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A Bíblia assume como pressuposto básico desde sua primeira frase que existe um Ser
sobrenatural que criou, comanda e cuida do Universo, do planeta Terra e de seus
habitantes. Essa afirmação tem sido uma das mais debatidas por séculos,
principalmente nos últimos três séculos. Porque esse Ser comumente chamado de
Deus ser invisível, não podemos fazer a comprovação mais fácil e mais utilizada: a de
testemunhas oculares. Portanto, vamos utilizar outros meios.


 

O Argumento Cosmológico tem três premissas: (1) Tudo o que começa a existir tem
uma causa; (2) oUniverso começou a existir; (3) portanto, o Universo tem uma causa.

Quanto à primeira premissa, é muito fácil comprovar que é verdadeira: Você já teve a
experiência de estar sentado em sua sala de estar assistindo TV e, derepente, uma
piscina aparece do nada em sua frente? Acredito que não, e na realidade isso não
acontece com ninguém! Sabemos que as coisas, por realidades empíricas e
experiências que vivemos todos os dias, não surgem do nada. De acordo com essa
premissa, portanto, podemos entender que tudo o que começa a existir tem uma causa.

Já ouvimos muitas teorias, até mesmo do famoso Richard Dawkins, de que algum
extraterrestre superevoluído possa ter deixado sua ³semente´ aqui no planeta Terra
para que a vida viesse a existir. Apesar de Dawkins negar fervorosamente a existência
de um Deus que sempre existiu, como se explicaria a origem desses ³seres
extraterrestres´, ou dos criadores deles? Como eles surgiram? Até mesmo o
famosíssimo cético David Hume, em suas cartas, não negou a primeira premissa
dizendo que ele ³nunca afirmou tão absurda proposição de que algo pudesse iniciar
sem uma causa´.[1]

Já que a primeira premissa foi resolvida, vamos à segunda: oUniverso teve um


começo. Aristóteles e muitos depois dele criam que o Universo era estático e eterno,
portanto, eram completamente contráriosà ideia de começo. O que seria descoberto a
partir do século 19 se constituiria numa grande surpresa para todos.
Com a ajuda de Albert Einstein e diversos cientistas da década de 1920, concluiu-se
pela física de que seria impossível que o Universo fosse estático. Na verdade,
oUniverso estaria em expansão. E se algo está em expansão, a pressuposição lógica é
de que esse elemento teve um início quando começou a se expandir.

Pense em um balão sendo enchido. A cada soprada,o balão cresce mais e mais. Você
já encheu um balão por um tempo infinito? Penso que a resposta seria não por três
motivos: (1) Você não é infinito; (2) o balão acabaria estourando; (3) se o balão está
aumentando de tamanho é por que ele teve um início!

Depois de duas premissas concluídas e confirmadas, vamos à última, mas antes


voltemos à história da piscina. Vamos dizer que alguém esteja do seu lado e você
pergunta: ³De onde veio essa piscina?´, e a resposta seja: ³De lugar nenhum,
simplesmente apareceu do nada!´ Você aceitaria essa ³resposta´? Acredito que não.
A mesma coisa acontece com o nosso Universo. Seteve um início, ele teve uma causa.
Alguma coisa ou alguém fez com que o Universo que conhecemos hoje viesse a
existência!

Porém, nosso problema não pára nesse ponto. Alguém poderia, nessa mesma linha de
raciocínio, perguntar, então: Quem criou Deus? Se tudo o que existe tem um causa,
qual é a causa de Deus existir? O problema desse questionamento é rapidamente
solucionado. Se você faz essa pergunta, esquece-se da primeira premissa que
desenvolvemos: tudo o que V  
tem uma causa. Agora, se nossa crença
em Deus é de um ser que não começou a existir, não teve nascimento, então Ele não
pode fazer parte da mesma lógica aplicada para oUniverso: Ele não tem uma causa.
Somente aquilo que é finito tem uma causa. Deus é um ser infinito. Além disso, existe
a necessidade de algo ou alguém no Universo ser infinito porque sem algo ou alguém
infinito, o ciclo de causas será infinito, e isso é impossível!

Agora, o que podemos saber a respeito dessa ³causa´? Com certeza, deverá ter as
seguintes características: uma causa no espaço e no tempo que não tenha causa inicial,
sem início, sem tempo, imaterial, um ser pessoal com liberdade de escolha e com
enorme poder. Parece-se com algo que você já tenha ouvido falar?
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O Argumento do c , ou Argumento Teleológico, compreende a ideia do


extraordinário equilíbrio das leis fundamentais e dos parâmetros da física e as
condições iniciais do Universo. O resultado é um Universo que tem exatamente as
condições perfeitas para sustentar a vida. Ou seja, as ³coincidências´ que existem em
nosso Universo.

Na última década, o Brasil e principalmente o Estado de São Paulo têm sofrido


imensamente com as enchentes que aterrorizam a população a cada ano. Imagine que
você morasse em São Paulo e após uma dessas terríveis enchentes você caminhasse
pelas ruas danificadas e encontrasse um objeto que nunca havia visto antes nesse
mesmo percurso: um avião Boeing 747 inteiro, no meio da calçada! Como ele foi
parar lá? Então você raciocina e conclui que, com a enchente daquela semana, o lixo
de toda a cidade e mais alguns objetos se acumularam e formaram aquele lindo avião.
Isso parece plausível para você? Não, o mais plausível seria imaginar que engenheiros
se reuniram por dias e meses, projetaram o avião e finalmente o construíram.

Infelizmente, a primeira hipótese é aquela em que muitos ateus ativistas acreditam,


isto é, que através de anos e anos de desenvolvimento e seleção natural o mundo e o
Universo que conhecemos hoje teriam surgido. O avião é obviamente arquitetado por
homens, porque já vimos isso acontecer, temos prova da complexidade dele.
Obviamente algo tão complexo deve ser feito por seres humanos inteligentes. Mas o
que as coisas naturais ou o próprio Universo tem de tão especial? E por que
precisaríamos associar nosso Universo a um ser inteligente e não somenteao acaso?
Vamos ver.

O astrônomo Hugh Ross formulou algumas evidências dos parâmetros especiais que
temos no Universo. Entre trinta e dois deles, veremos apenas seis: (1) Se a inclinação
da Terra fosse um pouco maior ou menor, as temperaturas da superfície seriam
extremas demais para suportar vida como nós a conhecemos; (2) se a distância da
Terra aoSol fosse maior, o planeta seria frio demais para um ciclo de água estável. E
se a distância fosse menor, a Terra seria quente demais para o ciclo de água estável;
(3) se a crosta terrestre fosse mais grossa, oxigênio demais seria transferido da
atmosfera para a crosta. E se a crosta fosse mais fina, haveria atividade vulcânica e
tectônica em demasia; (4) se a interação gravitacional com a Lua fosse maior, os
efeitos nas marés oceânicas, na atmosfera e no período rotacional seriam severos
demais. E se fosse menor, a órbita da Terra iria mudar de tal forma que causaria
instabilidades climáticas; (5) se a gravidade da Terra fosse mais forte, a atmosfera
reteria amônia e metano em demasia, que são venenosos. Mas se a gravidade fosse
menor, a atmosfera perderia muita água; (6) se a duração do dia fosse maior, as
diferenças na temperatura seriam grandes demais para manter a vida. Mas se o dia
fosse mais curto, a velocidade dos ventos atmosféricos seria grande demais para que a
vida sobrevivesse.

O físico Robin Collins usa a seguinte ilustração: imagine que astronautas finalmente
conseguissem alcançar Marte. Chegando lá, eles veem uma estrutura como uma
redoma. Entrando nela, eles verificam as condições do ambiente e percebem que está
tudo condicionado para a vida humana: a quantidade de oxigênio no ar é perfeita, a
temperatura é de 22 graus, a umidade é de 50%, existem sistemas para produzir
alimento, gerar energia e depositar lixo. E você vê que se qualquer uma das definições
fosse modificada por um pouco apenas, o ambiente mudaria completamente e a
existência da vida seria impossível. Qual a conclusão a que se chega? Alguém tomou
muito cuidado em arquitetar aquele ambiente e construí-lo.

Com essas informações, e sem falar na imensa e incompreensível complexidade do


DNA humano, do corpo humano e até de um pequeno átomo, é fácil entender frases
célebres de alguns cientistas, a maioria das quaisnão motivadas por razões religiosas:

O engenheiro e cientista Walter Bradleyescreve que ³é muito fácil entender porque


tantos cientistas mudaram de opinião nos últimos trinta anos, concordando que o
Universo não pode ser racionalmente explicado por um acidente cósmico´.E que
³evidências para um arquiteto inteligente se tornam mais convincentes quanto mais
nós compreendemos a respeito do nosso habitat cuidadosamente desenhado´.[2]

Paul Davies, físico e outrora cético, disse que ³através do meu trabalho científico eu
vim a crer mais e mais fortemente que o Universo físico foi construído com uma
habilidade tão surpreendente que eu não posso aceita-lo como um fato bruto´; ³eu não
posso acreditar que nossa existência neste Universo é um mero equívoco do destino,
um acidente da história, um engano acidental no grande drama cósmico´.[3]

Robert Augros e George Stanciu dizem que, com as ³coincidências´ encontradas,


vemos que ³um Universo focado na produção do homem implica em uma mente que
o direciona´.[4]

Sir Fred Hoyle, famoso astrônomo agnóstico britânico que anteriormente (em 1951)
argumentou que as coincidências eram apenas isso, coincidências, em 1984 mudou de
ideia, como evidencia esta citação: ³Tais propriedades parecem tecer pelo tecido do
mundo natural como um fio de coincidências felizes. Mas existem tantas estranhas
coincidências essenciais à vida que alguma explicação parece ser necessária para dar
conta delas.´[5]

Ganhador de Prêmio Nobel de física, Arno Penzias faz a seguinte observação sobre o
caráter enigmático do Universo:³A astronomia nos leva a um evento único, um
Universo que foi criado do nada e equilibrado delicadamente para prover exatamente
as condições necessárias para suportar a vida. Na ausência de um acidente
absurdamente improvável, as observações da ciência moderna parecem sugerir um
plano oculto ou, um poderia dizer, sobrenatural.´[6]

O renomado físico Freeman Dyson disse que, ³ao olharmos para o Universo e
identificar os muitos acidentes da física e da astronomia que têm trabalhado para o
nosso benefício, quase parece como se o Universo em algum sentido soubesse que
nós estávamos chegando´.[7]

Acredito que Ele sabia, sim. Não o Universo, mas um Ser sobrenatural que vai além
daquilo que podemos explicar ou compreender. O m do Universo e de todo o ser
vivo grita um nome. Resta saber se estamos escutando.


 



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