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LABORATÓRIO DE FÍSICA B CLIFSON ROLEMBERG ANDRADE

LEI DE OHM

SÃO CRISTÓVÃO
2010
CLIFSON ROLEMBERG ANDRADE

LABORATÓRIO DE FÍSICA B: LEI DE OHM

SÃO CRISTÓVÃO
2010
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 GRANDEZAS ELÉTRICAS 4
2.1 Facilitando o Entendimento 5

3 CONDUTORES E ISOLANTES 6

4 LEI DE OHM 6
4.1 Materiais Ôhmicos e Não-Ôhmicos 6
4.2 Resistor Ideal 7
4.3 Padronização de Resistores Comerciais 7
4.4 Identificação de Resistores Fixos 8
4.4.1 Fazendo a identificação na prática 9
4.5 Ohmímetro 10
4.5.1 Conexões do ohmímetro 10
4.5.2 Escalas de medição de resistência elétrica 10

5 MEDIÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA 11

6 MEDIÇÃO DE TENSÃO E RESISTÊNCIA ELÉTRICA 12

7 DIODO 13
7.1 Funcionamento do Diodo 13
7.2 Diodo Emissor de Luz (LED) 14
7.2.1 Identificação do LED 14

PRÁTICAS DE LABORATÓRIO 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
LEI DE OHM
RESUMO TEÓRICO
1 INTRODUÇÃO

Em pouco mais de cem anos a eletricidade provocou uma verdadeira revolução tecnológica
na vida de todos os habitantes do planeta Terra. O que outrora era visto como uma atividade de
difícil execução, após a inserção do conhecimento relativo à eletricidade no momento da construção
de equipamentos, tornou-se fácil e rápida. Transformando a sociedade atual totalmente dependente
dos artefatos elétricos.
Assim, quem na nossa sociedade atual poderá imaginar viver sem muitas das maravilhas
oriundas do mundo da eletricidade? (Figuras 1-3).

Figura 1: Iluminação. Figura 2: Telefonia. Figura 3: Internet.

Como introdução ao estudo da eletricidade na disciplina Laboratório de Física B, estudaremos


a relação de proporcionalidade existente entre a corrente elétrica e a diferença de potencial
aplicada, estabelecida por Georg Simon Ohm no começo do século XIX para determinados
materiais, conhecida como LEI DE OHM.

2 GRANDEZAS ELÉTRICAS
Existem três grandezas básicas para o estudo da Eletricidade, que são: a corrente, a
resistência e a diferença de potencial elétrico entre dois pontos. Sendo a relação entre elas o
fator primordial para o estabelecimento da Lei de Ohm.
CORRENTE ELÉTRICA ESPECIFICAÇÕES
A corrente pode ser definida como Simbologia para Corrente Elétrica: I;
qualquer movimento de cargas de uma Definição de Corrente: I = Q/ t;
região para outra (YOUNG;FREEDMAN, Unidade no SI: Amperè;
2004), ou seja, é o fluxo de carga elétrica Representação da Unidade: A.
através da seção transversal de um
condutor (TIPLER;MOSCA, 2006).

TENSÃO ELÉTRICA ESPECIFICAÇÕES


A Diferença de potencial entre dois pontos Simbologia para Tensão Elétrica: V;
ou tensão elétrica é o trabalho por unidade Definição de Tensão: V = Va - Vb =E L;
de carga que a força eletrostática realiza Unidade no SI: Volt;
sobre uma carga que é transportada de um Representação da Unidade: V.
ponto até o outro (WIKIPÉDIA, 2009).
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RESISTÊNCIA ELÉTRICA ESPECIFICAÇÕES
Resistência elétrica é a capacidade de um Simbologia para Resistência : R;
corpo qualquer se opor à passagem de Definição de Resistência: R=V/I;
corrente elétrica pelo mesmo, quando Unidade no SI: OHM;
existe uma diferença de potencial aplicada Representação da Unidade: .
(WIKIPÉDIA, 2009).

2.1 Facilitando o Entendimento

Para tornar o entendimento sobre as três grandezas apresentadas nos tópicos anteriores mais
fáceis, faremos uma analogia entre estas e o conceito de vasos comunicantes.
A figura 4 mostra dois vasos interligados através de um duto, contendo apenas um tipo de
líquido em equilíbrio, segundo a Lei de Stevin, para esta situação a altura nos dois vasos é a mesma
e a pressão para todos os pontos do líquido que estão na mesma altura também (WIKIPÉDIA,
2010).
Na figura 5, diferente da anterior os vasos possuem níveis diferentes. Com isso, haverá uma
diferença de pressão exercida de “A” para “B”; como o vaso “A” possui uma quantidade de líquido
maior ele fará com que haja um fluxo de líquido através do duto no sentido vaso “A” para o “B”,
limitado pelas dimensões do duto.Tal processo ocorrerá até que os níveis se igualem e seja
reestabelecido o equilíbrio.
A diferença de pressão existente entre os dois vasos favoreceu o aparecimento de um fluxo de
líquido.
A quantidade de líquido que passa do vaso “A” para o “B” num determinado tempo depende
das dimensões do duto (cano) que interliga os dois vasos.
De forma análoga, podemos fazer a seguinte comparação:
• A diferença de pressão entre os vasos com a d.d.p. (tensão elétrica) de um circuito
elétrico;
• O fluxo de líquido com a corrente elétrica;
• O duto com uma resistência.
P1 = P2
VASO A VASO B
P1 h1 = h2 P2

h1 h2

DUTO

Figura 4: Vasos Comunicantes 1.


P1
VASO A VASO B
P1 > P2 P2
h1
h1 > h2
h2

DUTO
Fluxo

Figura 5: Vasos Comunicantes 2.


Clifson Rolemberg Andrade 6
3 CONDUTORES E ISOLANTES

Condutores elétricos são materiais que possuem alguns elétrons com a possibilidade de
movimentar-se livremente (TIPLER; MOSCA, 2006).
Exemplo: cobre, alumínio, ouro, platina, prata, etc.

Isolantes elétricos são materiais que estão unidos nas vizinhanças do átomo e não podem
se mover livremente (TIPLER; MOSCA, 2006).
Exemplo: madeira, vidro, etc.

Observação: Os materiais que possuem característcas intermediárias entre condutores e isolantes


são chamados de semicondutores. Temos como exempos: o germânio e o silício.

4 LEI DE OHM

A lei de Ohm refere-se à relação linear entre corrente e tensão elétrica, indicando que a
resistência é constante, independente da voltagem aplicada (SERVAY;JEWTT JR, 2004).
A Lei de Ohm não é uma lei fundamental da natureza, mas um relacionamento empírico
válido somente para determinados materiais e dispositivos, sob uma escala limitada de condições
(SERVAY;JEWTT JR, 2004).

4.1 Materiais Ôhmicos e Não-Ôhmicos

Os materiais e dispositivos ôhmicos são aqueles que obedecem a Lei de Ohm, ou seja,
obedece uma relação de linearidade entre voltagem e corrente em uma ampla gama de voltagem
aplicada (SERVAY;JEWTT JR, 2004), conforme pode ser visto na figura 7. Os materias e
dispositivos não-ôhmicos são aqueles que não obedecem a Lei de Ohm.

I
Inclinação = 1/R

Figura 7: Curva de um material ôhmico.


8 RESISTOR

Um resistor é um componente que fornece ao circuito elétrico um valor específico de


resistência (SERVAY;JEWTT JR, 2004).
Os resistores (figuras 8 e 9) são utilizados nos circuitos elétricos com o intuito de limitar a
corrente e, conseqüentemente,reduzindo ou dividindo tensões.
Os resistores podem ser classificados como de valor fixo ou varíável. Os de valores variáveis
podem ser denominados de potenciômetros, reostatos ou trimpot , levando em consideração sua
dimensão e construção.
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Figura 8: Simbologia do resistor fixo. Figura 9: Simbologia do resistor variável.

4.2 Resistor Ideal

Um resistor ideal é um componente com uma resistência elétrica que permanece constante
independentemente da tensão ou corrente elétrica que circular pelo dispositivo. Todavia, não
existe tal resistor. Na prática são fabricados componentes que possuem um percentual de
tolerância, ou seja, de acordo com as especificações do fabricante, o resistor pode variar seu
valor dentro dessa faixa de erro.
Exemplo: Para um resistor com valor nominal igual a 100 com uma tolerância de 10%, na
prática ele pderá ter um valor que esteja entre 90 e 110 .

4.3 Padronização de Resistores Comerciais

Para facilitar o trabalho tanto dos fabricantes de componentes eletrônicos, quanto dos
projetistas de equipamentos, a Comissão Internacional de Elétrotécnica (IEC), instituiu em 1 de
janeiro de 1963 e suas alterações de 1967 e 1977, a IEC 60.063 (mais conhecida como IEC 63),
que padroniza as séries de resistências comerciais.
Cada série indica os valores de tolerância e ideal de cada resistor.
Os valores de resistor disponíveis em cada série são multiplicados por potência de 10 (x1,
x10, x100, etc.), gerando os vários valores existentes.

Série E6 - Tolerância de 20%

1,0 1,5 2,2 3,3 4,7 6,8

Série E12 - Tolerância de 10%

1,0 1,2 1,5 1,8 2,2 2,7


3,3 3,9 4,7 5,6 6,8 8,2

Série E24 - Tolerância de 5%

1,0 1,1 1,2 1,3 1,5 1,6


1,8 2,0 2,2 2,4 2,7 3,0
3,3 3,6 3,9 4,3 4,7 5,1
5,6 6,2 6,8 7,5 8,2 9,1
Fonte: IEC, 2010.

Observação 1: Existem ainda mais três séries: a E48 (tolerância = 1%), a E96 (tolerância = 0,5%) e a E192
(tolerância = 0,25%), mas não fazem parte das nossas práticas de laboratório;

Observação 2: Quanto menor o valor de tolerância, maior será a precisão dos resistores;
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4.4 Identificação de Resistores Fixos

Seguindo o padrão instituido pela IEC, além da criação das séries padronizadas de
resistências comerciais, foi criado um código de cores (Tabela 1) para identificação dos valores
de resistência e seu valor percentual de tolerância.
Existem dois tipos de identificação: o de quatro e o de cinco faixas. Da mesma forma que
não mostramos as séries E48, E96 e E192, não demonstraremos a identificação de cinco faixas,
pois ela também não faz parte dos nossos estudos.
Para identificar um resistor de quatro faixas é muito simples, como demonstraremos a seguir:

COMO?
Identifique a faixa a tolerânicia Observe que em uma das extremidades a
do resistor. = quarta faixa está mais afastada das outras
três, como podemos identificar na figura 10.

COMO?
Identifique os algarismos Na extremidade contrária da faixa que
significativos do resistor. = identifica a tolerância estão as duas faixas que
determinam o primeiro e o segundo
algarismos significativo (o sentido de
referência é do terminal metálico para o
encapsulamento de cerâmica). Com o auxílio
do código de cores (tabela 1) coloque os
valores nas respectivas posições.

COMO?
Identifique o fator de Após as duas faixas que identificam os
multiplicação do resistor. = algarismos significativos vem a terceira (figura
10), responsável pelo fator de multiplicação,
ou seja, de acordo com a cor dessa faixa o
número formado pela junção do primeiro e do
segundo algarísmo significativo, será
multiplicado por um múltiplo de dez (x1, x10,
x100, etc.)

COMO?
Identifique a tolerância do resis- Com o auxílio da tabela 1, simplesmente
tor. = identifique na coluna correspondente a da
tolerância a cor existente na quarta faixa e o
respectivo valor.

Figura 10: Identificação do resistor.


Clifson Rolemberg Andrade 9
Tabela 1 - Código de Cores Para Resistores
Cor 1º Algarismo 2º Algarismo Multiplicador Tolerância

Preto 0 0 1 -
Marrom 1 1 10 1%
Vermelho 2 2 100 2%
Laranja 3 3 1.000 -
Amarelo 4 4 10.000 -
Verde 5 5 100.000 -
Azul 6 6 1.000.000 -
Violeta 7 7 - -
Cinza 8 8 - -
Branco 9 9 - -
Dourado - - - 5%
Prateado - - - 10%
Inexistente - - - 20%
Fonte: Tipler e Mosca, 2004.

4.4.1 Fazendo a identificação na prática


Primeiro Passo
Idenificar a faixa de tolerância - Observe na
figura 11 que a faixa dourada localizada numa
extremidade está mais distante da anterior (no caso Quarta Faixa
vermelha), do que a vermelha da outra
extremidade está para a preta. Assim, a faixa que
indica o valor de tolerância é a dourada, sendo
identificada como a quarta faixa.

Segundo Passo Terceira Faixa

Identificar os algarismos significativos - As


duas primeiras faixas que estão na extremidade
Figura 11: Resistor X
contrária a da tolerância (faixa dourada). Lembre-
se, de iniciar a identificação da exetremidade, ou
seja, o primeiro algarismo representa a faixa
vermelha e o segundo a faixa preta. Assim temos:
Primeiro Algarismo: Faixa Vermelha = 2; Primeira Faixa
Segundo Algarismo: Faixa Preta = 0;
Segunda Faixa
Terceiro Passo
Identificar o fator multiplicador - A terceira faixa
indicará o fator multiplicador. No resistor analisado Quinto Passo
a faixa em questão tem a cor vermelha. Assim, de
acordo com a tabela 1 temos o seguinte: Idenificar a tolerância do resistor - Como no
Para a faixa vermelha o fator de multiplicação é primeiro passo já foi identificada a cor da faixa
100. (dourada no caso ), com o auxílio da tabela 1,
observa-se que o valor de tolerância é de 5%.
Quarto Passo
Resultado Final
Valor do resistor - Multiplica o número que foi
formado pelos dois algarismos pelo fator de Resistor de 2000 ± 5%, ou seja, pode
multiplicação. O valor resultante sempre será em apresentar um valor fixo entre 1900 e
Ohm. 2100 .
20 x 100 = 2000 .
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4.5 Ohmímetro

O Ohmímetro é um instrumento de medida elétrica que mede a resistência elétrica, ou seja,


a oposição à passagem da corrente elétrica (WIKIPÉDIA, 2010).

Simbologia do ohmímetro =

4.5.1 Conexões do ohmímetro

Tomando como referência o multímetro MD-380 da Instrutherm, os cabos são encaixados


da seguinte forma:

10 A mA COM

Figura 12: Ponto de encaixe do ohmímetro.

DICA 1
No borne utilizar cabos de cor vermelha e no
(+)
“COM” de cor preta ou azul, para facilitar a identificação.
(-)
Figura 13: Ponto de encaixe do ohmímetro 1.

4.5.2 Escalas de medição de resistência elétrica

As escalas de medição indicam as faixas de medição de determinada grandeza, ou seja,


os valores que podem ser medidos entre 0 e o valor indicado na escala.
Tomando como referência o multímetro MD-380 da Instruterm, as escalas são divididas
da seguinte forma:
200 – mede de 0 até 200 ;
2k - mede de 0 até 2.000 ;
20k – mede de 0 até 20.000 ;
200k – mede de 0 até 200.000 ;
2M – mede de 0 até 2.000.000 ;
20M - mede de 0 até 20.000.000 ;
200M - mede de 0 até 200.000.000 .

10
Quando a chave seletora estiver nesta
10
categoria, o multímetro fará o teste de
continuidade ou de diodo.

Teste de Continuidade?
Este teste é feito para saber se trilhas e cabos
Figura 14: Faixas de medição do ohmímetro. elétricos estão em bom funcionamento, ou seja,
ao serem analisados o resultado será igual a 0 ,
As letras k (kilo) e M (Mega) simbolizam ou um valor bem próximo. Caso o valor de
resistência elétrica seja alto ou indique “1 .”,
respectivamente 1.000 (103) e 1.000.000 (106) .
poderá apontar mau contato ou cabo/trilha
quebrado(a).
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5 MEDIÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA

Uma das maiores dificuldades dos alunos que participam


da disciplina Laboratório de Física B é diferenciar a forma
correta de inserir as pontas de prova do multímetro em série
ou paralelo no circuito elétrico no momento da coleta de dados.
No entanto, é muito fácil de identificar as duas formas de
inserção do multímetro.
Inicialmente será demonstrado como se insere o
multímetro em série, que é a forma adequada para medição
de corrente elétrica.
Observe a figura 15, ela é composta de pessoas que
formam uma fila.
As pessoas desta fila estão em série entre si, pois
elas percorrerão apenas um caminho para chegarem ao
local desejado.
No momento de medição da corrente elétrica você deverá
observar se no trecho do circuito que será feita a medição, o
multímetro (na função amperímetro) está inserido em série. Figura 15: Fila.
Na figura 16 temos um circuito simples composto por : bateria, fios e uma lâmpada. Para
medir a corrente elétrica do circuito, devemos colocar o multímetro numa posição análoga a das
pessoas na fila, ou seja, inserindo-se no caminho original do circuito. Assim, a forma correta de
colocação do amperímetro pode ser visualizada na figura 17.
Outra característica da inserção em série é a ligação entre componentes do circuito por
apenas uma extremidade. Note que o multímetro está ligado tanto a lâmpada quanto a bateria de
9V por apenas um ponto, obrigando a corrente elétrica que circula no circuito original, passar
por ele.

- + I
I

I
I

Figura 16: Circuito elétrico.

- +
I
I

I
I

I I

Figura 17: Multímetro em série com o circuito elétrico.


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6 MEDIÇÃO DE TENSÃO E RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Para demonstrar como inserir o
multímetro em paralelo com o ponto a ser
medido usaremos do mesmo recurso de
analogia com uma situação corriqueira do
nosso dia-a-dia.
A figura 18, reproduz a chegada
avassaladora do atleta jamaicano Usain Bolt
na prova final de 100m rasos nos Jogos
Olímpicos de Pequim.
A prova de pista descrita no parágrafo
anterior consiste em oito homens alinhados Figura 18: Final dos 100m rasos em Pequim .
lado a lado, que vão percorrer 100m com o objetivo de alcançarem a linha de chegada no menor
tempo possível. Os corredores estão colocados em caminhos distintos e paralelos, tendo como
pontos em comum, apenas a linha de partida e a de chegada, ou seja, cada raia funcionando
como um caminho alternativo (desvio).
De forma análoga ao comportamento da prova de 100m rasos, podemos inserir um
multímetro em paralelo a um componente eletrônico. Introduzindo um desvio no caminho original,
tendo como pontos em comum: local de passagem de entrada da corrente elétrica (linha de
partida) e de saída (linha de chegada) pelo componente eletrônico.
A colocação do multímetro em paralelo com o componente ou circuito elétrico a ser medido,
é a forma correta para a medição de tensão elétrica como pode ser visto na figura 19. Na mesma
figura observe que diferente da ligação em série onde a lâmpada estava ligada ao multímetro
apenas em uma extremidade, na ligação em paralelo as dua extremidades do multímetro, estão
ligadas as duas extremidades da lâmpada.
A medição de resistência elétrica é feita de forma semelhante a da tensão, contudo deve-
se tomar algumas precauções:

a) No momento da medição de resistência elétrica de componentes (resistores, diodos


lâmpadas, cabos, etc), estes deverão ser retirados do circuito;

b) Para fazer o teste de continuidade em trilhas de um circuito elétrico, nunca esqueça de


desligá-lo, pois caso isso não ocorra o multímetro poderá indicar um falso valor de resistência.

Desvio
- + I I
I
I
Caminho Original

I
I I

Figura 19: Multímetro em paralelo com a lâmpada.

Observação: Os dois últimos tópicos estudados (as formas corretas para proceder a medição
de corrente, tensão e resistência elétricas), foram impostos (aprendizagem mecânica), sem uma
explicação, devido a dois fatos:
a) A necessidade deste conhecimento para execução da prática referente a Lei de Ohm;
b) Demonstrar o porquê deste fundamento neste momento tornará o estudo confuso; assim,
somente na apostila sobre associação de resistores, será dada a explicação.
Clifson Rolemberg Andrade 13
7 DIODO
Para que seja feita uma comparação entre Saída
componentes ôhmicos e não-ôhmicos através das
práticas de laboratório contidas nesta apostila. Faremos
uma breve apresentação de um componente eletrônico que
apresenta um comportamento diferente do resistor, o
diodo.
O diodo é composto de cristal semicondutor de silício
ou germânio numa película cristalina cujas faces opostas
são dopadas por diferentes gases durante sua formação
(WIKIPÉDIA, 2010).
Figura 20: Porta.
Anodo (+) Catodo (-)
SIMBOLOGIA:

O diodo é um componente polarizado (possui pólos distintos); o positivo é chamado de


anodo e o negativo é o catodo.

7.1 Funcionamento do Diodo

De uma forma simplificada o diodo funciona da seguinte forma:

a) Quando o diodo está polarizado diretamente (seu pólo positivo está ligado ao da fonte de
tensão), dependendo da diferença de potencial que está sobre ele, haverá uma corrente circulando
no circuito (Figura 21);

b) Quando o diodo está polarizado inversamente (seu pólo positivo está ligado ao negativo
da fonte de tensão), assim, não haverá uma corrente circulando no circuito (Figura 22).

Para tornar o entendimento mais fácil, observe o funcionamento da porta da figura 20 (que
é semelhante ao do diodo). Só circularão pessoas através dela quando a mesma for aberta.
Ela também só abre em um determinado sentido (neste caso do ambiente azul para o
branco). E por fim, para que a passagem seja aberta, alguma pessoa deverá destravar o trinco
exercendo uma força no mesmo.

(+) (-) (-) (+)

+ +

- -

Figura 22: Lâmpada acesa. Figura 23: Lâmpada apagada.


Clifson Rolemberg Andrade 14
7.2 Diodo Emissor de Luz (LED)

Existem muitos tipos de diodos com as mais diversas funções,


contudo, nesta apostila trabalharemos apenas com o diodo emissor de
luz , mais conhecido como LED.
Atualmente o LED, que por muitos pode ser confundido com uma
pequena lâmpada, tem substituido-a em muitas aplicações, devido a sua
praticidade, baixo consumo de energia, fragilidade, enfim, possui uma
melhor relação custo-benefício.
Então, alguns equipamentos que utilizavam lâmpadas hoje usam
LEDs como: semáforos, paineis de carros, cenários, letreiros luminosos,
iluminação de festas, etc.

Figura 24: Semáforo.

7.2.1 Identificação do LED

Existem duas formas para identificar os terminais do LED, a primeira se baseia pelo
comprimento dos terminais. O maior é o anodo e o menor o catodo (Figura 25).
Caso os terminais tenham sido cortados em virtude de sua adequação ao circuito elétrico, a
forma correta de identificação é a seguinte: observe na base do LED que há um terminal que
apresenta um aspecto de que foi cortado, pois apresenta uma aparência de imperfeição, esta foi a
forma encontrada pelos fabricantes para identificar o catodo, conseqüentemente o outro terminal é
o anodo (Figura 25).

ANODO CATODO

Figura 25: Identificação do LED.

IMPORTANTE!
Está disponível no YOUTUBE, a vídeo-aula que serve de material complementar a esta apostila.
Para encontrá-la digite frase no sistema de busca: Lei de Ohm.
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PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Para facilitar os trabalhos tanto do professor quanto dos alunos, o procedimento que será
descrito a seguir é composto por passos que são agrupados por objetivo, ou seja, cada um dos
grupos deverá ser executado para a completa compreensão da aula intitulada: Lei de Ohm.

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

Para a realização das práticas de laboratório, contidas na apostila intitulada Lei de Ohm, é
necessário utilizar os seguintes equipamentos e materiais:

a) 04 cabos de 50 cm cor vermelha; h) 01 fonte de tensão variável de 0 até 600V Phywe;

b) 04 cabos de 50 cm cor azul; h1) 01 fonte de tensão variável de 0 até 32V EA-
PS2032-50;
c) 01 cabo de alimentação (110v);

d) 01 placa de testes Phywe; g) 01 jumper;

e) 02 multímetro digital MD-380 Instrumentherm; h) 5 resistores ;

f) suporte para componentes eletrônicos; i) 01 LED;

g) chave estrela;

TOLERÂNCIA DE RESISTORES FIXOS


Grupo 1
Tabela 2 - Tolerância de Resistores Fixos
Passo 1
Entre os dez resistores Ordem Valor Nominal Tolerância Nominal Valor Medido Variação
contidos na caixa de (%) (%)
materiais do seu grupo
escolha cinco para análise.
1

2
Passo 2
3
Faça a identificação dos
valores de resistência e
tolerância de cada resistor. 4

Passo 3

Anote os valores Antes de continuar comece a preencher a tabela 2.


encontrados na Tabela 2.
Passo 4
Clifson Rolemberg Andrade 16
Grupo 2

Passo 4

Com o auxílio da chave


estrela folgue os parafusos
do suporte para
componentes eletrônicos .

Passo 5
Pressione os terminais do
suporte para componentes
eletrônicos, para que os
furos de encaixe fiquem
acessíveis, conforme a
figura 26.
Figura 26: Passo 7.

Passo 6
Encaixe o primeiro resistor
no suporte e com o auxílio
da chave estrela aperte os
parafusos.

Passo 7
Pressione os terminais do
suporte para componentes
eletrônicos, retornando-os
a posição original (figura
27)
Figura 27: Resistor no suporte.
Grupo 3

Passo 8

Conecte o resistor aos


bornes referentes a função
ohmímetro do multímetro
(Figura 28).

Passo 9
De acordo com o valor de
resistência nominal
selecionado escolha a
escala de medição mais
adequada. Figura 28: Suporte conectado no multímetro.

Passo 10 Antes de continuar responda as perguntas.


Ligue o ohmímetro, anote
na tabela 2 o valor de
resistência medido. Passo 13
Passo 12
Repita os passos contidos
Com o auxílio da chave nos grupos 2 e 3 até obter
Passo 11 os valores de resistência e
estrela retire o resistor do
Desconecte o resistor do suporte para componentes tolerância dos outros Passo 14
multímetro. eletrônicos. quatros resistores.
Clifson Rolemberg Andrade 17
?
??
PERGUNTAS
1) De acordo com os valores observados de resistência medidos, eles estão dentro da faixa de
tolerância indicada no corpo do componente? Justifique.

2) De acordo com a IEC, os resistores analisados pertencem a que série de componentes


comerciais?

PARA REFLETIR
No momento de identificar o valor de resistência dos resistores
fixos utilizados nesta prática, talvez você tenha sentido um pouco
de dificuldade, em virtude da distância das faixas ou da
identificação das cores. Numa indústria que preza pela alta
qualidade, qual a justificativa para a venda deste tipo de
componente no comércio varejista?

COMPONENTES ELETRÔNICOS ÔHMICOS E NÃO-ÔHMICOS


Grupo 4 Passo 13 Grupo 5

Passo 17
Passo 14
Observe a chave de liga/desliga Caso esteja utilizando a fonte branca (Phywe 0-600V), conecte o
localizada no painel traseiro da cabo azul no primeiro borne (da esquerda para direita) de mesma
fonte de tensão elétrica, caso ela cor , localizado no painel frontal da fonte de tensão ajustável de 0
esteja na posição “1” (ligada), até 12V/0,5A). Caso esteja utilizando a fonte preta (EA-PS2032-50)
posicioná-la na “0” (desligada). conecte o cabo azul no borne preto com a indicação ( - ).

Passo 15 Passo 18
Encaixe o conector fêmea do Caso esteja utilizando a fonte branca (Phywe 0-600V), conecte o
cabo de força (conhecido como cabo vermelho no primeiro borne (da esquerda para direita) de
o cabo da tomada) no painel mesma cor , localizado no painel frontal da fonte de tensão
traseiro da fonte de tensão. ajustável de 0 até 12V/0,5A). Caso esteja utilizando a fonte preta
(EA-PS2032-50),conecte o cabo vermelho no borne vermelho com
a indicação ( + ).
Passo 16
Encaixe o conector macho do
cabo de força no ponto de Passo 19
tensão de 110v (tomadas
amarelas localizadas na parte Conecte as outras extremidades dos cabos vermelho e azul descritos
frontal da bancada). nos passos 17 e 18 na placa de testes,conforme a figura 30.
Clifson Rolemberg Andrade 18
Passo 19
Grupo 6

Passo 20
Entre os resistores contidos
na caixa de materiais do seu
grupo escolha um para
análise.

Passo 21

Encaixe o resistor no
suporte para componente
eletrônico.

Passo 22

Conecte na placa de tes-


tes o resistor no borne Figura 30: Grupo 5.
interligado diretamente ao
cabo vermelho que está
ligado à fonte de tensão Passo 27
(Figura 31).
Conecte um curto-circuito
(jumper) nos bornes que
ligam os dois cabos azuis
conectados à fonte e a placa
Passo 23 (Figura 31) .
Conecte um cabo vermelho
em no borne que está na
outra extremidade do
resistor (Figura 31). Passo 28
Conecte um curto-circuito
(jumper) nos bornes que
ligam os dois cabos azuis
Passo 24
conectados à fonte e a placa
Conecte um cabo azul no (Figura 31).
Figura 31: Resistor .
borne mais próximo ao do
cabo vermelho conectado
no passo anterior(Figura Passo 29
31). Conecte um cabo vermelho
a extremidade do resistor
comum ao positivo da
Passo 25 fornte de tensão (Figura
Conecte a outra 31).
extremidade do cabo
vermelho descrito no passo
32 no borne vermelho com Passo 30
a indicação “mA” do Conecte um cabo azul na
multímetro1 (Figura 31) . outra extremidade do
resistor . Observe que este
cabo ficará conectado no
mesmo ponto do cabo
Passo 26
vermelho do multímetro 1.
Figura 32: LED.
Conecte a outra
extremidade do cabo azul
descrito no passo 24 no Passo 31 Passo 32
borne preto com a indicação
Conecte a outra extremidade do cabo vermelho descrito no
“COM” do multímetro1
passo 29, no borne com a indicação “V” do multímetro 2
(Figura 31) .
(Figura 31).
Clifson Rolemberg Andrade 19
Grupo 6 Passo 31 Tabela 3 - Resistor Fixo

R Nominal V R Nominal I R Calculada VR Medida IR Medida R Calculada


Passo 32
Ajuste o valor do painel
da fonte de tensão para 0,50 v

zero.
1,00 v

Passo 33 1,50 v

Através da chave seletora


do multímetro 1, habilite 2,00 v
a escala de corrente
contínua mais adequada
2,50 v
para a medição.

3,00 v

Passo 34
3,50 v
Através da chave seletora
do multímetro 2, habilite
a escala de tensão 4,00 v

contínua mais adequada


para a medição. 4,50 v

5,00 v
Passo 35
Ligue os multímetros.
Grupo 8
Passo 42
Passo 36 Passo 39 Ajuste os valores de
Após ter preenchido toda tensão do LED (V LED
Ligue a fonte de tensão. ) de acordo com o
a tabela 3, ajuste o valor MEDIDO

de tensão da fonte para NOMINAL, escrevendo


zero e em seguida os valores que aparecem
desconecte o resistor e o nos mostradores digitais
jumper da placa de teste. (Multímetro 1 e 2), nas
Grupo 7 respectivas colunas da
tabela 4.

Passo 37 Passo 40 Passo 43

Ajuste os valores de Após ter preenchido toda


tensão do resistor (V R Conecte o LED nos a tabela 4, ajuste o valor
MEDIDO
) de acordo com o bornes onde estava o de tensão da fonte para
NOMINAL, escrevendo resistor descrito no zero.
os valores que aparecem passo 38 (Figura 31).
nos mostradores digitais Lembre que o LED é um
(Multímetro 1 e 2), nas componente polarizado! Passo 44
respectivas colunas da
Desligue a fonte de
tabela 3.
tensão e os multímetros.

Passo 38
Passo 41 Passo 45
Com base nos valores Encaixe o resistor de
encontrados para 1000 OHM no suporte Desconecte todos os
corrente e tensão para componente componentes da placa
medidos, calcule o valor eletrônico. Em seguida, de teste e dos suportes
da resistência e conecte-o nos bornes para componentes
preencha a última coluna onde estava o jumper eletrônicos, guadando-
da tabela 3. descrito no passo 38. os na caixa.
Clifson Rolemberg Andrade 20
Tabela 4 - LED

V LED Nominal VLED Medida ILED Medida R LED Calculada

0,40 v

0,60 v

0,80 v

1,00 v

1,20 v

1,40 v

1,60 v

1,80 v

2,00 v

2,20 v

GRÁFICOS E PERGUNTAS

1) Com base na tabela 3 construa os gráficos abaixo:


IR CALCULADA IR MEDIDA

VR NOMINAL VR MEDIDA

2) Caso os gráficos não sejam idênticos quais seriam os possíveis motivos?

3) Além do resistor existem outros componentes que exercem resistência elétrica no primeiro circuito
montado? Caso existam quais são?
Clifson Rolemberg Andrade 21
4) Com base na tabela 4 construa os gráficos abaixo:
ILED MEDIDA

VLED MEDIDA

5) Para o LED, determine a resistência e sua incerteza para cada par de valores ILED e VLED da tabela 4.

6) Qual o comportamento das resistência calculada à medida que V (ou I) aumenta? Discuta este
resultado obtido com base no gráfico do item 5.

7) Qual dos dois componentes analisados pode ser considerado ôhmico? Justifique.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IEC. IEC63. Disponível em: < http://www.iec.ch/ >. Acesso em: 11 mar. 2010.

JEWETT JR, Jonh; SERWAY, RAYMOND. Princípios de física: eletromagnetismo. 3 ed. Cengage Learning:
São Paulo, v.3, 2006.

TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física: eletricidade, magnetismo e ótica. 5 ed. LTC: Rio de Janeiro, v. 2,
2006.

YOUNG, Hugh; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 10 ed. Eddison-Wesley: São Paulo,
2004.

WIKIPÉDIA. Diodo. Disponível em : <http://pt.wikipedia.org/wiki/Diodo>. Acesso em: 13 mar. 2010.

________. Tensão elétrica. Disponível em : <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tens%C3%A3o_el%C3%A9trica>.


Acesso em: 13 mar. 2010.

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