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Apresentado por:
ANATOLI JOSÉ ABEL GINGA
AOFPMME2997007
Orientador:
Professor Doutor Mário Durão
Saurimo, Angola
2020
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai José Jinga (in memoria) que foi
um grande homem, autodidata na busca do
conhecimento, despertou-me a curiosidade
pela leitura e a observação sobre a vida.
AGRADECIMENTOS
À Deus pelo precioso dom da vida e pela capacidade de viver e se renovar em cada dia;
Aos meus irmãos Francisco, Irma, Leonel, Sílvia, Suzana, Hamilton, Elísio e Eufémia, pelo
infalível crédito e pela carinho prestado e dado nas horas difíceis da caminhada.
À Paciência Chiri (esposa) e aos meus filhos Naltarina, Deodato, Letícia e Ruth;
Aos quais o meu muito obrigado não chega para expressar toda gratidão que me vem à
alma.
COMPROMISSO DO AUTOR
Assinatura: ___________________________
[Autorização de caráter voluntário]
Direção Acadêmica
Pelo presente documento Anatoli José Abel Ginga autoriza a publicação eletrônica
da versão aprovada do meu Projeto Final sob o título Competências a Agregar aos
Professores em Formação em Angola no século XXI. Estudo de caso Escola Superior
Politécnica da Lunda-Sul no campus virtual e em outros espaços eletrônicos de
divulgação desta Instituição.
Autor Anatoli José Abel Ginga e orientador Prof. Dr. Mário Durão
Palavras-
Competência; Formação; Professores; Angola; Lunda-Sul
chaves
Atenciosamente,
Assinatura: _________________________
RESUMO
Nos dias de hoje, o professor deve reunir um conjunto de saberes e competências que lhe
permitam a construção de um ensino de qualidade. Um ensino capaz de atender às
exigências da contemporaneidade, marcada pela multiculturalidade, complexidade,
constante avanço científico e processos de permanente mudança. Compreender a
educação como remédio para combater a manipulação cultural e social, a corrupção, o
facilitarismo, o amiguismo e o compadrismo que Angola vive mergulhada, levou-nos a
pesquisar sobre Competências a Agregar aos Professores em Formação em Angola no
século XXI, Estudo de Caso Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul a fim de Elaborar
uma estratégia didática para o desenvolvimento das competências aos professores em
formação do século XXI na Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
Para tal foi necessário analisar desde a literatura, quais são os autores e teorias que
sustentam o agregar de competências para melhoria na formação de professores em
formação no século XXI; Diagnosticar mediante instrumentos, que competências para o
século XXI, possuem os professores em formação na Escola Superior Politécnica da
Lunda-Sul e Propor uma estratégia, que com a sua implementação vão agregar novas
competências e maximizar a atuação dos professores em formação na Escola Superior
Politécnica da Lunda-Sul.
Assim realizar-se-á uma pesquisa qualitativa baseado no estudo de caso, onde por meio
de inquérito por questionário visou-se descrever, examinar e inferir características que
devem possuir um professor em formação no século XXI na referida Escola.
Diante disso, verificou-se que a escola reconhece que os seus formandos não
desenvolvem todas as habilidades e competências necessárias para o exercício da
docência; a falta de infraestruturas suficientes, incentivo a pesquisa, a leitura, a busca de
conhecimento, salários motivadores da parte dos docentes, como alguns do males que
interferem neste processo; salienta-se também a má preparação dos discentes nos
subsistemas anteriores, a sua postura diante daquilo que é o ensino superior, a
despreocupação com o conhecimento e a preocupação em adquiri certificado com o maior
elemento no não desenvolvimento de competência.
Current times demand that teachers gather a set of knowledge and skills that allow
them to build quality education. A teacher should be capable of meeting the
demands of contemporary times, marked by multiculturalism, complexity, constant
scientific advancement and processes of permanent change. An understanding of
education as a remedy to cultural and social manipulation, corruption, facilitation
and companionship that Angola is immersed in, led us to research on Necessary
Skills for Teacher Training in Angola in the 21st century, Case Study of Escola
Superior Politécnica da Lunda-Sul.
The aim of the research is to establish a didactic strategy for the development of
skills for teachers in the 21st century at Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul
in Angola.For that, it was necessary to analyze from the literature, authors and
theories that support the aggregation of competences to improve the training of
teachers in the 21st century; Diagnose necessary skills needed in the 21st century
for teachers, Analyse the current training regime at Escola Superior Politécnica da
Lunda-Sul for teaching trainees and Propose a strategy, which with its
implementation will add new skills and maximize the performance of teaching
trainees at Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
Thus, a qualitative research based on the case study was carried out, aimed at
describing, examining and inferring characteristics that a teacher in the 21st century
should have at the School.
In view of this, it was found that the school recognizes that its students do not
develop all the skills and competences necessary for the exercise of teaching owing
to the lack of sufficient infrastructure, poor research and reading skills, low salaries
and benefits for teachers, poor preparation of the students in the previous classes,
their attitude towards what is higher education, the lack of concern with knowledge
and the concern with acquiring a certificate and not knowledge.
The research found that improvement of the student's entry profile for teacher
training and adequate preparation for their departure through supervised and
updated internships, will improve the acquisition of skills for teachers in training.
Cabe a todos os envolvidos no processo educacional fazer uma reflexão séria e urgente
de como se pode contribuir para a construção de uma escola mais eficaz e eficiente,
capaz de ultrapassar a crise institucionalizada em que atualmente se vive.
Assim, com o presente trabalho de investigação se pretende fazer uma incursão pelas
competências necessárias a serem agregadas aos professores em formação no século
XXI. A pertinência de um conhecimento mais específico da perceção que os professores
têm sobre a sua própria profissão e sobre as competências dos seus pares e a aspiração
a um maior entendimento de toda a problemática que envolve o processo de ensino
para melhor definir o rumo a seguir, enquanto profissionais da educação.
1
Desta feita, questionar a cerca de desenvolvimento de competências pedagógicas,
implica uma necessidade de reflexão nas atitudes profissionais e pedagógicas que os
professores evidenciam no processo de ensino/aprendizagem. É também, procurar
adequá-las a forma como se tem levado a cabo o processo de ensino/aprendizagem no
ensino nos tempos de hoje. É também uma necessidade de se olhar para a figura do
professor formador dos professores. Olhar para o professor formador dos professores,
significa encarar o seu modo de actuar em diversos contextos diante do processo de
ensino-aprendizagem, suas motivações e necessidades não só profissionais, mas
também pessoais.
Do afirmado concordando com Teixeira (2008), o professor do século XXI, deve ser
continuamente reflexivo e descobrir, inovar novos procedimentos, novas formas de
lecionar. O professor do século XXI tem que ser aquele que procura uma oportunidade
de crescimento pessoal e profissional, buscar uma educação continuada assídua,
participar de treinamentos curtos que oferecem visões práticas de sua profissão, de
dominar a tecnologia para tê-la como uma aliada na prática pedagógica.
O professor não se faz, constrói-se a cada dia. A formação do professor não se constrói
por acumulação (cursos de conhecimentos), mas sim através de um trabalho de
reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma
identidade pessoal. (Oliveira, 2013) constante actualização científica, pedagógica e
didáctica.
Justificação da pesquisa
2
A educação é a roda transformadora da realidade. Assim educar cada cidadão para que
sua inteligência esteja ao serviço do homem, da verdade e do bem, encarnando todos
os valores autênticos é o que nos norteou a realização deste ensaio. As restrições
sociais, a mecanização do pensamento, a clonagem de ideias, a privação da liberdade
e de igualdade, vividos e convividos ao longos de vários e sangrentos anos de guerra e
nos actuais anos de paz, a pobreza cultural, o regionalismo acentuado, a globalização
e a mudança de cultura, o gosto pelo alheio, a desvalorização e transmutação de
valores, levaram-nos a cunhar o presente trabalho.
O século XXI evidencia por isso, a importância, cada vez maior, da formação pessoal e
profissional dos professores, para que estes possam pela sua competência e factores
pessoais, associados a níveis de rendimento e desempenho elevados, contribuir para
uma educação que leve o aluno a pensar, a reflectir, a formar conceitos, ao
discernimento e a terem capacidade para aplicar o que foi elaborado. Daí a importância
acentuada na capacitação e modernização dos professores em formação na
Universidade em questão.
Problema
Objetivo geral
Objetivos específicos
Analisar desde a literatura, quais são os autores e teorias que sustentam o agregar
de competências para melhoria na formação de professores em formação no século
XXI;
Diagnosticar mediante instrumentos, que competências para o século XXI, possuem
os professores em formação na Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul;
Propor uma estratégia, que com a sua implementação vão agregar novas
competências e maximizar a atuação dos professores em formação na Escola
Superior Politécnica da Lunda-Sul;
No presente trabalho, optou-se por se fazer uma pesquisa com enfoque qualitativo, uma
vez que esta busca descrever, examinar e inferir características que deve possuir um
professor em formação no século XXI, propondo exemplos, modelos, pretensões vividos
e convividos durante os anos de formação inicial e continua.
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O presente trabalho foi desenvolvido na Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul que
possui 11 sendo 6 licenciaturas, 5 Engenharias e um curso de Mestrado em
Desenvolvimento Sustentável e Gestão ambiental. Conta com 54 salas de aulas em 3
períodos, 147 docentes entre angolanos e cubanos e um universo de 4.030 alunos, dos
quais 856 são das ciências de Educação. Para tal selecionou-se de forma aleatória a
amostra de 4 turmas com a perspectiva de se trabalhar com 21 alunos em cada um dos
diferentes curso ligados as Ciências de Educação, bem como um total de 30 professores
num período de três meses.
Constam neste apartado a apresentação dos três inquéritos feitos, a discussão dos
mesmos, bem como a aproximação e afastamento das bases teóricas e a suas
conclusões.
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CAPÍTULO 1: MARCO TEÓRICO
1.1.1.Contextualização
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Pedagogia), um curso de Mestrado em Desenvolvimento Sustentável e Gestão
ambiental.
De acordo com (Imbamba, 2010) e que assumiu-se como ponto de vista, “mais do que
nunca em Angola, urge-se trabalhar numa educação que garanta qualidade do homem
e da sua personalidade”, urge recuperar e relançar o homem que ao longo dos anos viu
espezinhada e esvaziada a sua dignidade e valor massacrado sem piedade, viu
esmigalhada a sua cultura, o seu modo de ser e maneira de agir.
Pois o que assistimos com o fazer da educação, com alguma preocupação, nos leva a
asfixiar, a podridão ao capricho e a redução do saber. Assistimos um total assassinato
a geração futura, a sociedade do amanhã. Por assistirmos uma cultura universitária que
embrutece, que despersonaliza e reduz o ensino e os estudantes a simples números, a
estatísticas azuis.
Um ensino que forma leitores, oradores e não professores, que forma reprodutores e
não pesquisadores, consumidores e não produtores de informações, que forma
escravos e não seres pensantes, que dá um diploma ao invés de competências, um
ensino forjado a luz das leis partidárias, um ensino que amedronta, que pune a
consciência pensante, que marginaliza, um ensino baseado em ordens superiores, que
banaliza o humano e prioriza as maquinas. Fruto disso, são os critérios de admissão,
usadas em várias universidades em Angola e em especial a da Lunda-Sul, que para
admissão, não baste ter competências, experiências anteriores no ensino, vocação,
mas basta possuir o ensino médio, fazer um exame de acesso e possuir uma nota que
lhe garante a entrada. Agrava-se ainda o facto de muitos deles não têm o médio de
formação de professores, deparando-se com insuficiências na compreensão das
matérias pedagógicas, após a sua admissão, ou por outra levam muito tempo para se
inserirem no contexto educativo.
Tal realidade é contestada por Inocêncio (2017) ao afirmar que os estudantes têm que
ter um leque de expectativas sobre o curso e a instituição na qual ingressam, decisão
7
na escolha curso superior e não um vazio de significados. Isto levou-me a entender o
que Estrella Á. M. (2019) “a formação de um professor começa antes da entrada para
um curso superior, cristalizada pela frequência deste curso, validade e aperfeiçoada
pela frequência dos primeiros anos de ensino, prosseguindo ao longo da carreira
profissional”.
Assim entendo que o professor em exercício tem que ter a consciente de si/para si,
expectativas quanto à profissão que busca suas condições de sucesso profissional,
além de um conjunto de crenças quanto às suas possibilidades de conseguir os
resultados desejados. Ainda, o ingressante tem que trazer a experiência vivida
diariamente no curso, o contato com profissionais, o confronto com a realidade, bem
como preparar o acadêmico para atuar como profissional no mercado de trabalho.
O ser do partido no poder tem servido e usado em muitos caso como uma competência
e pretexto para entrar na Universidades públicas em Angola e especial a do nosso
estudo. Com a pretensão de corrigir um sistema educacional falhado e não conciso,
longe da sua esfera de atuação, os movimentos ligados ao partido no poder, têm
usurpados as competências das Escola e Universidade, ao executarem em cada final
do ano lectivo a realização de curso preparatórios para entrada nas Universidades.
Estes cursos que são normalmente designados propedêuticos são ministrados por
militantes desta organização, que ao nosso ver não possui conhecimento pedagógicos
nem analógicos para ministrar uma aula, bem como a sua preparação e execução não
os levam a ter sucesso desejado.
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Fruto de um passado comum, que resultou na Luta pela Independência o MPLA-PT
partido no poder desde a proclamação da Independência ao ter se assumido como
partido do povo e das massas (como diz o seu lema: o MPLA é o Povo e o Povo é o
MPLA), não conseguiu romper a ideia de Partido-Estado, onde o âmbito da sua missão
e actuação se espalhou em todas as áreas da sociedade não sabendo redefinir
fronteiras existente entre os órgão de soberania e o partidário e com isso colocou as
instituições como vassalas inclusive a educação.
(Nguluve, 2006) Afirma que o MPLA construiu um discurso impregnado a educação com
vista a preservar o poder, a soberania e submeter os demais interesses da minoria. Já
Manuel Jorge, (1998 citado por Nguluve, 2006) vai mais longe ao afirmar que:
Com o exposto acima, nesse país, a corrupção não é uma figura abstracta e revela-se
em todas as suas manifestações concretas: saque financeiro, favoritismo, nepotismo,
compadrio, amiguismo, abuso ou apropriação de bem social – justificadas pela ideia de
que o país vive um período de acumulação primitiva por parte do grupo hegemónico de
poder, que permitirá um posterior desenvolvimento económico inclusivo, impulsionado
por esse grupo e integrando o conjunto dos cidadãos nos processos produtivos. (Angola,
2018)
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d) Fragilidade na formação inicial.
O outro senão que se junta a esse desaire é o que decidimos chamar de Fragilidade na
formação inicial. Essa fragilidade é bem descrita por vários autores como Caloia Alfredo
& Barboza Tortella, (2014); Inocêncio (2017) e patente no nosso dia-a-dia laboral, onde
presenciamos: turmas numerosas, fraca preparação de professores, elevado número
de alunos por turma, falta de supervisão psicológica e pedagógica, bem como falta de
especialistas. Acrescido a isso encontramos no seio das instituições de formação de
professores modelos de formação obsoletos, mas novas exigências no desempenho
profissional, instalando assim confusão no que diz respeito as competências.
Essa mudança deve refletir na formação do professor, entendido como aquele que é
capaz de formar o indivíduo que saiba criar, criticar, inovar, refletir, gerar iniciativas; é
ainda aquele que é capaz de formar um indivíduo com um bom domínio linguístico do
oral ao escrito; àquele que são capazes de acumular e aprimorar culturalmente os
conhecimentos científicos, éticos, diversificados e culturalmente aceites.
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nº7/09 de 12 de Maio, pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia
estatutária, científica, pedagógica, administrativa, patrimonial, financeira e disciplinar,
destinada à formação de quadros superiores nos diversos ramos do saber, dentre elas
a formação de professores.
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Essa formação será alvo da nossa abordagem no epigrafe abaixo, onde procuraremos
abordar as competencia profissionais em educação. Mas não o faremos sem antes
esclarecer o termo.
Com base na literatura e apoiando nos diversos autores, podemos compreende-lo como
o conhecimento aprimorado que um indivíduo tem sobre um assunto levando-o a
solucionar uma série de problemas. (AA.VV, 1996; Rey et al 2005 e Ferreira, Amorim,
& Itamar 2011). Essa pretensão foi traduzida por Hora & Martins (2010) que a
competência é a capacidade de usar nossas inteligências, nossos pensamentos,
memória e outros recursos mentais para realizar com eficiência uma tarefa desejada. A
autora Estrella Á. M., (2019) situa a necessidade de existir três elementos fundamentais
(“os contextos; os recursos; e a natureza dos esquemas de pensamento”) e algumas
ideias chaves as quais descrevemos abaixo:
(Flores, Moreira, Olieira, & Mesquita, 2017) Completa dizendo que “a competência
docente não é uma técnica composta por uma série de destrezas baseadas em
conhecimentos concretos ou na experiência, nem numa simples descoberta pessoal é
antes profissional, que pode ser usada no conhecimento e na experiência para se
desenvolver em contextos pedagógicos práticos preexistentes, atitude aludida a
formação de professores no Século XXI. Entretanto, esta atitude não está presente na
Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
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(conhecimentos, capacidades,…), combiná-los e transferi-los em situações
complexas e tendo em vista uma determinada finalidade;
A Conferência de Berlim define muito claramente uma série de medidas práticas para
promover a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento de competências,
incentivando o uso das tecnologias de informação e comunicação; possibilitando
informação e orientação aos futuros estudantes e concebendo o reconhecimento das
aprendizagens centrando-as no trabalho. Nesse entretanto, as novas competências do
professor para educação no século XXI começam a delinear-se, revelando-se
envolvendo exigências irrefutáveis, passando-se a encarar o professor como um
profissional capaz de no dizer de (Mendes, Martinez, & Ortiz, 2011)
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Ter acesso frequente ao trabalho realizado pelos alunos de acordo com a
filosofia das estratégias utilizadas.
Assim para sua perceção autores como Esteves Ray et al (2009) dividiram em dois.
Tendo atribuídos um conceito no singular competência representa à acção do indivíduo
sobre o qual é possível emitir um juízo de valor, ou seja, a distinção daqueles que serão
considerados os profissionais competentes e os incompetentes; e outro no plural como
o número de traços particularizáveis evidenciados na acção, ou seja, quando se observa
frequentemente a competência, sem a necessidade de atribuição de valor qualitativo.
Tal desiderato não ficou alheio ao contexto escolar onde se começou a valorizar mais
as estratégias que levam os alunos a tornar competentes na escola, através de acções
observáveis.
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situações. Essa concepção leva o profissional a conseguir gerir uma situação global,
mobilizando algumas competências específicas, independentes umas das outras,
consoante a questão a resolver. Ele afirma ainda, que os profissionais docentes foram
formados para dar resposta às grandes mudanças da escola e da sociedade,
desenvolvendo competências no sentido da “prática reflexiva, profissionalização,
trabalho em equipe e por projetos, autonomia e responsabilidades crescentes,
pedagogias diferenciadas, centralização sobre os dispositivos e sobre as situações de
aprendizagem, sensibilidade à relação com o saber e com a lei, remodelando com isso
a profissão docente.
Assim, (Estrella Á. M., 2019 citando Perrenoud 2000) adopta e propõe um total de dez
competências necessárias para o desenvolvimento de professores em formação para o
século XXI:
5. Trabalhar em equipa.
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cooperação e a desenvolver uma progressiva autonomia e regulação da sua
aprendizagem, sem falar da responsabilidade de estabelecer uma relação com a
comunidade escolar.
Para que tal aconteça, requer-se uma mudança qualitativas na figura do novo docente,
que deve apresentar-se como um profissional capaz de compreender a complexidade
da era em que se encontra e comprometer-se com a missão de acompanhar, orientar e
estimular o desenvolvimento e aprendizagem de cada um dos estudantes (Estrella Á.
M., 2019)
Assim, segundo Oliveira (s/d) hoje tudo se tem pedido tanto às escolas, a sociedade
espera muito da escola e aos professores. Pede-se por exemplo que: preparem os
alunos para os exames; que incluam eficazmente todos os alunos no sistema,
nomeadamente alunos com deficiência; que abarquem alunos sem projectos de vida a
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quem a escola nada lhes diz; que dêem educação sexual; que façam prevenção
rodoviária; que lutem contra a obesidade; que preparem alunos para a empregabilidade;
que ajam na prevenção de comportamentos de risco; que ocupem os alunos para além
das actividades lectivas;
O que se tem verificado na pratica actual da formação dos docente e no caso concreto
da Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul é o uso de um modelo já obsolecto,
resistente de uma suposta aplicação da teoria à prática, levando a fragmentação, a
irrelevância e descontextualização do currículo de formação docente. A separação entre
a teoria e a prática, da pesquisa a acção, o divórcio entre o conhecimento, as
habilidades, as atitudes e os afectos, não garante desenvolvimento de competências
profissionais exigidas aos docentes contemporâneos. (Estrella Á. M., 2019).
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e profunda desigualdade social, o desenvolvimento humano sustentável, a pobreza, a
injustiça e a contemporânea era da informação e incerteza.
A autora Wagner (2017) acrescenta ainda que o compete ao professor fezer ainda o
diario da classe em que leciona, com objectivo de ouvir os estudantes, mensurar as
aprendizagens, prespectivar como melhorar sua actuação, bem como servir de
autoavaliação individual.
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No nosso estudo de campo nos deparamos com a situação de não haver no curso de
Pedagogia e outros de Formação de professores elementos que desenvolvam as
competências ligadas às Tics, enquanto instrumento de preparação docente que devem
ser introduzidas no sistema de ensino com a mesma velocidade que elas foram
surgindo.
A ESPLS apenas se ensinam informática em dois anos dos quatro anos das
licenciaturas em ciências de educação, ou seja, os estudantes tem apenas um
semestre, no caso do Iº Ano onde se ensina informática na ótica do utilizador e no IIIº
ano onde apenas lecionam a cadeira de Tecnologias educativas. Tal pretensão priva os
alunos (professores em formação) ao conhecimento das Tics e leva-os a não usarem
no seu dia-a-dia laborar e profissional, prejudicando a geração que com eles
trabalharam.
Com essa competência o professor ultrapassa a sala de aula como único espaços e
ambientes de aprendizagem, usará casos reais que estão presentes no campo
profissional, os quais terão mais significado e sentido para a aprendizagem. Também,
fazer uso das ferramentas tecnológicas e produzirá materiais pedagógicos que sirvam
de guia e orientação para a realização das atividades vinculadas à avaliação processual
e formativa, avaliando as competências desenvolvidas pelo estudante.
Mais uma vez, o nosso campo de estudo que é a Escola Superior Politécnica da Lunda-
Sul na especialidade de Ciências de Educação, mostra-se muito a par disso, nota-se da
parte dos docentes um sistema educacional totalmente tradicional, onde o professor é
fonte de todo o conhecimento e a aula é meramente teórica. Onde as técnicas e os
métodos bem como as estratégias são determinadas pelo governo, são imutáveis e
levam à não aprendizagem dos alunos. Um ensino totalmente voltado à memorização
de conteúdo, longe da vida dos alunos, potencialmente teorizante, incapaz de resolver
problemas e responder as demandas sociais. Um ensino que priva o estudante que
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blinda seu pensamento, que o molda na arrogância, no não respeito aos pares, que o
leva a improvisar, a desorganizar, a se confortar a não se pronunciar, a não tomar
decisão. Um estudo que transforma o professor em apenas um funcionário, que se sacia
com o que ganha e não com o que faz. Um professor que nunca se preocupa com o
feedback, que nunca avalia suas acções, que encontra no sistema e justifica no sistema
suas acções e que não se transforma, nem molda, nem muda o seu entorno.
Segundo Wagner (2017) essa competência, quando bem desenvolvida, tem gerado
iniciativas de inovação no campo do ensino, pois potencializa o compartilhamento e o
cruzamento de saberes, troca de experiências as quais têm gerado a criação de novas
formas de fazer o ensino.
21
1.5.4.Produzir materiais pedagógicos.
Tal atitude leva o professor a ser criativo, uma vez que seu objetivo é servir de guia e
apoio para ampliar a compreensão, o entendimento e a aprendizagem dos estudantes
sobre o processo de ensino e aprendizagem, é mais uma linguagem a ser utilizada para
atender as diferentes formas de aprender. A produção de material pedagógico é uma
forma de mediação do professor, tendo em vista que também orienta e serve de suporte
para a aprendizagem. (Estrella A. M., 2019).
Diferente do que acontece no nosso entorno, no campo do nosso estudo, onde não
temos um estudo com livros, pouco especialistas angolanos escrevem e o conhecimento
que absorvemos vem de Portugal, Cuba e Brasil, afirmamos não existirem bibliografia
local, os conteúdos ministrado é de outras realidades, requerendo do docente
constantes estudos e adaptações.
Com essas habilidades Zabalza (2003) citada por (Wagner, 2017) Ela exige do
professor intencionalidade e várias tomadas de decisões na escolha e elaboração das
atividades formativas. Essa competência torna o professor num especialista em
estratégias de ensino e aprendizagem, conhecer os recursos necessários e os espaços
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possíveis para desenvolvê-las. Neste emaranhado de actividades a que propor aos
estudantes ações individuais e coletivas que demandem um trabalho autônomo e de
cooperação, gerando uma aprendizagem entre os pares; colocar o estudante em ação
para que ele possa desenvolver habilidades e demonstrar os conhecimentos teóricos
apreendidos; as atividades devem ter como objetivo investigar a realidade por meio de
ações de pesquisa e extensão; (Wagner, 2017).
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1.5.7.Fazer uso da tecnologia é hoje um elemento indispensável para qualquer
profissional que se afirme.
Na atualidade, o sistema educacional exige, cada vez mais, profissionais formados nas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), já que estamos imersos numa nova
sociedade do conhecimento e do acesso ilimitado à informação, mas nem toda
informação gera conhecimento. Os profissionais da Educação são as pessoas certas
para transformar essa informação em conhecimento para seus alunos e alunas. (Martin,
2018).
É necessário que o mestre seja munido de ferramentas, para que seus discípulos
possam se enquadrar no novo mundo que os espera. É necessário que o mestre
aprenda ao ensinar, aprenda a abrir-se em função do contexto imbuído, a inventar-se,
a criar destino, a moldar modos de pensar e agudizar, preparar o caminho durante a
caminhada e a aprender enquanto ensina.
No contexto do nosso estudo, encontramos professores, alunos que não têm quaisquer
competências em TICs porque nunca tiveram em casa contacto com o computador. Ao
chegarem a universidade muitos deles estão mais preocupados com a formação
académica superior em obterem certificados e diploma, onde saem com muitas
dificuldades na resolução dos problemas (pesquisas de trabalho Internet quando
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necessário em trabalhos escolares); dificuldade de socialização em ambientes onde se
podem manipular esses meios. Dificuldades em terminar suas licenciaturas por não
terem domínio e competências básica de informática.
Isso leva os estudantes a solicitarem aos chineses que lhes auxiliem na realização de
seus trabalhos académicos e em alguns casos não conseguem defender o seu trabalho
do fim do curso porque tem deficiências ao uso de computador. É necessário que haja
mais investimentos de salas de informáticas, para que possa colmatar as dificuldades
que ultrapassam os estudantes, e todos sejam activos, criativos e dinâmicos no domínio
científico, técnico tecnológico, cultural e na promoção do sucesso escolar, da qualidade,
da excelência, do mérito e da inovação.
Para tal o decente deve ser capaz de ensinar aos estudantes não mais métodos ou
técnicas universais mas estratégias. O conhecimento estratégico engloba várias
tipologias de conhecimento como declarativo (saber o que se conhece), processual
(saber como se conhece) e condicional (saber quando e por que razão se utilizam uns
procedimentos de aprendizagem e não outros). Estrella (2018).
Wagner (2017) vai afirmar que o docente deve ter habilidades nos campos de atuação
profissional; didática; formação por competência. Deve conhecer bem o conteúdo
científico específico da sua Disciplina/ Unidade de Aprendizagem para auxiliar na
mediação da construção do conhecimento dos estudantes. Para ter tal atitudes o
docente deve estar atualizado; seguro; deve ser responsável; flexível; organizado;
pesquisador; autodidata; proativo.
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No local do nosso estudo, parece que tudo é diferente, ou seja, temos a predominância
de um estudo meramente teórico, conteudista a base de memorização e repetição
incapaz de responder a realidade do contexto, que não desenvolve competências
técnicas nem da parte do professor, quanto mais dos estudantes.
Os professores estão mais preocupados em transmitir conteúdos que lhe foi ensinado
nos anos da sua formação, resistem as atualizações, as mudanças impostas num
mundo em transformação, onde ficaram perdidos e ultrapassados pelo tempo e pelo
título que ostentam. Por outro lado, está a falta de laboratórios, sala de aulas
compatíveis, meios tecnológicos ao dispor, formações constantes, atualizações, dialogo
e conferencias sobre a temática da educação e que futuro dar a esta, vontade políticas
em acelerar a formação dos individuo, bem como a preguiça da parte de alguns agentes
de educação em entrosar à teoria à pratica. Com isso, nasce o ciclo vicioso que este
trabalho pretende quebrar, pois acreditamos que o nosso estudo vai empoderar os
estudantes para que saiam da Universidade com competências desenvolvidas, trará
uma nova visão da educação na formação de professor rompendo a geração do
arcaísmo habitual em que estamos mergulhados.
1.5.9.Comunicar-se
Neste aspecto, dois elementos soltam no nosso ambiente de estudo: saber ouvir o
estudante e comunicar-se para os outros. Justificam-se por isso a realidade visível no
sistema educativo angolano comandado pelo aparelho administrativo central, Ministério
da Educação de Angola, representado por INIDE, que traça todas as diretrizes
educativas. Esse modelo por sua vez é importada para as escolas, sem ter em conta a
participação dos alunos nem de professores na tomada de decisões no processo
educativo. O que distancia a escola da comunidade e da sua realidade provocando o
desinteresse pela escola e aprendizagem.
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As leituras das Lei de Base do sistema educativo, se depreende uma escola
centralizada, de acordo com Lima (2011), essa escola surge como extensão da
tradicional centralização política e administração e o controlo político-administrativo da
organização sem a margem de autonomia.
O diálogo é outro elemento muito ausente no sistema que ensino que nos propusemos
estudar, as pessoas são educadas e formadas a não dizerem o que pensam, julgam e
acham, devido a conotação política, ideológica, tribalista e regionalista a que se expõem.
A cooperação entre professor e alunos, está muito longe da dialética da aprendizagem
levando assim a não adequação entre teoria e pratica, a realidade e o vivido, o
conhecimento e a aprendizagem. O entorno nos leva aquilo que chamamos de
blindagem do pensamento, onde o professor fala e o aluno cala-se.
Para tal, o professor tem que ter conhecimentos e desenvolver habilidades sobre: ensino
e aprendizagem; comunicação não violenta; didática; perfil do estudante do ensino
superior; contrato didático; dinâmicas de grupo; inteligência emocional, educação
inclusiva.
É uma actividade centrada nos professores, na instrução direta. Seu objetivo é ajudar
os estudantes a adquirir a informação e a aprender habilidades básicas. O professor
que usa tal procedimento, segundo Valdia (2018) fazer um ensino de estratégias que
está centrado no estudante e seu objetivo é guiar os estudantes a obter informação e a
recuperar essa informação quando for necessário.
Salientamos ainda que tal objetivo nos remete a integrar o aluno no processo avaliativo
e consciencializa-lo de que deve ser participe da construção e evolução da sua própria
aprendizagem. Mediante o feedback os professores reforçam a aprendizagem dos
alunos e os resultados e os benefícios que essa ferramenta traz Esse processo de
retorno fornece ao aluno uma orientação clara e objectiva de como melhorar sua
aprendizagem e desempenho. Com isso, permite-se ao estudante evoluir
constantemente em todo o processo de ensino. (Daro, 2015).
Para ter tais atitudes, o docente deve ter respeito às pessoas; promoção à
acessibilidade e à inclusão; flexível; paciente; acessível; confiável, problematizador e
motivador.
1.5.12.Orientar monitoria
28
acto de ensinar e aprender no ensino superior; perfil do estudante universitário;
aprendizagem entre pares.
A par disso, supõem-se que o mesmo tenha habilidades para: orientar e supervisionar
monitoria; criar plano de trabalho com estratégias de atendimento junto ao monitor para
potencializar o sucesso da aprendizagem dos estudantes; trabalhar as dificuldades e
necessidades individuais dos estudantes; promover a superação das barreiras da
aprendizagem e ser um espaço para que os estudantes atendidos na monitoria
desenvolvam suas competências e encontrem significado naquilo que estão
aprendendo; promover a qualidade do ensino; contribuir, por meio da monitoria, com a
aprendizagem entre os pares. Lhe é ainda sugerida que tenha as seguintes atitudes:
comprometimento; responsabilidade; paciência; respeito; acessibilidade. (Wagner,
2017)
Todo professor, pelo simples fato de assumir essa função, já é um orientador. Um bom
professor é aquele que ajuda o aluno a obter a aprendizagem desejada, que consegue
solidamente desenvolver nos alunos todos os aspectos de sua personalidade. (Rosa,
2018)
Para desenvolver essa competência, orientar estágio e/ou TCC, o Professor precisará
demonstrar atitudes que contribuam para o crescimento do estudante como cidadão e
como profissional, tais como: comprometimento com a aprendizagem do estudante, com
a ética profissional, responsabilidade, criticidade, flexibilidade e atualização para mediar
as orientações e ser acessível e motivado para relacionar-se com os estudantes. Essa
29
é uma competência muito complexa, que exige do professor conhecimento do campo
profissional e da produção científica acadêmica.
Tal situação, nos levara a reforças o ensino de MIC, que é apenas lecionado no Iºano
e a de Seminário Estagio Pedagógico que se lecionam no IVº ano respetivamente, mas
que em função do contexto se mostram insuficiente devido ao grande deficit que há a
nível de pesquisa, de acompanhamento, de monitoramento, de incentivo à leitura e a
técnicas de pesquisas a formação integral.
Avaliar por competência é um desafio para os docentes modernos, uma vez que tal
atitude leva o professor e os estudantes a confluírem e estimularem comportamentos
mais autônomos e independentes, ao mesmo tempo em que eleva o compromisso com
o estudo e com a própria avaliação e também suas consequências para a
aprendizagem. (Valdia, 2018).
Para tal, o professor necessita refletir o que será feito com os resultados, como serão
analisados, como serão devolvidos, bem como o que será realizado após os resultados
e de definir qual a melhor forma de avaliar seus alunos, considerando o momento e a
modalidade de avaliação. (Rampazzo, 2011)
A prática avaliativa conferindo um novo papel ao educador, uma vez que passa a
influenciar e sofrer influências do contexto do avaliado, o que confere ao educador uma
grande responsabilidade, por considerá-lo indelevelmente comprometido com o objetivo
30
da avaliação e com a sua própria aprendizagem do processo de avaliar” Hoffmann (2001
citado por Rampazzo, 2011).
Um contexto onde a culpa recai sempre ao estudante, como aquele que não se esforça,
que não sabe nada, onde o ensino baseia-se em uma pilha de fascículo, uns tanto raros
trabalhos em grupo, em nenhuma actividade pratica nem um fenómeno concreto, um
ensino reproduzido de um livro que só o professor tem, que não abre brecha para
reflexão, que ensurdece o aluno e o priva da criatividade. Um ensino onde o único
elemento de avaliação são as provas e fora delas nada mais.
Bogatschov & Novacov (2012) afirma quea avaliação escolar necessita de análise
organizada para dar resposta à dinâmica do processo ensino e aprendizagem, da
31
reconstrução do processo de avaliação, como parte do movimento articulado pelo
compromisso com o desenvolvimento de uma prática pedagógica comprometida com a
inclusão, com a pluralidade, com o respeito às diferenças, com a construção coletiva.
Isso pressupõe que avaliar implica formar e aprender, possibilitando ao aluno construir
o próprio saber, contemplando dimensões diferenciadas que não se reduz somente na
atribuição de notas.
Para atingir tal posto o docente deve possuir as seguintes habilidades: ser um eterno
estudante, estar sempre a actualizar-se, gerir sua própria formação continuada; avaliar
sua prática docente e suas competências pedagógicas que necessitam ser
desenvolvidas; para planejar o processo de ensino e aprendizagem com seus pares
(disciplinas da fase/semestre ou campos de saber/módulos); pensar e agir de forma
intra e interdisciplinar; desenvolver atividades formativas integradas; compartilhar
ambientes de aprendizagem; promover espaços de trabalho multiprofissional; integrar
campos de saber; fortalecer a cultura do trabalho integrado e compartilhado;
potencializar o ensino com pesquisa e extensão com ações coletivas.
Deve também desenvolver as seguintes atitudes: auto avaliar-se, avaliar sua atuação;
ser crítico; possuir visão sistêmica do PPC; conversar e dialogar com os pares;
reconhecer, valorizar e respeitar a diversidade, compartilhar informações;
comprometido e envolvido com a instituição; ser curioso; observador; possuir espírito
investigador; atualizado e inovador.
No entanto, independente dos caminhos que cada professor irá usar para colocar suas
competências pedagógicas em ação, deseja-se que todos os professores usem sua
capacidade cognitiva e afetiva para “mobilizar recursos teóricos (compreender), do meio
(agir), procedimentais (proceder e operar), qualidades pessoais (rigor, força,
curiosidade), recursos emocionais” (Le Boterf, 2004).
Para tal é necessário que o sujeito responsável pela educação da nova geração tenha
uma preparação específica para que possa desenvolver os cidadãos das sociedades
onde ele está inserido, suscitando nestes a implantação de estratégias que satisfaçam
a sociedade em geral.
Desta feita autores como Silva & Lopes (2015) comprovam nos seus estudos que a
associação entre qualidades pessoais e profissionais geram nível elevado de
desempenho e/ou sucesso dos alunos, uma vez que, os bons professores possuem
atributos quantificáveis: competência verbal e cognitiva, conhecimento adequado das
áreas do conteúdo que ensinam e de como as ensinar.
34
Os mesmos autores afirmam também que as habilidades/competências levam os
professores a se tornarem eficazes, experientes, peritos, são mais capazes de
improvisar e alterar as estratégias que utilizam para responder às características
contextuais da sala de aula e entendem, a um nível mais profundo, as razões do sucesso
e do fracasso de cada aluno. Acrescentam ainda que, a compreensão dos alunos é de
tal ordem que são mais capazes de formular hipóteses adequadas sobre as causas de
sucesso ou fracasso de cada um deles, de planificar atividades adequadas às suas
necessidades de aprendizagem e antecipar as dificuldades que os alunos poderão ter
de enfrentar ao aprender novos conceitos.
Essa nova maneira de fazer educação leva os professores a aprendizes do/pelo seu
próprio ensino, como os que mais influentes na melhoria do desempenho escolar dos
alunos os que “envolvem e motivam os alunos para a aprendizagem do conteúdo e,
fundamentalmente, comunicam-lhes paixão pela aprendizagem” (Silva & Lopes, 2015).
35
1.7. Competências Profissionais dos Professores em Educação.
As transformações da sociedade contemporânea trouxeram um novo entendimento
sobre a educação, entendida como fenómeno que apresenta múltiplos factores que
acontecem em vários lugares e instituições. Na era da globalização, os desafios
impostos à sociedade não cessam de aumentar e a aprendizagem constitui um tesouro
importante para o desempenho profissional de qualquer indivíduo, face às competências
profissionais cada vez mais solicitadas. Actualmente, os docentes são confrontados
com novas tarefas, maior profissionalismo, mais responsabilidades e sobretudo uma
panóplia de competências bem diversificadas. (Sousa, 2012)
O ser professor não é deter o monopólio do saber e novos papéis, é ser o especialista
de uma dada matéria curricular, ser especialista do ensino/aprendizagem de um dado
conteúdo, como afirma Esteves e Rodrigues citado por Nunes (2011) e sobre ele
pendem atribuição de novas funções. Inocencio (2017) afirma que em pleno século XXI
na era do conhecimento é necessário rever e repensar sobre a prática docente e a
produção do conhecimento.
O mesmo autor vai mais longe ao definir a docência como uma acção educativa que se
constitui no processo de ensino e aprendizagem na pesquisa, na gestão de contexto
educativo e na perspectiva da gestão educativa.
Para além dos conhecimentos que deve possui sobre a matéria que leciona é-lhe pedido
que seja facilitador da aprendizagem, pedagogo, eficaz, organizador de trabalho de
grupo, e que, para além do ensino, cuide do equilíbrio psicológico e afetivo dos alunos,
da integração social e da educação sexual. Ou seja, intérprete ativo das situações
profissionais onde atua, permitindo-lhe tomar decisões constantes, emitir juízos, ser ator
36
profissional para o seu público, refletir sobre a sua ação diária e aprender como o ensino
(Mesquita, 2011).
Os novos desafios proposto aos professores têm colocado e criado implicações na sua
função, exigindo capacidades, competências e compromissos complexos e oferecendo
pouca motivação para exercer a profissão. Várias são as mudanças sociais e legislativas
referidas que contribuíram para a redefinição do papel do professor e da profissão
docente, bem como da formação e do desenvolvimento profissional.
Os professores são assim colocados perante novos desafios profissionais que se situam
algures, entre a tradicional função de promoção de aprendizagem e a função
socializadora, dada a desresponsabilização da função educativa de grande número de
famílias.
A formação de professores não deve ser feita sem vocação, com objectivos politicos,
como formação para o processo de reconstrução do pais, de forma massificada face a
ausencia de quadros nas varias areas sociais, no faz de conta e de forma fragmentada,
levando os formadores a se preocuparem mais em transmitir conteudos das suas
disciplinas, sem terem em conta a apredizagem, a se ater a um ensino de forma linear,
mecanico, repetitivo, decorativo, reprodutivo, blindado, em que o seu agente se mostra
frustrado, suicida, inexperiente, totalmente perdido e incapaz de desempenhar seu
papel e competencias, ao se ligar da teoria à realidade.
37
ao processo de formação inicial. Como diz Carrolo (1997) citada por Nunes M. S. (2011)
quanto mais complexa e especializada é uma profissão mais ela implica e exige uma
formação profissional que visa atribuir uma nova dimensão à identidade social do
sujeito.
Ser professor neste novo século é saber que a competência docente reside na
capacidade de mobilização desses saberes, face à singularidade de cada acto
educativo. O profissional, apesar de não conhecer previamente a solução para
problemas complexos e variados deve sim, ter meios para avaliar a situação e escolher
a solução que melhor se adapta. (Estrella, 2019) e (Mesquita, 2011).
Tal responsabilidade é descrita por Belli, Henriques, e Barros (2013) citando que tanto
a Conferência de COCHABAMBA da UNESCO realizada em 2001, assim como o
Congresso Internacional sobre ETP que ocorreu em Seul,1999 declararam a
importância fundamental da profissionalização docente, de sua necessidade de
atualização através do uso e domínio de novas tecnologias e da valorização do
aprendizado contínuo confirmando o que Paulo Freire afirma: Ninguém começa a ser
educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador. A
gente se faz educador, a gente se forma como educador, permanentemente na prática
e na reflexão sobre a prática. (Freire, 1991)
Este modo de atuar exige do professor não só meios intelectuais, mas também uma
autonomia de acção, uma liberdade de análise e uma autoimagem que resultam da
formação inicial e contínua. A formação de professores representa a passagem da
aplicação estreita de metodologias, e mesmo de métodos e truques, à construção de
processos didáticos orientados globalmente pelos objetivos do ciclo de estudos,
38
adaptados à diversidade dos alunos, ao seu nível, às condições materiais e morais do
trabalho, ao modo de colaboração possível com os colegas e pais.
39
a aspetos relacionados com os conteúdos de sua aprendizagem e a precariedade na
incorporação dos processos de produção do conhecimento.
No segundo momento temos a realçar, que a formação de professores não tem sido
abordada em relação ao conhecimento, a sua construção/transmissão tem sido de
forma mecânica e repetitiva, ou seja, a formação pedagógica onde se salienta a
tendência expositiva na transmissão de informações, bem como uma simples cadeia de
repetições de palavras e textos, sem se protelar na investigação e na construção do
conhecimento.
Ligada ainda a essa temática, está o outro a aspecto de grande importância, que tem a
ver com o posicionamento/importância atribuídas as disciplina de formação específicas
em detrimento das gerais, ou seja, a concentração nos planos curriculares das
disciplinas específicas sobretudo as práticas pedagógicas no final do curso - Como as
disciplinas específicas sobretudo as práticas pedagógicas são oferecidas,
principalmente, na segunda metade do curso, os alunos possuem dificuldades em
desenvolver uma identidade profissional de professor, já que estas aparecem somente
no final do curso.
40
A ausência de estágio é outra característica das universidades em Angola. Isso leva os
alunos a enfrentam grandes dificuldades, quando eles precisam, mudar do papel de
aluno para o papel de professor na situação da prática de ensino no contexto da sala
de aula.
É comum ver no nosso contexto alunos a fazerem estágios, mas não são
acompanhados pela Universidade. O estágio é sinônimo de deixar os alunos no campo
e o professor supervisor aparece apenas quando este termina, ou seja, o que se chama
de estágio é um autêntico abandono ao estudante no campo de trabalho, sem que este
saiba o que fazer, como fazer e que mecanismo usar. Neste entretanto, o aluno fruto de
tal formação não ganha destrezas suficientes, necessárias, para o exercício da sua
profissão, enfrentado arias dificuldades na hora de inverter o papel.
De acordo com Alegria et. Al., citado por Rodrigues, A. (2009), “O ano de formação
prática reveste-se de importância fundamental, por proporcionar aos estagiários
condições para exercer numa Escola, em contexto real, as funções de professor, as
quais são acompanhadas de perto pelos orientadores locais.”
No fundo, o estágio profissional permite-nos ter uma visão mais ampla daquilo que
poderemos/devemos ou não fazer ao longo da nossa vida profissional.
Não podemos deixar de acrescentar, que existem também lacunas na integração dos
professores em exercício no período pós-laboral devido a vários factores dentre os
quais, o pouco tempo de aulas que não garante o suficiente desenvolvimento da
41
formação no âmbito da docência. Acrescida a essa situação, está a inter-relação entre
metodologia e conteúdo das demais disciplinas que se encontram totalmente
desajustadas, criando condições para que o aluno seja um turista, com apenas um
roteiro, passageiro despreocupado e confortado no decurso da sua formação.
42
Para tal, as escolas superiores de formação de professores, não escapam às exigências
impostas pela sociedade angolana actual, no que diz respeito a planos e programas
académicos que permitam a formação e o desenvolvimento de competências e de
capacidades intelectuais requeridas face ao desenvolvimento da ciência e das
tecnologias, bem como a formação de professores cada vez mais competentes,
reflexivos, críticos e investigadores, que possam, segundo Inocêncio (2017):
Eleger comportamentos adequados a cada situação a partir do vínculo entre a
teoria e a prática, num contexto muito mais amplo do que o estritamente
escolar.
Intervir na aula com eficácia nas suas interacções de comunicação.
Estabelecer relações sócio-afectivas que permitam um clima de aula positivo.
Praticar formas de gestão que fortaleçam o exercício da iniciativa criadora da
escola, incluindo a gestão da informação.
Tornar significativos os instrumentos de trabalho pedagógico: currículo,
conteúdos de ensino, métodos e perfis dos professores.
Tomar decisões fundamentadas.
Trabalhar em equipa.
Manifestar atitudes reflexivas
Investigar na sala de aula e possibilitar estratégias de intervenção, para manter
uma visão crítica e consequentemente construtiva da sociedade e do currículo.
Planificar o currículo tendo em conta as características dos alunos e as
condições socioculturais.
Tal atitude requer da parte das instituições revestirem-se de novas práticas e estratégias
pedagógicas que estão estreitamente relacionadas com metodologias científicas actuais
que fomentem no futuro professor todos os aspectos inerentes à profissão docente que
vão desde o saber, o saber-fazer e o saber-ser. (Inocêncio, 2017).
Concordamos com Inocêncio (2017) quando afirma que torna-se necessário, portanto,
atender, os modelos de formação de professores que privilegiam a integridade, bem
43
como a organização e planificação dos currículos que atendam não somente às
características dos alunos e do contexto, mas também aos conteúdos e métodos que
se devem utilizar e à sua justificação e enquadramento. Daí a importância da
investigação que nos propusemos realizar, pois queremos acrescentar imputes a tão
deficiente formação de professores a todos os níveis.
Tal actitude é muito usada no contexto do nosso estudo, daí a pretensão de agregar
competência àquele que não adquiriram ao longo da sua formação, uma vez que não
basta termo um número elevado de graduado que saem das instituições de ensino
superior, mas devemos leva-los a desenvolver competências para o seu
posicionamento em conciliar a praticas com a teoria.
44
CAPÍTULO 2: METODOLOGIA
2.1.Enfoque metodológico
Para materialização dessa pesquisa, pretendemos realizar um estudo descritivo, tendo
em conta a situação problemática averiguada, uma vez que o mesmo resulta das
constatações observadas e vivenciadas no dia-a-dia da instituição em estudo. Essa
observação não planeada, não perspetivada, permitiu que abordássemos,
sondássemos uma variedade de aspectos que ao nosso ver concorria para o êxito ou o
fracasso dos objetivos educativos da instituição em causa.
Não devemos porem deixar de acrescentar, que para além de sermos docentes da
instituição e já termos cogitados com os colegas em corredores e salas de aulas, bem
como reuniões, o assunto relacionado a pesquisa, inquietou-nos e motivou-nos de
maneira decisiva, abordar a questão nessa dissertação, o clamor e o desabafo dos
estudantes notáveis que clamam pelo desenvolvimento de competências na sua
formação, da sua negação no mercado de trabalho, da sua não feitura como nem
formatação para o ensino, do seu acomodar como não pensante, aquele que clama por
salários e não como mentor de aprendizagem.
45
por nós, tem sido frequentemente utilizada em estudos voltados para a compreensão
da vida humana em grupos, respetivamente em campos ligados a educação, sociologia,
antropologia, psicologia, de entre outros das ciências sociais. A mesma metodologia
privilegia, opiniões, percepções e sentimentos. Pois interessavam-nos saber dos
professores em exercício como está a ser a sua formação, qual é o seu ponto de vista,
o que mais se podia acrescentar.
Assim, objetivando-se fazer uma análise, um diagnóstico e uma proposta que apresenta
um conjunto de estratégias que com sua implementação melhorara, aprimorará a
competência dos professores em formação. Neste vertente, optou-se por uma pesquisa
com enfoque qualitativo, uma vez que esta busca descrever, examinar e inferir
características que deve possuir um professor em formação no século XXI, propondo
exemplos, modelos, pretensões vividos e convividos durante os anos de formação inicial
e continua.
A opção por uma abordagem qualitativa tem sido frequentemente utilizada em estudos
voltados para a compreensão da vida humana em grupos, respetivamente em campos
ligados a educação, sociologia, antropologia, psicologia, dentre outros das ciências
sociais, sobretudo quando ara sua percepção há necessidade que descrevamos os
comportamentos contextualizando-os, com as suas caraterísticas únicas, tornando o
fenómeno difícil de se remitir.
Esse tipo pesquisas, envolvem uma grande variedade de materiais empíricos, que
podem ser: estudos de caso, o optado por nós, experiências pessoais, histórias de vida,
relatos de introspeções, produções e artefactos culturais, interações, enfim, materiais
que descrevam a rotina e os significados da vida humana em grupos.
46
A escolha do método é o posicionamento do investigador, delineando sua postura, a
sua atitude face ao nível teórico e epistemológico que rege toda a investigação. O seu
posicionamento está ligado à forma como se perspectiva a realidade e esta tem,
necessariamente, que trazer implicações às questões epistemológicas.
Ora, a educação tornam-se num campo de forte interesse para um estudo qualitativo,
onde o principal objetivo é estudar “a realidade no seu contexto natural, tal como sucede,
na tentativa de retirar sentidos, de interpretar os fenómenos de acordo com os
significados que têm para as pessoas implicadas” (Rodriguez Goméz et al., 1996)
atualizado por (Guimarães, 2014). A abordagem qualitativa coloca em ênfase a
compreensão e admite que a realidade é subjetiva, inatingível e holística, ou seja,
admite uma visão pluralista da realidade de acordo com as interpretações dos indivíduos
que a procuram investigar e analisar.
2.2.Tipo de estudo
Segundo Reis (2006) existem dois tipos básicos de abordagem da investigação em
educação, que assume como paradigmas: a abordagem positivista/behaviorista e a
abordagem interpretativa.
47
essa comunidade acadêmica itinerante o agregar de novas competências durante a sua
formação enquanto estudantes da Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
Positivista, porque tem como finalidade trazer à luz dados objetivos, medíveis,
regularidades e tendências observáveis, como os processos humanos e sociais, que
são abrangentes, dinâmicos e enleados. Assim, investigar é compreender os
comportamentos humanos, os significados e intenções dos sujeitos que intervêm no
cenário educativo, sendo a interpretação não mais que a compreensão dos fenómenos
educativos (Santos, 1999).
Fizemos ainda recurso à metodologia qualitativa, uma vez que permite-nos conhecer e
compreender os pontos de vista dos sujeitos para, posteriormente, procedermos à sua
interpretação. A abordagem qualitativa requer que os investigadores desenvolvam
empatia para com as pessoas que fazem parte do estudo e que façam esforços
concertados para compreender vários pontos de vista para tal decidimos ouvir as
opiniões dos autores implicados, formadores (professores) e estudantes (professores
em formação) a respeito de como está a ser a experiência de formação.
Para tal, selecionou-se de forma aleatória 4 turmas correspondentes aos três cursos
nomeadamente História, Geografia, e Matemática, onde selecionou-se 5 candidatos
sendo 3 mulheres e 2 homens e no curso de Pedagogia que tem duas saídas
profissionais, nomeadamente Ensino Primário e Gestão e Inspeção Escolar
selecionamos 3 candidatos tanto homens como mulheres totalizando 21
correspondentes a 10%. Escolheu-se ainda o maior número de mulheres, por serem o
maior número de estudantes na Universidade e pelo facto de serem a maioria da
população jovem em Angola segundo as Estatísticas. Não obstante a isso, a experiência
e a observação mostra serem também as que mais têm demostrado competências muita
apatia nas disciplinas de formação geral.
Escolhemos as quatro turmas, para que tenhamos uma visão bastante alargada das
quatro carreiras de pedagogia que a escola possui, nomeadamente os cursos de ensino
de história, geografia, matemática e pedagogia. Com a pretensão de não deixar
ninguém de fora, nem um curso de fora. Justifica-se também o número de professores
que passam agora a 30, num total da amostra de 100, pelo facto de querermos recolher
contribuições dos estrangeiro e os angolanos sobre a temática e acrescentar a
experiência de todos que tem mais de 10 anos de serviço. Norteando-se do princípio
popular de que unidos conseguirão com maior facilidade e ainda de que unidos são
capazes.
50
Para a realização dos objetivos que nos norteamos nesta pesquisa, pretendemos
entrevistar um conjunto de sujeitos que exercessem funções de professores na
universidade em questão bem como inquiriremos o grupo de estudantes. Optámos por
realizar as entrevistas e os questionários. A escolha da instituição justifica-se por razões
de conveniência políticas e geográfica, ou seja, pelo pouco estudo que existem na
região e que envolvam a Universidade Lueji e a Escola Superior Politécnica da Lunda-
Sul.
Na opinião de Buendia (1999) e Serra Bravo (2001) e citados por Mendes (2011), o
questionário é um conjunto de perguntas preparadas caracterizado pelas suas
alternativas de respostas e que pode se atribuir um valor numérico permitindo a sua
classificação quantitativa. Caracteriza-se ainda por ser o instrumento que pretende
saber dos inquiridos o que conhecem, opinam, pensam sobre a investigação, pondo-os
à prova ou validando-os através da amostra mediante um conjunto de perguntas por
escrito e que podem ser respondidas sem a incómoda presença do questionador.
Considerado de grande utilidade para obter dados descritivos que podem proporcionar
os próprios interessados, alcançar um grande número de sujeitos e relativamente pouco
custoso. São necessárias três dimensões essenciais para sua elaboração: o propósito,
a amostra e os recursos disponíveis, obedecendo aos seguintes preceitos:
1 (Concordo Totalmente)
2 (Concordo)
3 (Neutro)
4 (Discordo)
5 (Discordo Totalmente)
O inquérito é formado por três inquéritos, onde os destinados aos estudantes possui
três dimensões e 3 variáveis distribuídas em 16 questões conforme expelíamos abaixo:
Que avaliação faz do processo de capacitação pedagógica a que se formou. Bem como
a formação que recebeu é suficiente para o desenvolvimento da profissão no futuro.
53
Já o feito aos professores possuem igualmente três dimensões e 3 variáveis distribuídas
em 16 questões conforme demostramos:
Idade; Sexo; grau acadêmico; departamento a que pertence; funções que desempenha;
tempo de serviço; número de disciplina que leciona; período que leciona; possui
formação em pedagogia;
Número de estudantes por turma; Faixa etária dos estudantes por turma;
C. Inquérito por questionário feito aos Professores da ESPLS sobre como tem
desenvolvido competências aos estudantes.
Como não podia deixar de ser, estendemos nossa ação também aos membro de direção
onde em 3 variáveis pretendemos mensurar o que tem faltado aos docente e discente
no que toca a transmissão e aquisição de competências na ESPLS.
54
O inquérito por questionário foi construído pelo investigador e submetido à opinião do
Tutor Professor Doutor Mário Durão e pela Professora Doutora Maria Nitza Bone
(Universidade Lueji A’nkonde) que nos deram a sua validação, informando que o mesmo
tinha a técnica mais apropriada e pode se utilizar porque nos informa sobre a
representatividade do conteúdo em estudo, desde que se utiliza itens de escolha
múltipla, incluindo escalas de Likert.
O Google Docs é uma ferramenta totalmente grátis, ideal para uso acadêmico dispõe
de aplicações de fácil uso e que possui uma variedade de instrumentos que auxiliam na
aprendizagem colaborativa de forma lúdica, seja pelo compartilhamento de links,
anexos de imagens, escrita coletiva e outros, permitindo a criação e partilha de trabalhos
on‐line, ideal para o desenvolvimento acadêmico e para fins de pesquisa no período de
pandemia Cov-19 como foi o caso do presente estudo.
2.4.Estudo
O presente trabalho pretende propor a agregação de novas competências aos
professores em formação para dar uma resposta aos problemas (sociais, econômicos,
55
políticos vividos em Angola pais do terceiro mundo) enfrentados para a educação da
sociedade no século XXI.
Nesta etapa foram fundamental diversa literatura, a mediateca José Eduardo dos
Santos, a rede telemóvel Unitel que permitiu a cessar ao banco de dados do Google
académica, Google Drive, Google documents a Scielo e a capacidade interpretativa,
reflexiva, crítica do investigador.
56
As definições operacionais foram medidas através do entrevista aplicada aos
professores com formulações de perguntas combinadas entre abertas e fechadas para
descreverem suas experiências, entendimento e concretização do agregar de
competências na ESPLS e o questionário a ser aplicado aos alunos para permitir
identificar o constructo em avaliação com concisão, clareza, precisão e uniformidade.
Em anexo, a carta dos primeiros contactos dirigida ao Decano da escola para os
primeiros contactos e autorização de contacto com os alunos e professores para a
entrevista e o inquérito, o decreto da criação da escola, os mapas estatísticos.
57
Neste ponto tomou-se a intersubjetividades como critério externo (Trivinos, 1992 citado
por Ensslin, 2010) testando por meio da crítica os enunciados o que demostra a
presença do trabalho do pesquisador que pretende apresentar contribuições científicas,
mas que “não se recusa a submeter-se ao teste empírico e intersubjetivo de
falseamento” (Marconi & Lakatos, 2003).
58
CAPÍTULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÃO
Chegamos ao ponto em que nos vemos confrontados com os resultados obtidos, após
a implementação do nosso instrumento de observação – Inquérito por Questionário – e
a respetiva recolha dos dados, queremos deixar claro as razões que nos conduziram a
optar pela questão, que dá título a este trabalho de investigação.
No segundo momento, restringiremos a nossa acção aos estudantes que nós decidimos
chamar de professores em formação. Optou-se por questioná-los, usando um
questionário construído a partir dos objectivos da nossa investigação, bem como para
conhecer a sua percepção, concepções sobre a temática em abordagem, que tem a ver
com o incremento de algumas competências a se desenvolver no seus planos curricular
e adequá-los a formação do século XXI.
59
Já o terceiro grupo de estudo é constituído pelo corpo diretivo, referimo-nos ao Decano
e vice-Decano para a Área Acadêmica e vida estudantil, enquanto os executores de
todas as acções de formação, aprimoramento, seleção, modernização, apetrecho e o
encaminhamento de todo o fazer pedagógico. A eles também foi enviado um inquérito
por questionário.
Assim, iniciamos o tratamento dos dados começando por evidenciar a idade dos
docentes, sua formação escolar, a sua visão sobre o conceito competência, bem como
como estas se desenvolvem como expelia o gráfico abaixo indicado: Na escola temos
um total de 147 professores, diversos graus acadêmicos, variedades nas idades e
culturas, de três nacionalidades destacando entre cubanos, portugueses e angolanos o
que faz a escola ser multicultural, possibilitando a troca de experiência acadêmicas e
cientificas de forma intercultural entre todos, dando possibilidade para resolução de
problemas actuais, atualizando-se e vivenciados em outras realidades, evidencia-se
também a passagem de testemunho de uma geração para outra de mais adulta para
outra mais jovem fazendo do local de serviço um autentica escola para a vida um local
de aprimoramento e aperfeiçoamento debate, discussões e projeções constantes.
60
3.1. Apresentação e discussão de dados do inquérito feito aos
professores
3.1.1.1. Distribuição dos professores de acordo com a variável faixa etária, sexo,
formação acadêmica, tempo de serviço e função
Os dados do gráfico abaixo nos trazem o relato da distribuição do sexo dos professores
que fizeram parte do nosso estudo, onde evidenciam ser 67% correspondentes a 20
professores do sexo Masculino e 33% do sexo feminino correspondentes a 10
professores e nem todos fazem parte ao Departamento de ciência de educação como
foi nossa pretensão.
33%
Masculino
Feminino
67%
Relativamente a indicativo abaixo que representa aos dados apresentado pela variação
de idade entre professores, onde se saliente serem 50% jovens com idades que vão
dos 35 aos 40 anos angolanos, muitos destes formados pela mesma universidade e
alguns pela mesma escola; os 20% são os que tem mais de 55 anos de serviço.
20%
dos 35 aos 40 anos
dos 40 aos 50 anos
13% dos 50 aos 55 anos
57%
mais de 55 anos
10%
Lembro que estes últimos fazem parte dos professores da Atcex ou seja ajuda de
técnicos cubanos no exterior, que fazem parte de Universidade daquela ilha que
mandam parte de seus professores a cooperarem com Universidade em Angola no
âmbito de uma parceria com o Estado angolano e muito destes acabam por ficar apenas
4 anos não renováveis.
Isso justifica-se pelo facto de a universidade ter apenas 11 anos de funcionamento uma
vez que foi criada aos 12 de Maio de 2009 e ter professores com mais de 40 anos de
serviço. Acrescido a isso está o facto de a escola ter sido um núcleo ou unidade orgânica
da Universidade Agostinho neto e com a sua expansão e modernização deu aso a
abertura de outra escola com a criação do Ministério do Ensino superior em Angola.
62
ensino, antes e depois da independência – tanto menos como o seu corpo docente ficou
drasticamente reduzido com a saída dos professores luso-angolanos, só parcialmente
substituídos por “cooperantes” cubanos, alemães (da RDA) e Russos. Por esta razão,
o MPLA estabeleceu um sistema de bolsas que permitiu, no decorrer dos anos, a vários
milhares de alunos de realizar estudos universitários em diferentes “países socialistas”
– principalmente em Cuba, mas também na União Soviética, na República Federal da
Alemã e na Polónia.
Como se pode ver a nossa temática não é nova pois Angola foi durante cerca de cinco
séculos uma colónia portuguesa, e o sistema de educação era português na perspectiva
de potência colonizadora, era notável a falta gritante de professores, fraca
acessibilidade e ausência de equidade relativamente às populações nacionais as quais
eram exclusas e descriminadas; as infraestruturas escolares estavam
desproporcionalmente “distribuídos entre umas províncias e outras com favorecimento
para aquelas onde o colonialismo tinha maiores interesses económicos” (Caare, 2009).
Com a conquista da independência cria-se uma Lei que consagra a educação como um
direito para todos os cidadãos, independentemente do sexo, raça, etnia e crença
religiosa. O novo sistema de Educação e Ensino dispunha de 25 mil professores
pobremente formados e incapazes de responder a grande afluência da população às
escolas, pois, se, em 1974, estudavam cerca de meio milhão de angolanos, em 1980,
esse número superava os 1,8 milhões. Não foi possível manter esses indicadores, pois
o país, apesar da conquista da independência, continuou em guerra, com
consequências nocivas que se fizeram sentir uma vez que inúmeras escolas foram
destruídas.
Face ao fraco desempenho do sector da Educação em termos qualitativo e quantitativo
o fraco aproveitamento escolar dos alunos, fraca preparação dos professores, fraqueza
no ensino básico como factor de estrangulamento do sistema educacional devido os
efeitos da guerra, gestão escolar e recurso materiais, o que impossibilitou o alcance dos
objectivos traçados criando uma bola de neve que se arrastou até aos nossos dias.
63
Doutorado e se as fazem, fá-lo-ão por parceria com outra preferencialmente com
Universidades em Portugal ou Cuba.
Por esse déficit, muitas vezes são ministradas cadeira de formação específica por
docente que não tem formação nas mesmas, contribuindo para o fraco desenvolvimento
de aptidões de formação nos alunos sob sua custódia. Os dados referenciados
expressam uma contradição verificada entre a prática e a teoria. Do lado teórico esses
docentes possuem valências, conhecimentos e superioridade científicas tornando-se
indiscutível que tais valências, conhecimentos, superioridade ajudem o trabalho e tem
um peso importante, porém isto não é absolutamente determinante e suficiente, pois o
processo docente educativo requer uma clara e segura compreensão do processo de
aprendizagem processo este que se desenvolve por meio de atitudes, motivações,
experiências e relações anteriores facto contrariado pela disparidade entre a formação
inicial e o campo de atuação uma vez que, tomando a fala de Estrella (2018) “o
professorado não aplica os métodos que lhe foram pregados, mas aqueles que lhe
foram aplicados. (...) para que ensinar teorias novas de ensino, metodologias muito
interessantes, técnicas novas, se logo o professorado vai aplicar aquelas técnicas,
estratégias, métodos, teorias metodológicas que lhe forma aplicadas e não as que os
livros ou o formador de formadores lhe ensinaram.
O outro endcap que aqui se adiciona é a fraca capacidade comunicativa que os alunos
depois da formação vão demostrando e transportando para a sua área de atuação, ou
seja é notório por parte dos que se formam e os que estão em formação a fraca
capacidade de se expressar e se fazer compreender na língua oficial que os angolanos
adoptaram, que é a Língua Portuguesa.
Julgamos nós ser o tal facto, por maior parte dos professores serem cubanos e não se
expressarem em português propriamente dito, e não se importarem por questões
atinentes a língua portuguesa, pois tal desiderato está longe do que se pretende.
Outrossim o facto de muito dos doutores e mestre angolanos terem estudado nestes
países, agudiza ainda mais a problemática, pois a experiência tem demostrado que
64
muitos, comunicam-se melhor na língua de formação (russo, francês, espanhol) que na
língua de trabalho.
13% 13%
Professor Auxiliar
0%
Assistente
54% Outro
Dos dados colhidos e dos que tivemos acesso no departamento em que incide nosso
trabalho, permite-nos observar e averiguar que apenas 7 dos 36 professores que
lecionam no curso de Ciência de Educação são efetivos, sendo o restantes
colaboradores e professores cooperantes. Por outro lado, o quadro docente é
constituído por mestres e doutores, não obstante ser a maior parte constituída ainda por
licenciados ou seja assistentes estagiários, muitos destes sem experiências, sem
domínio total dos conteúdos que ministram, minando assim o processo de formação de
professores e afetando o granjear de competências.
Neste quesito, o corpo docente deveria além de dar aulas, fazer pesquisa, produzir
conhecimento, divulgar e discutir com seus pares os estudos feitos. Sua atividade
docente básica era orientar os alunos na aprendizagem das atividades científicas de
66
investigação, estudo e elaboração de trabalhos. Para tal, é preciso avançar na
preparação dos docentes para o ensino superior (para não serem os licenciado a
formarem outros licenciados, o que reduz a demanda, leva a limitação) pois nem todos
os professores tiveram em seus cursos de pós-graduação disciplinas didático-
pedagógicas. Daqui a sugestão de superações à distância, como acontece com
Funniber, que permite o professor estar no local de trabalho e ao mesmo tempo granjear
formação melhorando, aperfeiçoando, comparando e aplicando competência
profissionais a si e nos seus alunos, que é no dizer de Masetto (2003:24), a ênfase no
ensino superior deve ser dada as acções dos alunos para que ela possa aprender o que
se propõe; que a aprendizagem desejada engloba, além dos conhecimentos
necessários, habilidades, competências, análise e desenvolvimento de valores, não há
como se promover essa aprendizagem sem a participação e parceria dos próprios
aprendizes.
5%
10% Uma
Duas
38%
Três
19%
Quatro
Cinco
5% de 40 à 50
19%
14% Mais de 50
Muitos deste professores tanto angolanos como cubanos tiveram alguma formação
pedagógicas, muitos no ensino Médio como é o caso dos angolanos, outros apenas na
licenciatura, no mestrados ou no doutoramento, sendo um número bastante reduzido os
que fizeram formação total em ciências de educação, daí que dos inquerido apenas um
afirmou não ter formação pedagógica.
O educador tem que ser visto como o agente de mudança, responsável pela sua própria
formação, como autor e coautor do planejamento, desenvolvimento, reflexão e de
reformulação ou reelaboração da metodologia do processo de formação continua.
Daí o questionamento que se tem feito aos professores com grau de licenciatura e sem
formação em ciências de educação, mas colocados para formação de professores, por
não estimularem nos alunos uma forma autônoma de pensar e agir, baseando-se
somente no tempo limite de aula, gerando um ensino mecanizado, voltado para a
memorização em detrimento de um processo pedagógico activo orientado para
desenvolvimento do conhecimento e habilidades que desenvolve integral e
harmoniosamente o aluno.
68
Assim, o conjunto de atividades formativas do professor tem na sequência das suas
habilitações profissionais iniciais do período da indução profissional que visa o
aperfeiçoamento dos seus conhecimentos, aptidões e atitudes profissionais em ordem
à melhoria da qualidade da educação a proporcionar ao educando conforme afirma.
3.1.1.2. Dados obtidos dos professores sobre a Escola Superior Politécnica da Lunda-
Sul.
Quanto aos professores questionando sobre a faixa etária de seus alunos e tivemos os
seguintes resultados mais de 40 anos 33%; 37% os menores de 20 e maiores de 30
30%; como expelia o gráfico nº.3.7
0%
33% De 20 à 30
37%
de 30 à 40
De 40 à 50
Mais de 50
30%
69
30%
40% De 25 à 30
De 30 à 35
Mais de 40
30%
Ligada a informação acima, está a questão relativa a quantidade de alunos por turma,
que do ponto de vista legal, são recomendados 35, mas por força da demanda, falta de
escolas e turmas, pouca quantidade e qualidade de docente, as salas dos primeiros
anos da Escola em questão registam entre 50 à 70 alunos por turma no curso de
ciências de educação, variando apenas na Licenciatura do ensino de matemática, onde
costumam ter apenas entre 28 a 25 alunos. Assim os dados acima revelam as turmas
do último ano onde decorreu a nosso inquérito, daí que as turmas registam um equilíbrio
de 40 e 30 alunos respetivamente.
70
15% 5%
Concordo Totalmente
Concordo
15% 34%
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
31%
0%
13% 17%
Concordo Totalmente
Concordo
20%
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
50%
O tempo laboral permite preparar os conteúdos para melhor domínio durante a aula? 2
Professores correspondentes a 6% concordaram totalmente, os outros 18 equiparados
a 60% concordaram, mantendo-se neutro 2 correspondendo 7%; do lado oposto 5
71
correspondendo 17% afirmaram discordar e os últimos 3 que representam 10% afirmam
discordar totalmente.
10% 6%
Concordo Totalmente
17% Concordo
Neutro
7% Discordo
13% 0%
Concordo Totalmente
13% Concordo
Neutro
57%
Discordo
17% Discordo Totalmente
Foi questionado também aos professores se o seu perfil e a deontologia profissional dos
favorecem o desenvolvimento de competências pedagógicas dos estudantes; 13%
correspondendo a 4 professores disseram que concordam totalmente; 47% perfazendo
a maioria 14 concordam; 2 professores correspondentes a 7%mostram-se indiferentes
72
outros 20% correspondendo a 6 docentes discordam e discordam também 4 docentes
respondentes a 13%.
13% 13%
Concordo Totalmente
Concordo
20%
Neutro
Discordo
7% 47% Discordo Totalmente
O conjunto das questões acima resumem-se no modo de ser, modo de fazer, modo de
preparação e o modo de participação do processo de aquisição de competências ligados
aos docentes, ou seja, questionamos o como fazer para agregar competências aos
estudantes em formação da escola em questão. As respostas encontradas nos fazem
mais uma vez refletir que o professor se faz no dia-a-dia letivo, no conjunto de
aperfeiçoamento e aprimoramento do mestre, na imitação, reflexão e superação, na
acção e diferenciação da atitude do método, na sua jornada diária, como a sua maneira
de ser (comportamentos), de agir (motivação), de aprumar-se (preparação,
aprimoramento, conhecimento dos métodos e da didática) gerando habilidades,
confiança, mudança, atitudes e granjeando competências ação, participação aos
estudantes.
Assim a maneira de ser, estar, fazer do professor, vai gerar, moldar, aprimorar, capacitar
e formar no aluno o desabrochar de um leque de competências acumuladas ao longo
do processo de preparação docente. O professor deve procurar uma oportunidade de
crescimento pessoal e profissional, buscar uma educação continuada assídua, dominar
a tecnologia para tê-la como uma aliada na prática pedagógica. O professor não se faz,
constrói-se a cada dia, através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas
e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal e constante atualização
científica, pedagógica e didáctica. (Teixeira 2008)
73
Desta feita, 11 professores responderam que realmente sua atitude pode desenvolver
competências em seus estudantes, e ainda, 20 docente afirmaram, que a sua
motivação, também motiva os estudantes a habilitar-se e granjear competências. Não
deixando de ser, outro 17 afirmam terem tempo suficiente para preparar suas aulas,
uma vez que o curso de ciência de educação ser apenas ministrado no período pós-
laboral, estimulando assim a preparação dos docentes como não podia deixar de ser.
Concordo Totalmente
34% 33%
Concordo
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
33%
74
0%
17% Concordo Totalmente
37% Concordo
13% Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
33%
10%
Concordo Totalmente
33%
Concordo
27%
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
17% 13%
10% 10%
Concordo Totalmente
Concordo
27%
30% Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
23%
76
Ainda Campos (2002) entende que a formação inicial deva proporcionar aos futuros
professores “a informação, os métodos e as técnicas científicos e pedagógicos de base,
bem como a formação pessoal e social adequada ao exercício da função docente”.
No que toca a questão do tempo, podemos afirmar que ao nosso ver essa alteração de
dados tem a ver com os docentes que lecionam as matérias anuais e semestrais, ou
seja, em função do fraco alargamento da iluminação pública da cidade, falta de
patrulhamento da Policia Nacional de Angola em zonas periférica e dos constantes
assaltos à mão armada que têm sido alvo os estudantes do período pós-laboral, houve
o reajustamento dos tempos de aula, ou seja dos 55 minutos para 40 permitindo assim
que os estudantes que entravam as 18:00 e saiam as 22:25 com 5 tempos por dia;
passa agora a ter os mesmos 5 tempos, começando as 18:00 e saindo as 21:10 minutos.
O que é que aconteceu de concreto? Houve redução da carga horaria dos docentes, ou
seja, para as disciplinas anuais, que possuem 4 tempos por semana passaram a ter 3
e as disciplinais semestrais, passaram a ter dois tempos letivos o que faz com que os
professores não se confortam em lecionar com todas as propriedades, uma vez que
improvisam e mecanizam os conteúdos.
77
processo de desenvolvimento e aprendizagem, propondo-lhe tarefas/atividades de
acordo com o seu nível de desenvolvimento psicológico.
Desta feita podemos depreender que ao não acontecer com regularidade na escola em
referência, dificilmente se cumprirá o exposto pelos autores. Os inquiridos são
concordantes de forma totalitária de que a supervisão pedagógica é indispensável para
o êxito do processo de ensino-aprendizagem, embora o contexto nos mostra que elas
tem sido raramente feitas e quando são feitas, são apenas visitas não sistemáticas e
nem planejadas, feitas pelo Chefe de Departamento ou pela Reitoria. Preocupa-nos o
facto de não existir na ESPLS uma área específica pela supervisão pedagógica estando
encarregue aos chefes de Vice decano para o Ensino e Vida Estudantil e que não as
têm feito com regularidade.
Esta falta de supervisão faz com que pouco se exija aos professores de modo a que
trabalhem em equipas, pois professores com a mesma disciplina quase não se
conhecem, obedecendo programas de disciplinas desigual, sobressaltando mais o
interesse individualizado que o coletivo. Conforme responderam no inquérito feito: os
professores trabalham de forma isolada devido à falta de acções de supervisão
pedagógica? Responderam que sim tendo em conta 4 disseram concordar totalmente
14%, 18 responderam que concordam 60%; 4 igual a 13% mostraram-se neutros, como
igual número discordou.
7% 7%
13% Concordo Totalmente
Concordo
Neutro
40%
Discordo
33% Discordo Totalmente
79
primário, do Iº e do IIº ciclo e pouco nas escolas de formação profissional onde estão as
escolas de formação de professores e Magistérios primários.
7%
17%
Concordo Totalmente
Concordo
10%
Neutro
10% Discordo
56%
Discordo Totalmente
Entendemos que a formação inicial deve exercitar os futuros professores para uma
prática reflexiva, sendo necessário que os programas de formação se organizem de
forma a privilegiar uma formação cultural (geral) e uma formação científica (disciplinar).
Percebemos também que tanto a formação cultural como a formação disciplinar não
devem separar-se de uma formação prática.
3.2.1.1. Distribuição dos alunos de acordo com a variável faixa etária, sexo, ano em que
frequenta, especialidade, estatuto de frequência, condição de aprovação e número de
estudante por turma.
81
19%
Mascolino
Feminino
81%
Quanto a faixa etária os alunos do sexo masculino responderam 13 cuja faixa etária
corresponde dos 22 aos 48 anos. Diferente das alunas que na sua maioria responderam
a inquérito 8 cuja faixa etária corresponde 22 aos 29 anos de idade.
11%
10%
Ensino de Geografia
Ensino de Matematica
Ensino de Historia
37%
82
Quanto a quantidade de estudante por turma a uma variação frequente entre os 22 aos
80, dependendo das carreiras em que se habilitam, devo lembrar que as licenciaturas
em Geografia, matemática são as mais vazias, com uma frequência de 40 aos 22
alunos; já os de matemática são os mais menos frequentados pelas debilidades e o
pouco contacto que os alunos em Angola têm com os números, bem como as
insuficiências que trazem na sua formação inicial tendo uma frequência de 22 a 10. Já
os cursos mais frequentados são os de História como uma media de 50 aos 70 alunos,
do Ensino Primário que vai de 70 a mais e o de Gestão e Inspeção escolar que também
tem uma media de 60 aos 80 candidatos.
O excessivo número de aluno na sala de aula, esta muitas vezes ligada a solicitação
das autoridades partidárias, que desejando manter-se no poder, redobram esforços
influenciando o decanado a não deixar ninguém de fora, atropelando as regras e normas
pedagógica existente relacionado ao número de estudante por sala. Daí que ao
averiguarmos tal caso, nos apercebemos que é impossível para o professor trabalhar
com todos, sobretudo nestes últimos casos e leva-los a desenvolver competências.
10% 9%
Concordo Totalmente
19% Concordo
Neutro
Discordo
10%
52% Discordo Totalmente
83
Questionados se a motivação dos professores favorece a formação de competências
nos estudantes, concordaram totalmente 6 pessoas igual 27%; concordaram 10
inqueridos igual a 48%; tanto os neutros, os que discordam e discordam totalmente
ficaram com 2 correspondendo a 9%.
9%
9% 25% Concordo Totalmente
Concordo
9%
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
48%
5% 4%
Concordo Totalmente
24%
Concordo
Neutro
5% Discordo
62% Discordo Totalmente
84
concordar totalmente 6 inquiridos igual a 28% e outros 10 igual a 48%. No lado oposto,
encontram-se 3 igual a 14% e discordaram 1 igual a 5%.
5%
14%
28% Concordo Totalmente
5%
Concordo
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
48%
5%0%
19%
19% Concordo Totalmente
Concordo
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
57%
57% Discordo
Discordo Totalmente
43%
Concordo Totalmente
Concordo
57%
86
10% 15%
Concordo Totalmente
Concordo
30% Neutro
Discordo
40% Discordo Totalmente
5%
Países de África são comumente tradicionalistas, onde para além da educação formal,
existem no seio dos alunos um grande peso da educação informal como um sistema
paralelo de imitação, socialização e culturação cunhado ao longo de vários anos e
transmitido de pais para filhos, de clã a clã e tribo para tribo. Nestes moldes, venera-se
fortemente a pessoa do mais velho, perpetua-se seu ensinamento, táticas, métodos
atitudes e conselhos.
O professor é visto (como mais velho) desde esse prisma, como sendo aquele que sabe,
aquele que ensina, aquele que transforma. Ele é o guia, seus e ensinamento geram
vida, a sua maneira de ser é um diferenciado, sua maneira de comportar-se perpetuada
e seu método de agir clonado. É encarado como alguém fora do comum, pelo facto de
tirar dar ignorância e trazer a luz novas inteligências.
Desta feita todo o seu modo de ser, fazer, comportar-se será fortemente seguido e
imitado pelos seus discípulos e alunos, pois a imitação é um critério tradicional forte
entre nós, daí que os dados acima apontam que a atitude do professor leva exatamente
a seus alunos desenvolverem competências, que aos olhos do autor representa falta de
autonomia, democracia, consciência crítica e de atualização, pois, se as atitudes forem
negativas, os alunos também as perpetuam, as transferem para o seu dia-a-dia lectivo,
para as suas vidas como sendo algo certo, imutável.
Daí que a nossa atenção se redobra alinhada à de outros pensadores que afirmamos
que nos critérios de formação de professores não pode faltar critério como atitude,
generosidade, e dialogo ferramentas indispensáveis no dia-a-dia da profissão e também
87
são os elementos que os estudantes mais apreciam, sobretudo quando querem
comparar ou exemplificar ou ainda criar como modelo de imitação.
Ser professor é ser capaz de criar uma ponte entre os alunos e a realidade, ou seja,
entre um mundo que conhecemos e o outro totalmente desconhecido para eles, para
tal, é necessário manter os olho bem abertos, seguir mudanças sociais, entender bem
o mundo em que vivemos e sermos capazes de criar uma vida bem equilibrada, para
que nossos estudantes valorizem nossas experiências e ideias.
Ser professor é pretender com o seu ser e fazer que as pessoas sejam mais pessoas,
quer dizer, que os seres humanos sejam mais humanos, sejam mais valiosos em si
mesmo e para a sociedade. Gervivilla (2000) citado por Estrela
A atividade docente definitivamente não é uma acção isolada, antes pelo contrário, é
um processo que exige a interação entre vários sujeitos e isso implica na presença de
negociações em vários níveis. (Delmás, 2008) evoca o clima e a interação entre o
professor e o aluno como elementos importantes que se agregam aos requisitos
considerados adequados.
Por outro lado, os estudantes nutrem uma grande paixão pela profissão de docente, o
que lhes leva a motivarem-se com o exemplo dos professores, sobretudo pelo facto de
saberem que para fazer parte da família de docentes em Angola basta apenas,
passarem de um concurso público onde ter agregação ou formação pedagógica é um
dos requisitos e também pelo facto de muitos já serem da família, mas necessitarem
apenas de um certificado para o seu bom enquadramento e colocação. Não se tem amor
pela profissão, mas motivam-se pela condições e pelas facilidades de lá se instalarem.
Não obstante a isso, uma boa parte dos estudantes que aparecem no ESPLS têm
dificuldades de escrita, leitura, interpretação dos conteúdos e fenómenos que o rodeia,
dificuldade de expressão oral entre outros. Assim por mais que o professor queira
dificilmente, se desenvolverá competências pedagógicas esperadas neles. Revelam
fraca compreensão e atitude do perfil de docente universitário; os resultados das
permitiram constatar que existe um fraco empenho no cumprimento de tarefas para
trabalhos individuais ou em grupos, por parte dos estudantes e falta de uma auto
exigência que concorra para a elevação das suas qualidades formativas. Para muitos,
situações referidas deriva do facto de muitos não se sentirem motivados para o curso
que frequentam, esperando apenas a obtenção do diploma.
88
A atividade docente é complexa e exige a preparação de conteúdo, a seleção de
métodos e meios de ensino antes de pôr os pés na sala de aula. O planejamento não
deve estar deslocado do contexto espacial, temporal e social do professor, em outras
palavras, o planejamento é acto de adequação sócio-histório-cultural. Social porque a
educação é um processo social, que visa a contextualização do aprendiz no seu
contexto de vivências, com o objetivo de dar resposta às questões sociais que se
colocam.
O professor para o sucesso da sua planificação, deve olhar aluno como um actor social
e não apenas como espectador, uma vez que Libâneo (1994) afirma que essa etapa se
desdobra em atividades específicas e interligadas, como a preparação prévia do
professor, a preparação dos alunos, a introdução da matéria e a colocação didática dos
objetivos.
Nesta mesma linha, Farias et al (2008; 2011 citada por Josefa, 2014) definem o
planejamento docente como um acto, uma atividade que projeta, organiza e sistematiza
o fazer docente no que diz respeito aos seus fins, meios, forma e conteúdo. É uma
acção reflexiva, viva e contínua, permeada por um processo de avaliação e revisão
sobre o que somos, fazemos e precisamos realizar para atingir nossos objetivos.
89
Essa formação não se constrói por acumulação (cursos de conhecimentos), mas sim
através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re) construção
permanente de uma identidade pessoal.
É necessário que o mestre seja munido de ferramentas, para que seus discípulos
possam se enquadrar no novo mundo que os espera. As necessidades de formação dos
professores são definidas como aqueles desejos, carências e deficiências percebidos
pelos professores no desenvolvimento do ensino.
90
3.2.2.2.Dados fornecidos pelos estudantes quanto as condições das Escola Superior
Politécnico da Lunda-Sul.
17%
22%
Concordo Totalmente
Concordo
13%
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
31% 17%
91
4%
17% 26%
Concordo Totalmente
Concordo
Neutro
18%
Discordo
Discordo Totalmente
35%
Com a falta de instituição, falta de sala de aula, partilha de infraestrutura entre aluno do
Iº ciclo com os universitários, a falta de carteiras, balneários, salas de informática, sal
de ensaios laboratórios, biblioteca actualizada dentre outra vem mostrar o quanto não
se dignifica a profissão do docente, ou o quanto não se faz para que este desenvolva
competências. O ensino passou a voltar para a memorização, baseado numa pedagogia
totalmente tradicionalista feita a base de quadro preto e giz que não instiga a procura,
transformação e desenvolvimento de competência quer leitoras, quer técnicas, de
atitudes, dentre outras. Por outro lado encontramos a facilidade de acesso à
universidade, a politização das instituições públicas e a falta de seriedade com o
processo de ensino.
Tais condições levam a criação de alunos passivos, que se contentam com o real da
situação, acabando por não se envolver nem desenvolver conforme se pretende na
busca e na produção do conhecimento, a não frequência de bibliotecas e mediatecas,
a falta de cultura de leitura, de reflexão científica, crítica da realidade em que estão
envolvidos, deixando-os despido de qualquer competências exigidas aos professores
do século XXI.
92
5%
9%
24%
Concordo Totalmente
5%
Concordo
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
57%
5%
15%
20% Concordo Totalmente
Concordo
Neutro
5%
Discordo
Discordo Totalmente
55%
93
os que discordam e discordam totalmente com 3 estudantes perfazendo 14%
respetivamente.
15%
Concordo Totalmente
33%
9% Concordo
Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
29%
14%
A escola no âmbito das suas atribuições tem realizado em cada semestre jornadas
científicas do departamento, da escola e da Universidade onde dão a primazia dos
docentes participarem, tem realizado também encontro científico, encontro de parceria,
bem como de refrescamento com outras universidade no pais e no mundo. Essas
formações levam ao melhoramento do seu perfil quer acadêmico, quer profissional, da
sua maneira de atuar do seu fazer-se para influenciar os estudantes gerando nos
aprendizes competências a se agregar.
No que toca a carga docente ela é realmente suficiente para o processo de ensino e
aprendizagem mas as adaptações que tem sofrido em função da sua contextualização
leva-a a se tornar insuficientes para o agregar de competências aos professores em
formação.
9% 0% 14%
Concordo Totalmente
Concordo
29% Neutro
Discordo
Discordo Totalmente
48%
Os estudantes mostraram satisfeitos por terem passado por uma universidade, por se
terem superado a cada dia, compreenderam que o ser professor faz-se no dia-a-dia,
molda-se constantemente e que o fim da formação é o início da busca de
procedimentos, métodos, de competências para se firmar. Fizeram-nos pensar que
95
nenhuma formação acaba, termina e é completa. Nenhuma formação é suficiente, tem
que ser completada como a motivação, formação atitude e contextualização. Toda a
formação é um contínuo descontínuo e a que fizeram na universidade é apenas a faze
profissional, restando que comecem a parte pessoal, daí ser suficiente o que receberam,
mas não descoram que precisam de aperfeiçoamento constantes.
3.3. Inquérito por questionário feito ao Vice decano para área Pedagógica
e Vida estudantil.
Vejo com desagrado, a questão da melhoria salarial tem pesado de forma negativa na
motivação desempenho dos docentes, acrescentando as condições que as salas de
aulas apresentam, bem como ainda se encontram excesso de número de estudantes
por turma.
96
A avaliação de desempenho dos docentes ainda não é a esperada, uma vez que não
temos tido em atenção que muitos deles ainda improvisam as suas aulas. Não obstante
a isso, a cada ano letivo a Escola preparar cursos de agregação pedagógica de modo
que os docentes procuram melhorar as suas performances.
Quanto aos estímulos temos feito na escola atividades que visão elevar e estimular os
docentes com realização da gala dos docentes, onde os estudantes elegem os melhores
docentes, apoio sempre que é possível para formação no interior ou exterior do País,
jornada, seminários e encontro científicos, bem como parcerias com outras
Universidade no mundo, augurando troca de experiências.
4.De que forma tem ajudado os docentes na superação das dificuldades ligadas
ao exercício da docência universitária?
Do inquérito feito aos membro da instituição, podemos perceber que todos ostentam um
perfil pessoal e profissional competente, que tem noção das debilidades do processo de
ensino e aprendizagem ao afirmarem que os docentes precisam aprimorar os meios de
transmissão de conhecimentos e consequentemente colocar o estudante no centro do
processo de ensino e aprendizagem.
Tem a perceção de que não se faz um ensino de qualidade com meios infraestruturas
decrépitos e obsoletas, sem livros e leitura, com estudantes mal formados no ensino de
base, com a falta de investigação, por salas repletas de estudantes, sem supervisão e
tão pouco com desmotivação salarial dos docentes e sem incentivos a pesquisas.
Daí a abordagem da temática que trouxemos para a nossa dissertação, perceber como
são formados os professores na Escola Superior Politécnica da Lunda Sul e indicar o
caminho de como formar professores competentes para o século XXI no seio destas
dificuldades.
Assim o nosso ponto de vista, recai para os tipos de alunos que entram na universidade,
alunos com fortes tendência de um analfabetismo intelectual, que trazem bases de
educação medíocre, que se contentam apenas avançar na carreira e passar de classe
por imposição política e partidárias, vindo de escolas anteriores onde a nota
administrativas e pautas azuis eram as palavras de ordem.
Estudantes rotulados pela corrupção, pelo facilitarismo e pela oportunidade de ser sem
esforço, frutos de um política do sim, do conformismo e da oportunidade, alunos das
eleições e da nota para o concurso, que vão à escola para não aprender, mas para
dizerem sim ao professores aceitando qualquer método de ensino, qualquer condição
infraestrutura, qualquer prova e nota. Aluno que pagam as propinas como condições de
aprovação, que não querem ver mudanças, que se contentam em não aprender, se se
contentam em não refletir, em não ler e não mudar, que tem pautados o que é ser
professor, ser arrogante, ser prepotentes, dificultar os outros, e ter uma lista enorme
com estudantes no recurso que se perpetuam por anos e mais anos.
98
São esses que respondem nosso inquérito e pintam-no de azul, por não saberem o que
é realmente ser professor, ser mestre, ser aquele que transforma. Mas limitam-se em
ter um salário, em acovardar-se diante da realidade, de ensinaram uma realidade que
nem eles mesmo acreditam, como apenas um mais um dia de trabalho, como missão
comprida e dever feito.
Por outro lado estão aas debilidades que apresentam os subsistemas do ensino primário
e secundário em Angola, passando exatamente pelas insuficiência que apresenta o
processo de ensino e aprendizagem posteriores, onde “apesar de se exigir dos
professores um novo desempenho profissional, não houve mudanças significativas na
formação dos professores, continuando estes a serem formados de acordo com velhos
modelos normativos, contribuindo também para que se instalasse, no seio das
instituições de formação de professores, a confusão respeitante às competências de
que o professor necessita para exercer a complexa função que se lhe atribui e que a
sociedade exige”. Estrella
Tal confusão é referenciada por Ribeiro (1997 citado por Inocêncio) como as que
passam por: uniformidade e rotina nas estratégias de preparação profissional do pessoal
docente; Mutação constante no ensino e na função do papel de professores;
desfasamento entre o que se propõe em teoria, e o que praticam como estratégia; falta
de ligação entre a instituição-escola; essa formação considera-se ser «uma formação
científica ou académica e pedagógica», ou seja «todo esforço da formação de
professores se resumiu, por um lado, às matérias de curso e, por outro, às técnicas da
aula» conduzindo os a uma submissão estratégica e à «aceitação de um mundo escolar
imutável e pré-definido.
Não deixamos de ressaltar neste processo, que o estágio profissional é o elemento não
ressaltado por todos os intervenientes da pesquisa, mas que constitui um dos elementos
de maior interesse para os alunos em formação, uma vez que leva-os a adquirir
habilidades a desenvolver competências. Pois não se consegue formar professores
como produtores do conhecimento e não apenas como meros consumidores se não nos
pautarmos em coloca-los no estágio.
100
CONCLUSÕES
Tal educação requer uma maior importância na formação pessoal e profissional dos
professores, para que estes possam pela sua competência e factores pessoais,
associados a níveis de rendimento e desempenho elevados, contribuir para uma
educação que leve o aluno a pensar, a reflectir, a formar conceitos, ao discernimento e
a terem capacidade para aplicar o que foi elaborado.
Desta feita, procuramos traduzir tal pretensão com o temática Competências a agregar
aos professores em formação em Angola no século XXI - Estudo de Caso Escola
Superior Politécnica da Lunda-Sul, uma vez que queríamos traduzir que o professor
deve reunir um conjunto de saberes e competências que lhe permitam a construção de
um ensino de qualidade. Um ensino capaz de atender às exigências da
contemporaneidade, marcada pela multiculturalidade, complexidade, constante avanço
científico e processos de permanente mudança.
101
agregada na vida dos professores em formação, bem como apresentamos o perfil de
competências necessária para a formação de professores no século XXI e
particularmente no nosso contexto.
O segundo objetivo especifico foi o de diagnosticar mediante instrumentos, que
competências para o século XXI, possuem os professores em formação na Escola
Superior Politécnica da Lunda-Sul, o que foi alcançado uma vez que podemos nos
aperceber com a aplicação de instrumentos, que existem vontade da parte tanto dos
docentes, quanto dos discentes, assim como da direção da escola em mudar e atrelar
a formação como se exigem na virada do século XXI, mas do outro lado, encontram-se
vários outros constrangimentos de ordem organizacional, infraestrutura, humano,
formativo e financeiro que limitam o agregar de competências aos estudantes em
formação. E que tais condicionamentos, inviabilizam, deturpam, ofuscam e corrompem
todo o processo de formação de professores na ESPLS.
No que toca ao terceiro objectivo, onde nos propusemos propor uma estratégia, que
com a sua implementação vão agregar novas competências e maximizar a atuação dos
professores em formação na Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul; foi também
concretizado, uma vez que ao longo do estudo apresentou-se um total de 16
competências que são necessárias para que seja do domínio dos professores e também
estudantes em formação. Muitas dessas competências não são novas e já existem no
seio da escola, mas a maneira como são tratadas e ministradas, fez-nos dar uma
roupagem, olha-las sobre outro prisma e procurar melhora-las e apresenta-las como
estratégias.
A pesquisa partiu da hipótese de que a agregação de novas competências contribuirá
para o melhorar o desempenho profissional dos professores em formação
proporcionando-lhes ferramentas científicas pedagógicas indispensáveis para o futuro
exercício da docência. Porque? Por que o professor não se faz, constrói-se a cada dia.
A formação de professores não se constrói por acumulação de conhecimentos, mas sim
através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re) construção
permanente de uma identidade pessoal, constante atualização cientifica, pedagógica e
didática. Compreender o modo de como os professores estão a ser formados e como
estão a desenvolver suas competências é torna-los pedagogicamente competentes e é
uma meta importante que deseja atingir todos os formadores que de qualquer modo, de
todos os jeitos, pretendem formar jovem para ser sujeito, protagonista da sua história,
jovem cidadão para ser melhor como gente, desenvolver sua humanidade, sua
102
espiritualidade formando-o para participar ativamente do processo de transformação
social.
Descobriu-se ainda, que existem falta de incentivos salarias para os docentes, falta de
preparação nas aulas, atropelo dos planos curriculares, tempo insuficiente para a feitura
de trabalhos acadêmicos e de pesquisa e pouco incentivo à leitura e pesquisa, o que
leva os docentes a não estimular os alunos a pesquisa e ao desenvolvimento de novas
competências. Desta feita podemos então afirmar, testando a hipótese que se
agregarmos novas competências ao professores em formação, contribuiremos para o
seu melhoramento e desempenho profissional proporcionando-lhes ferramentas
científicas pedagógicas indispensáveis para o futuro exercício da docência.
Nelson Mandela afirma que para destruir qualquer nação não é necessario usar bombas
atomicas ou misseis de longo alcance. Basta apenas reduzir a qualidade da educação
e permitir que os estudantes copiem nos exames. Os pacientes morrem nas mão dos
medicos; os edificios desabaram nas maos de tais engenheiros; o dinheiro perder-se-
anas maos de tais economistas e contablistas; a humanidade morrerá nas maos de tais
iruditos religiosos e a justiça se perderá nas maos de tais juizes. Colapso da educação
é o colapso da nação.
103
A formação de professores e o desenvolvimento de competências se articula com o
desenvolvimento da sociedade. Nesta vertente, os temas relacionados ao sector da
educação merecem uma reflexão com um forte sentido de responsabilidade. As
instituições académicas estão chamadas a se colocar permanentemente
questionamentos aos problemas relacionados com o fenômeno educativo para entendê-
los e explicá-los.
Angola como não podia deixar de ser, necessita de uma educação que responda os
momentos actuais do mundo contemporâneo, que transforma a sociedade engendrando
um posicionamento social, político, econômico e cultural na hodiernidade, como um
agente de mudanças, produção de conhecimentos, formação de sujeitos competentes
para intervir e actuar na sociedade de forma criativa, critica, inovadora e capaz de gerar
iniciativas, indicar a necessidade de uma revisão profunda e da adopção de novos
modelos e papeis.
Assim, optamos por numa metodologia de cariz descritivo, baseado em estudo de caso,
onde fizemos o levantamento de dados bibliográficos, analisamos os conteúdos,
experimentos interativos, mediante indução descritivas e heurísticas, rebuscando as
características da pesquisa aplicada.
Restringimos a nossa acção para três grupos alvos: a um número reduzido de docente,
selecionados por nacionalidade, bem como por países de formação, para que em tempo
útil usando o Google docs tendo em conta o estado de emergências vivido na maioria
dos países devido a Covid 19; pela mesma via usamos um inquérito por questionário
dirigido a 21 estudantes enquanto formados dos cursos de Pedagogia geral (que
104
comporta as licenciatura em Ensino de História, Ensino de Geografia, ensino de
Matemática, Pedagogia na opção de Ensino Primário e Gesta e Inspeção Escolar; e
também ao Vice decano para área Acadêmica e Vida estudantil da escola em questão,
todos por via eletrônica. Reiteramos aqui também que foi nossa pretensão, fazer uma
observação participada, acompanhar as aulas ministradas quer pelos docente quer
pelos discentes em formação, mas devido a pandemia, ficamos reduzidos a fazer uma
análise mais minimalista.
No que toca aos dados colhidos somos a dizer que usamos um inquérito por
questionário via Google docs, com a pretensão de saber que competências são usadas
no contexto de formação e quais são as que podem ser acrescidas aos estudantes de
Escola Superior Politécnica de Lunda-Sul. Na sua execução, houve alguma alteração
do público-alvo, uma vez que no capítulo da metodologia nós tínhamos tipificado os
estudantes com os quais desejávamos trabalhar (os do 4º Ano), bem como as turmas
que queríamos, mas tal pretensão mostrou-se impossível devido ao confinamento
causada pela pandemia provocada pelo novo corona vírus. Destacamos também a
pobreza da literatura angolana no tocante a temática, bem como a falta de autores que
abordam o tema de formação de professores no contexto do século XXI.
105
Assim pelo nosso entendimento descrevemos entre as linhas de investigação
que se podem desenvolver a partir do estudo que realizamos, podemos
destacar as seguintes:
Profissionalismo da docência universitária como condição da melhoria
da aprendizagem dos alunos;
Perfil do estudante universitário e a influência no desenvolvimento
sociopolítico, econômico e social da sociedade no séc. XXI;
Criação e desenvolvimento de acções e uma rede forte de formação em
matéria de supervisão pedagógica;
Melhoramento sobre informação e comunicação sobre a supervisão do
processo de ensino aprendizagem;
Desenho, desenvolvimento e avaliação das práticas pedagógicas;
Contribuições sobre o desenvolvimento das competências pedagógicas
dos estudantes em formação de professores;
Fomento para o aumento do nível de formação académica e profissional
de professores;
Incentivo para o aumento da qualidade de ensino e aprendizagem;
Incentivo para melhoria das competências da investigação científica
entre os docentes em formação das universidades e escolas
pedagógicas em Angola;
Construção de cursos pilotos em cada semestre para compreensão do
papel de professor;
Gestão dos relacionamentos na sala de aula;
Importância da realização dos eventos científicos e metodológicos
(mediante o incentivo de políticas educacionais para professores
pesquisadores, criadores de materiais, aprimoramento de técnicas e
meios de ensino);
Definir mecanismos educativos (legais ou da prática pedagógica) que
obstaculizem o facilitismo que parece caracterizar o nosso sistema
educativo, contribuindo para o aperfeiçoamento das competências que
integram o perfil de professor do século XXI.
Estudar a possibilidade de complementar os instrumentos aplicados
nesta pesquisa com outras técnicas de recolha de dados, tal como um
instrumento de autoavaliação e de avaliação de professores para
aproximar ainda mais o perfil do professor ao perfil ideal de docente do
106
século XXI e estudar quais as suas implicações na melhora do processo
de ensino.
107
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Velasco, C. L., & Villa, S. P. (2019). Metodologia da pesquisa científica. Madrid: Funiber.
111
APÊNDICE – A: Carta enviada ao Decano da Escola Superior Politécnica
da Lunda-Sul
Exmo. Sr. Decano de Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul (Ph.D. Eng. Manuel
Fidel S. Manassa)
Ciente que merecerei atenção da vossa parte: subescrevo-me: Anatoli José Abel Ginga
I
APENDICE – B: Boletim de Inquérito por questionário aos professores da
ESPLS
O seguinte questionário constitui parte da Dissertação do Mestrado em Educação cuja
especialidade é Formação de Professor pela Universidade Europeia del Atlântico,
Espanha. Com o mesmo tenciono recolher informações acerca de que Competências a
agregar aos Professores em Formação em Angola no século XXI - Estudo de caso
Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
O questionário é confidente e anónimo. As respostas que forem dadas serão analisadas
tendo em conta as respostas dos outros questionados o que não permitirá ter-se acesso
as respostas individuais.
Identificação do Professor
A1. Idade;
A2. Gênero;
A3. Grau Acadêmico;
A4. Departamento a que pertence;
A5.Que outras funções desempenhas;
A6. Tempo de Serviço;
A7.Número de disciplina que leciona;
A8. Período que leciona;
A9.Possui formação em Pedagogia;
Assinale com (x) o valor numérico com que se identifica com as afirmações que seguir
se apresentam, sabendo que:
1-Discordo totalmente; 2- Discordo; 3-Neutro 4- Concordo; 5- Concordo totalmente.
II
C.2. A motivação dos docentes favorece o desenvolvimento de competências aos
estudantes;
C.3. O tempo laboral permite prepar os conteúdos para melhor domínio durante a aula;
C.7. A instituição possui condições (salas de aulas, biblioteca e meios informáticos); que
favorecem o desenvolvimento das competências pedagógicas.
III
APENDICE – C: Boletim de inquérito por questionário aos estudantes da
ESPLS/Saurimo
A1.Idade;
A2. Gênero;
A3. Ano que frequentas;
A4. Especialidades;
A5. Estatuto de Frequência;
C.Assinale com (x) o valor numérico com que se identifica com as afirmações que
seguir se apresentam, sabendo que:
1-Discordo totalmente; 2- Discordo; 3-Neutro 4- Concordo; 5- Concordo totalmente.
V
APÊNDICE – D: Boletim de Inquérito aos Membros de Direção da Escola
Superior Politécnica da Lunda-Sul
O seguinte inquérito constitui parte da Dissertação do Mestrado em Educação cuja
especialidade é Formação de Professor pela Universidade Europeia del Atlântico,
Espanha. Com o mesmo tenciono recolher informações acerca de que Competências a
Agregar aos Professores em Formação em Angola no século XXI. Estudo de caso
Escola Superior Politécnica da Lunda-Sul.
VI
Anexo D: Boletim de Inquérito aos Membros de Direção da Escola Superior
Politécnica da Lunda-Sul
VII