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CURSO

INTENSIVO
PARA RESIDÊNCIAS

TRANSVERSAL

SAÚDE PÚBLICA
PROFESSORA
Olívia Ferraz Pereira Marinho
Graduada em enfermagem pela UFBA
(2013). Especialista em Informática em
Saúde pela UNIFESP(2016). Mestre em
Saúde Coletiva pela UFBA (2019). Desde
2015 trabalha no Instituto Federal da Bahia
como Enfermeira no departamento peda-
gógico e de assistência ao estudante.
2020 ©
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610,
de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste
livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia
ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características
gráficas, sem permissão expressa da Editora.

Título | Intensivo para residências: saúde pública


Editor | Thalita Galeão
Projeto gráfico e diagramação| Fabrício Sawczen
Capa | Fabrício Sawczen
Revisor Ortográfico | Pedro Muxfeldt
Conselho Editorial | Caio Vinicius Menezes Nunes
Paulo Costa Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)

M338ip Marinho, Olívia Ferraz Pereira.


Intensivo para Residências: Saúde Pública / Olívia Ferraz Pereira Marinho. - 1. ed. - Salvador,
BA : Editora Sanar, 2020.
92 p.; il..
E-Book: PDF.
ISBN 978-65-86246-67-4
1. Medicina. 2. Prevenção. 3. Programas. 4. Residências. 5. Saúde. 6. Saúde Pública. 7. Trans-
versal. I. Título. II. Assunto. III. Marinho, Olívia Ferraz Pereira.
CDD 614
CDU 614

ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO


1. Saúde Pública, Medicina Preventiva.
2. Saúde Pública.
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MARINHO, Olívia Ferraz Pereira. Intensivo para Residências: Saúde Pública. 1. ed. Salvador, BA: Editora
Sanar, 2020. EBook (PDF). ISBN 978-65-86246-67-4

Editora Sanar S.A


R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office &
Pool, 3ro Andar - Caminho das Árvores
CEP 41820-770, Salvador - BA
Tel.: 0800 337 6262
atendimento@sanar.com
www.sanarsaude.com
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Tríade ecológica
Figura 2. História Natural da Doença
Figura 3. Modelo Dahlgren e Whitehead
Figura 4. Modelo de produção social da doença
Figura 5. A lógica de desenho dos componentes das redes de atenção à saúde nos
territórios sanitários
SUMÁRIO
Apresentação..................................................................................... 6

Bioética............................................................................................... 7
História natural das doenças/processo saúde-doença............... 13
Lei orgânica da saúde....................................................................... 25
Qualidade em serviços de saúde.................................................... 35
Redes de atenção à saúde – parte I................................................ 39
Redes de atenção à saúde – parte II............................................... 48
Estratégia saúde da família............................................................. 53
Estratégia saúde da família- parte II ............................................. 57
Pacto pela saúde............................................................................... 63
Portarias de consolidação- parte I.................................................. 68
Portarias de consolidação- parte II................................................. 76
Portarias de consolidação- parte III................................................ 81

Gabarito.............................................................................................. 87
Referências........................................................................................ 88
APRESENTAÇÃO
Olá, futuro (a) residente!
Este material foi preparado com muito carinho para você que pretende se
tornar um residente.

Os temas aqui abordados são os principais pontos para a compreensão


da Saúde Pública e o modo como ela é exigida nas provas de residência. É
uma área sempre em construção e, portanto, com mudanças constantes.
Desse modo, buscamos contemplar o que há de mais atual para que você
possa desenvolver habilidades e alcançar o conhecimento necessário
para sua aprovação na tão sonhada prova.

Fique atento aos comentários e, além da leitura, assista às pocket aulas


disponíveis ao final de cada tema. Anote, rabisque e marque as parte que
você considerar mais relevantes ou que você apresenta maior dificuldade.

Não desista diante dos desafios e dificuldades. Antes de tentar memori-


zar alguma informação, esforce-se para compreendê-la, pois é fundamen-
tal para o processo.

É um momento de escolhas importantes que impacta diretamente na sua


carreira e no seu futuro. Fico feliz em fazer parte disso!
BIOÉTICA
Os estudos aprofundados em bioética se iniciaram na década de 1970 com
o médico Van Rensselaer Potter, no entanto, há uma influência histórica
desde Hipócrates.

A palavra bioética vem do grego: bios, que significa vida, e ethos, relativo
à ética. É uma área de extrema importância para a atuação do profissional
de saúde, pois é comum no dia a dia surgirem dilemas éticos que exigem
reflexão e conhecimento para nortear decisões que precisam ser toma-
das. A bioética está relacionada à conduta do profissional frente à vida
baseada em seus valores e princípios morais, tendo como fundamentos
estruturantes a pessoa humana e o valor da vida.

Os estudos em bioética podem ser entendidos como bioética das situa-


ções persistentes e bioética das situações emergentes. O primeiro bus-
ca refletir sobre os temas cotidianos, como a exclusão social, o racismo, a
discriminação da mulher no mercado de trabalho, a eutanásia e o aborto.
Já o segundo termo se refere aos dilemas que surgiram com o progresso
científico e os limites ou fronteiras da cidadania e dos direitos humanos,
como as fecundações assistidas, as doações e transplantes de órgãos e
tecidos, o estudo genético de animais e da própria espécie humana.

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PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA

Há quatro princípios básicos considerados fundamentais para a compre-


ensão da bioética:

• Beneficência: Está relacionado a fazer o bem e considerar a visão


holística ao cuidar de um paciente.
• Não Maleficência: Está relacionado a evitar o mal. As decisões to-
madas pelo profissional de saúde devem causar o menor prejuízo
possível ao paciente.
• Autonomia: Liberdade de decidir sobre a própria vida e de obter
informações adequadas sobre seu tratamento ou participação em
determinada pesquisa. Há situações que dizemos que a pessoa
tem a autonomia limitada, como no caso de crianças, por exemplo.
Também está relacionada ao respeito que o profissional de saúde
deve ter pela vontade e pelas crenças morais, religiosas e cultu-
rais do paciente.
• Justiça: Tratar o paciente com equidade e com o que é moralmen-
te justo e adequado para o seu cuidado em saúde. Bens e serviços
distribuídos de forma justa. Trata-se do profissional de saúde ser
imparcial e evitar que suas crenças interfiram na dinâmica do cui-
dado.

Há três possibilidades de suscitar dano a um paciente por parte do profis-


sional de saúde que fere princípios éticos:

Imprudência: Execução de procedimento ou tomada de decisão pelo pro-


fissional de saúde sem os devidos cuidados, de forma precipitada.

Negligência: Omissão do profissional de saúde em tomar determinada


decisão clínica ou realizar certo procedimento.

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Imperícia: Execução de ato técnico pelo profissional de saúde de maneira
equivocada. Ausência de qualificação técnica ou habilitação para realizar
determinado procedimento.

PRINCIPAIS ABORDAGENS DA BIOÉTICA

As correntes culturais e sociais em que estamos inseridos exercem in-


fluência direta sobre nossa compreensão e reflexão em torna de dilemas
éticos. Abaixo segue a descrição das principais abordagens em bioética:
• Principialismo: tem por base os direitos universais e preza pelos prin-
cípios da não maleficência, beneficência, autonomia e justiça.
• Utilitarismo: valor associado ao que é útil. Correlação entre custo-be-
nefício. Decisões são tomadas ao avaliar o bem maior em relação ao
malefício.
• Hedonismo: o agir moral é norteado pela capacidade humana de des-
frutar do prazer desconsiderando as relações interpessoais e a possi-
bilidade de felicidade mesmo diante do sofrimento humano.
• Individualismo: liberdade associada à busca de uma independência to-
tal.

BIOÉTICA E PESQUISA

A realização de pesquisa com seres humanos ou animais exige a aprova-


ção de um Comitê de Ética em Pesquisa antes de sua fase de execução.
Para isso, é necessário que alguns requisitos sejam cumpridos e desse
modo garantir que a pesquisa não causará nenhum dano para seus parti-
cipantes. No campo científico brasileiro, há duas resoluções importantes
para se compreender e executar corretamente o processo de aprovação
de uma pesquisa, a saber:

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A Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012, regulamenta as pesqui-
sas envolvendo seres humanos. Ela aborda conceitos importantes para
a compreensão do pesquisador acerca do tema e baseia a ética em pes-
quisa no respeito à dignidade e autonomia do participante. Entre outros
esclarecimentos, ela trata sobre o processo de consentimento livre e es-
clarecido, dos itens que ele deve conter para a pesquisa ser considerada
ética, da importância de se deixar claro os riscos e benefícios da pesquisa,
as atribuições dos Comitês de Ética em Pesquisa e da Comissão Nacional
de Ética em Pesquisa (CONEP).

A Resolução n°510, de 07 de abril de 2016, foi aprovada pelo Conselho


Nacional de Saúde e aborda:

“as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedi-


mentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com
os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar ris-
cos maiores do que os existentes na vida cotidiana”15.

Essa resolução aborda os princípios éticos das pesquisas em ciências


humanas e sociais como o reconhecimento da liberdade e autonomia dos
envolvidos na pesquisa, respeito aos valores culturais, sociais, morais e
religiosos, garantia da privacidade dos participantes.

Ambas as resoluções são grandes avanços para o campo da pesquisa para


garantir o compromisso ético pelos pesquisadores e evitar prejuízos aos
participantes.

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01. Considerando que a Bioética é o estudo da ética da vida e das
consequências que as ações de saúde têm sobre os seres humanos,
e que a mesma possui 2 vertentes, assinale a alternativa correta:
🅐 A das situações emergentes, que analisam os temas cotidianos
referentes à vida dos indivíduos, como a exclusão social, o racismo,
a discriminação da mulher no mercado de trabalho, a eutanásia,
o aborto, a alocação de recursos no setor Saúde; a bioética das
situações persistentes, que trata do desenvolvimento científico
e tecnológico - engenharia genética, reprodução assistida, trans-
plantes de órgãos e tecidos, clonagem, alimentos transgênicos,
dentre outros.
🅑 A das situações emergentes, que trata do desenvolvimento
científico e tecnológico - engenharia genética, reprodução assistida,
transplantes de órgãos e tecidos, clonagem, alimentos transgêni-
cos; da bioética das situações persistentes, que analisa os temas
cotidianos referentes à vida dos indivíduos, como a exclusão social,
o racismo, a discriminação da mulher no mercado de trabalho, a
eutanásia, o aborto, a alocação de recursos no setor Saúde.
🅒 A das situações emergentes, voltadas somente para o racismo,
a discriminação da mulher no mercado de trabalho, a eutanásia, o
aborto e o transplante de órgão e tecidos; a bioética das situações
persistentes, voltada somente para clonagem, alimentos trans-
gênicos, alocação de recursos no setor Saúde e a exclusão social.
🅓 A das situações persistentes, voltadas somente para alocação
de recursos no setor Saúde, exclusão social, alimentos transgênicos
e desenvolvimento científico e tecnológico; a bioética das situações
emergentes, voltada somente para a discriminação da mulher no
mercado de trabalho, o racismo, a eutanásia e o aborto.
🅔 A das situações persistentes, excluindo-se o que trata do desen-
volvimento científico e tecnológico - engenharia genética, reprodu-
ção assistida; e a bioética das situações emergentes, excluindo-se
o que se refere ao racismo, a eutanásia e o aborto

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ANOTAÇÕES

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HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS/
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
Para compreendermos o processo da história natural das doenças, é ne-
cessário compreendermos o conceito de saúde. O conceito mais divulga-
do é o da Organização Mundial da Saúde (OMS) que define saúde como
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas
a ausência de doença ou enfermidade”26. É um conceito amplo, dentro de
uma visão holística do ser humano. No entanto, apresenta-se de forma
utópica, tendo em vista ser um padrão praticamente inalcançável. Cabe-
-nos saber que a saúde é um processo dinâmico que se apresenta dentro
de um contexto cultural e em constante transformação que não engloba
apenas questões biológicas, mas também sociais, políticas, econômicas e
psicológicas.

CONTEXTO HISTÓRICO DO PROCESSO SAÚDE E DOENÇA

Antiguidade Clássica

Busca de paz e equilíbrio Explicação metafísica para os


fenômenos da doença

Integração com a natureza Causa da doença como


vontade dos deuses

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Idade Clássica Influência de Hipócrates

Observação clínica Início da lógica do pensamento


e da natureza científico

Baixa Idade Média Influência religiosa cristã

Penitência como Males e doenças como causa da


terapêutica ação divina

Renascimento

Pensamento racional Influência dos fatores


externos nas causas das
doenças

Desenvolvimento de teorias
para explicar o contágio e
disseminação de doenças

Teoria dos miasmas


(físicos insalubres como
difusores de epidemias)

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Idade Moderna Organização dos Estados
Nacionais

Desenvolvimento de políticas
públicas de saúde

PRINCIPAIS MODELOS CONCEITUAIS DE SAÚDE

Os modelos de causalidade são utilizados para compreender e explicar o


processo saúde-doença dentro do seu contexto histórico e cultural.

• Modelo biomédico - classifica a doença segundo a forma e agente pa-


togênico. Trata-se de um modelo curativo, fragmentado, hospitalo-
cêntrico, centrada na figura do médico e na especialidade.
• Modelo de história natural da doença - Feito por Leavell e Clark (1976)-
Sistematização dos conceitos de promoção, prevenção, cura e reabili-
tação. Aborda a tríade ecológica ou epidemiológica que define o mo-
delo de causalidade das doenças a partir das relações entre agente,
hospedeiro e meio ambiente. A partir dessa abordagem, a doença se-
ria resultado de um desequilíbrio nas autorregulações desse sistema.

Figura 1 - Tríade ecológica

Hospedeiro

Agente Ambiente
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gordis22

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• Período pré-patogênese: durante essas fase, as manifestações clíni-
cas das doenças ainda não surgiram no indivíduo, mas há condições
clínicas para seu aparecimento. Envolve a interação entre a pessoa e o
ambiente (período epidemiológico). Predominam ações de prevenção
primária.
• Período de patogênese: manifestação de sinais e sintomas da doença,
atingindo o ‘horizonte clínico’. É o período patológico. Há três momen-
tos: patogênese precoce, doença precoce discernível, doença avança-
da e final do processo. Predominam ações de prevenção secundária
(diagnóstico precoce e limitação da invalidez) e terciária (recuperação
e reabilitação do indivíduo das sequelas fixadas).

Figura 2 - História Natural da Doença

ANTES DA CURSO DA DOENÇA NO HOMEM


DOENÇA
Óbito
Interação do:
AGENTE HOSPEDEIRO Defeito ou dano
Estado
crônico

HORIZONTE Sinais e
CLÍNICO sintomas

Mudança tissular
AMBIENTE

Período de latência
Estímulo Interação - Estímulo Hospedeiro Reação do hospedeiro

PERÍODO
PERÍODO PATOGÊNICO
PRÉ-PATOGÊNICO

Promoção Proteção Diagnóstico precoce e


específica Limitação do dano Reabilitação
à saúde tratamento imediato

PREVENÇÃO PREVENÇÃO PREVENÇÃO


PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA

NÍVEIS DE PREVENÇÃO

Fonte: Brasil26

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NÍVEIS DE PREVENÇÃO À SAÚDE
• Prevenção primária (promoção da saúde e proteção específica): me-
didas de saúde, geralmente educativas, que evitem o aparecimento de
doenças. Ex.: comportamento alimentar, redução do estresse e prática
de atividade física.
• Prevenção secundária: diagnóstico precoce de doenças e práticas clí-
nicas preventivas e de educação em saúde com o objetivo de mudar o
comportamento. Fique atento que, nesse nível de prevenção, a doença
já está instalada, o que a difere assim da prevenção primária. Ex.: ras-
treamento de câncer de colo uterino, etc..
• Prevenção terciária: prevenção da incapacidade total com a reabilita-
ção ou reinserção do indivíduo no mercado de trabalho após doenças
ou acidentes. Ex.: reabilitar paciente pós acidente vascular cerebral.
• Prevenção quaternária: prevenção de danos associadas a interven-
ções excessivas. Ex.: excesso de medicações.

02. As diferentes fases no desenvolvimento de uma doença cor-


respondem aos níveis de prevenção. Cada nível aponta fatores ou
condições que têm um conhecido papel na causalidade das doenças.
O teste de rastreamento para doenças corresponde ao nível
🅐 primário
🅑 secundário
🅒 terciário.
🅓 quaternário

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sobre Níveis de Prevenção
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• Modelo Sistêmico (ou abrangente)


Contribuição de diferentes elementos no processo saúde-doença, de for-
ma que a alteração de um componente altera o equilíbrio do todo. Faz um
contraponto ao modelo biomédico fragmentado.

• Modelo social estruturalista


Modelo criado por Breihl e Grenda (1986). Processo saúde doença é resul-
tado de determinantes que estruturam uma sociedade e sua manifesta-
ção acontecerá nos diferentes grupos sociais com o surgimento de riscos
e potencialidades em forma de perfis ou padrões de doença. Forte rela-
ção com classe social e o surgimento de doenças. Baseado em três dimen-
sões: dimensão estrutural (caracterização do modelo econômico de de-
senvolvimento da sociedade), dimensão particular e dimensão individual.

• Modelo do campo da saúde


Baseado na reforma do sistema de saúde canadense em 1970. As condi-
ções de saúde são dependentes de 4 conjunto de fatores:
» Patrimônio biológico;
» Condições sociais, econômicas e ambientais;
» Estilo de vida adotado;
» Intervenções médico-sanitárias.

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DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO SAÚDE E
DOENÇA

Sabe-se que a produção das iniquidades em saúde está diretamente liga-


da ao modo como se organiza a vida social. Para explicar esse processo,
avançou-se na criação de modelos explicativos com o objetivo de analisar
o modo como uma sociedade se organiza e se desenvolve e a situação de
saúde dos indivíduos. Abaixo segue a descrição dos principais modelos
explicativos.

Modelo de Dahlgren e Whitehead - Nesse modelo, os determinante so-


ciais ficam dispostos em diversas camadas. Na camada mais próxima,
ficam os determinantes individuais e, na camada mais distante, situam-
-se os macrodeterminantes. Assim, os indivíduos se situam na base do
modelo com suas características individuais, como idade, sexo e fatores
hereditários (determinantes proximais). Na próxima camada, aparecem
o comportamento e os estilos de vida individuais, exatamente situados
no limiar entre os fatores individuais e os determinantes sociais em saú-
de. Aqui é necessário compreender que apesar desse fatores estarem
relacionados ao aspecto de escolha individual, eles também podem ser
considerados como determinantes sociais em saúde. Na próxima cama-
da, aparece a influência das redes comunitárias e de apoio. No próximo
nível, estão representados os fatores relacionados a condições de vida
e de trabalho, produção agrícola e de alimentos, acesso aos serviços de
saúde, educação, rede de água e esgoto (determinantes intermediários).
O último nível apresenta os macrodeterminantes que estão relacionados
às condições socioeconômicas, culturais e ambientais da sociedade (de-
terminantes distais).

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 19


• 1ª Camada: Idade, sexo e fatores hereditários
• 2ª Camada: Estilo de vida dos indivíduos
• 3ª Camada: Redes sociais e comunitárias
• 4ª Camada: Condições de vida e de trabalho
• 5ª Camada: Condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais.

Figura 3 - Modelo Dahlgren e Whitehead

Condições de Vida
e de Trabalho
Ambiente de
Trabalho Desemprego

Água e Esgoto
Educação

Serviços
Sociais de
Produção Saúde
Agrícola e de
Alimentos Habitação

Fonte: Buss e Filho16

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 20


Modelo de Diderichsen e Hallqvist- Também conhecido como modelo de
produção social da doença. Segundo essa abordagem, as posições sociais
distintas provocam diferenciais de saúde.
I. Processo de ocupação de determinada posição social pelo indivíduo
como ocupação, escolaridade etc.;
II. Exposição a riscos que causam danos à saúde;
III. Doenças ou acidentes que acontecem após a exposição aos riscos;
IV. Consequências sociais e estado de saúde, compreendido como o im-
pacto da doença no indivíduo e na família.

Figura 4 - Modelo de produção social da doença

Contexto social I Posição social

II
III

Exposição específica

Doença ou acidente IV

Consequências sociais ou
Contexto das políticas I mau estado de saúde
Fonte: Buss e Filho16

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 21


03. Os determinantes sociais da saúde são conceituados como
a “causa das causas”, alicerçados num fundamento ético que é a
equidade em saúde. Sobre o Modelo da Determinação Social de
Dahlgren e Whitehead, é correto afirmar que:
🅐 Inclui os determinantes sociais da saúde dispostos linearmente,
segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima
em que se situam os macrodeterminantes até uma camada distal,
em que se situam os determinantes individuais.
🅑 Enfatiza as interações: estilos de vida individuais não estão
envoltos nas redes sociais e comunitárias e nas condições de vida
e de trabalho.
🅒 Apresenta os denominados determinantes proximais, situados
no limiar entre os fatores individuais e os determinantes sociais
da saúde de camadas superiores, já que os comportamentos e os
estilos de vida dependem somente do livre arbítrio das pessoas
🅓 Foi escolhido pela Comissão Nacional sobre Determinantes
Sociais da Saúde para ser utilizado no Brasil, por sua simplicidade,
por sua fácil compreensão para vários tipos de público e pela clara
visualização gráfica dos diversos determinantes sociais da saúde.

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04. O modelo proposto por Leavell e Clark em meados do século
XX para a prevenção de doenças parte da perspectiva da história
natural da doença para a intervenção de saúde. Sobre esse modelo,
é correto afirmar:
🅐 A História Natural da Doença é dividida em diversos níveis de
aplicação de medidas preventivas, desde antes de a pessoa ficar
doente até o diagnóstico da doença.
🅑 A promoção da saúde se confunde com a proteção específica e
corresponde a medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar
a resistência e o bem-estar geral dos indivíduos.
🅒 A prevenção secundária opera com indivíduos sadios potencial-
mente em risco até o estabelecimento de um diagnóstico, para que
se passe, então, para a fase da promoção da saúde.
🅓 Uma das limitações da prevenção primária é não orientar os
indivíduos sobre o cuidado do ambiente, para que este não favoreça
o desenvolvimento de agentes etiológicos.
🅔 Indivíduos que não conseguem estabelecer um diagnóstico
exato sobre a doença necessitam da fase da prevenção terciária,
na qual são feitas ações gerais que são eficientes para diversas
enfermidades.

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Aula sobre a História
Natural das Doenças/
Processo Saúde Doença
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ANOTAÇÕES

24
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE
Nessa aula, vamos estudar a Lei Orgânica da Saúde. Fique atento, pois se-
rão apresentados os principais pontos acerca do assunto.

Com a Constituição Federal de 1988, a saúde passa a ser reconhecida


como um direito social garantido pelo sistema de Seguridade Social, a
partir do qual foi concebido o SUS (Sistema Único de Saúde). Posterior-
mente, esse capítulos da Constituição se desdobraram em uma legislação
específica, que permitiu a implantação do SUS.

A Lei 8080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei Or-


gânica da Saúde, “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências”2.

Define a competência e as atribuições dos governos federal, estaduais


e municipais em relação ao SUS, estabelecendo quais são as atribuições
comuns e quais as específicas, orienta o funcionamento e a participação
complementar dos serviços privados e as políticas de recursos humanos,
financiamento, gestão financeira, planejamento e orçamento.

O art. 1° apresenta o seu objetivo: regular, em todo o território nacional,


as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em
caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de di-
reito público ou privado.

Demonstra como a lei é abrangente, não se limitando apenas ao SUS, nem


ao setor público, mas se dirige aos serviços e ações de saúde realizado
por fundações públicas, instituições filantrópicas e empresas privadas,
apesar de ser uma lei conhecida como a “lei do SUS”.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 25


O art. 2° traz a saúde como um direito fundamental do ser humano, mas,
em seu parágrafo segundo, lembra que o dever do Estado não exclui o das
pessoas, da família, das empresas e da sociedade trazendo assim a cor-
responsabilidade da saúde por parte da comunidade sem reduzir a obri-
gação do estado.

O art. 3° reconhece as implicações das condições de vida para a saúde e


ultrapassa a dimensão biológica ao admitir outros fatores determinantes
e condicionantes do processo saúde doença.

Dos objetivos e Atribuições- Art. 5° e 6°


I. a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determi-
nantes da saúde;
II. a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III. a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, pro-
teção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;

As ações de vigilância à saúde (sanitária, epidemiológica e de saúde do


trabalhador) fazem parte do campo de atuação do SUS.

VIGILÂNCIA VIGILÂNCIA EM SAÚDE


VIGILÂNCIA SANITÁRIA
EPIDEMIOLÓGICA DO TRABALHADOR

Conjunto de atividades que se


Conjunto de ações que pro-
destina, através das ações de
Conjunto de ações capaz de porcionam o conhecimento,
vigilância epidemiológica e vi-
eliminar, diminuir ou prevenir a detecção ou prevenção de
gilância sanitária, à promoção
riscos à saúde e de intervir qualquer mudança nos fato-
e proteção da saúde dos tra-
nos problemas sanitários de- res determinantes e condicio-
balhadores, assim como visa à
correntes do meio ambiente, nantes de saúde individual ou
recuperação e reabilitação da
da produção e circulação de coletiva, com a finalidade de
saúde dos trabalhadores sub-
bens e da prestação de servi- recomendar e adotar as me-
metidos aos riscos e agravos
ços de interesse da saúde. didas de prevenção e controle
advindos das condições de
das doenças ou agravos.
trabalho.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 26


Art.7°- Dos Princípios e Diretrizes do SUS

Serviços de saúde pública, privada e convênios

Preservação da
Universalidade Integralidade Igualdade
autonomia

Participação da Utilização da Divulgação de Direito à


comunidade epidemiologia informações informação

Conjugação
dos recursos
Descentralização
financeiros, Capacidade de
político- Integração
tecnológicos, resolução
administrativa
materiais e
humanos

Organização de Organização
atendimento público dos serviços
específico e especializado públicos de
para mulheres e vítimas modo a evitar
de violência doméstica duplicidade

Descentralização

Regionalização e
Descentralização
hierarquização da
Direção única dos serviços para os
rede de serviços de
municípios
saúde

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 27


Da Organização, da Direção e da Gestão (Art. 8°-14B)

A organização dos serviços oferecidos pelo SUS é realizada de forma re-


gionalizada e hierarquizada com direção única, do seguinte modo:

Direção do SUS

União Estados e DF Município

Secretaria Estadual Secretaria Municipal


Ministério da Saúde de Saúde ou órgão de Saúde ou órgão
equivalente equivalente

As comissões intersetoriais serão subordinadas ao Conselho Nacional de


Saúde articulando especificamente as seguintes atividades:

Vigilância sanitá-
Alimentação e Saneamento e
ria e farmacoepi-
nutrição meio ambiente
demiológica

Ciência e Recursos Saúde do


Tecnologia humanos Trabalhador

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 28


Comissão Intergestora Comissão Intergestora
Bipartite (nível estadual) Tripartite (nível federal)

Representantes da Representantes do MS,


Secretaria Estadual de Saúde do Conselho Nacional de
e das Secretarias Municipais Secretários de Saúde
de Saúde, indicados pelo (Conass) e do Conselho
Conselho de Secretários Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde Municipais de Saúde
(Cosems) (Conasems).

Foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos


operacionais do SUS.

Decide sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos


da gestão compartilhada do SUS.

Definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a


respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde.

Fixa diretrizes.

CONASS e CONASEMS são entidades representativas dos entes es-


taduais e municipais que recebem recursos do Orçamento Geral da
União por meio do Fundo Nacional de Saúde para auxiliar no custeio
de suas despesas institucionais.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 29


Das Atribuições Comuns e das Competências (Art. 15 a 19)

O art. 15 trata sobre as atribuições que são comuns à União, Estados, Dis-
trito Federal e Municípios. Entre elas estão administração dos recursos
orçamentários e financeiros destinados à saúde, elaboração de normas
técnicas, participação de formulação da política e da execução das ações
de saneamento básico.

Da competência (Art. 16 a 19)

De forma geral, cabe à direção nacional as atribuições relacionadas a for-


mular, implementar políticas e definir normas. À direção estadual com-
pete acompanhar, controlar e avaliar as políticas estabelecidas pela di-
reção nacional, assim como apoiar tecnicamente os municípios. À direção
municipal cabe planejar, programar, organizar e executar às ações.

Fique atento quando se trata das ações de vigilância em saúde: a direção


nacional define e coordena, a direção estadual coordena e executa ape-
nas em caráter complementar e a direção municipal executa as ações re-
lacionadas a vigilância.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 30


Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Art. 19A a 19H)

Descentralizado e
Hierarquizado

Estados e Municípios
Financiado pela União
complementam no
custeio e execução
Subsistema de das ações.
Atenção à Saúde Tem por base os Distritos
Indígena Sanitários Especiais
Indígenas

Considerar realidade local e


as especificidades da cultura
dos povos indígenas e o
modelo a ser adotado para a
atenção à saúde indígena.

Do Subsistema de Atendimento e Internação Domiciliar (Art. 19I)

SUS: Realizada por indicação


Atendimento médica com expressa
e Internação concordância do
Domiciliar paciente e família

Procedimentos

Assistência
Médicos Enfermagem Fisioterapêuticos Psicológicos
Social

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 31


Do subsistema de acompanhamento durante o trabalho de parto, parto
e pós-parto imediato (Art. 19J)

Obriga os serviços da rede própria ou conveniada permitir a presen-


ça, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o pe-
ríodo de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, sendo esse
acompanhante indicado pela parturiente (artigo regulamentado
pela lei 11.108, de 2005).

Da Assistência Terapêutica e da Incorporação da Tecnologia em Saúde


(Art. 19M a 19U)

Dispensação de Órteses, próteses,


medicamentos e produtos de bolsas coletoras
interesse para a saúde e equipamentos
Assistência médicos
terapêutica
integral
Oferta de procedimentos Regime domiciliar
terapêuticos
Ambulatorial

Hospitalar

Dos serviços privados de assistência à saúde (Art. 20 a 26)


• Atuação de profissionais liberais legalmente habilitados.
• Pessoas jurídicas de direito privado.
• Observar princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de dire-
ção do Sistema Único de Saúde (SUS).
• Formalizar mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as
normas de direito público.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 32


Do Financiamento (Art. 31 a 38)

Fiscalização de recursos
Conselhos de Saúde
do SUS

Administra os recursos por


Ministério da Saúde meio do Fundo Nacional de
Saúde

Processo Políticas de
Planejamento e ascendente: saúde + recursos
orçamento Município, Estado, disponíveis nos
DF e União planos de saúde

05. Durante uma conferência sobre o Sistema Único de Saúde


(SUS) aos discentes dos cursos da área da saúde, o ministrante
apontou os objetivos deste sistema visando a disseminar o co-
nhecimento. Corresponde a um objetivo do SUS:

🅐 realizar a recuperação do paciente por meio de atividades de


promoção nos diferentes níveis de atenção.
🅑 divulgar fatores determinantes para a saúde da população.
🅒 promover política de saúde envolvendo os campos econômicos,
mas não os sociais.
🅓 oferecer assistência por meio de promoção e terapêuticas, vi-
sando a reduzir as intervenções preventivas da saúde da população.
🅔 evitar a divulgação de fatores condicionantes para a saúde da
população.

Clique aqui para ver o Acesse aqui o comentário das cinco


gabarito da questão. questões anteriores

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 33


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ANOTAÇÕES

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 34


QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE
A busca pela qualidade em serviços de saúde provocou mudanças subs-
tanciais nas organizações e se tornou fator primordial para garantir uma
assistência adequada ao paciente. No final do século passado, Avedis Do-
nabedian estabeleceu os sete atributos dos cuidados de saúde que defi-
nem a sua qualidade. Esses atributos ajudaram a compreender melhor o
conceito de qualidade em saúde.

Eficácia Efetividade Eficiência

Otimização Aceitabilidade Legitimidade

Equidade

Eficácia: capacidade de produzir melhorias no setor saúde; significa o


melhor que se pode fazer nas condições mais favoráveis dado o estado
do cliente;

Efetividade: é o grau em que o cuidado, cuja qualidade está sendo avalia-


da, alça o nível de melhoria da saúde, cujos estudos de eficácia tenham
estabelecido como alcançáveis;

Eficiência: é a medida do custo com a qual uma dada melhoria na saúde é


alcançada. Se duas estratégias de cuidado são igualmente eficazes e efe-
tivas, a mais eficiente é a de menor custo;

Otimização: emprego da relação custo-benefício na assistência à saúde;

Aceitabilidade: sinônimo de adaptação do cuidado aos desejos, expecta-


tivas e valores dos clientes e familiares.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 35


Legitimidade: aceitabilidade do cuidado da forma como é visto pela so-
ciedade em geral;

Equidade: princípio pelo qual se determina o que é justo ou razoável na


distribuição do cuidado e de seus benefícios entre os membros de uma
população.

TRÍADE DE DONABEDIAN OU MODELO


DONABEDIAN

É um modelo conceitual para se construir a avaliação dos serviços de saú-


de baseado em três dimensões.

Características Ações que Efeitos dos


ESTRUTURA

PROCESSO

RESULTADO
estáveis das envolvem cuidados
instituições, as relações prestados,
como recursos estabelecidas incluindo a
humanos, sistemas entre os satisfação do
de informação, profisssionais paciente.
estrutura de saúde e os
física,materiais pacientes/
etc. clientes. Incluem
diagnóstico,
tratamento
e cuidados
preventivos.

ACREDITAÇÃO

"Método de avaliação e certificação que busca, por meio de padrões e re-


quisitos previamente definidos, promover a qualidade e a segurança da
assistência no setor de saúde"27. Ênfase na qualidade do serviço profis-
sional prestado, pautado no critério de excelência, independentemente
da tecnologia disponível.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 36


É um processo realizado de forma voluntária, educativa, reservada
e sem caráter fiscalizatório. Os setores e departamentos não são
avaliados de forma isolada, mas o conjunto de serviços.

06. A qualidade do cuidado é o grau em que os serviços de saúde,


voltados para cuidar de pacientes individuais ou de populações,
aumentam a chance de produzir resultados desejados e consis-
tentes com o conhecimento profissional atual. Os processos de
melhoria da qualidade devem enfocar os seis principais atributos
de qualidade do cuidado de saúde (DONABEDIAN, 2003). Sobre
estes atributos, marque a opção CORRETA.
🅐 O foco no paciente é o cuidado respeitoso e responsivo às pre-
ferências, necessidades e valores individuais dos pacientes, e que
assegura que os valores do paciente orientem todas as decisões
clínicas.
🅑 A equidade e a universalidade no acesso são atributos da qua-
lidade do cuidado de saúde que priorizam todos que dele possam
se beneficiar, evitando seu uso por aqueles que provavelmente
não se beneficiarão
🅒 A eficiência visa evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes
do cuidado que tem como objetivo ajudá-los.
🅓 A efetividade e a eficiência objetivam o cuidado sem desperdício,
evitando, assim, a subutilização e sobre utilização, respectivamente
🅔 A segurança é focada no paciente e visa a redução do tempo de
espera e de atrasos potencialmente danosos para quem recebe o
cuidado.

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ANOTAÇÕES

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 38


REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE – PARTE I
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) estão dispostas em uma região de
saúde ou em várias delas e tem por objetivo garantir a integralidade da
assistência à saúde por meio do referenciamento do usuário na rede re-
gional interestadual. A organização da RAS é por meio de um processo
descentralizado estruturado em uma rede de pontos de atenção à saúde.

Nesta aula estudaremos a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010,


tem por objetivo estabelecer as diretrizes para a organização da Rede de
Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) sendo es-
sas diretrizes

“para a estruturação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para


superar a fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aper-
feiçoar o funcionamento político-institucional do Sistema Único de Saúde (SUS)
com vistas a assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços que necessita
com efetividade e eficiência.”11

Modelo de Atenção à Saúde centrado em ações curativas +


diversidade do contexto regional brasileiro = consequências:

(2) financiamento
público insuficiente,
(1) lacunas (3) configuração
fragmentado e
assistenciais inadequada de
baixa eficiência
importantes modelos de atenção
no emprego dos
recursos

(6) pouca inserção


da Vigilância e
Promoção em Saúde
(5) a pulverização
(4) fragilidade na no cotidiano dos
dos serviços nos
gestão do trabalho serviços de atenção,
municípios
especialmente na
Atenção Primária em
Saúde (APS)

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 39


Perfil Epidemiológico Brasileiro

Tripla carga de doenças: Doenças crônicas e Crescimento das


persistência de seus fatores de risco causas externas em
doenças parasitárias, como sedentarismo, decorrência do aumento
infecciosas e tabagismo, alimentação da violência e dos
desnutrição. inadequada, obesidade. acidentes de trânsito.

Para superar esses desafios, fez-se necessário organizar o sistema in-


vestindo no desenvolvimento da RAS, tendo a Atenção Primária à Saúde
como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede.

Conceito
Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de ações e
serviços de saúde de diferentes densidades tecnológicas que, inte-
gradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integralidade do cuidado.

Objetivo
Promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com
provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e
humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em
termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária e eficiência
econômica.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 40


Pacto pela Saúde

Pacto pela Vida

Compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre a situação de


saúde da população brasileira.

Pacto em defesa do SUS

Compromisso com a consolidação dos fundamentos políticos e princípios


constitucionais do SUS.

Pacto de Gestão

Compromisso com os princípios e diretrizes para a descentralização, regionaliza-


ção, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada, regulação,
participação social, gestão do trabalho e da educação em saúde.

Pontos de Atenção: espaços onde se ofertam determinados servi-


ços de saúde, por meio de uma produção singular. São igualmente
importantes, diferindo apenas em relação à densidade tecnológica
que os caracterizam.

Exemplos de pontos de atenção


• Domicílios
• Unidades Básicas de Saúde
• Unidades ambulatoriais especializadas
• Serviços de hemoterapia e hematologia
• Centros de apoio psicossocial
• Residência terapêutica
• Hospitais: ambulatório de pronto antendimento, unidade de cirurgia
ambulatorial, centro cirúrgico, maternidade, unidade de terapia inten-
siva etc.
Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 41
Contratualização/contratos de gestão: modo de pactuação da de-
manda quantitativa e qualitativa na definição clara de responsabi-
lidades, de objetivos de desempenho, incluindo tanto os sanitários
quanto os econômicos, resultando dessa negociação um compro-
misso explícito entre ambas as partes.

Objetivos da contratualização
• Melhorar o nível de saúde da população
• Responder com efetividade às necessidades em saúde
• Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despe-
sas de origem pública com a saúde
• Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maxi-
mizando o nível de bem-estar
• Coordenar as atividades das partes envolvidas
• Assegurar a produção de um excedente cooperativo
• Distribuir os frutos da cooperação
• Assegurar que os compromissos sejam cumpridos
• Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamen-
to, desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados ní-
veis de informação ao cidadão

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 42


FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Figura 5 - A lógica de desenho dos componentes das redes de atenção à saúde nos
territórios sanitários

Economia de escala

Acesso

Qualidade da atenção

Fonte: Mendes24

A Figura 6 demonstra o que seria a situação ideal de uma rede de atenção


à saúde: acesso como prioridade e economia de escala e qualidade dos
serviços funcionando sincronicamente.

Custos médios de longo prazo diminuem; aumenta o volume de ati-


Economia de Escala vidades

Conceito de graus de excelência do cuidado. Seis dimensões: segu-


Qualidade rança, efetividade, centralidade na pessoa, pontualidade, eficiência
e equidade.

Ações e serviços disponíveis em quantidade e qualidade suficientes


Suficiência para atender as necessidades da população.

Ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais,


Acesso socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado.

Disponibilidade de Recursos escassos devem ser concentrados e os menos escassos


recursos devem ser desconcentrados.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 43


Integração vertical e horizontal são conceitos provenientes da teoria
econômica

Integração Vertical – ocorre entre unidades produtivas diferentes. Nes-


se processo, faz-se por uma completa integração por meio de uma gestão
única:

“Consiste na articulação de diversas organizações ou unidades de produção de


saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo com-
plementar (agregando resolutividade e qualidade neste processo)”11.

Integração Horizontal - ocorre entre unidades produtivas iguais:

“Consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde de mesma na-


tureza ou especialidade. É utilizada para adensar a cadeia produtiva e otimizar a
escala de atividades, ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão de
ações e serviços de saúde através de ganhos de escala (redução dos custos mé-
dios totais em relação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações
da unidade).11”

A integração pode se dar por fusão ou aliança estratégica. A primeira


acontece quando duas unidades produtivas se unem em uma só enquanto
a segunda acontece quando se mantém as duas unidades, mas cada um se
especializa em uma carteira de serviços eliminando a competição entre
eles.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 44


Atributos da rede de atenção à saúde
1. População e território definidos.
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde: promoção, prevenção,
diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados pa-
liativos.
3. APS: primeiro nível de atenção, porta de entrada e equipe multidisci-
plinar.
4. Prestação de serviços especializados em local adequado.
5. Mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração
assistencial.
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade.
7. Sistema de governança único para toda a rede.
8. Participação social ampla.
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e lo-
gístico.
10. Recursos humanos suficientes.
11. Sistema de Informação Integrado.
12. Financiamento tripartite.
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da
equidade em saúde.
14. Gestão baseada em resultado.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 45


07. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é uma estratégia utilizada
para superar a fragmentação da atenção e da gestão nas regiões
de saúde e aperfeiçoar o funcionamento político-institucional do
SUS, com vistas a assegurar ao usuário assistência efetiva e efi-
ciente. Um dos objetivos da RAS é:
🅐 garantir a integralidade do cuidado por meio de arranjos orga-
nizativos de ações e serviços de saúde, de densidade tecnológica
leve e integradas por meio de sistemas de apoio técnico.
🅑 formar relações verticais entre os pontos de atenção com o
centro de comunicação na atenção primária à saúde (APS), pela
centralidade da assistência aos usuários e pelo cuidado multipro-
fissional em saúde.
🅒 promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde
com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, respon-
sável e humanizada.
🅓 garantir a continuidade da assistência ao usuário e, por conse-
guinte, a integralidade e qualidade do cuidado, fundamentando-se
na compreensão da necessidade de investimento na atenção se-
cundária

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sobre as Redes de Atenção
à Saúde - Parte I
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Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 46


ANOTAÇÕES

47
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE – PARTE II
Nesta segunda parte da aula continuaremos o estudo sobre a portaria n°
4.279, de 30 de dezembro de 2010. Vamos agora nos ater às principais fer-
ramentas de microgestão dos serviços e os elementos constitutivos da
Rede de Atenção à Saúde.

PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICROGESTÃO DOS SERVIÇOS

Critérios de eficiência
Organização da rede de atenção
microeconômica na aplicação da
à saúde
aplicação de recursos

Clínica do sujeito: perspectiva


Processo de Gestão da Clínica além da doença, ampliação da
clínica

Para se alcançar uma RAS estruturada, é necessário avançar também no


entendimento sobre a Clínica do Sujeito, pois os problemas de saúde es-
tão em pessoas e o foco não pode ser na doença. Sendo assim, o paciente
deve ser inserido na tomada de decisão acerca de sua saúde estimulando
desse modo sua autonomia e responsabilidade.

GESTÃO DA CLÍNICA
A aplicação de tecnologias de microgestão dos serviços de saúde com a
finalidade de:
• Assegurar padrões clínicos ótimos
• Aumentar a eficiência
• Diminuir os riscos para os usuários e para os profissionais
• Prestar serviços efetivos
• Melhorar a qualidade da atenção à saúde

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 48


Gestão da Clínica

Diretrizes Clínicas

Recomendações que orientam decisões assistenciais, de prevenção, promoção e


organização de serviços. Foco na integralidade. Orienta as linhas de cuidado.

Linhas de Cuidado

Forma de articulação de recursos e das práticas de produção de saúde entre as


unidades de atenção de uma dada região de saúde.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

2. Estrutura
Operacional

1. Região
de saúde 3. Modelos
de Atenção
à Saúde

Operacionalização da RAS

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 49


1. População/região de saúde definidas

Espaços territoriais
complexos, organizados
a partir de identidades
culturais, econômicas Baseada em parâmetros
e sociais, de redes espaciais e temporais
de comunicação e
infraestrutura de transportes
compartilhados do território

2. Estrutura Operacional

APS- Centro de Sistemas de Sistemas Sistema de


Comunicação Apoio Logísticos Governança

Atributos da Atenção Primária:

1. Primeiro contato Funções da Atenção Primária:


2. Longitudinalidade
3. Integralidade 1. Resolubilidade
4. Coordenação 2. Organização
5. Centralidade na Família 3. Responsabilização.
6. Abordagem Familiar
7. Orientação Comunitária

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 50


Relações entre a população e suas
subpopulações estratificadas por
riscos, os focos das intervenções
do sistema de atenção à saúde e os
diferentes tipos de intervenções
sanitárias.

É necessária uma mu-


Sistema lógico que or- 3. Modelos dança no atual modelo
ganiza o funcionamento de Atenção à de atenção hegemônico
da RAS. Saúde no SUS para implanta-
ção da RAS.

Diretrizes e Estratégias para Implementação da RAS

III. Fortalecer a inte-


gração das ações de
âmbito coletivo da
vigilância em saúde
I. Fortalecer a APS para com as da assistência
realizar a coordenação II. Fortalecer o papel (âmbito individual e
do cuidado e ordenar a dos CGRs no processo clínico), gerenciando o
organização da rede de de governança da RAS conhecimento neces-
atenção sário à implantação e
acompanhamento da
RAS e o gerenciamento
de risco e de agravos à
saúde

IV. Fortalecer a política


V. Implementar VI. Desenvolver os
de gestão do trabalho e
o Sistema de Sistemas Logísticos e
da educação na saúde
Planejamento da RAS de Apoio da RAS
na RAS

VI. Desenvolver os
Sistemas Logísticos e
de Apoio da RAS

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 51


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à Saúde - Parte II clicando
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ANOTAÇÕES

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 52


ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
A Atenção Básica ou Atenção Primária à Saúde (APS) tem se configurado
como uma estratégia de organização com vistas a atender a maior parte
das necessidades de saúde da população. A Portaria n°2.436, de 21 de se-
tembro de 2017, conceitua APS como:

“o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem


promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução
de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multi-
profissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equi-
pes assumem responsabilidade sanitária”.12

Primeiro ponto de atenção, principal porta de entrada e centro de


comunicação da RAS

Ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas

A Estratégia Saúde da Família é a estratégia prioritária para expansão e


consolidação da Atenção Básica

A Atenção básica é operacionalizada com os


mesmos princípios do SUS e da RAS

II - Diretrizes:
a) Regionalização e hierarquização:
b) Territorialização;
I - Princípios:
c) População adscrita;
d) Cuidado centrado na pessoa;
a) Universalidade;
e) Resolutividade;
b) Equidade; e
f) Longitudinalidade do cuidado;
c) Integralidade.
g) Coordenação do cuidado;
h) Ordenação da rede; e
i) Participação da comunidade.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 53


Universalidade: possibilitar acesso universal, de fácil acesso e sem dife-
renciações excludentes.

Equidade: reconhecer as diferenças nas condições de vida e saúde e de


acordo com as necessidades das pessoas.

Integralidade: atender às necessidades da população adscrita nos cam-


pos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de
doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuida-
dos paliativos.

Regionalização e Hierarquização: considerar o recorte espacial estraté-


gico para fins de planejamento, organização e gestão de redes de ações
e serviços de saúde em determinada localidade e a hierarquização como
forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e
referências estabelecidos.

Territorialização e Adstrição: meio de dinamizar a ação em saúde pública,


o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identi-
tário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsi-
diando a atuação na Atenção Básica.

População Adscrita: população que está presente no território da UBS.

Cuidado Centrado na Pessoa: cuidado singular que auxilie as pessoas a


gerirem efetivamente sua própria saúde.

Resolutividade: importância da Atenção Básica ser resolutiva por meio


da clínica ampliada.

Longitudinalidade do cuidado: continuidade da relação de cuidado, com


construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 54


Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuá-
rios entre os pontos de atenção das RAS.

Ordenar as redes: organizar as necessidades da população adscrita em


relação aos outros pontos de atenção à saúde.

Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a


orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica.

08. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem na


___________________ sua estratégia prioritária para expansão e conso-
lidação da Atenção Básica. Assinale a alternativa que preenche
corretamente a lacuna da proposição acima.
🅐 atenção básica convencional
🅑 saúde da família
🅒 vigilância epidemiológica
🅓 intersetorialidade

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sobre Estratégia Saúde da
Família - Parte I clicando no
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Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 55


ANOTAÇÕES

56
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA- PARTE II
Continuando nossa aula acerca da Política Nacional de Atenção Básica, é
importante estarmos atentos aos tipos de unidades de saúde que fazem
parte da Atenção Básica ou Atenção Primária à Saúde: Unidades Básicas
de Saúde, Unidade Básica de Saúde Fluvial e Unidade Odontológica
Móvel.

A PNAB recomenda que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu fun-


cionamento com carga horária mínima de 40 horas/semanais, no mí-
nimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando
acesso facilitado à população. Podem-se pactuar horários alternativos de
funcionamento por meio das instâncias de participação social, mas esse
horário tem que atender expressamente a necessidade da população e
observar a carga horária mínima.

A população adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da


Família (eSF) é de 2.000 a 3.500 pessoas. No entanto, podem existir ou-
tros arranjos de adscrição, Os arranjos de adscrição também podem ser
realizados conforme as vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária.
No entanto, é importante que sejam assegurados os padrões essenciais
(ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/es-
senciais de acesso e qualidade na Atenção Básica) e ampliados (ações
e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar
padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica) nas ações e
serviços oferecidos.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 57


EQUIPES

Outro ponto relevante é compreender os tipos de equipes que fazem par-


te da Atenção Primária à Saúde. Fique atento, pois é uma cobrança co-
mum em questões de residências e concursos públicos.

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (eSF)


Não se esqueça que essa é a estratégia prioritária de atenção à saúde.

Composição: no mínimo médico, preferencialmente da especialidade Me-


dicina de Família e Comunidade, enfermeiro, preferencialmente especia-
lista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agen-
te comunitário de saúde (ACS). Podem fazer parte da equipe o agente de
combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-
-dentista, preferencialmente especialista em Saúde da Família, e auxiliar
ou técnico em saúde bucal.

ACS: número por equipe deverá ser definido de acordo com base popu-
lacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de
acordo com definição local.

Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabili-


dade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com nú-
mero máximo de 750 pessoas por ACS.

Carga horária: 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais


de saúde membros da eSF.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 58


EQUIPE DA ATENÇÃO BÁSICA (eAB)
Composição: no mínimo médico, preferencialmente da especialidade Me-
dicina de Família e Comunidade, enfermeiro, preferencialmente especia-
lista em Saúde da Família, auxiliares de enfermagem e/ou técnicos de
enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxi-
liares de saúde bucal e/ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários
de saúde e agentes de combate à endemias.

Carga horária: carga horária mínima por categoria profissional deverá ser
de 10 (dez) horas, com no máximo de 3 (três) profissionais por categoria,
devendo somar no mínimo 40 horas/semanais.

EQUIPE DE SAÚDE BUCAL (ESB)


Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técni-
co em saúde bucal (TSB) e;

Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB ou outro TSB.

NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA


(NASF-AB)
Complementam as equipes que atuam na Atenção Básica dando suporte
clínico, sanitário e pedagógico.

Nossa próxima aula será especificamente sobre as alterações que acon-


teceram em relação a esse tipo de equipe.

Profissionais que poderão fazer parte do NASF: Médico Acupunturista,


Assistente Social, Profissional/Professor de Educação Física, Farma-
cêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Ginecologista/Obstetra,
Médico Homeopata, Nutricionista, Médico Pediatra, Psicólogo, Médico
Psiquiatra, Terapeuta Ocupacional, Médico Geriatra, Médico Internista

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 59


(clínica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional
com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde
sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-gra-
duação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma
dessas áreas conforme normativa vigente.

ESTRATÉGIA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (EACS)


Equipe composta por ACS e enfermeiro supervisor

Microárea sob sua responsabilidade não deve ultrapassar 750 pessoas

Carga horária: 40 horas semanais

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sobre Estratégia Saúde da
Família - Parte II clicando no
ícone ao lado

NOTA TÉCNICA N° 03/2020

Trata-se sobre a nota técnica publicada pela Secretaria de Atenção Pri-


mária em Saúde (SAPS/MS) sobre o Núcleo Ampliado de Saúde da Famí-
lia e Atenção Básica (NASF-AB) e Programa Previne Brasil.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 60


Principais mudanças:
• Desvinculação da composição de equipes multiprofissionais às tipolo-
gias de equipes NASF-AB.
• Autonomia do gestor municipal para compor suas equipes multipro-
fissionais, definindo os profissionais, a carga horária e os arranjos de
equipe.
• Cadastramento dos profissionais diretamente nas equipes de Saúde
da Família (eSF) ou equipes de Atenção Primária (eAP), ampliando sua
composição mínima.
• Manutenção dos profissionais cadastrados no SCNES como equipe
NASF-AB ou cadastrar os profissionais apenas no estabelecimento de
atenção primária sem vinculação a nenhuma equipe.
• Não há mais credenciamento de NASF-AB pelo Ministério da Saúde.

Assista agora a Pocket Aula


sobre Nota técnica 03/2020
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Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 61


ANOTAÇÕES

62
PACTO PELA SAÚDE
O Pacto pela Saúde foi firmado pela Comissão Intergestora Tripartite
(Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS) e suas diretrizes operacio-
nais aprovada pela Portaria n° 399, de 22 de fevereiro de 2006. Envol-
veu três componentes:

Pacto em Defesa
Pacto pela Vida Pacto de Gestão
do SUS

Conjunto de Objetivo de Radicaliza o


Pacto pela Vida

Pacto em Defesa do SUS

Pacto em Gestão do SUS


compromissos reforçar o SUS processo de
sanitários. como política descentralização e
Baseados na de Estado, e não desburocratização
análise de situação como política de
do país. governos.

Em relação a esse tema, fique atento às prioridades e diretrizes que fo-


ram estabelecidas em cada pactuação. Realize as associações de pala-
vras-chave necessárias para compreender cada processo.

O Pacto pela Vida, por meio da Portaria n° 399, de 22 de fevereiro de


2006, pactua seis prioridades. Observe que essas prioridades estão re-
lacionadas a grupos ou áreas específicas, como idosos, mulheres e traba-
lhadores:
1. Saúde do Idoso;
2. Controle do câncer do colo do útero e da mama;
3. Redução da mortalidade infantil e materna;

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 63


4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e
endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
influenza;
5. Promoção da Saúde;
6. Fortalecimento da Atenção Básica.

Sendo que a Portaria MS n° 325, de 21 de fevereiro de 2008, estabelece


mais cinco prioridades:
1. Saúde do trabalhador;
2. Saúde mental;
3. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às
pessoas com deficiência;
4. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; e
5. Saúde do homem.

Totalizando assim 11 prioridades.

O Pacto em Defesa do SUS envolve ações realizadas pelas três esferas


de governo e teve como prioridades estabelecidas na Portaria n° 399, de
22 de fevereiro de 2006:

1. Implementar um projeto permanente de mobilização social com a fi-


nalidade de:
• Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema pú-
blico universal garantidor desses direitos;
• Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional
nº 29, pelo Congresso Nacional;
• Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e
financeiros para a saúde.
• Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três es-
feras de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 64


2. Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.
Observe que as prioridades do Pacto em Defesa do SUS estão relaciona-
das à busca da efetivação de direitos já garantidos e reforço do SUS como
política de Estado.

O Pacto de Gestão foi crucial para desburocratizar e ampliar a descentra-


lização das atribuições do Ministério da Saúde para os estados e municí-
pios. Por meio dele, estabeleceu-se as seguintes diretrizes para a gestão
do SUS:

Descentralização Regionalização Financiamento

Programação
Planejamento Pactuada e Regulação
Integrada – PPI

Participação e Gestão do Educação


controle social Trabalho na Saúde

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 65


09. O processo de regionalização e a organização do Sistema
Único de Saúde (SUS) em rede é uma estratégia que visa ao
processo de consolidação dos princípios deste sistema. Nesse
cenário, visando à maior integração entre os princípios, surgiu o
Pacto pela Saúde, que se efetiva em três dimensões: Pacto pela
Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS. Em relação a
essas dimensões, é correto afirmar:
🅐 O Pacto pela Vida está comprometido com a situação de saúde
dos brasileiros.
🅑 O Pacto de Gestão está comprometido com os fundamentos
políticos da saúde.
🅒 O Pacto de Gestão está comprometido com os princípios cons-
titucionais do sistema
🅓 O Pacto em Defesa do SUS está comprometido com os princí-
pios e diretrizes para a descentralização.
🅔 O Pacto pela Vida está comprometido com os fundamentos
políticos da saúde.

Clique aqui para ver o


gabarito da questão.

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sobre Pacto pela Saúde
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Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 66


ANOTAÇÕES

67
PORTARIAS DE CONSOLIDAÇÃO- PARTE I
As seis portarias de consolidação são o resultadado da análise de milha-
res de portarias vigentes, sendo que poucas ainda possuiam normas vá-
lidas. Nessa primeira parte da aula, vamos estudar o conteúdo principal
das duas primeiras portarias.

Portaria de Consolidação n° 1, de 28 de setembro de 2017


Consolida as normas sobre os direitos e deveres dos usuários da
saúde, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde.

Observe, durante a leitura da portaria, que ela trata principalmente sobre


os direitos do usuário com vistas a garantir que ele receba o atendimento
e o tratamento necessários para resolução da sua condição de saúde, sen-
do atendido pelo profissional de saúde de forma humanizada e acolhedo-
ra, sem discriminações, respeitando suas escolhas.

Ressalta-se que os direitos e deveres apresentados aqui constituem a


Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde:
1. Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e
organizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, trata-
mento e recuperação da saúde.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu
problema.
3. Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo
para resolver o seu problema de saúde.
4. Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, re-
alizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortá-
vel e acessível a todos.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 68


5. Toda pessoa deve ter seus valores, cultura e direitos respeitados na
relação com os serviços de saúde.
6. Toda pessoa tem responsabilidade para que seu tratamento e recu-
peração sejam adequados e sem interrupção.
7. Toda pessoa tem direito à informação sobre os serviços de saúde e
aos diversos mecanismos de participação.
8. Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos e conferências de
saúde e de exigir que os gestores cumpram os princípios anteriores.

Associado ainda aos direitos e deveres, a portaria trata também sobre


a Participação Social e destacamos aqui a importância da ouvidoria do
SUS, que tem a responsabilidade de centralizar o recebimento das de-
núncias formuladas por servidores e cidadãos interessados, relativa-
mente às atividades e procedimentos internos, no âmbito do SUS.

O serviço de ouvidoria é estruturado nas três instâncias e no DF. O Mi-


nistério da Saúde disponibiliza um link no site para receber denúncias e
reclamações, assim como um número único, nacional e gratuito (Disque
Saúde-136).

Outro ponto importante da Portaria de Consolidação n° 1 são as comis-


sões e conselhos estabelecidos:

Conselho de
Define as bases da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em
Ciência, Tecnologia
Saúde ao acompanhar as ações de fomento científico e tecnológico
e Inovação do e estabelecer as prioridades de pesquisa em saúde.
Ministério da Saúde

Comissão de Entre outras ações, participa da elaboração e reformulação de


normas de biossegurança e assessora a elaboração de posiciona-
Biossegurança em mentos oficiais do Ministério da Saúde para a Comissão Técnica
Saúde Nacional de Biossegurança (CTNBio) 

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 69


Assessora o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à incor-
Comissão Nacional poração, exclusão ou alteração pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
de Incorporação de de tecnologias em saúde, na constituição ou alteração de Protoco-
Tecnologias no SUS los Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e na atualização da
Relação Nacional de Medicamentos (RENAME).

Portaria de Consolidação n° 2, de 28 de setembro de 2017

Consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do Siste-


ma Único de Saúde.

A Portaria de Consolidação n° 2 aborda as políticas nacionais de saúde,


sendo elas políticas de saúde, políticas de organização da atenção à saú-
de e políticas de atenção a agravos específicos.

Políticas
Nacionais de
Saúde

Políticas de
Saúde

Das Políticas
Das Políticas
Gerais de Das Políticas
de Controle Das Políticas de
Promoção, Voltadas à Saúde
de Doenças e Promoção da
Proteção e de Segmentos
Enfrentamento de Equidade em Saúde
Recuperação da Populacionais
Agravos de Saúde
Saúde

Entre as políticas estabelecidas, vamos enfatizar aquelas de maior rele-


vância no cenário nacional:

Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS): tem na base o conceito


ampliado de saúde, caracterizando-se pela articulação e cooperação in-

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 70


tra e intersetorial. Baseia-se em valores fundantes para sua efetivação:
solidariedade, felicidade, ética, respeito às diversidades, humaniza-
ção, corresponsabilidade, justiça social e inclusão social.

Tem como princípios:

Participação
Equidade Autonomia
Social

Empoderamento Intersetorialidade Intrassetorialidade

Sustentabilidade Integralidade Territorialidade

Outro ponto importante para se ressaltar da PNPS são seus nove eixos
operacionais:

Vigilância,
Educação e
Territorialização monitoramento e
formação
avaliação

Produção e
Articulação e
disseminação de
cooperação intra Gestão
conhecimentos e
e intersetorial
saberes

Participação e Comunicação
RAS
controle social social e mídia

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 71


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC): ob-
jetivo de promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno.

Tem como princípios:

Direito à vida Prioridade abso- Acesso universal


e à saúde luta da criança à saúde

Integralidade Equidade em Ambiente


do cuidado saúde facilitador à vida

Humanização da
Gestão participativa e controle social
atenção

Políticas Nacionais
de Saúde

Políticas de
Organização de
Atenção à Saúde

Políticas Gerais Políticas de


de Organização da Atenção a Agravos
Atenção à Saúde Específicos

Como destaque das Políticas de Organização de Atenção à Saúde, temos


a Política Nacional de Atenção Básica, já objeto de estudo em capítulo an-
terior. Sendo assim, vamos nos ater à Política Nacional de Práticas Inte-
grativas e Complementares (PNPIC), também importante para a Promo-
ção da Saúde: engloba a oferta de serviços como acupuntura, homeopatia
e fitoterapia. Tem como objetivos, conforme o anexo XXV da Portaria de
Consolidação n° 2:

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 72


• Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares
no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recu-
peração da saúde, com ênfase na Atenção Básica, voltada para o cuida-
do continuado, humanizado e integral em saúde.
• Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação
do acesso às práticas integrativas e complementares, garantindo qua-
lidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.
• Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternati-
vas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sus-
tentável de comunidades.
• Estimular as ações referentes ao controle/participação social, promo-
vendo o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores
e trabalhadores, nas diferentes instâncias de efetivação das políticas
de saúde.

As práticas integrativas e complementares podem ser inseridas em todos


os níveis de atenção, com ênfase na Atenção Básica, em caráter multipro-
fissional e articulada com outras políticas do Ministério, como a Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 73


10. O Anexo I da Portaria de Consolidação nº 2/2017 institui a
Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), com origem na
PRT MS/GM 2446/2014. Assinale a alternativa INCORRETA em
relação aos Eixos Operacionais da PNPS.
🅐 Educação e formação, enquanto incentivo à atitude permanente
de aprendizagem sustentada em processos pedagógicos proble-
matizadores, dialógicos, libertadores, emancipatórios e críticos.
🅑 Centralização, enquanto estratégia operacional.
🅒 Articulação e cooperação intra e intersetorial, entendidas como
compartilhamento de planos, metas, recursos e objetivos comuns
entre os diferentes setores e entre diferentes áreas do mesmo setor.
🅓 Gestão, entendida como a necessidade de priorizar os processos
democráticos e participativos de regulação e controle, planeja-
mento, monitoramento, avaliação, financiamento e comunicação.

Clique aqui para ver o Acesse aqui o comentário das cinco


gabarito da questão. questões anteriores

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Aula sobre Portarias de
Consolidação - Parte I
clicando no ícone ao lado

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 74


ANOTAÇÕES

75
PORTARIAS DE CONSOLIDAÇÃO- PARTE II

Portaria de Consolidação n° 3, de 28 de setembro de 2017


Consolida as normas sobre redes do Sistema Único de Saúde.

A Portaria de Consolidação n° 3 consolida as normas referente aos arran-


jos organizativos de ações e serviços de saúde e aborda as diretrizes para
estruturação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) estabelecendo os fun-
damentos conceituais e operativos essenciais para sua organização. Em
relação a essa parte, é importante se atentar que as Redes do SUS estão
divididas em temáticas, de serviço e de pesquisa.

Redes do Sistema Único de Saúde

Redes temáticas de Redes de Serviço de Redes de Pesquisa em


atenção à saúde Saúde Saúde

REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE

As redes temáticas estão relacionadas ao cuidado e organização de servi-


ços para grupos específicos em nível de complexidade crescente, desde a
APS até a rede hospitalar. Por exemplo, a Rede Cegonha estabelece uma
rede de cuidados à mulher desde o planejamento reprodutivo, passando
pela gravidez, parto e puerpério, até o cuidado com a criança, desde seu
nascimento até o crescimento. Além da Rede Cegonha, temos outras,
conforme descrito abaixo:

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 76


II - Rede de Atenção às
I - Rede Cegonha Urgências e Emergências
(RUE)

III - Rede de Atenção à


IV- Rede de Atenção
Saúde das Pessoas com
Psicossocial (RAPS)
Doenças Crônicas

V- Rede de Cuidados à
Pessoa com Deficiência

REDES DE SERVIÇO DE SAÚDE

As Redes de Serviço de Saúde estão relacionadas ao cuidado a nível as-


sistencial podendo estar ligadas ao contexto estadual ou nacional.

V - Rede Brasileira de Centros e


I - Redes Estaduais de Assistência à
Serviços de Informação sobre
Saúde do Idoso
Medicamentos (REBRACIM)

VI - Rede de Escolas Técnicas e


II - Redes Estaduais de Assistência a Centros Formadores vinculados às
Queimados instâncias gestoras do Sistema Único
de Saúde (RETSUS)

VII - Rede de Ensino para a Gestão


III - Rede Nacional de Prevenção da
Estratégica do Sistema Único de
Violência e Promoção da Saúde
Saúde (REGESUS

IV - Rede Nacional de Atenção


VIII - Rede Brasileira de Avaliação de
Integral à Saúde do Trabalhador
Tecnologias em Saúde (REBRATS)
(RENAST)

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 77


REDES DE PESQUISA EM SAÚDE

As Redes de Pesquisa em Saúde são baseadas em articulações coopera-


tivas entre instituições de ciência, tecnologia, inovação e produção em
saúde, públicas e privadas, e pesquisadores, que visam o desenvolvimen-
to científico e tecnológico que priorize as necessidades e demandas do
Sistema Único de Saúde (SUS). Tem os mesmos princípios da Política Na-
cional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde.

I - Redes Nacionais de Pesquisa em VII - Rede Nacional de Pesquisas em


Saúde (RNPS) Doenças Negligenciadas (RNPDN)

II - Rede Nacional de Pesquisa sobre VIII - Rede Nacional de Pesquisas em


Política de Saúde (RNPPS) Acidente Vascular Cerebral (RNPAVC)

III - Rede Nacional de Pesquisa IX - Rede Nacional de Especialistas


Clínica (RNPC) em Hospitais de em Zika e Doenças Correlatas
Ensino, (RENEZIKA)

IV - Rede Nacional de Pesquisa X - Rede Interagencial de


Clínica em Câncer (RNPCC) Informações para a Saúde (RIPSA)

XI - Políticas Informadas por


V - Rede Nacional de Pesquisa em
Evidências (EVIDENCE-INFORMED
Doenças Cardiovasculares (RNPDC)
POLICY NETWORK – EVIPNET)

VI - Rede Nacional de Terapia


Celular (RNTC)

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 78


Portaria de Consolidação n° 4, de 28 de setembro de 2017
Consolida as normas sobre os sistemas e os subsistemas do
Sistema Único de Saúde.

A Portaria de Consolidação n° 4 aborda a estrutura dos sistemas e subsis-


temas de saúde.

Sistemas de
Sistemas Nacionais Sistema de Subsistemas do
Vigilância em
de Saúde Auditoria do SUS SUS
Saúde

I -  Sistema Nacional de I -  Sistema Nacional Sistema Nacional de Subsistema de Atenção


Transplantes (SNT) de Vigilância Auditoria (SNA) à Saúde Indígena
Epidemiológica (SNVE)

II -  Sistema Nacional de
Sangue, Componentes e II -  Sistema Nacional
Derivados (SINASAN) de Vigilância em Saúde
Ambiental

III -  Sistema Nacional de


Laboratórios de Saúde
Pública (SISLAB)

A Portaria n°4 trata sobre sistemas de abrangência ampla no território


nacional. Podemos ratificar sua importância na estruturação e funciona-
mento dos serviços de transplantes, por exemplo, estabelecendo suas
coordenações, competências das secretarias e constituindo o comitê es-
tratégico para o Programa de Desenvolvimento de Equipes de Captação
de Órgãos e Transplantes.

Ressaltamos também aqui o Subsistema de Atenção Integral à Saúde In-


dígena. Esse subsistema é organizado em unidades gestoras chamadas
de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) que planejam e execu-
tam as práticas sanitárias e desenvolvem atividades administrativo-ge-
renciais no território, sendo acompanhados e avaliados pela Secretaria
Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS).

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 79


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Aula sobre Portarias de
Consolidação - Parte II
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ANOTAÇÕES

80
PORTARIAS DE CONSOLIDAÇÃO- PARTE III

Portaria de Consolidação n° 5, de 28 de setembro de 2017


Consolida as normas sobre ações e os serviços do
Sistema Único de Saúde.

Trata-se de uma portaria ampla que aborda desde a promoção, proteção


e recuperação da saúde até o processo de organização do SUS. Nesta
aula, vamos no ater aos pontos principais desta portaria como os temas
que são mais abrangentes e comuns a todos os estados.

A primeira parte da portaria trata sobre a Promoção, Proteção e Recupe-


ração da Saúde e consolida portarias que tratavam sobre programas de
prevenção como o Programa Academia de Saúde e o Programa de Tria-
gem Neonatal, entre outros:

Programa Academia de Saúde Construção de espaços


públicos para o
desenvolvimento das ações
Ponto de Atenção da Rede de Atenção à Saúde do programa

Programa de promoção da saúde, prevenção e


atenção das doenças crônicas não transmissíveis Modalidade Básica
Modalidade Intermediária
Modalidade Ampliada
Construção coletiva de modos de vida saudáveis

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 81


Triagem Neonatal

Triagem com detecção dos casos suspeitos, confirmação


diagnóstica, acompanhamento e tratamento dos casos identificado.

Doenças avaliadas:
I - fenilcetonúria
II - hipotireoidismo congênito
III - doenças falciformes e outras hemoglobinopatias
IV - fibrose cística 

Abaixo seguem outros temas importantes que são tratados na Portaria


de Consolidação n° 5:

Do Sangue, componentes e he- Trata sobre os custos operacionais do sangue e hemocompo-


moderivados (Art. 43 a 47) nentes ao SUS.

Da Alimentação e Nutrição
Trata sobre a suplementação de ferro e de vitamina A.
(Art. 110 ao 127)

Da Vigilância em Saúde Trata sobre a vigilância da qualidade da água para consumo


(Art. 128 ao 141) humano, entre outros.

Da Segurança do Paciente
Trata sobre o Programa Nacional de Segurança do Paciente.
(Art. 157 ao 166)

Da Semana de Mobilização Saú-


Trata sobre a Semana Saúde na Escola.
de na Escola (Art. 167 ao 171)

Entre outros aspectos relevantes para nossa aula abordados pela porta-
ria, temos:
• O controle de doenças e enfrentamento de agravos de saúde, com
destaque para a prevenção e controle do câncer, especificamente
câncer de mama e colo de útero. Desse modo, é instituído o Programa
de Mamografia Móvel com o objetivo de ampliar a cobertura mamográ-
fica em todo o território nacional, favorecendo o diagnóstico precoce
principalmente na faixa etária elegível para o rastreamento. Consoli-
da-se também a portaria que aprova as Diretrizes Brasileiras para o
Rastreamento do Câncer do Colo do Útero.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 82


• Da Mortalidade Materna e Neonatal: consolida a instituição da Comis-
são Nacional de Mortalidade Materna com representantes de diversos
conselhos, secretarias e associações com vistas a realizar diagnóstico
permanente da situação da Mortalidade Materna no Brasil, propor di-
retrizes, acompanhar as ações do Ministério da Saúde, aperfeiçoar a
Política Nacional de Redução da Mortalidade Materna e mobilizar os
setores da sociedade para melhorar a saúde da mulher.
• Do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, que tem
como princípios e diretrizes:
I. toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de quali-
dade no decorrer da gestação, parto e puerpério;
II. toda gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal adequado;
III. toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à ma-
ternidade em que será atendida no momento do parto;
IV. toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que
esta seja realizada de forma humanizada e segura,
V. todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma hu-
manizada e segura;
VI. as autoridades sanitárias dos âmbitos federal, estadual e municipal
são responsáveis pela garantia dos direitos enunciados.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 83


COMPONENTES DO PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E
NASCIMENTO

Componente II

Organização, regulação
e investimentos na Nova sistemática
assistência obstétrica e de pagamento da
Incentivo à assistência assistência ao parto.
neonatal
pré-natal.

Componente III
Componente I

Portaria de Consolidação n° 6, de 28 de setembro de 2017


Consolida as normas sobre financiamento e transferência dos
recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema
Único de Saúde.

A Portaria de Consolidação n° 6 aborda que o processo de financiamento


e de transferência de recursos federais se dá por blocos de financiamen-
to, sendo eles:
I. Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde;
II. Bloco de Estruturação da Rede de Serviços Públicos de Saúde.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 84


Para que o repasse do valor seja realizado, é necessário que alguns requi-
sitos sejam garantidos pelo município, estado e DF:

I - instituição e funcionamento do
Conselho de Saúde, com com-
posição paritária, na forma da
legislação
V - alimentação e atualização regular
dos sistemas de informações
que compõem a base nacional de
II - instituição e funcionamento do informações do SUS, consoante
Fundo de Saúde. previsto em ato específico do
Ministério da Saúde

III - previsão da ação e serviço


público de saúde no Plano de IV - apresentação do Relatório
Saúde e na Programação Anual, Anual de Gestão ao respectivo
submetidos ao respectivo Conselho Conselho de Saúde
de Saúde

Em relação à Atenção Básica, o financiamento federal é constituído por:


• Capacitação ponderada: o incentivo considera a população cadastrada
nas equipe de Saúde da Família e da Atenção Primária, a vulnerabilida-
de, o perfil demográfico por faixa etária desta população e a classifica-
ção geográfica definida pelo IBGE.
• Pagamento por desempenho: considera os resultados de indicadores
alcançados pelas equipes credenciadas e cadastradas no SCNES. É ne-
cessário cumprir metas.
• Incentivos para ações estratégicas: considera as especificidades e
prioridades em saúde, os aspectos estruturais das equipes e a produ-
ção em ações estratégicas em saúde.

A portaria trata ainda sobre o custeio das equipes por meio do PAB variá-
vel. O valor é dependente da caracterização de cada equipe, como no caso
da Estratégia Saúde da Família e Estratégia de Saúde Bucal:

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 85


PAB Variável:
ESF- incentivo para ESF modalidade I: R$ 10.695,00 por mês.
implantação: R$ ESF modalidade II: R$ 7.130,00 por mês.
20.000,00

PAB Variável:
incentivo para ESB modalidade I - 20h: R$ 1.115,00 por mês.
implantação: R$ ESB modalidade II - 30 h: R$ 1.672,50 por mês.
7.000,00

Em relação ao custeio de Atenção da Média e Alta Complexidade Ambula-


torial e Hospitalar, o bloco é constituído por dois componentes:
• Componente Limite Financeiro da MAC: são transferidos do Fundo
Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, conforme a Programação Pactuada e Integra-
da. Financiam, por exemplo, o Centro de Especialidades Odontológicas
(CEO), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador.
• Componente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC):
financiam, por exemplo, transplantes e procedimentos vinculados. Po-
rém, ressalta-se que os procedimentos financiados pelo FAEC devem
gradativamente incorporar o Componente Limite Financeiro MAC e
aqueles procedimentos da Atenção Básica deverão ser incorporados
ao bloco de Atenção Básica dos Municípios e do Distrito Federal.

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 86


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Aula sobre Portarias de
Consolidação - Parte III
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GABARITO: Questões Comentadas


(1-5)

01 B
02 B
03 D
04 B
05 B
Questões Comentadas
06 A (6-10)
07 C
08 B
09 A
10 B

Para retornar a questão em que estava, clique nos botões abaixo:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Curso Intensivo para Residências | Transversal | Saúde Pública 87


REFERÊNCIAS
1. BONATO, V.L. Gestão de qualidade em saúde: melhorando assistência
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