um suplemento de cidade para

escrito por
KENNETH HITE
savage worlds por
SHANE LACY HENSLEY
 Créditos
Por Kenneth Hite
Direção de Arte, layout do livro e design por Hal Mangold
Cartografia por Kenneth Hite e Hal Mangold
Capa por Mike Perry
Arte Interna por Dover Publications
Agradecimentos especiais para Sean Preston
Traduzido para o português por Mateus Herpich
Revisado por Fernando “del Angeles” Pires e Nina Bichara
Diagramado por Fernando “del Angeles” Pires
Edição de Mapas por G. Moraes
Revisão de Diagramação por G. Moraes
Gestor de Linha: Nina Bichara
Gestor de Projetos: Fernando “Del Angeles” Pires
Gestor Administrativo: Daniel Martins
Editor Geral: G. Moraes

Publicado originalmente por Hal Mangold para a

Atomic Overmind Press

ATOMIC
OVERMIND
PRESS

WWW.RETROPUNK.COM.BR
1a Edição, Novembro/2020
Esse jogo faz referência ao sistema de regras Savage Worlds Edição Aventura, disponível pela Pinnacle Entertainment Group em www.
peginc.com. Savage Worlds e todos os seus logotipos são marcas registradas da Pinnacle Entertainment Group. Usados com permissão.
A Pinnacle não faz qualquer declaração ou dá garantias como qualidade, disponibilidade ou adequações do propósito deste produto.
Algumas imagens das armas são cortesia de www.adamsguns.com Uma versão anterior de uma parcela da “Queda da Serpente” aparece
como “The Day After Ragnarok: Reality Urdha,” na Pyramid Online (18 de maio de 2007).
Texto em português © 2020 RetroPunk Publicações. © 2008-2020 de The Day After Ragnarok são de Kenneth Hite. Todos os
direitos reservados. Por favor, não pirateie este livro. Nem Lung Choi San nem Bêlit da Costa Negra iriam aprovar sua intromissão
nos feitos deles.
Permissão é concedida para a impressão de 1 (uma) cópia da versão eletrônica desta publicação, somente para uso pessoal.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. É proibida a reprodução
prévia ou parcial desta obra, por quaisquer meios sem autorização prévia e por escrito da editora.
 Índice
Teerã
Teerã............................................................................................05
A Personalidade de Teerã...............................................06
Dinheiro em Teerã..................................................... 06
Locais em Teerã....................................................................06
Portão/Posto de Controle.......................................06
Prisão.......................................................................07
Laboratório/Fábrica................................................07
Lista Selvagem: Cinco Toques de Teerã..................... 10
Igreja........................................................................11
Vizinhança Rica-Banco...........................................11
Lista Selvagem: As Cinco Melhores Vistas de Teerã...... 12
Favela/Ninho de Criminosos.................................13
Aeroporto/Estação de Trem...................................13
Esgotos/Metrôs.......................................................13
Prefeitura/Prédio do Governo ...............................13
Universidade............................................................14
Gueto/Bairro Étnico...............................................14
Amigos e Inimigos
Nativos Persas........................................................................15
O Xá..........................................................................15
Coronel H. Norman Schwarzopt, SR......................... 16
Gendarmaria...........................................................16
Partido Tudeh .........................................................17
Fadayun-e-Islam....................................................... 17
Ruhollah Khomeini................................................... 18
Forças Estrangeiras........................................................... 19
Serviço Secreto de Inteligência (SIS).....................19
Kara Vania................................................................ 20
NKVD.......................................................................20
Nazistas e baathistas..............................................21
Serviço Turco de Segurança Nacional (MAH).......21
Exército Nacional Polonês......................................22
Príncipe Abdol Omar..............................................23
Monstros das
Noites Persas
Ganj............................................................................................ 24
Kil-barak................................................................................. 24
Symir..........................................................................................25
Ladrão......................................................................................25
Aventuras em Teerã
Gerador de Aventuras Urbanas em Teerã...........27
Tabela de Encontros em Teerã............................. 27
Tabela de Lealdade de Teerã........................... 29
Atividade do Encontro........................................ 30
Eles irão lhe Trair?.....................................................31
Tabela de Traição...................................................31
Cenário Selvagem
Uma Chave para
o Pavão
O Começo....................................................................................32
Rumores Pelas Ruas................................................. 32
Uma Aquição Súbita................................................. 32
Ordens Superiores................................................... 32
Uma Troca Simples.................................................. 32
A Caçada....................................................................................33
A NKVD.................................................................... 33
O SIS.......................................................................... 33
A Sharbani................................................................ 33
A Gangue Ghoberki.................................................. 33
O Exército Nacional Polonês................................... 34
Fadayun-e-Islam....................................................... 34
Kara Vania................................................................ 34
Fadayun-e-Azi-Dahaka............................................ 34
O Sicherheitsdienst.................................................. 34
O Prestígio..................................................................................34
A Chave Para o Leão da Pérsia................................. 35
A Chave Para o Palácio............................................. 35
A Chave Para o Malik Taous.................................... 35
A Chave Para a Destruição....................................... 35
A Chave Para o Portal do Jardim............................. 35
A Chave Para a Casa do Pavão................................. 36
Inspirações
Inspirações..............................................................................37
Respeitosamente dedicado
aos cidadãos de Teerã.

4
 Teerã
A capital da Pérsia desde 1789, de estagnada e empoeirada, tornou-se uma metrópole fervilhante
com 800 mil pessoas. Apenas na última década, Teerã teve um aumento de 300 mil residentes, mui-
tos forçados a mudarem por terremotos, ataques de monstros e outras consequências da Queda da
Serpente.
E alguns desses novos residentes estão aqui para jogar o jogo secreto que a Grã-Bretanha e a Rús-
sia têm jogado por aqui – para o grande desgosto de Persas de todo tipo – desde o século XIX. Mas
agora o jogo está em uma fase nova, jogado com uma intensidade selvagem por aqui, pela Pérsia ser
praticamente o único tabuleiro restante. A Cortina da Serpente jaz sobre a Europa, uma barreira im-
penetrável. A Turquia está cercada por clientes e conquistadores soviéticos – e por suspeitos guardas
soviéticos. A Ásia Central e a China estão remotas, repletas de senhores da guerra e tomadas pelo frio
intenso. Mas a Pérsia faz fronteira direta com o território soviético, uma fronteira que se aproximou
muito mais de Teerã depois dos soviéticos anexarem o Azerbaijão Persa em 1946.
A pouco mais de 300 quilômetros da expandida República Socialista Soviética do Azerbaijão, Teerã
Tbilisi
se tornou um verdadeiro ninho e espiões. Ela atrai aqueles que tentariam passar clandestinamente
agentes para dentro do império soviético e tirar de lá informação... e atrai também aqueles que move-
Baku Tashkent
riam novamente a fronteira soviética até o Golfo Pérsico e na vizinhança da Índia.
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5
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
A PERSONALIDADE DE TEERÃ
Teerã fica – e, cada vez mais, se espalha – nas co-
linas ao sul das Montanhas Elburz, especificamen-
te no Monte Demavend, um vulcão extinto que se
ergue mais de 5 mil metros acima do nível do mar.
É uma cidade árida com um clima similar a San Ber-
nardino ou Nevada: verões quentes e secos e inver-
nos secos e frios. As seções norte de Teerã são mais
altas e frescas e, portanto, mais ricas e bacanas do
que as seções sul. Em Teerã, dinheiro e poder fluem
para cima. Em geral, as "novas vilas" para gerentes e
profissionais e as casas de campo dos novos ricos e
poderosos estarão no noroeste da cidade. Os velhos
ricos vivem em Shemiran, um subúrbio norte do sé-
culo XIX construído em torno do palácio de verão do
Xá Qajar, agora o complexo do palácio da dinastia
Pahlavi. Os subúrbios dos trabalhadores, plantas in-
dustriais (como a nova refinaria de óleo construída
depois da Guerra) e tais construções encardidas se
espalham pelo sul e leste.
DINHEIRO EM TEERÃ
A moeda persa é o rial. (100 dinares fazem
um rial.) A atual taxa de câmbio é de 70 rials
para uma libra britânica, ou 14 rials para o
dólar americano (ou texano). Os preços em
Teerã são maiores do que em qualquer outro
lugar da Pérsia, mas ainda assim muito baixos
comparados ao Império ou à América – para
coisas feitas localmente, é claro. Uma Tommy
gun, um rádio ou uma peça de aparato cien-
tífico custa o preço listado, em dólares ou li-
bras. Uma refeição, hospedagem (exceto em
hotéis ocidentais), uma roupa feita sob medi-
da ou qualquer tecnologia vagamente medie-
val – lanternas, cordas, martelos, selas – custa
seu preço listado em rials. Então uma refeição
mediana (custo de US$ 3) custaria 3 rials, ou
aproximadamente 20 centavos de dólar.
Isso representa a “margem de lucro es-
trangeira” que todos os teeranis cobram
de todos estrangeiros simplesmente como
bom-senso patriótico. Bens e serviços para
persas custam um terço do seu “preço es-
trangeiro.” Se os heróis quiserem barganhar,
podem fazer um teste resistido de Provocar
contra um d8 para os vendedores do Bazaar.
O preço reduz em 10% com um sucesso, e
mais 20% para cada ampliação.
6
O entreposto comercial original do século XIII,
construído depois dos mongóis destruírem a capi-
tal persa anterior em Rayy, tornou-se o centro da
cidade (a maioria do território no mapa). Reza Xá,
que fundou a dinastia Pahlavi em 1921, demoliu a
muralha da cidade e criou amplos, retos e arboriza-
dos bulevares no estilo Ocidental através de Teerã,
aplainando tudo no caminho. Portanto, a maioria
das construções ao longo dessas avenidas maiores
têm apenas algumas décadas de idade, construídas
no estilo europeu. Nas ruas mais velhas e tortu-
osas, e dentro das quadras maiores da cidade, os
edifícios apresentam o tradicional estilo persa: pa-
redes grossas, poucas janelas no nível da rua e um
pátio e jardim internos, se possível.
A sociedade de Teerã sempre teve uma fachada
de modernidade e estilo ocidental: muitos euro-
peus e outros ocidentais vivem aqui, sejam petro-
leiros ou expatriados de outro tipo, e ambos os Xás
Pahlavi patrocinaram reformas ocidentalizadoras:
acabar com o véu para mulheres, vender proprie-
dades governamentais para investidores privados,
reformas de terra para criar uma nova classe mé-
dia e assim por diante. Contudo, a ampla maioria
dos cidadãos de Teerã, especialmente os novos
imigrantes do interior, são persas tradicionais:
religiosos, hospitaleiros, pobres e desconfiados de
tudo que é ocidental. Portanto, um visitante pode
ver mulheres seguindo a moda brasileira e confe-
rindo sua maquiagem no meio de uma multidão de
esposas de xador indo às compras; escutar o jazz
escapando das portas de uma casa noturna e o cha-
mado às preces dos minaretes; sentir o cheiro dos
químicos industriais e dos kebabs fumegantes.
LOCAIS EM TEERÃ
As sessões seguintes correspondem às entra-
das na Tabela de Localidades na pág. 104 de Day
After Ragnarok. Algumas dessas entradas são
menos imediatamente aplicáveis a Teerã; nós for-
necemos variações locais e substituições quando
necessário.
Portão/Posto de Controle
Reza Xá derrubou as antigas muralhas da cida-
de nos anos 1920, junto com a maioria dos doze
portões da cidade. Os que sobreviveram não são
mais usados para nenhum tipo de controle de trá-
fego, fornecendo apenas uma imponente presen-
ça arquitetônica na cena.

O maior portão remanescente em Teerã é o da
entrada norte do Bazaar, e em geral um resulta-
do de "Portão" na Tabela de Localidades para
Teerã deve ser aplicado ao Bazaar. O Bazaar é
uma imensa área coberta, com vinte e cinco qui-
lômetros de ruas e lojas interrompidas por praças
abertas com suas próprias barracas e mercados
em torno de fontes, mesquitas e outros locais de
reunião. Uma cidade dentro de uma cidade, ele
não apenas tem suas próprias mesquitas, mas
casas de chá, hospedarias, bancos e sua própria
cadeia e estação de bombeiros. Cada vendedor
de rua se especializa em um tipo específico de
comércio: livreiros, funileiros, vendedores de es-
peciarias, joalheiros, ourives, papeleiros, tabaca-
rias, vendedores de aves, sapateiros, albardeiros,
tapeteiros, marceneiros, encadernadores e assim
por diante. Os mercadores mais ricos de Teerã
se reúnem aqui para trocar informações, fechar
acordos de milhões ou apenas sentir o pulso da
economia persa.
Cenas de perseguição no Bazaar podem conter
várias armas improvisadas (das oficinas de ferreiros
e cuteleiros), escapadas por caminhos tortuosos nos
fundos, becos súbitos que forçam um confronto,
aves, macacos e serpentes ou literalmente qualquer
coisa no Oriente Médio inteiro de Panzerfausts so-
bressalentes da guerra até tapetes voadores.
7
Criação de Personagem
Teerã
Prisão
A prisão de Teerã é um prédio baixo de tijolos a
leste da delegacia principal na Praça Toopkhaneh.
Sair dela é bastante simples com um suborno ou
puxar as cordas de alguém influente em Teerã. O
único lado ruim é que a Shahrbani infiltrou com-
pletamente a polícia de Teerã, e ficará sabendo de
tais ações.
As cadeias e prisões da Shahrbani, a Polícia Na-
cional, são outro assunto. Qualquer um preso no
brutal quartel de concreto da Shahrbani na Ave-
nida Khayyam ou mesmo na infame Prisão Evin
no norte da cidade ainda está acessível o bastante
para que oficiais do governo gabaritados possam
resolver. Mas dissidentes sussurram que a Shahr-
bani tem uma rede de prisões secretas por toda
a metade sul de Teerã, onde prisioneiros podem
efetivamente "desaparecer".
Laboratório/Fábrica
Um laboratório secreto em Teerã é provavel-
mente mais uma oficina mágica do que uma
instalação ofiúrgica de ponta. Mesmo a Casa da
Universidade de Rhodes na Avenida Shiraz age
principalmente como um escritório de compen-
sação, biblioteca e hospedaria para jornalistas e
acadêmicos durante tarefas — isto é, oficialmen-
te. Laboratórios governamentais e outros ofi-
 35

AVENIDA AMIRE-ABAD
37
41
PARQUE
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25

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1. Cemitério 17. Ministério das Finanças AVENIDA MO
Abdolazim 18. Hotel Ferdowsi
2. QG Força Aérea 19. Embaixada Francesa
MGAH

3. Hotel Ambassador 20. QG Gendarmaria 20

4. Estádio Amjadieh 21. Palácio do Gulistão
A ARA

5. Armament Works 22. Santuário

6. Cemitério Armênio Imamzadeh Yahya
7. Army Staff College 23. Embaixada Indiana
54
AVENID

8. Praça Bagheshah 24. Embaixada Iraquiana

9. Praça Baharestan 25. Pista Jalali
10. Banco Melli 26. Embaixada Japonesa
36
11. Embaixada 27. Clube Khaiban 43 AVENIDA SHOO
SH
Brasileira 28. Hospital Logman AVENID
A GHAL
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12. Embaixada Britânica 29. Majlis GHI
13. Hotel Caravan 30. Marble Palace ESTAÇÃO
14. Prefeitura 31. Masjid-e-Shah FERROVIÁRIA
15. Clube Beirut 32. Museu de NACIONAL
16. Ministério da Defesa Antiguidades Persas

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LAVI
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AVENID

33. Museu Nacional de 48. Cemitério Russo

Arte 49. Hospital Ruzbeh
34. Servicõ Nacional 50. Mesquita
de Correios Sepah-Selam
35. Clube dos Oficiais 51. QG Shahrbani
36. Refinaria de Petróleo 52. Embaixada Soviética
1 37. QG Cavalaria Pahlavi 53. Embaixada Espanhola
38. Hospital Pahlavi 54. Casa de Chá Tabriz
39. Hotel Park 55. Takiyeh-e-Dawlat
AVENIDA SHOOSH 40. Hotel Persepolis 56. Cadeia de Teerã
AVENIDA SHAHBAZ

41. Hotel Plaza 57. Universidade de Teerã

42. Estação Elétrica 58. Fábrica de Tabaco
43. Quadra Ferroviária 59. Largo
44. Largo Razi Toopkhaneh
45. Rhodes Univ. House 60. Embaixada Turca
46. Hotel Ritz 61. Embaixada E.U.A.
62 47. QG Divisão da 62. Estação de
Guarda Real Rede SemFio

9 7
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
cializados são praticamente todos conectados à
indústria do petróleo, provavelmente localizados
na refinaria na região sul.
As fábricas de Teerã, quase em um anel em
torno do lado sul da cidade, tecem tapetes, en-
rolam cigarros, refinam açúcar, curam couro,
montam armas e misturam cimento para mais
construção. Elas provavelmente são disfarces
(ou fontes de renda disfarçadas) para qualquer
atividade nefasta que o vilão planejou; a úni-

Lista Selvagem: Cinco Toques de Teerã

Sem sobrecarregar ninguém com detalhes demais, aqui vão cinco elementos da vida e aventura
em Teerã que o Mestre deve manter em mente. Ela pode inseri-los em uma aventura, ou mera-
mente mencioná-los de passagem.
CALHAS
Teerã não tem esgotos, então a água e rejeitos escorrem para as calhas das ruas principais e fluem
colina abaixo para as seções pobres da cidade. Elas são excelentes lugares para descobrir corpos,
lutar contra monstros carniceiros ou perseguir os heróis pela calha (e água) abaixo, escorregando
e deslizando na água viscosa do esgoto.
JORNAIS
Teerã tem dez jornais diários, cada um com sua própria audiência e agenda política. O Ettala’at é um
respeitável jornal vespertino aprovado pelo Xá, o Diário de Teerã fornece notícias em francês para a
comunidade europeia expatriada, o Keyhan Setareh são páginas agitadoras religiosas, o Mardom (um
jornal intelectual) e o Rahbar (um jornal de operários) são ambos controlados pelo Partido pró-comu-
nista Tudeh. Os heróis podem encontrar jornalistas em missão ou artistas disfarçados de qualquer um
desses, e podem pegar pistas interessantes sobre o que querem as facções da cidade ao ler suas linhas.
TENSÃO RELIGIOSA
A Pérsia é um país muçulmano e a maioria dos persas são Xiitas. (Muçulmanos sunitas predo-
minam nos vizinhos da Pérsia como a Arábia e Iraque, e nas províncias persas fronteiriças como
Baluquistão e Cuzistão.) A maioria da ulema xiita (o alto clero) apoia o quiestistsa Grande Aiatolá
Borujerdi, mas seu rival fundamentalista anti-britânico Aiatolá Kashani reúne imensas multidões
das vizinhanças pobres e radicais de Teerã. Mesmo os místicos muçulmanos sufistas na Pérsia
estão divididos entre as seitas Heydari e Ne’mati. O Mestre sempre pode agitar as coisas com uma
marcha em protesto religioso, mas que se torna um tumulto se encontrar uma marcha rival – ou
infiéis conhecidos por criar problemas, como os heróis.
CASAS DE CHÁ
Como uma cidade muçulmana, Teerã não tem muitos bares. Por outro lado, o centro social das
vizinhanças teeranis é a chaikhune, ou casa de chá. Aqui, clientes trocam fofocas enquanto be-
bericam chá e fumam o narguile, ou cachimbo de água. Treinadores de animais, apresentações
de marionetes, discussões políticas e outras diversões ajudam a passar o tempo. O Mestre pode
criar qualquer tipo de encontro, emboscada ou gancho de aventura em uma casa de chá – e se uma
briga começar, lembre-se de que há um samovar gigante cheio de água fervente apenas esperando
para ser arremessado em alguém. Os banhos públicos de Teerã, inclusive as câmaras de banhos
“turcos” convenientemente obscurecidas por vapor, podem servir a propósitos similares.
TRAFÉGO
Com ou sem as largas ruas modernas, o tráfego em Teerã é terrível. Não apenas carros e cami-
nhões, mas ônibus, bicicletas, jipes remanescentes da 2ª Guerra, jitneys (espécie de van de pas-
sageiros) e motocicletas apinham as ruas – junto com cavalos, burros e até camelos. O Mestre
pode terminar qualquer cena de perseguição diurna com um engarrafamento total, completo com
caminhões virados e greves de camelos teimosos.

10

ca exceção são as fábricas de armas perto do
aeroporto. Como a refinaria, elas estão reple-
tas de maquinaria perigosa, correias móveis,
equipamento pesado e jatos de chamas súbi-
tos.
Igreja
Em Teerã, esse resultado é provavelmente uma
mesquita. Existem sinagogas no bairro judeu,
igrejas no bairro armênio e uma igreja anglicana
(Igreja de São Paulo) próximo à Embaixada Bri-
tânica, mas a imensa maioria de casas de adora-
ção na cidade são mesquitas. A maior e mais im-
portante mesquita em Teerã é a Masjid-e-Shah,
ou "Mesquita do Xá", no limite norte do Bazaar.
A Mesquita Sepah-Salam na Praça Baharestan
abriga a mais prestigiada madrassa, uma escola
religiosa, em Teerã. Outras mesquitas podem ser
qualquer coisa desde lugares sagrados afastando
a Mácula da Serpente com sua própria existência
até covis disfarçados de cultos assassinos de ter-
roristas furiosos.
As principais orações muçulmanas aconte-
cem nas sexta-feiras; não-muçulmanos não são
permitidos nas mesquitas durante as orações
ou mesmo por toda a sexta. Visitantes devem
remover seus calçados antes de entrarem nas
mesquitas.
11
Criação de Personagem
Teerã
Vizinhança Rica/Banco
A velha cidade de Teerã em si, como a maioria
das cidades do Oriente Médio, não tem uma "vizi-
nhança rica." Dignatários locais podem ter man-
sões no meio de uma quadra de pobres casas liga-
das, distinguível apenas pelos guardas no portão
de seus quintais. No último século, Teerã cons-
truiu alguns elegantes distritos de apartamentos,
principalmente ao longo da Avenida Shemiran,
que conduz para fora da cidade até o subúrbio dos
"velhos ricos" de Shemiran. Uma das "vizinhanças
ricas" inclui casas próximas dos vários palácios do
Xá, onde figuras da corte bem conectadas alugam
complexos luxuosos até caírem das graças ou per-
derem o poder.
O banco nacional da Pérsia, Banco Melli, é o
centro das finanças persas. Mais interessante
para a maioria dos heróis, ele abriga as Joias da
Coroa Imperial Persa em um cofre no subterrâ-
neo, incluindo o Darya-i-Noor, ou "Mar de Luz", o
maior diamante não trabalhado do mundo, uma
gema em formato de globo facetado com 51,363
pedras preciosas, além de outros artefatos suntu-
osos. Ele é uma tentação constante para ladrões
ousados, e uma atração constante para as escava-
doras serpentes ganj (veja a pág. 24).
O resultado de "Vizinhança Rica" também pode
se referir a uma casa noturna no estilo ocidental
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
como o Clube Khaiban, onde bebidas, jazz, dança
e outras atividades pecaminosas modernas po-
dem ocorrer sem perturbação da polícia religio-
sa. Outros clubes existem dentro ou próximos
aos vários hoteis em estilo europeu na Avenida
Takht-i-Jamshid, fora do centro. Cada um desses
clubes está sob a proteção de um poderoso ofi-
cial persa, que recebe uma parcela das entradas
em troca de ignorar o álcool, a jogatina ou pior.
Brigas ou incursões a esses clubes refletem mal
nos seus poderosos patronos, que enviam seus
próprios seguranças particulares para lidar com a
confusão daqueles que perturbariam os ricos no
seu momento de prazer.

Lista Selvagem: As Cinco Melhores Vistas de Teerã

A vista mais característica em Teerã é a muralha de montanhas brancas assomando ao norte. O
ar limpo do deserto (porém cada vez mais poluído) as faz parecer bem mais perto do que estão,
mas permitem a qualquer um se orientar grosseiramente uma vez que saiam das vielas de Teerã e
entrem nas avenidas mais novas.
Esses outros locais são “cartões-postais” que o Mestre pode desejar incluir para estabelecer a cor
local, lugares aos quais os moradores podem se referir ou marcar encontros e, de outra forma,
ajudar a construir a realidade de Teerã nas mentes dos jogadores.
PALÁCIO DO GOLESTÃO
O palácio da Dinastia Qajar ainda serve a Dinastia Pahlavi como um palácio de recepção para
dignatários estrangeiros. O Salão da Coroação abriga o Trono Pavão dos Xás, incrustado de dia-
mantes e pilhado da Índia em 1738, com as caveiras similares a gemas de seis serpentes ganj dis-
postas ao redor. Muitos dos cômodos principais são espelhados. O resto é repleto de obras de arte
suntuosas de origem persa e europeia. Todos os pisos são, obviamente, ricamente atapetados.
MUSEU DE ANTIGUIDADES PERSAS
Aberto em 1937, esse museu contém artefatos e antiguidades do passado pré-histórico da Pérsia
até o Império Sassânida no século XI d.C. Predominam as estátuas e ídolos gloriosos das cidades e
templos aquemênidas, mas praticamente qualquer coisa pode estar guardado em uma prateleira,
despercebido até despertar.
PARK-I-SHAHR
A versão de Teerã do Central Park é o local ideal para encontros (românticos ou profissionais),
transferência de objetos entre espiões, ataques súbitos ou o ocasional monstro à espreita. Ele
possui um lago, um ringue de patinação (no inverno) e muitas árvores e roseiras altas para blo-
quearem a vigilância irritante. Existem porões e qanats abandonados por todo o parque: ele foi
construído em uma velha vizinhança Sangeladj, destruída por Reza Xá em 1930.
TAKIYEH-E-DAWLAT
Esse teatro aberto de quatro andares na parte oeste da cidade velha recebe primariamente as taziye, ou
peças xiitas sagradas similares às peças medievais da Paixão de Cristo. A ulema ocasionalmente aprova
outras performances de natureza moral e inspiradora, ou aquelas que tenham em mira uma política
modernizante do Xá. Apesar de que o Xá adoraria fechar o Takiyeh-e Dawlat, ele se tornou popular
demais no fervilhante clima religioso e místico seguindo a Queda da Serpente. As multidões durante
uma apresentação criam uma excelente cobertura para a ação. Taziye improvisados podem ocorrer em
qualquer lugar na porção sul da cidade, bloqueando ruas e (talvez) liberando poder milagroso.
PRAÇA TOOPKHANEH
O velho espaço para paradas militares em Teerã, a “Praça da Artilharia” é agora uma peça central ci-
vil. Do tamanho da Praça de São Marcos em Veneza ou da Praça Vermelha em Moscou, ela se conecta
com outra praça através de um dos portões ornamentais de Teerã para dispersar comícios e paradas.

12

Favela/Ninho de Criminosos
Muitas das novas construções no sul de Teerã
se encaixariam nessa descrição, apesar de que
"vizinhanças pobres" podem ser encontradas em
praticamente qualquer lugar da cidade, com ex-
ceção dos complexos de palácios do Xá. Enquan-
to algumas casas de chá podem abrigar apostas
(dados, cartas ou rinhas de animais), a maioria é
apenas lugar para trabalhadores aliviarem a pres-
são com disputas religiosas, discussões políticas
ou troca de socos. Mas eu vou repetir.
As casas de ópio de Teerã são as principais "ca-
sas de vícios" na cidade, geralmente sendo uma
parada única para prostituição (masculina e femi-
nina) e drogas. Aqui, tanto persas quanto ociden-
tais se misturam com pouca ou nenhuma atenção
para nada além do preço e do cachimbo. Guardas
são os mais brutos dentre os rufiões.
A zoor-khaneh, ou casa de lutas, é outro estabe-
lecimento popular entre a classe trabalhadora de
Teerã. As lutas fornecem entretenimento para as
massas, e são uma maneira útil de um herói ganhar
o respeito da população local. Chefes de gangues
e outros criminosos coordenam muitas das zoor-
-khanehs, obtendo o lucro das lutas e das apostas
sobre elas, bem como usando os lutadores como
músculos para suas gangues, se necessário.
Aeroporto/Estação de Trem
O Aeroporto Doshan Tappan de Teerã é também
a principal base da Força Aérea Persa no país. Dado
o caos da chegada de viajantes e aeronaves civis, a
segurança não é o que o Xá ou seus generais gos-
tariam. Heróis podem evadir o controle de passa-
portes com subornos, subterfúgios, conexões (ser
recebido na pista por um carro particular) ou pura
e simples intimidação. A Aeroflot e a BOAC servem
as esferas soviética e britânica, respectivamente,
com voos diários a Baku e karachi. A Air France
voa entre Argel e Teerã (via Trípoli e Djibuti) duas
vezes por semana. Voos Pan Americanos ocorrem
semanalmente para Manila, via Mumbai e Manda-
lai. Pilotos particulares podem usar os hangares da
Dosshan Tappan ou o velho campo da Força Aérea
dos EUA no noroeste da cidade, em Mehrabad.
A Estação Ferroviária Nacional Iraniana, no sul
da cidade, é uma parada na Ferrovia Trans-Irania-
na entre o porto de refinaria de petróleo de Abadan
no Golfo e a nova fronteira soviética em Zanjan, ao
sul do Azerbaijão. Trens, muitos dos novos mode-
13
Criação de Personagem
Teerã
los americanos, trazidos durante o programa de
Lend-Lease, chegam e partem várias vezes ao dia.
Nenhuma linha direta conecta Teerã com qualquer
outra vizinhança persa além da União Soviética.
Esgotos/Metrôs
Teerã não tem esgotos ou túneis de metrô.
Contudo, existe a rede de qanat, ou aqueduto
subterrâneo, correndo sob a cidade. Datando, em
alguns casos, da época de Ciro e Dario, os qanats
começaram como túneis de irrigação trazendo o
derretimento da neve da Montanha Elburz para
os campos secos abaixo. Um túnel de qanat pode
correr por cinco quilômetros ou até mais de vinte.
Quando seco, fornece espaço suficiente para dois
homens ficarem em pé lado a lado. Existem pelo
menos 40 qanats sob Teerã, com entradas em ca-
lhas por toda a cidade.
A Teerã medieval era uma rede de adegas e
porões escavados como refúgio contra os mon-
góis. Elas podem muito bem ter sobrevivido sob
as construções modernas, junto com as fissuras
e fendas abertas pelos terremotos pós-Queda da
Serpente. Qanats podem abrigar kil-barak, ser-
pentes ganj, espiões, cultistas da Serpente, heróis
em emboscadas ou, na primavera, pelo menos,
um paredão corrente de água gélida.
Prefeitura/Prédio do Governo
A Prefeitura de Teerã é um edifício ornado com
um domo no lado norte da Praça Toopkhaneh.
Como o poder real em Teerã está com o gover-
no nacional e o palácio do Xá, a Prefeitura serve
principalmente como depósito para funcionários
com conexões modestas. Para os heróis, não é
necessariamente útil nem mesmo nesse nível, ex-
ceto como lugar para ouvir fofocas ou subornar
oficiais locais para obter plantas de construções
ou outros registros.
No lado sul da Praça Toopkhaneh fica o Cor-
reio Nacional, onde escribas ainda sentam-se nos
degraus para escrever cartas a clientes iliterados.
Envios suspeitos em Teerã – qualquer coisa escri-
ta em idioma estrangeiro ou endereçada para fora
do país, ou enviada para pessoas em uma ou outra
lista policial secreta – é aberta e lida por no míni-
mo um funcionário daqui. Novamente, técnicas
sagazes de coleta de informações (como o inves-
timento de algumas centenas de rials) podem dar
frutos aos heróis.
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Ao norte da Praça Baharestan fica o prédio do
Majlis, ou Parlamento. Protestantes irritados fre-
quentemente enchem a Praça, marchando para
cima e para baixo da Avenida Ibn-Sina, reunidos
pelo Partido Tudeh, um dos aiatolá, ou por outra
facção demagoga. Dentro da construção, cada fac-
ção de Teerã – de fato, cada facção na Pérsia – tem
seus espiões, oficiais subornados, agentes pagos e
aliados sinceros.
A polícia do Xá, pelo menos por enquanto, fica
na Saadabad em Shemiran, ao norte da cidade em
si. (O Palácio de Mármore, na Avenida Pahlavi, é
primariamente para oficiais da corte, equerries e
outros funcionários, apesar de o Xá obviamente
manter apartamentos lá para seu uso após recep-
ções tardias, banquetes formais e similares.) Os
Pahlavis começaram a construir um novo comple-
xo de palácio logo a leste de Shemiran em Niava-
ran, demolindo o menos adequado dos palácios da
dinastia anterior. (O que eles podem encontrar, ou
liberar, nas ruínas? Apenas o Mestre do Jogo sabe
com certeza...) Essa construção cria um boom de
novas mansões e jardins próximos para cortesãos e
oficiais ambiciosos ocuparem uma vez que a corte
se mude daqui a mais ou menos uma década. Até
esse dia feliz, o Xá deve se contentar com mais ou
menos 18 edifícios suntuosos, espalhados por 275
acres de terrenos e jardins imaculados. O Xá vive
no Palácio Branco e trabalha no Palácio Verde; os
outros são para membros da família e oficiais es-
senciais. Todo o complexo é preenchido até o topo
com luxos e riquezas quase impronunciáveis. O
Mestre deve se exceder na descrição caso os heróis
se encontrem em Saadabad.
14
Universidade
A Universidade de Teerã começou no século XIX
como o equivalente a uma "A&M" americana (uni-
versidade agrícola e mecânica), um colégio para trei-
nar engenheiros e agrônomos. Em 1932, o conselho
real aprovou seu aprimoramento para uma univer-
sidade completa com um campus moderno no oeste
de Teerã. Apesar de possuir um "Departamento de
Ofiurgia", suas instalações de pesquisa são bastante
limitadas. Do outro lado do espectro arcano, contu-
do, a biblioteca de manuscritos persas antigos da
universidade é incomparável em todo o mundo.
A maioria das facções persas têm "alas jovens"
no campus, que podem começar protestos e tu-
multos mesmo sem ordens do aparato central.
Gueto/Bairro Étnico
Os bairros étnicos mais antigos de Teerã são o
bairro armênio ao longo da Avenida Gozar-bashi
e o bairro judeu de Oudlajan, a nordeste do Ba-
zaar. Ambos são centros prováveis de inquietação
política, já que tanto a Armênia quanto a Pales-
tina estão sob controle soviético. Ambas as vizi-
nhanças foram confiáveis campos de recrutamen-
to socialista, mas agora fervilham com refugiados
de Stalin – inclusive muitos Trotskistas, Gorkis-
tas "supersticiosos" e outros socialistas deviantes.
A vizinhança azeri (azerbaijana) entre o Bazaar
e a estação de trem (historicamente anti-soviéti-
ca e amigável aos poderes do Eixo) e as quadras
de refugiados libaneses. Esses últimos foram não
apenas agitados por intrigas inter-socialistas e
anti-soviéticas, mas pelas várias facções francesas
cujo patrocínio reclamam.

Amigos e Inimigos
Em Teerã, conhecer alguém é a chave para ter um bom apartamento, sair da prisão ou mesmo es-
capar de Teerã são e salvo. A cidade fervilha com intriga, e alianças vêm e vão em uma frequência
assustadora. Pior ainda, existem coisas com as quais nenhum humano pode se aliar... ou com as quais
nenhum humano deveria se aliar.
NATIVOS PERSAS
Tecnicamente, "persa" é apenas o grupo étni-
co dominante no país, que adotou oficialmente o
nome "Irã" (significando "terra dos arianos") desde
1934. Dentre seus 17 milhões de habitantes, o Irã
também conta com curdos, árabes, azeris (muito
menos depois de Stalin anexar a maioria deles),
balúchis, turcomenos, caldeus e qashqai, uma tribo
túrquica do sul em rebelião ocasional contra o go-
verno do Xá. Contudo, ainda é "Pérsia" nos mapas
do Foreign Office britânico e em suas discussões e,
para o F.O, o que pensam os monhés não importa.
Os "monhés", por sua vez, consideram os britâ-
nicos ratos bastardos imperialistas, coniventes e
ladrões de petróleo.
O Xá
E é assim que pensa Sua Majestade Imperial,
Mohammed Reza Xá Pahlavi, o líder supremo de
29 anos da Pérsia. Pressionado não apenas pelos
soviéticos e britânicos, mas pela aristocracia rural
dona de terras, a ulema, e a classe média em ascen-
são, o Xá traça um curso cuidadoso. Ele deseja se-
guir o exemplo de seu pai Reza Xá e tornar a Pérsia
um país moderno e independente. Ele não deseja,
contudo, seguir o exemplo de seu pai Reza Xá e ser
derrubado pelos britânicos e soviéticos – os dois
Aliados invadiram a Pérsia em 1941 para proteger
o flanco sul de Stalin contra a subversão nazista e
assegurar o suprimento britânico de petróleo.
15
Criação de Personagem
Amigos e Inimigos
Inimigos Usuais: A lista de inimigos do Xá
se embaralha a cada estação, mas as constantes
incluem a velha aristocracia Qajar que seu pai
derrubou em 1921, os mais radicais da ulema e os
cultos da Serpente que, como um bom muçulma-
no, ele despreza.
Aliados Usuais: A base de poder do Xá são
o exército e a aeronáutica persa, que constante-
mente pedem por ação contra o "invasor" soviéti-
co a despeito do balanço de forças. Ele geralmente
pode contar com a Shahrbani e a Gendarmaria,
apesar da corrupção de sua corte ofender os úl-
timos.
Como Ele Vai Traí-lo: Se o Xá não tiver
nenhuma malícia pessoal contra os heróis, ele
enviará o exército ou a Gendarmaria para pren-
dê-los, impedir seu avião de decolar ou o que for
necessário. Se os heróis o tiverem irritado, ele sol-
tará a Shahrbani sobre eles e esquecer que jamais
existiram.
Por Que Ele Vai Traí-lo: O Xá trairá os
heróis por algum inimigo que precise ser aplaca-
do em curto prazo, ou porque decidiu (ou algum
inimigo dos heróis o convenceu) que eles são uma
ameaça. Apenas grande pressão política pode
convencê-lo a recuar no último caso.
Shahrbani
A Shahrbani é a polícia secreta interna do Xá,
sob comando do temido e odiado Rokneddin
Mokhtari. (Mokhtari, intrigantemente, também
é um violinista digno de concertos). O Xá remo-
veu Mokhtari do comando em 1942 como um
agrado aos Aliados e como maneira de ganhar
popularidade com os cidadãos de Teerã. Depois
dos soviéticos anexarem o Azerbaijão, o Xá trou-
xe Mokhtari de volta para eliminar a subversão
comunista ao longo do país.
Inimigos Usuais: Os inimigos da Shahrbani
são os inimigos de Mokhtari, com a exceção de
oficiais que lucraram um pouco demais com sua
ausência de seis anos. Mokhtari ainda não ex-
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Col. H. Norman Schwarzopt, Sr purgou todos eles de seu comando. Fora de suas
fileiras, seus principais inimigos são comunistas,
O Coronel Schwar- seguidos de perto por qualquer um com um sé-
zkopf (n. 1895) pode quito grande o suficiente para ameaçar seu poder.
ser mais conhecido aos Aliados Usuais: O Xá não é estúpido o su-
americanos como o ficiente para dar a Mokhtari uma base de poder
investigador chefe no externa. Qualquer outra facção na Pérsia odeia
rapto Lindbergh, ou Mokhtari profundamente. Os turcos (mais pro-
possivelmente a voz váveis a cooperar com suas investigações anti-
do programa de rádio -comunistas) não gostam muito dele. Mesmo os
Gang Busters no final agentes baathistas em Teerã trabalham relutante-
dos anos 1930, mas mente com Mokhtari, apesar de suas credenciais
na Pérsia ele é o confi- pró-nazistas durante a Guerra – Mokhtari não
ável comandante da Gendarmaria Nacional, gosta nada do Iraque.
e tem sido desde 1942. Colocado no coman-
Como Eles Vão Traí-lo: Estilo clássico da
do da única força policial nacional duran-
Gestapo, batida na porta de madrugada, caro-
te a ocupação Aliada na Pérsia, ele trouxe a
na vendada nos fundos de um sedan Rover S.A.
mesma dedicação, honestidade e habilidades
preto, interrogatório sobre uma lâmpada expos-
organizacionais à tarefa que demonstrava
ta em um porão e (se necessário) uma cova rasa
como Superintendente da Polícia Estadual de
no deserto. A Shahrbani também usará vigilância
New Jersey. Com sua esposa e filhos (em New
aberta para forçar os alvos a errarem, escutas te-
Jersey) presumidos mortos depois da Queda
lefônicas e invasão de propriedade para investigar
da Serpente, Schwarzkopf se voltou aos seus
os quartos dos alvos e todo o resto do manual da
homens e seu país adotivo, uma atitude que
polícia secreta.
lhe dá inimigos e respeito relutante em iguais
medidas nos corredores de poder. Por Que Eles Vão Traí-lo: Ordens do Xá
ou de Mokhtari, ou suspeita de atividade comu-
Ele fala alemão, persa e russo em uma voz
nista ou arcana. Pessoas que ameaçarem, delibe-
rascante, uma consequência de um ataque
radamente ou não, expor a corrupção da Shahr-
de gás durante a 1ª Guerra Mundial.
bani também viram seus alvos.
• Atributos: Agilidade d8, Astúcia d8,
Espírito d8, Força d6, Vigor d10 Gendarmaria
• Perícias: Dirigir d6, Lutar d6, Intimidar A Gendarmaria é a polícia nacional não-secre-
d10, Pesquisar d8, Conhecimento ta da Pérsia, essencialmente a versão persa dos
Geral d10, Perceber d8, Persuadir d8, Texas Rangers ou da Polícia Montada. Eles al-
Cavalgar d10, Atirar d8, Furtividade d6, ternam entre resolver disputas tribais, rastrear
Sobrevivência d6 criminosos e prezar pelo bem geral quando seu
• Movimentação: 6 Aparar: 5 orçamento permite. O Coronel Schwarzkopf len-
Resistência: 8
• Vantagens: Musculoso, Comando,
Conexões, Noção do Perigo,
Investigador, Manha, Nervos de Aço.
• Complicações: Anêmico, Código de
Honra, Leal.
• Habilidades Especiais: Como chefe
da Gendarmaria, o Col. Schwarzkopf pode
chamar um esquadrão de Gendarmes (2d6
disponíveis) em qualquer lugar da Pérsia.
(Use os atributos de Policiais, TDAR p. 83;
Substitua Dirigir por Cavalgar, aumente
Atirar para d6.

16
 Criação de Personagem
Amigos e Inimigos
tamente transformou seus homens em oficiais da
lei efetivos e honestos com um grau relativamen-
te alto de profissionalismo e alfabetização, e um
grau relativamente baixo de dependência de ópio
e brutalidade. Ele endureceu a Gendarmaria com
um contingente de 10 mil soldados americanos
deixados na Pérsia depois da Queda da Serpente
e os equipou com o arsenal sobressalente do Len-
d-Lease americano.
Inimigos Usuais: Chefes guerreiros tribais
(especialmente curdos e qashqai), bandidos, cri-
minosos e agentes comunistas entre todos acima.
Os inimigos políticos de Schwarzkopf incluem a
maioria dos partidos dos Majlis, que criticam o
"tira Yankee" comandando a polícia persa e cor-
todas as tomadas e decisões e muito do financia-
tam seu orçamento para manter sua própria cor-
mento do Tudeh vem direto de Moscou.
rupção longe dos instintos investigativos dele.
Inimigos Usuais: O Tudeh é anti-monar-
Aliados Usuais: A classe mercante de Tee-
quista e anti-imperialista, opondo-se ao Xá e aos
rã aprecia a novidade da força polícial que aceita
britânicos em igual medida. A Shahrbani trabalha
apenas subornos modestos. O Xá aprecia qual-
para desestabilizá-los, e eles retornam o favor.
quer um sem base externa de poder.
Eles também são anti-clericais e não gostam mui-
Como Eles Irão Traí-lo: Relutantemen- to dos baathistas. Mas quem gosta?
te, se os heróis forem americanos. Alegremente
Aliados Usuais: Além da NKVD e sua pró-
se forem britânicos. A não ser que os heróis se
pria OMPT, o Tudeh atrai muito de seu suporte
comportem como "cachorros loucos" foras da lei
de intelectuais e unionistas trabalhistas. O Tudeh
(estupro, assassinato em massa, incêndios, etc.),
essa traição será uma prisão legal, confisco de também faz alianças temporárias no estilo das
qualquer contrabando e ou tempo de prisão ou "frentes populares" no Majlis ou em outras partes
uma escolta até a fronteira. para objetivos locais táticos.
Por Que Eles Irão Traí-lo: Você é um Como eles vão Traí-lo: o Tudeh ou esma-
contrabandista ou tem armas o suficiente para gará seus inimigos em uma luta de rua ou implan-
parecer suspeito, ou realmente cometeu um cri- tará seus aliados ocultos-O TPMO, companheiros
me sem um patrono poderoso para protegê-lo das de viagem na Comunidade Europeia ou a aristo-
consequências. A Gendarmaria também irá pren- cracia, professores universitários, etc.- para in-
der qualquer inimigo do Xá que ele requisite que terferir e sabotar a atividade inimiga Nos piores
seja tratado com delicadeza qualquer que seja o casos, o Tudeh irá delatar inimigos à NKVD.
motivo. Por Que Eles Irão Traí-lo: O Tudeh guar-
da os interesses da classe trabalhadora interna-
Partido Tudeh cional. Aqueles que os opõem – ou que pareçam
Fundado em 1941 por um grupo de intelectu- com aliados britânicos, capitalistas ou reacioná-
ais persas, o Partido Tudeh ("das massas") rapida- rios – merecem o que recebem. Ou, também, se
mente se moveu à esquerda até se tornar essen- Moscou disser assim.
cialmente um partido dominado por comunistas
em 1944. Seu principal recurso, além da habi- Fadayun-e-Islam
lidade de reunir muitos capangas – quer dizer, Nawab Safavi, um estudante de teologia de 21
operários radicalizados – nos comícios é a OMPT anos, fundou essa sociedade de assassinos terro-
(Organização Militar do Partido Tudeh), uma so- ristas depois da Queda da Serpente de modo a
ciedade secreta que penetrou em todo o exército criar um estado muçulmano perfeito na Pérsia,
persa. Enquanto algumas facções do Tudeh não governado sob a mais estrita forma da sharia (lei
são completamente dominadas pelos soviéticos, religiosa). Apesar de seus números relativamente

17
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Ruhollah Khomeini
Devoto e obstinado, Ruhollah Khomeini (n. 1902) é um dos faróis da comunida-
de religiosa e escolástica da Pérsia, a ulema. Ele divide seu tempo entre a cidade
sagrada xiita de Qom (a quase 100 km ao sul de Teerã) e várias mesquitas nos
bairros sudoeste da capital, onde ele construiu um séquito substancial.
Nos assuntos políticos, ele é firmemente teocrático e tradicionalista, defendendo
as leis estritas do Islã e se opondo ao Xá modernizante e aos partidos socialdemo-
cratas (e comunistas) de oposição. Sua experiência em ensinar, estranhamente,
não cobre somente teologia xiita, mas neo-Platonismo, Gnosticismo e misticis-
mo Sufi: ele é talvez o mais próximo na ulema persa a um acadêmico arcano.
• Atributos: Agilidade d4, Astúcia d8, Espírito d10, Força d4, Vigor d8
• Perícias: Conhecimento Geral d10, Intimidar d12, Ocultismo d8,
Pesquisar d10, Perceber d6, Persuadir d12, Provocar d6
• Movimentação: 6 Aparar: 2 Resistência: 6
• Vantagens: Carismático, Comando, Fervor, Seguidores, Sorte Grande, Erudito (Ocultismo,
Conhec. Acadêmico), Vontade de Ferro.
• Complicações: Excesso de Confiança, Teimoso

QUAL É SUA AGENDA?

Como muitas figuras importantes nos enlaces labirínticos da política persa, Khomeini joga suas car-
tas próximo de si. O Mestre pode fornecer qualquer uma das seguintes possibilidades como rumores
e escolher qualquer uma (ou mais!) para ser verdade em sua própria campanha:

Mentor Islâmico
Khomeini apenas finge ficar indiferente das facções fundamentalistas no parlamento. Na verda-
de, ele coordena secretamente o Partido Mujahidin do Aiatolá Kashani e os assassinos da Fadayun:
aqueles que ele denuncia são expurgados ou mortos. Ele planeja construir uma ditadura islâmica
purificada na Pérsia, com ele próprio subordinado somente a Alá.

Trapaça Vermelha
Como todos os movimentos que buscam sabotar o Xá, a facção de Khomeini está cheia de agentes
soviéticos influentes subornados ou coagidos. Um de seus jovens e promissores protegidos, o aluno
precoce Ali Shariati, é na verdade um marxista de coração, sutilmente manipulando Khomeini a
fazer a vontade de Stalin.

Na Fabricação
Khomeini meramente busca o melhor para si mesmo (e talvez para o povo pobre e conservador de
seu rebanho) e está buscando por tempo e poder ao balancear o Xá, os Vermelhos e os outros imãs
uns contra os outros. Ele não tem uma lealdade maior, nenhuma agenda de longo prazo que seja.

Peão Britânico
Khomeini é na verdade o filho de uma mulher indiana da Caxemira e “Haji” Richard Williamson, um
petroleiro britânico e devoto convertido ao Islã – que também foi um agente oculto da SIS. Ruhollah,
filho de Haji Williamson, continua o trabalho de seu pai, mantendo o Xá enfraquecido para que a
Bretanha possa continuar extraindo o petróleo persa. Aqueles que descobrem a verdade sobre os
pais de Khomeini subitamente aparecem mortos.

Cultista da Serpente
Os estudos de Khomeini sobre assuntos ocultistas o prepararam para a Queda da Serpente e ele
escondeu um culto de Zahhak (a serpente-dragão do antigo mito persa) no coração de Teerã, oculto
entre mesquitas e seminários onde ele faz as orações. (Adicione Antecedente Arcano (Magia), Desas-
trado, Conjuração d10 e magias adequadas.)

18

pequenos, a Fadayun-e-Islam já matou diversos
acadêmicos proeminentes e oficiais do governo,
muitos no início da crise de 1946 no Azerbaijão.
Inimigos Usuais: Modernizantes, ministros
governamentais efetivos e qualquer um que se
oponha à vontade de Alá.
Aliados Usuais: Clérigos radicais da ulema,
especialmente Kashani e khomeini.
Como Eles Irão Traí-lo: Vigilância cons-
tante, multidões religiosas inflamadas e uma
bala. Passos um e dois são opcionais.
Por Que Eles Irão Traí-lo: A Fadayun
ataca principalmente persas. Apenas irá atrás de
estrangeiros que a ameaçarem diretamente ou
intervenham em favor de seus alvos pretendidos,
aqueles a quem um aiatolá linha-dura condenar,
ou infiéis que cometerem atos claros de sacrilégio
contra Alá como realização aberta de magias ou
profanar uma mesquita.
FORÇAS ESTRANGEIRAS
A Pérsia tem sido um campo de batalha desde
o "Grande Jogo" entre a Grã-Bretanha e a Rússia
em 1850 e ambos os poderes têm há muito seus
agentes, círculos de espionagem e recursos locais
em Teerã entre as tribos. Em 1941, os britânicos
e soviéticos invadiram a Pérsia para derrubar o
insuficientemente anti-nazista Reza Xá, além de
garantir a crucial linha de suprimentos sul para a
ajuda Lend-Lease Aliada à Stalin. Muito da ajuda
foi americana, e as tropas dos EUA invadiram a
Pérsia (junto com seus próprios espiões e agentes
ocultos) durante a Guerra para operarem o "Cor-
redor persa" entre o Golfo Pérsico e a União Sovi-
19
Criação de Personagem
Amigos e Inimigos
ética. Em 1943, os três líderes Aliados se encon-
traram na Conferência de Teerã para planejarem
a última metade da Guerra – mas não planejaram
para o Ragnarok.
A Queda da Serpente em julho de 1945 arra-
sou a Pérsia com terremotos – e teve efeitos si-
milares no Grande Jogo. Os americanos, que
pareciam o novo jogador dominante, foram var-
ridos para longe. Os soviéticos agarraram tanto
da Pérsia quanto conseguiam em 1946, enquan-
to os britânicos foram forçados a correr atrás do
desconfiado Xá e da população persa. Fugitivos
nazistas infiltraram o vizinho Iraque. Além das
montanhas, os Turcos planejam vingança contra
os Vermelhos infiéis, e todos querem o petróleo
da Pérsia. Muito.
Serviço Secreto de Inteligência (SIS)
Embora Ian Milne, o chefe oficial da estação
SIS, coordene as atividades de inteligência bri-
tânica da Embaixada Britânica, a figura chave
para o MI6 em Teerã é Robert Charles "Robin"
Zaehner. Zaehner, um acadêmico religioso com
extensa experiência na contra-sabotagem no
norte da Pérsia durante a Guerra, comanda uma
rede pessoal que se estende de chefes tribais no
agora soviético norte até magnatas bancários e de
fretamento em Teerã. Suas famosas festas de ópio
e mescalina em sua casa na cidade velha perto do
Palácio do Golestão, dão a ele acesso ao cenário
artístico e arcano de Teerã; Zaehner também é
um acadêmico de misticismo e religiões orientais.
Inimigos Usuais: Os soviéticos, os partidos
sociais-democráticos anti-britânicos no Majlis, os
I
HIXR
U. K.
MV INTELLIGENCE I
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Kara Vania nazistas, qualquer um interessado em encerrar
o acesso (e controle) britânico ao petróleo persa.
Dificilmente seria edu- Aliados Usuais: Nenhum aliado explícito
cado perguntar a Kara exceto agentes pagos e recrutados. Qualquer um,
Vania, também conhe- persa ou estrangeiro, é um aliado somente en-
cida como “a Tigresa”, quanto forem úteis à Coroa.
ou como “Agente Secre-
Como Eles Irão Traí-lo: Vendê-lo a outro
ta XW-9”, ou yambém
serviço de inteligência, chantageá-lo ou coagi-lo
como “a Dama do Des-
a trabalhar para eles, acabar com seu disfarce ou
tino”, sua idade. Apesar
operação.
de ela poder passar por
vinte e poucos anos, ela Por Que Eles Irão Traí-lo: Ian Milne
tem sido uma das fem- pode muito bem ser um agente da NKVD: Ele e
me fatale mais buscadas (em múltiplos contex- Kim Philby foram amigos próximos durante a
tos) na Eurásia desde antes da Guerra. Ela é pro- Guerra. Zaehner pode ser subornado pelas Filhas
vavelmente meio-russa e meio-indiana, apesar de Dionin, dado seu gosto extravagante pela vida
de que poderia ser de qualquer lugar entre Paris baixa. Ou, é claro, a SIS pode simplesmente ven-
e Java, e fala uma dúzia de línguas com fluência dê-lo como um favor conveniente a outro jogador.
perfeita.
NKVD
Ela é conhecida por ter trabalhado para as
agências de inteligência britânica, francesa e Ivan Fitnin comanda a operação da NKVD em
japonesa, bem como no mínimo duas facções Teerã a partir da Embaixada Soviética, a apenas
chinesas. Ela foi a amante de generais tanto uma quadra de distância da embaixada de seus
da Abwehr quanto da GRU. Suas maiores ha- odiados rivais britânicos. Ele implacável e impiedo-
bilidades (pelo menos as que ela exercita em samente trabalha para subornar completamente o
público) são cartas e armas de arremesso. Ela Partido Tudeh e enfraquecer o Xá, planejando uma
tem os olhos e reflexos de uma cobra dando o Revolução Comunista na Pérsia que irá dar o país a
bote. Kara Vania trabalha para qualquer um Stalin de mão beijada. Um ativista armênio local,
e para ninguém, uma aventureira no sentido Artashes Avanesian, alimenta a linha de Moscou
mais puro da palavra. com o Tudeh para a Internacional Comunista, uma
• Atributos: Agilidade d10, Astúcia d8, agência do partido. A NKVD também possui agen-
Espírito d8, Força d6, Vigor d8 tes entre as comunidades de refugiados, monito-
rando-os por atividades anti-soviéticas.
• Perícias: Atirar d6, Atletismo d12,
Conhecimento Geral d10, Dirigir d10, Inimigos Usuais: O Xá, os britânicos, os tur-
Furtividade d10, Jogar d12, cos, os nazistas, os poloneses – nessa ordem.
Ladinagem d10, Lutar d8, Perceber d10,
Persuadir d12
• Movimentação: 6 Aparar: 6
Resistência: 6
• Vantagens: Acrobata, Ambidestro,
Conexões, Noção de Perigo, Esquiva
Aprimorada, Rápido, Mãos Firmes,
Ladrão, Muito Atraente
• Complicações: Curioso, Ganancioso,
Vingativo, Procurado (vários)
• Equipamento: Arma de gancho e
equipamento de escalada, facas de
arremesso, gazuas, outros equipamentos
de espionagem ocultos na excepcional
roupa sob medida.

20

Aliados Usuais: O Partido Tudeh é uma
frente organizada comunista voluntária. A NKVD
quer transformá-lo em uma frente organizada so-
viética automática, que não é exatamente a mes-
ma coisa.
Como Eles Irão Traí-lo: Uma pancada na
parte de trás da cabeça, ou um encontro remoto
seguido por emboscada, tortura e transformação
em agente duplo, se possível.
Por Que Eles Irão Traí-lo: Se algo que
os heróis tenham feito interfera sem querer com
os planos soviéticos. Ou se algo que os heróis te-
nham feito interfera por querer com os planos
soviéticos.
Nazistas e baathistas
Ideólogos nazistas ajudaram a criar o partido
Ba'ath no vizinho Iraque e soldados da Wehrmacht
e Waffen-SS expatriados fornecem ao Iraque um
contingente militar. Os baathistas (e seus parcei-
ros nazistas na SD) buscam pessoas de mentalida-
de similar no exército persa para repetir o modelo
iraquiano. O General Fazlolla Zahedi é o recurso
mais promissor: um elegante morador do centro,
ex-chefe da polícia de Teerã e governador pró-ger-
mânico de Isfahan. Os britânicos sequestraram
Zahedi em 1942 e o prenderam na Palestina, mas
ele escapou após a Queda da Serpente e retornou
à Pérsia e ao comando militar. Sob sua proteção,
agentes nazistas e baathistas podem operar dentro
do exército persa e da polícia de Teerã.
Inimigos Usuais: Socialistas persas e parti-
dos democráticos, os britânicos, os poloneses e os
soviéticos.
21
Criação de Personagem
Amigos e Inimigos
Aliados Usuais: Cultistas da serpente e ge-
nerais ambiciosos. Taticamente, o ba'ath trabalha
com qualquer um quando precisam: Eles coope-
raram, por exemplo, coma NKVD para esmagar
os socialistas anti-soviéticos e intelectuais fora do
Partido Tudeh.
Como Eles Irão Traí-lo: Provavelmente um
assassinato na rua. Falhando, um sequestro e trans-
porte secreto para uma base remota do exército – ou
para o Iraque, se você for muito interessante.
Por Que Eles Vão Traí-lo: Além dos mo-
tivos usuais, os nazistas não aprenderam a lição e
ainda buscam poder oculto, que os heróis podem
parecer ter.
Serviço Turco de Segurança Nacional (MAH)
O serviço de inteligência turca opera não da
Embaixada Turca, mas de uma fábrica de pistache
no sul de Teerã cujo dono legítimo é um empresá-
rio armênio. (Os turcos têm uma "frente falsa" de
operações de inteligência operada de sua embai-
xada, a qual não sabe nada da operação principal
da MAH.) O principal agente da MAH em Teerã,
o antigo detetive de Istambul "Mercúrio" Neca-
ti, nem mesmo tem papéis diplomáticos, de tão
confiante que é na própria habilidade de prever e
escapar de qualquer crise.
Inimigos Usuais: Os soviéticos, sempre e
para sempre. A SIS deveria ser uma aliada natu-
ral, mas muitos diplomatas e espiões britânicos
são pró-Grécia ou manchados pela NKVD para
o gosto dos turcos. Além disso, acabar com uma
operação britânica na Pérsia é bom para a credibi-
lidade turca com todos os outros no país.
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Aliados Usuais: Os turcos se encontram tra-
balhando próximos aos poloneses e com oficiais
anti-comunistas na Gendarmaria e exército. Ou
com aventureiros errantes que pareçam facilmen-
te direcionados à NKVD.
Como Eles Irão Traí-lo: Descobrindo
quem mais o quer morto, preso ou fora do cami-
nho, e vendendo-o a eles. A não ser que você seja
um agente da NKVD, os turcos não irão se expor
para lhe dar uma surra.
Por Que Eles Irão Traí-lo: Para ganhar
favor e credibilidade de algum persa poderoso
ou porque você não é anti-comunista o suficiente
para eles.

Exército Nacional Polonês

A Pérsia foi um dos principais destinos dos re-
fugiados poloneses durante a Guerra, incluindo
40 mil tropas polonesas designadas para a segu-
rança do Lend-Lease. Depois da Queda da Ser-
pente e das anexações soviéticas, essas tropas e
refugiados lutaram sua guerra civil em miniatura
nas ruas de Teerã. Os vencedores foram a facção
do "Exército Nacional Polonês", que finalmente
expurgou os poloneses pró-comunistas em Tee-
rã ao custo da maioria do contingente polonês.
Eles agora dependem de uma linha de supri-
mentos francesa do Deuxiéme Bureau em Argel,
representada em Teerã desde 1947 pelo General
da Legião Estrangeira Jean Marsal. Abdol Omar
(veja pág. 23) acredita que Marsal (um traidor da
Legião pago pelo Kaiser) foi morto no Sudão em
1917 ainda como tenente. Teria o astrólogo sido
enganado? Teria Marsal sido ressuscitado por
Djehuti-Yamun? Se sim, quem realmente coman-
da o Exército Nacional Polonês?
Inimigos Usuais: Os poloneses pró-comu-
nistas, a NKVD, o Partido ba'ath, clérigos funda-
mentalistas que não gostam do catolicismo polo-
nês, Abdol Omar.
Aliados Usuais: A MAH, agentes franceses
(se houver).
Como Eles Irão Traí-lo: A boa e velha
esmagada no meio-fio. Os poloneses na verdade
não têm recursos para a sutileza, apesar de terem
contatos entre várias igrejas e na Gendarmaria.
Por Que Eles Irão Traí-lo: Como um fa-
vor a Marsal, ou porque você parecia um comuna.

22
 Criação de Personagem
Amigos e Inimigos
Príncipe Abdol Omar
Nascido de uma princesa russa (de quem herdou os olhos cinzentos) em
1871 e um nobre da província do Cuzistão no sudoeste da Pérsia, Abdol
Omar passou de 1907 a 1934 em New York, trabalhando como psicólo-
go enquanto solucionava crimes e corrigindo erros (especialmente contra
mulheres) usando seu sinistro comando das artes astrológicas. Ele retor-
nou a Teerã logo após a Segunda Guerra Mundial e vive como um príncipe
merece em luxo discreto com sua esposa Lotis Popov e uma comitiva de
serviçais confiáveis.
Desde a Queda da Serpente, ele continuou com sua resolução de crimes e
correção de erros, opondo-se aos cultos da Serpente onde quer que possa
discernir suas ações. Ele crê que a Irmandade Negra, um culto demoníaco
de psíquicos desalmados da Ásia Central contra o qual batalhou nos anos 1920, possa estar em
busca de juntar forças com a Irmandade de Set. Dada sua idade avançada (apesar de sua aparência
imponente ter envelhecido bem), ele prefere trabalhar por meio de substitutos e intermediários,
enviando-os em missões estranhas para realizar tarefas precisamente cronometradas, coordenan-
do suas ações com precisão astrológica.
• Atributos: Agilidade d6, Astúcia d12, Espírito d12, Força d6, Vigor d6
• Perícias: Atirar d6, Cavalgar d8, Conhecimento Geral d10,Conhecimento Acadêmico d12+2,
Curar d6, Intimidar d12, Jogar d12, Lutar d4, Ocultismo d10, Pesquisar d12, Perceber d10,
Persuadir d8, Psiônicos d10
• Movimentação: 5 Aparar: 5 Resistência: 6
• Vantagens: Antecendente Arcano (Psiônicos), Atraente, Musculoso, Noção de Perigo,
Seguidores, Resistência Arcana Aprimorada, Investigador, Mentalista, Nobre, Rico, Erudito
(Conhec. Acadêmico e Ocultismo)
• Complicações: Código de honra, Idoso, Inimigo (Irmandade Negra), Heroico, Pacifista
(menor)
• Pontos de Poder: 20

Habilidades Especiais
• Astrologia: Fazendo um teste de Conhecimento Acadêmico, Abdol Omar pode prever virtual-
mente qualquer ação (exceto escolhas morais maiores) de qualquer um, se souber sua data e hora
de nascimento exatas. (Se tiver apenas uma data, sua rolagem tem -4.) Ele também pode deter-
minar sua localização em qualquer lugar da Terra a qualquer momento. Calcular o primeiro de
tais horóscopos para uma dada pessoa requer horas de trabalho. A partir de então, requer apenas
alguns cálculos breves.
• Ilusões: Usando força hipnótica, Abdol Omar pode criar ilusões nas mentes de seus inimigos:
transformar feno em cobras, por exemplo. Por 3 pontos por rodada, tais ilusões podem atingir
um alvo automaticamente, que deve fazer uma rolagem de Astúcia ou ficar Abalado. (Aqueles que
rolarem 1 na Astúcia recebem um ferimento.) Um inimigo desconfiado pode fazer uma rolagem
de Astúcia -2 para desacreditar tais ilusões.
• Telepatia: Abdol Omar pode se comunicar com qualquer um a 1,5 km (ou com sua esposa em
qualquer lugar da cidade) com uma rolagem de Astúcia. Telepatia requer concentração (-2 em
todas as outras tarefas) e 2 pontos.

23
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok

Monstros das Noites Persas

A Pérsia escapou da Queda da Serpente relativamente incólume, pelo menos em se tratando de in-
festações sobrenaturais. Das criaturas do livro de cenário principal de Day After Ragnarok, aventurei-
ros na Pérsia encontraram apenas serpentes gigantes, voadores noturnos e outros demônios (TDAR,
pág. 85-95) Os soviéticos, é claro, empregaram homens-macaco em sua zona ocupada e em missões
nas áreas selvagens da Pérsia.
A maioria dos perigos da Pérsia vem das tribos
rebeldes no interior (use as estatísticas de Bandido,
TDAR pág. 81) tais como os Qashqai, da agitação
e tensão políticas discutidos mais cedo neste livro,
e dos insurgentes cultos da Serpente. O principal
culto local é o Fadayun-e-Azi-Dahaka, que venera
o maligno dragão de três cabeças de Zend-Avesta,
que, de acordo com as lendas do zoroastrismo, está
aprisionado no Monte Demavend a menos de 100
km a nordeste de Teerã. Eles identificam Jörmun-
gandr com Gandarw, a grande serpente marinha
que pode devorar doze províncias em uma mordida.
Azi-Dahaka é o avatar de Gandarw e seu sucessor
como inevitável senhor do mundo. O Fadayun-e-A-
zi-Dahaka recruta primariamente entre ambiciosos
intelectuais, generais e outras figuras de poder. O
culto a Zahhak cresce entre a massa empobrecida de
Teerã, continuamente confrontado pela ulema.
A Pérsia, contudo, tem alguns monstros locais
específicos, detalhados nas páginas seguintes.
Ganj
Desperta pela Queda da Serpente, a ganj raste-
jou pelas fissuras e cavernas da terra até os pesa-
delos da Pérsia. A temida "serpente de joia" parece
uma cobra enorme, com suas escamas reforçadas
com incrustações multifacetadas; safiras, esmeral-
das, rubis... e sempre um grande diamante na testa
da fera. A ganj pode farejar grandes concentrações
(ou mesmo poucos carats) de carbono cristalizado
– joias e gemas, em outras palavras. Os bancos e
joalherias de Teerã precisam contratar grupos ca-
çadores de monstros com certa frequência para
limpar os qanats ou porões abaixo conforme a ganj
se aproxima. Felizmente, as ganj são figuras soli-
tárias: quando uma ganj está "caçando", as outras
ficam longe. A exceção, é claro, é na época de aca-
salamento, quando qualquer ganj fêmea que tenha
descoberto um tesouro respeitável e feito um "ni-
nho" dele atrai dúzias de machos predatórios.
• Atributos: Agilidade d8, Astúcia d6(A),
Espírito d8, Força d12, Vigor d8
• Perícias: Atletismo d8, Lutar d8,
Perceber d8, Furtividade d6
• Movimentação: 9 Aparar: 5
Resistência: 8 (14 na cabeça)
Habilidades Especiais
• Cuspe de Resina: A ganj cospe resina de
endurecimento rápido em sua presa, a uma
distância de 20 quadros. Trate a resina como
um enredar com um único alvo. Cada rodada
depois de atingir, a penalidade das tentativas
de se libertar usando Agilidade ou Força au-
menta em -1. Use as regras de Afogamento
para os efeitos a longo-prazo de estar preso
na resina de ganj.
• Escudo Cintilante: As coruscações si-
milares a joias nas escamas da cabeça da ganj
atraem o olhar: atacantes devem fazer um
teste de Astúcia para evitar mirar na arma-
dura valiosa da ganj (Armadura 6).
• Medo: Ver uma ganj requer uma rolagem
de Espírito.
• Mordida: For+d4.
• Rápida: Descarte cartas de ação de 5 ou
menores.
• Sentido para Minérios: A ganj pode de-
tectar carbono cristalizado dentro de 180 m.
Ela recebe +2 em todas as rolagens relevan-
tes de Perceber e ignora escuridão e penali-
dades similares.
• Tamanho +2: +2: A canj pode ter até 12
metroas de comprimento.
Kil-barak
De acordo com as lendas, depois de conquistar
a Pérsia, Alexandre o Grande selou um exército
de homens com cabeça da cão, os kil-barak, atrás
de um imenso portão de bronze em algum lugar

24

nas montanhas a nordeste de Teerã. A Queda da
Serpente afrouxou esse portão. Eles vagam pelas
Montanhas Elburz e começam a se infiltrar mais
nos subúrbios – e qanats mais sombrios – da pró-
pria Teerã. Eles parecem não ter uma organização
maior do que matilhas individuais, mas rumores
de um Khan Cabeça-de-Cão em algum lugar na
Ásia Central Soviética ou Afeganistão Britânico
(aliado ou oposto a ambos) circulam pelo Bazaar.
• Atributos: Agilidade d8, Astúcia d6,
Espírito d6, Força d10, Vigor d8
• Perícias: Lutar d10, Intimidar d8, Per-
ceber d10, Furtividade d8, Atletismo d6,
Sobrevivência d10
• Movimentação: 8 Aparar: 7
Resistência: 6
• Equipamento: Cimitarras (For+d8), lan-
ças (For+d6; Alcance 1), escudos pequenos
(+1 Aparar)
Habilidades Especiais
• Macho Alfa (CS): Cada matilha de kil-ba-
rak é comandada por um alfa, com Coman-
do, Destemido e dados de característica um
nível acima de um kil-barak comum. Se o alfa
for morto ou espantado, a matilha sobrevi-
vente deve imediatamente fazer uma rola-
gem de Espírito ou fugir. O macho alfa é um
Carta Selvagem.
• Mordida: For+d4.
• Olfato Apurado: Os kil-barak recebem
+2 em todas as rolagens de Perceber e Sobre-
vivência para detectar objetos com odores e
ignoram todas penalidades de escuridão.
• Pés Ligeiros: Os kil-barak rolam um d10
quando correndo em vez de um d6.
Symir
As lendas sufistas falam da "Conferência dos
Pássaros", uma conclave de seres avianos em
busca de sabedoria. O symir é essa lenda perso-
nificada em uma revoada de aves de Teerã, uma
consciência emergente sobrevoando a cidade, po-
tencialmente incluindo cada pássaro na província
– ou na Pérsia – de rouxinóis de estimação até fal-
cões predadores. Symir são mais frequentemente
encontrados como espiões do que combatentes.
Um bando de pardais em um fio de telefone, ou
uma revoada de pombos na praça, até mesmo
gaios ou papagaios individuais, carregando seus
25
Criação de Personagem
Monstros das Noites Persas
Ladrão
Teerã, como a maioria das cidades pobres e
superlotadas, está cheia de ladrões, de pun-
guistas e trombadinhas até assaltantes. A
maioria dos círculos de espionagem empre-
ga no mínimo um ladrão (local ou trazido de
sua terra natal) para operações especializa-
das – idealmente um ladrão mestre, se pude-
rem pagar por um.
• Atributos: Agilidade d10, Astrúcia d6,
Espírito d6, Força d6, vigor d6
• Perícias: Atletismo d8, Lutar d6, Jogar d4,
Ladinagem d8, Perceber d8, Furtividade d6,
Provocar d6
• Movimentação: 6 Aparar: 5
Resistência: 5
• Complicações: Ganancioso, Procurado
• Vantagens: Ladrão
Habilidades Especiais
• Ladrão Mestre: Todo círculo de ladrões
tem um ladrão mestre para liderá-lo.
Ladrões mestre são Cartas Selvagens com
Agilidade d12, Astúcia d8, Espírito d8,
Ladinagem d12, Perceber d10, Furtividade
d12 e um conjunto de Vantagens Adicionais
(Esquiva, Acrobata, Líder Natural) conforme
necessário.
• Punga: Com um teste resistido bem-su-
cedido de Furtividade contra o Perceber do
alvo, um ladrão pode roubar uma carteira,
cortar uma bolsa ou plantar contrabando
sem ser percebido.
grãos de informação para... quem? Ou o quê?
(Existem rumores de que tanto cultos mágicos
quanto psionicistas soviéticos usem symirs em
suas atividades.) Quer seja um único symir ou
muitos, ou se os vários bandos symir compo-
nham um symir final (o mítico Simurgh, talvez),
ninguém pode dizer. Exceto os pássaros, talvez.
• Atributos: Agilidade d10, Astúcia d6,
Espírito d6, Força d4, Vigor d6
• Perícias: Perceber d12+2
• Movimentação: – Aparar: 4
Resistência: 5
Habilidades Especiais
• Bando: Aparar +2. Armas cortantes e per-
furantes não causam nenhum dano real;
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
armas de fogo forçam o bando a fazer uma
rolagem de Espírito no primeiro disparo.
• Cegar: Ao atacar alvos de tamanho huma-
no, os pássaros voam contra os olhos. Se so-
frer um ferimento, uma personagem precisa
fazer uma rolagem de Agilidade para desco-
brir se protegeu sua face da carnificina avia-
na. Em uma falha, sofre a Complicação Um
Olho Só até curar seus ferimentos. Em um
1, a despeito do Dado Selvagem, ele sofre a
Complicação Cego até curar seus ferimentos.
• Consciência Distribuída: Um ban-
do symir pode separar em bandos menores
(Modelo de Explosão Pequeno) para comba-
te, ou separar pássaros individuais como ba-
tedores ou espiões. Se qualquer membro do
bando estiver na linha de visão de um único
batedor, o symir sabe o que o batedor está
vendo.
26
• Garras/Bico: Ataques do bando causam
2d4 de dano. Da mesma forma que ataques
normais de Bandos, eles acertam automati-
camente.
• Inteligência Coletiva: Os valores lista-
dos de Astúcia e Espíritos são para um bando
com o tamanho de um Modelo de Explosão
Média, com aproximadamente 50 aves. Para
cada 50 aves adicionais, essas características
aumentam em um dado. Mais aves também
aumentam a Resistência em +2 por bando
adicional, ou o symir pode meramente subs-
tituir um bando ferido por um fresco, dessa
forma “curando” todo o dano.
• Pequeno: Pássaros são alvos pequenos e
ágeis; atacantes de tamanho humano ata-
cam com -2. (O valor de Resistência é para o
bando como um todo, não para um pássaro
individual.)
• Voo: Movimentação voando 6.

Aventuras em Teerã
Aventuras em Teerã vêm de uma de três fontes: uma aventura que o Mestre crie para os heróis, uma aven-
tura aleatória criada pelas tabelas e regras nessa sessão, ou uma aventura que os heróis criem para si mesmos.
Com sorte, a essa altura você terá muitas boas ideias para aventuras ambientadas em Teerã, mas, se não for o
caso, você sempre pode usar o Gerador de Aventura de Day After Ragnarok (TDAR, pág. 102-115) para criar
uma, alterando os resultados para se adequarem à sua campanha ou sua percepção específica de Teerã.
GERADOR DE AVENTURAS
URBANAS EM TEERÃ
Isso conduz à opção de encontros aleatórios. Para
cada dia que os heróis passarem em Teerã, saque
uma carta do seu Baralho de Ação. Se você sacar
uma carta com figura, role na Tabela de Encontros
de Teerã (pág. 27) ou na Tabela de Eventos de Teerã
(pág. 30). Ou role e ambas e misture os resultados,
ou escolha aquele que parecer um resultado melhor.
Se você sacar um curinga, é um dia realmente ani-
mado. Role duas vezes, uma vez em cada tabela ou
duas vezes na mesma, como desejar. Se você sacar
um Ás preto ou um Valete preto, alguém pode trair
os heróis: role na Tabela de Traição (pág. 31). Re-em-
baralhe seu baralho depois de cada encontro.
Os heróis podem gerar aventuras de várias ma-
neiras:
• Os jogadores proativamente decidem sair
em uma missão: "Nós vamos assaltar o Ban-
co Melli", ou "Nós vamos acabar com qual-
quer agente da NKVD que encontrarmos",
ou "Nós vamos fazer amizade com o Coronel
Schwarzkopf e descobrir o que ele precisa",
ou "Nós vamos abrir um zoorkhaneh e usá-lo
como base de operações e fonte de renda."
• Os heróis pisam no calo de outro agente: a
NKVD, a SIS, o Aiatolá Kashani, a Fadayun-
-e-Azi-Dahaka Esse agente pisa de volta.
• Alguém que os heróis ajudaram no passado
precisa de um novo favor.
• Os heróis elevaram seu perfil local o suficiente
para interessar um poderoso em recrutá-los: a
SIS, a Shahrbani, a Gendarmaria, Abdol Omar.
TABELA DE ENCONTROS DE TEERÃ
Role na Tabela de Encontros de Teerã sempre que
precisar de uma pessoa em Teerã, seja um cliente,
vítima, vilão, ator convidado, etc. para o Gerador de
Aventura principal (TDAR, pág. 102-114), ou para
uma pessoa desencadear um encontro aleatório.
27
Criação de Personagem
Aventuras em Teerã
Modifique a rolagem em +1 para encontros diur-
nos, ou -1 para encontros noturnos; +1 para encon-
tros na parte norte, nas ruas ocidentalizadas ou em
uma vizinhança rica, +0 para o Bazaar ou -1 para a
parte sul, a cidade velha ou uma vizinhança pobre.
Você pode colocar esse encontro onde quer que
os heróis estejam no momento, ou rolar na Tabela
de Locais na Cidade (TDAR, pág. 104) modificada
para se adequar a Teerã (pág. 06-14).
Amigo: Um velho amigo, um interesse român-
tico ou um conhecido dos heróis. Idealmente, eles
devem um favor a ele ou ela.
Criança de Rua: uma criança órfã forçada a vi-
ver com sua astúcia. Use a ficha de Ladrão (pág.25)
com Força, Vigor, Lutar e Ladinagem em d4, e a
Vantagem Ligeiro em vez de Ladrão. Ou fugindo de
alguém (role novamente nessa tabela) ou tentando
passar um rumor selvagem, alguma bugiganga ou
seu estimado serviço de guia para algum estranho.
Cultista da Serpente: De dia, os heróis
avistam um conhecido cultista da Serpente. Se não
conhecerem nenhum cultista da Serpente de vista,
role novamente. De noite, os heróis se deparam
com algum tipo de atividade do culto: 1-2: seques-
trando alguém; 3-5: realizando rituais vis (prova-
velmente dentro de um complexo murado, sempre
com um líder do culto); 6: caçando os heróis.
Expatriado: Um nativo de uma terra estran-
geira agora vivendo em Teerã. Provavelmente ou
tentando emprestar dinheiro, meter os heróis em
algum esquema arriscado (financeiro ou político)
ou tentando vender informações (ou um rumor de
26 Aventuras em Teerã) aos heróis. O expatriado é
ou da terra natal dos heróis, ou você rola um d8: 1:
Azeri; 2: Armênio; 3: Libanês; 4: Judeu; 5: Polonês;
6: Britânico; 7: Outro europeu; 8: Americano.
Kil-barak Disfarçado:De dia 1, de noite
1d8. Ou correndo nas quatro patas e disfarçados
de cães (Perceber com -2 para notar algo estra-
nho; ou sem penalidade se o herói já encontrou
os kil-barak) ou vestindo capas com capuzes. Ou
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
Tabela de Encontros em Teerã
d20 Encontro
<1 Serpente Gigante
1 Kil-barak Disfarçado
2 Rufiões
3 Mendigos
4-5 Ladrão
6 Criança de Rua
7 Lutadores
8 Multidão
9 Polícia Secreta
10 Cultista da Serpente
11 Polícia
12 Operação de Vigilância
13 Expatriado
14 Amigo
15 Nobre
16-17 Mercador
18 Pregador
19 Soldados
20 Symir
realizando uma caçada aleatória, ou em uma mis-
são de escolta para alguma estranha (e provavel-
mente arcana) trama kil-barak.
Ladrão: 1d6 ladrões (pág. 25), liderados por
um ladrão mestre se houver mais de 5 ladrões
presentes. Role 1d6: 1-2: roubando a barraca (de
dia) ou a casa (de noite) de um mercador rico; 3:
roubando a comitiva (de dia) ou a casa (de noite)
de um nobre; 4: role novamente nessa tabela para
descobrir seu alvo; 5-6: roubando os heróis.
Lutadores: 1d4 lutadores indo para sua parti-
da, relaxando no zoor-khaneh ou em uma missão
para algum chefe criminoso ou secreto. Se um he-
rói enfrentar de maneira justa o lutador mais forte
(sem armas, sem truques) e vencer, os lutadores
estarão abertos a Persuadir para deixá-los em paz.
Use a ficha de Rufião com um dado mais alto para
Agilidade, Força, Vigor, Lutar e Intimidação.
Mendigos: Durante o dia 1d10, durante a noi-
te 1d12. Maltrapilhos desaforntunados, reduzidos
à mendicância de esmolas por cruéis circunstâncias
ou oportunidades profissionais. Muitos fornecem
profecias crípticas, rumores do Bazaar, espalham
as notícias pela rua ou apontam para os heróis sa-
28
bendo para quem eles realmente trabalham. Faça
um teste de Persuadir (com -2 para qualquer herói
novo em Teerã) e seja generoso nas esmolas.
Mercador: Role 1d6: 1-2: sozinho; 3-6: com
1d6 guardas. Dependendo da vizinhança, ele
pode querer vender algo aos heróis, ou pode estar
sendo assaltado e precisa de resgate.
Multidão: 10+1d100 teeranis irritados e agita-
dos com algo, e os heróis estão no caminho. Um he-
rói que fale persa pode dispersar a multidão tornan-
do-a de Hostil a Neutra ou Amigável com Persuadir.
Nobre: Um membro da atual aristocracia Pahla-
vi ou da antiga aristocracia Qajar. Qualquer inte-
ração – profissional, romântica, financeira – com a
nobreza é uma ótima maneira de ser puxado para
a intriga política. Sempre acompanhado por 1d4
rufiões, quer dizer, serviçais. Se o nobre precisar de
ficha, use a de um Chefe dos Rufiões, substituindo
Provocar por Dirigir d6 e Cavalgar d6, removendo
Procurado e adicionando a Vantagem Nobre.
Operação de Vigilância: 1d4 agentes se-
cretos observando alguém. Faça uma rolagem de
Perceber com -2 ou de Conhecimento Geral para
perceber a operação. Quem eles estão observando?
Decida com base no enredo atual, ou role d6: 1-2:
role novamente na tabela para descobrir o alvo;
3-4: um agente secreto ou recurso rival; 5-6: os he-
róis! Se estiverem observando os heróis, a vigilân-
cia se torna uma disputa entre a Furtividade dos
heróis ou Persuadir (-2 para heróis novos em Te-
erã) contra o Perceber dos agentes para evadi-los.
Polícia: Role 1d6: 1-2: 1d4 Gendarmes; 3-6:
2d4 policiais de Teerã. Role novamente nessa ta-
bela para saber atrás de quem estão, quem estão
protegendo, ou assuma que são os heróis.
Polícia Secreta: 2d4 policiais secretos da
Shahrbani, com no mínimo um carro em um lo-
cal próximo. Eles estão apreendendo alguém, se o
encontro for em local aberto. Role novamente na
tabela para descobrir quem.
Pregador: Se ele não estiver tentando contratar
(ou recrutar) os heróis para alguma boa obra, ele está
sobre um muro caído pregando a plenos pulmões so-
bre alguma coisa. Possivelmente a presença imunda
de aventureiros sujos e infiéis pagos pelos odiados
britânicos. Se os heróis o molestarem, adicione uma
Multidão ao encontro. Se eles o deixarem em paz, ele
deve Persuadir (d8) a multidão Neutra (Amigável no
lado sul, Não Cooperativa no lado norte) para se tor-
nar Prestativa a ele (e, portanto, Hostil ao seu alvo).

Rufiões: 2d4 rufiões, com um chefe dos rufi-
ões em um resultado total ímpar. Role 1d6: 1-2:
coletando dinheiro de proteção/ 3-4: confrontan-
do outra gangue de rufiões; 5: role novamente
nessa tabela para ver com quem estão lutando ou
de quem estão recuando; 6: assaltando os heróis.
Serpente Gigante: Provavelmente esprei-
tando em um qanat ou em uma pilha de destro-
ços de terremoto. Role 1d10: 1-3: 6 metros; 4-5: 9
metros; 6-10: Ganj. Modifique o dado em +1 para
cada herói carregando gemas ou usando joias, e
+1 se os heróis estiverem no subterrâneo. Lem-
bre-se que matar uma serpente gigante quase
certamente identifica os heróis como perigosos, e
possivelmente na posse de armas ilegais.
Soldados: 2d8 Soldados mais um Oficial.
Marchando ou dirigindo jipes pelas ruas. Ape-
nas se mostrando? Dispersando um protesto
em algum lugar? A caminho de um encontro da
OMPT? Uma célula do Partido Ba'ath?
Symir: Faça uma rolagem de Perceber com -2
(-1 se os heróis já tiverem encontrado um symir)
para descobrir o symir observando. (Dobre as pe-
nalidades se o symir estiver vigiando os heróis.)
Quem eles estão vigiando? Use a tabela e as me-
cânicas de Operação de Vigilância acima para des-
cobri-los e evadi-los se necessário.
TABELA DE LEALDADE DE TEERÃ
Role 2d6 para pessoas e grupos encontrados
aleatoriamente em Teerã. A lealdade evidente de
um encontro é de quem eles afirmam estar alia-
dos, para quem trabalham, com quem simpati-
zam, etc. caso perguntarem. Role na sub-tabela
de Lealdade Evidente apenas se não houver uma
lealdade evidente imediatamente perceptível: por
exemplo, soldados, a Shahrbani e a Gendarma-
ria são abertamente leais ao Xá; uma multidão
ouvindo um sermão é abertamente leal à ulema.
Não role para eles, mas role para espiões, rufiões,
ladrões, nobres e outros personagens escorrega-
dios.
Modifique a rolagem de Lealdade Evidente em
-1 para o lado norte, os distritos ocidentalizados
e as vizinhanças ricas; em +0 para o Bazzar; e em
+1 para o lado sul e as vizinhanças pobres. Os re-
sultados de Facção Local e Forasteiro referem-se
à atitude em relação aos heróis (inimigos, neutros
ou aliados) dos líderes distantes da agência, gan-
gue ou facção (Veja TDAR, pág. 121.)
29
Criação de Personagem
Aventuras em Teerã
Tabela de Lealdade em Teerã
2d6 Lealdade Evidente
1-3 Forasteiro
(1-2: Inimigo; 3-4: neutro; 5-6: Aliado)
4-7 4-7 O Xá, Alá o guarde sempre
8 8 Facção Local
(1-2: Inimigo; 3-4: neutro; 5-6: Aliado)
9 Número Um
10+ Ulema
2d6 Lealdade Oculta
2-3 Shahrbani
4 Agência Policial
5-7 Mesma que a Lealdade Evidente
8 Partido Tudeh
9 Agência de Espionagem
10 Role novamente (agente duplo)
11 Fadayun-e-islam
12+ A Serpente
Sinta-se livre para rolar na subtabela de Lealda-
de Oculta para qualquer um, ou (se o PNJ for uma
presença transitória) não se preocupe com isso. A
lealdade oculta de um encontro é para quem eles
realmente estão trabalhando, relatando, a quem
são leais, etc. Alguns indivíduos irão revelar sua
aliança oculta somente sob tortura; para outros,
tudo o que precisam é de um Persuadir ou Inti-
midar bem interpretado. Modifique a rolagem de
Lealdade Oculta em +2 para aqueles cuja Lealda-
de Evidente é Forasteira ou à Ulema.
Agência de Espionagem: Indivíduo ou
agente de um serviço de inteligência estrangeiro.
Role 1d12: 1-4: NKVD; 5-7: SIS; 8-9: MAH; 10:
Ba’ath; 11: Deuxiéme Bureau/Exército Nacional
Polonês; 12: OSS ou outro. Role 1d6; em 1 ou 2,
eles receberam uma “bandeira falsa” e não sabem
realmente para quem trabalham; role novamente
na tabela de Aliança Oculta para determinar com
quem acham que estão aliados.
Agência Policial: indica informantes ou
policiais disfarçados. Role 1d8: 1-2: Polícia de Te-
erã; 3-4: Gendarmaria; 5-6: Shahrbani; 7: Ba’ath;
8: Abdol Omar.
Facção Local: Pode ser qualquer coisa, des-
de uma família nobre Qajar à Companhia de Pe-
tróleo Anglo-Iraniana, uma gangue crimino-
sa importante à tribo Qashqai, uma seita sufista
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
a um ambicioso ministro do interior. Em outras
palavras, à moda da casa.
Forasteiro: Leal a algum grupo ou nação
não-persa: Bretanha, a URSS, etc. Inclui funcio-
nários da Embaixada, expatriados, Bolsistas Rho-
des e empregados de empresas estrangeiras.
Número Um: Esse resultado indica alguém
por conta própria: espiões autônomos, mercado-
res, gângsters, mercenáros, aventureiros e assim
por diante.
Partido Tudeh: Alguns membros do Tudeh
ainda têm uma grande lealdade. Role 1d8: 1-2: In-
ternacional Comunista; 3: NKVD; 4: Infiltrado da
Shahrbani; 5+: Apenas Tudeh.
Ulema: Primariamente leal ao clero xiita e,
portanto, ao próprio Allah. Role 1d8: 1-3: Gran-
de Aiatolá Borujerdi; 4-6: Aiatolá Kashani; 7:
Ruhollah Khomeini; 8: Fadayun-e-Islam.
ATIVIDADE DO ENCONTRO
O que estão fazendo? Você pode usar as suges-
tões na Tabela de Encontros de Teerã, rolar na Ta-
bela de Eventos de Teerã para descobrir, ou usar a
seguinte regra geral: O encontro aleatório está fa-
zendo o que for menos conveniente aos heróis. Se
os heróis estiverem procurando por algo, o encon-
tro é barulhento e caótico; se os heróis estiverem
feridos ou mal armados, o encontro é perigoso e
agressivo; se os heróis estiverem com pressa, o en-
contro é um atraso ou distrator; se os heróis estive-
rem tentando permanecer escondidos, o encontro
é ou barulhento ou os estão caçando, e assim por
diante. A excessão discutível é que se os heróis (ou
os jogadores) estiverem querendo uma briga, o
encontro deve ser violento – não dá pra errar com
uma cena de luta – mas os riscos da luta não devem
ser o que os heróis acham a princípio. O "perdedor"
Tabela de Eventos em Teerã
1d8 Evento
1 Prisão
2 Perseguição
3 Briga
4 Fogo
5 MacGuffin
6 Assalto
7-8 Protesto
30
que os heróis decidem proteger deve ser um cultis-
ta fugitivo, ou a gangue de rufiões religiosos deve
tê-los confundido com imundos russos ateus.
Use esse método primariamente para a abertura
e meio do cenário. Uma vez que os heróis tenham
descoberto a linha da história e estejam mirando
nela, o Mestre deve trabalhar nessa premissa, não
brincar de contra apenas pela perversidade.
Assalto: Role na Tabela de Encontros em
Teerã para descobrir quem está sendo assaltado
(geralmente 1d3 vítimas); role 1d6 para descobrir
por quem: 1-3: 2d4 bandidos com um chefe em um
resultado ímpar; 4: 1d4 lutadores; 5: 1d4 polícia
secreta Shahrbani; 6: 1d3 agentes NKVD. No últi-
mo caso, é um sequestro em andamento ou uma
tentativa de roubar um MacGuffin de algum tipo.
Briga: Role na Tabela de Encontros de Teerã
duas vezes para determinar os lados. Pode ser
uma briga em uma boate, uma agitação de multi-
dões, uma caça a monstro, um linchamento, uma
briga da gangue, uma ação da Shahrbani que deu
errado ou qualquer coisa.
Fogo: Role 1d8 para descobrir o que está em
chamas: 1-2: uma barraca ou loja de mercador; 3-4:
casa de chá; 5: mansão; 6: fábrica; 7-8: bloco de apar-
tamentos. Se desejar, role na Tabela de Encontros de
Teerã para ter uma ideia de quem o começou, quem
está tentando escapar, quem o está combatendo, etc.
MacGuffin: Alguém vende, entrega, deixa
cair, planta, etc. um MacGuffin para os heróis. É
um mapa do tesouro? Os documentos roubados?
A escultura de um falcão negro? Um item miste-
rioso? Uma pistola Marconi? Quem sabe?
Perseguição: Role na Tabela de Encontros
de Teerã duas vezes para descobrir quem está per-
seguindo quem, ou role uma vez na Tabela de En-
contros de Teerã para descobrir quem é o fugitivo
e use a mecânica de Prisão acima para descobrir
quem o está perseguindo.
Prisão: Role na Tabela de Encontros de Teerã
para descobrir quem está sendo preso; role 1d6 para
descobrir por quem; 1-3: 1d8 policiais de Teerã; 4:
1d4 Gendarmes; 5: 2d4 Shahrbani; 6: 2d6 soldados.
Protesto: Uma multidão de 10 + 1d100 Tee-
ranis irados está protestando contra algo, em algum
lugar. Jogue 1d6 para o tema do protesto: 1: anti-bri-
tânico; 2: anti-soviético; 3-4: anti-Xá; 5: pró-Xá; 6: re-
ligioso. Jogue 1d6 para os organizadores do protesto:
1-2: Tudeh (exceto pró-Xá ou anti-soviético); 3: Estu-
dantes universitários; 4-6: pregadores radicais.

ELES IRÃO LHE TRAIR?
Como mencionado acima, quando você compra
um Ás preto ou um Valete preto de seu Baralho de
Ação, alguém provavelmente trairá os heróis. Para
um jogo ainda mais complicado, adicione traições
aos Oitos pretos; para um jogo mais direto, apenas
o Ás ou o Valete de Espadas significam traição.
Jogue uma vez na Tabela de Traição para
cada coadjuvante principal ou facção de coad-
juvantes (exceto os vilões reais) que os heróis
encontraram. Role em qualquer ordem: alfabé-
tica, período de tempo nos holofotes até agora,
proximidade com os heróis, etc. O primeiro re-
sultado além de “Sem Traição” que você obtém
aplica-se a esta aventura ou história e interrom-
pe o processo. Se você passar por todo o elenco
de apoio (exceto os vilões) sem resultado traição,
parabéns! Os heróis podem contar com a situação
estável... até o próximo Ás preto aparecer.
Modifique a jogada na Tabela de Traição com
base na relação entre o coadjuvante e os heróis: -2
para família ou casamento; -1 para companheiro
de alistamento; -1 para cada vez que os heróis sal-
varam a vida ou família do coadjuvante; +1 para
cada vez que os heróis trairam ou negligenciaram
o coadjuvante; +1 se o coadjuvante está sob pres-
são (pelos heróis ou outra pessoa); +1 se os heróis
forem infiéis e o coadjuvante for um Persa.
• Deserção: o coadjuvante deixa o herói em
apuros; falha em encontrá-lo, entregar as ar-
mas, vigie o armazém, etc.
• Entregando: o coadjuvante revela tudo o
que sabe às autoridades ou aos vilões (esco-
31
Criação de Personagem
Aventuras em Teerã
lha do Mestre) e faz o melhor que pode para
desaparecer. Às vezes, os vilões (ou autorida-
des) cuidam da parte do desaparecimento.
• Traição!: o coadjuvante ajuda ativamente
os vilões.
A traição pode não acontecer imediatamente;
o traidor pode esperar pelo momento mais segu-
ro (ou cruel) de fazer sua jogada, ou ele pode ter
sempre trabalhado para o outro lado, e esperar
até a próxima aventura para trair os heróis!
Os motivos para a traição classicamente se
dividem da seguinte maneira: Dinheiro, Ide-
ologia, Coerção ou Ego. O Mestre deve deter-
minar porque o coadjuvante traiu os heróis,
e há quanto tempo está trabalhando para o
outro lado. Ou por outro lado; o traidor pode
não estar trabalhando para os vilões em tudo,
mas por uma terceira força. Por exemplo, um
coadjuvante que sempre trabalhou para a Shahr-
bani pode muito bem trair os heróis para o SD ou
o SIS como parte de um acordo maior; o coadju-
vante que é na verdade um infilytrado da NKVD
pode muito bem, dedurar os heróis para o Fa-
dayun-e-Islam (ou o Fadayun-e-Azi-Dahaka) em
um príncipio de “destruição mútua ”.
Tabela de Traição
2d6 Evento
2-8 Sem Traição
9 Deserção
10 Entregando
11+ Traição!
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok

Cenário Selvagem: Uma Chave Para o Pavão

"Uma Chave Para o Pavão" coloca os heróis bem no meio do mundo de intrigas e facções competindo
por Teerã. Ele foi criado para máxima flexibilidade, mas permite alguma narrativa pré-programada.
Esse "cenário" tem três componentes básicos, todos os quais podem ir na direção que o Mestre quiser:
o Começo, a Caçada e o Prestígio. O Mestre deve criar este cenário de trás para frente: escolha o Pres-
tígio que preferir, então use-o para determinar os Caçadores, então escolha um Começo que encaixe
nos dois.

O COMEÇO Ordens Superiores

No Começo, os heróis descobrem a existência O patrono dos heróis ordena que assegurem a
da "Chave Pavão." (A não ser que o Mestre decida Chave Pavão, ou lhes dá para que repassem a um
mudar, a chave é uma pesada chave de latão com agente local confiável (que, de qualquer forma,
pode ser um traidor). O patrono pode saber o
um pavão gravado na alça. Ela parece ter sido fei-
que a Chave faz, estar errado sobre o que a Chave
ta sob encomenda, mas a maioria das chaves do
faz, ou apenas saber que ela é importante porque
século XIX eram, especialmente na Pérsia.) Como
muitos outros a querem. Recomendado para he-
eles descobrem depende do tipo de campanha,
róis em um jogo no estilo "Servos da Coroa", ou
dos empregos e motivações dos heróis e da visão
heróis que gostem de pegar serviços de patronos
de Teerã da Mestra. O Mestre deve escolher ape-
ou clientes.
nas uma das seguintes.
Uma Troca Simples
Rumores pelas Ruas
Um dos aliados dos heróis, ou apenas uma
Com ou sem uma rolagem de Perceber, os he-
garotinha de rua que encontram no Bazaar, lhes
róis escutam um conhecido inimigo (um agente
oferece a Chave em troca de outra coisa, ou a pas-
de uma das facções na Caçada abaixo) discutir a sa aos heróis em desespero para se livrar dos ca-
grande importância de encontrar, ou manter se- çadores, ou a dá com um último fôlego: "Proteja...
gura, a Chave Pavão. Eles podem perguntar por a Chave... aaggh." Novamente, os heróis desco-
rumores sobre a Chave (Persuadir, Rede de Con- brem no que se meteram apenas depois dos caras
tatos), pesquisar informações locais (Pesquisar)
ou simplesmente seguir seu oponente até
o local de encontro. Recomendado para heróis
com certa familiaridade com Teerã, no mínimo o su-
ficiente para ter inimigos e fontes de conhecimento.

Uma Aquisição Súbita

Os heróis acidentalmente adquirem a Chave
Pavão – está em um livro que compram em uma
barraca, ou é passada por baixo da porta errada
em uma casa de ópio ou hotel chique, ou cai do
bolso de alguém durante uma briga, ou eles pe-
gam do cara que mataram por algum motivo, ou
uma criança de rua a dá aos "angrezi" errados.
Eles descobrem sua importância quando alguns
caras maus tentam bater neles e tomá-la de volta:
"Nos dê a Chave Pavão e ninguém precisa mor-
rer." Vencendo ou perdendo, isso dá início à Ca-
çada. Recomendado para recém-chegados a Teerã
que possam tropeçar de maneira plausível, no es-
tilo de Hitchcock, em uma intriga em andamento.

32

maus começarem a perturbá-los. A diferença é
que os heróis também podem pesquisar (ou ras-
trear, ou confrontar) as pessoas que lhes passa-
rem a Chave, assumindo que alguma delas esteja
viva. Recomendado para novatos ou para heróis
com uma reputação local positiva de qualquer
tipo.
A CAÇADA
Durante a Caçada, várias facções (os heróis
dentre eles) competem para encontrar e roubar a
Chave de quem estiver com ela. O Mestre pode
escolher duas a cinco facções das possibilidades
abaixo e colocá-las na trilha dos heróis, ou na tri-
lha da Chave. Os heróis, da mesma forma, podem
rastrear seus oponentes ou rastrear (ou pesqui-
sar) a Chave.
Esse é um jogo de recursos. Cada facção tem
um número definido de corpos quentes que pode
devotar à Caçada. (Os textos dão o número em
relação a J, o número de heróis no grupo de aven-
tureiros dos jogadores.) Quando os heróis ma-
tarem ou perturbarem a contagem de corpos da
facção, a facção deve encerrar ou pausar a Caçada
conforme apresentado no texto da facção, o que
também sugere outras maneiras de derrubar uma
facção para fora da Caçada. O Mestre pode alterar
essas facções conforme preferir, ou pegá-las dessa
aventura para usá-las em outros cenários de Teerã
como oposição (ou aliados) prontos. A vencedora
da Caçada é a última facção em pé, que pode ou
não ser a dos heróis.
A NKVD
A NKVD tem J - 1 agentes secretos e um agente
secreto Carta Selvagem no comando, Ivan Fitin.
Seus capangas incluem J - 2 homens-macaco, J
soldados do Exército Vermelho e J x 3 rufiões do
Partido Tudeh. A NKVD vai seguir os heróis e em-
boscá-los quando possível; cada equipe de ataque
inclui um agente secreto, um homem-macaco e
dois soldados se possível. Se perder J x 2 rufiões,
eles precisarão gastar o dia seguinte importando
mais de uma fábrica suburbana que não conheça
sobre o perigo. Depois de perder P x 5 rufiões, eles
não conseguem mais facilmente. Os homens-ma-
caco e soldados são dispensáveis, mas não podem
ser substituídos. Eles também irão parar a Caçada
se restar apenas um agente secreto; levará 2d6
dias para conseguir mais da Rússia.
33
Criação de Personagem
Uma Chave Para o Pavão
O SIS
O SIS tem os seguintes agentes disponíveis:
• Robin Zaehner (agente secreto Carta Sel-
vagem, com Astúcia d10, Ocultismo d10,
Persuadir d10, Carismático e, se o Mestre
desejar, Conjurar d8, Desastrado e 20 Pontos
de Poder)
• Mukarram Singh (soldado de elite Carta Sel-
vagem com Força d10, Atletismo d8 e Sobre-
vivência d8)
• Manning Fairbanks (ladrão mestre Carta
Selvagem (veja pág. 25) com Conhecimento
Geral d8, Atirar d8 e Atraente)
Eles também têm acesso a J - 3 agentes secretos,
J policiais e J rufiões. O SIS pode recrutar mais J
policiais ou rufiões em 1d6 dias. Se a Chave exigir
sucessos em Ocultismo ou Conhecimento Geral,
Zaehner pode fornecer um sucesso grátis por dia. O
SIS cancela a Caçada se perder duas CSs e todos os
agentes secretos. Eles vão seguir, ameaçar e roubar
os heróis, mas não atacar para matar a não ser que os
heróis os ataquem. Se os heróis matarem Zaehner,
Fairbanks ou qualquer outro agente secreto, o SIS
os marca de morte. Se os heróis matarem Zaehner,
William Samson, Jr. (TDAR pág. 53) ficará sabendo
em 1d6 meses e então irá caçá-los como cães.
A Shahrbani
O Shahrbani tem o Coronel Shahryar Nassiri
(agente secreto Carta Selvagem; + 2 para inti-
midar os iranianos) e a J × 3 policiais, que irão
seguir os heróis, escutar seus telefones, apoiar-se
em seus contatos locais para seguir seu rastro, ou
até mesmo prendê-los. (Use conexões, magia, ou
algum roleplaying incrível para sair. Uma vez por
dia, Nassiri pode fazer uma rolagem de Intimidar
para recrutar 2d6 soldados do exército persa para
um ataque ou outro combate iminente. Eles de-
sistem da Caçada quando perdem Nassiri, que, se
ferido, recua para o inexpugnável quartel-general
da Shahrbani na Avenida Khayyam. Ele leva 1d4
dias para substituir os policiais perdidos.
A Gangue Ghorbeki
A gangue Ghorbeki (uma gangue de rua aleató-
ria que, de alguma forma, pegou uma pista) tem
um chefe dos rufiões Carta Selvagem (Jafar Ghor-
beki), J x 3 rufiões, J lutadores e J ladrões. Os
ladrões e lutadores saem da Caçada se perderem
metade de seus números. Os rufiões param ape-
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
nas se Jafar morrer ou parar. Levará 2d6 dias para
ele recrutar mais rufiões, ladrões ou lutadores.
O Exército Nacional Polonês
O Exército Nacional Polonês tem o Capitão Jer-
zy Poniatowski (um soldado de elite oficial Carta
Selvagem) e J soldados de elite, mais J x 3 solda-
dos. Em sua primeira emboscada aos heróis eles
não pretendem matá-los, a não ser que os heróis
pareçam comunas. Eles não começarão a atirar
até que os heróis o façam. Eles encerrarão a Ca-
çada se receberem um alvo da NKVD, ou se 2/3
de suas fileiras ficarem feridas ou incapacitadas.
Fadayun-e-Islam
O Fadayum-e-Islam tem um assassino Car-
ta Selvagem (Ali Mualimi; use a ficha de Agente
Secreto) e J capangas da Fadayun (use a ficha de
Soldado). Uma vez por dia, no lado sul, Mualimi
pode recrutar uma multidão (6d6 cultistas), mas
a multidão se desfaz se perder J + 3 membros.
Ele para a Caçada apenas se Mualimi e toda a Fa-
dayum morrerem. Outra célula da Fadayum assu-
me a Caçada em 1d6 dias a não ser que os heróis
sejam muito cuidadosos em não deixar rastros.
Kara Vania
Kara Vania (veja pág. 20) tem ela mesma, e se
esforça bastante para ficar amiga dos heróis. Dando
certo ou não, ela sempre tem 2 guarda-costas luta-
dores para chamar, que ela pode substituir em um
dia. Ela também pode fazer rolagens de Persuadir
uma vez por noite pare recrutar aliados. Role 1d6:
Recrutas de Vania
d6 recrutas
1 General Amjad Dihqani, um general do Exército
persa (Oficial CS) e 3d6 soldados.
2 Capitão Pejman Khusayn, um inspetor da Shahrba-
ni (agente secreto CS; +2 em Intimidar iranianos) e
2d4 policiais.
3 Hubert-Bonisse du Jarretièr, um agente do Deu-
xiéme Bureau (agente secreto CS) e J - 2 agentes
secretos
4 Ghiorgi Artemidian, um chefe do crime local (chefe
dos rufiões CS com Conhecimento Geral d8; ele
também é um agente da NKVD) e J x 2 rufiões.
5 Manning Fairbanks (que trabalha para a SIS) e J - 2
ladrões
6 Khorsrow Ardabil, um nobre persa (veja Nobre na
Tabela de Eventos de Teerã, pág. 30) e J x 2 rufiões.
34
Ela apenas pode recrutar aliados depois que os
anteriores forem dispensados, ofendidos ou re-
movidos de outra forma da Caçada. Ela desiste da
caçada se estiver em risco de morte iminente ou
se for convencida a desistir por um herói adequa-
damente persuasivo (e atraente?). E talvez nem
mesmo assim.
Fadayun-e-Azi-Dahaka
A Fadayun-e-Azi-Dahaka tem um líder do culto
Carta Selvagem com magia (Shahrukh Ghurani),
uma assassina sagrada com garrote conhecida
apenas como Zari (uma Ladra Mestra com Lutar
d10, ou uma Tia Jenny), e J x 2 cultistas. Ela para
a Caçada apenas quando Ghurani morrer ou for
exposto, mas leva 1d4 meses para recrutar mais
cultistas. Ghurani pode conjurar um demônio
com uma rolagem de Conjurar, uma noite de ritu-
ais e um gasto de Pontos de Poder igual ao maior
dado do demônio. Role 1d6: 1: Voador Noturno
2-3: Serpente Gigante 4-5: Serpente Gigante
Fantasma 6: Homem-Serpente Primordial (veja
TDAR, pág. 91).
O Sicherheitsdienst
O SD tem dois refugiados nazistas Cartas Sel-
vagens, Sturmbannfüher Kurt Kreisach (um ofi-
cial soldado de elite) e Doktor Professor Ruprecht
Haupstein, um mago da Anhenerbe (use a ficha
de Líder de Culto). Ele também tem J - 2 solda-
dos da Wehrmacht ou WAffen-SS (use as fichas
de Soldado ou Soldado de Elite), e J x 4 miseráveis
locais baathistas (use a ficha de Soldado de Milí-
cia). Os nazistas tentarão usar magia para armar
uma emboscada. Eles irão parar a Caçada se per-
derem ambas as CSs. Eles podem angariar mais
baathistas de Isfahan em 1d4 dias se necessário,
mas não podem substituir casualidades alemãs.
O PRESTÍGIO
O Mestre pode nunca ter uma chance de narrar
o Prestígio, em que os heróis veem a Chave em
ação, especialmente se a chave for uma coisa ruim
e os heróis tiverem feito um bom trabalho de
mantê-la longe das pessoas ruins. Ou, se os caras
maus realmente acabarem com os heróis logo no
início, talvez o próximo cenário seja "lidar com vi-
lões muito mais fortes, empoderados pela Chave."
A situação dramaticamente ideal é que o último
grupo de vilões (os vencedores da Caçada) captu-

rem os heróis e (por razões conhecidas apenas por
eles) e os levem ao local do Prestígio para presen-
ciarem sua falha final. É claro, os heróis escapam
e começam uma grande luta. Alternativamente, o
Mestre pode conduzir a Caçada de tal forma que
os heróis e os vencedores vilanescos da Caçada
alcancem o local do Prestígio simultaneamente:
apenas tarde demais para prevenir a virada da
Chave, mas bem na hora de impedir os vilões de
aproveitarem seu poder.
Do que se trata esse poder, fica a cargo do Mes-
tre. Cada possibilidade requer 1d6+1 sucessos
para descobrir; a duração da caçada, em essência.
(Algumas perícias sugeridas para cada Prestígio
possível aparece em parênteses no final.) A não ser
que o texto diga o contrário, um sucesso leva um
dia; uma ampliação permite tentar outro sucesso
nesse dia. Falhar na rolagem significa nenhuma
outra investigação nesse dia. Todos esses valores
ficam a cargo do Mestre para usar ou alterar a seu
critério. Uma interação bem interpretada com
uma fonte (com um bom resultado de Persuadir,
por exemplo) pode valer dois sucessos. Lembre-se
– às vezes você pode descobrir muito mais, muito
mais rápido, esperando e intimidando ou persua-
dindo a informação de um de seus rivais da Caça-
da, ou escutando ou grampeando suas comunica-
ções! Qualquer uma destas informações também
pode ser descoberta em um diário oculto, mapa
rabiscado ou outra fonte de informação segundo
a vontade do Mestre. Persuadir e outras rolagens
interpessoais podem colocar os heróis no rastro
de tais coisas (que podem exigir Ladinagem, Fur-
tividade ou Lutar para funcionarem).
A Chave para o Leão da Pérsia
A Chave é, de alguma forma, magicamente li-
gada ao Trono Pavão, o assento do Xá. Qualquer
feitiço lançado no Xá usando a Chave como foco
recebe +6! Qualquer um que deseje fazer mal
(ou bem) ao Xá realmente vai querer essa Chave.
Descobrir isso requer investigação mágica pelos
heróis ou algum consultor externo como Abdol
Omar. (Pesquisar ou Ocultismo)).
A Chave para o Palácio
A Chave é a chave-mestra das portas do Palá-
cio do Golestão, uma oportunidade igualmente
imperdível para ladrões e conspiradores políticos.
Descobrir isso requer algumas perguntas entre
a velha nobreza Qajar, conversar com o velho e
35
Criação de Personagem
Uma Chave Para o Pavão
esquisito trabalhador de bronze no Bazaar ou in-
vestigações similares. (Pesquisar, Conhecimento
Geral ou Persuadir)
A Chave para Malik Taous
A Chave é um símbolo sagrado do quase-gnós-
tico culto yezidi no Curdistão, uma região ao nor-
te do Iraque e da Pérsia. Os yezidis veneram Malik
Taous, o "Anjo Pavão", a quem identificam com
Lúcifer. (O Mestre pode trocar a Fadayun pelos
yezidis como facção na Caçada.) Ele pode permi-
tir comunicação com Nasren/Loki (também um
semideus rebelde), ou abrir a porta para Muspel-
lheim, ou qualquer outra aventura nos planos de
campanhas futuras do Mestre. Descobrir isso (a
parte yezidi, pelo menos) requer uma conversa
com um erudito religioso (como Khomeini, ou o
próprio Robin Zaehner da SIS) ou uma viagem ao
Museu Persa de Antiguidades. (Pesquisar, Conhe-
cimento Geral, Conhecimento Acadêmico, Ocul-
tismo)
A Chave para a Destruição
A Chave abre um armazém na Kuchei Taous
(Alameda do Pavão), uma rua labiríntica no lado
sudoeste de Teerã. O armazém abriga suprimen-
tos de equipamentos Lend-Lease americanos
para a Rùssia durante a Guerra: rifles americanos
(Garands, carabinas M2, BARs), pistolas (Colt .45
ACPs, sinalizadores) e munição, jipes, uniformes,
botas, caminhões, rações enlatadas, ouro e talvez
até um ou seis tanques funcionais. O suficiente
para montar uma revolução, ou para vestir e ali-
mentar muitos teeranis pobres. Para descobrir
isso é necessário seguir os rumores da "Casa do
Pavão", conversar com expatriados americanos
nas casas de ópio, cassinos ou com a Gendarma-
ria, procurando por registros antigos da USAAF
abandonada em Mehrabad (talvez com a reco-
mendação do Coronel Schwarzkopf?), traçar um
rastro de equipamento americano nas mãos de
vagabundos ou criminosos locais e, finalmente,
localizar o desenho de um pavão em alguma cons-
trução deteriorada. (Jogar, Pesquisar, Perceber,
Persuadir)
A Chave para o Portal do Jardim
A Chave abre os portões de bronze de um belo
jardim ao sul do aeroporto. Esse é o Jardim do
Simurg; o "pavão" na Chave é, na verdade, uma
representação do Simurg, com suas garras leoni-
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
nas e cabeça de águia. O Jardim contém plantas
mágicas, talvez imunes à Mácula da Serpente,
ou úteis de outra forma. Mais do que isso, é um
santuário ao symir (pág. 25), e a Chave permite
seu portador conversar (ou comandar?) todos os
symir na Pérsia – ou em todo Oriente Médio. Des-
cobrir isso envolve reconhecer o "pavão" pelo que
realmente é, e perguntar a ocultistas, místicos su-
fistas e eruditos (Robin Zaehner e Khomeini no-
vamente!) por pistas sobre o paradeiro do Simurg.
Provavelmente envolve também no mínimo um
confronto com o symir, possivelmente controla-
do por um psiônico da NKVD – ou com um symir
rival, controlado por uma torrente de psiônicos e
ocultistas. (Ocultismo, Conhecimento Acadêmi-
co, Persuadir)
A Chave para a Casa do Pavão
A Chave abre a casa deserta (nos fundos de
um beco atrás da Avenida Ferdowsi) de Sir Chris-
topher "Kit" Pryde, um dos agentes mais secretos
de Sua Majestade durante os estágios iniciais do
Grande Jogo. Dependendo do tipo de campanha
conduzido pelo Mestre, a casa de Pryde pode
36
conter dossiês extraordinariamente francos e
embaraçosos sobre as operações iniciais (anos
1880-1920) da SIS na Pérsia, Índia e no Levan-
te, incluindo as identidades de agentes da família
britânica pelo Oriente Médio. (E talvez a verdade
sobre os pais de Ruhollah Khomeini? Veja pág.
18.) Ou talvez contenha o aparato experimental
(mágico ou psiônico) de Pryde para traduzir seu
corpo em uma forma astral, ainda melhor para
espionar os inimigos da Bretanha. Ou ambos. Ver
a assinatura de pavão de Pryde e perceber que é a
mesma do design da Chave requer acesso aos ar-
quivos da SIS. Se não for possível, talvez um con-
tato "boca aberta" da SIS (ou espião aposentado,
ou agente duplo, ou ambos) possa colocar os he-
róis na direção correta antes de ser morto de ma-
neira misteriosa. Alguma coisa também pode vir
de frequentar uma das festas de ópio de Zaehner.
Kara Vania também pode ter descoberto sobre a
"Casa do Pavão" de Pryde a partir de um antigo
amante. Se ela estiver na Caçada, ela pode acabar
recrutando os heróis para a invasão. (Pesquisar,
Conhecimento Geral, Persuadir)

Inspirações
A inspiração para esse livro da cidade vem especificamente do mapa mundi, e da percepção (tarde
demais!) que eu deixei Teerã de fora das 5 Melhores Cidades para Espiões no livro principal de The Day
After Ragnarok. Ela é, afinal, a capital não-soviética mais próxima a uma fronteira acessível. Se algum
lugar merece ser a Berlim deste cenário, é Teerã.
De maneira mais geral, também vem das exce-
lentes histórias de "aventura oriental" de Robert
E. Howard, apresentando El Borak e Kirby O'Don-
nell. Ambos esses heróis ficam principalmente no
Afeganistão, mas Howard bebeu da mesma fonte
de aventuras "a leste de Suez" que esse livro usa
para Teerã. Talbot Mundy, Rudyard Kipling e ou-
tros grandes herdeiros dessa tradição sem dúvida
influenciaram ambas as decisões de escrever um
livro de cenário no Oriente Médio-Ásia Central
e o tom do presente trabalho. Os quadrinhos de
Steve Canyon de Milton Caniif têm um tom pa-
recido, atualizado para a era aérea pós-Segunda
Guerra Mundial. Leitores devotos reconhecerão
uma possível Chave do Pavão. E, novamente, a
Enciclopédia de Heróis Pulp de Jess Nevins veio
a mim. Com sorte, logo estará impressa e indo até
todos vocês.
No tópico geral do Grande Jogo, que é ótimo
para grandes jogos, meus primeiros e melhores
recursos são The Great Game (O Grande Jogo),
Setting the East Ablaze (Incendiando o Leste) e
Like Hidden Fire (Como Fogo Oculto), de Peter
Hopkirk, uma trilogia de histórias de espionagem
britânica e contraespionagem de Constantinopla
a Calcutá. Eu também devo recomendar o incrível
romance de espionagem de Tim Powers, Declare,
que garantiu que os symir estivessem nesse livro.
Para os kil-barak e homens com cabeça de cão em
geral, nada supera os Mitos do Homem Cão, de
David Gordon White.
37
Criação de Personagem
Uma Chave Para o Pavão
Mais especificamente, eu li duas histórias de
espionagem da vida real em Teerã quase no nosso
período: Countercoup (Contragolpe), de Kermit
Roosevelt, e Todos os Homens do Xá, de Stephen
Kinzer. Ambos discutem o plano de golpe de esta-
do da SIS (e CIA) da vida real em Teerã em 1953
que derrubou o primeiro-ministro do Irã Mossa-
degh, restaurou o poder do Xá e acendeu o pavio
sob o khomeinismo. Roosevelt ajudou a gerir o
golpe para a CIA, e sua história deliberadamente
desleixada tem um certo tom selvagem de "boy's
own". Kinzer é mais detalhado, porém menos di-
vertido. Eu também posso recomendar Sunrise
at Abadan (Alvorada em Abadan), de Richard A.
Stewart, sobre a não-provocada (e profundamen-
te estranha) invasão Aliada ao Irã em 1941.
Eu li muitas outras coisas especificamente so-
bre Teerã, mas, como sempre, Lonely Planet já
publicou a melhor livro de jogo sobre o assunto:
Lonely Planet Iran, de Paul Greenway e David St.
Vincent. Finalmente, eu recomendo fortemente
checar as imagens da "Velha Teerã" que você pode
encontrar em vários locais na internet, como:
http://www.worldisround.com/articles/255726/
or http://www.iranianhotline.com/OldTehran/
Old-Tehran.htm.
Esse livro é respeitosamente dedicado aos ci-
dadãos de Teerã, que merecem aventuras muito
melhores e muito menos espiões do que tiveram
pela maior parte do último século.