ARTIGO 8" (Principio gerad) (0 proibidas as cldusulas contratuais gerais contrarias & hoa-fé, tendo em conta os valores ¢ prinejpios fundamentais de direito, relevantes em face da situagio conereta, nomea- SERIE — Ne13 — DI 18 DE_FEVER! RO DE 2003 263 ada confiany +b) das prestagbes de cada contraente ) do objectivo que os contraentes vi suscitada nos contraentes; ARTIGO 11 (Chiusutas relativamente prolbidas) Sao proididas, em fungao do quradro negocial em que se acham imtegradas, nomeadamente as ekiusulas que: 4) extabelegam, a favor de quem as proponha, prazos ARTIGO9? excessivos para aceil das pro- mbito dus peibigies postas; ‘) estabelegam, a favor de quem as proponha, prazos io excessivos para o cumprimento, sem mora, das apliciiveis as relagdes entre comerciantes ow pessoas que obrigagbes assumidas; exergamn profissdes liberais, singulares ou colectivos, ow ©) consagrem eléusulas penais desproporcionadas aos As proibigdes constantes desta ¢ da Seegao anterior centre uns © outros, quando intervenham nessa quali danos a ressarcir, no dimbito da sua actividad especifica ) imponham fiegdes de recepgio, de aceitagao ou de ‘outras manifestagdes de vontade com base em ARTIGO 1h factos para tal insuficientes, (Cliusolas absotttamente proibidas) ¢) fagam, injustiticadamente, depender a garantia das qualidades da coisa ow dos servigos de mio S20 proibidas em absoluto, nomeadamente as eliusulas recurso a terceiras: contratuais gerais qu /) coloquem na disponibilidade de uma das partes a possibilidade de denincia do contrato, imediata @) excluam ou limitem a responsabilidade por danos ou com pré-aviso insuficiente, sem compensa causados A vida, a integridade fisica ow moral ou. 2 satide das pessoas: Bhexcluam ou timitem a responsabilidade por danos patrimoniais extracontratuais causados na esfers da outra parte ou de tereeiros: ©) exeluam ou fimiteny a responsabitidade por nao umprimento definitive, ou por mora ou c mpri- mento defeituoso, com dolo ou culpa graves excliam ou limitem a responsabilidade por actos dle representantes ou auxifiares, em caso de dolo ou culpa graves ©) confitam, direeta ou indirectamente, a qualquer ‘acntes a faculdade exclusiva de inter dos con pretar qualquer cléusuta do contrato; /) excluam a excepgio de nio cumprimento do contrato ou a resolugiio por incumprimento: gs) excluam ou limitem o direito de retengiio; hy excluam a facul admitida na lei; #) Timitem, a qualquer titulo, a faculdade de consigna- ‘gio cm dopdsito, nos casos € condigdes legal- ade de compensagao quando mente previstos; /) estabelegam obrigagies duradouras, perpstias ou cujo tempo de vigéneia dependa apenas da -vontade de quem as proponha: 8) consagrem, a favor de quel as proponla a possi- bilidade de cessiio da posicao contratual, de transmissio de dividas ou de subcontratagao sem 0 acordo da outra parte, salvo se a identi- dale do terceiro constar do contrato inicial Gio adlequadla, quando 0 contrato tenha exigide & oulra parte investimentos ou outras despesas signifi 8) estabelegum, injustificadamente, um foro compe- tente que envolva graves inconvenientes para tuma das partes; ‘h) remetam para dircito estrangeiro, quando os incon vonientes causados a uma das partes niio sejam compensados por interesses sérios ¢ objectivos von {) consagrem, a favor de quem als proponha, a facul dade de modificar as prestagées, sem compen gio correspondente as alteragées de valor verificadas: J) Timitem, injustificadamente, a faculdade dle inte prota vas, SECGAO IIL Relagiies com os consumes finais ARTIGO 12° ‘mbito das peosbigoesy As disposigdes desta e das duas seegéies anteriores, sie aplicdveis ds relagdes com os consumidores finais e gon camente, 2 todas as que no estejam abrangidats pelo arti go 92 da presente lei ARTIGO 3" (Cliusulas absolutament Para além das constantes na seogo anterior so, ainda proibidas, env absoluto, nomeadamente as ch 264 4) limitem ou, por qualquer forma, alterem as obriga- des assumidas na contratagdo directamente por quem as proponhit ou pelo seu representantes hy co sum a quem as proponha a Faculdade excli- sia de verificar e estabelecer a qualidade das coisas ¢ servigos fomnecidos ©) permitam a nao correspondéncia entre as presta- gies a efectuar e as indicagies, especificagdes ow amostras feitas ou exibidas na contratagio iD excluam os deveres que recaem sobre 6 propo- niente, em resultado de vicios da prest stabelegam, nesse Ambito, repara indemnizagées: pecuniirias pré-determinadas; @) alestem conhecimentos das partes relativas aos aspectos jurfdicos ou materiais dos contratos: Aralierens as regias respeitantes ao énus da prova ou. restrinjam a utilizagiio de meios probatéries legalente admitidos; g) alterem as regras respeitantes 2 distribuigio do isco: A) excluam ou limitem a possibilidade de requerer tutela judicral para as situagoes fitigiosas que surjai entre os contraentes ou prevejam modali- dades de arbitragem que nao assegurem as garantias processuais estabelecidas na Ici ARTIGO 14° (Clduswlas relativamente proibidas) 1. Para além das constantes na seegiio anterior sto, ainda proibidas, em Fungdo do quadro negocial, nomeada- mente as cliusulas que: «) prevejam prazos excessivos para a vigéncia do contrato ow a sua dendincia; }) permitam a quem as proponha denuneiar livre- mente o contrat sem pré-aviso adequado ou resolvé-lo sem motivo justifieado, fundado na lei ow em convengao, ©) atribuam, a quem as proponha, o direito de akerar Unilateralmente os termos do contrato, excepto se existirem razdes atendiveis que as partes. tenham convencionado; 4) estipulem a fixagao de pregos dos bens na data da fentrega, sem que a contraparte tenha direito de resolver 0 contrato se o prego final for excessi vamente elevado com relagio ao valor subja- cente as negociagdes; imitem a responsabilidade de quem as proponba, por vicio de prestagao, a reparagdes ou indemni ‘des pecuniirias pré-determinadas; J) permitam, em contratos de prestagies sucessivas, clevagées de pregos dentro de prazos manifesta: mente curios ou pura além desse limite, eleva Ges cxageradas, sem -rejuizo do que dispoe 0 artigo 437, do Cédigo Civil; DIARIO DA REPUBLICA 8) impogam a dentincia imediata do contrato quando as clevagdes dos pregos a justifiquem: 1h) afastem, injustificadamente, as regras relativaes ao cumprimento defeituoso ou aos prazos para dentineia dos vicios da prestagao; i) imponham a renovagio automat através do silencio do contsaente, sempre que a data limite fixada para a manifestagio da vontade contriria & renovagao se encontre cexcessivamente distante do termo do contiato; }) confiram a uma das partes o direito de por termo a ‘um contrato de duragio indeterminada, sem pré-aviso razodvel, excepto nos casos em que existam razies sérias, capazes de justificar essa atitude;, a dos contratos ragiies ou Forne- cimentos por terceitoss 1 imponham antecipagées de cumprimento exagera- das; ‘m) estabelegam garantias demasiado elevadas ow exi ivamente onerosas, em face do valor a assegurar; n) fixem locais, hordrios ow modos de cumprimento despropositados ou inconvenientes; 6) exijam formalidades que a lei nao prevé pat pritica de determinados actos ou vineulem ws partes « comportamentos supérfluos para 0 exer- cicio dos sens direitos contratuais. 2. 0 disposto na alfnea c) co niimeto anterior nao profbe, a adopgdo de cldusulas que: 4) concedam ao fornecedor de servigos financeiros 0 rar a taxa de juros 0 de quaisquer outros encargos aplicdveis, desde que correspondam a variagdes do mercado ¢ sejam imedi podendo esta resolver o contrite, eon Find mento na referida alterays by ateibuan a qu unilateralmente o contetido de um coutrato de duragdio indeterminada, desde que se consagre © dever de informar a outra parte com um p -aviso razoiivel ¢ se Ihe dé a faculdade de resol- ver 0 contrato, sem the causar prejuizos exage- rados e injustificados. ode © montante menie comunicswlas 2 outra parte, as propomba @ diseite de alterar 3. As proibigdes constantes das alineas ¢) ed) don? 1 do presente artigo nio se aplicam: 4) As transacgies relativas & valores mobi produtos ¢ servigos cujo prego dependa da fu- tuagio das taxas do mereado financeiro; 'b) aos contratos de compra e venda de divisas, de cheques de viagem ou de vales postais interna- cionais expressos em divisas, 1 SERIE — No 13 — DE 18 DE FEVEREIRO DE 2003 igualmente, a proibigio de cl sua utilizagio se mostre compatfvel com o tipo contratual ‘em que se encontram inseridas € © mecanismo de variagio esteja explicitamente descrito, SBCCAO IV Consequéncius da utilizagdo de clausulas proibidas ARTIGO 57 (Nulidade das clévsulas proibldas) As cldusulas contratuais gerais celebradas com violaglo, do disposto nas secgdes anteriores sZo nulas, ARTIGO 16" (Subsistenein dos contratos) 1. Quando o contrato contenha algumas cldusulas nulas, nos termos do artigo anterior, 0 aderente pode optar pela io dos contratos, aplicando-se, na parte afectada, 1s aplicéveis, cam menren, se necessitio, Ais regras de integragio dos negécios juridicos. 2. Se nio for exercida a faculdade prevista no némero anterior ou sendo-o, conduzir a um desequilfbrio de prest ss gravemente atentatérias da boa-fé, & aplicdvel ao rato 0 regime de redugiio dos negécios juridicos. CAPITULO IIL Disposigdes Processuais ARTIGO 17 (eelaragio de nulidade) As nulidades pres termos gorais fas na presente lei sao invocdveis nos ARTIGO 18." (Acgio intbitéria) AS cliusulas contratuais gerais, elaboradas ‘go futura, que violem o disposto nos artigos 8. 13. © 142 da presente lei, podem ser proibida judicial, ccontratos. tos, 118, por decisio ndependentemente da sua efectiva inclusdo em ARTIGO 19." (Legitimidude activa) 1. A acglio destinada a obter a condenagio na abstengio da utilizagao de cléusulas contratuais gerais que violam a presente lei s6 pode ser intentada 4) por associagies dle defesa do consumidor reconhe- cidas ¢ representativas; 5) por associagdes sindicais ¢ profissionais ou de interesses ccondmicos, legalmente constitufdas e tuando no fimbito das suas atribuigdes; 265 ) pelo Ministério Piblico oficiosamente ow a solici- tago fundamentada de qualquer interessado. 2. As entidades referidas no ntimero anterior actuam no processo em nome proprio, embora fagam valer um direito que pertence, em conjunto, aos consumidores susceptiveis de virem a ser atingidos pelas cldusults cuja proibicho & solicitada, ARTIGO 20" ‘Legitimidade passivay 1. A acgao inibitéria pode ser intentada: 4a) contra quem proponha contratos que ineluam cliu- sulas contratuais gerais proihidas ou aceite pro- postr feitas nos seus termos: b) contra quem, independentemente de as propor ou utilizar, as recomende a terceitos, 2. Aaceaio pode ser intentada, em conjunto, contra varias entidades que proponham, utilizem ou recomendem as ais gorais, a a coligagio afecte as regras sobre competéncia dos nos (ermos do artigo seguinte. ibunais ARTIGO 21" (Fribunal competente) Para a acgio inibitéria € competente o tribunal provin- cial da drea onde se localiza o centro da actividade principal do demandado ou, nao se situando ele em territ6rio nacio- nal, 0 da sua sede ou residéncia, se estas se localizarem, também, no estrangeiro, & competente 0 tribunal do lugar em que as cldusulas contratuais. gerais foram propostas ou recomendadas. ARTIGO 22° (Forma de processo, custas¢ valor da ego) 1. A acgio destinada a proibir 0 uso ou a recomendagio de cldusulas contratuais gerais que s¢ considerem abusivas segue os termos do proceso sumirio de declaragio ¢ esta isenta de custas. 2. O valor da acgao inibit6ria seferida exeede em 1Kz. a0 fixado & algada dos tribunais provineiais, ARTIGO 23° (Conteiido e publicidade da sentenca) 1. A decisio que protba as cléusulas contratuais gerais specifica o Ambito da proibigao, nomeadamente através da referéneia concreta do seu teor € a indicagdo do tipe de contratos a que a proibigao se reporte. 2. A pedido do autor, pode ainda, a parte vencida ser condenada a dar publicidade & proibigio, pelo modo ¢ durante o tempo que o tribunal determine. ARTIGO 24" (Proibigdo proviséria) 1. Quand: aja fundado receio de virem a ser incluidas com contratos singukares ekiusulas contratuais gerais incom- pativeis com o disposto na presente lei, as entidades meneionadas no n I do artigo 19.° da presente lei, podem requerer a sua proibigio proviséria, 2. A proibigao proviséria segue, com as necessirias adaptagdes, of termos fixados na lei processua ara 08 pro- cedimentos cautelares no especificados. ARTIGO 25° (dfeitos da proibicao defini ay As cléusutas contratuais gerais que forem objecto de proibigio definitiva por decisio (ransitada em julgado ou outras que se Ihes equiparem substancialmente, ndlo podem set incluidas em contratos que 0 demandado venha a cele- brar e nem continuarem a ser recomendadas, Aqucle que seja parte, juntamente com 0 demandado vencido na acgdo inibit6ria, em contratos onde se incluam cldusulas gerais proibidas, nos termos referidos no niimero anterior, pode invocar, a todo 6 tempo, em seu beneficio, a declaragiio incidental de nulidade contida na decisao inibité- ria, 3. NB caso previsto nos ntimeros anteriores, o tribunal pode invocar oficiosamente declaragio incidental de nuli- dade contida na decisdo inibitéria. 4, A inobservancia do preceituado no n.® | do presente artigo, tem como consequéncia a aplicagdo dos n.°* 2. ¢ 3. do artigo $.°da presente lei, ARTIC 26" ‘Sango pecunléria compulséria) 1e 0 demandado, vencido na acgao inibitéria, infringir a obrigagio de se abster de utilizar ou recomendar cléusulas contratuais gerais que foram objecto de proibigio definitiva por devisiy tansitada em julgado, incure numa sangio pecunidria compulsoria. 2. A sangiio prevista no ndmero anterior é aplicada pelo tribunal que apreciar a causa em primeira instinciu, a reque- rimento de quem possa prevalecer-se da decisiio proferida, devendo facultar-se ao infractor @ oportunidade de ser previamente ouvido. 3. O montante da sangio pecunisria compulséria desti- 1m partes iguais, ao requerente € ao Estado. ARTIGO 27" (Comunieagio das decisdes judiciais para efeito de reglsto) Os tribunais devem remeter, no prazo de 30 dias, a0 servigo previsto no artigo seguinte, copia das decisdes tran- sitadas em julgado que, por aplicagdo dos principios e das DIARIO DA REPUBLICA normas da presemte lei, tenham proibido 0 uso ou a reco- mendagio de cléusulas contratuais gerais ou declarem a nufidade de cléusulas inseridas em contratos singulares, ARTIGO 28." Servigo de registo) 1. Por decreto executive o Ministro da Justiga deve fixar go que fica incumbido de organiza © manter actuali- zado 0 registo das elfusulas contratunis julgadas abusiv: que the sejam comunicadas nos termos do niimero anterior. 2. O servigo referido no ntimero precedente, deve criar condigdes que facititem @ conhecimento das cléusulas cot sideradas abusivas por decis2o judicial e prestar os esclare- cimentos que the sejam soticitados dentro do mbito das respectivas atribuigées, ser CAPITULO IV Normas de Conflitos ARTIGO.29." “Laptcague no espagor 1. A presente lei aplic se: 4) 208 contratos regulados pela let angolana; 'b) aos demais contratos celebrados a partir de pro- postas ou solicitagbes feitas ao piiblico em Angola, quando o aderente resida habitualmente no pats ¢ nele tenha emitido a sua declaragio de vontade, 2. Sto aplicaveis nesta matéria as disposigdes imperati- de qualquer Estado com o qual a situagao apresente uma conexiio estreita, se € na medida em que, segundo o direito desse Estado, tais disposigaes s que seja a lei designada pelas suas regres de conflito, cjam aplicaveis, qualquer ARTIGO > (Aplicagéo no tempo) A presente lei também aplica-se as cliusulas contratwais gerais existentes a data da sua entrada em vigor, exceptuan- do-se, todavia, os contratos singulares ja celebrados com base nelas. CAPITULO V Disposigdes Finais e ‘Transitéria ARTIGO 31° (Dieetteeesealvad disposto na presente lei no prejudica a aplicagao de todas as disposigées legais que, em conereto, se mostrem mais favoriveis ao aderente que subscreva ou aceite propos- tas que contenham cléusulas contratuais gerais, LSPRIE — N? 13 — DE 18 DE FEVEREIRO DE 2003 ARTIGO 32° (Daividas e omissdes) ‘As diividas ¢ omissdes que se suscitarem da interpreta- 420 e aplicagiio da presente lei sto resolvidas pela Assem- bleia Nacional. ARIIGO 3" (Vigéneia) A presente lei entra em vigor 2 data da sua publicugao, Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, ‘40s 5 de Julho de 2002, © Presidente da Assembleia Nacional, Roberto Antonio Victor Francisco de Almeida. Promulgada em 8 de Janeiro de 2003, Publique-se. O Presidente da Repéblica, Jose Eotakoo pos Santos, Resolugio n.* 4/03 de 18 de Fevereiro - Considerando que o Acordo de Pareeria entre 0s Estados da Africa, Caraibas ¢ Pacifico ¢ a Unido Europeia tem como objectivo essencial a cooperagiio em parcerias politica, comercial e de desenvolvimento; Considerando que 0s elementos da nova parceria devem sustentar-se nos principios de uma dimensdo politica global. ‘na promogio de uma politica participativa, na concentragao sobre 0 objective de redugo da pobreza, no estabeleci- mento de um nove quadro de cooperagio econdmica comercial e numa reforma da cooperagio financeira; Considerando que todas estas vantagens justificam ple- hamente que a Repablica de Angola seja parte do referido Acordo: Considerando que 0 Govern de Angola, na Sessio Especial do Conselho de Ministros da ACP, realizada 48 23 de Junho de 2000, em Cotonou-Repablica de Benin, assinou 0 referido Acordo € os quatro Protocolos Finan- ceiros; Nestes termos, a0 abrigo das disposigdes combinadas da linea k) do artigo 88° ¢ do n.° 6 do artigo 92.° ambos da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional emite a seguinte resolugio: 1. B aprovado © Acordo de Parceria entre os Estados da Africa, Carafbas e Pacifico € a Unido Europeia. 267 2. A presente resolugdo entra em vigor & data da sua pu- blicagto. Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda aps 9 de Maio de 2002. Publique-se. Presidente da Assembleia Nacional, Roberto Anténio Victor Francisco de Almeida. CONSELHO DE MINISTROS Resolugiio n." 2/03 de 18 de Fevereiro Considerando a necessidade de se proceder requali- ficagio da natureza juridica da actual ENSA, U.E.E., conformando-a com as exigéncias legais que decorrem da entrada em vigor da Lei n.* 1/00 — Lei da Actividade Seguradora, que estabelece que as sociedades seguradoras tém de ter a forma juridica de sociedades andnimas de responsabilidades limitada; Considerando a vantagem de se proceder simultanea- mente @ uma reestruturagio da actual ENSA,U.E.E., no sentido de alterar a tendéncia negativa dos resultados dos exercfcios dos iltimos trés anos, pautando-a por critérios de gestio mais rigorosos € por uma estratégia de actuagio mais inovadora; Considerando ser de toda a conveniéncia 0 rekangamento da actual ENSA,U.E.E, como unidade empresarial moderna, preparando-a para o impacto da abertura do mercado segurador; H atendendo & urgéncia de se proceder a um saneamento econémico-financeiro da actual ENSA, U.E.E., assim valorizando-a no interesse nacional € no pressuposto de um eventual processo de privatizagao, de parte do seu capital social, poder ocorrer com sucesso, no «Quadro da Estra~ tégia ¢ Politica de Privatizagdes para o Perfodo 2001- -2005>>, estabelecida pela Resolugio n.° 16/01, de 12 de Outubro, do Consetho de Ministros, Nos termos das disposigdes combinadas da alinea f) do artigo 112.° e do artigo 1132, ambos da Lei Constitucional, © Governo emite a seguinte resolugdo: 1° —E aprovado o «Plano de Reestruragiio ¢ Relan- gamento da ENSA» nos termos propostos pela comissdo nomeada pelo Despacho n° 4/GMF/2002, de 14 de Maio.

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