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APLICADAS À PSICOPEDAGOGIA
Abraços!
Direção Geral
Sumário
FASE ORAL
A criança incorpora o leite através do seio e sente a mãe dentro dela como
um só ser. A esse primeiro momento narcísico temos uma forma passiva de
manifestação da fase oral tudo que a criança encontra é levado a boca visando á
apreensão em si mesma, numa relação incorporativa, do mundo que à cerca.
Num segundo momento, paralelo aos sofrimentos da dentição, a criança
manifesta uma pulsão agressiva, destrutiva. Mordendo tudo que vier à boca. É
desse momento de agressividade frente ao objeto amoroso que a criança extrairá
subsídios afetivos para futura combatividade social.
Para a criança amar significa incorporação oral e o mastigar atualiza fantasias
destrutivas.
Um bom desenvolvimento dessa fase resulta num modelo afetivo saudável.
Um ponto de fixação na fase oral estabelecerá a preponderância da agressividade e
da destrutividade do objeto amoroso, e de determinadas características da
personalidade do indivíduo: os fumantes, bebedores, comilões, toxicômanos,
oradores, etc.
FASE ANAL
recusa a oferecer as fezes ao mundo externo, ou seja, sua produção, seu presente.
Doar seu produto no momento em que é solicitado torna-se uma maneira de
presentear à mãe, ao contrário, a recusa é uma resposta negativa frente ao desejo
materno.
Ao atingir o controle esfincteriano a criança descobre a noção de seu poder,
da sua propriedade privada - as fezes que ela oferece ou não quando ela quer. Esse
símbolo se desdobrará ao longo da vida no dinheiro, objetos preciosos, o bebê, o
controle, a posse, etc.
Uma fixação nessa fase tornará o sujeito exigente, manipulador, controlador,
obsessivo por limpeza, e arrumação, mesquinho em relação à suas posses.
FASE FÁLICA
O menino teme ser castrado pelo pai à quem ele ama e odeia. O ódio está
diretamente ligado ao relacionamento especial que a figura paterna mantém com
seu objeto de amor - a mãe.
Para o menino o Complexo de Castração e o fim do Complexo Édipo - ou seja
- a sua resolução. A autoridade do pai interpõe-se na relação amorosa do menino
com a mãe – na angústia de ser castrado pelo pai, como castigo do seu desejo pelo
objeto amoroso proibido, o menino introjeta a censura, a interdição desse amor, a
lei, formando nesse momento o Superego, e se identificando com a figura paterna
que em síntese detém o desejo da mãe. O Superego introjetado passa a ser o
representante da moral, da cultura, da religião, das normas, da lei, da culpa, da
interdição do desejo.
O caminho da menina é diferente pois ela entra no Complexo de Édipo, ou
seja, no triângulo amoroso – Mãe – Pai - Filho, não com o temor da castração, pelo
desejo do objeto proibido (a mãe) - como acontece com o menino - e, sim, já
castrada procurando o pênis do pai, o falo, que é o representante do poder onde
reside em última instância o desejo da mãe.
A menina sentindo-se castrada desse poder vai em busca na direção do pai.
A menina, então, introjeta os valores femininos imitando a mãe para seduzir o pai.
Em busca, em última análise, do que falta à ela e à mãe acaba por identificar-
se com a figura feminina. Fantasiando durante muito tempo ter um filho com o pai. O
declínio do Complexo de Édipo na menina é mais complicado.
No texto ―Totem e Tabu (1912-13) Freud tenta explicar com dados da
antropologia a psicogênese mítica do Complexo de Édipo.
Freud sustenta a hipótese de que o sistema totêmico e a exogamia surgem
simultaneamente à partir do assassinato do pai primitivo, fundando o momento
original da civilização enquanto a conhecemos. O totemismo, para Freud é uma
entrada no simbólico que permite a convivência em grupo. E a partir da revolta
contra o Pai Primevo, violento, temido e invejado, por possuir todas as mulheres do
grupo, que os filhos cometem o parricídio.
Matando e comendo sua vítima como costume da Horda Patriarcal; ao
devorar o pai os filhos realizam uma identificação com o pai temido e poderoso. A
refeição totêmica, o mais antigo festival da humanidade, seria uma repetição e uma
FASE DE LATÊNCIA
FASE GENITAL
CONCLUSÃO
autoridade é o lugar do pai. Portanto, querendo ou não esse é um lugar afetivo, onde
cabem amor e ódio. Caso o professor tenha atravessado seus conflitos edipianos
com tranquilidade, sem fixações e evoluindo para a fase genital, tornando-se um
adulto com capacidade de ser feliz e produtivo, então e só então - ele transitará com
bom senso no lugar do poder. Caso contrário, ele não terá estrutura para aceitar a
demanda de amor e ódio que se projetam na sua figura no processo de
transferência. E, aí ocorrerão sucessivos erros que comprometerão o
relacionamento professor X aluno e, por fim, a aprendizagem.
O abuso da autoridade, a permissividade, o paternalismo, a indiferença - são
ingredientes de um educador despreparado. Por ser na verdade um sofredor. A
psicanálise oferece um olhar diferente para si próprio e para o mundo um eterno
questionamento sobre as condutas repetidas - do pão nosso de cada dia - que nos
levam a relacionamentos mesquinhos, a uma vida empobrecida, ao medo das
transformações que possibilitam a felicidade.
Educar é saber-se humildemente um eterno aprendiz. E nesse lugar de aluno
compartilhar, conviver. re-criando um espaço afetivo onde o amor desfaça o ódio,
assegurando a possibilidade de um crescimento saudável.
forma autônoma é apenas uma imagem vivificada, o que não quer dizer que ela
esteja realmente, mas que realmente ela faz passar como tendo uma existência real.
Dizer que uma classe especial é uma - classe de louquinhos - não quer dizer que se
apreendeu as bases do seu funcionamento, mas exatamente o seu inverso. O
sujeito se prendeu à forma e perdeu o conteúdo. Dizer que uma escola é de periferia
e que os alunos são da favela, não quer dizer que se apreendeu a escola e os
alunos. As imagens se formaram e foram à frente do professor. Com isto perdemos
tanto o professor, os alunos quanto a própria escola.
Vera B. Zimmermam
dispor de defesas que o protegem dos conflitos mais primitivos, mantendo uma
coerência lógica com o mundo externo, funcionando no tempo e no espaço
estipulado por este mesmo mundo. Sua memória e atenção podem ser controladas
pelos processos conscientes, pois dispõe desta capacidade de controle. As
dificuldades na aprendizagem surgem quando os conteúdos ou a situação desperta
algum conflito e o sistema defensivo falha neste controle de forças; neste momento
surgem os sintomas, cuja função é encobrir uma verdade inconsciente não possível
de ser falada naquele momento.
Para a estrutura neurótica, o sucesso na aprendizagem marca a possibilidade
de inscrever-se enquanto sujeito capaz de competir, marca básica da cena edípica.
Porém, as possibilidades de vencer ou fracassar evocam conflitos edípicos que
muitas vezes produzem sintomas inibitórios, ora passageiros, ora difíceis de ser
trabalhados. Aqui, diferentemente da constituição psicótica, o sujeito deseja, pois
encontra-se discriminado do outro, mas isto não impede que tema os seus desejos,
o que o leva, muitas vezes, a camuflá-los inconscientemente através de condutas
opostas a ele. As inibições podem ocorrer desde uma dificuldade de pronunciar um
―r‖, pois pode significar força que ele teme ter, até reações fóbicas generalizadas
que o afastam da escola. Provido de capacidade de simbolizar, ou seja, falar algo
através de formas diversificadas, também fica à mercê de todo o simbolismo dos
conteúdos que constantemente evocam questões conflitivas do seu inconsciente.
Isto marca a sua riqueza, à medida que se desenvolve artifícios para lidar com o
evocado, mas marca o processo de aprender com constantes atribulações, falando
no sentido pedagógico e psicológico.
Tempo e espaço não são categorias inatas, mas
construções, efeito da diferenciação que a instalação do ego
funda.
Numa escola normal podemos dizer, muitas vezes: Isto é função da família! E,
mesmo assim, a criança não deixa de aprender aquilo que se lhe oferece. Numa
escola com crianças limítrofes, quase sempre a situação é inversa: precisamos fazer
percursos que organizem a criança para receber a informação e, quase sempre, não
adianta remetermos esta função para a família, pois esta não terá condições de
fazê-lo. Ela até desejaria, mas está impedida pelo próprio funcionamento.
Todos os profissionais deste tipo de instituição são convocados
constantemente a movimentar-se entre intervenções terapêuticas e pedagógicas. E
não adianta ignorar a primeira, porque senão a segunda não se efetiva. Isto, além de
exigir grande desenvoltura emocional do técnico enquanto ser humano, exige
também uma clareza pedagógica muito refinada, para que não se perca nos
caminhos que precisa construir.
Imaginemos então, como são os reflexos que os resultados, objetivamente
menores, acarretam numa equipe desta: momentos de errância, inseguranças
maiores, feridas narcísicas...
Muitas vezes, uma quase-identificação com o funcionamento da patologia à
qual se dedicam. São Instituições que precisam também olhar-se com muita atenção
e cuidados especiais, investindo-se narcisicamente, ou seja, organizando espaços
que a realimentem, condição básica de conseguir manter o que fundamenta a sua
tarefa.
Finalizando, ressaltamos que a contribuição da Psicanálise naquilo que a
define nos seus fundamentos básicos segue sendo este convite para olharmos para
as diferenças que envolvem o processo de estruturação psíquica com suas
consequentes diferentes formas de adaptação ao social, o que implica convivermos
com um não-saber e, ao mesmo tempo, com o desafio de contribuirmos para pensar
a construção de caminhos adequados para as diferentes patologias de
aprendizagem.
Nós, que pensamos a Educação, sabemos que, do ponto de vista
pedagógico, é vital a padronização de métodos para que exista e funcione uma
estrutura escolar. Porém também não ignoramos que o enquadramento inadequado
do sujeito psíquico ao método é mortal, tanto para o sistema como para o sujeito,
pois ambos fracassam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS