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Ano Letivo 2018-2019

Curso de Técnico de Contabilidade


3º Ano

UFCD 0584 Sistemas de Custeio


25 horas 8 de janeiro de 2019
Objetivos gerais modulo:

• Distinguir os diferentes tipos de sistemas de custeio


Conteúdos programáticos:

• Sistema de custeio total


• Sistema de custeio variável
• Sistema de custeio racional
• Diferenças entre os sistemas
• Centros de custos
Introdução

A contabilidade analítica

A Contabilidade Analítica ou Contabilidade de Gestão surge nas


organizações para responder a uma necessidade de acompanhamento
das atividades dos Gestores aos vários níveis e apoio à tomada de
decisão.
Introdução

A contabilidade analítica

A Contabilidade Geral restringe-se aos valores globais da


empresa, sendo os seus mapas e anexos insuficientes.
• Qual a contribuição de cada sector para o resultado?
• Qual foi o custo dos produtos fabricados?
• Qual foi o custo das matérias-primas incorporadas, dos
• materiais de embalagem e das operações de transformação?
• Quais os custos de cada departamento da empresa?
• Será mais económico criar um sector de manutenção ou
• recorrer ao exterior?
Introdução

A contabilidade analítica

A Contabilidade de Gestão abrange, todos os aspetos referentes


à contabilidade de custos ou interna e ainda a todos os custos e
proveitos respeitantes às restantes áreas da empresa (comercial,
aprovisionamentos, administrativos...).
Sistemas de Custeio

Os Sistemas de Custeio são sistemas de apuramento de custos


através da sua imputação a bens e/ou serviços para os quais se
pretende determinar um resultado.

Para efeitos de determinação de resultados de cada período não


é indiferente a opção do Sistema de Custeio.
Sistemas de Custeio

Custo: Utilização, consumo dos bens ou serviços;

Despesa: Aquisição de bens e serviços;

Pagamento: Pagamento da despesa, da aquisição do bem


ou serviço;

Perda: Consumo ou desaparecimento de valor sem a


equivalente compensação.
Sistemas de Custeio

Proveito: Acréscimo no património;

Receita: Venda ou prestação de serviços;

Recebimento: Recebimento da venda ou da prestação de


serviços;

Ganho: Acréscimo extraordinário do património da


empresa, não proveniente da actividade normal;
Sistemas de Custeio

Três Ópticas:

Óptica Financeira:
Despesas e Receitas

Óptica Económica ou Produtiva ou Técnica:


Custos e Proveitos

Óptica de Tesouraria ou de Caixa:


Recebimentos e Pagamentos
Sistemas de Custeio Gastos
figurativos

Gastos
administrativos
e financeiros
Gastos de
Distribuição e Custo
venda económico ou
económico-
Gastos gerais Custo técnico ou
de fabrico complexivo completo
Custo Custo
industrial ou comercial
Matéria-prima de
transformação
Custo primo ou de
ou primário conversão
Mão de obra
direta
Sistemas de Custeio

Três Ópticas:

Óptica Financeira:
Despesas e Receitas

Óptica Económica ou Produtiva ou Técnica:


Custos e Proveitos

Óptica de Tesouraria ou de Caixa:


Recebimentos e Pagamentos
Sistemas de Custeio

CI = MP + MOD + GGF

CUSTO PRIMO = MP + MOD

CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO = MOD + GGF


Sistemas de Custeio

Os Custos Directos são exclusiva e especificamente de


determinado objecto de custeio. Estes custos não
ocorreriam se o objecto de custeio não existisse.
Não revestem grande dificuldade de cálculo.

Os Custos Indirectos são comuns a vários objectos de


custeio. Apresentam dificuldades na sua repartição.
Necessidade de definição de critérios de imputação.
Sistemas de Custeio

Os Custos Fixos são aqueles que se mantém constantes num


determinado período de tempo, independentemente da
actividade desenvolvida ou do nível de utilização da capacidade
instalada.

Os Custos Variáveis são aqueles que variam com o


nível de actividade. Os Custos Semi-Variáveis são aqueles
compostos quer por custos fixos quer por custos variáveis.
Sistemas de Custeio

Gastos variáveis proporcional: quanto aumenta na razão direta


das quantidades produzidas, sendo portanto, constante por
unidade.

Gastos variáveis progressivos: quanto aumenta mais


rapidamente do que as quantidades produzidas.

Gastos variáveis degressivos: quando aumenta mais lentamente


do que as quantidades produzidas.
.
Sistemas de Custeio

Classificação dos gastos, Quanto à ligação com as quantidades


produzidas
Sistemas de Custeio

Os Custos Reais são aqueles que realmente se verificaram.


Também são conhecidos por custos históricos.

Os Custos Teóricos são aqueles definidos a priori para


valorização interna de matérias, produtos e serviços prestados.
Também são conhecidos por custos básicos.

São um auxílio ao controlo de gestão.


Sistemas de Custeio

Custos Teóricos

Custos padrão
Custos orçamentados
Preços de mercado
Sistemas de Custeio

Custos Teóricos

Custos padrões (ou “standard”) – resultam de se considerarem


normas técnicas atribuídas aos vários fatores da área fabril (MP,
MO, Máquinas, ...) para a definição do custo do produto ou
serviço.

Custos orçamentados – custos obtidos em consequência da


elaboração dos orçamentos da empresa para determinado
período. Têm mais aderência à realidade, pois têm em
consideração as condições de exploração do período.
Sistemas de Custeio

Os Custos Controláveis são aqueles que são controlados pelo


responsável de determinado centro.

Os Custos Não Controláveis são aqueles cujo controlo é da


responsabilidade de um superior hierárquico relativamente ao
responsável do centro.
Sistemas de Custeio

Os Custos Relevantes são aqueles que variam mediante a


solução que se escolhe, entre as várias existentes.

Os Custos Irrelevantes são aqueles que se mantém


invariáveis quando se toma uma decisão.
Sistemas de Custeio

Custo do produto

Custo do período
Sistemas de Custeio

Custeio Total
Custeio Variável
Custeio Racional
Sistemas de Custeio Total

• Considera todos os custos industriais( quer variáveis quer


fixos), como custos independentemente do seu nível de
atividade.

• As Existências Finais de Produtos Acabados são avaliadas


pelo custo total de produção.

• Os custos fixos de um produto relativos a um período, só se


tornam efectivamente custos na altura que são vendidos.
Sistemas de Custeio Total

Custo do Produto CIPA = CIV + CIF


Custo Industrial dos Produtos Acabados = Custos Industriais
Variáveis + Custos Industriais Fixos

Cipa = CIPA / Quant. Produzida

Custo Industrial Unitário dos Produtos Acabados = Custo


Industrial dos Produtos Acabados / Quantidade produzida
Sistemas de Custeio Total

Custo do Período CIPV = cipa x Quant. Vendidas

Custo Industrial dos Produtos Vendidos = Custo Industrial


Unitário dos Produtos Acabados x Quantidades Vendidas

CP = CIPV + CNI

Custo do Período = Custo Industrial dos Produtos Vendidos +


Custos Não Industriais
Sistema de Custeio Total

Custos de Produção
Custos Industriais Variáveis
EIPVF (CV’ + CF’) CIPA:
Custos Industriais Quantidade (CV1’’ +
Custos Industriais Custos Industriais CF1’’)
Variáveis
Variáveis Variáveis
(Quantidade * CV1) EFPVF (CV’’ + CF’’)
Custos Industriais
Fixos
Custos Industriais Fixos

Custos Custos
Armazém de Produtos Acabados
Industriais Fixos Industriais Fixos
CIPV:
EIPA (CV1’ + CF1’) Qd vendida (CV1’’’
+ CF1’’’)
Resultados
CIPA:
Quantidade (CV1’’ + EFPA (CV1’’’ +
CIPV:
Qd vendida * PV1 CF1’’) CF1’’’)
Qd vendida (CV1’’’ +
CF1’’’) Luis Abrantes 7
Sistemas de Custeio Total

Vantagens
• Não minimiza a importância e
indispensabilidade dos custos fixos
• Evita perdas fictícias
• Consistência com a informação externa
Sistemas de Custeio Total

Desvantagens
• Arbitrariedade das repartições dos gastos indirectos
• Instabilidade dos custos ao longo do exercício
• Um aumento das vendas pode ser
acompanhado por uma diminuição do lucro
Sistemas de Custeio Total
Exercicio1:

A empresa Produzir Mais Lda, apresenta a seguinte estrutura


de custos e proveitos relativa à produção do produto X:

Vendas = 50.000 Unidades


Produção = 80.000 Unidades
Custos Industriais Variáveis = 800.000€
Custos Industriais Fixos = 700.000€
Custos Não Industriais = 400.000€
Preço de Venda = 40€ /Unidade

Nota: Não há existências iniciais de produtos acabados


Sistemas de Custeio Total
Exercicio1:

a) Calcular o custo de cada produto X e os custos do período,


em Sistema de Custeio Total

a) Elabore a demonstração de resultados por funções


Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Considera apenas os custos variáveis associados à


produção como custos dos produtos.
• As Existências Finais de Produtos Acabados são avaliadas pelo
custo variável de produção.
• Os custos fixos de um produto relativos a um período,são, na
sua totalidade, custos dos períodos onde ocorrem.
• Os custos fixos são registados como Custos Industriais Não
Incorporados (CINI)
Sistema de Custeio Variável
Custos Industriais Variáveis Custos de Produção

EIPVF (CV’) CIPA:


Custos Industriais Quantidade (CV1’’ )
Custos Industriais
Variáveis Custos Industriais
Variáveis
(Quantidade * CV1) Variáveis
EFPVF (CV’’ )

Armazém de Produtos Acabados


Custos Industriais Fixos
EIPA (CV1’ ) CIPV:
Qd vendida (CV1’’’)
Custos Industriais Custos Industriais
Fixos Fixos CIPA:
Quantidade (CV1’’ ) EFPA (CV1’’’)

Resultados
Custos Industriais não incorporados
CIPV:
Qd vendida * PV1
Qd vendida (CV1’’’ )
Custos Industriais Custos Industriais
Fixos Fixos
Custos Industriais
HJHJHJH
HJH 67
67
Fixos
Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Vantagens:

• Evidencia a variabilidade dos Lucros


• Evidencia a existência de Custos Fixos
• Maior interesse para a análise da situação económica da
empresa
• Simplifica o trabalho contabilístico
• Os resultados não são influenciados pelas variações no
volume de produção
Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Desvantagens:

• Dificuldade na separação dos custos em fixos e variáveis


• Custo incompleto dos produtos
Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Desvantagens:

• Dificuldade na separação dos custos em fixos e variáveis


• Custo incompleto dos produtos
Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Custo do Produto

CIPA = CIV
Custo Industrial dos Produtos Acabados = Custos Industriais Variáveis

Cipa = CIPA / Quant. Produzida


Custo Industrial Unitário dos Produtos Acabados = Custo Industrial dos
Produtos Acabados / Quantidade produzida

Custo do período=
Sistema de Custeio Variável(direct costing)

• Calcular o custo de cada produto X e os custos do período, em


Sistema de Custeio variavel

• Elabore a demonstração de resultados por funções.

• Compare os valores obtidos o sistema de custeio total


Sistema de Custeio Variável(direct costing)

Custos do produto VS custos do período


Sistema de custeio Racional

Imputam-se aos produtos os custos variáveis e os custos fixos são


imputados tendo em conta a capacidade normal dos meios de
produção, para que sejam evitadas as flutuações de actividade da
empresa
Sistema de custeio Racional

Coeficiente de actividade

𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒
𝑐𝑐𝑐𝑐 =
𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛

Ca < 100% Ci = (1- Ca) => Custos de inatividade

Ca > 100 Ci = (1- Ca) => Proveitos de sobre atividade!


Sistema de custeio Racional

NCRF Nº 18 - Inventários
• 13 — A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de
conversão é baseada na capacidade normal das instalações de
produção.

• A capacidade normal é a produção que se espera que seja atingida


em média durante uma quantidade de períodos ou de temporadas
em circunstâncias normais, tomando em conta a perda de
capacidade resultante da manutenção planeada. O nível real de
produção pode ser usado se se aproximar da capacidade normal.
Sistema de custeio Racional

• A quantia de gastos gerais de produção fixos imputada a cada


unidade de produção não é aumentada como consequência de baixa
produção ou de instalações ociosas.
Sistema de custeio Racional

• Os gastos gerais não imputados são reconhecidos como um gasto no


período em que sejam incorridos.

• Em períodos de produção anormalmente alta, a quantia de gastos


gerais de produção fixos imputados a cada unidade de produção é
diminuída a fim de que os inventários não sejam mensurados acima
do custo.

• Os gastos gerais de produção variáveis são imputados a cada unidade


de produção na base do uso real das instalações de produção.
Sistema de custeio Racional

Custos Fixos Industriais Incorporados

𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆
𝑪𝑪𝑪𝑪𝑰𝑰 = 𝑪𝑪𝑪𝑪 ∗
𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏

Custos Fixos Industriais Não Incorporados

𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆
𝑪𝑪𝑪𝑪𝑵𝑵𝑵𝑵 = 𝑪𝑪𝑪𝑪 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 −
𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏𝒏
Sistema de custeio Racional

Vantagens:

• Neutraliza no custo total do produto os efeitos das variações da


actividade.
• Bom instrumento de orientação da política de vendas.

Desvantagens:

• Dificuldade em definir a capacidade normal ou actividade normal


• Custos Indirectos
Sistema de custeio Racional
Custos de Produção
Custos Industriais Variáveis
EIPVF (CV’+ CIPA:
Custos Industriais %CF1’) Quantidade (CV’’+
Custos Industriais Custos Industriais %CF1’’)
Variáveis
Variáveis Variáveis
(Quantidade * CV1)
% Custos Industriais EFPVF (CV’’+
Fixos %CF1’’)

Custos Industriais Fixos Armazém de Produtos Acabados


Custos Industriais
Custos Industriais EIPA (CV’+ %CF1’) CIPV:
Fixos
Fixos Qd vendida (CV’’’+

CIPA: %CF1’’’)
Quantidade (CV’’+ EFPA (CV’’’+
Custos Industriais não incorporados %CF1’’) %CF1’’’)

(1-%) (1-%) Resultados


Custos Industriais Custos Industriais CIPV: Qd vendida * PV1
Centros de custos

A gestão por centros de custos também conhecida por centros de


responsabilidade, é a gestão baseada na imputação de custos
pertencentes aos mesmos departamentos ou secções.

A centralização de custos por responsabilidades dá-nos em tempo


oportuno indicadores das diversas atividades existentes numa
empresa. São exemplos de centros de custos/responsabilidade
usados nas empresas, o administrativo, produtivo, comercial,
auxiliares, entre outros, dependendo da empresa.
Centros de custos

As empresas surgem custos com várias origens, que podemos


classificar como custos directos e custos gerais.

Custos Directos – estão directamente afectos exclusivamente a um


centro de origem

Custos Auxiliares – são os gastos ocorridos para dar auxilio a toda


a actividade da empresa, estes devem ser imputados aos centros
de custos principais através de um método de custeio fiável, que
permita a imputação o mais real possível.
Centros de custos

As empresas surgem custos com várias origens, que podemos


classificar como custos directos e custos gerais.

Custos Directos – estão directamente afectos exclusivamente a um


centro de origem

Custos Auxiliares – são os gastos ocorridos para dar auxilio a toda


a actividade da empresa, estes devem ser imputados aos centros
de custos principais através de um método de custeio fiável, que
permita a imputação o mais real possível.
Centros de custos

Vantagens da utilização de gestão por centro de


custos/responsabilidade:

• A centralização de custos possibilita a responsabilização por sector


ou gestor,
• Identifica em tempo oportuno os gastos elevados,
• Permite um controlo periódico regular,
• Serve de base à tomada de decisões pelos gestores,
• É muito importante o individualiza o Resultado por cada secção.
Centros de custos

Exemplo de CENTRO de CUSTO que pode ser utilizado numa empresa


comercial:

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