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MARLY GOMES CAPOTE

Advogada - OAB/AM 7067

Cível, Criminal, Trabalhista e Família

Excelentíssima Senhora Desembargadora Presidente do E. Tribunal Regional do


Trabalho da 11ª Região (AM/RR)

Processo nº: TRT-RO/0010958-39.2013.5.11.0008 (1ª Turma)


Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Recorridos: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
LITISCONSORTE: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, reclamante já qualificado nos autos da


reclamação trabalhista acima indicada, não se conformando com a decisão proferida pela
Colenda Turma, vem, por intermédio de sua advogada que ao final assina (poderes já nos
autos), interpor RECURSO de REVISTA, nos termos e no prazo do artigo 896, “c”, da
CLT, uma vez que o v. Acórdão viola lei federal, mais precisamente o artigo 488, da CLT.
Para esse fim, anexas se encontram as razões recursais, pedindo a recorrente que
Vossa Excelência, após mandar ouvir a parte adversa, as remeta a uma das turmas do C.
Tribunal Superior do Trabalho, para o devido processamento e julgamento.
Por oportuno, reitera o pedido para que todas as comunicações processuais
sejam publicadas exclusivamente em nome da Dra. MARLY GOMES CAPOTE,
OAB/AM – 7067, nos termos da súmula 427, do TST.

Nesses termos,
Pede deferimento.
Manaus (AM), 16 de novembro de 2017.

Marly Gomes Capote


Advogada
OAB/AM 7067

End: Avenida Eduardo Ribeiro, n° 520, Edifício Manaus Shopping Center - 1° Andar (Sobreloja),
Sala 108, Bairro: Centro, Fones: (92) 3342-1704 / 9223-0886 / 8106-4228 - Manaus - Am.
e-mail: marlycapote_advogados@hotmail.com
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Das razões do recurso de revista

Colenda Turma,

Excelentíssimos Senhores Ministros do Tribunal Superior do Trabalho,

Em que pesem o brilhantismo e a erudição demonstrados pela decisão Regional, a


mesma merece ser reformada, pois houve violação de lei federal, que pode ser assim
sintetizada: a reclamante cumpriu o aviso prévio sem a redução de duas horas diárias, e
mesmo assim a decisão regional considerou isso válido, violando o art. 488, da CLT.

Preliminarmente: lei de regência. Acórdão anterior a 11/11/2017.

A recorrente desde logo pede a atenção dessa Colenda Turma para o fato de que
a decisão regional recorrida foi publicada no dia 7/11/2017, e por isso tem sua regência
pela lei que estava em vigor na ocasião, ou seja, anterior à reforma trabalhista, que
entrou em vigor no dia 11/11/2017.

Nessas condições, mostra-se desnecessária a demonstração da transcendência,


prevista no artigo 896-A, da CLT, eis que o referido dispositivo sÓ teve sua vigência a
partir de 11/11/2017.

Resumo dos fatos


A reclamante trabalhava em escala 1 X 2, ou seja, um dia trabalhado e dois de
folga. A jornada, nos dias trabalhados, era de 12 horas.
A sentença primária reconheceu que o reclamante, mesmo durante o aviso, não
tinha a redução de duas horas diárias, e cumpria a jornada normal de 12 horas por dia,
em cada plantão.
No entanto, indeferiu o pedido de novo aviso prévio, por entender que o
reclamante trabalhava em jornada de 1 X 2, ou seja, um plantão e dois dias de folga, e
por isso teve tempo para procurar novo emprego (nos dois dias de folga),
independentemente da não redução da jornada.

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A reclamante recorreu ao E. Regional, apontando que a decisão recorrida, nesse


aspecto, viola a literalidade do art. 488, da CLT.
No entanto, na decisão regional agora recorrida, foi mantido o mesmo
entendimento, no sentido de que em virtude do regime especial de trabalho (1 X 2) a
reclamante não teve prejuízo, mesmo não tendo a redução da jornada em duas horas por
dia. Assim constou do v. Acórdão Regional:

Prosseguindo sua análise, o juízo sentenciante indeferiu o pedido de


pagamento de aviso prévio sob o fundamento de que as folgas após um
plantão trabalhado era tempo mais que suficiente para a reclamante buscar
um novo emprego e o documento de ID-1652326 indica que a reclamante foi
comunicada do término do contrato com mais de um mês de antecedência.
Adoto o entendimento do juízo a quo para considerar válida a
concessão do aviso. Ainda que a recorrente não tenha tido sua jornada
reduzida em 2 horas como prevê o art. 488 da CLT, não vislumbro qualquer
prejuízo à obreira, pois seu regime especial de trabalho permitia a busca de
um novo emprego durante as folgas dos plantões.
Mantenho a sentença, no particular.

Esse o resumo dos fatos, que já se mostra suficiente para demonstrar a clara
violação ao artigo 488, da CLT.

1. Admissibilidade: pressupostos intrínsecos e atendimento ao art. 896, §1º-A.

1.1. Violação do artigo 488, da CLT.

Conforme consta do próprio Acórdão recorrido, a jornada, durante o aviso prévio,


foi cumprida sem a redução das 2 horas diárias, redução essa prevista no artigo 488, da
CLT.

Com efeito, Excelentíssimos Senhores Ministros da Colenda Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, o referido dispositivo legal expressamente assegura que o horário

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normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido


promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias.
Como se vê, a norma legal não diferencia em virtude do trabalho ser prestado em
todos os dias ou em sistemas de plantões, entremeando-se com dias de folgas.
Assim, o raciocínio se mostra bastante simples: a jornada normal da reclamante
era de 12 horas por dia, com folgas após cada plantão (no sistema de um dia trabalhado e
dois de folga).
E se essa jornada normal, de 12 horas, não sofreu qualquer redução durante o
período do aviso prévio, então o que se pode concluir é que foi descumprido o comando
legal expresso do artigo 488, da CLT.
A subsunção pode ser facilmente feita, Excelentíssimos Senhores Ministros:
a) premissa maior: o artigo 488, da CLT, manda que durante o aviso trabalhado
a jornada seja reduzida em duas horas.
b) premissa menor: o reclamante trabalhou o aviso sem a redução das duas
horas.
c) conclusão: foi descumprido (violado) o artigo 488, da CLT.

Assim, se o reclamante trabalhou durante o aviso prévio sem que houvesse a


redução de sua jornada normal, como prevê a lei, então é imperioso concluir que a norma
legal (o art. 488, da CLT) foi violada.
E aí está demonstrada, pois, a presença do pressuposto intrínseco indicado
no artigo 896, c, da CLT: violação direta e literal de dispositivo de lei federal: considerar
como válido o cumprimento do aviso prévio sem que tenha havido a redução da jornada
de trabalho em duas horas diárias.

1.3. Atendimento às exigências do art. 896, §1º-A, da CLT.

Em seguida, o recorrente demonstra o atendimento às exigências do art. 896,


§1º-A, da CLT.

O artigo 896, §1º-A, da CLT, introduzido na Consolidação pela Lei


13.015/2014, indicou os requisitos que devem ser observados pelas partes, para que

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seja conhecido o recurso de revista. Preceitua o referido dispositivo, com a redação que
estava em vigor ao tempo em que foi publicada a decisão recorrida:

§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:


I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento
da controvérsia objeto do recurso de revista;
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei,
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a
decisão regional;
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos
jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada
dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja
contrariedade aponte.

Com relação ao inciso I, ou seja, a transcrição do trecho que consubstancia o


prequestionamento, eis o trecho do v. Acórdão que demonstra a violação ao dispositivo
legal mencionado (CLT, art. 488), ou seja, que diz que o aviso prévio foi válido, mesmo
tendo sido trabalhado sem a redução de duas horas diárias:

Prosseguindo sua análise, o juízo sentenciante indeferiu o pedido


de pagamento de aviso prévio sob o fundamento de que as folgas
após um plantão trabalhado era tempo mais que suficiente para a
reclamante buscar um novo emprego e o documento de ID-1652326
indica que a reclamante foi comunicada do término do contrato com mais de
um mês de antecedência.
Adoto o entendimento do juízo a quo para considerar válida a
concessão do aviso. Ainda que a recorrente não tenha tido sua
jornada reduzida em 2 horas como prevê o art. 488 da CLT, não
vislumbro qualquer prejuízo à obreira, pois seu regime especial de
trabalho permitia a busca de um novo emprego durante as folgas dos
plantões.
Mantenho a sentença, no particular.

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Como se vê, o trecho acima transcrito mostra com folga que a decisão regional
violou a literalidade do artigo 488, da CLT, ao dizer que ainda que a reclamante não
tenha tido a redução da jornada em duas horas, o aviso prévio teria sido válido, pois
não teria havido qualquer prejuízo à recorrente.

Assim, atendida a exigência do artigo 896, §1º-A, I, da CLT, com relação ao


inciso II, a recorrente passa a demonstrar de modo explícito e fundamentado como a
decisão regional viola o artigo 488, da CLT.

O dispositivo malferido pela decisão recorrida, o artigo 488, estabelece o


seguinte:

Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do


aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido
de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

Como se observa da simples leitura, a norma legal apenas exige que o aviso
prévio tenha sido dado pelo empregador, ou seja, que tenha sido deste a iniciativa da
ruptura contratual. Se isso aconteceu, a jornada deve ser reduzida em duas horas por
dia, não cabendo outras considerações, como o regime de trabalho, a existência de
folgas, etc.

Simplesmente, o aviso deve ser cumprido com a redução de duas horas por dia.
E se não foi, independentemente de qualquer outra exigência ou consideração, pois a
lei não faz qualquer outra exigência ou consideração, a norma legal terá sido violada.
Como no caso o foi.

Convém acrescentar que a lei não dá margens para que o intérprete aumente as
exigências formuladas na própria norma, não cabendo digressões sobre a existência de
dias de folga, após os plantões, e sobre a disponibilidade de tempo para procurar outro
emprego.

2. Mérito. As razões da reforma da decisão regional.

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Em atendimento ao inciso III, do art. 896, §1º-A, a recorrente apresenta em


seguida as razões pelas quais a decisão regional deve ser reformada, impugnando cada
um dos fundamentos indicados no v. Acórdão.

Os motivos pelos quais o v. Acórdão julgou improcedente o pedido da reclamante,


para que fosse considerado inválido o aviso cumprido sem a redução diárias das duas
horas, com a condenação da empresa reclamada ao pagamento de novo aviso, podem
ser extraídos do seguinte trecho:

Prosseguindo sua análise, o juízo sentenciante indeferiu o pedido de


pagamento de aviso prévio sob o fundamento de que as folgas após um
plantão trabalhado era tempo mais que suficiente para a reclamante buscar
um novo emprego e o documento de ID-1652326 indica que a reclamante foi
comunicada do término do contrato com mais de um mês de antecedência.
Adoto o entendimento do juízo a quo para considerar válida a
concessão do aviso. Ainda que a recorrente não tenha tido sua jornada
reduzida em 2 horas como prevê o art. 488 da CLT, não vislumbro qualquer
prejuízo à obreira, pois seu regime especial de trabalho permitia a busca de
um novo emprego durante as folgas dos plantões.
Mantenho a sentença, no particular.

Como se observa, os fundamentos da decisão recorrida foram os seguintes:

a) as folgas, após um plantão trabalhado, eram tempo mais do que


suficiente para que a reclamante buscasse novo emprego.

b) a reclamante foi pré-avisada com mais de um mês de antecedência.

c) apesar de não haver a redução da jornada diária, não houve prejuízo


para a reclamante, pois o regime especial de trabalho permitia a busca de um
novo emprego, durante as folgas dos plantões.

Passa-se a demonstrar, fundamento por fundamento, o equívoco da decisão


recorrida.

Com relação ao primeiro dos fundamentos, ou seja, as folgas após cada plantão
trabalhado eram tempo mais do que suficiente para que a reclamante buscasse novo

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emprego, cumpre observar que o tempo para a procura de um novo emprego deve ser
subtraído da jornada do empregado, e não das horas de folga. Não é por acaso que a
norma legal violada manda que sejam reduzidas duas horas da jornada normal.

Ora, se não fosse assim, o empregado que trabalhasse apenas de 2ª a 5ª feira,


por exemplo, também não precisaria da redução da jornada; o empregado que
trabalhasse apenas a partir das 18 horas, também não precisaria; e assim por diante.

Na verdade, a norma legal manda que a redução seja feita com a subtração das
horas da jornada normal, porque o empregado tem ou pode ter uma vida fora do seu
trabalho, e essa vida talvez já preencha o tempo de folga desse mesmo trabalho.

Em outras palavras, o tempo pode de ser de folga em relação a um contrato de


trabalho específico, mas pode ser ocupado com outras atividades, que impedem essa
busca de outro emprego.

A lei manda que a redução seja na jornada normal porque essa seria a hora em
que certamente o empregado estaria na empresa, ao longo do contrato de trabalho, e
por isso certamente a redução da jornada implicaria em duas horas de folga, pois não
haveria a ocupação com outra atividade.

Além do mais, o v. Acórdão recorrido parte da ideia, sem qualquer suporte nos
autos, de que a reclamante nada teria para fazer durante os dias de folgas após os
plantões.

Ora, Excelentíssimos Senhores Ministros da Colenda Turma do Tribunal Superior


do Trabalho, é evidente que tal ideia não se sustenta, porque se fosse aceita, então a
redução da jornada, durante o aviso prévio, seria uma norma a ser aplicada de modo
casuístico, conforme o freguês: se o empregado dispensado só trabalhasse na empresa
que o dispensou, então não precisaria da redução, pois teria folgas após cada plantão;
mas se tivesse outra ocupação nos dias de folga dessa primeira empresa, aí passaria a
ter o direito à mencionada redução da jornada.

O resultado é absurdo, o que demonstra que o raciocínio é absurdo.

Não é demais recordar, Excelentíssimos Senhores Ministros da Colenda Turma do


Tribunal Superior do Trabalho, que a maioria dos empregados que trabalha em em
regimes onde há um dia de trabalho e um ou mais dias de folga, como era o caso da

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reclamante (1 dia de trabalho oor 2 dias de folga), é muito comum que nos dias “de
folga” se arranje outro emprego, e assim, na verdade, não há dia de folga algum.

E é por isso, repete-se, que a lei prevê que a redução deve ocorrer na jornada
normal, pois durante essa jornada é certo que o trabalhador deveria estar na empresa
que o está dispensando.

Quanto ao segundo dos argumentos, ou seja, no sentido de que “a reclamante foi


pré-avisada com mais de um mês de antecedência”, com todo o respeito pela Colenda
Turma Regional, mas isso nada, absolutamente nada tem a ver com o capítulo da
decisão que agoa se discute!

A reclamante foi avisada com mais de um mês porque tinha mais de dois anos de
trabalho, e por isso o aviso prévio tinha mesmo que ser de 36 dias, nos termos da Lei
12.506/2011.

Logo, esse aviso prévio concedido com mais de um mês em nada afeta o fato de
que a jornada diária, durante o aviso, deveria ter sido reduzida, e não o foi. Não
modifica, pois, o fato de que o artigo 488, da CLT, foi violado, quando não foi reduzida a
jornada em duas horas diárias.

Quanto ao terceiro dos argumentos, no sentido de que “apesar de não haver a


redução da jornada diária, não houve prejuízo para a reclamante, pois o regime especial
de trabalho permitia a busca de um novo emprego, durante as folgas dos plantões”,
também aqui o v. Acórdão regional está completamente equivocado!

É mais do que evidente que houve, sim, prejuízo para a reclamante,


Excelentíssimos Senhores Ministros da Colenda Turma do Tribunal Superior do Trabalho,
pois esta só teve as horas de folga do emprego na reclamada para a busca por novo
emprego, ou seja, foi obrigada a comprometer o seu tempo “livre” (em relação à
empresa recorrida) para essa busca, tempo esse comprometido com outras atividades,
quando na verdade o tempo livre deveria coincidir com a jornada normal na empresa
reclamada, mais precisamente com duas horas diárias dessa jornada normal.

Como se observa, portanto, Excelentíssimos Senhores Ministros da Colenda Turma


do Tribunal Superior do Trabalho, a decisão recorrida está claramente esteada, em todos
os fundamentos em que se esteou para rejeitar o pedido de condenação da reclamada

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quanto ao pagamento do aviso prévio, tendo em vista a invalidade do aviso trabalhado


sem a redução das duas horas diárias.

3. Do pedido.
Diante do que foi exposto, Excelentíssimos Senhores Ministros da C. Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, pede a recorrente que Vossas Excelências conheçam do
presente recurso de revista, eis que atendidos os pressupostos recursais intrínsecos e
extrínsecos, e ao final lhe deem provimento para fins de reformar a decisão Regional e
condenar a reclamada (e subsidiariamente a litisconsorte) ao pagamento do aviso prévio,
uma vez que o aviso foi trabalhado sem a reduão das duas horas diárias e, nessas
condições não tem validade, devendo ser considerado, em termos jurídicos, como não
tendo havido aviso prévio.

Vossas Excelências, assim procedendo, estarão agindo com a mais lídima e


cristalina

J U S T I Ç A !!!
Nesses termos,
Pede deferimento.
Manaus (AM), 16 de novembro de 2017.

Marly Gomes Capote


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