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Resumo – Este artigo apresenta um carregador de baterias automotivas microcontrolado. O carregador proposto
possui entrada universal (127 ou 220 V +/- 10%) com correção do fator de potência. Ele é capaz de efetuar a carga
de baterias de 6V ou 12V,
desde 5Ah até 100Ah. Além disso, o carregador permite que o processo de carga da bateria seja feito utilizando
valores de corrente de carga em função da capacidade nominal da bateria, entre 7 a 10% da corrente que
descarregaria completamente a bateria em uma hora. Ao atingir a tensão de equalização, o carregador atua
mantendo a tensão de flutuação sobre a bateria para que não haja sobrecarga. Este carregador pode ser empregado
em oficinas de manutenção de baterias com a vantagem da sua flexibilidade de poder promover a carga de diversos
tipos de bateria.
onde:
(1) Vbat – tensão entre os terminais da bateria;
Na segunda etapa, mostrada na figura 4, a chave Mboost é bloqueada. A corrente que circula por Lboost
faz com que Dboost entre em condução. O indutor Lboost fornece a energia acumulada na primeira etapa
para CB e Ro. Esta etapa ocorre durante um intervalo de tempo Δt 2.
A terceira etapa, mostrada na figura 5, ocorre quando a corrente de L boost se torna igual a zero. A chave
Mboost se mantém bloqueada, e o diodo Dboost fica polarizado reversamente. O capacitor CB volta a alimentar a
carga Ro durante um intervalo Δt3, após isto, um novo ciclo de operação reinicia-se.
A operação do conversor é feita em uma
freqüência muito maior do que a freqüência da rede de alimentação. Desta forma, em um dado ciclo de ope-
ração, a tensão de entrada pode ser considerada constante.
As correntes em Lboost, Dboost e Mboost, e a tensão sobre Mboost, durante um ciclo de operação, estão
representadas respectivamente na figura 6.
Utilizando-se uma freqüência constante e modulação por largura de pulso para controlar a chave
Mboost, o valor do pico da corrente no indutor de entrada é diretamente proporcional à tensão de
alimentação. A figura 7 mostra as formas de onda típicas, indicando a tensão de entrada (senoidal) e a
corrente no indutor boost (que é a corrente que circula pela rede de alimentação).
Com a utilização do filtro de alta frequência, composto por C f e Lf (mostrado na figura 2), pode-se
eliminar as variações bruscas da corrente tornando-a praticamente senoidal [2].
A terceira etapa, mostrada na figura 11, ocorre após a total desmagnetização do transformador T 1.
As chaves M1 e M2 e os diodos D1 e D2 se encontram bloqueados. Apenas persiste a circulação da corrente
do indutor Lo, através do diodo D4
As correntes no primário de T1, em M1, M2, D1, D2 e Lo estão apresentadas respectivamente na figura 12.
4 Estrutura de Controle
A estratégia de controle do carregador de baterias é baseada em três malhas. A primeira malha, de atuação
independente, controla a tensão do barramento CC do estágio de entrada. As outras duas malhas operam em
cascata e atuam no estágio de
saída. A mais interna, controla a corrente da bateria e
a mais externa controla a tensão da bateria.
Todas as três malhas de controle utilizam um
controlador PI digital, cuja equação, discretizada a
partir da equação de um controlador PI contínuo [3],
é a seguinte:
)1()()()1()( keKkeTKKkuku
pip
onde:
Kp – ganho proporcional do controlador
Ki – ganho integral do controlador
T – período de amostragem
e(k) – erro do sistema de controle no instante kT
u(k) – resposta do controlador no instante kT
4.1 Principais Características do Microcontrolador
A seguir são descritas as principais característi-
cas do microcontrolador PIC18F452 [5], as quais
estão relacionadas com a estrutura de controle im-
plementada.
- memória de programa: 16K x 16 bits;
- memória de dados: 1536 bytes;
- portas de entrada e saída: 33;
- periféricos: conversor analógico/digital de 10
bits, quatro temporizadores, dois módulos PWM
e hardware multiplicador de 8 x 8 bits.
4.2 Controle da Tensão no Barramento CC
Para controlar a tensão no barramento CC, o mi-
crocontrolador utiliza a estrutura de controle apresen-
tada pelo diagrama de blocos da figura 13
.
A referência da tensão (VBref) é comparada com
o valor amostrado da tensão do barramento (V B), e
gera o sinal de erro eB(k). O controlador digital PI
utiliza o sinal de erro eB(k) para implementar a
equação (3) e gerar o sinal de atuação u1(k). O sinal
u1(k) é utilizado para a geração do sinal de comando
da chave do conversor boost.
6 Conclusão
Este artigo apresentou o desenvolvimento de um
carregador de baterias automotivas microcontrolado.
O carregador foi projetado para alimentação univer-
sal (127 V ou 220 V) e proporcionar elevado fator de
potência. Ele pode carregar baterias de 6 V ou 12 V
com capacidade entre 5 Ah e 100 Ah. Os resultados
experimentais obtidos comprovaram o funcionamen-
to do carregador de baterias proposto. Além disso,
foi demonstrado que ele apresenta alto fator de po-
tência, bem como apresenta grande flexibilidade por
permitir a seleção da tensão da bateria e selecionar a
sua capacidade de corrente.
Referências Bibliográficas
[1]FERREIRA, Raul P.; Carregador de Baterias
Híbrido, Projeto de Graduação, Engenharia
Elétrica da UFES, 2001.
[2] POMILIO, José A.; Pré-Reguladores de Fator
de Potência [on line]. 2001. Disponível:
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/pdffile
s/pfp/pfpcap3.pdf [capturado em 25 jul. 2003].
[3] CÓ, Márcio A.; Sistemas Eletrônicos
Microcontrolados para Acionamento de
Lâmpadas de Alta Intensidade de Descarga,
Tese de Doutorado, UFES, Vitória, 2003.
[4] SIMONETTI, Domingos S. L.; VIEIRA, José L.;
SOUSA G. Modeling of the high-power-factor
discontinuous boost rectifiers. IEEE
Transaction on Industrual Applications, Vol. 46,
No 4, p. 788-795, August 1999.
[5] Microchip Data Book, Second Edition, Outubro
1992.
Figura 21 - Tensão e corrente de entrada do carregador alimentado
em 220V. Escalas: tensão: 100 V/div, corrente: 1 A/div, tempo: 4
ms/div
Figura 17 - Tensão retificada de entrada e corrente sobre no indu-
tor Lboost. Escalas: tensão: 100 V/div, corrente: 5 A/div, tempo: 1
ms/div
Figura 18 - Tensão sobre Mboost e corrente no indutor Lboost
Escalas: tensão: 250 V/div, corrente: 5 A/div, tempo: 2 us/div
Figura 19 - Tensões sobre M1 e D2
Escalas: tensão: 100 V/div, tempo: 4 us/div