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INTRODUÇÃO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De início, ela parece desenhar uma cena; mas na realidade, pela maneira como ela
própria interpreta, fala de seu desenho, prova que por meio desta encenação gráfica ela
mediatiza pulsões parciais de seu desejo, em luta com pulsões parciais de seu desejo
em um outro nível. Tais níveis da psique são os que Freud descreveu como: “EU”, “Eu
Ideal” e “Super Eu”. E a energia que é posta em jogo nos cenários imaginários que são
estes desenhos ou estas modelagens, nada mais é senão a libido que se expressa por
seu corpo, quer passiva, quer ativamente – passivamente em seu equilíbrio
psicossomático, ativamente na relação com os outros. (DOLTO, 2010, p.6)
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Câmpus Camboriú
Camboriú – Santa Catarina
09 a 11 de Abril de 2014
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Os adultos conseguem falar de forma livre sobre seus fantasmas e seus
sonhos, porém as crianças não conseguem, pois o medo as impede. Então, de
acordo com Dolto (2004, p.9), a imagem do corpo para a criança é como se fosse
uma mediação na qual ela consegue representar o que está sentindo sem medo e
sem culpa, e para o analista é um meio de reconhecer esses fantasmas que a
criança ou o sujeito tem. Esse fantasma que a criança representa precisa ser
decodificado, porém sozinho o analista não conseguirá decodificá-lo. São as
associações que a criança faz que trazem a chave para decodificá-lo.
Devido a isso, pode-se dizer que a criança é o próprio analista; ela mesma
com a ajuda do analista se decodifica. A própria criança descobre e conta onde está
o fantasma. “A imagem do corpo não é a imagem que é desenhada ali, ou
representada na modelagem; ela está por ser revelada pelo diálogo analítico com a
criança”. (DOLTO, 2010, p. 9). É devido a isso, que o analista não pode interpretar
de imediato o material da criança, como o desenho, a massa de modelar, etc. É a
criança que acaba fornecendo os elementos que o analista precisa para a
interpretação psicanalítica de seus sintomas, isso não ocorre de imediato, pode
demorar dias, meses.
O esquema corporal é uma realidade de fato, sendo de certa forma nosso viver carnal no
contato com o mundo físico. Nossas experiências de nossas realidade dependem da
integridade do organismo, ou de suas lesões transitórias ou indeléveis, neurológicas,
musculares, ósseas e também, de nossas sensações fisiológicas viscerais,
circulatórias[...]. (DOLTO, 2010, p. 10-11).
Então, podemos dizer que o esquema corporal segue uma lógica material,
que é determinada por fatores genéticos comuns, ou seja, que todos nós temos.
Então, golpes orgânicos precoce, traumas, medos podem provocar perturbações do
esquema corporal, e estas, podem ocasionar modificações passageiras ou duráveis.
É frequente que o esquema corporal com problemas e a imagem sã do corpo
coabitem em um mesmo sujeito, ou seja, uma pessoa pode ter uma imagem do
corpo perfeitamente boa (sã), mas o seu esquema corporal tem problemas, está
enfermo.
Quando podemos dizer que o esquema corporal de um indivíduo foi atingido e
tem problemas? O esquema corporal, por exemplo, pode ser atingido quando a
poliomielite é muito precoce, em crianças de berços, na idade do aleitamento, mas
mesmo se essas crianças não recuperarem um esquema corporal são, a
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enfermidade pode não afetar sua imagem corpo. Então isso nos mostra que o
esquema corporal nem sempre afeta a imagem do corpo. Porém, para isso é preciso
que a relação com a mãe e o ambiente humano tenha permanecido flexível e
satisfatória, sem muita angústia da parte dos pais.
Assim, uma criança paraplégica, por exemplo, tem necessidade de brincar
com a mãe, não precisa ser uma brincadeira que a criança não consiga realizar. Ela
pode muito bem brincar verbalmente com a mãe, falando sobre atividades como
correr, saltar, coisas que a mãe sabe que a criança não poderá fazer. Porém, desta
forma a criança projeta uma imagem sã do corpo.
Podemos perceber que se a criança tem a oportunidade de falar e brincar
com alguém que aceita este jogo projetivo, isso permite à criança integrar na
linguagem tais desejos, apesar da realidade, da enfermidade de seu corpo. E a
linguagem irá proporcionar a esta criança as descobertas de meio pessoais de
comunicação.
Também é possível perceber isso, quando observamos crianças sem braço
ou sem perna, pintar com a boca tão bem quanto àquelas que têm mãos; e aqueles
que só têm pés, chegar a ser tão hábeis com seus pés quanto outros o são com as
mãos. Mas é importante destacar que isto só acontece se elas são amadas e
apoiadas nos meios que lhes restam para se tornarem criadoras, meios que são
representantes de suas pulsões nas trocas com os outros, ou seja, é preciso que
elas sejam apoiadas, que sejam vista como indivíduos capazes e não como
indivíduos doentes.
A imagem do corpo de acordo com Dolto (2010) é:
CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
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