Você está na página 1de 48

ASSOCIATIVISMO E ATIVIDADE EMPRESARIAL AUTÁRQUICA

Programa

I. Enquadramento do Poder Local em Portugal


a. Poder Local Democrático
i. Eleito directamente
ii. Autonomia
1. Competências Próprias
2. Tutela da legalidade administrativa, excluindo a tutela de
mérito
b. Competências Municipais
i. Evolução da capacidade própria / Evolução da cooperação iter
municipal
ii. Dos Gabinetes Técnicos às Associações de Municípios de Fins
Específicos e às Comunidades Intermunicipais
1. GAT´S – Serviços desconcentrados
2. A necessidade do associativismo
a. O surgimento de associações de fins específicos
3. ANMP
II. A Cooperação como instituto de eficiência, racionalização e ccriação de economias de
escala
a. Por via do associativismo / Por via da contratualização
b. Personalidade jurídica das AM de fins específicos
III. As Áreas Metropolitanas e as CIMs – Entidades intermunicipais de fins gerais
a. Órgãos e modelo de gestão
b. Atribuições e Competências
c. Recursos Financeiros
d. Pessoal
IV. CIMAC – Experiência no território do Alentejo (Ligação ao SITE)

V. Atividade Empresarial Local


a. Serviços municipalizados
i. A longa tradição dos serviços municipalizados
ii. A evolução das empresas municipais
b. Empresas municipais
c. Empresas intermunicipais
d. Enquadramento Legal
i. Objeto e âmbito
ii. Participações Locais e Sociedades comerciais participadas
iii. Princípio da fundamentação

1
iv. Constituição Estatutos e Fiscalização
v. Empresas locais de gestão de serviços de interesse geral
vi. Empresas locais de promoção do desenvolvimento local e regional
vii. Participação em sociedades comerciais
viii. Fundações e Cooperativas
ix. Equilíbrio de Contas
VI. O Estádio do Poder Local em Angola
a. Debate e contributos dos participantes

Calendário

29 Outubro 9h-12,30h

12 Novembro 14h-17,30h

24 Novembro 14h-17,30h

26 Novembro 9h-12,30h

26Novembro 14h-17,30h

2
Breve Enquadramento

Durante 50 anos as autarquias locais não passaram de meras extensões do Estado, frutos de
uma ideologia autoritária e centralizadora, em que os Municípios foram transformados em
instrumentos de administração indireta do Governo, destituídos de qualquer autonomia e de
recursos financeiros, processando-se a sua administração num sistema de total dependência e
subordinação face ao Estado Central

Após a instauração do regime democrático, a 25 de Abril de 1974, assistiu-se a uma forte


descentralização de competências da Administração Central para os municípios

Reconhecem-se assim, em 1976, as Autarquias Locais como entidades autónomas do Estado,


com especificidades suficientes para justificar uma existência protegida da ingerência do Poder
Central. Os conceitos de “autarquia local” e de “autonomia” são, desse modo, indissociáveis,
coexistindo numa relação de interdependência.

As Autarquias Locais constituem, assim, um pilar da organização democrática do Estado,


configuradas como administração política legitimada pelo voto e assente na organização
democrática do poder político, assumindo-se como um instrumento ao serviço da satisfação
dos interesses próprios das populações, no seu âmbito de intervenção.

O instrumento pelo qual o Estado assegura o primado da lei sobre a autonomia local é o da
tutela administrativa que, no entanto, apenas se pode estender à verificação do
cumprimento da lei por parte dos órgãos autárquicos, encontrando-se, assim, excluída do
sistema a tutela de mérito que, quando exercida, sempre visa apreciar a oportunidade ou a
conveniência de práticas e de decisões das Autarquias Locais.

O quadro de competências e regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos municípios


constam da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro

 Associações de municípios e de freguesias

 As entidades intermunicipais (áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais) e


as associações de freguesias e de municípios de fins específicos constituem o
universo do associativismo autárquico, cuja disciplina legal consta do anexo I da Lei n.º

3
75/2013, de 12 de setembro (título III - artigos 63.º a 110.º). Estas entidades têm a
natureza de associações públicas de autarquias locais.

 As entidades intermunicipais têm, em síntese, atribuições no âmbito do planeamento


e desenvolvimento regional e na prestação de serviços públicos essenciais,
promovendo a articulação entre os municípios e os serviços da administração central
em vários domínios.

A Necessidade do Associativismo

 A busca da Associação como solução está relacionada com a necessidade de colmatar


as limitações de escala existentes ao nível dos municípios considerados singularmente.

 Na verdade, os municípios confrontam-se com limitações latentes ao terem de lidar


quotidianamente com problemas de grandeza supra municipal que excedem portanto
o seu âmbito de acção e cujas soluções não se encontram, de forma isolada, ao seu
alcance.

 As associações de municípios, encontram-se previstas no artigo 254.º da Constituição

 Em 1981, foi publicada a primeira lei das associações de municípios de direito público
(lei n.º 266/81 de 15 de Setembro).

 As AM, dependiam do acordo dos municípios interessados, observando-se, tanto


quanto possível, os princípios da liberdade municipal.

 Em 1984, foram delimitadas as competências da administração central e da


administração local em matéria de investimentos.

 No entanto, rapidamente se verificou que as autarquias à época eram praticamente


“acéfalas” o que levou à criação dos Gabinetes de Apoio técnico (GAT) pelo Decreto-
Lei 58/79 de 30 de Março.

 Estes organismos, entes da administração central, dependentes das Comissões de


Coordenação e Desenvolvimento Regional tinham como objectivo a disponibilização
ou prestação de apoio técnico especializado, bem como formar os quadros dos
municípios da sua área de actuação, sendo esta constituída sempre por mais do que
um município.

 O objectivo principal foi dotar os municípios de meios técnicos que lhes permitissem a
concretização das suas competências (O Diploma 58/79 é posteriormente alterado
pela Lei 10/80 de 19 de Junho).

 A criação dos Gabinetes de Apoio Técnico serviu também como plataforma


embrionária para a criação das Associações de Municípios, pois criou uma estrutura de
convergência de vários municípios de uma mesma região, partilhando área, cultura e

4
problemas comuns de que são exemplo a captação de água, o saneamento, a
construção de infra-estrutura pesada, as acessibilidades (vias de comunicação), a
diminuta capacidade de reivindicação, dificuldades em efectuar candidaturas a fundos
europeus, entre outras.

 No entanto, os GAT estavam confinados ao apoio técnico, o que limitava o


desenvolvimento de formas de cooperação intermunicipal mais abrangentes que
permitissem o desenvolvimento de iniciativas que congregassem a dimensão política,
económica e social.

 Deste modo, com o Decreto-Lei n.º 99/84 de 29 de Março surgem as Associações de


Municípios, (a realização voluntária de uma associação de municípios) estabelecendo
este diploma o regime jurídico comum das associações de municípios de direito
público, posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 412/89, de 29 de Novembro e
finalmente pela Lei 172/99 de 26 de Setembro que estabelece o regime jurídico
comum das associações de municípios de direito público com a moldura actual. (O
Diploma 172/99 foi ainda alterado pela Lei 30-C/2000 de 29 de Dezembro - Orçamento
do Estado para 2001).

 Surgimento da ANMP As associações que tiverem por objecto a representação dos


municípios junto dos órgãos de soberania e de administração central

 O associativismo municipal, enquanto tipo de cooperação intermunicipal, constitui, em


primeiro lugar, um meio de criação de pessoas jurídicas, privadas e/ou públicas, que
visam reforçar a capacidade de gestão dos municípios com vantagens ao nível da
eficiência, da racionalização dos recursos, da uniformização de procedimentos, da
criação de economias de escala, da partilha de experiências e de boas práticas e,
consequentemente, a melhor prossecução do interesse público.

 Existem outras formas de cooperação intermunicipal, tais como os acordos de


cooperação, em que a colaboração é contratualizada; empresas intermunicipais, cuja
colaboração é feita na lógica do mercado e pode envolver agentes distintos de
autarquias locais; geminações, que em regra pressupõem laços de cooperação entre
municípios ou cidades de áreas geográficas ou políticas diferentes

 O associativismo municipal, independente da caracterização formal e legal moldável


no decurso do tempo, pressupõe a criação por dois ou mais municípios de uma nova
entidade jurídica, dotada de personalidade jurídica e património próprio e cujos
órgãos integram os municípios membros, a qual visa a prossecução do interesse
público comum

 Em 2003, numa lógica de reforço do associativismo concretizou uma efetiva


reestruturação do regime associativo municipal em Portugal, alterando-se as traves-
mestras do regime legal vigente com as Leis n.º 10/2003 e n.º 11/2003, de 13 de Maio.

5
 As comunidades intermunicipais são pessoas colectivas de direito público, criadas por
vários municípios para a realização de interesses comuns.

 As comunidades intermunicipais podem ser de dois tipos:

 - Comunidades intermunicipais de fins gerais, são constituídas por municípios ligados


entre si por um nexo territorial.

 - Associações de municípios de fins específicos são criadas para a realização de


interesses específicos comuns aos municípios que as integram. São pessoas coletivas
de direito privado

 As áreas metropolitanas são pessoas colectivas públicas de natureza associativa e de


âmbito territorial e visam a prossecução de interesses comuns aos municípios que as
integram.

 As AM e as CIMfg para além de terem sido criadas por diplomas legais distintos,
tinham como principal elemento diferenciador a demografia e ambas obedeciam aos
princípios da continuidade territorial, da estabilidade e da exclusividade, na medida
em que os municípios que integravam uma AM ou uma CIMfg estavam ligados entre si
por um nexo territorial, tinham de aí permanecer durante 5 anos e não podiam
integrar mais do que uma associação.

 São constituídas por municípios ligados entre si por um nexo de continuidade


territorial e podem ser de dois tipos:

 Grandes áreas metropolitanas (GAM) Compreendem obrigatoriamente um mínimo de


nove municípios com, pelo menos, 350 000 habitantes.

 Comunidades urbanas (ComUrb) compreendem obrigatoriamente um mínimo de três


municípios com, pelo menos, 150 000 habitantes.

 Sendo ambas pessoas coletivas de direito público, a distinção conceptual decorre da


CIMfg ser constituída para a prossecução de fins gerais por municípios ligados entre si
por um nexo territorial, e a associação de municípios de fins específicos ser criada para
a realização de interesses específicos comuns aos municípios que a integram, sem
necessidade de uma conexão territorial.

 A reforma de 2003, não obstante comportar uma mudança na lógica do associativismo


municipal ao abrir as portas à criação de entidades efetivamente intermunicipais
acabou por não produzir todos os efeitos desejados, em resultado de:
 Leque excessivo de atribuições e competências
 Forma de financiamento autónoma, menos dependente da vontade dos municípios,
 Prossecução estruturas pesadas
 Sobreposição de competências entre estas associações, os municípios e a
Administração Central

6
 As CIMs, não obstante o legislador ter respeitado o princípio de liberdade de adesão,
as competências atribuídas a estas associações acabaram por impor a adesão sob pena
dos municípios que não aderissem, serem afastados da gestão dos fundos
comunitários disponibilizados no âmbito do QREN, na medida em que as delegações
de competências com estabelecimento de subvenções globais são feitos
obrigatoriamente entres os Programas Operacionais Regionais e as associações de
municípios.
 Lei 45/2008 (CIMs) e Lei 46/2008 AM veio corrigir algumas destas questões

AM de Lisboa e Porto

 Deliberativo - Constituídas por membros eleitos pelas assembleias municipais, em


número ímpar superior ao triplo do número dos municípios que a integram, num
máximo de 55. Eleitos de entre os membros das assembleias municipais, eleitos
diretamente, mediante a apresentação de listas, sendo a votação feita no âmbito de
cada assembleia municipal e os mandatos atribuídos segundo o sistema de
representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt.

 Órgão Executivo - Junta metropolitana constituída pelos presidentes das câmaras


municipais de cada um dos municípios, os quais elegem, de entre si, um presidente e
dois vice-presidentes (este órgão pelas competências têm uma natureza mais de
moderador do que executivo).

 Comissão Executiva Metropolitana (CEM), é o efetivo órgão executivo responsável


execução das deliberações da assembleia metropolitana e das linhas orientadoras
definidas pela junta metropolitana. É constituído por três a cinco membros designados
pela junta metropolitana, e ratificados pela assembleia metropolitana, sendo um deles
presidente e outro vice – presidente, que exercem funções em regime de tempo
inteiro (os vogais podem estar a tempo parcial). O exercício de funções na comissão
executiva metropolitana é incompatível com o exercício de funções em órgãos
executivos dos municípios e regem-se pelo regime de incompatibilidades dos eleitos
locais

CIMs

 As comunidades intermunicipais de fins gerais apresentam algumas diferenças, na


medida em que um município só podia integrar uma comunidade de fins gerais,
constituída pelos seguintes órgãos:

 Assembleia intermunicipal, composta por representantes das assembleias municipais;

7
Constituída por membros de cada assembleia municipal, eleitos de forma
proporcional, tendo em conta o número de eleitores em cada município, eleitos
diretamente de entre os membros das assembleias municipais, eleitos diretamente,
mediante a apresentação de listas, sendo os mandatos atribuídos, em cada assembleia
municipal, segundo o sistema de representação proporcional e o método da média
mais alta de Hondt

 Conselho diretivo, composto pelos presidentes das câmaras dos municípios;

Constituídos pelos presidentes das câmaras municipais de cada um dos municípios, os


quais elegem, de entre si, um presidente e dois vice-presidentes

 Comissão consultiva intermunicipal, composta pelos membros do conselho diretivo e


pelos representantes dos serviços e organismos públicos cuja atividade interessava à
prossecução das atribuições da comunidade.

Recursos financeiros provenientes do Orçamento do Estado

AM LX e Porto Transferência do Orçamento do Estado para funcionamento corrente


correspondente a 1 % do Fundo de Equilíbrio Financeiro corrente dos Municípios da área
metropolitana

CIM Transferências do Orçamento do Estado correspondentes a 0,5 % da transferência do


Fundo de Equilíbrio Financeiro corrente prevista para os Municípios da respetiva unidade
territorial definida com base nas NUTS III

Trata-se de um volume de financiamento residual face ao conjunto de atividades


desenvolvidas, ficando, assim, em grande medida, dependentes de transferências dos
municípios integrantes e de fundos comunitários.

Endividamento

AM LX e Porto

Podem contrair empréstimos mas não o podem fazer a favor de qualquer dos municípios
integrantes

Os empréstimos relevam para efeitos de limites à capacidade de endividamento dos


municípios associados de acordo com a forma de imputação determinada pela assembleia
metropolitana, a qual carece de acordo expresso das assembleias municipais respetivas

8
Os municípios são subsidiariamente responsáveis pelo pagamento das dívidas contraídas na
proporção da respetiva população residente

CIM

Podem contrair empréstimos e celebrar contratos de locação financeira

Os empréstimos ou a celebração de contratos de locação financeira releva para efeitos de


limites à capacidade de endividamento dos municípios associados de acordo com a forma de
imputação determinada pela assembleia intermunicipal, a qual carece de acordo expresso das
assembleias municipais respetivas.

Os municípios são subsidiariamente responsáveis pelo pagamento das dívidas contraídas na


proporção da respetiva população residente

Atribuições e Competências das CIM

Estas terão, por um lado, de provir dos municípios ou do Estado e, por outro lado, importa
saber se podem as associações ter supremacia face aos municípios integrantes.

As associações de municípios constituem uma ―instância de poder local não supramunicipal


mas intermunicipal pelo que, não há uma relação de supremacia/sujeição das associações de
municípios relativamente aos municípios: aquelas limitam-se a coordenar (e não a dirigir ou
orientar) a atuação destes em empreendimentos comuns relativos a atribuições que não
deixam de ser municipais.‖

VER CIMAC

Em suma, pode afirmar-se que as principais atribuições das CIM abrangem:

a) Definição e gestão da estratégia supramunicipal;

b) Planeamento das atuações de entidades públicas com relevância supramunicipal;

c) Articulação das concretas atuações, com relevância supramunicipal, de entidades públicas,


designadamente ao nível dos investimentos

A concepção do quadro de atribuições das CIM parece ter tido como principal preocupação
garantir a participação destas entidades na gestão do QREN.

9
Com efeito, as principais atribuições das CIM abrangem:

a) Definição e gestão da estratégia supramunicipal;

b) Planeamento das atuações de entidades públicas com relevância supramunicipal;

c) Articulação das concretas atuações, com relevância supramunicipal, de entidades públicas,


designadamente ao nível dos investimentos

Graças a esta possibilidade, a maioria das CIM celebrou contratos de delegação de


competências com subvenção global com as autoridades de gestão dos Programas
Operacionais Regionais, o que implicou a delegação de competências de gestão e a atribuição
dos recursos financeiros necessários à execução dessas competências. A celebração destes
contratos pressupôs a elaboração de Programas Territoriais de Desenvolvimento (PTD) que
consubstanciam as estratégias integradas de desenvolvimento do território de cada CIM,

O Modelo de Atribuições e Competências vigente potencia a existência de CIM com


realidades muito distintas no que respeita às atividades realizadas.

Trata-se de um modelo assente nas concretas opções dos municípios que integram cada CIM e
dos órgãos destas entidades (compostos por membros oriundos dos órgãos dos municípios
associados) o que permite:

Tanto a existência de CIM que apenas se dedicam à participação na gestão do QREN e a


pontuais colaborações com os serviços da Administração Central, quando solicitadas para o
efeito,

Como a existência de CIM extremamente dinâmicas, que, para além do exercício das
atribuições próprias, exercem um vasto conjunto de competências delegadas pelos municípios
que as integram e atuam de forma regular como interlocutores desses municípios perante a
Administração Central nos mais diversos domínios.

Modelo de Gestão

Para a prossecução das suas atribuições as CIM podem criar serviços próprios e designar um
secretário executivo para os dirigir.

Os trabalhadores das CIM são recrutados, preferencialmente, por recurso à mobilidade interna
de entre os trabalhadores dos municípios integrantes da respetiva CIM, das assembleias
distritais ou de serviços da administração do Estado, e subsidiariamente, mediante recurso a
trabalhadores não titulares de relação jurídica de emprego público.

10
Modelo de Financiamento

0,5% da transferência do Fundo de Equilíbrio Financeiro

Contribuições dos municípios,

Transferências dos municípios para o exercício de competências delegadas

Contratualizadas com a Administração Central

Competências dos serviços da Administração Central que poderão ser exercidas pelas CIM

Desenvolvimento Rural Coordenação intermunicipal do planeamento da gestão florestal

Transportes e Comunicações Coordenação intermunicipal do planeamento de transportes


locais/regionais

Promoção do Desenvolvimento Económico Contratualização do planeamento e da gestão de


subvenções comunitárias de programas intermunicipais (programas integrados de
equipamento e infraestruturas locais, capacitação institucional, formação autárquica e
modernização administrativa

Ordenamento do Território Planeamento numa perspetiva integrada e coordenação do


desenvolvimento

Saúde Cogestão dos cuidados primários de saúde

Educação Gestão de edifícios (EB23 e secundárias), cogestão dos agrupamentos e coordenação


dos conselhos municipais de educação

Solidariedade Social Atendimento social integrado pelos conselhos locais de ação social

Transportes e Comunicações Transportes escolares

Gestão de praias Licenciamento das ocupações e qualificação ambiental

Competências municipais suscetíveis de serem exercidas pela CIM

Ambiente Gestão intermunicipal de abastecimento de água e de saneamento em baixa

Serviços Gerais

Assessoria jurídica

Aprovisionamento (gestão e coordenação de compras, seguros)

Serviços de metrologia (aferição de pesos)

11
Serviços médico-veterinários Canil intermunicipal

Gestão de Recursos Humanos Formação / Mobilidade

Estudo Piloto CIMs

Gestão Municipal, Gestão Intermunicipal e Financiamento

Reformatação das atribuições e competências passíveis de transferência dos municípios para


as CIM;

Identificação dos domínios de atribuições e competências passíveis de transferência do Estado


para as CIM e municípios;

Redefinição de perímetro e do modelo de associativismo municipal.

COMUNIDADES INTERMUNICIPAIS CIM’s

CIMAC _ COMUNIDADE INTERMUNICIPAL ALENTEJO CENTRAL

A Comunidade corresponde à Unidade Territorial de Nível III (NUT III) do Alentejo Central,
conforme Decreto-Lei nº 68/2008, de 14 de Abril.

O Alentejo Central, coincidente com o Distrito de Évora, é um território com 14 municípios,


69 freguesias e cerca de 170.000 habitantes em 7400 quilómetros quadrados.

MUNICPÍPIOS

A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central é composta pelos Municípios de


Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel,
Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.

Em 1985, onze anos após o 25 de Abril, nove anos depois das primeiras eleições autárquicas, 13
dos 14 municípios do Distrito de Évora uniram vontades para resolver em comum problemas
comuns e desenvolver em conjunto atividades do interesse de todos. Nasceu assim a AMDE –
Associação de Municípios do Distrito de Évora uma das primeiras associações de municípios do
País, assumida como um projeto político de associativismo municipal. Centrou-se num primeiro

12
momento na formação dos funcionários dos municípios e nas atividades desportivas
intermunicipais e logo começou a trabalhar na modernização das organizações municipais e na
promoção do desenvolvimento económico e social do seu território.
Quase três décadas depois a CIMAC – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, veio
substituí-la, reunindo pela primeira vez no projeto associativo os 14 municípios.

Atribuições

Sem prejuízo das atribuições transferidas pela Administração Central e pelos municípios, a
Comunidade Intermunicipal tem por fim a prossecução dos seguintes fins públicos:
a) Promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico,
social e ambiental do território abrangido;
b) Articulação dos investimentos municipais de interesse intermunicipal;
c) Participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional,
designadamente no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional — QREN;
d) Planeamento das atuações de entidades públicas, de carácter supramunicipal.
A Comunidade Intermunicipal assegura também a articulação das atuações entre os
municípios e os serviços da Administração Central, nas seguintes áreas:
a) Redes de abastecimento público, infraestruturas de saneamento básico, tratamento de
águas residuais e resíduos urbanos;
b) Rede de equipamentos de saúde;
c) Rede educativa e de formação profissional;
d) Ordenamento do território, conservação da natureza e recursos naturais;
e) Segurança e proteção civil;
f) Mobilidade e transportes;
g) Redes de equipamentos públicos;
h) Promoção do desenvolvimento económico, social e cultural;
i) Rede de equipamentos culturais, desportivos e de lazer.

Estatutos

A publicação dos estatutos em Diário da República ocorreu em 3 de Agosto de 2009.

CAPÍTULO I Disposições Gerais

13
ARTIGO 1º Natureza, Composição, Designação e Sede

1) A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central é uma pessoa coletiva de direito público


de natureza associativa e âmbito territorial, e visa a realização de interesses comuns aos
municípios que a integram, regendo-se pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, pelos
presentes Estatutos e pelas demais disposições legais aplicáveis.

2) A Comunidade é composta pelos Municípios de ……..

Adota a designação de Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central e a abreviatura de


CIMAC.

3) A CIMAC corresponde à Unidade Territorial Estatística de Nível III (NUT III) do Alentejo
Central.

4) A CIMAC tem sede em Évora,

ARTIGO 2º Atribuições

ARTIGO 3º Direitos dos Municípios Integrantes

Constituem direitos dos municípios integrantes da CIMAC:

c) Participar nos órgãos da CIMAC;

ARTIGO 4º Deveres dos Municípios Integrantes

b) Cumprir e fazer cumprir …….e as deliberações dos órgãos da mesma;

c) Efetuar as contribuições financeiras, nos termos estabelecidos na lei e nos presentes


estatutos.

ARTIGO 5º Impedimento

Não podem fazer parte de qualquer outra comunidade intermunicipal.

ARTIGO 6.º Património da CIMAC

14
ARTIGO 7º Órgãos

1. A CIMAC é constituída pelos seguintes órgãos:

a) Assembleia intermunicipal;

b) Conselho intermunicipal

c) Secretariado executivo intermunicipal

d) Conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal

Da Assembleia Intermunicipal ARTIGO 8º

Constituição e Funcionamento

1. A Assembleia Intermunicipal é constituída por membros de cada Assembleia


Municipal, eleitos de forma proporcional, nos seguintes termos:
Dois nos Municípios até 10.000 eleitores;
Quatro nos Municípios entre 10.001 e 50.000 eleitores;

2. A eleição ocorre, em cada Assembleia Municipal, pelo colégio eleitoral constituído pelo
conjunto dos membros da Assembleia Municipal, eleitos diretamente, mediante a
apresentação de listas que não podem ter um número de candidatos superior ao previsto no
número anterior e que devem apresentar, pelo menos, um suplente;

3. Os mandatos são atribuídos, em cada Assembleia Municipal, segundo o sistema de


representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt.
4. A assembleia Intermunicipal reúne ordinariamente duas vezes por ano, sendo a primeira
destinada à apreciação e votação dos documentos de prestação de contas do ano anterior e a
segunda à apreciação e votação das opções do plano e do orçamento para o ano seguinte.
5. A Assembleia Intermunicipal pode ainda reunir-se em sessões extraordinárias por
iniciativa da respetiva mesa ou quando requeridas:
a) Pelo Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal;
b) Pelo Presidente do Conselho Intermunicipal, em execução de deliberação
deste;
c) Por um terço dos seus membros.

ARTIGO 9.º Competências


Compete à Assembleia Intermunicipal:
a) Eleger a Mesa da Assembleia Intermunicipal;
b) Aprovar, sob proposta do Conselho Intermunicipal, as opções do plano, o orçamento e as
suas revisões, bem como apreciar o inventário de todos os bens, direitos e obrigações

15
patrimoniais e respetiva avaliação e, ainda, apreciar e votar os documentos de prestação de
contas;
c) Eleger, sob proposta do Conselho Intermunicipal, o Secretariado Executivo Intermunicipal;
d) Aprovar o seu regimento e os regulamentos, designadamente de organização e
funcionamento;
e) Exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei, pelos estatutos ou pelo
regimento;
f) Aprovar moções de censura ao Secretariado Executivo Intermunicipal.

ARTIGO 12.º Senhas de Presença


1. Os membros da Assembleia Intermunicipal têm direito a uma senha de presença pela
participação nas sessões ordinárias, calculadas nos termos aplicáveis ao pagamento das senhas
de presença abonadas aos membros das Assembleias Municipais.
2. Os membros da Assembleia Intermunicipal não têm direito a ajudas de custo pela sua
participação nas sessões da Assembleia Intermunicipal

13.º Constituição 1. O Conselho Intermunicipal

É constituído pelos Presidentes das Câmaras Municipais dos Municípios que integram a
CIMAC.
2. O Conselho Intermunicipal tem um Presidente e dois Vice-Presidentes, eleitos por aquele,
de entre os seus membros.
3. Ao exercício de funções no Conselho Intermunicipal não corresponde qualquer
remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo devidas nos termos da lei.

ARTIGO 14.º Reuniões


1. O Conselho Intermunicipal tem 12 reuniões anuais com periodicidade mensal.

6. As reuniões do Conselho Intermunicipal são públicas.

7. A primeira reunião tem lugar no prazo de 30 dias após a realização de eleições gerais para os
órgãos deliberativos dos Municípios que integram a CIMAC, e é convocada pelo Presidente da
Câmara Municipal do Município com maior número de eleitores.

ARTIGO 15.º Competências


.Compete ao Conselho Intermunicipal:
a) Eleger o seu Presidente e Vice-Presidentes, na sua primeira reunião;
b) Definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da CIMAC;
c) Submeter à Assembleia Intermunicipal a proposta do plano de ação CIMAC e o orçamento e
as suas alterações e revisões;
d) Aprovar os planos, os programas e os projetos de investimento e desenvolvimento de
interesse intermunicipal, incluindo

16
i) Plano intermunicipal de ordenamento do território;
ii) Plano intermunicipal de mobilidade e logística;
iii) Plano intermunicipal de proteção civil;
iv) Plano intermunicipal de gestão ambiental;
v) Plano intermunicipal de gestão de redes de equipamentos de saúde, educação, cultura e
desporto;

e) Propor ao Governo os planos, os programas e os projetos de investimento e


desenvolvimento de interesse intermunicipal;
f) Pronunciar-se sobre os planos e programas da administração central com interesse
intermunicipal;
g) Acompanhar e fiscalizar a atividade do Secretariado Executivo Intermunicipal, das empresas
locais e de quaisquer outras entidades que integrem o perímetro da administração local;
h) Apreciar, com base na informação disponibilizada pelo Secretariado Executivo
Intermunicipal, os resultados da participação da CIMAC nas empresas locais e em quaisquer
outras entidades;
i) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos resultantes de ações tutelares ou de
auditorias executadas sobre a atividade dos órgãos e serviços da CIMAC;
j) Tomar posição perante quaisquer órgãos do Estado ou entidades públicas sobre assuntos de
interesse para a CIMAC;
k) Discutir e preparar com os departamentos governamentais e com as Câmaras Municipais
contratos de delegação de competências, nos termos previstos na legislação em vigor;
l) Aprovar a celebração de contratos de delegação de competências com o Estado e com os
Municípios, bem como a respetiva resolução e revogação;
m) Autorizar a CIMAC a associar-se com outras entidades públicas, privadas ou do setor social
e cooperativo, a criar ou participar noutras pessoas coletivas e a constituir empresas locais;
n) Propor a declaração de utilidade pública para efeitos de expropriação;
o) Deliberar sobre a existência e o número de Secretários Intermunicipais, no limite máximo de
dois, e se os mesmos são remunerados, nos termos da legislação em vigor;
p) Aprovar o seu regimento;
q) Aprovar, sob proposta do Secretariado Executivo Intermunicipal, os regulamentos com
eficácia externa;
r) Deliberar sobre a forma de imputação material aos Municípios integrantes da CIMAC das
despesas não cobertas por receitas próprias;
s) Apresentar à Assembleia Intermunicipal, para aprovação, os documentos de prestações de
contas da CIMAC;
t) Aprovar a constituição da entidade gestora da requalificação nas autarquias, bem como o
regulamento específico.

2. Compete ao Conselho Intermunicipal comparecer nas Assembleias Municipais, quando por


estas solicitado nos termos da legislação em vigor, com faculdade de delegação no
Secretariado Executivo Intermunicipal.

17
3. Compete ainda ao Conselho Intermunicipal deliberar sobre a demissão do Secretariado
Executivo Intermunicipal.

ARTIGO 18.º Constituição


O Secretariado Executivo Intermunicipal é constituído por um Primeiro-Secretário e, mediante
deliberação unânime do Conselho Intermunicipal, até dois Secretários Intermunicipais.

19.º Eleição 1. Na sua primeira reunião, o Conselho Intermunicipal aprova, à pluralidade de


votos, a lista ordenada dos candidatos a membros do Secretariado Executivo Intermunicipal a
submeter a votação e comunica-a ao Presidente da Assembleia Intermunicipal.

3. A votação realiza-se por sufrágio secreto, sob pena de nulidade.

4. Caso a lista submetida a votação não seja eleita, o Conselho Intermunicipal, tendo em conta
os resultados das eleições gerais para as Assembleias Municipais e ouvidos os partidos,
coligações e grupos de cidadãos nelas representados, aprova e submete a eleição uma nova
lista, aplicando-se o disposto nos números anteriores, com as necessárias adaptações.

ARTIGO 21.º Competências 1. Compete ao Secretariado Executivo Intermunicipal:

ARTIGO 22.º Estatuto dos Membros do Secretariado Executivo Intermunicipal

1. A remuneração do Primeiro-Secretário é igual a 45 % da remuneração base do Presidente da


República.

2. A remuneração dos Secretários Intermunicipais é igual à remuneração base de vereador a


tempo inteiro, em regime de exclusividade, de Câmara Municipal de Município com um
número de eleitores superior a 10 000 e inferior a 40 000.

3. O Primeiro-Secretário e os Secretários Intermunicipais têm direito a despesas de


representação, respetivamente, no valor de 30 % e de 20 % das suas remunerações base.

6. Os membros do Secretariado Executivo Intermunicipal remunerados exercem funções em


regime de exclusividade.
7. Aos membros do Secretariado Executivo Intermunicipal está vedado o exercício de
quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou das autarquias locais.

8. Os membros do Secretariado Executivo Intermunicipal não podem ser prejudicados na


respetiva colocação ou emprego permanente por virtude do desempenho dos seus mandatos.

18
9. Durante o exercício do respetivo mandato não podem os membros do Secretariado
Executivo Intermunicipal ser prejudicados no que respeita a promoções, gratificações,
benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de caráter não pecuniário.

10. O tempo de serviço prestado como membro do Secretariado Executivo Intermunicipal é


contado como se tivesse sido prestado à entidade empregadora.

ARTIGO 23.º Natureza e Constituição

1. O Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal é um órgão de natureza


consultiva destinado ao apoio ao processo de decisão dos restantes órgãos da CIMAC.

2. O Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal é constituído por


representantes das instituições, entidades e organizações com relevância e intervenção no
domínio dos interesses intermunicipais.

3. Compete ao Conselho Intermunicipal deliberar sobre a composição em concreto do


Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal.

ARTIGO 26.º Mandato dos membros da Assembleia Intermunicipal e do Conselho


Intermunicipal
1. O mandato dos membros da Assembleia Intermunicipal e do Conselho Intermunicipal
coincide com o que legalmente estiver fixado para os órgãos das autarquias locais.
2. A perda, a cessação e a renúncia ao mandato de Presidente de Câmara Municipal determina
o mesmo efeito no mandato detido no Conselho Intermunicipal.
3. O mandato dos membros do Secretariado Executivo Intermunicipal tem início com a tomada
de posse e cessa com a eleição de novo presidente da Assembleia Intermunicipal, na sequência
da realização de eleições gerais para os órgãos deliberativos dos Municípios, sem prejuízo do
disposto no artigo seguinte.
4. Os membros do Secretariado Executivo Intermunicipal mantêm-se em funções até à tomada
de posse dos novos membros.

ARTIGO 30.º Deliberações

1. As deliberações dos órgãos da CIMAC vinculam os municípios que a integram.


2. As deliberações do Conselho Intermunicipal consideram-se aprovadas quando os votos
favoráveis dos seus membros correspondam, cumulativamente, a um número igual ou
superior ao dos votos desfavoráveis e à representação de mais de metade do universo total de
eleitores dos Municípios integrantes da CIMAC.
3. Para efeitos do número anterior, considera-se que o voto de cada membro é representativo
do número de eleitores do Município de cuja Câmara Municipal seja Presidente.

19
ARTIGO 31.º Serviços Intermunicipais
1. A CIMAC pode criar serviços de apoio técnico e administrativo.

ARTIGO 32.º Pessoal


1. A CIMAC dispõe de mapa de pessoal próprio, privilegiando-se o recurso ao seu
preenchimento através dos instrumentos de mobilidade geral legalmente previstos,
preferencialmente de trabalhadores oriundos dos mapas de pessoal dos Municípios que a
integram.
2. Aos trabalhadores da CIMAC é aplicável o regime jurídico do contrato de trabalho em
funções públicas.

Documentos (Publicados na Internet) Atas

Exemplo 26 de Maio. Consultar

Informação de Gestão

Consultar

ANO 2019

• Declaração de compromissos plurianuais existentes em 31/12/2019


• Declaração de recebimentos em atraso existentes em 31/12/2019
• Declaração de pagamentos em atraso existentes em 31/12/2019

Áreas CIMAC

20
Para prossecução das atribuições a que se referem os respetivos Estatutos, a CIMAC, adota
uma estrutura matricial, na aceção do artigo 12º do DL n.º 305/2009, de 23 de Outubro, com
as seguintes unidades orgânicas:

a) Unidade de Ambiente e Desenvolvimento (UAD);

b) Unidade de Inovação e Qualificação (UIQ);

c) Unidade de Gestão de Programas e Projetos Contratualizados (UGPC);

d) Unidade de Gestão de Recursos (UGR).

Consultar

21
Parte II

 Atividade empresarial local das autarquias

O Poder Local Democrático detém um vasto conjunto de competências que tenderão a


alargar-se a novas áreas. Por outro lado o quadro de intervenção das autarquias passou a
permitir que estas, na prossecução das suas competências, possam criar empresas municipais
e inter-municipais ou, simplesmente, que participem em empresas. É esta nova realidade que
nos propomos analisar.

Ao Poder Local cabem 3 funções

• Política
• Administrativa
• Produção e Gestão

A função política identifica e materializa os objectivos do no exercício do Poder Local. O


resultado da função política traduz-se, entre outros elementos, nas opções programáticas que
têm sido materializadas no nível de satisfação das populações. De igual forma é ao nível da
função política que se exerce a acção regulamentar.

O exercício institucional do Poder Local obriga, em segundo lugar, a que os próprios eleitos
desenvolvam simultaneamente um vasto leque de funções administrativas.

Estas materializam-se, entre outras, no conjunto de actos de licenciamento, que caracterizam,


no essencial, a função administrativa do Estado ao nível local. E, este nível ocupa um largo
tempo da acção, decorrente, desde logo, das exigências da impostas pelas leis que regem a
administração local. Mesmo num quadro em que estruturamos, organizamos e dotamos de
quadros técnicos os serviços, por forma a que estes detenham capacidade de preparar, propor
e executar o grosso da função administrativa, sobram sempre muitas e muitas tarefas
administrativas para serem exercidas pelos eleitos.

22
Em terceiro lugar, o exercício das competências do Poder Local leva a intervir na produção e
na gestão de bens públicos locais, na produção e gestão de equipamentos sociais e de apoio
ao desenvolvimento, e, também, na produção e gestão de serviços públicos.

Produção Gestão

Bens Públicos Equipamentos Serviços Públicos

A construção e uso fruto de um parque urbano, ou a pavimentação de arruamentos de um


bairro enquadram-se claramente no domínio da produção de bens públicos locais. A
experiência diz-nos que a sua produção e manutenção pode ser feita por meios próprios de
administração directa, ou por meios alheios, com recurso à empreitada ou à prestação de
serviços (manutenção). Mas propor que a sua gestão caiba a uma empresa, ainda que
exclusivamente municipal, tão simplesmente porque essa empresa não teria objecto para a
sua actividade. De facto, a liberdade de qualquer cidadão circular numa rua ou num parque
urbano, sem que tenha que pagar para beneficiar do seu uso, esvazia o objecto empresarial.

De forma diferente, o acesso a serviços públicos ou a equipamentos, pode ser feita de forma
totalmente gratuita, exigindo-se, nesta situação, que o seu pagamento seja integralmente
suportado pela receita fiscal da autarquia. Ou, pelo contrário, que o respectivo acesso
implique o pagamento total ou parcial do serviço ou do uso do equipamento, sendo, neste
caso, financiado, total ou parcialmente, pela obtenção de receitas provenientes de tarifas ou
preços.

A definição do modelo e dos princípios que orientam a intervenção, a produção e os critérios


de acesso a equipamentos e a serviços públicos é uma função eminentemente política. E,
nessa medida, devemos centrar o papel dos eleitos e do seu “staff” político na definição das
orientações que devem presidir à intervenção nestas áreas.

23
De facto decidir se a recolha de resíduos sólidos, o abastecimento de água, o saneamento
devem, ou não, servir a totalidade da população, independentemente do seu grau de
concentração urbana é um acto político.

Da mesma forma decidir sobre a construção de piscinas municipais constitui claramente o


nível de decisão política. Desta faz igualmente parte a definição da estrutura, do nível das
tarifas e preços e dos objectivos sociais que se pretendem atingir com a prestação desses
serviços. Por esta razão a decisão política do modelo e dos princípios têm que caber
naturalmente aos órgãos políticos

Mas, a gestão e exploração, quer de certos equipamentos, quer da prestação de determinados


serviços públicos autárquicos não tem que ser feita num quadro de primazia administrativa,
que impera, orienta e rege a intervenção das autarquias, enquanto nível local da função
administrativa do Estado.

Na verdade, a gestão de muitos equipamentos e a gestão de muitos serviços públicos que são
da responsabilidade das autarquias pode ser enquadrada num modelo de gestão empresarial,
quer esta resulte da criação de empresas municipais e intermunicipais, quer esta resulte da
simples concessão a empresas sem participação municipal.

Devemos, pois, reflectir sobre a criação de empresas municipais, como meio a que podemos
recorrer, e definir as respostas possíveis e mais convenientes a dar aos desafios que se
colocam ao modelo de gestão.

Em sentido diferente tem surgido, de forma crescente, o processo de concessão, quer de


serviços públicos, quer de investimento em ativos. Neste caso estamos perante empresas
privadas, estranhas ao município, que se afastam, progressivamente, a sua gestão do interesse
público.

Deixada esta nota sobre a concessão centremo-nos na estratégia e nas prioridades a


prosseguir num modelo de criação de empresas municipais.

Antes de mais importa analisarmos o conteúdo de alguns conceitos.

Comecemos por despistar algumas confusões que, mesmo entre nós, surgem com alguma
frequência.

24
Assistimos, com relativa frequência, à utilização do conceito de “mercado” como equivalente
ao da existência de um sistema empresarial privado que organiza, gere e explora o lado da
oferta de um determinado bem.

É no seguimento desta visão, de falso rigor científico, que se começou a falar no “mercado da
água”, ou mais recentemente, no “mercado do ambiente”. De forma mais generalizada fala-se
também no “mercado de distribuição de energia eléctrica em baixa”, no “mercado dos
transportes urbanos”, no “mercado dos transportes escolares”, no “mercado das cantinas
escolares” ou mesmo, no “mercado de gestão de equipamentos desportivos e culturais”.
Estamos, claramente, perante uma visão que procura associar o conceito de mercado à, cada
vez mais exclusiva, “competência do sector empresarial privado” para explorar cada uma
destas áreas.

Nestes casos, estamos seguramente perante conceito errado de “mercado”.

Na verdade, devemos entender o “mercado” como meio de troca de bens com valor
económico, sendo pois condição necessária para a existência de qualquer mercado a existência
de procura e a capacidade de oferta do bem em questão. Mas esse mercado não terá
obrigatoriamente que corresponder à existência de um sector privado que o explora.

Esclarecida esta confusão, importa analisar como se organiza o lado da oferta de serviços
públicos, quando a competência para o seu fornecimento cabe às autarquias.

A decisão política de atribuir um conjunto de competências, muitas vezes em regime de


monopólio, à administração pública local tem que ver com a primazia de serviço público
associado ao fornecimento desses bens ou serviços.

Até aqui as autarquias locais estavam limitadas a proceder à oferta, em mercados que são da
sua exclusiva competência, segundo as regras de gestão da administração pública, ainda que
com autonomia ao nível de serviços municipalizados, ou a proceder à concessão do serviço a
empresas sem participação municipal, independentemente destas serem empresas públicas
ou empresas privadas. Todas estas possibilidades se mantém, mas o quadro de criação de
empresas municipais, constitui um elemento novo do modelo de intervenção autárquica. As
novas estruturas, sendo empresas e, portanto geridas com regras próprias, surgem, assim,
como solução que pode ser mais apropriada ao funcionamento do mercado de serviços
públicos locais.

25
Tratando-se do fornecimento de serviços públicos a intervenção das autarquias deve orientar-
se, para o interesse social que possibilite o pleno acesso aos serviços públicos autárquicos a
toda a população.

Daqui que não poderá ser o mercado a decidir livremente o nível de procura desses bens,
através do preço. Terá de ser obrigatoriamente a função política a definir as políticas sociais
que tenham por objectivo a prestação desse serviço. Mas isto não quer dizer que as autarquias
não recorram ao modelo mais apropriado para intervir nesses mercados, recorrendo, para
tanto, a empresas especializadas, por si criadas e com autonomia para gerir esses mercados.

Assistimos, neste momento, a uma onda de liberalismo económico em que o sector privado
procura invadir todas as áreas, mesmo aquelas cuja responsabilidade cabe, em regime de
monopólio, às autarquias. Perseguem esse objectivo procurando introduzir o modelo de
concessão na prestação desses serviços públicos.

Seguramente que não é este o modelo que deve ser seguido pelas empresas municipais. Pelo
contrário, consideramos indispensável que a gestão dos mercados em que as autarquias
detém competências continuem orientados pelo interesse público e dirigidos pelo sector
público. É neste quadro que a intervenção das empresas municipais e intermunicipais pode
surgir como a resposta adequada em diferentes áreas.

• As áreas do ambiente, nas suas componentes de serviço público (abastecimento


de água, saneamento básico e resíduos sólidos), os transportes urbanos e os
transportes escolares, as cantinas escolares, ou mesmo a gestão de
equipamentos como parques de feiras, mercados, piscinas e pavilhões
constituem áreas em que o modelo de empresarialização deve ser analisado
como forma de gestão destes serviços.

Segundo a concepção do que temos vindo a defender estaremos seguramente a falar no


“mercado da água”, quando falamos de abastecimento de água, quer para o consumo
humano, quer como factor indispensável a muitos dos sectores produtivos.

De igual forma, fruto do desenvolvimento tecnológico torna-se hoje possível avançar para uma
política de ambiente, em que a Reutilização e a Reciclagem constituem vectores centrais.
Surge, assim, uma nova fonte de matérias-primas para um novo mercado já que as matérias
recicladas proporcionam valor económico a produtos até hoje simplesmente rejeitados. E,

26
neste novo mercado, vemos surgir empresas privadas não só interessadas em adquirir essas
matérias-primas, como as vemos igualmente interessadas em assumir a concessão da
prestação do serviço de recolha e tratamento desses resíduos, desde que lhes caiba a
cobrança e arrecadação da respectiva tarifa, em regra reforçada por indemnizações
compensatórias por parte do concedente público.

Ora, por exemplo o “mercado da água” surge hoje como um mercado em que é possível, pelo
menos em determinadas escalas, obter lucros apetecíveis para a intervenção do sector
privado. E, ao mesmo tempo, porque de monopólio natural se trata, existem ouros espaços
em que o direito à água 44apresenta custos médios perfeitamente irracionais do ponto de
vista económico. Coloca-se então a questão de saber se a água dever ser tratada como outra
mercadoria qualquer.

O “mercado da água” apresenta simultaneamente características específicas, na medida em


estamos perante um bem absolutamente necessário à vida do homem. E, por isso, a
organização da oferta não poderá ter por primado o objectivo essencial de qualquer empresa
privada, isto é, o lucro.

Por outro lado, a água surge, cada vez mais, como um recurso escasso, com custos de
produção cada vez mais elevados. Ao mesmo tempo, porque se trata de um serviço social de
primeira ordem, não se pode perder de vista que o sistema tarifário que lhe está associado
deverá garantir, em qualquer circunstância, a natureza de serviço social. Mas não podemos
igualmente deixar de ter presente que a generalização injustificada de preços subvencionados,
para além do objectivo social que contém, constitui uma sobrecarga orçamental para as
Autarquias.

Ao fornecimento de água para consumo está, cada vez mais, associado o problema de
degradação ambiental resultante da rejeição de águas residuais, exigindo-se das autarquias
um enorme esforço de investimento no seu tratamento.

É, pois, neste quadro que devemos ponderar como organizar a sua exploração.

• Manter o modelo integrado numa organização sujeita ao modelo organizacional


dos serviços municipais, com departamentos, divisões, repartições, secções, em que
impera a função administrativa?

27
As características deste modelo podem dificultar a avaliação dos desperdícios, da
produtividade, da melhor opção do modelo tarifário. E pode igualmente evidenciar com
transparência o seu peso no orçamento autárquico e se este é ou não adequado.

• Proceder à sua abertura a operadores privados, ou, pelo contrário, deverão ser
estruturas públicas a manter o monopólio no sector?

• No primeiro caso, se a opção for a da abertura ao sector privado, que modelo


seguir?

O primeiro, traduz-se na canalização de parte significativa dos recursos públicos para as áreas
em que existe a real apetência do sector privado, na medida em que a probabilidade de lucro é
alta face às economias de escala que podem ocorrer na exploração do sector, naquelas
regiões.

A segunda, procura assegurar que, independentemente da avaliação económica, o direito à


água deve consistir o pilar essencial da atividade, sem com isto afastar nomas de gestão que sã
fundamentais

Outra questão que importa analisar diz respeito ao âmbito das empresas a criar.

Empresas Municipais Empresas Inter-Municipais

A dimensão do investimento e a reduzida dimensão do próprio mercado em muitos dos


concelhos retira eficácia, por falta de escala, à opção de criar empresas municipais. Surge,
assim, como melhor opção a de criar empresas intermunicipais, como forma adequada de
rentabilizar os investimentos, as estruturas técnicas, a gestão e os próprios quadros.

Mesmo neste quadro a opção provavelmente exigirá que as autarquias subvencionem, através
de indemnizações compensatórias, estas empresas para que elas sejam viáveis num quadro de
estabilidade social e de defesa da qualidade de vida de vastas camadas da população.

+++

A evolução das empesas locais em Portugal

28
O surgimento das empresas municipais teve a sua origem no início dos anos 90

Mais do que centrem-se em atividades mercantis, derivadas da gestão de ativos geradores de


caixa, o seu crescimento apareceu como solução para “responder com celeridade, através da
eficácia empresarial, às necessidades dos munícipes face ao peso dos mecanismos de
decisão estatizados”.

Em sua defesa foram utilizados argumentos como não ter de se sujeitar aos morosos
concursos públicos que “atrasam as decisões” relativas a obras e à aquisição de serviços
necessários à sua ação.

Desta forma, em muitas situações, ao transferir para as empresas parte da execução, e até de
decisão das tarefas municipais o centro de decisão passou, em certa medida, para a alçada dos
Conselhos de Administração e das Direções das empresas, que se encontravam não só fora da
sujeição ao controlo da despesa pública, mas também, de certa forma, aos indicadores de
satisfação / insatisfação dos eleitores.

Mas, se é certo que ao longo de 30 anos as empresas municipais tiveram muitos exemplos
negativos, não é menos verdade que existem áreas de intervenção do Poder Local, onde a
perspectiva empresarial se deve sobrepor à visão administrativista.

Face a um evidente recurso à constituição de E.M como instrumento de fuga ao controlo


público o legislador acabou por regular as empresas locais através da Lei 50/2012

Quando terminou o ano de 2012 existiam 275 empresas municipais, numa média próxima de
uma por concelho, e no fim 2015, eram apenas 188. Este número representa uma queda de
32% e reflete a medida implementada no setor em pleno contexto de crise financeira.

Posteriormente a esta data continua a redução de EM, através da sua liquidação e


internalização da atividade nos serviços da autarquia.

A Lei de 2012 veio determinar a obrigação de extinguir aquelas que não cumprissem algum dos
critérios de sustentabilidade: vendas superiores a metade dos gastos; subsídios da Câmara não
valerem mais de 50% das receitas; resultado operacional e resultado líquido não serem
negativos nos últimos anos. Voltaremos a este assunto

Dependência financeira

29
Na prática, quando os entes autárquicos decidem criar uma empresa para explorar actividades
que prossigam fins de reconhecido interesse público, nomeadamente, as de índole social
(habitação social), cultural (museus, teatros e festas do concelho) ou desportiva (complexos
desportivos e piscinas), a viabilidade económica-financeira da empresa encontra-se, em
regra, dependente das transferências, auxílios económicos, indemnizações compensatórias,
ou outras que subsidiam a prossecução dessas mesmas actividades.

Corremos o risco de o recurso a entes empresariais como meio de contornar e/ou agilizar as
regras públicas de mercados, contratação de pessoal, remuneração dos órgãos de gestão, visto
prévio para a realização da despesa, induzindo à proliferação de entidades empresariais
dissociadas de critérios de economia, eficiência e eficácia na satisfação de necessidades
colectivas, potenciando o surgimento de novas estruturas organizacionais não sustentadas,
nem viáveis do ponto de vista económico-financeiro, perpetuando o financiamento maioritário
das suas actividades por parte dos seus criadores.

Enquadramento Legal de Setor Local Empresarial

A atividade empresarial local é a atividade desenvolvida por municípios e associações de


municípios (áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e associações de municípios

30
de fins específicos) através de serviços municipalizados e intermunicipalizados e empresas
locais, no âmbito das respetivas atribuições.

Os serviços municipalizados são serviços integrados na estrutura organizacional dos


municípios que dispõem de organização autónoma, sendo geridos de forma empresarial.

 As empresas locais são as sociedades constituídas ou participadas nos termos da lei


comercial, nas quais os municípios e associações de municípios podem exercer, direta
ou indiretamente, uma influência dominante em virtude de deterem qualquer forma
de controlo de gestão, designadamente a detenção da maioria do capital ou dos
direitos de voto, ou o direito de designar ou destituir a maioria dos membros dos
órgãos de gestão, de administração ou de fiscalização.

 As empresas locais podem ser de natureza municipal (quando a influência dominante é


exercida por um município), intermunicipal (quando exercida por dois ou mais
municípios, por uma comunidade intermunicipal ou por uma associação de municípios
de fins específicos) ou metropolitana (quando exercida por uma área metropolitana).
Em cada caso, a denominação da empresa é acompanhada da indicação da sua
natureza municipal, intermunicipal ou metropolitana pelas siglas E.M., E.I.M. ou E.M.T,
respetivamente.

 O regime jurídico da atividade empresarial local consta da Lei n.º 50/2012, de 31 de


agosto, regendo-se as empresas locais pelo disposto neste diploma, na lei comercial,
nos respetivos estatutos e, subsidiariamente, pelo regime do setor empresarial do
Estado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, sem prejuízo das
normas imperativas aí previstas.

Âmbito e Objeto

A possibilidade de constituição de EM não abrange o universo da atividade empresarial, como


instrumento suscetível de gerar recursos para financiar a administração local, cingindo-se o
seu âmbito ao universo das atribuições municipais, podendo surgir como objeto que melhor
prossegue o desempenho dessas atribuições.

1 - As empresas têm obrigatoriamente como objecto a exploração de actividades de


interesse geral, a promoção do desenvolvimento local e regional e a gestão de
concessões, sendo proibida a criação de empresas para o desenvolvimento de
actividades de natureza exclusivamente administrativa ou de intuito
predominantemente mercantil.

31
2 - Não podem ser criadas, ou participadas, empresas de âmbito municipal,
intermunicipal ou metropolitano cujo objecto social não se insira no âmbito das
atribuições da autarquia ou associação de municípios respectiva.

Princípio geral

1 - A constituição de empresas locais e as participações previstas devem ser fundamentadas na


melhor prossecução do interesse público e, no caso da constituição de empresas locais,
também na conveniência de uma gestão subtraída à gestão direta face à especificidade técnica
e material da atividade a desenvolver.

Municipalização de serviços

 Os municípios podem proceder à municipalização de serviços.


o Os serviços municipalizados integram a estrutura organizacional do município.
A criação de serviços municipalizados é precedida da elaboração de estudo relativamente
aos aspetos económicos, técnicos e financeiros

Acresce que, em relação aos estudos técnicos e económico-financeiros das entidades a

Organização. Os serviços municipalizados são geridos sob forma empresarial e possuem


organização autónoma no âmbito da administração municipal

Objeto dos serviços municipalizados

a) Abastecimento público de água;

b) Saneamento de águas residuais urbanas;

c) Gestão de resíduos urbanos e limpeza pública;

d) Transporte de passageiros;

e) Distribuição de energia elétrica em baixa tensão.

Empresas Locais

 Objeto social (Ver artigo 48º)

32
As empresas locais têm como objeto exclusivo a exploração de atividades de interesse geral
ou a promoção do desenvolvimento local e regional, e de forma tendencialmente auto
sustentável, sendo proibida a constituição de empresas locais para a prossecução de
atividades de natureza exclusivamente administrativa ou com intuito exclusivamente
mercantil.

Regem-se pela presente lei, pela lei comercial, pelos estatutos e,subsidiariamente, pelo regime
do setor empresarial do Estado

Só as associações de municípios, podem constituir ou adquirir participações que confiram uma


influência dominante, nos termos previstos na presente lei, em empresas locais de promoção
do desenvolvimento urbano e rural.

Constituição Estatutos e Fiscalização

A constituição é obrigatoriamente comunicada à Inspeção Geral de Finanças e à Direção-Geral


das Autarquias Locais, bem como, quando exista, à entidade reguladora do respetivo setor.

Estatutos são aprovados pela Assembleia Geral e pela Assembleia Municipal

A constituição ou a participação em empresas locais pelas entidades públicas participantes


está sujeita à fiscalização prévia do Tribunal de Contas

Funções do Fiscal Único (Revisor Oficial de Contas)

a) Emitir parecer prévio relativamente ao financiamento e à assunção de quaisquer obrigações


financeiras;

b) Emitir parecer prévio sobre a necessidade da avaliação plurianual do equilíbrio de


exploração;

c) Emitir parecer prévio sobre a celebração dos contratos-programa;

d) Fiscalizar a ação do órgão de gestão ou de administração;

e) Verificar a regularidade dos livros, registos contabilísticos e documentos;

f) Participar aos órgãos e entidades competentes as irregularidades, bem como os factos que
considere reveladores de graves dificuldades na prossecução do objeto da empresa local;

g) Proceder à verificação dos valores patrimoniais da empresa local ou por ela recebidos em
garantia, depósito ou outro título;

h) Remeter semestralmente ao órgão executivo da entidade pública participante informação


sobre a situação económico-financeira da empresa local;

33
i) Pronunciar-se sobre qualquer assunto de interesse para a empresa local, a solicitação do
órgão de gestão ou de administração;

j) Emitir parecer sobre os instrumentos de gestão previsional, bem como sobre o relatório do
órgão de gestão ou de administração e contas do exercício;

k) Emitir a certificação legal das contas.

Pessoal

Estatuto do pessoal das empresas locais é o do regime do contrato de trabalho.

O pessoal com relação jurídica de emprego público pode exercer funções nas empresas locais
mediante acordo de cedência de interesse público.

Viabilidade económico-financeira e racionalidade económica

A constituição das empresas locais deve ser sempre precedida dos necessários estudos
técnicos, nomeadamente do plano do projeto, na ótica do investimento, da exploração e do
financiamento, demonstrando-se a viabilidade e sustentabilidade económica e financeira das
unidades, através da identificação dos ganhos de qualidade, e a racionalidade acrescentada
decorrente do desenvolvimento da atividade através de uma entidade empresarial, sob pena
de nulidade e de responsabilidade financeira.

Os estudos previstos no número anterior devem incluir ainda a justificação das necessidades
que se pretende satisfazer com a empresa local, a demonstração da existência de procura
atual ou futura, a avaliação dos efeitos da atividade da empresa sobre as contas e a estrutura
organizacional e os recursos humanos da entidade pública participante, assim como a
ponderação do benefício social resultante para o conjunto de cidadãos.

A atribuição de subsídios à exploração pelas entidades públicas participantes no capital social


exige a celebração de um contrato-programa.

Independentemente das obrigações de controlo o desempenho da empresa local deve ser


objeto de avaliação anual pelos incluindo a elaboração de um relatório com a análise
comparativa das projeções decorrentes dos estudos e a efetiva situação económico-financeira
da empresa local

Parceiros privados

Na escolha dos parceiros privados, as entidades públicas participantes devem adotar os


procedimentos concursais estabelecidos no regime jurídico da contratação pública em vigor,
cujo objeto melhor se coadune com a atividade a prosseguir pela empresa local.

Equilíbrio de contas

34
1 - As empresas locais devem apresentar resultados anuais equilibrados.

2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5 artigo 40º, no caso de o resultado líquido antes de
impostos se apresentar negativo, é obrigatória a realização de uma transferência financeira a
cargo dos sócios, na proporção da respetiva participação social, com vista a equilibrar os
resultados do exercício em causa.

3 - Os sócios de direito público prevêem nos seus orçamentos anuais o montante previsional
necessário à cobertura dos resultados líquidos antes de impostos, na proporção da respetiva
participação social.

5 - Sempre que o equilíbrio de exploração da empresa local só possa ser avaliado numa
perspectiva plurianual que abranja a totalidade do período do investimento, é apresentado à
Inspeção Geral de Finanças, para efeitos de apreciação, e aos sócios de direito público um
plano previsional de mapas de demonstração de fluxos de caixa líquidos atualizados na ótica
do equilíbrio plurianual dos resultados.

6 - Na situação prevista no número anterior, os sócios de direito público consagram nos seus
orçamentos anuais o montante previsional anual e os compromissos plurianuais necessários à
cobertura dos desvios financeiros verificados no resultado líquido antes de impostos,
relativamente ao previsto no mapa inicial que sejam da sua responsabilidade

Empréstimos

Os empréstimos contraídos pelas empresas locais, bem como o endividamento líquido das
mesmas, relevam para os limites ao endividamento das entidades públicas participantes, em
caso de incumprimento das regras previstas no artigo anterior.

2 - As empresas locais não podem conceder empréstimos a favor dos sócios, nem prestar
quaisquer formas de garantias.

3 - As entidades públicas participantes não podem conceder empréstimos às empresas locais.

Empresas locais de gestão de serviços de interesse geral

Consideram-se empresas locais de gestão de serviços de interesse geral aquelas que,


assegurando a universalidade, a continuidade dos serviços prestados, a satisfação das
necessidades básicas dos cidadãos, a coesão económica e social local ou regional e a proteção
dos utentes, e, sem prejuízo da eficiência económica, no respeito pelos princípios da não
discriminação e da transparência, tenham exclusivamente por objeto uma ou mais das
seguintes atividades:

a) Promoção e gestão de equipamentos coletivos e prestação de serviços nas áreas da


educação, ensino e formação profissional, ação social, cultura, saúde e desporto;

35
b) Promoção, gestão e fiscalização do estacionamento público urbano;

c) Abastecimento público de água;

d) Saneamento de águas residuais urbanas;

e) Gestão de resíduos urbanos e limpeza pública;

f) Transporte de passageiros;

g) Distribuição de energia elétrica em baixa tensão.

Contratos-programa com empresas locais de serviços de interesse geral

A prestação de serviços de interesse geral pelas empresas locais e os correspondentes


subsídios à exploração dependem da prévia celebração de contratos-programa com as
entidades públicas participantes.

2 - Os contratos-programa devem definir detalhadamente o fundamento da necessidade do


estabelecimento da relação contratual, a finalidade desta, os montantes dos subsídios à
exploração, assim como a eficácia e a eficiência que se pretende atingir com a mesma,
concretizando um conjunto de indicadores ou referenciais que permitam medir a realização
dos objetivos setoriais.

3 - O desenvolvimento de políticas de preços das quais decorram receitas operacionais anuais


inferiores aos custos anuais é objetivamente justificado e depende da adoção de sistemas de
contabilidade analítica onde se identifique a diferença entre o desenvolvimento da atividade
apreços de mercado e o preço subsidiado na ótica do interesse geral.

5 - Os contratos-programa são aprovados pelo órgão deliberativo da entidade pública


participante, sob proposta do respetivo órgão executivo.

Empresas locais de promoção do desenvolvimento local e regional

36
São consideradas empresas locais de promoção do desenvolvimento local e regional aquelas
que, visando a promoção do crescimento económico, a eliminação de assimetrias e o reforço
da coesão económica e social, no respeito pelos princípios da não discriminação e da
transparência e sem prejuízo da eficiência económica, tenham exclusivamente por objeto
uma ou mais das seguintes atividades:

a) Promoção, manutenção e conservação de infraestruturas urbanísticas e gestão urbana;

b) Renovação e reabilitação urbanas e gestão do património edificado;

c) Promoção e gestão de imóveis de habitação social;

d) Produção de energia elétrica;

e) Promoção do desenvolvimento urbano e rural no âmbito intermunicipal.

Excecionalmente, e sem prejuízo do disposto no artigo 32.º, podem os municípios constituir ou


participar em empresas locais de promoção do desenvolvimento urbano e rural de âmbito
municipal, quando estejam verificados os seguintes pressupostos:

a) A associação de municípios ou a área metropolitana que integrem não se encontre


interessada em constituir ou participar em tais empresas;

b) Demonstrem capacidade financeira própria para o efeito.

Alienação, dissolução, transformação, integração, fusão e internalização

Compete ao órgão deliberativo da entidade pública participante, sob proposta do respetivo


órgão executivo, deliberar sobre a alienação da totalidade ou de parte do capital social das
empresas locais ou das participações locais.

Dissolução e internalização

Sem prejuízo do disposto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, as empresas
locais são obrigatoriamente objeto de deliberação de dissolução, no prazo de seis meses,
sempre que se verifique uma das seguintes situações:

a) As vendas e prestações de serviços realizados durante os últimos três anos não


cobrem, pelo menos, 50 /prct. dos gastos totais dos respetivos exercícios;

37
b) Quando se verificar que, nos últimos três anos, o peso contributivo dos subsídios à
exploração atribuídos pela entidade pública participante é superior a 50 /prct. das
suas receitas;

c) Quando se verificar que, nos últimos três anos, o valor do resultado operacional
subtraído ao mesmo o valor correspondente às amortizações e às depreciações é
negativo;

d) Quando se verificar que, nos últimos três anos, o resultado líquido é negativo.

14 - O disposto na alínea a) do n.º 1 não é aplicável às empresas locais que exercem, a título
principal, as atividades de ensino e formação profissional.

38
As empresas locais em processo de liquidação podem ceder às entidades públicas
participantes os seus trabalhadores contratados ao abrigo do regime do contrato de trabalho,
nos termos do disposto no artigo 58.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na exata
medida em que estes se encontrem afetos e sejam necessários ao cumprimento das atividades
objeto de integração ou internalização.

39
Desenvolver a tramitação do processo de liquidação de empresas locais e do processo de
internalização.

40
Parte III O Estádio do Poder Local em Angola

Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais

A tutela administrativa não deve prejudicar a prossecução, pelas autarquias locais, das suas
atribuições e o exercício das suas competências de modo autónomo.

Limites
Só pode ser exercida nas formas previstas na Constituição e na lei.

Tutela da legalidade
Incide ainda sobre

Atos violadores de liberdades e garantias


Orçamento, Ordenamento do território, violação das atribuições e competências,

Atos sujeitos a ratificação da tutela, sem poder de alteração, sendo obrigatória a


fundamentação

Plano, orçamento, ordenamento do território, alienação de património, quadro de


pessoal, empréstimos.

Deveres de informação – prazos – dados do reporte

Cooperação Intermunicipal

 Lei 30/20 de 28 de julho


• Instrumentos de colaboração. - Tarefas de interesse comum
• Cooperação descentralizada e a geminação

• Associações de Municípios
• Acordos de comparticipação
• Acordos de geminação

Associações

Princípio da voluntariedade, vizinhança e especialidade de interesses

Contiguidade territorial, exceção sempre que o objeto e as circunstâncias o justifiquem

Financiamento – autarquias e ouros rendimentos

Pessoal – quadro em mobilidade, podendo existir quadro próprio quando se justifique

41
Possibilidade de criação de associações representativas doas autarquias (ANMA) >3/4 dos
municípios do país

Representação – parceiro – com obrigação de consulta prévia– Apoio técnico às


autarquias

Âmbito e alcance dos acordos de comparticipação

Empresas interautárquicas

Legislação Angolana

 Transferência gradual de atribuições e competências


 Objetivos
o Aproximação dos serviços públicos
o Delimitação de competências Estado / Auqrquias
o Promoção da coesão soical e do desenvolvimento equillibrado do território
o Rracionalização dos recursos
o Adequação dos serviços à realidade local
 Princípios
o Autonomia local
o Descentralização administrativa
o Susidariedade
o Gradualismo
o Proporcionalidade
o Diferenciação
 Taxatividade
o As atrabuições de competÊncias das AL são taxtivas
 Transferência de competências
o De modo oigual
o Não universal
o Por celebração de acordo

42
oAcompanhada de transferência financeira calculada na base da exeução
orçamental dos últimos 2 anos
 Modalidade de transferência
o Posssibilidade de aticulação entre duas ou mais AL na base de porgrama
intermunicipal
 Atribuições
o Equipamento rural e urbanos; Energia e água; Transportes e vias de
comunicação; Educação e Ensino; Agircultura, pecuária e floresta; Património,
cultura e ciência; Turismo recreação e desporto; Saúde; Ação Social;
Habitação; Ambiente e Saneamento Básico; Promoção do desenvolvimento
económico e social; Ordenamento do território e urbanismo; Polícia municipal;
Cooperação descentralização e geminação
o

Anastor Ucueianga Delegado Provincial de Finanças da Lunda Norte


Anica Josina Pascoal Sousa Delegada Provincial de Finanças do Namibe
António Armindo Faria Nomeado Delegado Provincial de Finanças do Bié
António da Conceição Manuel Delegado Provincial de Finanças do Moxico
Arlete Cândida F. M. de Sousa Delegada Provincial de Finanças do Cuanza Sul
Carlos Jorge Hapapa Delegado Provincial de Finanças da Huíla
Daniel Conde Delegado Provincial de Finanças de Cabinda
Erick Rodrigues da Costa Delegado Provincial de Finanças de Luanda
Elizabeth Mafo Sapato Ayala Delegada Provincial de Finanças da Lunda Sul
Eufrásia Juliana Miguel de Sousa Delegada Provincial de Finanças do Uíge
Gika Manuel da Conceição Morais Delegado Provincial de Finanças de Benguela
Isaac João Feitia Xiquita Delegado Provincial de Finanças dp Bengo
João da Costa Gaspar Bastos Delegado Provincial de Finanças do Huambo
João Diakondua Delegado Provincial de Finanças do Zaire
José Maria Gaspar Delegado Provincial de Finanças do Cuanza Norte
Osvaldo Rosário Lopes Teixeira Delegação Provincial de Finanças do Cunene
Paciência Monteiro Delegado Provincial de Finanças do Zaire
Ricardo Eugénio dos Santos Garcia Delegado Provincial de Finanças de Malange
Saidy Fernando Director Geral do Serv Nacional da Contratação Pública
Neusa do R L Teixeira Baptista

Divisão Administrativa de Angola por Províncias

Província Capital Municípios 167

43
Ambriz, Bula Atumba, Dande, Dembos, Nambuangongo,
1 Bengo Caxito
Pango Aluquém, (5)
Balombo, Baía Farta, Benguela, Bocoio, Caimbambo,
2Benguela Benguela
Catumbela,Chongoroi, Cubal, Ganda, Lobito (10)
Andulo, Camacupa, Catabola, Chinguar, Chitembo, Cuemba,
3Bié Kuito
Cunhinga, Kuito, Nharea (9)
4Cabinda Cabinda Belize, Buco-Zau, Cabinda, Cacongo (4)
Calai, Cuangar, Cuchi, CuitoCuanavale, Dirico, Mavinga,
5CuandoCubango Menongue
Menongue, Nancova, Rivungo (9)
Cahama, Cuanhama, Curoca, Cuvelai, Namacunde,
6Cunene Ondjiva
Ombadja (6)
Bailundo, Catchiungo, Caála, Ekunha, Huambo,
7Huambo Huambo Londuimbale, Longonjo, Mungo, Tchicala-Tcholoanga,
Tchindjenje, Ucuma (11)
Caconda,CaculaCaluquembe, Gambos, Chibia, Chicomba,
8Huíla Lubango Chipindo, Cuvango, Humpata, Jamba, Lubango, Matala,
Quilengues, Quipungo (13)

Ambaca, Banga, Bolongongo, Cambambe, Cazengo,


9Kwanza-Norte N'dalatando Golungo Alto, Gonguembo, Lucala, Quiculungo, Samba Caju
(10)
Amboim, Cassongue, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto
10Kwanza-Sul Sumbe
Amboim, Quibala, Quilenda, Seles, Sumbe, WakuKungo (12)
Belas, Cacuaco, Cazenga, Ícolo e Bengo, Luanda, Quiçama,
11Luanda Luanda
Viana, (7)
Cambulo, Capenda-Camulemba, Caungula, Chitato, Cuango,
12Lunda-Norte Lucapa
Cuílo, Lubalo, Lucapa, Xá-Muteba (9)
Cacolo, Dala, Muconda, Saurimo (4)
13Lunda-Sul Saurimo

Cacuso, Calandula, Cambundi-Catembo, Cangandala,


14Malanje Malanje Caombo, CuabaNzogo, Cunda-Dia-Baze, Luquembo,
Malanje, Marimba, Massango, Mucari, Quela, Quirima (14)
Alto Zambeze, Bundas, Camanongue, Léua, Luau, Luacano,
15Moxico Luena
Luchazes, Lumeje, Moxico (9)
16Namibe Namibe Bibala, Camucuio, Namibe, Tômbua, Virei (5)
Alto Cauale, Ambuíla, Bembe, Buengas, Damba, Macocola,
17Uíge Uíge Mucaba, Negage, Puri, Quimbele, Quitexe, Sanza Pombo,
Songo, Uíge, Zombo (14)
Zaire (6)

44
Quadro nº 1: Mapa da Divisão Politica Administrativa
Província Capital Superfície(Km2) Nº
Municípios
Bengo Caxito 33.016 5
Benguela Benguela 31.788 9
Bié Kuito 70.314 9
Cabinda Cabinda 7.270 4
Cunene Ondjiva 87.342 6
Huambo Huambo 34.270 11
Huila Lubando 75.002 14
Kuando Kubango Menongue 199.049 9
Kwanza Norte N´dalatando 24.110 13
Kwanza Sul Sumbe 55.660 12
Luanda Luanda 2.257 9
Lunda Norte Lucapa 103.000 9
Lunda Sul Saurimo 77.637 4
Malange Malange 97.602 14
Moxico Luena 223.023 9
Namibe Namibe 58.1373 5
Uíge Uíge 58.698 15
Zaire Mbanza Congo 40.130 6
Fonte: A partir dos Documentos Oficiais do Estado Angolano

45
Quadro nº 2: critérios distintos entre a desconcentração e
descentralização
Desconcentração Administrativa Descentralização Administrativa
Pessoas Colectivas Estado Autarquias
Tipos de Órgãos Governadores Provinciais, Governos Presidente da Câmara Municipal;
Provinciais, Administradores Municipais, Câmara Municipal (CM) e Assembleia
Administração Municipal, Administrador Municipal (AM)
Comunal, Administração Comunal
Titulares de Órgãos Nomeados Os membros da AM e o Presidente do
CM são eleitos
Interesses Prosseguidos Nacionais e Locais Locais
Território Todo Território nacional Território do município
Autonomia dos Órgãos Não têm autonomia administrativa, Tem autonomia administrativa,
financeira ou patrimonial financeira e patrimonial
Atribuições dos Órgãos Todas as atribuições e competências Apenas as atribuições e competências
sectoriais do Estado atribuídas aos órgãos das Autarquias
Fonte: Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, 2ª edição vol. I.

46
Quadro nº 3: A Estrutura do Poder Político-Administrativo Local em
Angola
Unidade Órgão Órgão Designação Atribuição
Territorial Colegial Singular
Províncias - Governo Governador
Nomeadamente Representação do
18 Provincial provincial
pelo Presidente governo na
(14) da República província; ao
governador
competente e
assegurar o
funcionamento
regular dos órgãos
da administração
local.
Municípios - Administração Administrador Nomeadamente Representação do
164 municipal (15) municipal por despacho governo no
do governador município; ao
provincial, após administrador
consulta prévia municipal
ao ministério da competente e
administração assegurar o
do território funcionamento
regular dos órgãos
da administração
loca.
Comunas - Administração Administrador Nomeadamente Representação da
557 comunal (16) comunal por despacho administração
do governador municipal na
provincial, sob comina; ao
proposta do administrador
administrador comunal
municipal competente
assegurar o
funcionamento
regular dos órgãos
da administração
local.
Variável Soba; Soba Poder de facto, Exercícios das
(consoante a Grande; reconhecido prerrogativas do
jurisdição Séculos e formalmente poder tradicional,
sujeita ao Régulos pelas estruturas desde que não
poder de de poder colidam o direito
cada positivo.
autoridade
tradicional)
Fonte: Elaborado a partir da Lei nº 17/2010, de 29 julho
_____________________________________________________________________________________________
14
GOVERNO PROVINCIAL; órgão desconcentrado da administração central que visa
assegurar a realização das acções do poder Exercido na Província.
15
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL; órgão desconcentrado da Administração do Estado na
Província, que visa assegurar a realização de funções executivas do Estado no Município.
16
ADMINISTRAÇÃO COMUNAL; órgão desconcentrado de Administração do Estado no
município, que visa assegurar a realização de funções executivas do Estado na Comuna.

47
48

Você também pode gostar