Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Goiânia _ GO
2013
Josimar pereira Santos
Goiânia, 2013
O GÊNERO SENNA MILL. (LEGUMINOSAE, CAESALPINIOIDEAE, CASSIEAE) NA
REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES
OCORRENTES NO ESTADO DE GOIÁS
Orientador:
Prof. Dr. Marcos José da Silva
(Universidade Federal de Goiás – UFG, GO)
Goiânia – GO
2013
Dedico
Agradeço primeiramente a Jesus Cristo, pela vida, por todas as bênçãos como proteção e por me
guiar para lugares onde existem pessoas que buscaram ou buscam o melhor para a minha vida.
Aos meus queridos pais, Dinalva dos Anjos e Cosme Pereira Santos, por me concederem a minha
maravilhosa e abençoada vida, bem como, a minha irmã Rita de Cássia, aos meus avós, Dona Aurentina e
Gerson, a Dona Carmem e Emílio “in memorian”, as minhas sobrinhas Ingrid e Ítinea Ketlen.
À Maristela Carvalho, Beth, Marilda Fontes, Maria Inácia, Dona Cordolina, Dona Glória e Dona
Dalva, bem como aos seus familiares, por me acolhida carinhosa e preocupação quando em seus lares
estive.
Ao meu orientador Profº. Dr. Marcos José da Silva, o responsável por todas as minhas conquistas
nesta etapa, por me transmitir seus ensinamentos de maneira pacienciosa, e também pelos conselhos e
oportunidades, como esta de me tornar um Mestre em Biodiversidade Vegetal, que era um dos meus
grandes sonhos.
Ao Profº. M. Sc. Manoel Losada Gavilanes por ter me apresentado a Botânica, ciência que tanto
amo e na qual busco formação.
Ao Profº. Dr. Haroldo Cavalcante de Lima pelo estímulo para que continuasse a sonhar com a
minha formação em Botânica.
Ao professor Dr. Luciano Paganucci de Queiroz pelo intermédio no auxílio de minha bolsa de
estudos, sem a qual se tornaria difícil minha permanência em Goiânia e consecutiva execução da pesquisa
de mestrado.
Aos curadores dos herbários CEN, CGMS, COR, EAC, EMBRAPA, ESA, F, HISA, HJ, HUEFS,
HUFU, IAN, IBGE, INPA, IPA, K, NY, MBM, MG, MO, SP, UB, UEC, UFG e UFMT, por terem me
recebido com carinho e presteza em suas instituições ou por terem me emprestado suas valiosas coleções
para complementação dos meus estudos.
Aos Professores do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal pelos ensinamentos e
auxílios.
Aos pesquisadores e professores Dra. Ana Paula-Fortuna Perez (Universidade Federal de Ouro
Preto), Dra. Edivani Villaron Franceschinelli (Universidade Federal de Goiás), Dr. Marcelo Simon
(Cenargem), Dra. Reseli Lopes Bortoluzzi (UDESC-Universidade de Santa Catarina) e Dra. Vera Lúcia
Gomes Klein (Universidade Federal de Goiás) pelas valiosas sugestões ao meu trabalho de mestrado.
Aos colegas do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Vegetal, da Universidade Federal
de Goiás, especialmente ao Carlos Melo, José Neiva, Márcia Yurico, Túlio Freitas e Yada Anderson pela
agradável companhia, atenção e bons momentos.
Aos meus padrinhos Meirilane, Reginaldo e Ana Carolina que sempre me deram força e
conselhos.
Aos meus primos, especialmente a Ana Luiza, Barbara, Bruno, Bruno Carvalho, Calebe, Carlos
Antônio, Claudio, Cristiane, Dudu, Emílio, Gabriela, Graziele, Jean, Jeanelly, Jeanne Carolina, Lúcia
Maria, Lúcia, Lucimeire, Lúcio Antônio, Miralva, Rafael Carvalho, Rian, Rodolfo, Rosiane, Rubinéia,
Rutinéia, Saulo, Silvan, Thiaguinho, Vera Lúcia, Verônica e Wanderson por estarem sempre presentes me
encorajando e me ajudando conforme as suas possibilidades.
Aos meus tios Juraci, Adonai e Carlos Almica “in memorian”, além de Antônio, Arlinda, Auzito,
Benedito, Blair Ribeiro, Carlos, Carmélia, Etevaldo, Isabel, Ivan, Izabel, João, Linda, Eliane, Maria
Emília, Marlene, Mauro, Miralva, Nega, Sibele, Tia Zenilda, Tio Damião, Tio Lê, Walter e Zezito por
todo carinho, sempre presteza e estímulo.
Aos professores que passaram por minha vida deixando seus ensinamentos e também sua amizade
e confiança como: Carlos, Dalbia Garcia, Déia, Divina “in memorian”, Ediane, Índio, Claudete, Luciene,
Lucila, Marilda Fontes, Marilda da Garça, Neusinha, Terezinha, Tia Maristela, Vera Lúcia, e aos demais
professores e funcionários da Escola Estadual Paula Carvalho, Coronel José Garcia Pereira e Engenheiro
Adelmar pelo conhecimento, a amizade e auxílio em distintas.
Aos meus amigos companheiros Angélica Camilo, Adriana Castro, Bianca Lemos, Bila “in
memorian”, Camila Stefânia, César Egídio, Cíntia, Dorinha, Darci, Eveline, Igor Carvalho, João Paulo,
Jonas, Lé, Luan, Lúcia, Marco Antônio, Marcos Vinícius (Dega), Maria do Mozar, Maria do Seu João da
Vila, Mozar “in memorian”, Neco, Pierre, Seu João, Sérgio Carvalho, Simone, Terezinha, Thuane, Lena,
Lorena, Wisman e seus respectivos familiares por sempre me apoiarem, especialmente Rodrigo, Rogério,
Seu Antônio e Dona Sida.
Aos Prefeitos de Iguatama, Minas Gerais, Gestão 2007-2013, Sr. Manoel Bibiano e Sr. Leonardo
Muniz de Carvalho, e suas respectivas equipes, por terem colaborado de diferentes formas para minha
formação, especialmente ao amigo Marco Antônio.
Aos funcionários e amigos da Faculdade em Meio Ambiente Alto São Francisco Ângelo Macedo,
Antônio Carlos de Mendonça, Diolinda, Farlen Geraldo, Florzino, Marina, Renata, Sandra e Tiana pelo
apoio quando da minha época de graduação e agradável companhia.
Aos meus amigos e colegas do Curso Ciências Biológicas, período 2007-2010, da Faculdade em
Meio Ambiente Alto São Francisco, especialmente Amanda Ribeiro, Camila Coutinho, Ednei Lopes,
Joyce Poleane, Lílian Rozendo, Lorena Gontijo, Mariana Teixeira, Messias e Thiago Ruan, bem como,
Gleice, Izabela Gonçalves, Kelley Taiara, Luciana Goulart, Mateus, Renata Taiara e Yanco, pela
agradável companhia e interessantes discussões.
Aos professores da Faculdade em Meio Ambiente Alto São Francisco Andréia Capaneli, Emerson,
Fernando Sergio Barbosa, Karine Bicalho, Lívia, Lucivane Lamounier, Manoel Losada Gavilanes,
Patrícia Lage, Riquelme Geraldo, pelos ensinamentos indispensáveis à minha formação como Biólogo,
apoio e crédito.
Aos amigos de Rio das Ostras, Fábio Carvalho, Flávio Fontes, Marta e Vinícius Macedo, por
terem me dado apoio, atenção e a oportunidade de apreender quando da minha capacitação profissional
em Consultoria Ambiental.
Aos meus colegas do Laboratório de Morfologia e Taxonomia Vegetal da Universidade Federal de
Goiás, Alessandro A. O. Souza, Cátia, Celini, Francielly Carla, Gustavo, Ikio Aline, José Eustáquio do
Carmo Junior, Lorena Antunes, Luciene, Marco Antônio, Murilo M. Dantas, Rodolfo Carneiro Sodré,
Rodolph Sartin e Sandro pelo agradável convívio e apoio e contribuição ao meu crescimento pessoal e
profissional.
Ao Senhor José Marcos (responsável) pelo Setor de Transporte da UFG bem como a sua equipe de
profissionais por terem viabilizado minhas coletas ou me transportado durante elas aos mais belos lugares
de Goiás.
Aos funcionários do ICB I e IV, especialmente a Tizuko, Rafael, Fernando e Gleice por viabilizar
a tramitação das questões relativas à documentação de solicitação de viagens e afins.
Ao Cristiano Gualberto e Vinícius Yano pelas belíssimas ilustrações botânicas do meu trabalho.
A todos amigos, colegas ou conhecidos de Iguatama e outros lugares pelo apoio incondicional aos
meus estudos, quer de maneira financeiramente ou logística, ou simplesmente pela carinhosa e atenção.
Meus Sinceros Agradecimentos!!!!!
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
RESUMO GERAL Pag.
1. Introdução ....................................................................................................................... 1
2. Revisão de Literatura ...................................................................................................... 4
2.1. Histórico do gênero Senna Mill ............................................................................... 4
2.2. Estudos Morfológicos e Biológicos em Senna ........................................................ 6
2.3. Representatividade em floras .................................................................................. 7
3. Referências bibliográficas ............................................................................................... 8
MANUSCRITOS 14
MANUSCRITO I 15
Sinopse taxonômica do gênero Senna Mill. (Leguminosae, Caesalpinioideae,
Cassieae) para a região Centro-Oeste do Brasil ............................................................. 16
Resumo ............................................................................................................................... 18
Abstract .............................................................................................................................. 18
Introdução .......................................................................................................................... 19
Material e métodos ............................................................................................................ 19
Resultados e Discussão ...................................................................................................... 20
Chave para identificação das espécies de Senna ocorrentes na Região Centro-Oeste
............................................................................................................................................. 24
1. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ................................................ 27
2. Senna alata (L.) Roxb. .................................................................................................... 27
3. Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby ........................................................ 27
3.1. Senna cana var. cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby .................................. 28
3.2. Senna cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ...................... 28
4. Senna cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby .................................................................. 28
5. Senna chrysocarpa (Desv.) H.S. Irwin & Barneby ......................................................... 29
6. Senna corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................. 29
6.1. Senna corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby var. corifolia ................................. 29
6.2. Senna corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby ...................... 29
7. Senna georgica var. georgica H.S. Irwin & Barneby ...................................................... 30
8. Senna hilariana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................ 30
9. Senna hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby ..................................................................... 30
9.1. Senna hirsuta var. hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby ......................................... 31
9.2. Senna hirsuta var. hirta H.S. Irwin & Barneby ..................................................... 31
9. 3. Senna hirsuta var. leptocarpa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................ 31
9.4 Senna hirsuta var. puberula H.S. Irwin & Barneby .............................................. 32
10. Senna latifolia (G. Mey.) H.S. Irwin & Barneby .......................................................... 32
11. Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby ....................................... 32
11.1. Senna macranthera var. macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby
......................................................................................................................................... 33
11.2. Senna macranthera var. micans (Benth.) H.S. Irwin & Barneby .......................... 33
11.3. Senna macranthera var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ......................... 34
11.4. Senna macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................ 34
12. Senna macrophylla var. gigantifolia (Britton & Killip) H.S. Irwin & Barneby ............ 35
13. Senna mucronifera (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ....................................... 35
14. Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................ 35
14.1 Senna multijuga var. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby ............................ 36
14.2 Senna multijuga var. lindleyana (Gardner) H.S. Irwin & Barneby ..................... 36
15. Senna neglecta var. grandiflora H.S. Irwin & Barneby ................................................ 37
16. Senna oblongifolia (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ....................................................... 37
17. Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................... 37
18. Senna occidentalis (L.) Link ......................................................................................... 38
19. Senna paradictyon (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ....................................................... 38
20. Senna paraensis (Ducke) H.S. Irwin & Barneby .......................................................... 38
21. Senna pendula (Humb. & Bonpl. ex Willd.) H.S. Irwin & Barneby ............................ 39
21.1. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................... 39
21.2. Senna pendula var. paludicola H.S. Irwin & Barneby ......................................... 39
21.3. Senna pendula var. tenuifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................ 40
22. Senna pentagonia var. valens H.S. Irwin & Barneby ................................................... 40
23. Senna pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 40
23.1. Senna pilifera var. pilifera ................................................................................... 41
23.2. Senna pilifera var. subglabra (S. Moore) H.S. Irwin & Barneby ........................ 41
23.3. Senna pilifera var. tubata H.S. Irwin & Barneby ................................................ 42
24. Senna quinquangulata var. quinquagulata (Rich.) H.S. Irwin & Barneby ................... 42
25. Senna reticulata (Willd.) H.S. Irwin & Barneby ........................................................... 42
26. Senna rostrata (Mart.) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 43
27. Senna rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby ............................................................. 43
28. Senna septemtrionalis (Viv.) H.S. Irwin & Barneby ..................................................... 43
29. Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby ................................................................ 44
30. Senna silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 44
30.1. Senna silvestris var. silvestris H.S. Irwin & Barneby .......................................... 44
30.2. Senna silvestris var. guaranitica (Chodat & Hassl.) H.S. Irwin & Barneby ....... 45
30.3. Senna silvestris var. bifaria H.S. Irwin & Barneby ………….............................. 45
30.4. Senna silvestris var. unifaria H.S. Irwin & Barneby ............................................ 45
30.5. Senna silvestris var. velutina H.S. Irwin & Barneby ............................................ 46
31. Senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin & Barneby ………………………............……… 46
31.1. Senna spectabilis var. spectabilis (DC.) H.S. Irwin & Barneby ......................... 46
31.2. Senna spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby ......................... 46
32. Senna spinescens var. spinescens (Hoffmanns. ex Vogel) H.S. Irwin & Barneby ........ 47
33. Senna splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ........................................................... 47
33.1. Senna splendida var. splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby .......................... 48
33.2. Senna splendida var. gloriosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................ 48
34. Senna tapajozensis (Ducke) H.S. Irwin & Barneby ...................................................... 48
35. Senna uniflora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................... 48
36. Senna velutina (Vogel) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 49
4. Considerações Finais ..................................................................................................... 49
5. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 50
Manuscrito II 66
Sistemática e diversidade do gênero Senna Mill. 67
Resumo ............................................................................................................................... 69
Abstract .............................................................................................................................. 69
Introdução .......................................................................................................................... 70
Material e métodos ............................................................................................................ 70
Resultados e Discussão ...................................................................................................... 71
Chave para identificação das espécies de Senna ocorrentes em Goiás ......................... 72
1. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ................................................ 75
2. Senna alata (L.) Roxb. .................................................................................................... 76
3. Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby ........................................................ 79
3.1. Senna cana var. cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby .................................. 80
3.2. Senna cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ...................... 81
4. Senna cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby .................................................................. 82
5. Senna corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 83
5.1. Senna corifolia var. corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ................................. 84
5.2. Senna corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby ...................... 85
6. Senna georgica var. georgica H.S. Irwin & Barneby ...................................................... 86
7. Senna hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby ................................................................... 88
7.1. Senna hirsuta var. hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby ......................................... 89
7.2. Senna hirsuta var. hirta H.S. Irwin & Barneby .................................................... 89
8. Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby ......................................... 89
8.1. Senna macranthera var. macranthera ...................................................................... 91
8.2. Senna macranthera var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................ 91
8.3. Senna macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................... 92
9. Senna mucronifera (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby ......................................... 92
10. Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................ 94
10.1. Senna multijuga var. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby ............................. 95
10.2. Senna multijuga var. lindleyana (Gardner) H.S. Irwin & Barneby ....................... 97
11. Senna neglecta var. grandiflora H.S. Irwin & Barneby ................................................ 98
12. Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................... 98
13. Senna occidentalis (L.) Link ......................................................................................... 101
14. Senna pendula (Humb.& Bonpl.ex Willd.) H.S. Irwin & Barneby ............................... 103
14.1. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................... 104
14.2. Senna pendula var. tenuifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................ 106
15. Senna pentagonia var. valens H.S. Irwin & Barneby ................................................... 107
16. Senna pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ............................................................... 108
16.1. Senna pilifera var. pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ................................... 110
16.2. Senna pilifera var. subglabra (S.Moore) H.S. Irwin & Barneby .......................... 110
16.3. Senna pilifera var. tubata H.S. Irwin & Barneby .................................................. 111
17. Senna reticulata (Willd.) H.S. Irwin & Barneby ………………………....................... 111
18. Senna rostrata (Mart.) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 113
19. Senna rugosa (G.Don) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 114
20. Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby ................................................................ 118
21. Senna silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 119
21.1. Senna silvestris var. silvestris .............................................................................. 120
21.2. Senna silvestris var. guaranitica (Chodat & Hassl.) H.S. Irwin & Barneby ...... 122
21.3. Senna silvestris var. bifaria H.S. Irwin & Barneby .............................................. 123
21.4. Senna silvestris var. velutina H.S. Irwin & Barneby ............................................ 126
22. Senna spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby ................................... 127
23. Senna splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby ........................................................... 128
23.1. Senna splendida var. splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby .......................... 129
23.2. Senna splendida var. gloriosa H.S. Irwin & Barneby ......................................... 130
24. Senna uniflora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby ............................................................... 130
25. Senna velutina (Vogel) H.S. Irwin & Barneby .............................................................. 132
Referências bibliográficas ................................................................................................ 136
LISTA DE FIGURAS
MANUSCRITO I
Figura. 1. A-C. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby: A. ramo florido; B.
ramo com acúleos e estípulas; C. detalhe da inflorescência e brácteas; D e E. S. alata
(L.) Roxb.: D. Hábito; E. detalhe da inflorescência e brácteas; F. S. obtusifolia (L.)
H.S. Irwin & Barneby: hábito. G. S. occidentalis (L.) Link: ramo fértil; H. S. rugosa
(G. Don) H.S. Irwin & Barneby , ramo fértil. I. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin &
Barneby: hábito. Imagens: M. J. Silva ............................................................................. 53
Figura 2. Padrões de folhas e estípulas nas espécies estudadas. Folhas A. Senna alata (Pohl ex
Benth.) H.S. Irwin & Barneby; B. S. cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin
& Barneby; C. S. mucronifera (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby; D. S. multijuga
var. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby. E. S. pendula var. glabrata (Vogel) H.S.
Irwin & Barneby. F. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby. G. S.
corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby. H. S. mucronifera. I. S.
occcidentalis (L.) Link. Imagens: M. J. Silva & J. P. Santos. .......................................... 54
Figura 3. Padrões de flores nas espécies estudadas. Flores zigomorfas. I. Corola rebatida. a.
Pétala posterior. b. pétala postero-laterais. c. Pétalas antero-laterais. II. Androceu e
gineceu. 1. Estame centro- abaxial. 2 e 3. estames latero-abaxiais. 4. estames
medianos. 5. estaminódios. 6. ovário. A. Senna alata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin &
Barneby; B. S. cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby; C. corifolia var. caesia (Taub. ex
Harms) H.S. Irwin & Barneby. D. S. hirsuta var. hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby; E.
S. neglecta var. grandiflora H.S. Irwin & Barneby. F. S. occcidentalis (L.) Link. G. S.
pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby. H. S. siamea (Lam.) H.S. Irwin
& Barneby. I. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin & Barneby J. S. silvestris var.
guaranitica (Chodat & Hassl.) H.S. Irwin & Barneby. Imagens: M. J. Silva & J. P.
Santos ............................................................................................................................. 55
Figura 4. Padrões de florais e de frutos nas espécies estudadas. Flores assimétricas. I. Senna
spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby. Corola rebatida. a. Pétala
posterior. b. Pétala postero-laterais. c. Pétalas antero-laterais. II. Androceu e gineceu e.
1. Estame centro-abaxial. 2 e 3. estames latero-abaxiais. 4. estames medianos. 5.
estaminódios. 6. ovário. Flores. A. S. spectabilis var. excelsa. Frutos. B. S. aculeata
(Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby. C. Senna alata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin &
Barneby. D. S. cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby. E. S.
corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby. F. S. rugosa (G. Don)
H.S. Irwin & Barneby. G. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin & Barneby. Imagens: M.
J. Silva & J. P. Santos. ...................................................................................................... 56
Figura 5. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Estípula. 3-4. S.
alata (L.) Roxb.: C. Folha; D. Estípula. E-F. S. cana var. cana (Nees & Mart.) H.S.
Irwin & Barneby: E. Folha; F. Nectário foliar. G e H. S. cana var. hypoleuca (Mart. ex
Benth.) H.S. Irwin & Barneby: G. Folha; H. Nectário foliar. I e J. S. cernua (Balb.)
H.S. Irwin & Barneby: I. Folha; J. Nectário. K e L. S. chrysocarpa (Desv.) H.S. Irwin
& Barneby: K. Folha; L. Nectário foliar (A e B: J. P. Santos & J. Neiva Neto 291 –
UFG; C e D: J. P. Santos 17 – UFG; E e F: H. S. Irwin et al. 14487 – MO; G e H: J. P.
Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 385 – UFG; I e J: J. P. Santos 424 – UFG; K e L:
L. D. Caliente 174 – HISA). ............................................................................................. 57
Figura 6. A e B. S. corifolia var. corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Nectário
foliar. C e D. S. corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby: C.
Folha; D. Nectário foliar. E e F. S. georgica var. georgica H.S. Irwin & Barneby: E.
Folha; F. Nectário foliar. G e H. S. hilariana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby: G. Folha;
H. Nectário foliar. I e J. S. hirsuta var. hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby: I. Folha; J.
Nectário foliar. (A e B: J. P. Santos et al. 282 – UFG; C e D: J. P. Santo, M. J. Silva &
M. M. Dantas 386 – UFG; E e F: J. P. Santos 420-b – UFG; G e H: G. Hatschbach et
al. 46209 – NY; I e J: J. P. Santos et al. 509 – UFG). .................... 58
Figura 7. A e B. Senna hirsuta var. hirta H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Nectário foliar. C e
D. S. hirsuta var. leptocarpa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby: C. Folha; D. Nectário
foliar; E. Face adaxial do folíolo; F. Face abaxial do folíolo. G-J. S. hirsuta var.
puberula H.S. Irwin & Barneby: G. Folha; H. Nectário foliar. I. Face adaxial do
folíolo; J. Face abaxial do folíolo. K e L. S. latifolia (G. Mey.) H.S. Irwin & Barneby:
K. Folha; L. Nectário foliar. M-O. S. macranthera var. macranthera (DC. ex Collad.)
H.S. Irwin & Barneby: M. Folha; N. Nectário foliar; O. Sépala interna. P-R. S.
macranthera var. micans (Benth.) H.S. Irwin & Barneby: P. Folha; Q. Nectário foliar;
R. Sépala interna. (A e B: J. Neto Neiva 1 – UFG; C-F. D. K. Naguchi et al. 147 –
CGMS; G-J: C. N. da Cunha et al. 1046 – UFMT; K e L: V. C. Souza 1355 – ESA; M-
O: J. P. Santos & M. J. Silva 811 – UFG; P-R: L. F. Boabaid 1 – COR).......................... 59
Figura 8. A-C. Senna macranthera var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B.
Nectário foliar; C. Sépala interna. D-F. S. macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin
& Barneby: D. Folha; E. Nectário foliar; F. Sépala interna. G e H. S. macrophylla var.
gigantifolia (Britton & Killip) H.S. Irwin & Barneby: G. Folha; H. Nectário foliar. I e
J. S. mucronifera (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby: I. Folha; J. Nectário foliar.
K-M. S. multijuga var. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby: K. Folha; L. Nectário
foliar; M. Estípula. N-P. S. multijuga var. lindleyana (Gardner) H.S. Irwin & Barneby:
N. Folha; O. Nectário foliar. P. Estípula. (A-C: J. P. Santos & M. M. Dantas 379 –
UFG; D-F: A. A. Santos et al. 6041 – CEN; G e H: A. Krukoff 1570 – IPA; I e J: J. P.
Santos et al. 450 – UFG; K-M: J. P. Santos et al. 426 – UFG; N-P: J. A. Rizzo 8981 –
UFG). ................................................................................................................................ 60
Figura 9. A e B. Senna neglecta var. grandiflora H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Nectário
foliar. C e D. S. oblongifolia (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: C. Folha; D. Nectário
foliar. E e F. S. obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby: E. Folha; F. Nectário foliar. G e
H. S. occidentalis (L.) Link: G. Folha; H. Nectário foliar. I e J. S. paradictyon (Vogel)
H.S. Irwin & Barneby: I. Folha; J. Estípula. K e L. S. paraensis (Duke) H.S. Irwin &
Barneby: K. Folha; L. Nectário foliar. (A e B: E. P. Heringer, A. E. H. Salles & F. C.
Silva 16996 – NY; C e D: Sellow 41440 – IPA; E e F: J. P. Santos & M. M. Dantas 376
– UFG; G e H: J. P. Santos &M. M. Dantas 371 – UFG; I e J: J. A. Ratter et al. 7537 –
UB; K e L: J. G. Kuhlmann 17795 – K). .......................................................................... 61
Figura 10. A-C. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B.
Nectário foliar; C. Estame latero-abaxial. D e E. S. pendula var paludicola H.S. Irwin
& Barneby: D. Folha; E. Nectário foliar. F-H. S. pendula var. tenuifolia (Benth) H.S.
Irwin & Barneby: F. Folha; G. Nectário foliar; H. Gineceu. I e J. S. pentagonia var.
valens H.S. Irwin & Barneby: I. Folha; J. Nectário foliar. K-M. S. pilifera var. pilifera
(Vogel) H.S. Irwin & Barneby: K. Folha; L. Nectário foliar; M. Antera latero-abaxial.
N-P. S. pilifera var. subglabra (S. Moore) H.S. Irwin & Barneby: N. Folha; O. Nectário
foliar; P. Antera latero-abaxial. (A-C: J. P. Santos et al. 347 – UFG; D e E: F. M. Alves
et al. 365 – CGMS; F-H: G. Pereira-Silva et al. 10738 – CEN; I e J: G. Hatschbach, A.
Schinini & E. Barbosa 70998 – MBM; K-M: J. P. Santos et al. 307 – UFG; N-P: J. A.
Rizzo 9945b – UFG). ...................................................................................................... 62
Figura 11. A-C. Senna pilifera var. tubata H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Nectário foliar;
C. Estilete e Estigma. D e E: S. quinquangulata var. quinquangulata (Rich.) H.S. Irwin
& Barneby: D. Folha; E. Nectário foliar. F e G. S. reticulata (Willd.) H.S. Irwin &
Barneby: F. Folha; G. Pecíolo e estípula. H e I. S. rostrata (Mart.) H.S. Irwin &
Barneby: H. Folha; I. Nectário foliar. J e K. S. rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby:
J. Folha; K. Nectário foliar. L e M. S. septemtrionalis (Viv.) H.S. Irwin & Barneby: L.
Folha; M. Nectário foliar. (A-C: J. P. Santos & L. L. C. Antunes 859 – UFG; C e D: V.
C de Souza et al. 15681 – ESA; J. P. Santos 900 – UFG; A. Macedo 1899 – SP; J. P.
Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 382 – UFG; L e M: A. Griffiths 5116 – NY)
.............................................................................................................................. 63
Figura 12. A e B. Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby: A. Folha; B. Fruto. C-E. S.
silvestris var. silvestris H.S. Irwin & Barneby: C. Folha; D. Folíolo; E. Face abaxial do
folíolo. F e G. S. silvestris var. guaranitica (Chodat & Hassl.) H.S. Irwin & Barneby: F.
Folíolo; G. Face abaxial do folíolo. H-K. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin &
Barneby: H. Folíolo; I. Face adaxial do folíolo; J. Face abaxial do folíolo; K. Fruto. L.
S. silvestris var. unifaria H.S. Irwin & Barneby: L. Fruto. M_P. S. silvestris var.
velutina H.S. Irwin & Barneby: M. Folíolo; N. Face adaxial do folíolo; O. Face abaxial
do folíolo; P. Sépala interna e externa. Q. S. spectabilis var. spectabilis (DC.) H.S.
Irwin & Barneby: Q. Folha. R-T. S. spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin &
Barneby: R. Corola rebatida; S. Androceu e gineceu; T. Folha. (A e B: J. P. Santos 134
– UFG; C-E: M. A. Batalha 2439 – ESA; F e G: J. P. Santos et al. 335 – UFG; H-K: J.
P. Santos & M.M. Dantas 381 – UFG; L: R. R. Silva et al. 1754 – UFMT; M_P: H.S. 64
Irwin, H. Maxwell & D. C. Wasshausen 21326 – UB; Q: Carla s/n – CGMS 11387; R-
T: J. P. Santos 259 – UFG).
Figura 13. A e B. Senna spinescens var. spinescens (Hoffmanns. ex Vogel) H.S. Irwin &
Barneby: A. Estípula; B. Folha. C-E . S. splendida var. splendida (Vogel) H.S. Irwin &
Barneby: C. Nectário foliar; D. Folha; E. Sépalas. F. S. splendida var. gloriosa H.S.
Irwin & Barneby: F. Sépalas. G e H. S. tapajozensis (Ducke) H.S. Irwin & Barneby: G.
Nectário foliar; H. Folha. I e J. S. uniflora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby: I. Nectário
foliar; J. Folha. K e L. S. velutina (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: K. Nectário foliar; L.
Folha. (A e B: V. C. Souza, C. P. Caliari & P. B. Garcia 32329 – ESA; C-E: J. A. Rizzo
& A. Barbosa 802 – UFG; F. R. C. Martins et al. 311 – UB; G e H: V. C. Souza et al.
18545 – ESA; I e J: G. Hatschbach 39108 – NY; K e L: J. P. Santos & L. L. C. Antunes 65
868 – UFG).
MANUSCRITO II
Figuras 1-5. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby: 1. Ramo florido; 2. Pétala
posterior; 3. Pétalas postero-laterais; 4. Pétalas antero-laterais; 5. Androceu e
gineceu. 6-10. S. alata (L.) Roxb.: 6. Ramo florido; 7. Pétala posterior; 8. Pétalas
postero-laterais; 9. Pétalas antero-laterais; 10. Androceu e gineceu. 11-16. S. cana
var. cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby: 11. Ramo florido; 12. Estípula; 13.
Pétala posterior; 14. Pétalas postero-laterais; 15. Pétalas antero-laterais; 16.
Androceu e gineceu. (1-5: J. P. Santos & J. Neiva Neto 291 – UFG; 6-10: J. P.
Santos 17 – UFG; 11-16: H. S. Irwin et al. 14487 – MO). .......................................... 138
Figuras 17-22. Senna cana var. hypoleuca (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby: 17. Ramo
florido; 18. Estípula; 19. Pétala posterior; 20. Pétalas postero-laterais; 21. Pétalas
antero-laterais; 22. Androceu e gineceu. 23-27. S. cernua (Balb.) H.S. Irwin &
Barneby: 23. Ramo com flores e frutos; 24. Pétala posterior; 25. Pétalas postero-
laterais; 26. Pétalas antero-laterais; 27. Androceu e gineceu. 28-33. S. corifolia var.
corifolia H.S. Irwin & Barneby: 28. Ramo florido; 29. Nectário foliar; 30. Pétala
posterior; 31. Pétalas postero-laterais; 32. Pétalas antero-laterais; 33. Androceu e
gineceu. 17-22. J. P. Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 385 – UFG; 23-27: J. P.
Santos 424 – UFG; J. P. Santos et al. 282 – UFG). .................................................. 139
Figuras 34-38. Senna corifolia var. caesia (Harms) H.S. Irwin & Barneby: 34. Ramo florido; 35.
Pétala posterior; 36. Pétalas postero-laterais; 37. Pétalas antero-laterais; 38.
Androceu e gineceu. 39-45. S. georgica var. georgica H.S. Irwin & Barneby: 39.
Ramo florido; 40. Nectário foliar; 41. Pétala posterior; 42. Pétalas postero-laterais;
43. Pétalas antero-laterais; 44. Androceu e gineceu; 45. Fruto. 46-50. S. hirsuta var.
hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby: 46. Ramo frutificado; 47. Pétala posterior; 48.
Pétalas postero-laterais; 49. Pétalas antero-laterais; 50. Androceu e gineceu. (34-38:
J. P. Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 386 – UFG; 39-45: J. P. Santos 420-b –
UFG; 46: J. P. Santos et al. 509 – UFG; 47-50: E P. Heringer 16975 – CEN). .......... 140
Figura 51. Senna hirsuta var. hirta (L.) H.S. Irwin & Barneby: 51. Ramo frutificado. 52-56. S.
macranthera var. macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby: 52. Ramo florido;
53. Pétala posterior; 54. Pétalas postero-laterais; 55. Pétalas antero-laterais; 56.
Androceu e gineceu. 57-60. S. macranthera var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin &
Barneby: 57. Folha; 58. Nectário foliar; 59. Sépala interna; 60. Fruto. 61-64. S.
macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 61. Folha; 62. Nectário
foliar; 63. Sépala interna; 64. Fruto. (51. J. Neto Neiva 1 – UFG; 52-56. J. P. Santos
& M. J. Silva 811 – UFG; 57-60. J. P. Santos & M. M. Dantas 379 – UFG; 61-64:
A. A. Santos et al. 6041 – CEN) .................................................................................. 141
Figuras 65-72. Senna mucronifera (Mart. ex Benth) H.S. Irwin & Barneby: 65. Ramo fértil; 66.
Estípula; 67. Ápice do folíolo; 68. Pétala posterior; 69. Pétalas postero-laterais; 70.
Pétalas antero-laterais; 71. Androceu e gineceu; 72. Fruto. 73-78. S. multijuga var.
multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby: 73. Ramo florido; 74. Estípula; 75. Pétala
posterior; 76. Pétalas postero-laterais; 77. Pétalas antero-laterais; 78. Androceu e
gineceu. 79 e 80. S. multijuga var. lindleyana (Gardner) H.S. Irwin & Barneby: 79.
Ramo florido; 80. Estípula. (65-72: J. P. Santos et al. 450 – UFG; 73-78: J. P.
Santos et al. 426 – UFG; 79-80 J. A. Rizzo 8981 – UFG). ........................................ 142
Figuras 81-86. Senna neglecta (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 81. Ramo florido; 82. Nectário
foliar; 83. Pétala posterior; 84. Pétalas postero-laterais; 85. Pétalas antero-laterais;
86. Androceu e gineceu. 87-92. S. obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby: 87. Ramo
florido; 88. Nectário foliar; 89. Pétala posterior; 90. Pétalas postero-laterais; 91.
Pétalas antero-laterais; 92. Androceu e gineceu. 93-98. S. occidentalis (L.) Link: 93.
Ramo fértil; 94. Nectário foliar; 95. Pétala posterior; 96. Pétalas postero-laterais;
97. Pétalas antero-laterais; 98. Androceu e gineceu. (81-86: E. P. Heringer, A. E. H.
Salles & F. C. Silva 16996 – NY; 87-92: J. P. Santos & M. M. Dantas 376 – UFG;
93-98: J. P. Santos & M. M. Dantas 371 – UFG). 143
Figuras 99-104. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 99. Ramo florido;
100. Pétala posterior; 101. Pétalas postero-laterais; 102. Pétalas antero-laterais; 103.
Androceu e gineceu; 104. Fruto. 105-108. S. pendula var. tenuifolia (Benth.) H.S.
Irwin & Barneby: 105. Pétala posterior; 106. Pétalas postero-laterais; 107. Pétalas
antero-laterais; 108. Androceu e gineceu. 109-115. S. pentagonia var. valens (Mill.)
H.S. Irwin & Barneby: 109. Ramo florido; 110. Pétala posterior; 111. Pétalas
postero-laterais; 112. Pétalas antero-laterais; 113. Androceu e gineceu; 114. Fruto;
115. Corte transversal do fruto. (99-104. J. P. Santos et al. 347 – UFG; 105-108: G.
Pereira-Silva et al. 10738 – CEN;109-115: G. Hatschbach, A. Schinini & E.
Barbosa 70998 – MBM). ................................................................................. 144
Figuras 116-121. Senna pilifera var. pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 116. Ramo florido;
117. Pétala posterior; 118. Pétalas postero-laterais; 119. Pétalas antero-laterais; 120.
Androceu e gineceu; 121. Fruto. 122-125. S. pilifera var. subglabra (S. Moore)
H.S. Irwin & Barneby: 122. Pétala posterior; 123. Pétalas postero-laterais; 124.
Pétalas antero-laterais; 125. Androceu e gineceu. 126-129. S. pilifera var. tubata
H.S. Irwin & Barneby: 126. Pétala posterior; 127. Pétalas postero-laterais; 128.
Pétalas antero-laterais; 129. Androceu e gineceu. 130-135. S. reticulata (Willd.)
H.S. Irwin & Barneby: 130. Ramo florido; 131. Pétala posterior; 132. Pétalas
postero-laterais; 133. Pétalas antero-laterais; 134. Androceu e gineceu; 135. Fruto.
(116-121: J. P. Santos et al. 307 – UFG; 122-125: J. A. Rizzo 9945b – UFG; 126-
129: J. P. Santos & L. L. C. Antunes 859 – UFG; 130-135: J. P. Santos 900 – UFG). 145
Figuras 136-142. S. rostrata (Mart.) H.S. Irwin & Barneby: 136: Ramo florido; 137. Nectário
foliar; 138. Pétala posterior; 139. Pétalas postero-laterais; 140. Pétalas antero-
laterais; 141. Androceu e gineceu; 142. Fruto. 143-148. Senna rugosa (G. Dom)
H.S. Irwin & Barneby: 143. Ramo florido; 144. Nectário foliar; 145. Pétala
posterior; 146. Pétalas postero-laterais; 147. Pétalas antero-laterais; 148. Androceu
e gineceu. 149-153. S. siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby: 149. Ramo florido;
150. Pétala posterior; 151. Pétalas postero-laterais; 152. Pétalas antero-laterais; 153.
Androceu e gineceu. (136-142: A. Macedo 1899 – SP; 143-148: J. P. Santos, M. J.
Silva & M. M. Dantas 382 – UFG; 149-153: J. P. Santos 134 – UFG). ...................... 146
Figuras 154-159. Senna silvestris var. silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby: 154. Ramo
florido; 155. Folíolo; 156. Pétala posterior; 157. Pétalas postero-laterais; 158.
Pétalas antero-laterais; 159. Androceu e gineceu. 160-166. S. silvestris var.
guaranitica H.S. Irwin & Barneby: 160. Folíolo; 161. Face adaxial; 162. Face
abaxial; 163. Pétala posterior; 164. Pétalas postero-laterais; 165. Pétalas antero-
laterais; 166. Androceu e gineceu. 167-172. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin &
Barneby: 167. Folíolo; 168. Face abaxial; 169. Pétala posterior; 170. Pétalas
postero-laterais; 171. Pétalas antero-laterais; 172. Androceu e gineceu. 173-178. S.
silvestris var. velutina H.S. Irwin & Barneby: 173. Folíolo; 174. Face adaxial do
folíolo; 175. Pétala posterior; 176. Pétalas postero-laterais; 177. Pétalas antero-
laterais; 178. Androceu e gineceu.179-183. S. spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S.
Irwin & Barneby: 179: Ramo florido; 180. Pétala posterior; 181. Pétalas postero-
laterais; 182. Pétlas antero-laterais; 183. Androceu e gineceu. (154-159: M. A.
Batalha 2439 – ESA; 160-166: J. P. Santos et al. 335 – UFG; 167-172: J. P. Santos
& M.M. Dantas 381 – UFG; 173-178: H.S. Irwin, H. Maxwell & D. C. Wasshausen
21326 – UB; 173-183: J. P. Santos 259 – UFG). ........................................................ 147
Figuras 184-189. Senna splendida var. splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 184. Ramo
florido; 185. Botão floral; 186. Pétala posterior; 187. Pétalas postero-laterais; 188.
Pétalas postero-laterais; 189. Androceu e gineceu.190-194. S. splendida var.
gloriosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 190. Botão floral; 191. Pétala posterior;
192. Pétalas postero-laterais; 193. Pétalas antero-laterais; 194. Androceu e gineceu.
195-200. S. uniflora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby: 195. Ramo fértil; 196. Pétala
posterior; 197. Pétalas postero-laterais; 198. Pétalas antero-laterais; 199. Androceu
e gineceu; 200. Fruto. 201-205. S. velutina (Vogel) H.S. Irwin & Barneby: 201.
Ramo florido; 202. Pétala posterior; 203. Pétalas postero-laterais; 204. Pétalas
antero-laterais; 205. Androceu e gineceu. (184-189: J. A. Rizzo & A. Barbosa 802 –
UFG; 190-194: F. R. C. Martins et al. 311 – UB; 195-200: G. Hatschbach 39108 –
NY; 201-205: J. P. Santos & L. L. C. Antunes 868 – UFG). ....................................... 148
RESUMO: Leguminosae é cosmopolita e a terceira maior família de angiospermas com cerca de 727
gêneros e 19.325 alocadas nas subfamílias Mimosoideae, Papilionoideae e Caesalpinioideae. No Brasil é
o táxon mais diverso com aproximadamente 171 gêneros e 2.694 espécies, embora seja ainda pouco
estudado. Caesalpinioideae destaca-se pela sistemática controversa de muito de seus táxons, como
Chamaecrista, Cassia e Senna membros da tribo Cassieae subtribo Cassiinae. Senna com 350 espécies,
280 das quais americanas, é um gênero monofilético e pouquíssimo conhecido taxonomicamente,
especialmente no Brasil onde se representa por cerca 80 espécies. Motivados pelo escasso conhecimento
taxonômico das espécies brasileiras de Senna e pela atraente e intrigante morfologia de seus táxons, esta
dissertação teve como objetivos: 1) realizar uma sinopse taxonômica para o gênero Senna na Região
Centro-Oeste, com intuito de elucidar sua diversidade na região em questão, bem como subsidiar estudo
florísticos e taxonômicos considerando a família Leguminosae; e 2) executar um estudo taxonômico para
as espécies de Senna ocorrentes em Goiás visando contribuir com a sistemática de Senna e com o
conhecimento da diversidade florística do estado de Goiás. Ambos os estudos foram baseados em
metodologias usuais em taxonomia vegetal. No primeiro estudo foram encontrados 75 táxons distribuídos
em 36 espécies, quatro subespécies e 35 variedades, sendo Mato Grosso e Goiás com 26 e 25 espécies,
respectivamente, os Estados onde o gênero se mostrou mais rico, seguido pelo Mato Grosso do Sul e
Distrito Federal com 23 e 18 espécies cada. No segundo estudo foram encontradas 25 espécies, 4
subespécies e 26 variedades sendo Senna pilifera var. tubata, S. silvestris var. guaranitica, S. splendida
var. splendida e S. splendida var. gloriosa primeiramente referenciados para o Estado de Goiás, enquanto
que S. latifolia e S. spinescens, embora citadas para Goiás, foram excluídas deste estudo, porque suas
distribuições condizem com os limites atuais do Estado de Tocantins. Para ambos os estudos são
apresentados chave para a identificação, ilustrações com caracteres diagnósticos para o reconhecimento
dos táxons, além de comentários sobre a ecologia e distribuição geográfica dos mesmos. No segundo
estudo, além das informações anteriores, são fornecidos comentários sobre relações morfológicas entre os
táxons.
Palavras-chave: Senna, Fabaceae, Cassiineae, flora do Cerrado, diversidade, taxonomia.
ABSTRACT: Leguminosae is cosmopolitan and the third largest family of flowering plants with about
727 genera and 19,325 species allocated in the subfamilies Mimosoideae, Papilionoideae and
Caesalpinioideae. In Brazil, this family, is the most diverse with approximately 171 genera and 2,694
species, although it is poorly studied. Caesalpinioideae stands out by systematic controversial of the
majority of its taxa, as Chamaecrista, Cassia and Senna members of the tribe Cassieae subtribe Cassiinae
subtribe. Senna with 350 species, 280 of which American, is a monophyletic genus and very little known
taxonomically, especially in Brazil, where it is represented by 80 species. Motivated by the limited
taxonomic knowledge of the Brazilian species of Senna and the attractive and intriguing morphology of
its taxa, this dissertation aimed to: 1) to perform a taxonomic synopsis of the genus Senna in the Midwest
Region, in order to elucidate its diversity in the region in question, as well as subsidizing floristic and
taxonomic study considering the family Leguminosae, and 2) to execute a taxonomic study of the species
Senna occurring in Goiás aiming to contribute to the systematic of the genus, as well as, with the
knowledge of floristic diversity of the Goiás state. Both studies were based on usual methods in plant
taxonomy. In the first study were found 75 taxa belonging to 36 species, four subspecies and 35 varieties,
with Mato Grosso and Goiás with 26 and 25 species respectively, the states where the genus showed more
rich, followed by Mato Grosso do Sul and District Federal District with 23 and 18 species each. In the
second study we have found 25 species, 4 subspecies and 22 varieties, being Senna pilifera var. tubata, S.
silvestris var. guaranitica, S. splendida var. splendida and S. splendida var. gloriosa new records to the
state, while S. latifolia and S. spinescens although cited for Goiás, were excluded of this study because
their distributions correspondig with the current limits of the State of Tocantins. For both studies are
presented identification key, illustrations with diagnostic characters for recognizing of the taxa, and
comments about ecology and geographical distribution of the same. In addition, in the second study, are
provided comments about morphological relationships among taxa.
Keywords: Senna, Fabaceae, Cassiineae, Flora of the Cerrado, diversity, taxonomy.
1
1. INTRODUÇÃO
cerca de 727 gêneros e 19.325 espécies, alocadas nas subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e
Papilionoideae (Lewis et al. 2005). No Brasil é a família mais diversa com aproximadamente 2.694
espécies em todos os biomas (Forzza et al. 2010). Seus representantes apresentam destacada importância
econômica, como valiosa fonte de alimentos, madeiras nobres, plantas ornamentais, melíferas, resiníferas
e taníferas, além de serem empregadas na produção de fibras, extração de óleos essenciais e compostos
sudeste asiático (Lewis et al. 2005). Caracteriza-se principalmente pelas folhas pinado ou bipinado-
compostas, flores com pré-floração imbricada ascendente, embrião com radícula estreita e sépalas livres
precisam ser revisados (Lewis et al. 2005). Entre as Caesalpinioideae a tribo Cassieae Bronn, destaca-se
com 5 subtribos (Cassiineae Bronn, Ceratoniinae H.S. Irwin & Barneby, Dialiinae H.S. Irwin & Barneby,
Duparquetiinae H.S. Irwin & Barneby e Labicheinae H.S. Irwin & Barneby) e 732 espécies. Destas
subtribos, Cassiineae é mais diversa com cerca de 660 espécies distribuídas nos gêneros Cassia L.,
Chamaecrista Moench e Senna Mill., táxons já considerados como único sob a denominação de Cassia
por Vogel (1837), Bentham (1870; 1871), Colladon (1816) e De Candolle (1825), entre outros, porém
tidos como distintos por Miller (1754) e Moench (1794) e, sobretudo, desde o trabalho de Irwin &
Barneby (1982).
Senna foi descrito por Miller (1754) para reunir as espécies com propriedades purgativas
pertencentes à Cassia. Consta de cerca de 350 espécies, 280 das quais americanas (Marazzi et al. 2006) e
as demais africanas, australianas e asiáticas. No Brasil, o gênero está representado por cerca de 80
espécies em todos os biomas, 33 das quais endêmicas (Souza & Bortoluzzi 2013), especialmente das
áreas savânicas ou rupestres do Brasil Central. Inclui espécies de hábitos variados, folhas paripinadas com
2
2 a muitos pares de folíolos opostos, estipuladas e usualmente com nectários peciolares ou entre os pares
de folíolos, flores amarelas a raramente brancas, 5-meras, zigomórficas ou assimétricas com androceu
com 6_7 (10) estames férteis e 3 estaminódios, além de frutos deiscentes ou não, e sementes piriformes a
rômbicas, uni ou bisseriadas (Irwin & Barneby 1982; Randell & Barlow 1998; Marazzi et al. 2006).
principalmente pelos filetes abaxiais não sigmoides, anteras rostradas e deiscentes por poros apicais e
pela presença de nectários extraflorais (maioria das espécies), e de Chamaecrista, principalmente pela
ausência de bractéolas, androceu zigomorfo ou assimétrico, e frutos que podem ser indeiscentes ou
Senna teve sua taxonomia estudada principalmente por De Candolle (1825), Bentham (1870;
1871) e Irwin & Barneby (1981; 1982). No entanto, De Candolle (l.c.), considerou Senna como parte de
Cassia (= Cassia subg. Senna), o que foi corroborado por Bentham (l.c.), enquanto que Irwin & Barneby
(1982) o trataram como gênero independente. No Brasil, o gênero Senna só foi monografado
taxonomicamente para a flora da Bahia (Lewis 1987), de Santa Catarina (Bortoluzzi et al. 2011), do Rio
Grande do Sul (Rodrigues et al. 2005) e de Pernambuco (Lima 1999). No entanto, informações
alguns estudos florísticos pontuais ou regionais, quer sob a denominação de Cassia (Andrade-Lima 1950;
1960; Barroso 1965; Fernandes 1962; Mattos 1983; Rambo 1953) ou Senna (Alves & Sartori 2009;
Bortoluzzi et al. 2007a; Carvalho & Martins 2007; Dantas & Silva 2013; Ducke 1953; Dutra et al. 2008;
Fernandes & Garcia 2008; Filardi et al. 2009; Garcia & Monteiro 1997; Harley & Simmons 1986; Lewis
1987; Lewis 1995; Lewis & Owen 1989; Lima 1999; Lima et al. 2007; Lima & Mansano 2011;
Mantovani et al. 1987; Oliveira et al. 2011; Pott & Pott 1994; Queiroz 2009; Queiroz et al. 2004; Rando
Em termos filogenéticos Senna é monofilético (Bruneau et al. 2001; Marazzi et al. 2006).
Entretanto, conforme Marazzi et al. (l.c.), das seis seções propostas por Irwin & Barneby (1982) para o
gênero, apenas Psilorhegma (Vogel) H.S. Irwin & Barneby é monofilética, enquanto que Chamaefistula
(Collad.) H.S. Irwin & Barneby, Peiranisia (Raf.) H.S. Irwin & Barneby e Senna são parafiléticas, e as
3
monoespecíficas Astroites H.S. Irwin & Barneby e Paradictyon H.S. Irwin & Barneby surgem inclusas
diversidade morfológica e o escasso conhecimento das Leguminosae brasileiras, Senna foi contemplado
2. REVISÃO DE LITERATURA
Senna possui história taxonômica relacionada à dos gêneros Cassia L. e Chamaecrista Moench e
tem sido assim alvo de diversas discussões entre os sistematas que o estudaram conforme os parágrafos
subsequentes.
O gênero Cassia foi estabelecido por Linnaeus (1753) na obra Species Plantarum baseado em 26
espécies, diferenciadas pelo número de folíolos, formas das estípulas, presença, número e disposição dos
Apesar de Cassia ter sido descrito por Linnaeus (1753), de acordo com Irwin & Barneby (1964)
menções a espécies de Senna, tratadas como Cassia, remontam a Grécia Antiga, quando Theophrastus
aplicou o nome “Cassia” a uma espécie com propriedades medicinais, correspondente a C. acutifolia L.
(= Senna alexandrina Mill.). Nesta mesma época, segundo Bentham (1871), Dioscorides seguiu
Theophrastus e empregou o termo “Cassia” a plantas cujas cascas apresentavam aplicações similares a de
sensu Linnaeus (1753), estabeleceu o gênero Senna baseado em S. alexandrina e S. italica Mill. No
entanto, esta opinião não foi aceita por botânicos posteriores (Persoon 1805; Colladon 1816; De Candolle
1825; Vogel 1837; Bentham 1870; 1871), os quais admitiram o conceito genérico de Linnaeus (1753)
para Cassia, excetuando-se Persoon (1805), que embora tenha citado 74 espécies para o gênero,
estabeleceu Cathartocapus baseado em C. bacillaris L.f., C. fistula L., C. grandis L.f. e C. javanica L.,
Colladon (1816) ampliou a circunscrição de Cassia reconhecendo 125 espécies alocadas nas
mencionar para o mesmo 211 espécies alocadas em oito seções (C. sect. Absus DC., C. sect. Baseophylum
DC., C. sect. Chamaecrista Breyn., C. sect. Chamaefistula DC., C. sect. Chamaesenna DC., C. sect.
Fistula DC., C. sect. Herpetica DC. e C. sect. Senna Tourn), diagnosticadas por caracteres relacionados
5
as folhas (número de folíolos, presença, disposição e número de nectários), flores (simetria, número de
estames férteis, tamanho dos estames) e frutos (tipo de deiscência, disposição das sementes), entre outros.
Vogel (1837) admirado com o elevado número de espécies reconhecidas por De Candolle (l.c.)
para Cassia admitiu o conceito infragenérico proposto por este último autor para o gênero e mencionou
para Cassia 278 espécies, 50 das quais estabelecidas por ele, além de ter propostos Senna sect.
posicionou Cassia na tribo Cassieae juntamente com os gêneros Martia Benth., Dicorya Benth., Apuleia
Benth. e Dialium L. Para Bentham (l.c.) Cassia era composto por 189 espécies distribuídas em três
subgêneros e nove seções: C. subg. Senna Benth. com as seções Senna, Chamaefistula, Oncolobium,
Prososperma e Chamaesenna; C. subg. Fistula Benth., com sua seção típica; e C. subg. Lasiorhegma
Benth. com as seções Apoucoita, Absus e Chamaecrista. Neste estudo, o autor considerou o número de
estames férteis, aspecto dos funículos nas sementes, tipo de abertura dos frutos e forma dos mesmos como
Um ano após, Bentham (1871) revisou o gênero Cassia apontando 338 espécies arranjadas nas
categorias reconhecidas por ele em 1870 e informou que Cassia se tratava de um táxon bem definido,
embora com considerável diversidade de hábito, formas de vida, tipos florais e de frutos, quando
Mais de um século após, Irwin & Barneby (1982) embasados especialmente nas peculiaridades
florais (número, tamanho e fertilidade dos estames e tipos de aberturas de suas anteras) e dos frutos
Cassia, Chamaecrista e Senna como gêneros distintos e os posicionaram na subtribo Cassiinae. Para estes
autores, Chamaecrista pode ser reconhecido principalmente pelo androceu com todos os estames férteis,
legumes deiscentes elasticamente e flores com pedicelos bibracteolados, enquanto que Cassia possui
flores com pelo menos três estames sigmoides, anteras com poros basais e frutos indeiscentes, e Senna
possui androceu com pelo menos três estaminódios e estames com deiscência poricida apical, além de
flores sem bractéolas no pedicelo e frutos indeiscentes. Neste estudo, os autores reconheceram para Senna
6
202 espécies e o subdividiram em seis seções: Astroites (1 sp.), Chamaefistula (146 spp.), Paradictyon
(1), Peiranisia (41), Psilorhegma (2) e Senna (11) e 35 séries, diferenciadas com base na distribuição
geográfica, tipos de hábitos, número de folíolos, simetria floral, padrões de venação das sépalas e pétalas,
número de estames férteis no androceu, deiscência dos frutos e arranjo das sementes nos mesmos.
Atualmente embora Senna e Chamaecrista tenham sido reconhecidos como monofiléticos por
Conceição et al. (2009) e Marazzi et al. (2006), respectivamente, a relação destes gêneros com Cassia
precisa ser reavaliada (Lewis 2005). Mesmo assim, o gênero Senna pode ser identificado também pelas
flores enantiostílicas com androceu usualmente com 3 estaminódios, sem bractéolas no pedicelo e folhas
O gênero Senna destaca-se pela diversidade morfológica inter e intraespecífica, o que dificulta a
delimitação de seus táxons. Por este motivo, trabalhos envolvendo a anatomia, fitoquímica, palinologia
Oliveira (2009) e Silva et al. (2010) em estudos fitoquímicos para espécies de Senna,
reconheceram para o gênero, antraquinonas, triterpenos pentacíclicos, alcalóides, esteroides, entre outros,
os quais podem atuar na intoxicação de animais, como alelopáticos e também inibitórios para
eofilares de dez espécies de Caesalpinioideae citaram para Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby
tricomas tectores na face abaxial dos cotilédones, compostos fenólicos, cristais de oxalato de cálcio,
foram obtidos por Rodrigues et al. (2009) para S. alata (L.) Roxb.. Tais autores mencionaram que estudos
De-Paula & Oliveira (2007) em estudos sobre a estrutura carpelar em seis espécies de Cassiinae,
trataram Senna multijuga e S. rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby e apresentaram que tais espécies
Piccinini (2008) e Carneiro (2009) apontaram que Senna alata, S. obtusifolia (L.) H.S. Irwin &
Barneby, S. multiglandulosa (Jacq.) H.S. Irwin & Barneby, S. martiniana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby
e S. occidentalis (L.) Link são usadas no tratamento de distúrbios respiratórios e estomacais; gonorréia,
malária, vermífugo, erisipela, cólera, diarreia, hepatite, fígado, cefaléia, infecções, diabetes, entre outras.
Irwin & Barneby (1982) em um estudo revisional sobre Senna referiram a importância da
morfologia e distribuição dos nectários extraflorais na taxonomia do gênero, o que também pode ser
verificado no estudo de Melo et al. (2010) que apontou o número de nectário, sua localização na folha e
sua forma, como úteis na distinção das espécies de Senna por eles abordadas.
Estudos citogenéticos realizados por Bortoluzzi et al. (2007b) indicaram para 41 espécies de
Senna, número cromossômico básico igual a 12, porém, reconheceram para o gênero os seguintes
números cromossômicos: =12, 16, 18, 22, 24, 26, 28, 32, 42, 48, 52, 56, ca. de 100 e 104, evidenciando
assim, a poliploidia como mais eficiente que a diploidia na evolução cariotípica do grupo.
Marazzi et al. (2006) em um estudo filogenético para Senna com base em três regiões do DNA
platisdial (rpS16, rpL16, e matK) o reconheceram como monofilético com 100% de bootstrap,
corroborando com os trabalhos de Bruneau et al. (2001) e Herendeen et al. (2003), estes últimos
amostrando apenas 11 espécies do gênero. Conforme Marazzi et al. (l.c.) das seis seções reconhecidas
para o gênero por Irwin & Barneby (1982), Psilorhegma foi a única a emergir como monofilética,
Além dos estudos brasileiros que mencionam espécies de Senna para a flora de áreas pontuais e ou
estaduais, conforme citado na introdução, citações de espécies de Senna são encontradas também para
floras de outras regiões e ou países, dentre as quais podemos destacar a Flora da Argentina (Bianco &
Kraus 1997; Bravo 1978; Burkart 1943, 1987; Fortunato 1999), Austrália (Randell & Barlow 1998),
Colômbia (Quiñones 2005), Índia (Singh 2001), Paraguai (Marazzi et al. 2007), Peru (Macbride 1943),
entre outras.
8
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alves, F.M. & Sartori, A.L.B. 2009. Caesalpinioideae (Leguminosae) de um remanescente de Chaco em
305-341.
Barroso, G.M. 1965. Leguminosas da Guanabara. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 18:
109-182.
Bentham, G. 1870. Cassia in: Martius Flora Brasiliensis. Reeve: London, 15 (2):82-176.
_____. 1871. Revision of the genus Cassia. Transactions of the Linnean Society 27: 503-591.
Bianco, C.A. & Kraus, T.A. 1997. Observaciones Sobre Las Espécies de Senna (Leguminosae-
Bortoluzzi, R.L. C.; Miotto, S. T. S. & Reis, A. 2011. Leguminosas-Cesalpinioideas: tribo Cassieae -
gêneros: Cassia, Chamaecrista e Senna. 1ª. ed. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 2011. v. IV. 174p.
_____., Miotto, S.T.S. & Reis, A. 2007a. Novos registros de Chamaecrista Moench e Senna Mill.
_____., Biondo, E., Miotto, S.T.S. & Schifino-Witmann, M.T. 2007b. Abordagens taxonômicas e
Biociências 5: 339-341.
Bravo, L.D. 1978. El género Cassia en la Argentina, I. Serie Aphyllae. Darwiniana 21: 343-391.
Bruneau A, Forest, F., Herendeen, P.S., Klitgaard, B.B. & Lewis G.P 2001. Phylogenetic relationships in
the Caesalpinioideae (Leguminosae) as inferred from chloroplast trnL intron sequences. Systematic
Burkart, A. 1943. Las leguminosas argentinas silvestres y cultivadas. ACME Agency, Buenos Aires,
Argentina.
_____. 1987. Senna. Pp. 510-518. in: Burkart, A. (ed.). Flora Ilustrada de Entre Ríos (Argentina).
9
Carneiro, M.R.B. 2009. A flora medicinal no Centro-Oeste do Brasil: um estudo de caso com abordagem
Carvalho, D.A. & Martins, F.R. 2007. A flora arbórea-arbustiva dos cerrados do sudoeste de Minas
Colladon L.T.F 1816. Histoire naturelle et médicale des Casses, et particulièrement de la Casse et des
Conceição, A.S., Queiroz, L.P., Lewis, G.P., Andrade, M.J.G., Almeida, P.R.M., Schnadelbach, A.S. & van
Cowan, R.S. 1981. Caesalpinioideae. Pp. 57-64 in: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds.). Advances in
Dantas, M.M. & Silva, M. J. 2013. O gênero Senna Mill. (Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae) no
De Candolle, A.P. 1825. Prodromus Sistematic Naturalis Regne Vegetabilis. Vol. 2. Paris. 489-507.
De-Paula, O.C. & Oliveira, D.M.T. 2007. Variação da Estrutura Carpelar em Seis Espécies de Cassiinae
Ducke, A. 1953. As leguminosas de Pernambuco e Paraíba. Memória do Instituto Oswaldo Cruz 51:417-
461
Dutra, V.F., Garcia, F.C.P. & Lima, H.C. 2008. Caesalpinioideae (Leguminosae) nos campos rupestres do
Parque Estadual do Itacolomi, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 547-558.
Agronomia 3:25-32.
Fernandes, J. M. & Garcia, F.C.P. 2008. Leguminosae em dois Fragmentos de Floresta Estacional
Semidecidual em Araponga, Minas Gerais, Brasil: arbustos, subarbustos e trepadeiras. Rodriguésia 59:
525-546.
Filardi, F.L.R., Garcia, F.C.P. & Okano, R.M.C. 2009. Caesalpinioideae (Leguminosae) lenhosas na
10
Estação Ambiental de Volta Grande, Minas Gerais. Revista Árvore 33: 1071-1084.
Fortunato, R.H. 1999. Senna. Pp. 728-731 in: Zuloaga, F. & Morrone, O. (eds.). Catalogo de las Plantas
Forzza, R.C., Baumgratz, J.F.A., Bicudo, C.E.M., Carvalho-Jr., A.A., Costa, A., Costa, D.P., Hopkins, M.,
Leitman, P.M., Lohmann, L.G., Maia, L.C., Martinelli, G., Menezes, M., Morim, M.P., Coelho,
M.A.N., Peixoto, A.L., Pirani, J.R., Prado, J., Queiroz, L.P., Souza, V.C, Stehmann, J.R., Sylvestre,
L.S., Walter, B.M.T. & Zappi, D. 2010. Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil. Andrea Jakobson
Garcia, F.C.P. & Monteiro, R. 1997. Leguminosae-Caesalpinioideae em uma Floresta de Planície Costeira
em Picinguaba, Município de Ubatuba, São Paulo, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São
Harley, R.M. & Simmons, N. 1986. Florula of Mucugê: Chapada Diamantina-Bahia, Brazil. Kew: Royal
Irwin, H.S. & Barneby, R.C. 1981. Cassieae. Pp. 97-106 in: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds.). Advances
_____ & _____. 1982. The American Cassiinae. A Synoptical Revision of Leguminosae, Tribe Cassieae,
Subtribe Cassiinae in New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 1-918.
Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Kew: Royal Botanic Gardens, 369p.
_____. & Owen, P.E. 1989. Legumes of the Ilha de Maracá. Royal Botanic Gardens, Kew, 88p.
_____. 1995. Leguminosae. Pp. 368-394 in: Stannard, B.L. (ed.). Flora of the Pico das Almas, Chapada
_____. 2005. Tribe Cassieae. Pp. 110-125. in: G.P. Lewis, B. Schrire, B. Mackinder & M. Lock (eds).
_____., Schrire, B., Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. Royal Botanic Gardens,
11
Kew, 577p.
Lima, J.E.G. 1999. Os gêneros Cassia L. e Senna Mill. (Leguminosae: Caesapinoidae: Cassieae) no
Lima, L.C.P., Garcia, F.C.P. & Sartori, A.L.B. 2007. Leguminosae nas Florestas Estacionais do Parque
Estadual do Itacolomi, Minas Gerais: ervas, arbustos, subarbustos, lianas e trepadeiras. Rodriguésia
58: 331-358.
Lima, J.R. & Mansano, F.V. 2011. A família Leguminosae na Serra do Buturité, Ceará: uma área de
Macbride, J.F. 1943, Leguminosae. in: Flora of Peru. Field Museum Natural History 13: 28-267.
Melo, Y., Córdula, E., Silva, R.M. & Alves, M. 2010. Morfologia de Nectários em Leguminosae senso
Mantovani, W., Custódio, F.A. & Tamashiro, J. 1987. Leguminosae. Pp. 56-64 in: Giulietti, A.M et al.
(orgs.) Flora da Serra do Cipó: caracterização e lista das espécies. Boletim de Botânica da
Marazzi, B., Endress, P.K., Queiroz, L. P. & Conti, E. 2006. Phylogenetic relationships within Senna
(Leguminosae, Cassiinae) based on three chloroplast DNA regions: patterns in the evolution of floral
_____, Fortunato, R.H., Endress, P.K. & Spichiger, R. 2007. Senna (Cassiinae, Leguminosae) in
Paraguay: synopsis, occurrence, ecological role and ethnobotany. Candollea 61: 315-329.
Moench, K. 1794. Methodus plants horti botanici et agri Marbuguensis, a stiminum situ describendi: 272.
Moreira-Coneglian, I.R. & Oliveira, D.M.T. 2006. Anatomia comparada dos limbos cotiledonares e
eofilares de dez espécies de Caesalpinioideae (Fabaceae). Revista Brasileira de Botânica 29: 193-207.
Oliveira, A.H. 2009. Atividade Antimicrobiana e Imunológica in vitro dos Extratos de Senna reticulata
(Willd.) Irwin & Barneby (mata-pasto) e Vismia guianensis (Aubl.) (lacre), Universidade Estadual
12
Oliveira, J., Junqueira, D.I., Rando, J.G. & Moura, T.M. 2011. Listagem das Leguminosae-
Caesalpinioideae no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás, Brasil. Revista Brasileira de
Biociências 9: 421-427.
Piccinini, G. C. 2008. Plantas medicinais utilizadas por comunidades assistidas pelo programa de saúde da
Pott, A. & Pott, V.J. 1994. Plantas do Pantanal. Brasília: Embrapa, 320p.
Quiñones, L.M. 2005. Leguminosae subfamília Caesalpinioideae. Pp. 301-328. in: Forero, E. & Romero,
_____., L.P., Mello-Silva, R. & Appezzato, B. 2004. Subfamília Caesalpinioideae. in: Queiroz, L.P. de.
Rambo, B. 1953. Estudo comparativo das leguminosas riograndenses. Anais Botânicos do Herbário
Randell, B.R. & Barlow, B.A. 1998. Senna. Flora of Australia 12: 89-138.
Queiroz”. 53p.
Rodrigues, R.S., Flores, A.S., Miotto, S.T.S. & Baptista, L.R.M. 2005. O gênero Senna (Leguminosae-
Rodrigues, I.M.C., Souza Filho, A.P.S., Ferreira, F.A., Ilkiu-Borges, F. & Gurgel, E.S.C. 2009. Anatomia
Silva, F.O, Oliveira, I.R; Silva, M.G.V. & Braz-Filho, R. 2010. Constituintes Químicos das Folhas de
13
Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby var. excelsa (Schrad.) Irwin & Barneby. Química Nova
33(9): 1874-1876.
Silva, M.J. & Tozzi, A.M.G.A. 2010. Caesalpinioideae Pp. 17-41 in: Fiuza, M.M.R., Barros, F., Chiea,
S.A.C., Kirizawa, M., Jung-Mendaçolli, S.L. & Wanderley, M.G.L. (eds.). Flora Fanerogâmica da Ilha
Singh, V. 2001. Monograph on Indian subtribe Cassiinae (Caesalpiniaceae). Scientific Editions Jodhpur,
India.
Souza, V.C. & Bortoluzzi, R.L.C. 2013. Senna in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico
MANUSCRITOS
15
MANUSCRITO I
A ser enviado ao
periódico:
17
Sinopse taxonômica do gênero Senna Mill. (Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae) para a região
Centro-Oeste do Brasil1
1
Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em
Biodiversidade Vegetal da Universidade Federal de Goiás.
2
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral,
Campus Samambaia II, CP. 131., 74001-970, Goiânia, GO, Brasil.
3
Autor para correspondência: josimariguatama@yahoo.com
18
Introdução
Senna pertence à tribo Cassieae, subtribo Cassiinae juntamente com os gêneros Chamaecrista
Moench. e Cassia L., dos quais se diferencia pelos estames heteromórficos com filetes não sigmóides,
flores sem bractéolas no pedicelo, folhas usualmente com nectários entre os pares de folíolos e frutos
indeiscentes ou tardiamente deiscentes (Irwin & Barneby 1982). Possui distribuição pantropical e reúne
cerca de 350 espécies agrupadas em 6 seções e 38 séries (Irwin & Barneby 1982; Randell 1988), mas
embora seja monofilético e irmão de Cassia, a maioria de suas infracategorias não o são (Marazzi et al.
(2006).
No Brasil, Senna está representado por 80 espécies, 33 das quais endêmicas (Souza & Bortoluzzi
2013). Entretanto, no país sua taxonomia precisa ser acessada, pelo mesmo ser um gênero complexo e
também pelos trabalhos de Lewis (1987), Lima (1999), Bortoluzzi et al. (2011), Rodrigues et al. (2005) e
Queiroz (2009) para a Bahia, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o para o bioma Caatinga,
respectivamente, serem os principais sobre o gênero para o país, após os estudos de Bentham (1871) na
Flora Brasiliensis.
Diante da escassez de estudos sobre Senna no Brasil, é aqui fornecida uma sinopse taxonômica
para este gênero na Região Centro-Oeste com chaves para identificação e ilustrações com caracteres
diagnósticos para os táxons, além de comentários taxonômicos e biogeográficos sobre os mesmos.
Material e métodos
A Região Centro-Oeste, com uma área de 1.606.371,505 km², é a segunda maior do Brasil e
engloba os estados do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Seu relevo
compreende três feições dominantes: o Planalto Central, o Planalto Meridional e a Planície do Pantanal,
os quais juntos formam um expressivo bloco de rochas cristalinas, sobre as quais se apoiam camadas
sedimentares onde são comuns chapadas com topos planos e encostas que caem repentinamente
denominadas de serras, além de planícies, inundáveis ou não (Embrapa 1999; PNUD 2008). Seu clima é o
tropical quente e chuvoso (Köppen 1948), caracterizado por um verão chuvoso, entre os meses de outubro
a março, e um inverno seco, entre os meses de abril a setembro e sua vegetação é savânica (cerrado s. str.,
cerrado rupestre, campos limpo, sujo e rupestre) ou florestada (cerradão, veredas, florestas estacionais,
perenifólias, de galeria e ciliares), e está assentada sobre solos predominantemente do grupo latossolos,
embora também existam manchas de neossolos, areias quartzarênicas, baixadas lateríticas e calcárias,
plintossolos, entre outros, o que propicia uma flora rica e ainda pouco conhecida (Embrapa 1999; IBGE
2010; Jacomine 1969; Ribeiro & Walter 2008)
Este estudo resultou de 50 coletas, especialmente no estado de Goiás, entre outubro de 2010 a
abril de 2013, baseadas na metodologia proposta por Mori et al. (1989), observações de populações em
campo e consulta a coleções herborizadas (CEN, CGMS, COR, EAC, ESA, F, HISA, HJ, HUEFS,
20
HUFU, IAN, IBGE, INPA, IPA, K, NY, MBM, MG, MO, SP, UB, UEC, UFG e UFMT, acrônimos
conforme Thiers 2012), além de levantamento das seguintes literaturas: Irwin & Barneby (1982), Lewis
(1987), Bortoluzzi et al. (2011), Rodrigues et al. (2005) e Queiroz (2009), as quais também foram
utilizadas para a identificação dos táxons.
As terminologias empregadas para as estruturas vegetativas e reprodutivas designadas neste
estudo foram obtidas da literatura consultada e, quando necessário, complementadas por Radford et al.
(1974) e Harris & Harris (2001). As informações sobre a distribuição geográfica e habitats preferenciais
dos táxons foram retiradas a partir de coletas, de informações contidas nas etiquetas das exsicatas
consultadas e da literatura consultada para identificação dos táxons.
A abreviação das obras em que os táxons foram publicados seguem o Botanico-Periodicum-
Huntianum (Lawrence et al. 1968), Botanico-Periodicum-Huntianum/Supplementum (Bridson & Smith
1991) e o Taxonomic Literature (Stafleu & Cowan 1976-1988), enquanto que as abreviações de suas
autoridades fundamentaram-se em Brummit & Powell (1992).
Foram ilustrados os caracteres diagnósticos para a identificação dos táxons com auxílio de câmara
clara acoplada a microscópio estereoscópico Carl Zeiss, os quais foram posteriormente cobertos em
nanquim sobre papel vegetal.
Quanto às citações das coleções estudadas, selecionou-se, quando possível, pelo menos um
material testemunha para uma das unidades federativas que compõe a área estudada. Optou-se por
considerar as categorias infraespecíficas reconhecidas para o gênero por Irwin & Barneby (1982) pelas
mesmas serem tradicionalmente reconhecidas e também por este estudo tratar-se de uma sinopse.
Resultados e Discussão
Foram encontrados 74 táxons do gênero Senna na região Centro-Oeste, correspondentes a 36
espécies, 4 subespécies e 35 variedades. As espécies encontradas representam 45% e 13% daquelas
registradas para o Brasil e Américas, respectivamente. O estado do Mato Grosso se destacou com o maior
número de espécies (26), seguido de Goiás (25), Mato Grosso do Sul (23) e Distrito Federal (18).
Senna cana var. hypoleuca, S. corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby e suas respectivas
variedades, S. macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, S. neglecta var. grandiflora H.S.
Irwin & Barneby, S. pentagonia var. valens H.S. Irwin & Barneby, S. rostrata (Mart.) H.S. Irwin &
Barneby, S. silvestris var. velutina H.S. Irwin & Barneby, S. splendida var. gloriosa H.S. Irwin & Barneby
e S. uniflora (Mill.) H.S. Irwin & Barneby foram encontrados somente em Goiás, enquanto que S. hirsuta
var. puberula H.S. Irwin & Barneby, S. latifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, S. macrophylla var.
gigantifolia (Britton & Killip) H.S. Irwin & Barneby, S. paraensis (Ducke) H.S. Irwin & Barneby, S.
quinquangulata (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var. quinquangulata e S. tapajozensis (Ducke) H.S. Irwin
& Barneby foram registradas só para o Mato Grosso. Senna hilariana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, S.
21
hirsuta var. leptocarpa H. S. Irwin & Barneby e S. pendula var. paludicola H. S. Irwin & Barneby
ocorreram apenas no Mato Grosso do Sul, já S. septemtrionalis (Viv.) H.S. Irwin & Barneby se restringiu
ao Distrito Federal, no entanto, há dúvidas quanto a espécie ser ou não nativa.
Quanto ao hábito, os táxons de Senna encontrados neste estudo, variam de subarbustos a árvores.
Entre as árvores estão Senna cana (Ness & Mart.) H.S. Irwin & Barneby, S. georgica H.S. Irwin &
Barneby var. georgica, S. macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby, S. multijuga (Rich.) H.S.
Irwin & Barneby, S. silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby, S. macrophylla var. gigantifolia, S. siamea
(Lam.) H.S. Irwin & Barneby e S. spectabilis, entretanto, alguns indivíduos de S. silvestris (Fig. 1I), S.
cana e S. macranthera mostram-se arbustivos em ambientes abertos no cerrado e em bordas de florestas
estacionais, ciliares ou de galerias. Algumas destas árvores como S. siamea, S. spectabilis, S.
macranthera e S. multijuga são frequentemente cultivadas na arborização urbana pelo porte adequado e
belas flores.
Os arbustos são representados por Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, S. alata
(L.) Roxb. (Fig. 1D), S. cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby, S. chrysocarpa (Desv.) H.S. Irwin &
Barneby, S. hilariana, S. latifolia, S. neglecta var. grandiflora, S. oblongifolia (Vogel) H.S. Irwin &
Barneby, S. pendula (Humb. & Bonpl. ex Willd.) H.S. Irwin & Barneby, S. quinquangulata var.
quinquagulata, S. reticulata, S. rostrata, S. rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby (Fig. 1H), S.
septemtrionalis, S. splendida, (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, S. spinescens (Hoffmanns. ex Vogel) H.S.
Irwin & Barneby var. spinescens, S. tapajozensis (Ducke) H.S. Irwin & Barneby e S. velutina (Vogel)
H.S. Irwin & Barneby, sendo que em alguns casos, indivíduos de S. cernua, S. neglecta e S. rostrata
mostram-se subarbustivos em ambientes perturbados ou ruderais. Estes arbustos são usualmente retos ou
cespitosos, e podem ou não apresentar ramos pendentes ou apoiantes como S. chrysocarpa, S. latifolia, S.
splendida, S. spinescens, S. pendula e S. quinquangulata var. quinqungulata, inermes ou armados em S.
aculeata (Fig. 2F).
Senna hirsuta (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, S. paradictyon (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, S.
paraensis, S. pentagonia var. valens, S. pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, S. obtusifolia (Vogel)
H.S. Irwin & Barneby (Fig. 1F), S. occidentalis (L.) Link (Fig. 1G), S. mucronifera (Mart. ex Benth.)
H.S. Irwin & Barneby e S. uniflora, são subarbustos com caules usualmente delicados, eretos ou flexíveis.
De uma maneira geral, os subarbustos e os arbustos são comuns em trechos abertos do cerrado e menos
frequentemente ocorrem na borda de florestas ou no interior destas, em clareiras, além de também serem
frequentes como ruderais e invasores de culturas, principalmente de pastagens (e.g. S. hirsuta, S.
occidentalis, S. uniflora, S. obtusifolia e S. pilifera).
Os táxons estudados possuem ramos cilíndricos a angulados, glabros (maioria deles) ou com
indumento variando desde o tomentelo ao hirsuto, ou velutino (e.g. S. velutina e S. uniflora), com
coloração hialina ou ferrugínea.
22
maiores e no caso das pétalas, uma posterior, duas postero-laterais e duas antero-laterais, uma destas
últimas usualmente côncava envolvendo o sistema reprodutivo e voltada para direita ou esquerda (Fig.
4A).
O androceu é usualmente heteromórfico e composto por 10 estames, sendo 3 abaxiais, um deles
central (ausente ou vestigial em S. occidentalis) e dois laterais, 4 medianos (dois maiores e dois menores
ou todos iguais em altura) e 3 estaminódios adaxiais com lâminas planas ou onduladas como em S.
aculeata e S. alata (Fig. 4II5 e 3II5). As anteras nesses estames são menores ou maiores que os seus
filetes, abrem-se por poros apicais, e geralmente possuem bicos com exeção de S spectabilis (Fig. 4A) e
S. uniflora.
Quanto à simetria, as flores são zigomorfas em S. alata, S. aculeata, S. cernua, S. cana, S.
corifolia, S. corymbosa, S. hilariana, S. hirsuta, S. neglecta, S. paradictyon, S. pendula, S. obtusifolia, S.
occidentalis, S. reticulata, S. septemtrionalis, S. siamea e S. silvestris, enquanto que as demais são
assimétricas (e.g. S. multijuga e S. spectabilis). Estas flores são sempre pediceladas e em S. cana, S.
corifolia, S. uniflora e S. velutina o pedicelo apresenta nectário.
As inflorescências são do tipo racemo ou panícula e podem ser axilares e, ou terminais. Os
racemos são plurifloros (mais que seis flores) com flores regularmente distribuídas na raque (maioria das
espécies), agregadas a partir do terço superior de seu comprimento (S. alata, Fig. 1A, S. aculeata, S.
reticulata e S. paradictyon) ou paucifloros com 1-3, raro 4, flores, muito próxima ao ápice conferindo à
inflorescência um aspecto corimbi- ou umbeliforme (e.g. S. mucronifera, S. obtusifolia, S. paraensis, S.
pentagonia, S. pilifera, S. rostrata, S. splendida e S. uniflora). Panículas ocorrem em S. mutijuga, S.
macranthera, S. oblongifolia, S. georgica, S. siamea, S. silvestris (Fig. 1I) e S. spectabilis, e podem
possuir eixos secundários corimbiformes como em S. siamea e S. silvestris. Estas inflorescências possuem
brácteas variando de lineares a largamente elípticas, algumas das quais petaloides como em S. aculeata
(Fig. 1C), S. alata (Fig. 1E), S. paradictyon e S. reticulata.
Os frutos são indeiscentes ou tardiamente deiscentes, possuem formas, tamanhos, texturas e
coloração variadas. Quanto à forma, os frutos são usualmente planos, lineares a oblongos (e.g. S. alata e
silvestris (Figs. 4B e G), retos ou curvos (maioria das espécies), lomentáceos (e.g. S. uniflora),
subquadrangulares ou quadrangulares (S. cernua, S. georgica, S. occidentlis, S. paraensis, S. pilifera, S.
pentagonia, S. spectabilis, S. velutina e em alguns indivíduos de S. obtusifolia) ou cilíndricos (e.g. S.
pendula, S. rugosa) e outras espécies. Estes são alados em S. alata (Fig. 4C) e S. pentagonia, costados em
S. cana (Fig. 4D), S. velutina e S. paraensis ou sem costas (demais espécies).
As sementes possuem formas oblongas, quadrangulares a trapezoidais ou rômbicas com um curto
pronunciamento apical e podem se arranjar em uma (maioria das espécies) ou duas séries (S. alata, S.
hilariana, S. macrophylla, S. pendula, S. quinquangulata, S. septemtrionalis, S. silvestris var. bifaria e S.
splendida).
24
17. Nectários cilíndricos; face abaxial dos folíolos tomentosa; inflorescência com
eixo principal reto ................................... 12. S. macrophylla var. gigantifolia
17. Nectários falides; face abaxial glabra a glabrescente; inflorescência com eixo
principal flactiflexo .............................................. 7. S. georgica var. georgica
15. Folíolos com ápices obtusos a agudos e bases conspicuamente assimétricas.
18. Frutos com 14-33 cm compr.; ovário com 180-220 óvulos ....... 34. S. tapajozensis
18. Frutos com 4-9,5 cm compr.; ovário com 76-104 óvulos ............ 5. S. chrysocarpa
13. Nectários entre os dois pares de folíolos, raro apenas no primeiro par em S. macranthera e S.
pilifera.
19. Subarbustos; frutos subcompressos; sementes romboides ............................ 23. S. pilifera
19. Arbustos a árvores; frutos planos ou cilíndricos; sementes elipsoides, orbiculoides ou
oblongoides.
20. Ramos 5-angulados; androceu subisomórfico; frutos com margem espessada e valvas
lenhosas; sementes bisseriadas .............. 24. S. quinquangulata var. quinquangulata
20. Ramos cilíndricos ou subcilíndricos; androceu heteromórfico; frutos com margem
não espessada e valvas cartáceas; sementes unisseriadas.
21. Arbustos cespitosos; folíolos coriáceos; flores em racemos; frutos com valvas
flexíveis quando maduros ................................................................ 27. S. rugosa
21. Árvores ou arbustos não cespitosos; folíolos cartáceos; flores em panículas; frutos
com valvas rígidas quando maduros ......................................... 11. S. macranthera
12. Folhas com três ou mais pares de folíolos, raramente dois em S. mucronifera e S. corymbosa.
22. Arvoretas à árvores.
23. Folhas com mais de 12 pares de folíolos; pedicelo sem nectário; pétala latero-abaxial
direita falcado-oboval; panículas; frutos oblongos ................................. 14. S. multijuga
23. Folhas com (3) 4_8(_11) pares de folíolos; pedicelo com 1 ou 2 nectários na base; pétala
latero-abaxial direita largamente oboval; racemos; frutos lineares ................... 3. S. cana
22. Subarbustos a arbustos.
24. Folíolos com ápices agudos a acuminados; estípulas lenhosas e espinescentes
......................................................................................... 32. S. spinescens var. spinescens
24. Folíolos com ápices obtusos; estípulas membranáceas, cartáceas ou coriáceas, não
espinescentes.
25. Folíolos coriáceos; estípulas largamente reniformes, coriáceas ............... 6. S. corifolia
25. Folíolos papiráceos, membranáceos a cartáceos; estípulas lineares a lanceoladas, não
coriáceas.
26
26. Racemos com (1)2-3(4) flores arranjadas no ápice semelhante a uma umbela ou
corimbo.
27. Folhas com 5-7 pares de folíolos; nectário geralmente globoso-apiculado
....................................................................................................... 26. S. rostrata
27. Folhas com 3 pares de folíolos, menos frequentemente, 2; nectários de outras
formas.
28. Caule e ramos hirsutos a velutino-ferrugíneos; frutos lomentáceos ............
............................................................................................... 35. S. uniflora
28. Caule e ramos glabros a tomentelos; frutos não lomentáceos.
29. Frutos alados ou costados.
30. Plantas glabras; frutos alados ......... 22. S. pentagonia var. valens
30. Plantas indumentadas; frutos costados ................ 20. S. paraensis
29. Frutos sem alas ou costas.
31. Flores 1,5-2,3 cm compr.; pedúnculo da inflorescência quando
presente (4) 5-8 mm compr.; sépalas internas 6-9 mm compr.
............................................................................. 17. S. obtusifolia
31. Flores cm 4-6 cm compr.; pedúnculo da inflorescência quando
presente até 3,5 mm compr.; sépalas internas 12-20 mm
.......................................................................... 13. S. mucronifera
26. Racemos com mais que 6 flores regularmente distribuídas na raque32. Frutos
cilíndricos; estames latero-abaxiais conspicuamente curvos, voltado um para o
outro e para o centro da flor.
32. Folíolos oblongo-obovais ou obovais de ápice obtuso a arredondado; nectário
foliar ovoide ................................................................................. 21. S. pendula
32. Folíolos elípticos a oblongo-elípticos de ápice curto acuminado; nectário foliar
geralmente subulado.
33. Folhas com 3 ou 4 pares de folíolos; nectários cilíndricos ................
...................................................................................... 28. S. septemtrionalis
33. Folhas com 5-7 pares de folíolos; nectários cônicos................. 8. S. hilariana
34. Folíolos predominantemente obovais com ápices conspicuamente
mucronados e velutinos em ambas ou apenas na face abaxial; frutos
quadrangulares .................................................................... 36. S. velutina
34. Folíolos predominantemente oblongos com ápices obtusos e glabros;
frutos cilíndricos .......................................................... 16. S. oblongifolia
27
1. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 478. 1982.
Cassia aculeata Pohl ex Benth., Fl. Bras.15(2): 128, pl. 39. 1870.
Figs. 1A-C, 3A, 4B e 5A e B.
Espécie Neotropical registrada desde o Caribe (Cuba) até a América do Sul (Bolívia, Brasil,
Paraguai, Venezuela), Irwin & Barneby (1982). No Brasil ocorre nas Regiões Centro-Oeste (GO, MT,
MS), Nordeste (PI), Norte (TO) e Sudeste (MG) em ambientes antropizados próximos a cursos d’àgua
associadas ao cerrado s. lat. e a florestas estacionais, ciliares ou de galerias entre 10 e 700 m. (Irwin &
Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Na Região Centro-Oeste é encontrada em ambientes
semelhantes ao de sua distribuição no país, porém é mais frequente em ambientes antropizados
associados ao cerrado s. lat.
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: Goiânia, pasto próximo a avenida que dá acesso ao
Bairro Nossa Morada, 9/II/2012, fl., J. P. Santos & J. Neiva Neto 291 (UFG). Mato Grosso: Poconé, ca.
de 120 km da Rodovia Transpantaneira, Fazenda Santa Isabel, 23/VIII/1992, fl., A. L. do Prado et al.
5411 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Baía do Cocho, Fazenda Leque, 19º14`S, 57º03`W, 95 m,
15/II/1990, fl. fr., V. J. Pott et al. 1293 (UB).
3. Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 226. 1982.
Cassia cana Nees & Mart. Nova Acta Phys. Med. Acad. Caes. Leop.-Carol. Nat. Cur. 12: 34. 1824
Espécie brasileira dispersa em todas as regiões, com exceção da Região Sul. Irwin & Barneby
reconheceram para a mesma cinco variedades, duas das quais foram encontradas neste estudo.
28
3.2. Senna cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New. York Bot. Gard.
35: 230. 1982.
Cassia hypoleuca Mart. ex Benth., Fl. Bras. 15 (2):117.1870.
Figs. 2B, 4D e 5G e H.
Distribuí-se pela Bahia, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Tocantins habitando
em bordas e interiores de florestas estacionais, cerrado s. str., e caatinga, sobre solos areno-pedregosos,
afloramentos rochosos de arenito e quartzito entre 900-1300 m (Irwin & Barneby 1982; Souza &
Bortoluzzi 2013).
Material examinado. BRASIL. Goiás: Alto Paraíso de Goiás, estrada de terra, após o fim asfalto, que leva
à Vila São Jorge nas, 20/IV/2012, fl, J. P. Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 385 (UFG).
4. Senna cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 419. 1982.
Cassia cernua Balb. Cat. Hort. Taur. 22. 1813.
Figs. 3B e 5I e J.
Espécie sulamericana com ocorrência na Venezuela, Paraguai e Brasil (Irwin & Barneby 1982),
sendo neste último encontrada em todas as regiões (BA, DF, ES, GO, MG, MS, PA, PR, RJ, SP) em
bordas de florestas estacionais, pastagens e beiras de estradas. Neste estudo, foi encontrada em cerrado s.
lat., pastagem, e em bordas de floresta ciliar e estacional sobre solos argilosos e em afloramentos de
rochas, no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul, sendo neste último, aqui citada primeiramente.
Material selecionado examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Bacia do Rio São Bartolomeu,
9/IV/1982, E. P. Heringer 6757 (NY). Goiás: Goiânia, rua que permite acesso do Itatiaia ao Nossa
29
Morada em meio à pastagem, 8/V/2012, fl. fr., J. P. Santos 424 (UFG). Mato Grosso do Sul: Bonito,
Fazenda Harmonia, Parque Nacional da Bodoquena, 7/IX/2005, fr., A. Pott & V. J. Pott 13377 (CGMS).
5. Senna chrysocarpa (Desv.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 171. 1982.
Cassia chrysocarpa Desv. J. Bot. Agric. 3: 72. 1814.
Fig. 5 K e L
Espécie sulamericana (Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela), Irwin &
Barneby (1982). No Brasil é citada de norte a sul (AL, AP, BA, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RN, RO, RR
e SP) ocorrendo em bordas de florestas litorâneas ou interioranas, incluindo as da Amazônia, e áreas
abertas da caatinga e do cerrado (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo foi
registrada para o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em área de florestas estacionais em regeneração, e é
primeiramente referida para o estado de Pernambuco.
Material selecionado examinado. BRASIL. Mato Grosso: Santo Antonio de Leverger, Fazenda
experimental da UFMT, 10/IX/1996, fl., H.B.N. Borges 35435 (UEC). Mato Grosso do Sul: Três Lagoas,
Horto Palmito, 29/IV/1993, fl., Caliente, L.D. 174 (HISA).
Material adicional examinado: Tocantins: Santa Isabel, Ilha do Bananal, Parque Nacional do Araguaia,
10 ao Norte da sede do parque, 18/VI/1979, fl., F. C. da Silva 201 (SP). Pernambuco: Cabo de Santo
Agostinho, Porto de Suape, 1/XI/1967, fl., Andradce-Lima & Medeiros-Costa 63 (IPA).
6. Senna corifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 221. 1982.
Cassia corifolia Benth. Fl. Bras. 15(2): 120. 1870.
Endêmica do Brasil com distribuição em Goiás e Minas Gerais, Irwin & Barneby (1982). Neste
estudo mostrou-se representada por duas variedades.
Chaves para as variedades de Senna corifolia presentes na Região Centro-Oeste
1. Folhas com 2 ou 3 pares de folíolos oblongo-orbiculares ou orbiculares ...................... 6.1. var. corifolia
1. Folhas com 3_6 pares de folíolos predominantemente oblongos ....................................... 6.2. var. caesia
6.1. Senna corifolia var. corifolia
Figs. 6A e B
Táxon restrito ao Estado de Goiás (Chapada dos Veadeiros e região circunvizinha) habitando no
cerrado s. str., menos frequentemente em bordas de floresta estacional e, ou ciliar, bem como em campo
sujo, em áreas montanas entre 800_1300 m de altitude.
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: Alto Paraíso de Goiás, cerrado s. str. à direita em
direção o Vale da Lua, 20/I/2012, fr., J. P. Santos et al. 267 (UFG).
6.2. Senna corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard.
35: 222. 1982.
30
Cassia caesia Taub. ex Harms, Repert. Spec. Nov. Regni Veg., 24: 123. 1924.
Figs. 3C, 4E e 6C e D.
Encontrada em Goiás e Minas Gerais, sendo que no primeiro Estado ocorre em ambientes
similares e às vezes simpátrica a outra variedade (Irwin & Barneby 1982).
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: Alto Paraíso de Goiás, 12/IV/2012, fl., J. P. Santos, M.
J. Silva & M. M. Dantas 387 (UFG).
Material adicional examinado. BRASIL. Minas Gerais: Grão-Mogol, estrada Grão-Mogol-Cristália, ca.
de 6 km de Grão-Mogol, 16º35`47``S, 42º54`05``W, 11/VII/2001, fl. fr., V. C. Souza et al. 25694 (ESA).
7. Senna georgica H.S. Irwin & Barneby var. georgica, Mem. New York Bot. Gard. 35 (1): 193. 1982.
Cassia hoffmannseggii var. gardneriana Benth. Fl. Bras. 15(2): 104. 1870.
Fig. 6G e H
Ocorre disjuntamente em Cuba e na América do Sul (Brasil, Guiana, Paraguai e Peru). No Brasil,
é referida para as regiões Norte (AM, PA, TO), Nordeste (exceto Sergipe) e Centro-Oeste (GO, MT),
(Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo foi encontrada em bordas de florestas
estacionais, ciliares e de galeria inclusas no domínio do cerrado s. lat., entre 114-1000 m de altitude.
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: Goiânia, Setor Itatiaia na rua do mercadinho
Caçulinha, 8/III/2012, fl., J. P. Santos 420-B (UFG). Mato Grosso: Cáceres, Fazenda Baia das Pedras,
16º28`26,3``S, 58º09`19,5``W, 114 m, 1/VII/2008, fl. fr., Silva, R. R. & Da Silva, J. E. 1738 (UFMT).
Material selecionado examinado adicional. BOLIVIA. Santa Cruz: Nuflor de Chavez Province, 13 km al
Norte de la comunidad La Trancas, Camino al área de aprovechamieto 94, 16º31`13``S, 61º50`47``W, 450
m, 17/VI/1995, fl., F. Mamani & M. Saucedo 890 (USZ).
8. Senna hilariana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 396.1982.
Cassia hilariana Benth. Fl. Bras. 15(2): 108.1871.
Fig. 6I e J.
Distribuí-se pela Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina (Irwin & Barneby 1982). No Brasil é
encontrada nas Regiões Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) e Sul, em campos, pastagens e cerrado s. str.
entre 200-800 m (Irwin & Barneby 1982; Rodrigues et al. 2005; Souza & Bortoluzzi 2013).
Material selecionado examinado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: Amambaia, 15 km ao Leste, 14/II/1983,
G. Hatschbach 46209 (NY).
9. Senna hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby, Phytologia 44(7): 499. 1979.
Cassia hirsuta L. Sp. Pl. 1: 378. 1753.
Ocorre desde os Estados Unidos até a Argentina, e é referida como cultivada para a África, Ásia e
31
Austrália (Irwin & Barneby 1982; Randel 1988; Souza & Bortoluzzi 2013). No Brasil ocorre em todas as
regiões entre 70-2000 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo mostrou-se
representada por quatro, das sete variedades reconhecidas por Irwin & Barneby (l.c.).
Chave para as variedades de S. hirsuta presentes na Região Centro-Oeste
1. Folhas hirsutas ou tomentosas em ambas as faces.
2. Ramos, folhas e frutos hirsutos; frutos 11_15 cm compr., espessos e retos ............... 9.1 var. hirsuta
2. Ramos, folhas e frutos curtamente tomentosos ou ligeiramente hirsutos; frutos 15_27 cm compr.,
delgados e curvos ..................................................................................................... 9.2 var. hirta
1. Folhas puberulentas ou glabras em uma ou ambas as faces.
3. Folíolos puberulentos em uma ou ambas as faces .................................................. 9.4 var. puberula
3. Folíolos glabros em ambas as faces. ..................................................................... 9.3 var. leptocarpa
9.1. Senna hirsuta var. hirsuta
Figs. 3D e 6K e L
Táxon citado para a Bolívia, Brasil, Colômbia e Panamá, porém introduzido na Ásia e África
(Irwin & Barneby 1982). No Brasil pode ser encontrado nas regiões Norte (PA, RR), Nordeste (BA, CE,
MA) e Centro-Oeste (DF, GO), em bodas de florestas, ambientes perturbados, pastagens e áreas
agricultáveis, entre 600-900 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Está sendo
primeiramente referido aqui para o estado do Mato Grosso do Sul.
Material examinado selecionado. Brasil. Goiás: Terezópolis de Goiás, RPPN Santa Branca, 2/VII/2012,
fr., J. P. Santos et al. 509 (UFG). Mato Grosso do Sul: Dourados, 9/VI/1994, fl., M. I. Fiji 8 (CGMS).
9.2. Senna hirsuta var. hirta H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 433. 1982.
Cassia leptocarpa var. hirsuta Benth., Trans. Linn. Soc. London 27: 531. 1871.
Fig. 7A e B.
Táxon com distribuição desde o México até o Brasil, incluindo Bolívia, Colômbia e Equador
(Irwin & Barneby 1982). Ocorre em todas as regiões do Brasil, exceto a Região Sul, sendo que na Região
Centro-Oeste tem sua distribuição aqui ampliada para o Mato Grosso do Sul, pois era referido por Souza
& Bortoluzi (2013) apenas para o estado de Goiás e Distrito Federal.
Material Selecionado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Área de Proteção Ambiental (APA) da
Cafuringa, Fazenda Palestina, córrego da Laje, 16/VI/1997, fr., M. Aparecida da Silva 3342 (NY). Goiás:
Cristalina, acesso a saída para Palmital, 16º12`35``, 47º20`24``, 15/V/2002, fr., A. A. Santos et al. 1159
(CEN). Mato Grosso do Sul: Porto Murtinho, Rodovia BR-060 km 498, a 2 km de Nioaque,
21º12`49``S, 55º31`32``W, 2/IV/2001, fl. fr., A. L. B. Sartori et al 412 (CGMS).
9.3. Senna hirsuta var. leptocarpa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
431. 1982
32
10. Senna latifolia (G. Mey.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 143. 1982.
Cassia latifolia G. Mey. Prim. Fl. Esseq. 166. 1818.
Figs. 7K e L.
Espécie registrada para a Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela (Irwin &
Barneby 1982). No Brasil é encontrada em todos os Estados da Região Norte com exceção do Amapá e
para Alagoas, Maranhão, Piauí e Pernambuco, na Região Nordeste (Souza & Bortoluzzi 2013). Está
sendo aqui citada primeiramente para o estado do Mato Grosso, onde habita floresta estacional
semidecídua.
Irwin & Barneby (1982) e Souza & Bortoluzzi (2013) mencionaram a ocorrência de S. latifolia
para o estado de Goiás, no entanto, verificou-se a partir de análises de exsicatas que a região apontada
para ocorrência da mesma por aqueles autores, é atualmente correspondente ao Estado de Tocantins.
Material examinado. BRASIL. Mato Grosso: São Félix do Araguaia, 17/III/1997, fl., V.C. Souza et al.
14355 (ESA).
11. Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 181.
1982.
33
Cassia macranthera DC. ex Collad., Hist. Nat. Méd. Casses 99, t.8. 1816.
Espécie do Sul da América (Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela). No Brasil ocorre em
todas as regiões, habitando bordas em florestas interioranas e litorâneas, incluindo as ciliares e de
galerias, áreas abertas no cerrado, caatinga e carrasco, além de ser comumente utilizada na ornamentação
urbana.
Mostrou-se comum em todos os Estados da região estudada crescendo em ambientes similares ao
de sua distribuição no país, e representada por quatro, das oito variedades reconhecidas por Irwin &
Barneby (1982).
Chave para as variedades de S. macranthera presentes na Região Centro-Oeste
1. Caule e ramos densa e curtamente tomentoso-amarelados ou dourados; sépalas maiores com 3,5_7 mm
compr.
2. Folhas glabras ou estrigilosas ao menos na face abaxial; nectário, em geral, no primeiro par de
folíolos. ............................................................................................................ 11.1. var. macranthera
2. Folhas densa a esparsamente tomentosa em ambas as faces; nectário, em geral em ambos os pares
de folíolos.
3. Plantas arborescentes; frutos 12_36 cm compr. .................................................... 11.3. var. nervosa
3. Plantas arbustivas; frutos 7_13 cm compr. ............................................................ 11.2. var. micans
1. Caule e ramos glabrescentes ou pubescente-cinéreos; sépalas maiores com 7_14 mm compr.
.......................................................................................................................................... 11.4. var. striata
11.1. Senna macranthera var. macranthera
Fig. 7M-O
Endêmica do Brasil (BA, DF, ES, MG, MS, PR, RJ, RS e SP) sendo encontrada em florestas
litorâneas ou interioranas, incluindo de galeria ou ciliares entre 10-1450 m. Está sendo citada aqui
primeiramente para Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Material examinado selecionado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, 30 km ao Norte, região da Fercal,
15º35`S, 47º52`35``W, 900-950 m, sem data, fr., P. C. Ramos 3 (UB). Goiás: Goiânia, UFG Campus II
em frente ao ICB-I, 29/I/1988, fl., B. de Souza et al. 3 (ESA); ib., UFG Campus II, ICBI, 29/I/1988, fl., E.
G. Correia et al. 1 (ESA). Mato Grosso do Sul: Campo Grande, cerrado as UFMS, 25/X/1997, fl. A.
Sanches et al. (CGMS).
Material adicional examinado. Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 31/I/1983, fl., A. Fernandes & P.
Bezerra (EAC 11755).
11.2. Senna macranthera var. micans (Nees) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
181. 1982.
Cassia micans Nees Flora. 4: 303. 1821.
Fig. 7P-R
34
Táxon endêmico do Brasil e registrado por Irwin & Barneby (1982), Silva (2006) e Souza &
Bortoluzzi (2013) para a região Nordeste (AL, BA, CE, PB, PE, PI, RN) e Centro-Oeste (MT) crescendo
em caatinga, áreas transitórias entre esta e o cerrado, e carrasco entre 600-1500 m. Constitui uma nova
referência para os estados do Mato Grosso do Sul e Alagoas.
Material examinado selecionado. BRASIL. Mato Grosso: Poxóreu, região de Alto Coité, 30/III/2000, fl.,
Germano et al. 1452 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Serra Santa Cruz, Planalto Residual do
Urucum, 14/13/1990, fl., L. F. Boabaid 1 (COR).
Material adicional examinado. Alagoas: Pedra Talhada, 9º14`22`S, 36º25`09``W, 11/VII/2012, fl., C.
Melo-Silva 156 (UFG).
11.3. Senna macranthera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby var. nervosa, Mem. New York Bot. Gard. 35:
184. 1982.
Cassia nervosa Vogel Gen. Cass. Syn. 39. 1837.
Fig. 8A-C
Táxon, até então, referido apenas para o Brasil (BA, DF, GO, MG, MT, RJ, SP), crescendo
usualmente bordas de florestas de galeria, ciliares e estacionais, além de ser utilizada na ornamentação
urbana, entre 700-1600 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Está sendo citado
primeiramente neste estudo para o Paraguai e também para Mato Grosso do Sul, no Brasil.
Material examinado selecionado. BRASIL. Distrito Federal: Jardim Botânico de Brasília, caminho para
cantina, 15º52`S, 47º51`W, 1025 m, 17/V/1996, fr., M. G. Nobrega 455 (CEN). Goiás: Alexânia, Fazenda
Cafundó, pequeno riacho próximo a Fazenda, 16º18`35``S, 48º34`54``W, 880 m, 15/V/2002, fl., G.
Pereira-Silva et al. 7223 (CEN). Mato Grosso do Sul: Amambaí, Arredores da tribo Cuiabá, sem data,
fl., W.B.G. Garcia 13871 (UEC).
Material adicional examinado. PARAGUAI. Canindeyú: cerca del General Bernardino Caballero, 450 m,
3/II/1982, fl., F. J. Fernández Casas & J. Morelo 5859 (NY).
11.4. Senna macranthera var. striata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
185. 1982.
Cassia striata Vogel Gen. Cass. Syn. 39. 1837.
Fig. 8D-F
Reportado por Irwin & Barneby (1982), Queiroz (2009) e Souza & Bortoluzzi (2013) para as
regiões Centro-Oeste (GO), Nordeste (BA, PE) e Norte (TO) habitando no cerrado s. lat. e caatinga até
600 m. Tem aqui sua área de ocorrência ampliada para o Ceará e Minas Gerais, no Brasil, e também
Paraguai.
Material examinado selecionado. BRASIL. Goiás: Cristalina, área de empréstimo a esquerda da estrada
que dá acesso á guarita para Palmital, 16º13`16``S, 47º20`36``W, 13/V/2002, fr., A. A. Santos et al. 6041
(CEN).
35
Material adicional examinado. BRASIL. Ceará: Crato, Vila Padre Cícero, 10/VIII/2008, fl., J. R. Sousa
74 (EAC). Minas Gerais: Cabeçeira Grande, Fazenda São Bento, cachoeira do rio Bezerra, 16º01`32``S,
47º17`50``W, 12/III/2003, fl., A. A. Santos & J. B. Pereira 1920 (CEN). PARAGUAI. San Pedro:
próximo ao rio Aragaray-mí, ruta 3, 13/II/2003, fl., B. Marazzi et al. 82 (NY).
12. Senna macrophylla var. gigantifolia (Britton & Killip) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot.
Gard. 35:139. 1982.
Chamaefistula gigantifolia Britton & Killip, Ann. New York Acad. Sci., 35(3):171. 1936.
Fig. 8G e H
Frequente na porção setentrional da América do Sul (Brasil, Colômbia, Equador, Guianas, Peru e
Venezuela), sendo no Brasil predominante em áreas florestadas da Região Norte (AC, AM, RO, RR) entre
130-1300 m (Irwin & Barneby 1982) e ocasional em florestas de terra firme do Mato Grosso na divisa
com Rondônia.
Material examinado selecionado. BRASIL. Mato Grosso: source of the Jatuaraha River, Machado River
Region, XII/1931, fl., B. A. Krukoff 1570 (NY).
13. Senna mucronifera (Mart. ex Benth) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35 (1): 247.
1982.
Cassia mucronifera Mart. ex Benth., Fl. Bras. 15 (2): 116.
Figs. 2C e H; 8I e J.
Distribui-se na Bolívia, Brasil e Paraguai, sendo no Brasil, encontrada nas Regiões Centro-Oeste
(GO, MT, MS), Nordeste (BA), Norte (TO) e Sudeste (MG, SP) em cerrado s. str. e bordas ou clareiras de
florestas estacionais entre 300-1000 m de altitude (Irwin & Barneby 1982).
Material examinado selecionado. BRASIL. Goiás: Cavalcante, Fazenda Forquilha, 20/VII/2012, fl., J. P.
Santos 435 (UFG). Mato Grosso: Nova Xavantina, 400 m, 8/VI/1966, fr., H.S. Irwin & Barneby et al.
16771 (UB). Mato Grosso do Sul: Bela Vista, estrada que liga Bela Vista ao rio Jabuti, 15/II/2007, fl., K.
R. Laitart 54 (CGMS).
14. Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 492. 1982.
Cassia multijuga Rich., Actes Soc. Hist. Nat. Paris 1: 108. 1792.
Espécie Americana, mas introduzida no continente Asiático (China, Índia e Malásia) conforme
Irwin & Barneby (1982). No Brasil é comum em todas as regiões, associada a florestas litorâneas e
estacionais, embora alcance também a caatinga e o cerrado na transição com florestas e seja bastante
comum como ornamental em avenidas, escolas e parques (Irwin & Barneby 1982; Bortoluzzi & Souza
2013). Na região Centro-Oeste está representada por duas, das três subespécies (S. multijuga subsp.
36
multijuga e S. multijuga subsp. lindleyana) reconhecidas por Irwin & Barneby (l.c.).
Chave para as variedades de S. multijga ocorrentes na Região Centro-Oeste
1. Ramos usualmente com tricomas tomentoso-amarelados; estípulas triangulares com base
conspicuamente dilatada, persistentes; nectários cilíndricos a clavados, em geral, ausentes na porção
mediana das folhas. ................................................................................................... 14.1. var. multijuga
1. Ramos predominantemente glabros; estípulas lineares a subuladas, precocemente caducas; nectários
fusiformes em todos, ou na maioria dos pares de folíolos ....................................... 14.2. var. lindleyana
14.1. Senna multijuga var. multijuga
Figs. 2D; 8K-M
Repete a distribuição da espécie, sendo, portanto, o táxon mais comum na América quer como
nativo ou cultivado desde 750-1000 m (Irwin & Barneby 1982). Neste estudo foi encontrada no Distrito
Federal, em Goiás e no Mato Grosso, e está sendo citada primeiramente para o Mato Grosso do Sul,
Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins, crescendo em ambientes similares ao de sua distribuição.
Material examinado selecionado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Asa Norte, Parque Olhos d’água,
8/XI/2002, fr., J. G. A. de Paiva & S. F. de Carvalho 84 (UB). Goiás: Barro Alto, Fazenda Buritizinho, 7
km da GO-342 na região próxima ao Córrego Pombal e Rio das Almas, 14º44`S, 49º03´W, 6/VII/1992, fl.
fr., B. M. T. Walter et al. 1694 (HUEFS). Mato Grosso: Cotriguaçu, 18/IV/2004, fl., P. V. Ryn 16 (ESA).
Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Bairro Monte Castelom, 7/IX/1998, fl., L.V.C. Oliveira (CGMS
6314).
14.2. Senna multijuga var. lindleyana (Gardner) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard.
35: 498. 1982.
Cassia lindleyana Gardner. London J. Bot. 2: 341. 1843.
Fig. 8N-P
Táxon americano e principalmente brasileiro. No Brasil ocorre de norte a sul, porém de maneira
mais restrita, quando comparada com o táxon típico, e também em ambientes similares aos de ocorrência
dele (Bortoluzzi et al. 2011; Morim 2006; Souza & Bortoluzzi 2013). Além das referências anteriores, o
táxon tem sua distribuição ampliada aqui para Mato Grosso do Sul, na região estudada.
Material examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Setor de mansões internas Norte, 18/XI/1986,
fl. fr., A. A. Mireyza 17 (UB). Goiás: Mossâmedes, Serra Dourada, na ponte do córrego do Piçarrão, mata
ciliar, 2/I/2012, est., J. P. Santos et al. 296 (UFG); Ipameri, estrada de acesso a Fazenda das Pedras, a 4
km da ponte São Bento, 17°44`24``S, 48°29`07``W, fl., T. B. Cavalcanti et. al. 1945 (CEN, HUEFS);
Itumbiara, margem esquerda do Rio Paranaíba 20 km de Itumbiara seguindo rio acima, 23/IV/1973, fl., J.
A. Rizzo 8981 (UFG). Mato Grosso do Sul: Rochedo, Campo Grande, 3/II/1983, fl., A. Fernandes (EAC
11775).
Material adiconal examinado. BRASIL. Espírito Santo: Sooretama, Reserva Florestal de Sooretama,
37
19º11`49``S, 40º05`5``W, 9/VIII/1965, fr., R. P. Belém 1498 (NY). Minas Gerais: Hervália, 19/VI/1945,
fl. fr, coletor não identificado 5439 (INPA). Paraná: Antonina, rio Xaxim, 25° 25`43``S, 48°42`42``W,
15/II/1979, fl., G. Hatschbach 41975 (NY). BOLÍVIA. Santa Cruz: Santa Cruz, Jardin Botánico, A.
Krapovickas & A. Schinini 31636 (NY). ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Califórnia. Los Angeles,
14/X/1960, fl., A. Griffiths & H. A. McCandless 3897 (NY).
15. Senna neglecta var. grandiflora H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 423. 1982.
Figs. 3E e 9A e B.
Táxon endêmico do Brasil (Bahia, Goiás e Minas Gerais), ocorrendo em florestas ciliares,
próximo a afloramentos rochosos e na transição destas com o cerrado entre 121-960 m.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Corumbá de Goiás, ca. 900 m, 8/III/1978, fl., E. P. Heringer, A. E.
H. Salles & F. C. Silva 16996 (NY).
16. Senna oblongifolia (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 374. 1982.
Cassia oblongifolia Vogel. Gênesis Cass. Syn. 23. 1837.
Fig. 9C e D.
Distribui-se na Argentina, Brasil e Uruguai (Irwin & Barneby 1982), e está sendo aqui
primeiramente referida aqui para a Bolívia. No Brasil é encontrada nos seguintes estados: Amazonas,
Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catariana e
Tocantins (Souza & Bortoluzzi 2013) e está sendo citada primeiramente neste estudo para o Estado do
Mato Grosso, onde cresce em capoeira.
Material examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, sem data, fl., Sellow s/n (IPA 39958). Mato
Grosso: sem localidade, 15/12/1976, G.J. Shepherd, 4117 (MBM, UEC).
17. Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 252. 1982.
Cassia obtusifolia L. Sp. Pl. 1: 377.
Figs. 1F e 9E e F.
Espécie provavelmente americana, mas subespontânea na África, Ásia e Oceania (Irwin &
Barneby 1982; Randell 1990), habitando ambientes perturbados associados a diversos tipos vegetacionais
entre 0-1680 m (Irwin & Barneby 1982). Ocorre de norte a sul do Brasil e em todos os Estados da Região
Centro-Oeste, sendo mais frequente como ruderal ou invasora de culturas e pastagens.
Material selecionado examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Parque Nacional de Brasília,
cascalheira perto da sede, 15º53`S, 47º56`W, 5/XI/1990, fl., fr., P. C. M. Ramos 277 (UB). Goiás:
Silvânia, beira de estrada em direção ao escritório do ICMbio, 4/IV/2012. fl., fr., J. P. Santos & M. M.
Dantas 371 (UFG). Mato Grosso: Barão de Melgaço, 50 m da Baía do Acorizal, 6º15`30,3``S,
38
82º12`08``W, 140 m, 16/XI/2007, fr., R. R. Silva 1402 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Cassilândia,
várzea do rio que separa Aporé de Cassilândia, 18/III/2013, fl. fr., J. P. Santos & Antunes L. L. C 853
(UFG).
19. Senna paradictyon (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 485. 1982.
Cassia paradictyon Vogel, Gen. Cass. Syn. 45. 1837.
Fig. 9I e J.
Ocorre no Brasil e Paraguai, sendo no primeiro, registrada para as regiões Sudeste (SP) e Centro-
Oeste (MS e MT) no Chaco e em campos inundáveis e áreas associadas até 400 m (Irwin & Barneby
1982, Souza & Bortoluzzi 2013).
Material selecionado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: a 7 km da Fazenda margarida na estrada para Porto
Murtinho, 21º30`S, 56º30`W, 26/IX/1996, fl., fr., J. A. Ratter et al. 7537 (UB).
20. Senna paraensis (Ducke) Barneby & H.S. Irwin, Mem. New York Bot. Gard. 35: 245.1982.
Cassia paraensis Ducke, Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 3. 113. 1922.
Fig. 9K e L.
Registrada para a Bolívia e Brasil (Irwin & Barneby 1982), sendo neste último encontrada nas
regiões Centro-Oeste (MT) e Norte (AC, AM, RO, PA) em floresta ciliar ou de galeria e vegetação
savânica, na Amazônia (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Apesar de não ter sido
encontrado um voucher desta espécie para a Região Centro-Oeste, optou-se aqui por manter o ponto de
vista de Irwin & Barneby (1982) os quais citaram sua ocorrência para a região em questão.
Material examinado. BRASIL. Amazonas: Rio Madeira, 30/VII/1943, fl., J. G. Kuhlmann 17795 (K).
39
Roraima: Canta Galo, rio Mucajaí, 22/I/1967, fr., G. T. Prance et al. 21582 (K).
21. Senna pendula (Humb. & Bonpl. ex Willd.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
378. 1982.
Cassia pendula Willd., Enum. pl. l. 440. 1809.
Ocorre desde o México até a Argentina, como nativa (Irwin & Barneby 1982), e é introduzida
na Austrália e Europa (Randell 1988). No Brasil é encontrada em todas as regiões associadas a florestas
litorâneas e interioranas, de várzea ou terra firme, incluindo ciliares e de galerias, e também no cerrado s.
str. e na caatinga (Irwin & Barneby 1982; Silva & Tozzi 2010; Souza & Bortoluzzi 2013). Irwin &
Barneby (1982) reconheceram 19 variedades para S. pendula, três destas foram confirmadas neste estudo
conforme a chave a seguir:
Chave para as variedades S. pendula ocorrentes na Região Centro-Oeste
1. Folíolos membranáceos; estiletes 1,5-5 mm compr.; filetes latero-abaxiais 6-10 mm compr.; frutos com
mais de 15 cm compr. ................................................................................................ 21.3. var. tenuifolia
1. Folíolos cartáceos; Estilete 6-10 mm compr., filetes latero-abaxiais 11_20 mm compr.; frutos com
menos de 15 cm compr.
2. Nectário no primeiro e ocasionalmente no segundo ou até o quarto par de folíolos; sépalas internas
7,5_11 mm compr. ............................................................................................... 21.2. var. paludicola
2. Nectário somente no primeiro par de folíolos; sépalas internas 13-15 mm compr. ...............................
................................................................................................................................. 21.2. var. glabrata
21.1. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 382.
1982.
Cassia indecora var. glabrata Vogel. Gen. Cass. Syn.19. 1837.
Figs. 2E, 3G e 10A -C.
Táxon sulamericano (Brasil e Paraguai), porém cultivado na Austrália, Estados Unidos e Bahamas
(Irwin & Barneby 1982, Randel 1988). Distribui-se por todo o Brasil no cerrado s. lat., em bordas de
florestas litorâneas e interioranas, pastagens e ambientes antropizados.
Material examinado selecionado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, Guará, Horto do Guará,
4/IV/1961, fl., E. P. Heringer 8177 (UB). Goiás: Alto Paraíso, Camping Pesqueiro, 14º09`99``S,
47º37`40``W, 1154 m, 15/VI/2001, fl., L. H. Soares-Silva et al. 1067 (UB). Mato Grosso: Cáceres,
14/VII/2004, fr., J. A. Pedrosa 332 (UFMT); Cuiabá, arredores do aeroporto, 5/II/1979, fl., M. G. Silva &
A. Pinheiro 4469 (MG). Mato Grosso do Sul: Corumbá, 19º11`S, 57º28`W, 90 m, 8/VIII/1984, fl. fr., A.
Pott 1308 (UB).
21.2. Senna pendula var. paludicola (Humb. & Bonpl. ex Willd.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New
York Bot. Gard. 35: 393. 1982.
40
Cassia pendula Humb. & Bonpl. ex Willd., Enum. Pl. 1: 440. 1809.
Fig. 10D e E.
Registrado por Irwin & Barneby (1982) para a Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai,
sendo que no Brasil ocorre disjuntamente no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul em bordas de
florestas estacionais, ciliares e de galeria, ou na transição destas com áreas campestres inundáveis como
no pantanal (Irwin & Barneby 1982; Alves & Sartori 2009; Souza & Bortoluzzi 2013).
Material examinado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: Porto Murtinho, 8/V/2007, fl., F.M. Alves et al. 365
(CGMS).
21.3. Senna pendula var. tenuifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
394. 1982.
Cassia bicapsularis var. tenuifolia Benth., Fl. Bras. 15(2): 107. 1870.
Fig. 10F-H
Referido para o Brasil e Peru (Irwin & Barneby 1982). No Brasil possui distribuição principal na
Região Norte (AM, PA, RO e TO), mas adentra-se no estado de Goiás, na Região Centro-Oeste, como
verificado por Souza & Bortoluzzi (2013). É aqui citada primeiramente para o Mato Grosso onde cresce
em bordas de florestas ciliares e de galeria entre 260_1050 m.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Minaçu, encontro do córrego Mucambão com o rio Tocantins,
13º09`09``S, 48º08`44``W, 260 m, 15/VI/2006, fl., G. Pereira-Silva et al. 10738 (CEN, UFG); Leopoldo
de Bulhões, ca. 1050 m, 4/IV/2012, est., estrada em direção a cidade, J. P. Santos & M.M. Dantas 381
(UFG). Mato Grosso: Cáceres, 14/VII/2004, fr., J. A. Pedrosa 332 (UFMT).
22. Senna pentagonia var. valens H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 257. 1982.
Fig. 10I e J
Ocorre na Bahia, Maranhão, Goiás e São Paulo em áreas abertas do cerrado s. str., bordas de
florestas estacionais e ciliares e na caatinga entre 500-800 m (Irwin & Barneby 1982). Foi registrada
apenas para Goiás, neste estudo, crescendo próximo a afloramentos de calcário no cerrado s. str.
Material selecionado. BRASIL. Goiás: Campos Belos, estrada entre Campos Belos e Pouso Alto,
13º01`02``S, 46º22`19``W, 600 m, 24/IV/2001, fl. fr., R. C. Mendonça et al. 4171 (CEN, IBGE, NY).
23. Senna pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 241. 1982.
Cassia pilifera Vogel, Gen. Cass. Syn. 23. 1837.
Distribuí-se desde o México até a Argentina (Irwin & Barneby 1982), sendo no Brasil presente em
todas as regiões (Bortoluzzi et al. 2011), inclusive em todos os estados da região estudada.
Irwin & Barneby (l.c.) reconheceram três variedades para S. pilifera, as quais ocorrem no Centro-
Oeste e podem ser identificadas na chave abaixo.
41
24. Senna quinquangulata (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var. quinquangulata, Mem. New York Bot.
Gard. 35: 153. 1982.
Cassia quinquangulata Rich. Actes Soc. Hist. Nat. Paris 1: 108. 1792.
Fig. 11D e E
Distribuí-se desde o México a Bolívia (Irwin & Barneby 1982), sendo no Brasil encontrado de
norte ao sudeste, embora, seja mais frequentemente nas regiões Centro-Oeste (MT), Norte (Roraima,
Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia) e Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco), associada a florestas litorâneas ou interioranas, mas também em trechos savânicos na
Região Amazônica (Irwin & Barneby 1982; Lima 1999; Souza & Bortoluzzi 2013). Em concordância
com Souza & Bortoluzzi (2013) a ocorrência deste táxon foi confirmada para o Mato Grosso.
Material examinado. BRASIL. Mato Grosso: Matupá, BR-080. Agropecuária Cachinho. Fazenda São
José, Cemitério dos Cavalos, 10º12`S, 54º47´W, 25/IV/1997, fl., V. C. de Souza et al. 15681 (ESA).
25. Senna reticulata (Willd.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 458. 1982.
Cassia reticulata Willd., Enum. Pl. 1: 443. 1809.
Fig. 11F e G
Ocorre desde o México até Bolívia (Woodson 1951; Irwin & Barneby 1982). No Brasil é registrada
para as regiões Centro-Oeste (MT, MS), Norte (AC, AM, AP, PA, RO), Nordeste (BA, CE, MA, PE, PI)
conforme Irwin & Barneby (1982), Queiroz (2009) e Souza & Bortoluzzi (2013), e está sendo aqui
primeiramente referenciada para a Região Sudeste (MG, SP) e para o Estado de Goiás, na Região Centro-
Oeste. Irwin & Barneby (l.c.) referiram este táxon para o estado de Goiás, no entanto, analisando a
coleção indicada por eles como voucher verificamos que o município de Filadélfia, onde a planta foi
coletada, pertence atualmente ao estado de Tocantins.
Material selecionado. BRASIL. Goiás: Goiânia, Campus II da UFG em frente ao Centro de aulas B,
43
20/04/2013, est., J. P. Santos 900 (UFG) Mato Grosso: Poconé, Pantanal, Rio Pixaim. 16°45`S, 56°51`W,
27/X/1991, fl., B. Dubs 1251 (NY). Mato Grosso do Sul: Paranaíba, Fazenda Nova Ponte, 16/04/2004,
fl., E.L. Jacques 1306 (CGMS).
Material adicional examinado. Tocantins: Filadélfia, 10/VII/1955, fl., fr., sem col. (4028 SP).
26. Senna rostrata (Mart.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 528. 1982.
Cassia rostrata Mart., Verh. Vereins Beford. Gartenbaues Konigl. Preuss. Staaten 3: 99. 1827.
Fig. 11H e I
Ocorre no Paraguai e no Brasil, sendo neste último encontrada em Minas Gerais, na Bahia e em
Goiás, crescendo em capoeiras, cerrado e cerradão entre 800-900 m (Irwin & Barneby 1982).
Material examinado. BRASIL. Goiás: Jataí, Queixada, 5/VII/1899, fl. fr., M. Macedo 1899 (NY, SP, US).
27. Senna rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 188. 1982.
Cassia rugosa G. Don, Gen. Hist. 2: 440. 1832.
Figs. 1H, 4F, 11J e K
Espécie Sulamericana, Bolívia, Brasil e Paraguai, (Irwin & Barneby, 1982). No Brasil é
encontrada de norte a sul, especialmente em trechos abertos de cerrado s. lat., em capoeiras de florestas
estacionais e como ruderal e invasora de culturas. Na região Centro-Oeste é bastante comum em todos os
estados nos ambientes citados anteriormente.
Material selecionado examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, próximo ao Palace Hotel,
13/V/1966, fl. fr., D. R. Hunt & J. F. Ramos 5464 (UB). Goiás: Chapadão do Céu e Mineiros, Parque
Nacional das Emas, 17º49`-18º28`S e 52º39`-53º10`W, 04/I/1999, fr., M. A. Batalha 5658 (ESA). Mato
Grosso: Barra do Garça, 500 m, 4/III/1973, fl., W. R. Anderson 9682 (UB). Mato Grosso do Sul: Três
Lagoas, 7/VI/1993, fr., A. Caliente et al. 503 (UB).
28. Senna septemtrionalis (Viv.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 365. 1982.
Cassia septemtrionalis Viv., Elench. Pl. 14. 1802.
Fig. 11L e M
Espécie nativa da América (México até a Argentina) e introduzida na África, Ásia e Austrália
(Irwin & Barneby 1982, Randell 1988). No Brasil ocorre disjuntamente no Distrito Federal e Santa
Catarina (Irwin & Barneby 1982, Souza & Bortoluzzi 2013) habitando florestas litorâneas, incluindo
ciliares e galeria.
Material examinado: BRASIL: Distrito Federal: Brasília, 20 km a Noroeste do córrego Landin, 900 m,
4/III/1966, fl., H.S. Irwin et al. 15611 (NY).
44
29. Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 98. 1982.
Cassia siamea Lam., Encycl. 1 (2): 648. 1785.
Figs. 3H, 12A e B
Originária da Ásia, mas introduzida em diversos países do mundo (Irwin& Barneby 1982; Randell
1989). No Brasil é registrada de norte a sul na ornamentação urbana pelo seu porte satisfatório, belas
folhagens e flores. Na Região Centro-Oeste é comum em todos os estados.
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: Goiânia, estrada de Goiânia para Anápolis,
26/XI/1976. fl., G. J. Shepherd et al. 3582 (MBM). Mato Grosso: Barra do Garça, Friboi, rua de terra
perto da Vila Militar, 23/X/2006, fl., K. Peixoto & O. Peixoto 40 (CGMS). Mato Grosso do Sul: Campus
da UFMS, 20/III/2013, fl., J. P. Santos & Antunes L. L. C. 857 (UFG).
30. Senna silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 87. 1982.
Cassia silvestris Vell. Fl. Flumin. 169. 1829.
Espécie com distribuição na América do Sul (Brasil, Colômbia, Paraguai e Venezuela) segundo
Irwin & Barneby (1982). Ocorre em todas as regiões do Brasil desde ambientes savânicos ate florestais
do litoral ao interior (Irwin & Barneby 1982).
Irwin & Barneby (1982) reconheceram para Senna silvestris duas subespécies (silvestris e bifaria),
e seis variedades, sendo três para a subespécie bifaria (bifaria, unifaria e velutina) e três para a silvestris
(guaranitica, sapindifolia e silvestris). Neste estudo, só nãofoi encontrado S. silvestris var. sapindifolia.
Chave para os táxons de Senna silvestris ocorrentes na Região Centro-Oeste
1. Folíolos usualmente glabros em ambas as faces
2. Folíolos predominantemente oblongos a oval-elípticos com bases não ou discretamente cordadas e
nervuras proeminentes na face abaxial .................................................................. 30.1. var. silvestris
2. Folíolos predominantemente ovais com bases conspicuamente cordadas; nervuras impressas na face
abaxial ............................................................................................................... 30.3. var. guaranitica
1. Folíolos indumentados em ambas as faces ou menos frequentemente apenas na abaxial.
3. Sépalas internas velutino-douradas externamente; frutos com 26-30 óvulos .......... 30.5. var. velutina
3. Sépalas internas glabras externamente; frutos com 30-58 óvulos.
4. Frutos verde-escuros, não ou discretamente reticulados; sementes unisseriadas ............................
............................................................................................................................. 30.4. var. unifaria
4. Frutos vináceos, com margens verde-escuras, conspicuamente reticulados; sementes bisseriadas
............................................................................................................................... 30.2. var. bifaria
30.1. Senna silvestris var. silvestris
Fig. 12C_E
Táxon citado para a Bolívia, Brasil, Guiana e Peru (Irwin & Barneby 1982). No Brasil foi referida
45
por Irwin & Barneby (1982) e Souza & Bortoluzzi (2013) para a Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso,
Tocantins, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e, é aqui citada primeiramente para o Acre, Amapá, Goiás,
Mato Grosso do Sul e Roraima, e também para a Colômbia. Cresce em bordas de florestas ciliar e de
galeria e em formações savânicas adjacentes entre 90-15000 metros (Irwin & Barneby 1982).
Material examinado selecionado. BRASIL. Goiás: Mineiros, Parque Nacional das Emas, 13/V/1995, fl.,
H. D. Ferreira 3931 (UFG). Mato Grosso: Rio Juruena, 700 m, 1/VIII/1963, fl. fr., J. B. Maguire 56525
(UB). Mato Grosso do Sul: Aquidauana, 50 km da estrada entre Aquidauana e Campo Grande, 20º26`S,
15º06`W, sem data, fl., S. S. Bridgewater et al. 505 (UB); Corumbá, Fazenda Itaporá, 19º14`S, 57º23W,
85 m, 10/IX/1989, fl. fr., A. Pott 4928 (UB).
Material examinado adicional. Acre: Rio Branco, Ilha Amapá, próximo de Rio Branco, 8/VII/1965, fl., J.
M. Pires 10030 (IAN). Amapá: Camaipi, reserva da EMBRAPA, 0º10`S, 51º37`W, 18/XI/1983, S. Mori
et al. 16335 (MG). Roraima: Planalto da Serra Tepequém, 1200 m, 19/II/1967, fl., G. T. Prance et al.
4544 (INPA). COLÔMBIA. Leticia: sem loc., 22/VIII/1946, fl., Schutes & G. A. Black 46-57 (INPA).
30.2. Senna silvestris var. guaranitica (Chodat & Hassl.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot.
Gard. 35: 91. 1982.
Cassia guaranitica Chodat & Hassl., Bull. Herb. Boissier, sér. 2, 4: 824. 1904.
Figs. 3J e 12F e G
Mencionada por Irwin & Barneby (1982) para o Brasil e Paraguai, sendo no primeiro país até então
reportada apenas para o estado do Mato Grosso e, portanto, citada para Goiás neste estudo. Habita
solorargilosos e afloramentos rochosos no cerrado s. str., principalmente, na região da Chapada dos
Veadeiros.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Cavalcante, 13º37`07``S, 48º06`10``W, 21/V/2002, fl., G. Silva-
Silva, E. S. G. Guarino 6455 (CEN). Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, arredores, 12/VII/1997, fl.
fr., G. Hatschbach, A. Schinini & E. Barbosa 66717 (NY).
30.3. Senna silvestris var. bifaria H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 94.1982.
Figs. 1I, 3I, 4G, 12H-K
Táxon restrito ao Brasil (BA, DF, GO, MG, MT, MS, PR, SP, TO) em ambientes perturbados no
cerrado s. lat., pastagens, clareiras de florestas estacionais e bordas de floresta de galeria (Irwin &
Barneby 1982, Souza & Bortoluzzi 2013).
Material selecionado examinado. BRASIL. Distrito Federal: Planaltina, cerca de 6 km sudoeste, rio
Piripau, 1000 m, 19/II/1970, fl., H.S. Irwin et al. 26388 (UB). Goiás: Leopoldo de Bulhões, ca. 1050 m,
estrada em direção à cidade, 4/IV/2012, fl., J. P. Santos & M.M. Dantas 381 (UFG). Mato Grosso:
Cuiabá, Vila Boa Esperança, 15/III/1982, fl., M. Marques 1 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Três Lagoas,
Horto Barra da Moeda, 20º59`S, 51º46`W, 10/II/1994, fl. P. Tavares 1519 (UB).
30.4. Senna silvestris var. unifaria H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 93. 1982.
46
Fig. 12P
Ocorre na Bolívia, Brasil e Paraguai, sendo que no Brasil era citada somente para o estado do
Mato Grosso do Sul por Irwin & Barneby (1982), crescendo no cerrado entre 300-500 m. Neste trabalho
está sendo primeiramente referenciado para o Mato Grosso.
Material selecionado examinado. BRASIL. Mato Grosso: Rosário do Oeste, Fazenda Nossa Senhora da
Conceição, 15º00`09``S, 56º18`63.4, 300 m, 22/III/2008, fl. fr., R. R. Silva et al. 1754 (UFMT). Mato
Grosso do Sul: Rodovia de Miranda para Campão, 15/12/1976, fl., G. J. Shepherd 4108 (SP, UEC).
30.5. Senna silvestris var. velutina H.S. Irwin & Barneby Mem. New York Bot. Gard. 35: 93. 1982.
Fig. 12M_P
Endêmica do Brasil (Bahia, Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins) ocorrendo em áreas abertas de
cerrado e na caatinga entre 150-550 m (Irwin & Barneby 1982).
Material selecionado examinado. BRASIL. Goiás: 10 km ao Sul de Guará, 18/III/1968, fl., 550 m,
18/III/1968, fl. H.S. Irwin, H. Maxwell & D. C. Wasshausen 21326 (UB).
31. Senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 600. 1982.
Cassia spectabilis DC. Gato. Pl. Horti Monsp. 90. 1813.
Distribui-se desde os Estados Unidos até a Argentina, em florestas estacionais, capoeiras e
também como cultivada (Irwin & Barneby 1982). No Brasil é reportada para todas as regiões nos mesmos
ambientes cidados anteriormente até 1800 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Irwin &
Barneby (l.c.) reconheceram duas variedades para este táxons, ambas aqui também encontradas.
Chave para as variedades de Senna spectabilis presentes na Região Centro-Oeste
1. Folíolos com ápices acuminados .............................................................................. 31.1. var. spectabilis
1. Folíolos com ápices obtusos e mucronulados. ............................................................... 31.2. var. excelsa
31. 1. Senna spectabilis var. spectabilis
Fig. 12Q
Repete a distribuição da espécie, sendo no Brasil referido por Irwin & Barneby (1982) e Souza &
Bortoluzzi (2013) para as regiões Centro-Oeste (MT, MS) e Norte (AC, PA) em florestas úmidas e
estacionais, pastagens e também como ornamental até 800 m. Aqui é reportada primeiramente para Minas
Gerais, onde cresce em áreas brejosas no cerrado próximo a floresta estacional.
Material selecionado examinado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: Antônio João, Fazenda Pérola do Vale,
14/II/2007, fl., K. R. Laitant 3 (CGMS).
Material adicional examinado. Minas Gerais: Iguatama, imediações da Fazenda da Gicia, Comunidade
Rural da Pedrinha, 5/V/2012, fl., J. P. Santos 417 (UFG)
31. 2. Senna spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
604. 1982.
47
32. Senna spinescens (Hoffmanns. ex Vogel) H.S. Irwin & Barneby var. spinescens, Mem. New York
Bot. Gard. 35:213. 1982.
Cassia spinescens Hoffmanns ex Vogel, Gen. Cass. Syn. 27. 1837.
Fig. 13A e P
Distribui-se desde a América Central até a do Sul (Bolívia, Brasil, Peru e Venezuela), (Irwin &
Barneby 1982). No Brasil ocorre nas regiões Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e Norte
(Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins) em florestas ciliares, de galerias ou alagadas,
especialmente da porção norte do Brasil. Apesar ter sido referida para Goiás por Irwin & Barneby (1982)
e Souza & Bortoluzzi (2013) reiteramos que a mesma não ocorre no estado em questão, pois a porção do
Estado de Goiás na qual a mesma era citada corresponde atualmente ao estado de Tocantins.
Material selecionado examinado. BRASIL. Mato Grosso: Poconé, área do Sesc Pantanal, beira do Rio
Cuiabá, 13/VII/2006, fl., V. C. Souza, C. P. Caliari & P. B. Garcia 32329 (ESA). Mato Grosso do Sul:
Aquidauana, 50 km da estrada entre Aquidauana e Campo Grande, ca. 20`26`S, 15`06`W, sem data, fl., S.
S. Bridgewater et al. S505 (UB).
33. Senna splendida (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 190. 1982.
Cassia splendida Vogel, Gen. Cass. Syn. 17. 1837.
Espécie nativa no Brasil, Paraguai e Uruguai, mas introduzida na Ásia e África (Irwin & Barneby
1982). No Brasil foi referida para toda a Região Nordeste e Sudeste, para o Paraná, na Região Sul, e para
o estado de Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste, habitando bordas e interiores de matas ciliares,
galerias e florestas estacionais semideciduais, além de caatinga e formações abertas no cerrado. (Irwin &
Barneby 1982, Souza & Bortoluzzi 2013). Irwin & Barneby (1982) reconheceram para esta espécie as
variedades splendida e gloriosa, ambas confirmadas neste estudo.
Chave para as variedade de Senna splendida ocorrentes na Região Centro-Oeste
48
1. Sépalas internas e externas discretamente distintas em tamanhos, as externas com ápices arredondado a
obtusos ........................................................................................................................ 33.1.var. splendida
1. Sépalas internas e externas semelhantes em tamanho, as externas com ápices acuminados ................
....................................................................................................................................... 33.2. var. gloriosa
33. 2. Senna splendida var. gloriosa H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 192. 1982.
Fig. 13F
Táxon brasileiro registrado por Irwin & Barneby (1982), Queiroz (2009) e Souza & Bortoluzzi
(2013), até então registrado apenas para a região Nordeste (AL, BA, CE, MG, PB, PE, RN), crescendo
caatinga, cerrado s. lat. e áreas ecotonais, e também litorâneas. Está sendo aqui primeiramente referida
para a Região Centro-Oeste, onde foi encontrada em área antropizada no estado de Goiás.
Material eaxaminado: BRASIL. Goiás: Mambaí, 14º28`S, 46º10`W, 734 m, 30/V/2003, fl., R. C. Martins
et al. 311 (UB).
34. Senna tapajozensis (Ducke) H.S. Irwin, Mem. New York Bot. Gard. 35:175 1982.
Cassia tapajozensis Ducke., Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro. 4: 57. 1925.
Fig. 13G e H
Ocorre na Bolívia e no Brasil, sendo neste último encontrada nas regiões Norte (exceto RR) e
Centro-Oeste (MT, MS) entre 25-450 metros em áreas savânicas, especialmente na Região Amazônica, e
abertas do cerrado (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2012).
Material selecionado examinado: BRASIL. Mato Grosso: Aripuanã, beira da estrada Juruena-Aripuanã,
10º22`S, 58º48`W, 9/VI/1997, fl., V. C. Souza et al. 18545 (ESA).
35. Senna uniflora (Mill.) H.S.Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 258. 1982.
Cassia uniflora Mill., Gard. Dict., ed. 8, Cassia n° 5. 1768.
Fig. 13I e J
Distribuí-se do México até a América do Sul (Brasil, Equador e Venezuela), Irwin & Barneby
49
(1982). Habita diversos tipos de ambientes, mas é mais frequente como ruderal, em áreas agricultáveis,
antropizadas e de pastagens, associadas ao cerrado e a florestas estacionais. No Brasil, é encontrada em
todas as regiões, exceto a Sul, em ambientes semelhantes aos de sua distribuição original.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Rodovia BR-020, 20 km de Alvorada do Norte, 10/X/1976, fl., G.
Hatschbach et al.39108 (MBM).
36. Senna velutina (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 232. 1982.
Cassia velutina Vogel, Gen. Cass. Syn. 24. 1837.
Fig. 13K e L.
Espécie sulamericana registrada para a Bolívia, Brasil, Guiana, Paraguai e Venezuela (Irwin &
Barneby 1982). No Brasil é registrada para Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Goiás Minas
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo e Tocantins, crescendo em bordas de florestas
estacionais, ciliares e ou de galeria, bem como, no cerrado s. str.
Material selecionado examinado. BRASIL. Distrito Federal: Brasília, fundos do palácio Buriti,
28/XII/1973, fl., E. P. Heringer 13051 (UB); ib., H.S. Irwin et al. 21333 (MO, NY, UB). Goiás: Caipônia,
estrada para a Serra do Caiapó a 5 km, 15/IX/2012, fr., J. P. Santos, M. J. Silva & M. Y. S. Hashimoto 555
(UFG). Mato Grosso: Barra do Garça, ca. 35 km, 4/V/1978, fr., W. R. Anderson 9703 (UB). Mato
Grosso do Sul: Campo Grande, cerrado na saída em direção a Cuiabá, 21/III/2013, fl., J. P. Santos & L.
L. C. Antunes 868 (UFG).
Considerações finais
Das 36 espécies de Senna ocorrentes na Região Centro-Oeste, apenas S. siamea não é nativa, pois
é de origem asiática, embora seja difundida por vários países do mundo. Onze táxons foram registrados
como endêmicos do Brasil (Senna cana var. cana, S. cana var. hypoleuca, S. corifolia var. corifolia, S.
corifolia var. caessia, S. hirsuta var. leptocarpa, S. macranthera var. bifaria, S. macranthera var.
macranthera, S. macranthera var. nervorsa, S. macranthera var. micans, S. macranthera var. velutina, S.
neglecta var. grandiflora e S. pentagonia var. valens) e os demais são amplamente distribuídos nas
Américas, sendo que S. alata, S. hirsuta, S. obtusifolia, S. occidentalis ocorrem em outras regiões do
mundo como cultivadas ou subespotâneas, associadas a ambientes pertubardos.
Na Região Centro-Oeste do Brasil, o estado do Mato Grosso se destacou com o maior número de
espécies (26 spp), seguido de Goiás (25), Mato Grosso do Sul (23) e Distrito Federal (18). No entanto, a
menor representatividade do gênero estudado no Distrito Federal pode ser consequência de um menor
esforço de coleta, ou ainda, da carência de botânicos taxonomistas. O elevado número de táxons
encontrado mostra a importância da Região Centro-Oeste no que diz respeito à diversidade taxonômica
do gênero Senna evidenciando a necessidade de estudos taxonômicos mais aprofundados sobre o mesmo
50
Agradecimentos
A CAPES (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela concessão da
bolsa de estudos ao primeiro autor através do projeto “Padrões de diversidade de leguminosas nos Biomas
brasileiros: ligando taxonomia e moléculas para o entendimento da evolução da biota do Brasil”
coordenado pelo professor Dr. Luciano Paganucci de Queiroz; ao Cristiano Gualberto pela confecção das
ilustrações; a Universidade Federal de Goiás pelo uso das instalações do Laboratório de Morfologia e
Taxonomia vegetal, e apoio no transporte durante as expedições botânicas; e aos curadores dos herbários
listados pela agradável recepção e empréstimo de suas coleções para complementação deste estudo.
Referências Bibliográficas
Alves, F.M. & Sartori, A.L.B. 2009. Caesalpinioideae (Leguminosae) de um remanescente de Chaco em
Porto Mourtinho, Mato Grosso do Sul. Rodriguésia 60: 531-550.
Bentham, G. 1871. Cassia. In: C.F.P. Martius, S. Endlicher & I. Urban (eds.). Flora brasiliensis 15: 82-
176
Bortoluzzi, R.L. C.; Miotto, S. T. S. & Reis, A. 2011. Leguminosas-Cesalpinioideas: tribo Cassieae -
gêneros: Cassia, Chamaecrista e Senna. 1ª. ed. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 2011. v. IV. 174p.
Bridson, G.D.R. & Smith, E.R. 1991. Botanicum-PeriodicumHuntianum/ Supplementum. Pittisburgh,
Hunt Institute for Botanical Documentation.
Brummitt, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of Plant Names. Kew, Royal Botanic Gardens.
EMBRAPA. 1999. Centro Nacional de Pesquisa de Solo (Rio de Janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 412p.
Harris, J.G & Harris, M.W. 2001. Plant identification terminology: an illustrated glossary. 2 ed.
Spring Lake, Spring Lake Publishing.
IBGE. 2010. Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita e população residente segundo as
Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2008. http://www.ibge.com.br (acesso em 01 de fevereiro
de 2012).
Irwin, H.S. & Barneby, R.C. 1982. The American Cassinae, a synoptical revision of Leguminosae, Tribe
Cassieae, subtribe Cassinae in the New World. Memoires of the New York Botanical Garden 35(1-
2): 1-918.
Jacomine, P.K.T. 1969. Descrição das características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas de
alguns perfis de solos sob vegetação de cerrado. Rio de Janeiro: Equipe de Pedologia e Fertilidade do
Solo, 126p. (Boletim Técnico, 11).
Köppen, W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. Fondo de Cultura
51
A B C
D E F
G H I
Figura. 1. A-C. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby: A. ramo florido; B. ramo com acúleos
e estípulas; C. detalhe da inflorescência e brácteas; D e E. S. alata (L.) Roxb.: D. Hábito; E. detalhe da
inflorescência e brácteas; F. S. obtusifolia (L.) Irwin & Barneby: hábito. G. S. occidentalis (L.) Link: ramo
fértil; H. S. rugosa (G. Don) H.S. Irwin & Barneby, ramo fértil. I. S. silvestris var. bifaria H.S. Irwin &
Barneby: hábito. Imagens: M. J. Silva 2012.
54
A B C
D E F
G H I
Figura 2. Padrões de folhas e estípulas nas espécies estudadas. Folhas - A. Senna alata (Pohl ex Benth.) H.S.
Irwin & Barneby; B. S. cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby; C. S. mucronifera
(Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby; D. S. multijuga var. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby. E. S.
pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby. Estípulas. F. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S.
Irwin & Barneby. G. S. corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby. H. S. mucronifera. I. S.
occcidentalis (L.) Link. Imagens: M. J. Silva & J. P. Santos 2012.
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
Manuscrito II
Sistemática e diversidade do gênero Senna Mill. (Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae) no estado
de Goiás, Brasil
67
A ser enviado ao
periódico:
68
1
Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação
em Biodiversidade Vegetal da Universidade Federal de Goiás.
2
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral,
Campus Samambaia II, CP. 131. 74001-970, Goiânia, GO, Brasil.
3
Autor para correspondência: josimariguatama@yahoo.com
69
ABSTRACT – Systematics and diversity of the genus Senna Mill. (Leguminosae, Caesalpinioideae,
Cassieae) in the state of Goiás, Brazil). It is presented the taxonomic treatment to species of the genus
Senna presents in the state of Goiás. Twenty five species, 4 subspecies and 26 varieties were founded.
Senna pilifera var. tubata, S. silvestris var. guaranitica, S. splendida var. splendida e S. splendida var.
gloriosa are first recorded for Goiás, while S. latifolia and spinescens, although cited for Goiás, were
excluded this study because their distributions are consistent with the current limits of the State of
Tocantins. Key to identification, descriptions, illustrations, and comments on morphological relations,
ecology and geographic distribution of taxa are presented.
Key words: Cassiineae, Fabaceae, taxonomy, new records
70
Introdução
Senna com aproximadamente 350 espécies tropicais, 280 das quais americanas e cerca de 80
presentes no Brasil é o maior gênero da tribo Cassieae, subtribo Cassiienae (Irwin & Barneby 1982;
Souza & Bortoluzzi 2013). O gênero inclui espécies de hábitos variados, folhas paripinadas usualmente
com nectários entre os pares de folíolos, flores zigomorfas ou assimétricas com androceu heteromórfico e
pelo menos três estaminódios, pedicelo sem bractéolas e frutos usualmente indeiscentes (Irwin & Barneby
1982).
Senna foi descrito por Miller (1874) e estava mantido em Cassia s. lat. juntamente com os gêneros
Cassia L. e Chamaecrista Moench até 1982, quando então foi revisado e segregado como gênero
independente por Irwin & Barneby, que reconheceram para o mesmo, as seções: Astroites H.S. Irwin &
Barneby, Chamaefistula (Collad.) H.S. Irwin & Barneby, Paradictyon H.S. Irwin & Barneby, Peiranisia
(Raf.) H.S. Irwin & Barneby, Psilorhegma (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, e Senna, a maioria das quais
não monofiléticas (Marazzi et al. 2006).
Desde que Senna foi revisado, poucos são os estudos taxonômicos considerando suas espécies nas
Américas, particularmente no Brasil onde o mesmo, embora bem representado (ca. 80 spp.), tem sua
taxonomia tratada apenas nos estudos de Lewis (1987) para a Bahia, Lima (1999) para Pernambuco,
Bortoluzzi et al. (2011) para Santa Catarina, Rodrigues et al. (2005) para o Rio Grande do Sul e Queiroz
(2009) para o bioma Caatinga. Apesar disto, o gênero é frequentemente citado em estudos florísticos e
fitossociológicos, o que demonstra a necessidade de estudos taxonômicos sobre o mesmo no país.
Considerando a escassez de estudos sobre Senna no Brasil, principalmente na região Centro-
Oeste, a difícil delimitação de seus táxons, principalmente os infraespecíficos, é aqui fornecido um
tratamento taxonômico sobre o gênero para o estado de Goiás.
Material e métodos
O estado de Goiás com uma superfície de aproximadamente 642.092 km², localiza-se a leste da
Região Centro-Oeste delimitando-se com os estados de Tocantins (norte), Bahia (noroeste), Minas Gerais
(sudoeste), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (leste). Possui relevo desde plano a montanhoso com
altitudes entre 200 e 1800 metros, sendo suas cotas mais expressivas na Serra dos Pireneus, dos Cristais e
na Chapada dos Veadeiros. Seu clima é o AW Köppen (1948) com duas estações bem definidas, sendo
uma seca (entre abril e setembro) e uma chuvosa (outubro a março) com precipitações por volta de 1500
mm e temperatura entre 18-26ºC. Inclui tipos vegetacionais savânicos (cerrado s. str., cerrado rupestre),
campestres (campos sujos e limpos, campo rupestre) e florestais (cerradão, florestas perenifolias a
deciduais, além de ciliares e de galeria), os quais abrigam uma flora diversificada e ainda pouco
conhecida (Gomes 1966; Rizzo 1981).
Foram realizadas 45 excursões a diferentes municípios de Goiás entre agosto de 2011 e novembro
71
de 2012 para coleta de material botânico e observação das populações em campo conforme a metodologia
de Mori et al. (1989). O material coletado foi depositado no acervo do Herbário UFG da Universidade
Federal de Goiás. Para descrição das espécies analisou-se todos os espécimes coletados, bem como
exsicatas provenientes dos herbários CEN, CGMS, COR, EAC, ESA, F, HISA, HJ, HUEFS, HUFU, IAN,
IBGE, INPA, IPA, K, NY, MBM, MG, MO, SP, UB, UFG e UFMT, listados conforme Thiers (2012).
A identificação dos espécimes baseou-se em Irwin & Barneby (1982), na consulta a protólogos e
por comparação com coleções herborizadas, incluindo typus. A terminologia das estruturas vegetativas e
reprodutivas usadas no trabalho seguiu Irwin & Barneby (1982) e, quando necessário, complementou-se
com Radford et al. (1974) e Harris & Harris (2001). Os comentários sobre a distribuição geográfica dos
táxons foram baseados principalmente nas informações obtidas durante as coletas, contidas nos rótulos
das exsicatas e nos trabalhos de Irwin & Barneby (1982) e Bortoluzzi et al. (2011).
As ilustrações dos táxons foram feitas em um estereomiscrocópio Zeiss com câmara clara
acoplada e constam principalmente de um ramo fértil e de caracteres relevantes para o
reconhecimento dos mesmos. A abreviação das obras segue o Taxonomic Literature (Stafleu &
Cowan 1976), o Botanico-Periodicum-Huntianum (Lawrence et al. 1968) e o Botanico-
Periodicum-Huntianum/Supplementarum (Bridson & Smith 1991), enquanto que a dos nomes dos
autores estão de acordo com Brummitt & Powell (1992).
Resultados e discussão
Senna Mill., Gard. Dict. Abr. ed. 4, v. 3. 1754.
Subarbustos, arbustos ou árvores. Ramos eretos, escandentes ou apoiantes, cinlíndricos a
angulados, glabros a variadamente indumentados. Estípulas lineares a reniformes, membranáceas a
coriáceas, persistentes ou caducas, com ou sem base nectarífera. Folhas paripinadas, alternas e espiraladas
com (1)2-36 pares de folíolos, opostos, membranáceos a coriáceos com bases oblíquas. Nectáros
pedicelares e, ou foliares, sésseis ou estipitados, quando foliares, na base do pecíolo ou entre os pares de
folíolos com formas e dimensões variadas. Racemos ou panículas, axilares ou terminais, os racemos com
(1) 2-multifloros, típicos, umbeli- ou corimbiformes, as panículas com eixos secundários racemosos ou
corimbiformes; brácteas verdes, verde-amareladas ou amarelas e, neste caso, petaloides, caducas ou
persistentes; bractéolas ausentes. Flores 5-meras, pediceladas, bissexuais, zigomorfas ou assimétricas,
pétalas heteromórficas, usualmente côncavas, unguiculadas e visivelmente nervadas, sendo uma posterior,
duas postero-laterais e duas antero-laterais; sépalas livres, heteromórficas, sendo duas externas menores e
três internas maiores, verdes a amareladas ou ferrugíneas, androceu heteromórfico a subisomórfico,
estames 10, 3 abaxiais, sendo 1 central vestigial, ou não, e 2 laterais, 4 medianos e 3 estaminódios,
anteras poricidas, iso ou anisomórficas, com ou sem bico, glabras ou indumentadas. Ovário séssil ou
estipitado, usualmente voltado para um dos lados da flor, glabro a variavelmente indumentado, estigma
72
17. Racemos curtos (até 3 cm compr.), geralmente com 1-3, raro 4 flores, reunidas no ápice
semelhante um umbela ou corimbo; folíolos obovais de ápices obtusos ou arredondados e
mucronulados.
18. Frutos subquadrangulares 4-alados ........................................................ 15. S. pentagonia
18. Frutos subcompressos ou cilíndricos não alados.
19. Ramos, pedicelo, eixo da inflorescência, face externa das estípulas, brácteas, sépalas e
frutos geralmente velutino-ferrugíneos; anteras sem bico; frutos lomentáceos
................................................................................................................ 24. S. uniflora
19. Ramos, pedicelo, eixo da inflorescência, face externa das estípulas, brácteas e sépalas
e frutos glabros a tomentosos não ferrugíneos; anteras com bico; frutos não
lomentáceos.
20. Folhas com 5 a 6 pares de folíolos; nectário pedicelar presente ...... 18. S. rostrata
20. Folhas com 3, raro dois pares de folíolos; nectário pedicelar ausente.
21. Plantas glabras a glabrescentes; nectários fusiformes; bico das anteras
abaxiais < 2 mm compr.; frutos cilíndricos, raro subquadrangulares ...........
................................................................................................ 12. S. obtusifolia
21. Plantas curto-tomentosas; nectários cilíndricos; bico das anteras abaxiais > 2
mm compr.; frutos subcompressos ....................................... 9. S. mucronifera
17. Racemos longos (> 3,5 cm compr.) com mais que seis flores regularmente distribuídas na
raque ou panículas; folíolos de formas e ápices variados, mucronulados ou não.
22. Folhas com 8-36 pares de folíolos predominatemente oblongos ou oblongo elípticos com
ápices retusos a arredondados; flores em panículas ................................ 10. S. multijuga
22. Folhas com 3-8 (11) pares de folíolos de formas e ápices variados; flores em racemos ou
falsas panículas quando na terminação de ramos desfolhados.
23. Arbusto com ramos pendentes ou apoiantes, glabros a glabrescentes; folíolos
glabros a glabrescentes; flores zigomorficas sem nectários no pedicelo; estames
latero-abaxiais muito curvos e voltados um para o outro ...................... 14. S. pendula
23. Arbusto com ramos retos e não apoiantes, tomentosos a velutinos; folíolos
indumentados; flores assimétricas com nectários no pedicelo; estames latero-abaxiais
ligeiramente curvos e não voltados um para o outro.
24. Ramos, densamente velutinos; folíolos predominantemente oblongo-obovais a
obovais com ápices conspicuamente mucronados e com pelo menos a face abaxial
velutino-ferrugínea; frutos subquadrangulares ................................. 25. S. velutina
75
1. Senna aculeata (Pohl ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 478 1982.
Cassia aculeata Pohl ex Benth., Fl. Bras.15(2): 128, pl. 39. 1870.
Figs. 1_5
Nomes populares: quebra-de-dourado (MS), mata-pasto, mata-pasto amarelo (CE), canafistula-de-lagoa
(PI)
Arbustos 0,9_3 m alt.; ramos jovens e face dorsal da raque foliar aculeados, verde-claros a
glaucentes. Estípulas 1,7_5,3×1_3,4 cm, oval-oblongas a oval-triangulares, base cordada, ápice
espinescente, cartáceas, persistentes. Folhas 15,5_26 cm compr.; folíolos 9_16 pares, 1,7_5,8×1,1_1,7 cm,
oval-oblongos, oblongos a ovais, ápices espinescentes, margem plana, cartáceos. Nectários foliares
ausentes. Racemos 6_62 cm compr., terminais com mais de 6 flores, usualmente agregadas no ápice, eixo
com tricomas captados. Brácteas 1,2_2×1_1,6 cm, largamente elípticas a obovais, ápice obtuso a
arredondado, petaloides, amarelas com tricomas capitados externamente, caducas. Flores 2,2_2,8 cm
compr., zigomorfas, pétalas amarelo-ouro; pedicelo 1_1,5 cm compr. com tricomas captados; sépalas
1,3_1,7×0,6_0,8 cm, obovais a oblongo-elípticas, ápice arredondado, pubescente externamente, amarelas;
pétalas 1,4_1,6×0,7_1,3 cm, ovais a orbiculares, ápice arredondado a levemente truncado, base cuneada a
truncada; estames abaxiais 3, com anteras anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 6,6_7 mm compr.,
anteras 2,1_2,4 mm compr. e 0,4_1 mm compr., os latero-abaxiais com filetes 3_4 mm compr., anteras
7,8_8,2 mm compr. e bico 0,8_1 mm compr., estames medianos 4, filetes 2,1_3,5 mm compr., anteras
3_3,2 mm compr. e bico 0,8_0,9 mm compr., estaminódios 2,8_3,8 mm compr., lâmina irregularmente
enrolada; ovário 18_20×0,23_0,35 mm, glabro, estilete 5_7 mm compr., estigma punctiforme, estípite
1,2_2 mm compr., óvulos 24_26, unisseriados. Frutos 9,2_11×2_2,6 cm, oblongos, planos, retos a
levemente curvos, com máculas castanho-claras quando imaturos ou enegrecidos, quando maturos,
indeicentes, estípete 2,5_5 mm compr. Sementes 0,8_1×0,3-0,5 cm, oblongo-elípticas, castanho_claras a
escuras, lustrosas.
Distribui-se nas Américas Central e do Sul (Irwin & Barneby 1982). No Brasil é registrada para
todas as regiões com exceção da Região Sul crescendo frequentemente em ambientes úmidos e brejosos
associados a distintos tipos vegetacionais, e ainda em área perturbada ou como ruderal. Neste estudo, foi
encontrada em ambientes semelhantes ao de sua distribuição no país e também em áreas de pastagens, ou
próximas de cursos d’água entre 95_550 metros.
Senna aculeata é a única entre as espécies estudadas a possuir ramos jovens e face dorsal da raque
foliar aculeados, além de folíolos com ápices espinescentes e estípulas oval-oblongas a oval-triangulares
76
com base cordada com acúleo e ápice espinescente e frutos oblongos, o que a torna fácil de ser
reconhecida.
Assemelha-se morfologicamente a S. alata pelas inflorescências com flores agregadas no ápice e
brácteas amplas (1,2_2×1 cm compr.), petaloides e amarelas. No entanto, S. alata é uma espécie sem
acúleos, com frutos alados, estípulas triangular assimétricas ou falcado-triangulares de base
provavelmente secretora e ápice agudo. Floresce de agosto a julho e frutifica de maio a outubro.
Material examinado: BRASIL. Goiás: Flores de Goiás, Fazenda do Senhor Santos, 14º31`53``S,
46º48`42``W, 8/XII/2003, fl., G. Pereira-Silva et al. 8336 (CEN); Goiânia, Bairro Goiânia II, imediações
da Praça, 8/VI/2012, fl. fr., J. P. Santos, M. M. Dantas & M. J. Silva 431 (UFG); ib., avenida que dá
acesso ao Bairro Nossa Morada, 9/II/2012, fl., J. P. Santos & J. Neiva Neto 291 (UFG); Indiara, GO-320
de Indiara à Paraúna, km 7, 17º08`S, 50º05`W 550 m, 13/VII/1993, fl. fr., G. P. da Silva et al. 1485
(CEN); Piranhas, 10 km a leste de Goiás, 25/VII/1977, fl., G. Hatschbach 40113 (NY).
Material adicional examinado. Mato Grosso: Poconé, ca. de 120 km da Rodovia Transpantaneira,
Fazenda Santa Isabel, 23/VIII/1992, fl., A. L. Do Prado et al. 5411 (UFMT); ib., Capão dos Macacos,
14/VI/1998, fl., M. M. Pinto 6815 (UFMT); ib., sentido ao Hotel Pixain, 16º40`88,40``S, 56º48`97,1``W,
4/VI/2008, fl., R. R. Silva 1804 (UFMT); ib., Fazenda Ipiranga aproximadamente 10 km ao Sul de
Poconé, 19/IX/1991, fl., M. Schessl s/n (UFMT 35528); ib., 26/VII/1977, fl. fr., A. C. Allem & G. Vieira
1019 (CEN); ib., Fazenda Nossa Senhora Aparecida, 30/III/2004, fl., L. Rebellato 261 (UFMT); sem
mun., Fazenda Jofre, 17º10,17`S, 56º50`W, 14/VI/1979, fl. fr., G. T. Prance, G. B. Schaller & M. Becker
26207 (CEN); ib., 26135 (CEN). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Baía do Cocho, Fazenda Leque,
19º14`S, 57º03`W, 95 m, 15/II/1990, fl. fr., V. J. Pott et al. 1293 (UB); ib., área do Pantanal,
19/VIII/1991, fr., A. C. Cervi et al. 3346 (UB); ib., 6/VII/1997, fr., V. F. Kinupp 1090 (UB). Piauí: Buriti
dos Lopes, entre Jurema e Esperança, 31/V/1979, fl. fr., A. J. Castro & E. Nunes (EAC 6248); Corrente,
entre Corrente e Cristalândia, 14/V/1982, fr., A. Fernandes (EAC 11277). Tocantins: Porto Nacional, em
direção a Ponte Alta do Norte, 20 km de Ponte Alta do Norte, 6/X/1973, fl. fr., J. A. Rizzo 9318 (UFG).
15×2_6,5 cm, oblongo-obovais a obovais, raro oval-oblongos, ápice arredondado a obtuso e mucronulado,
margem plana, cartáceos ou membranáceos. Nectários foliares ausentes. Racemos 12_32 cm compr.,
terminais, com mais de 6 flores, usualmente agregadas no ápice. Brácteas 2_2,7×1,3_1,6 cm largamente
elípticas a ovais, ápice obtuso a arredondado, petaloides, amarelas, caducas. Flores 2_2,3 cm compr.,
zigomorfas, corola amarela; pedicelo 0,5_1,2 cm compr.; sépalas 1,3_1,5×0,7_1 cm, oblongo-elípticas a
obovais, ápice arredondado a levemente obtuso; pétalas 1,4_2,3×0,6_1,3 cm, obovais, a pétala posterior
panduriforme, base cuneada a truncada, ápice arredondado a emarginado; estames abaxiais 3, anteras
anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 8_8,3 mm compr., anteras 4,8_5 mm compr. e bico 0,9_1 mm,
os latero-abaxiais com filetes 3,5_5 mm compr., anteras 10_11 mm compr. e bico 0,3_0,8 mm compr.,
estames medianos 4, filetes 2_3,1 mm compr., anteras 3,4_3,7 mm compr. e bico 0,8_1,2 mm compr.,
estaminódios 3, 3,2_5,1 mm compr., ovário 1,6_1,8×0,1_0,2 cm, tomentelo, estigma punctiforme, estípite
2,5_3,2 mm compr., óvulos 42_43, bisseriados. Frutos 11_14,3×1,5_2,5 cm, oblongos, planos, com duas
alas laterais de margem onduladas, estípite 0,4_0,8 mm compr., indeiscentes. Sementes 0,5_0,7×0,5_0,6
cm, rômbicas, foveoladas, cinéreas.
Espécie Americana, mas intoduzida na África, Ásia e Austália (Irwin & Barneby, 1982). No Brasil
é encontrada de Norte a Sul (Queiroz 2009; Rodrigues et al. 2005; Souza & Bortoluzzi 2013) e em Goiás
ocorre comumente em beira de estradas, como ruderal e em ambientes perturbados próximos a florestas
estacionais, ciliares e cerrado s. lat.
Senna alata assemelha-se morfologicamente a S. reticulata pelas inflorescências com flores
agregadas no ápice, brácteas amarelas e petaloides, estípulas com base provavelmente secretora, além de
folhas amplas (12-70 cm compr), e folíolos adultos grandes (7-15 cm compr) e usualmente oblongo-
obovais a obovais. Entretanto, S. alata possui frutos com duas alas laterais, enquanto que em S. reticulata
estes não possuem alas. Floresce de outubro a maio e frutifica de outubro a julho.
Material examinado. BRASIL. Goiás. Alto Paraíso de Goiás, em direção a Serra do Pouso Alto,
14º04`11,1``S, 47º30``28,7``W 1412 m, 20/IV/2012, fl., J. P. Santos, M.M. Dantas & M. J. Silva 389
(UFG); Caçu, UEH Salto do rio Verdinho, 18º44`S, 50º23`W, 18/IV/2009, fl. fr., F. A. G. Guilherme et al.
1631 (HJ); Campinorte, 39 km de Uruaçu em direção a Porangatu, 14º09`S, 49º08`W, 590 m, 22/V/1990,
fl. fr., G. Pedralli et al. 3304 (NY); Cavalcante, ca. 8 km ao sul da cidade, 1000 m, 10/III/1969, fl., H.S.
Irwin et al. 24181 (NY); Formosa, ca. 6 km ao Sul da cidade, rio da Prata, 800 m, 6/IV/1996, fl. fr., H.S.
Irwin et al. (MO); ib., rio da Prata, 800 m, 6/IV/1966, fl. fr., H.S. Irwin et al. 14418 (NY, UB); Ipameri,
estrada de Ipameri para Caldas Novas, a 1 km da cidade, 17°43`S, 48°10``W, 780 m, 12/VI/1996, fr., T. B.
Cavalcanti et al. 1981 (CEN, HUEFS, NY); Jataí, UFG, Campus Jatobá, sem data, fl., L. F. Souza 4950
(HJ); Monte Alegre de Goiás, 700 m, 13/III/1973, fl., W. R. Anderson 6961 (MO, NY); Mossâmedes,
Serra Dourada ao lado alojmento, 1/X/2011, fl. fr., J. P. Santos et al. 17 (UFG); Piranhas, 17 km ao norte,
23/II/1982, fl., P. I. Oliveira 429 (NY, MBM); Ribeirão dos Macacos, Rodovia Brasília-Fortaleza,
78
10/I/1965, fl., R. P. Belém & J. M. Mendes 158 (IPA, NY); Silvânia, entrada da estrada que leva a
FLONA, 4/IV/2012, fl. fr., J. P. Santos & M. M. Dantas 372 (UFG); Uruaçu, próximo a Vila Água
Branca, 14°22`S, 48°59``W, 27/VI/1996, fr., B. T. M. Walter et al. 3373 (HUEFS, NY).
Material adicional examinado. Amazonas: Manaus, rio Cuieiras, 2º30`S, 60º20`W, 23/XII/1980, fl., B. W.
Nelson et al. 934 (UFMT); Lago Caioé, 26/VII/1973, fr., C. Berg, F. A. Bisby & O. P. Monteiro (UFMT
4566); Parintins, Lago Preto, Paraná dos Ramos, 12/X1957, fr., R. L. Fróes 337333 (IAN) Bahia:
Barreiras, estrada do antigo aeroporto, 12º05S, 45º01`W, 1.200 m, 17/V/1984, fl., S. B. Da Silva & R. A.
Viegas 342 (UFMT). Ceará: Fortaleza, Horto de plantas medicinais, 18/VII/2009, fl. fr., L. E. L. Moreira
(EAC 44947). Distrito Federal: Brasília, Guará, ca. de 10 km ao Sul, 555 m, 18/III/1968, fl., H.S. Irwin,
H. Maxwell & D. C. Wasshausen 21304 (MBM, MO, NY,UB); ib., Riacho Fundo, Perto da estrada para o
aeroporto, 15º51`S, 45º56` W, 1005 m, 12/VIII/1980, fr., L. G. Amaral 199 (UFG); ib., 20/XI/1976, fl., E.
P. Heringer 16248 (UB). Mato Grosso: Fazenda São José, rio Peixoto de Azevedo, 8/VIII/1980, fr.,
Werner (MG 72965); Tapurah, estrada em direção à Juara, 28/V/2008, fl. fr., R. R. Silva & J. E. Da Silva
1727 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Campo Grande, imediações da RPPN da UFMS, 20/III/2013, fl., J.
P. Santos & L. L. C. Antunes 866 (UFG); Cocalinho, margem da estrada, 9/X/1997, fl., M. Macedo et al.
6319 (UFMT); Corumbá, Fazenda Rabicho, 57º27`01``S, 19º01`16``W, 80 m, 21/XII/1994, fl. fr., G. A
Júnior et al. 445 (UFMT); Cuiabá, Cerrado do C.P.A.I., 22/II/1982, fl., M. F. Leão (UFMT 4505); Nova
Brasilândia, km 30 a partir da cidade, 21/XII/1998, fl., M. Macedo et al. 6510 (UFMT); Poconé, Pantanal
Matogrossense Fazenda Nova Berlim, 16º56`S, 56º56`, 100 m, 27/VII/1992, M, Schessl 3197 (UFMT).
Maranhão: Anajatuba, 26/I/1976, fl., B. G. S. Ribeiro & G. S. Pinheiro 1203 (IAN). Minas Gerais: Mar
de Espanha, área do UHE Simplício 21º57`32``S, 42º51`10``W, 240 m, 4/VII/2006, fl., G. Pereira-Silva et
al. 10833 (CEN). Pará: Bragança, penísula de Ajurunteua, 0º54`53``S, 46º40`55``W, 27/X/2006, fl., L. O.
Santos 94 (MG); Palestina do Pará, Fazenda Andorinha sede 2, 06º07`08``S, 48º25`02``W, 160 m,
18/IV/2004, fl., G. Pereira-Santos et al. 8829 (CEN); Peixe Boi, Vila do Ananim, Fazenda da Senhora
Catarina, 24/XI/1999, fl., J. Oliveira et al. 255 (MG); Santarém, estrada da Atler do Chão, 03/III/1979,
fl., I. A. Rodrigues & M. Dantas 445 (IAN); Tomé-Açu, 27/III/1997, fl. fr., A. Nitta 17772 (MG); Tucuruí,
Breu Branco, 9/VI/1980, fl., M. G. Silva & C. Rosário 5433 (MG); Viseu, base do rio Gurupi, 6 km a
sudeste da FUNAI, 18/VIII/1985, fr., W. L. Balée & B. G. Ribeiro 1593 (MG). Piauí: Buriti dos Lopes,
Rosário, 31/V/1979, fr., A. J. Castro & E. Nunes (EAC); Gilbués, rodovia Correntes-Bom Jesus, 2 km
leste da cidade de Gilbués, 9º48`S/45º19`W, 18/VI/1983, fr., L. Coradin et al. 5839 (CEN). Rondônia:
Pimenta Bueno, rodovia Cuiabá-Porto Velho, BR-364, km 18, 19/VI/1984, fl. fr., C. A. Cid et al. 4647
(INPA). Tocantins: Arraias, estrada para Palmas, 12º54`S, 46º57`W, 630 m, 2/II/1999, fr., M. F. Simon
101 (UB); Mateiros, rio Novo, 10º33`S, 46º39`W, 6/V/2001, fl., L.C. Milhomens et al. 171 (UFG, UB);
Natividade, início da subida da Serra da Natividade, 11º39`39``S, 47º42`24``W, 17/VII/2000, fr., V. C.
Souza et. 24044 (ESA); Palmeirópolis, Ilha Canteiro do rio Tocantins, 12º54`34``S, 48º11`15``W, 260 m,
79
22/III/2007, fl., G. Pereira-Silva et al. 11442 (CEN); Paranã, Fazenda do Senhor Mário Franco de Morais,
12º49`19``S, 48º13`25``W, 260 m, 7/VI/2006, fr., G. Pereira-Silva et al. 10483 (CEN); Tocantinópolis,
estrada para Tocantinópolis, 10/VII/1964, fr., G. T. Prance & N. T. Silva 58654 (NY).
3. Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 226. 1982.
Cassia cana Nees & Mart., Nova Acta Phys.-Med. Acad. Caes. Leop.-Carol. Nat. Cur. 12: 34. 1825.
Arbustos a árvores 2-6 m alt.; ramos densa a esparsamente tomentoso-amarelados a castanhos
incluindo face externa das estípulas, abaxial dos folíolos e brácteas, pecíolo, raque foliar e da
inflorescência e pedicelo. Estípulas 0,5_1×0,2_0,6 cm, lanceoladas ou irregularmente orbicular-
acuminadas com base dilatada, persistentes ou caducas. Folhas 4,4_18,6 cm compr., folíolos (3)4-8(11)
pares, 0,5_7,6×0,3_2,4 cm, oval-lanceolados, obovais a oblongo-elípticos, ápices agudo ou obtuso, raro
retuso, não ou discretamente mucronulados, margem revoluta, cartáceos. Nectários 1_3,1 mm compr.,
usualmente presentes a partir do terceiro ou quarto par de folíolos, fusiformes a globoides, sésseis a
estipitados. Racemos 3_18,5 cm compr., terminais compostos por mais de 6 flores. Brácteas 5_6×1,8_2,1
mm, oval a lanceoladas, ápice agudo a acuminado, foliáceas, esverdeadas, caducas. Flores 4 _7(8,1) cm
compr., zigomorfas ou ligeiramente assimétricas, corola amarela; pedicelo 1,5_3,9 cm compr., 1 ou 2
nectários 1,2_2,5 mm compr., na base, ovoides ou fusiformes, sésseis a estipitados; sépalas 0,5_2,3×0,3_2
cm compr., oval-deltoides, obovais, oblongo-orbiculares ou elípticas, ápice arredondado, amareladas,
glabras a puberulentas; pétalas 2,6_3,7×2,2_3 cm, largamente obovais a oblongo-obovais, ápice
arredondado ou emarginado na pétala posterior, base curneada, truncada ou levemente assimétrica,
estames abaxiais 3, com anteras anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 4,3_10 mm compr., anteras
5,1_10 mm compr. e bico 1,2_1,8 mm, os latero-abaxiais com filetes 8_13 mm compr., anteras 10_14,4 mm
compr. e bico 08_1,8(2) mm compr., estames medianos 4, filetes 1,1_5 mm compr., anteras 4_8 mm
compr. e bico 1,3_1,8(2) mm compr., estaminódios 3, 3,5_7,1 mm compr.; ovário 16_23×0,2_0,3 mm,
velutino, estilete 1,7_2,2 mm, estigma punctiforme, estípite 3,5_5 mm compr., óvulos 24_30, uniseriados.
Frutos 10_18,5×0,4_0,6 cm, lineares subquadrangulares, curvos, discreta a fortemente costados
lateralmente, tardiamente deiscentes. Sementes 3,2_4,3×2,8_3 mm, oblongoides a romboides, raro
orbiculoides, acuminadas, dilatada no centro, castanho-escuras, opacas.
Espécie brasileira com ocorrência em todas as regiões do país com exceção da Região Sul. Cresce
usualmente em afloramentos de rochas no cerrado, caatinga e em florestas estacionais (Irwin & Barneby
1982; Lima 1999; Souza & Bortoluzzi 2013), entre 700 e 1100 metros.
Os folíolos conspicuamente discolores de margem revoluta e com nectários no terceiro e quarto
pares de folíolos, associados às estípulas com base dilatadas e frutos costados lateralmente identificam
facilmente S. cana quando comparada às demais espécies estudadas. Coletada com flores de fevereiro a
dezembro e com frutos de uma mesma estação de julho a março.
80
Irwin & Barneby (1982) reconheceram para S. cana, as variedades cana, calva, hypoleuca,
phyllostegia e pilosula, com base principalmente no número de pares de folíolos, forma, tipo de inserção
e persistência das estípulas, e presença e densidade de tricomas nos ramos e folhas. Destas, apenas as
variedades cana e hypoleuca ocorrem em Goiás conforme a chave abaixo.
Chave para as variedades de S. cana presentes em Goiás
1. Folhas com 3 a 5 pares de folíolos; estípulas irregularmente orbicular-acuminadas devido a base
amplamente dilatada, amplexicaules e persistentes ............................................................ 3.1. var. cana
1. Folhas com 5 a 8(11) pares de folíolos; estípulas lanceoladas ou falcado-lanceoladas com base
ligeiramente dilatada, não amplexicaules e precocemente caducas .......................... 3.2. var. hypoleuca
3.1 Senna cana var. cana
Figs. 11-16
Táxon registrado para a Bahia, Minas Gerais, Pará e Pernambuco, crescendo em áreas abertas do
cerrado e da caatinga ou na transição do cerrado com florestas estacionais ou campos rupestres (Irwin &
Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo foi encontrado em floresta estacional na porção
norte do Estado.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Posse, 6 km ao Sul, Rio da Prata, 800 m, 7/IV/1966, fl., H.S.
Irwin et al. 14487 (MO, NY, UB).
Material adicional examinado. Bahia: Barreiras, antigo aeroporto, 12º05`S, 45º01`W, 17/V/1984, fl., S. B.
da Silva & R. A. Viegas 342 (UFMT); Catolés, em direção a Serra do Barbado, 20/IV/2006, fl., R. M.
Valadão 12242 (EAC); Rio de Contas, 31 km de Jussiape, 13º36`56``S, 41º45`54``W, 960 m, 20/I/2005,
J. Paula-Souza et al. 5112 (ESA); Correntina, 4 km a sudoeste da cidade em direção a Posse, 700 m,
27/VII/1989, B. M. T. Walter et al. 267 (CEN); Ibotirama, BR-242 em direção a Barreiras no km 86,
12º07`S, 44º02`, 7/VII/1983, fr., L. Coradin et al. 6616 (CEN); Morro do Chapéu, 18/II/1986, fl., A.
Fernandes & Matos (EAC 14124); Umburanas, Serra do Curral Feio, cerca de 20 km ao sul de Delfino,
10º22`S, 41º19`W, 1000-1200 m, 10/IV/1999, L. P. Queiroz et al. 5227 (CEN). Morro do Chápeu, ca. de 7
km ao Sul, 17/II/1971, fl., H.S. Irwin, R. M. Harley & G. L. Smith 32396 (INPA). Ceará: Crato, Flona do
Araripe, 8/VI/200, fl., Lima-Verde, L. W. et al. 2166 (EAC). Maranhão: Grajaú, Transamazônica,
6/VIII/1978, fl., A. Fernandes & Matos (EAC 4079); Loreto, 20/IV/1980, fl., A. Fernandes & E. Nunes
(EAC 8452). Minas Gerais: Grão-Mogol, estrada Grão-Mogol/Cristália, ca. de km de Gão Mongol,
16º35`47``S, 42º54`05``W, 11/VII/2001, fr., V. C. Souza et al. 25699 (ESA); ib., ca. 2 km de Grão-Mogol
próximo à antena de televisão na estrada para Virgem da Lapa, 16º33`39``S, 42º52`31``W, 900 m,
13/VII/2001, fr., V. C. Souza et al. 25862 (ESA); Itacambir, estrada para Juramento ca. 25 km,
17/XII/2003, fl., V. C. Souza, H. Lorenzi & G. O. Romão (ESA); Rio Pardo de Minas, Areião,
15º29`39``S, 42º28`09``W, 960 m, 3/XI/2006, fr., A. C. Sevilha et al. 4642 (CEN). Pernambuco: Buíque,
estrada Arcoverde/Buíque, 10/VII/1997, fl., A. C. Lacerda et al. 03 (EAC); Tacaratu, Serra Grande
81
próximo torre de TV, 9º4`20,7``S, 38º7`34,2``W, 802 m, 23/XI/2009, fr., A. P. Fontana & G. Rodrigues
6245 (INPA).
3.2. Senna cana var. hypoleuca (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New. York Bot. Gard.
35: 230. 1982.
Cassia hypoleuca Mart. ex Benth., Fl. Bras. 15(2):117.1870.
Figs. 17-22
Ocorre nas regiões Nordeste (BA, MA, PI, PE), Cento-Oeste (GO) e Sudeste (SP), (Irwin &
Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013), sendo em Goiás econtrada nas porções Norte e Nordeste do
estado, especialmente na Chapada dos Veadeiros, habitando afloramentos rochosos no cerrado s.str. e no
cerradão, ou na transição destes tipos vegetacionais com campos rupestres entre 950 e 1075 m. Floresce e
frutifica de março a dezembro.
Material examinado. BRASIL. Goiás. Alto Paraíso de Goiás, estrada GO-327 a 11 km de São João Jorge,
14º14`S, 47º54W, fl., S. S. Sousa et al. 1 (CEN); ib., 3-5 km de São Jorge direção a Colinas do Sul,
14/VI/1993, fl., G. Hatschbach & E. Barbosa 59534 (NY); ib., morro rochoso do Rio das Almas 46 km de
Alto Paraíso de Goiás em direção a Teresina de Goiás, 13º55`S, 47º23`W, 31/V/1994, fl., J. A. Ratter et
al. 7322 (UB, UFG); ib., RPPN, Fazenda Volta da Serra, 14º09`22``S, 47º44`11``W, 1075 m, 4/VII/1998,
fl., R. C. Mendonça et al. 3534 (IBGE, NY); ib., lado esquerdo da estrada de terra que leva a Vila São
Jorge, 20/IV/2012, fl, J. P. Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 385 (UFG); Cavalcante, Balsa Serra da
Mesa em direção a Vila Veneno, km 2, 13º34`06``S, 48º05`50``W 950 m, 26/VI/2001, fl., A. F. Alves,
5176 (UFG); ib., RPPN Serra do Tambor, 13º40`39``S, 47º49`49``W, 807 m, 31/X/2011, fr, R. C. Oliveira
et al. 2672 (UB); ib., Bacia do Tocantins, 13º42`03``S, 47º27`55``W, 920 m, 5/VII/2009, fl., B. A. S.
Pereira & J. G. L. Almeida 3555 (EAC, ESA, NY, UB); Colinas do Sul, 46 km em direção a Alto Paraíso
de Goiás, 700 m, 13º50`S, 47º20`W, 2/VII/1996, fl., B. A. S. Pereira & D. Alvarenga 3106 (ESA 25760,
IBGE, NY, UB); ib., estrada de acesso a cidade, Serra da Mesa, 11/VIII/1999, fr, A. A. Santos et al 145
(CEN); ib, estrada de terra em direção a Alto Paraíso de Goiás, 14º12`7``S, 47º51`23``W 913 m,
27/IV/2009, fr. D. Cardoso 2563 (HUEFS); São José da Aliança, 19/X/1990, fl., G. Hatschbach &. J. M.
Silva 54751 (NY); Teresina de Goiás, 12 km da cidade rumo a Cavalcante, 13º45`S, 47º20`W, 850 m,
20/VI/1995, fl., B. A. S. Pereira, M. P. Neto & D. Alvarenga 2784 (NY); ib 11 km em direção a
Cavalcante, 8/X/1997, fl, fr., M. A. da Silva et al. 3357 (NY).
Material adicional examinado. Maranhão: Grajaú, Transamazônica, 6/VIII/1978, fl., A. Fernandes &
Matos (EAC 4079); Loreto, 20/IV/1980, fl., A. Fernandes & E. Nunes (EAC 8452). Piauí: Landri Sales,
7/VII/1980, fl., E. Nunes & A. Fernandes (EAC 8801). Tocantins: Palmas, Parque Ecológico do
Lageado, 8/X/1993, fl. fr., M. Alves et al. 1114 (UB).
82
4. Senna cernua (Balb.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 419. 1982.
Cassia cernua Balb. Cat. Hort. Taur. 22. 1813.
Figs. 23-27
Arbusto ca. 2 m alt.; ramos vináceos a verde-escuros, puberulentos a tomentelos, incluindo a face
externa das estípulas, brácteas, sépalas e abaxial dos folíolos, pecíolo, raque foliar e da inflorescência.
Estípulas 0,3_1,9×0,9_0,3 cm, lanceoladas, membranáceas, caducas. Folhas 6_19,5 cm compr., folíolos
(5)6-9(10) pares, 1,7_6,3×0,7_2 cm, oblongo-elípticos, raro oval-elípticos, ápice obtuso e mucronado,
margem revoluta, cartáceos. Nectários 1_1,8 mm compr., globoides, na base do pecíolo, ladeado por
papilas, sésseis. Racemos 5_7 cm compr., axilares e terminais com mais de seis flores. Brácteas
2_2,3×0,6_0,9 mm, lanceoladas, ápice agudo, não petaloides, verde-vináceas, caducas. Flores 2,8_4 cm
compr., zigomorfas, corola amarelo-alaranjada; pedicelo 1,2_2,5 cm compr.; sépalas 0,7_1,5×0,5_1,4 cm,
largamente obovais, ápice arredondado, glabrescente ou glabras externamente; pétalas 2,1_2,5×0,9_2,3
cm, obovais, base cuneada, ápice arredondado a emarginado na pétala posterior; estames abaxiais 3 com
anteras anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 9_10 mm compr., anteras 6,8_7,2 mm compr. e bico
1,2_2 mm, os latero-abaxiais com filetes 0,7_2,2 mm compr., anteras 4_5 mm compr. e bico 0,9_1 mm
compr., estames medianos 4, filetes 2,5_3 mm compr., anteras 4_6 mm compr. e bico 1_1,1 mm compr.,
estaminódios 3, 3_4,2 mm compr.; ovário 1,2_1,4×0,05_0,07 cm, velutino, estilete 3,1_4 mm compr.,
estigma subgloboso, 0,2_0,4 cm compr.; óvulos 92_104, unisseriados. Frutos 19_26,4×0,2_0,3 cm compr.,
lineares, compressos, fortemente curvos, indeiscentes, margens esverdeadas, estípite 0,4_0,5 mm compr.
Sementes não observadas.
Ocorre no Brasil, no Paraguai e na Venezuela, sendo, no primeiro país, encontrada nas regiões
Nordeste (BA), Centro-Oeste (DF, GO e MS) e Sudeste (MG, SP e RJ), em áreas abertas do cerrado e
florestas estacionais semideciduais ou ainda pastagens, beiras de estradas e imediações de cursos d´agua
entre 300 e 1800 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013).
Em Goiás é pouco frequente e foi coletada em pastagem e capoeira por volta de 700 m de altitude
com flores e frutos em maio.
Senna cernua juntamente com S. hirsuta, S. neglecta e S. occidentalis, espécies também presentes
em Goiás, compartilham de um nectário na base do pecíolo. No entanto, S. cernua diferencia-se destas
pelas folhas, predominantemente, com 6 a 10 pares de folíolos e frutos grandes (19_26,4 cm compr.) e
lineares.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Goiânia, Setor Itatiaia, 8/V/2012, fl. fr., J. P. Santos 424 (UFG).
Material adicional examinado. Distrito Federal: Brasília, Bacia do Rio São Bartolomeu, 9/IV/1982, fl.,
E. P. Heringer 6757 (NY). Mato Grosso do Sul: Bonito, Fazenda Harmonia, Parque Nacional da Serra
da Bodoquena, 7/IX/2005, fl. fr., A. Pott & V. J. Pott 13377 (CGMS). Minas Gerais: Iguatama, Bairro
Garças de Minas, pasto ao lado do bar do Leno, 5/V/2012, fl., J. P. Santos 420 (UFG); Ouro Branco,
83
estrada para Ouro Preto, km 169, 19/II/2002, fl., V. C. Souza et al. 28025 (ESA). Rio de Janeiro:
Cascambeí, 31/I/1971, fl., P. Occhioni 4453 (UFMT). São Paulo: São Paulo, Jardim Botânico,
30/XII/1935, fl., O. Handro 7 (CEN).
5. Senna corifolia (Benth.) H.S.Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 221. 1982.
Cassia corifolia Benth. Fl. Bras. 15(2): 120. 1870.
Arbustos a arvoretas 0,9_3 m alt.; ramos castanhos a avermelhados, glabros a glabrescentes,
incluindo estípulas, brácteas, sépalas, folíolos, pecíolo, raque foliar e da inflorescência. Estípulas
1,3_5,5×0,9_3,3 cm, reniformes, coriáceas, persistentes. Folhas 5,5_15,8 cm compr., folíolos 2 a 6 pares 3-
5,1×3,2-8,2 cm, oblongos, oblongo-elípticos a oblongo-orbiculares, ápice arredondado, coriáceos,
margem plana. Nectários 0,8-2 mm compr., ovoides a cônicos, entre todos os pares de folíolos, sésseis.
Racemos 3,7_9,5 cm compr., axilares, com mais de 6 flores, quando na terminação dos ramos
paniculiformes. Brácteas 2,9_4,2×0,9_1,3 cm, ovais, ápice agudo, verdes, caducas. Flores 3_6 cm compr.,
zigomorfas, corola amarelo-ouro; pedicelo 1_3,5 cm compr., com 1, raro 2, nectários ovoide e sésseis
acima da porção mediana; sépalas 0,7_2,2×0,5_1,6 cm, oblongo a oblongo-orbiculares, ápice arredondado
a obtuso, amareladas; pétalas 1,8_3,5×1,3_3 cm, largamente obovais, ápice arredondado a discretamente
emarginado na pétala posterior, base cuneada a discretamente assimétrica, estames abaxiais 3 com anteras
anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 0,6_1,4 mm compr., anteras 4_5 mm compr. e bico 0,9_1 mm
compr., os latero-abaxiais com filetes 4,9_5,3 mm compr., anteras 7_8 mm compr. e bico 1_1,3 mm
compr., estames medianos 4, filetes 2,5_4 mm compr., anteras 7_10 mm compr. e bico 1,4_2 mm compr.,
estaminódios 3, 3_4,2 mm compr.; ovário 16_19×1,6_2,1 mm, glabro a glabrescente, estilete 0,9_2,2 cm
compr., estigma puntiforme, estípite 0,8_4,5 mm compr; óvulos 23_26, unisseriados. Frutos 5_14×1,2_1,5
cm, oblongos, planos, retos a ligeiramente curvos, castanho-escuros, discretamente reticulados,
tardiamente deiscentes, estípite 5-13 mm compr. Sementes 0,6_0,7×2,1_3,8 mm, oblongas a elípticas,
castanho-escuras, discretamente foveoladas.
Senna corifolia é endêmica do Brasil com ocorrência em Goiás e Minas Gerais (Irwin & Barneby,
1982) crescendo em afloramento de rochas no cerrado s. str. ou em campo rupestre entre 600-1600
metros.
Entre as espécies estudadas é facilmente reconhecida pelas folhas com 2 a 6 pares de folíolos
coriáceos, predominantemente oblongos e glabros a glabrescentes e estípulas reniformes, amplas (1,3_5,5
cm compr.), coriáceas e persistentes. Relaciona-se morfologicamente com S. velutina pelo número de
folíolos, nectários entre todos os pares de folíolos, simetria floral, pétalas amarelo-ouro e nectário
pedicelar. Porém, S. velutina possui ramos, pelo menos a face abaxial dos folíolos, raque da
inflorescência, pedicelo e face externa das sépalas e pétalas velutino-ferrugíneos (vs. glabros a
glabrescentes em S. corifolia), folíolos cartáceos a membranáceos com ápice conspicuamente
84
mucronulado (vs. coriáceos com ápice obtuso a arredondado), glândula do pedicelo basal (vs. entre a
porção mediana e superior do pedicelo) e frutos subquadrangulares (vs. oblongos e planos).
Ambas as variedades reconhecidas por Irwin & Barneby (1982) para S. corifolia ocorrem em
Goiás e são identificadas pela chave abaixo:
Chave para as variedades de S. corifolia ocorrentes em Goiás
1. Folhas com dois a três pares de folíolos predominantemente oblongo-orbiculares ou orbiculares
.......................................................................................................................................... 5.1. var. corifolia
1. Folhas com mais de três pares folíolos predominantemente oblongos .............................. 5.2. var. caesia
5.1. Senna corifolia var. corifolia
Figs. 28-33
Táxon provavelmente restrito ao estado de Goiás onde cresce usualmente em áreas montanas da
Chapada dos Veadeiros e vizinhança em afloramento rochoso no cerrado s. str. e também em campo
rupestre ou na transição destes com cerrado rupestre sobre solos litólicos ou areno-argilosos. Floresce e
frutifica de maio a outubro.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Abadiania, Fazenda Capão do Mel, 900 m, 8/V/2003, fl., G.
Pereira-Silva et al. 7626 (CEN); Alto Paraíso de Goiás, Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional,
próximo ao rio José Jacó, 14/V/1986 fl., S. Romanino Neto et al. 436 (NY, SP); Cavalcante, estrada obra,
rio do Carmo km 10, 13º37`07``S, 48º06`10``W, 380 m, 21/V/2002, fl., G. Pereira-Silva & E. S. G.
Guarino 6451 (CEN); Colinas do Sul, 2-3 km ao Norte, 15/VI/1993, fl. fr., G. Hatschbach, M.
Hatschbach & E. Barbosa 59577 (HUEFS, MO, NY); ib., Serra da Mesa à 41 km de Colinas, ca. de 7 km
após a Vista, 13°53`50S, 48°07`20``W, 24/VI/1999, fl., B. M. T. Walter et al. 4363 (CEN, HUEFS, UFG);
Luziânia, ca. de 8 km da cidade, Fazenda Traíras, 29/V/1996, fl., A. da Silva & G. N. De Jesus (EAC
25909); ib., ca. 15 km ao Sul, 1000 m, 21/I/1972, fl., H.S. Irwin et al. 34641 (NY, UB); Niquelâdia,
estrada vicinal GO-237, 14/IV/1972, fl., B. M. T. Walter et al. 1312 (NY), ib., estrada de chão com
entrada no km 8 da Rodovia Niquelândia/Uruaçu, Fazenda Traíras, 14º29`19´´S, 48º33`26``W,
8/VIII/1995, fr., M. L. Fonsceca et al. 411 (IBGE, NY); ib., estrada de acesso a ponte da Barragem, Nossa
Senhora da Abadia do Moquém, 14°26`00`S, 48°09`50``W, 22/V/1996, fl., Cordovil-Silva et al. 462
(CEN, HUEFS, NY, UFG); ib., km 05 em direção a reserva do IBAMA, 14º29`46``S, 48º27`00``W,
29/VI/1996, fr., M. L. M. Azevedo et al. 1018 (NY); ib., Niquelândia/Uruaçu, Fazenda Traíras,
14º29`19``S, 48º33`26``W, 29/V/1996, fl., M. A. da Silva. & G. N de. Jesus, 2947 (IBGE, EAC, NY,
UFG); ib., estrada de Uruaçu em direção a Barro Alto, 14º32`22``S, 48º41`52W, 600 m, 15/VII/2000, fl.,
V. C. Souza, J. P. Souza & G. O. Romão 23971 (HUEFS); ib., estrada que sai da Rodovia
Uruaçu/Niquelândia, ca. de 60 km de Uruaçu, em direção a Barro Alto, 14º31`18``S, 48º42`14``W, 600
m, 15/VI/2000, V. C. Souza, J. P. Souza & G. O. Romão 23979 (MBM).
85
5.2. Senna corifolia var. caesia (Taub. ex Harms) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35:
222. 1982.
Cassia caesia Taub. ex Harms, Repert. Spec. Nov. Regni Veg., 24: 123. 1924.
Figs. 34-38
Reportada para Minas Gerais e Goiás, sendo que em Goiás habita desde a porção central até o
nordeste do Estado entre 600-1600 metros em afloramentos, especialmente nas Serras Dourada e dos
Pireneus e na Chapada dos Veadeiros, onde cresce simpatricamente com a variedade típica. Coletada com
flores e frutos de março a julho.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Alto Paraíso de Goiás, ca. 20 km da cidade, 1250 m, 19/III/1971,
fl., H.S. Irwin et al. 32699 (MO); ib., Chapada dos Veadeiros, 4/V/1972, fl., J A. Rizzo 8073 (UFG); ib.,
16-17 km pela estrada ao Norte de Alto Paraíso, 1600 m, 8/III/1973, fl. fr., W. R. Anderson 6630 (UB);
ib., Rodovia para Colinas do Sul, 14/VI/1993, fl., G. Hatschbach, M. Hatschbach & E. Barbosa 59513
(NY); ib., estrada em direção a Teresina de Goiás, 14º02`S, 47º29`W, 23/IV/1994, fl., S. Bridgewater et
al. 192 (UB, UFG); ib., 27/V/1994, fl, fr., J. A. Ratter et al. (UB 7247); ib., Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros, 14º03`59``S, 47º38`16``W, 1/VI/1995, fl., J. M. Felfili et al. 321 (NY); ib., Chico Preto, 12
km a direita de Alto Paraíso de Goiás em direção a São Jorge, Chapada dos Veadeiros, 31/V/1997, fl., C.
Munhoz et al. 394 (HEPH, UB); ib., Fazenda Portal da Chapada, trilha de visita, 4º09`48``S,
47º35`35``W, 1/V/2004, fl., E. Chaves et al. 16 (UB); ib., estrada para Teresina de Goiás GO-118, ca. 22
km de Alto Paraíso, 13°58`19``S, 47°29`17``W, 1523 m, 22/VII/2007, fr., M. M. Saavedra et al. 474
(ESA, HUEFS); ib., estrada em direção ao Vale da Lua, 20/I/2012, fr., J. P. Santos et al. 267 (UFG); ib.,
ca. 17 km de Alto Paraíso em direção a Terezina de Goiás, a km do Cruzeiro, 14º04`11,1``S,
47º30``28,7``W 1412 m, 20/IV/2012, fl. J. P. Santos, M. J. Silva & M. M. Dantas 386, 387, 390 (UFG);
Cavalcante, 15 km ao Norte dos Veadeiros, 1000 m, 19/III/1969, fl., H.S. Irwin et al 24659 (UB); ib.,
13º37`07``S, 48º06`10``W, 21/V/2002, fl., G. Pereira-Silva & E. S. G. Guarino 6451 (CEN); ib., estrada
entre Cavalcante e Araí, 1190 m, 14/IV/2004, fl., R. C. et al. 5536 (EAC); ib., RPPN Varanda da Serra,
750 m, 20/V/2004, fl., Fonseca, M. L. et al.5371 (EAC); Cristalina, ca. 20 km ao Norte, 1000 m,
7/III/1966, fl., H.S. Irwin et al. 13704 (NY, UB); Formosa, rio Tiquiri, 25/V/1967, fl., E. P. Heringer
11449A (UB); ib., Fazenda João Teles, próximo ao rio Paraná, 800 m, 29/IV/1996, fl., H.S. Irwin et al.
15445 (MO, NY, UB); Goiás Velho, ca. 20 km ao sul da cidade, 800 m, 20/I/1966, est., H.S. Irwin et al.
11827 (UB, NY); ib, ca. de 15 km, 1000 m, 10/III/1973, fl., W. R. Anderson 10007 (MO, NY); Luziânia,
margem direita do rio Alagado, 16º17`13``S, 48º11`55``W, 827 m, 11/IV/2005, fl., G. Pereira-Silva et al.
9893 (CEN); Niquelândia, estrada de chão a 8 km da Rodovia Niquelândia/Uruaçú, Fazenda Traíras,
14º29`19``S, 48º33`26``W, 29/V/1996, fl., M. A. da Silva. & G. N de. Jesus, 2947 (UFG, IBGE);
Pirenópolis, alto da Serra dos Pireneus na base dos três picos, 5/V/1971, J. A. Rizzo & A. Barbosa 6298
(UFG); ib., estrada lateral em direção ao Portal do sol, ca. 4 km da estrada principal para o parque,
86
15º47`29``S, 47º54`01``W, 1020 m, 27/V/2007, fl., P. G. Delprete & V. L. Gomes-Klein 10196 (NY, UB);
São João da Aliança, 16 km ao Norte de São João da Aliança, 19/V/1956, fl., E. Y. Dawson 14446 (NY);
ib., Rodovia GO-12, 23/V/1975, fl., G. Hatschbach 36721 (MBM, NY).
Material adicional examinado. Minas Gerais: Grão-Mogol, estrada Grão-Mogol-Cristália, ca. de 6 km de
Grão-Mogol, 16º35`47``S, 42º54`05W, 11/VII/2001, fl. fr., V. C. Souza et al. 25694 (ESA).
6. Senna georgica H.S. Irwin & Barneby var. georgica, Mem. New York Bot. Gard. 35: 193. 1982.
Cassia hoffmannseggii var. gardneriana Benth. Fl. Bras. 15(2): 104. 1870.
Figs. 39_45
Arbusto a árvore 1,8_5 m alt.; ramos eretos a apoiantes, verde-claro a escuros, glabros a
glabrescentes, incluindo estípulas, brácteas, sépalas, folíolos, pecíolo, raque foliar e da inflorescência.
Estípulas 2,4_×0,8_1,1 mm, lineares, caducas. Folhas 5_13,8 cm compr., folíolos 2 pares 3,5_19,4×2,8_8,2
cm, largamente elípticos a oval_elípticos, ápices acuminados, margem plana, cartáceos. Nectário 1_4 mm
compr., no primeiro par de folíolos, faloide séssil a curtamente estipitado. Panículas 6-26 cm compr.,
terminais com eixo principal reflactiflexo. Brácteas 1,3_1,5×0,8_0,9 cm, lineares a lanceoladas, com ápice
agudo a obtuso, não petalóides, caducas. Flores 5,5_8,1 cm compr., assimétricas, corola amarelo-ouro;
pedicelo 1_5,4 cm compr., sépalas 0,4_1,9×0,45_0,51 cm, ovais a oblongo-ovais, ápice arredondado a
obtuso, verde claras; pétalas 1,6_4×1,2_2 cm, obovais ou oblongo-obovais, base cuneada a assimétrica,
ápice arredondado a truncado; estames abaxiais 3, anteras isomórficas, o centro-abaxial com filetes 5_6
mm compr., anteras 8_9 mm compr. e bico 2,8_3 mm compr. os latero-abaxiais com filetes 8,9_10 mm
compr., 9_10 mm compr. e bico 3_3,5 mm compr., estames medianos 4, filetes 3_4 mm compr., anteras 6_7
mm compr. e bico 0_0,2 mm compr., estaminódios 3, 3,2_4,1 mm compr.; ovário 1,9_2,3×0,1_0,16 cm,
glabrescente a estrigiloso, estilete 0,3_0,6 mm compr., estigma dilatado, estípite 4,6-8 mm compr., óvulos
156_161, unisseriados. Frutos 10,7_17×0,4_0,6 cm, lineares, subquadrangulares, pêndulos, retos, estriados,
enegrecidos, estípete 1_2 cm compr., indeiscentes. Semente 3,1_5×2,3_3,3 mm, oblongoides, castanho-
claras, lisas.
Espécie americana com ocorrência no Brasil, Cuba, Paraguai e Peru (Irwin & Barneby 1982). No
Brasil é encontrada nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte em bordas de florestas estacionais,
ciliares e de galerias entre 80 a 1000 m (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Em Goiás
ocorre de norte a sul em ambientes similares ao de sua distribuição no Brasil, embora seja mais frequente
em bordas de florestas estacionais próximas a cursos d’água. Floresce de maio a outubro e frutifica de
setembro a novembro.
É reconhecida pelas folhas glabras a glabrescentes com dois pares de folíolos largamente elípticos
ou oval-elípticos com base ligeiramente assimétrica, nectário falóide apenas no primeiro par de folíolos,
inflorescências com eixo principal reflactflexo e frutos lineares a subquadrangulares e estriados.
87
Compartilha do mesmo número e em alguns casos da mesma forma dos folíolos com S.
macranthera. Entretanto, em S. georgica var. georgica os ramos e as folhas são glabros a glabrescentes,
os folíolos possuem ápices acumidados e bases ligeiramente assimétricas e os frutos são
subquadrangulares, enquanto que em S. macranthera os ramos e uma ou ambas as faces dos folíolos são
tomentosos, a base dos folíolos é fortemente assimétrica e os frutos são cilíndricos.
Material examinado. BRASIL. Goiás: Divinópolis, Fazenda Cursino, 23/V/2008, fl., J. Cordeiro, J. M.
Silva & J. Vaz 2681 (MBM); Monte Alegre de Goiás, Fazenda Nica 13º08`53``S, 46º39`35``W, 545 m,
31/X/2000, fl. fr., F. C. A. Oliveira 1170 (NY); Goiânia, na margem direita da GO-06, 16 km de Goiânia,
24/V/1968, fl., J. A. Rizzo 1062 (UFG); ib., GO-02 para Bela Vista, atravessando o Rio Meia Ponte,
5/IX/1968, fr., J. A. Rizzo & A, Barbosa 2178 (UFG); ib., 14/VI/1968, fl., J. A. Rizzo & A. Barbosa 1496
(UFG); ib., a 2 km da margem esquerda do rio Meia Ponte na Fazenda Lousandira, 26/VI/1970, fl., J. A.
Rizzo & A. Barbosa 5269 (ESA); ib., morro do Medanha na estrada para Trindade, 2/IX/1968, fl. fr., J. A.
Rizzo & A. Barbosa 2033 (UFG); ib., Campus UFG II, Bosque August Saint-Hilaire, 28/IV/1980, fl., J. A,
Rizzo et al. 10123; ib., 13/VIII/1992, fl. fr., V. L. G. Klein et al. (UFG); ib., 10/VI/1997, fl., J. A. Rizzo &
Norma 138 (UFG); Nerópolis, Parque Altamiro de Moura Pacheco, trilha do tamanduá, 16º31`28.7``S,
49º08`33,7``W, 750 m, fr., B. A. S. Pereira et al. 3226 (UB, UFG); Niquelândia, Fazenda São João,
afluente do Rio Traíras a 5 km de Indianápolis, 14º16`S, 48º35`W, 9/VI/1992, fl., B. M. T. Walter et al.
1507 (CEN, HUEFS, NY); ib., Morro próximo ao Clube dos Engenheiros, 14º21`34``S, 48º26`27``W,
30/VI/1996, fl., F. C. A. Oliveira et al. 655 (NY); Uruaçu, Fazenda Grotão, margem esquerda do rio
Maranhão, 14º32`S, 49º03`, 9/VII/1992, fl., W, B. M. T. Walter et al. 1733 (CEN).
Material adicional examinado. Ceará: Capistrano, Sítio Pedra D´agua, 16/X/1979, fl. fr., E. Nunes & A. J.
Castro (EAC 7107); Guaramiranga, Pico Alto Cialne, 9/X/2007, fl. fr., Edilberto, Otílio & Goret (EAC
41630). Maranhão: Carolina, entrada da Fazenda Ressaca, 7º14`10``S, 47º36`48``W, 190 m, 22/05/2010,
fl., G. Pereira-Silva et al. 15304 (CEN); Passagem Franca, Coco Nanico, 15/XII/1979, fl., E. Nunes & P.
Martins (EAC 7801). Mato Grosso: Cáceres, Fazenda Baia das Pedras, 16º28`26,3``S, 58º09`19,5``W,
114 m, 1/VII/2008, fl. fr., Silva, R. R. & Da Silva, J. E. 1738 (UFMT); Castanheira, estrada Juína-Juruena,
10º57`S, 58º44`W, 8/VII/1997, fl., V. C. Souza et al. 18369 (ESA); ib., próximo ao rio Vermelho, 11º00`S,
58º43`W, 12/VII/1997, fl., V. C. Souza et al., 18810 (ESA); Novo Horizonte, estrada vicinal, 11º24`57``S,
57º21`53``W, 9/VIII/1997, fl., A. G. Nave et al. 1784 (ESA). Pará: Abaetuba, margem da estrada Dr. João
Miranda, 20/IX/1952, fl., J. M. P. Araujo 7 (IAN); Altamira, Rodovia Transamazônica entre Altamira e
Itaituba, km 23, Estação Experimental da EMBRAPA, 14/VIII/1978, fl., R. P. Bahia 29 (MG); Santarém,
km 20 da estrada para Mujuí dos Campos, 19/VII/1969, fl., M. Silva & R. Souza 2316 (MG); São
Francisco do Pará, 13/XII/1978, fl. fr., N. C. Bastos et al. 139 (MG); Tucuruí, 9/XI/1983, fr., F. E.
Miranda et al. 505 (INPA). Rio de Janeiro: Limoeiro, próximo a Magé, 20/III/1979, fl., Occhioni, P.
8753 (UFMT). Tocantins: Filadélfia, 7º29`31``S, 47º38`02``W, 154 m, 6/VI/2005, fl., E. Lenza & R. M.
88
7. Senna hirsuta (L.) H.S. Irwin & Barneby, Phytologia 44 (7): 499. 1979.
Cassia hirsuta L., Sp. Pl. 1: 378. 1753.
Subarbustos a abustos 0,7_2 m alt., ramos esverdeados, pubescentes, tomentelos a hirsutos,
incluindo face externa das estípulas, brácteas e sépalas, pedicelo, pecíolo, folhas e eixo da inflorescência.
Estípulas 7_13×2_1 mm, linear-lanceoladas, ápice agudo, membranáceas, caducas ou persistentes. Folhas
4,8_7,7 cm compr., (3)4-6 pares de folíolos, 2,3_8,3×1,5_2,7 cm, oval-elípticos, ovais a oval-lanceolados,
ápice acuminado a agudo e mucronulado, margem plana, papiráceos a cartáceos. Nectário 0,5_1,2 mm
compr., na base do pecíolo, ovoide, séssil a ligeiramente estipitado. Racemos 2_8 cm compr., axilares,
com 1_6 flores. Brácteas 0,8_1,2×0,3_0,5 cm, lineares a lanceoladas, esverdeadas. Flores 3_5 cm compr.,
zigomorfas, corola amarelo-ouro; pedicelo 1,2_2 cm compr.; sépalas 5_2,2×5_6 cm, ovais, elípticas a
oblongas, ápice arredondado, esverdeadas; pétalas 1,3_1,6×0,6_1 cm, obovais, ápice arredondado ou
emarginado na pétala posterior, base cuneada a levemente assimétrica; estames abaxiais 3 com anteras
anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 4_5 mm compr., anteras 4,9_5,3 mm compr. e bico 0,6_0,8
mm compr., os latero-abaxiais com filetes 2,6_7,2 mm compr., anteras 2,8_5,8 mm compr., e bico 1_1,8
mm compr., estames medianos 4, filetes 1,8_1,2 mm com, anteras 4_5 mm compr. e bico 0,8_1 mm
compr., estaminódios 4_5 mm compr.; ovário 9_12×0,6_1 mm, pubescente a velutino, estilete 3,8_4 mm
compr., estigma subgloboso, estípite 1,6_2 mm compr., óvulos 70-71, unisseriados. Frutos
12,6_14×0,4_0,7 cm, subquadrangulares a subcilíndricos, eretos ou fortemente curvos, castanho-claros,
cinéreos a ferrugíneos, hirsutos a tomentelos, estípite 1,4_3 mm compr., tardiamente deiscentes. Sementes
2,8_3×2,3_2,5 mm, oval-orbiculares, castanho-escuras, lisas.
Espécie americana com ocorrência desde os Estados Unidos até a Argentina, incluindo Antilhas,
mas cultivada na África, Ásia e Austrália (Irwin & Barneby 1982; Randel 1988). No Brasil ocorre em
todas as regiões associadas ao cerrado s. lat., bordas de florestas estacionais, de galeria ou ciliar, e em
alguns casos, margem de estradas e áreas agricultáveis associadas a estes biomas, entre 70-2000 m.
Senna hirsuta é diagnosticada especialmente pelos ramos, folhas e frutos tomentelos, hirsutos ou
velutino-ferrugíneos, frutos lineares subquadrangulares a subcilídricos caracteres que em conjunto a
diferencia de S. cernua, S. occidentalis e S. neglecta com as quais compartilha o nectário na base do
pecíolo. Irwin & Barneby (1982) reconheceram para S. hirsuta sete variedades, diferenciando-as
principalmente pelo tamanho e aspecto do fruto e pela densidade e orientação dos tricomas. As variedades
hirsuta e hirta foram encontradas neste estudo e podem ser reconhecidas pela chave abaixo:
Chave para as variedades de S. hirsuta presentes em Goiás
1. Ramos, folhas e frutos predominantemente hirsutos; frutos robustos e retos ...................7.1. var. hirsuta
1. Ramos, folhas e frutos predominantemente curtamente tomentosos e tomentelos ou ligeiramente
89
8. Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 181.
1982.
Cassia macranthera DC. ex Collad., Hist. Nat. Méd. Casses 99, t.8. 1816.
90