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Escola/Agrupamento de Escolas | Teste de Avaliação 4 – CienTIC7 Versão1

Ciências Naturais
7.º Ano de Escolaridade
Duração do Teste: 90 minutos |

Grupo I
O sismo de 23 de abril de 1909 é considerado o mais devastador em Portugal continental no século XX,
destruindo quase por completo os aglomerados de Benavente, Samora Correia e Santo Estêvão.
Com uma magnitude estimada de 6,7 graus na escala de Richter, o sismo de abril de 1909 provocou, no
concelho de Benavente, cerca de 40 mortos e 70 feridos, balanço que só não foi mais dramático porque, à
hora em que ocorreu, 17:05, a grande maioria da população estava ainda a trabalhar nos campos.
Testemunhos da época fazem referência a “nuvens colossais de poeira que se elevam nos ares”, ao “barulho
infernal dos prédios a cair” e aos “gritos de dor de uma população inteira”.
Com base numa observação feita na época, a duração do sismo foi de 22 segundos, no entanto, desde a
manhã de 23 de abril que se ouviam ruídos subterrâneos. Estes ruídos foram sentidos não só durante os
abalos mais fortes mas também com as réplicas, que se fizeram sentir durante muito tempo. A maior de
todas foi sentida no dia 2 de agosto de 1909.
Quanto à natureza dos movimentos, o sismo terá tido duas fases principais, iniciando com um movimento
vertical, seguido por vários abalos horizontais mais violentos e de maior duração.
Baseado em cm-benavente.pt (consultado em março de 2017)

Figura 1 – Carta de isossistas do sismo de 23 de abril de 1909.


Baseado em Cabral, The 1909 Benavente earthquake: search for a source

Tabela I. Escala de Mercalli Modificada (EMM)

EMM I II-III IV V VI VII VIII IX X

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Perceção Não sentido Muito Fraco Fraco Moderado Forte Muito Forte Severo Violento Extremo

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 8., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.

1. Um sismógrafo é um aparelho usado para


(A) fazer soar um alarme aquando de um sismo.
(B) prevenir o aparecimento de sismos.
(C) registar as vibrações produzidas durante um sismo.
(D) acalmar as pessoas durante o sismo.

2. A região, no interior da Terra, onde é libertada a energia sísmica é designada por


(A) epicentro.
(B) hipocentro.
(C) área energética inicial.
(D) área de grande estrago.

3. A escala de Richter é usada para determinar


(A) o grau de estrago causado pelo sismo.
(B) a energia libertada pelo sismo.
(C) a probabilidade de ocorrência de um tsunami após o sismo.
(D) o número de vítimas mortais causadas pelo sismo.

4. A intensidade de um sismo é
(A) sempre a mesma para o mesmo sismo e não depende da distância ao epicentro.
(B) variável e depende da distância ao epicentro.
(C) medida usando a escala de Richter modificada.
(D) a quantificação da energia libertada.

5. O sismo de 23 de abril de 1909 foi considerado…


(A) extremo na localidade de Santarém.
(B) severo na localidade de Benavente.
(C) forte na localidade de Pinhal Novo.
(D) violento na localidade da Azambuja.

6. O sismo foi sentido com a mesma intensidade em…


(A) Benavente e Azambuja.
(B) Azambuja e Vila Franca de Xira.
(C) Lisboa e Santarém.
(D) Bombarral e Torres Vedras.

7. As isossistas são linhas curvas que unem pontos de igual


(A) magnitude sísmica em torno do hipocentro.
(B) magnitude sísmica em torno do epicentro.
(C) intensidade sísmica em torno do hipocentro.
(D) intensidade sísmica em torno do epicentro.

8. O sismo de 2 de agosto de 1909 foi


(A) um abalo premonitório do sismo de 23 de abril e foi de menor magnitude.
(B) um abalo premonitório do sismo de 23 de abril e foi de maior magnitude.
(C) uma réplica do sismo de 23 de abril e foi de menor magnitude.
(D) uma réplica do sismo de 23 de abril e foi de maior magnitude.

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9. Faz corresponder cada uma das definições, na coluna A, à respetiva designação, na coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Fratura na rocha ao longo da qual ocorre o movimento. (1) Magnitude


(b) Onda formada pela movimentação vertical do fundo marinho. (2) Intensidade
(c) Registo gráfico das vibrações do solo. (3) Onda sísmica
(d) Medida da energia libertada pelo sismo. (4) Tsunami
(e) Propagação da energia libertada no epicentro. (5) Falha
(6) Epicentro
(7) Sismograma
(8) Sismógrafo

10. De acordo com o modelo baseado nas propriedades físicas dos materiais, designa a camada da Terra
onde os sismos ocorrem.

11. Observa a imagem seguinte que mostra a velocidade das ondas sísmicas (km/s) em diferentes tipos de
rochas.

Figura 2

Explica porque é que velocidade de propagação das ondas sísmicas é maior na crusta oceânica do que na
crusta continental.

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Grupo II
A comunidade científica não tem a menor dúvida de que um sismo de grande dimensão vai assolar o país. Só
não é possível prever quando. Embora a frequência da sismicidade seja muito inferior à de outros pontos do
Globo, Portugal apresenta algumas zonas de risco. O país situa-se no interior da placa tectónica Euro-
-asiática, mas muito próximo da placa Africana. Na zona do banco de Gorringe, o movimento de
desligamento passa a convergência da placa Euro-asiática sobre a placa Africana. Para este abandona-se o
domínio oceânico e entra-se no domínio continental com convergência continente-continente.
Em Portugal continental, os sismos podem ser de dois tipos: afastados ou próximos. Os primeiros são
gerados no oceano, na confluência das placas, e têm magnitudes elevadas. Foi o caso do terramoto de 1755,
que se supôs inicialmente ter tido início na zona do banco de Gorringe, 200 quilómetros a sudoeste do
Algarve, mas que atualmente já se coloca o epicentro mais junto à costa, na falha Marquês de Pombal. A
falha Marquês de Pombal surge no talude continental da margem continental sudoeste portuguesa, o banco
de Gorringe expõe uma porção da superfície oceânica constituída por peridotitos sobrepostos por gabros.
Os sismos próximos têm origem em falhas intraplacas dentro do próprio território português. Foi o caso do
terramoto que destruiu por completo a vila de Benavente, em 1909. A área metropolitana de Lisboa, a
península de Setúbal, o Algarve e a faixa litoral a sul da Figueira da Foz, incluindo o vale inferior do Tejo, são
as zonas de maior risco. Se um sismo como o de 1755 se repetisse amanhã, as ameaças seriam múltiplas. Um
motivo de preocupação são as construções em alvenaria, um material obtido através da junção de blocos de
pedra ou tijolos com argamassa, que foi amplamente usado em Portugal até à segunda década do século XX
e que caracteriza a maioria dos edifícios históricos. Quando uma parede em alvenaria é sujeita a forças
perpendiculares ao plano (cargas horizontais contra a face da parede), a sua resistência é muito limitada,
sobretudo se não existir um pavimento rígido. A partir de 1930, o betão armado foi progressivamente
introduzido na construção. No entanto, durante muito tempo, era produzido artesanalmente e de forma
pouco controlada. De acordo com os especialistas, a falta de rigor e a tentativa de construir barato geraram
muitos prédios de fraca qualidade.
Baseado em superinteressante.pt (consultado em março de 2017)

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Figura 3 – Enquadramento geodinâmico de Portugal continental.
Baseado em Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, Autoridade Nacional de Proteção Civil
Figura 4 – Classificação da vulnerabilidade sísmica do parque habitacional com base nos Censos 2001.
Baseado em Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, Autoridade Nacional de Proteção Civil

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 8., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.

1. Os sismos que ocorrem no interior das placas estão relacionados com


(A) falhas ativas e resultam da libertação gradual de energia.
(B) falhas ativas e resultam da libertação brusca de energia.

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(C) dobras ativas e resultam da libertação gradual de energia.
(D) dobras ativas e resultam da libertação brusca de energia.

2. O estudo do comportamento das ondas sísmicas é um método


(A) indireto de estudo da Terra, tal como o estudo dos materiais expelidos pelos vulcões.
(B) direto de estudo da Terra, tal como o estudo dos materiais expelidos pelos vulcões.
(C) indireto de estudo da Terra, tal como o estudo dos meteoritos.
(D) direto de estudo da Terra, tal como o estudo dos meteoritos.

3. Durante um sismo, um indivíduo deve


(A) colocar os objetos mais pesados nas prateleiras de baixo.
(B) verificar onde se desliga o gás e a eletricidade.
(C) afastar-se de vidros, janelas e de objetos que possam cair.
(D) proteger-se no interior dos elevadores.

4. Durante os últimos 250 anos, uma cidade sofreu 23 sismos com intervalos regulares. Estes sismos
ocorreram
(A) a cada 50 anos.
(B) a cada 100 anos.
(C) a cada 10 anos.
(D) a cada 5 anos.

5. Os peridotitos expostos no banco de Gorringe são as rochas predominantes


(A) na crusta oceânica.
(B) na crusta continental.
(C) no manto.
(D) no núcleo.
6. Os gabros são rochas magmáticas de cor
(A) clara e textura granular.
(B) clara e textura agranular.
(C) escura e textura granular.
(D) escura e textura agranular.

7. De acordo com a figura 3, relativamente aos edifícios de alvenaria construídos entre 1961 e 1985,
(A) cerca de 10 000 apresentam três pisos.
(B) cerca de 17 000 apresentam apenas um piso.
(C) apenas cerca de 1000 apresentam cinco ou mais pisos.
(D) predominam os edifícios com dois pisos.

8. O sismo de 12-04-1777 ocorreu


(A) num limite de placas litosféricas e teve uma magnitude entre 6 e 7.
(B) num limite de placas litosféricas e teve uma magnitude superior a 7.
(C) no interior da placa litosférica e teve uma magnitude entre 6 e 7.
(D) no interior da placa litosférica e teve uma magnitude superior a 7.

9. Faz corresponder a cada uma das características relativas às zonas da estrutura interna da Terra, na coluna
A, à respetiva designação, na coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Zona constituída essencialmente por ferro e níquel no estado líquido. (1) Núcleo interno
(b) Zona constituída essencialmente por rochas ricas em silício e (2) Núcleo externo

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alumínio. (3) Manto
(c) Zona constituída essencialmente por rochas ricas em silício e (4) Astenosfera
magnésio. (5) Litosfera
(d) Zona constituída por peridotitos com comportamento plástico e (6) Crusta continental
deformável. (7) Crusta oceânica
(e) Zona constituída pela crusta e pela parte superior do manto. (8) Mesosfera

10. Uma equipa de cientistas da Universidade de Évora estudou o


quanto Portugal tremeu (e onde) ao longo de várias centenas de anos,
mais precisamente entre 1300 e 2014. Os resultados obtidos estão
registados no mapa ao lado.

Explica, de acordo com a informação fornecida, o elevado risco das


populações que vivem em Benavente.

Figura 5

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