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Texto: ​MACKENZIE, Iain. Política : conceitos-chave em filosofia.

Porto Alegre: ArtMed,


2011. “Três dimensões do poder”, “O poder e a normalização”, pp. 75-82.

No presente texto, o autor Iain Mackenzie nos traz quatro importantes autores que
enunciam as suas visões de poder. Foi com o trabalho pioneiro Robert Dahl, “Quem governa?
Democracia e Poder na Cidade Americana” que desencadeou o debate acerca às faces ou
dimensões do poder. Isso ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial, no qual o induziu a
realizar pesquisas sobre a distribuição de poder na vida política americana (MACKENZIE,
2011, pg.75).
Posteriormente, Dahl concluiu que o poder não estava concentrado nas mãos de uma
única elite, mas sim disperso em uma pluralidade de grupos de elite, chegando a definição de
poder, tal que, seria como o ato de um indivíduo convencer o outro a fazer o que ele deseja
(MACKENZIE, 2011, pg.75-76).
Em um outro momento, em 1962, Bacharach e Baratz trazem uma nova visão ao
poder, com a finalidade de complementar a proposta de Dahl, onde a definição de poder é o
ato que o indivíduo tem de convencer o outro, manipulando-o, com o objetivo de que faça o
que lhe deseja ser feito (MACKENZIE, 2011, pg.76).
Entretanto, para o autor Steven Lukes, o poder é constantemente exercido mediante a
estratégias políticas de um povo sobre o outro, por meio de um consenso sobre a população,
de forma a convencer o indivíduo a fazer ou aceitar algo, fazendo com que acredite que
aquela determinada situação é considerada “normal”, sem perceber que está sendo
manipulado (MACKENZIE, 2011, pg.77-78).
Assim, o autor Mackenzie nos traz as três dimensões do poder, porém não deixa de
lado as ideias do pensador paradigmático Foucault, sua concepção do poder nos afasta de
modelos tradicionais e nos foca a atenção nas maneiras como o poder “normaliza” a nossa
conduta, ou seja, é utilizado por meio de uma organização semelhante a uma rede. Seu
trabalho consistia em analisar as maneiras de como o poder opera em todas as relações sociais
para plasmar e condicionar as estruturas que nos proporcionam o senso de identidade
(MACKENZIE, 2011, pg.79-80).
Percebe-se que o Estado disciplina os seus indivíduos a se conduzirem normalmente,
criando e mantendo formas sutis e não tão sutis da socialização que regulam como se fosse
“de dentro” a vida social e política (MACKENZIE, 2011, pg.82). Mackenzie portanto, nos
mostra que o poder é algo muito mais complexo do que podemos acreditar.

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