Eletricidade
Básica
ME. IGOR ROSSI FERMO
ME. LUIZ CARLOS CAMPANA SPERANDIO
ESP. LEONARDO TOCIO MANTOVANI SEKI
Híbrido
GRADUAÇÃO
Eletricidade
Básica
Me. Igor Rossi Fermo
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Distância; SPERANDIO, Luiz Carlos Campana; FERMO, Igor Rossi; Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
SEKI, Leonardo Tocio Mantovani. Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
Eletricidade Básica. Luiz Carlos Campana Sperandio; Igor Ros-
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
si Fermo; Leonardo Tocio Mantovani Seki.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019.
208 p. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
“Graduação - Híbridos”. Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
1. Eletricidade 2. Básica.
Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação
e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de
ISBN 978-65-5615-154-0 Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de
CDD - 22 ed. 6.213.192 Design Educacional Débora Leite; Head de
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de
Souza Filho; Head de Metodologias Ativas
Impresso por: Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de
Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência
de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro
Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla
Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo
de Produção de Materiais Nádila de Almeida
Toledo; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e
Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock.
13
Leis
Fundamentais
35
Análise
de Circuitos
59
Teoremas de Dispositivos e
Circuitos Elétricos Máquinas Elétricas
79 135
Princípios
Princípios de
da Corrente
Instalações Elétricas
Alternada (CA)
97 161
Geração e Princípios de
Distribuição de Acionamentos
Energia Elétrica Elétricos Industriais
117 189
52 Comportamento de tensão e corrente em
circuitos série e paralelo
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
A Física da Eletricidade
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir o que são cargas elétricas. • Definir potência e energia e a relação entre ambas, a fim
• Entender o que é tensão elétrica ou diferença de potencial. de entender o consumo de energia elétrica.
• Conceituar o que é corrente elétrica a partir da definição
de carga elétrica.
Carga
Elétrica
Conforme a Figura 1 aponta, após pentear os cabelos, no quadro 1, você pode atrair pequenos pedaços
de papel com o pente, como ilustra o quadro 2. Aliás, hoje já sabemos que a atração entre o âmbar e a
palha é resultado de uma força elétrica, enquanto a atração entre a pedra e o ferro é resultado de uma
força magnética. Grandes cientistas contribuíram no desenvolvimento das teorias do Eletromagnetismo
tal como conhecemos hoje, em especial Hans Christian Oersted, Michael Faraday e James Clerk Maxwell.
Para iniciar nossos estudos, vamos, então, a alguns questionamentos. Você sabe o que é a Eletrici-
dade? Sabe como cargas elétricas se comportam e interagem com os corpos?
Vamos imaginar a seguinte situação: é sexta-feira, você acorda extremamente animado, afinal o fim
de semana está batendo à sua porta! Como de costume, você toma o seu café da manhã e se prepara
para ir ao trabalho. Está um pouco frio e há um bom tempo não chove significativamente. Então, você
decide vestir um belo casaco de lã. Tudo pronto, você pega a sua mochila e sai. Ao tocar na maçaneta
do carro, uma surpresa: você leva um pequeno choque, até mesmo conseguiu ver e ouvir a descarga
elétrica. Quando chega no serviço e vai cumprimentar um dos colegas, novamente sente um choque.
O ambiente está mais quente e você resolve tirar a blusa. Ao fazer isso, você sente que ela está “colada”
ao seu corpo, e novamente vê o desprendimento de pequenas fagulhas e até ouve pequenos estalos.
Aposto que você já levou um desses pequenos choques, não é mesmo? E por que isso acontece? Está
relacionado com alguma das informações descritas ou trata-se apenas de coincidência?
UNIDADE 1 15
Se houve choque elétrico, então tem eletricida- A carga elétrica é uma propriedade intrínseca
de envolvida nessa situação, resta entendermos das partículas que compõem a matéria. Assim,
de que forma. Para haver uma descarga elétrica todos os corpos apresentam cargas elétricas. En-
entre dois corpos, é necessário que estejam ele- tretanto, geralmente os corpos são eletricamente
trizados, isto é, carregados eletricamente. O que neutros, o que significa que possuem a mesma
define se um corpo está eletrizado é a diferença quantidade de cargas positivas e cargas negativas.
entre a quantidade das cargas elétricas positivas Quando há um desequilíbrio entre a quantidade
e das cargas negativas. dessas cargas, então o corpo está eletricamente car-
Em um dia úmido, as cargas em excesso em regado (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009).
nossos corpos acabam se dissipando pelo próprio Exceto nos casos de soluções iônicas (em que
ar, pois a umidade o torna condutor. Entretanto, temos íons positivos e íons negativos), as cargas
quando a umidade relativa do ar está baixa, as car- elétricas positivas são os prótons e as cargas elé-
gas elétricas tendem a não ser eliminadas dos cor- tricas negativas são os elétrons. Como os prótons
pos, acumulando cada vez mais, até que haja algum constituem o núcleo do átomo e os elétrons orbitam
contato entre dois corpos para que ocorra uma ao redor do núcleo de forma mais livre, conforme
descarga elétrica e os neutralize eletricamente. podemos ver na Figura 3, em um processo de eletri-
Certo, entendemos que esse choque é uma des- zação ou de descarga elétrica ocorre a transferência
carga elétrica. Contudo, de onde vem essas cargas apenas de elétrons. Assim, um corpo com carga elé-
elétricas? Como os corpos ganham ou perdem trica positiva perdeu elétrons, enquanto um corpo
cargas elétricas? com carga negativa ganhou elétrons.
16 A Física da Eletricidade
Figura 3 - Estrutura atômica, evidenciando os prótons e elétrons
Como você pôde notar, cargas elétricas não estão apenas nos corpos
eletrizados, mas sim em todos os corpos e matérias. Os corpos neutros
apresentam um equilíbrio entre cargas positivas e negativas, enquanto
os corpos eletrizados apresentam um desequilíbrio (mais cargas positi-
vas ou mais cargas negativas). A seguir, estudaremos o que proporciona
o deslocamento e transferência de cargas elétricas: a tensão elétrica.
UNIDADE 1 17
Tensão
Elétrica
18 A Física da Eletricidade
Tensão elétrica (ou diferença de potencial) é a energia consumida, em joules (J), ao deslocar uma
carga elétrica de 1 C. A unidade de medida da tensão elétrica é o volt (V).
A Figura 4 ilustra essa relação entre carga elétrica, energia e tensão elétrica. Note que, se a distância a
ser percorrida pela carga aumenta, há maior consumo de energia, o que significa que há maior tensão
elétrica entre a região positiva e a região negativa. Note também que, se a concentração na região po-
sitiva e negativa são maiores, é necessário maior consumo de energia para o deslocamento da carga
elétrica, o que também significa que há maior tensão elétrica entre as duas regiões.
W
V=
q
em que V é a tensão elétrica, dada em volts (V); W é a energia, dada em joules (J); e q é carga elétrica,
dada em coulombs (C). Veja, a seguir, dois exemplos da aplicação dessa expressão.
UNIDADE 1 19
01 EXEMPLO Calcule a tensão elétrica entre dois pontos, visto que são necessários 100 J de
energia para mover, entre esses dois pontos, uma carga elétrica de 20 C.
Solução
W 100
V
= = =5V
q 20
02 EXEMPLO Determine a energia gasta ao mover uma carga de 40 µC entre dois pontos com
diferença de potencial de 5 V.
Solução
Como vimos, a tensão elétrica está relacionada com a separação das cargas elétricas.
Existem diversas maneiras de se produzir uma tensão elétrica, uma delas é por meio
de reação química, na qual há a separação dos íons positivos e negativos em uma
solução – esse é o mecanismo de funcionamento das pilhas e baterias. Outras fontes
de tensão fazem uso de sistemas mecânicos, como é o caso dos geradores em usinas
de geração de energia, em sistemas eólicos e, até mesmo, em veículos. Mais adiante,
estudaremos melhor sobre geração de energia elétrica.
20 A Física da Eletricidade
Corrente
Elétrica
UNIDADE 1 21
Figura 5 - Movimento dos elétrons ao conectar um fio de cobre a uma bateria
Fonte: adaptada de Boylestad (2012).
q
Corrente elétrica é a quantidade de carga elétri- i=
t
ca, em coulombs (C), que atravessa uma área em
um intervalo de tempo de 1 segundo. A unidade em que i é a corrente elétrica, dada em ampères
de medida da corrente elétrica é o ampère (A). (A); q é carga elétrica, dada em coulombs (C); e
t é o tempo, dado em segundos (s).
22 A Física da Eletricidade
Vamos, agora, a dois exemplos para fixar e ficar mais clara a aplicação dessa ex-
pressão da corrente elétrica.
03 EXEMPLO Em um certo circuito elétrico, a quantidade de carga que atravessa a seção transversal
do fio condutor em um intervalo de 50 ms é de 0,2 C. Determine a corrente elétrica
que passa por esse fio.
Solução
q 0, 2 200 103
i 4A
t 50 103 50 103
04 EXEMPLO Determine o tempo necessário para que 8 ⋅10 elétrons atravessem uma certa área,
16
UNIDADE 1 23
Potência
e Energia
24 A Física da Eletricidade
Assim, podemos dizer que um grande equipamento elétrico tem mais potência que um pequeno
porque converte uma quantidade maior de energia elétrica em outra forma de energia (mecânica,
térmica etc.) no mesmo intervalo de tempo. Dada essa definição de potência, podemos agora expres-
sá-la matematicamente como:
W
P=
t
em que P é a potência, dada em watts (W); W é a energia, dada em joules (J); e t é o tempo, dado
em segundos (s).
Note que essa expressão da potência apresenta termos em comum com as expressões de tensão
e corrente elétrica. Será, então, que podemos expressar a potência elétrica em função da tensão e da
corrente? Vamos ao trabalho:
W
V W V q
q
q
i q i t
t
W V q V i t
P P V i
t t t
Essa expressão de que potência é igual à tensão multiplicada pela corrente é extremamente importante
e útil para nós. Normalmente, nos equipamentos elétricos, por exemplo, o motor elétrico da Figura 6,
encontramos as informações de tensão elétrica e potência, mas ao projetarmos uma instalação elétri-
ca, por exemplo, precisamos da corrente elétrica para dimensionarmos cabos, disjuntores e tomadas.
UNIDADE 1 25
energia de um equipamento elétrico na escala de
segundos não é algo muito prático, visto que nor-
Tenha sua dose extra de malmente os equipamentos permanecem ligados
conhecimento assistindo ao no decorrer de horas. Assim, foi definida uma
vídeo. Para acessar, use seu nova unidade para expressar a energia elétrica
leitor de QR Code. consumida: o kilowatt-hora (kWh). A expressão
matemática para energia elétrica consumida, em
kilowatt-hora, fica:
Você deve ter percebido que utilizamos o conceito P (W) t (h)
de energia para definir a potência. Ocorre que po- W (kWh)
1000
tência e energia diferem entre si apenas no tempo.
Para que se converta uma certa quantidade de Como você pode perceber, essa forma de expres-
energia, é necessária a aplicação de uma potência sar o consumo de energia elétrica é muito mais
ao longo de um certo período de tempo. prática, pois basta multiplicar a potência do equi-
pamento elétrico pela quantidade de horas que ele
fica ligado e dividir por 1000. É dessa forma que
as concessionárias de energia elétrica medem o
consumo de seus clientes, utilizando, para isso, o
Energia é a quantização do trabalho realizado. A medidor de kilowatts-horas, como o apresentado
unidade de energia é o joule (J). na Figura 7.
W P t
em que W é a energia, dada em joules (J); P é a
potência, dada em watts (W); e t é o tempo, dado
em segundos (s).
Note que medir a energia em joules implica
em considerar o segundo como unidade de tem-
Figura 7 - Medidor de consumo de energia elétrica
po. Para efeitos práticos, analisar o consumo de
26 A Física da Eletricidade
05 EXEMPLO Uma bateria fornece uma corrente elétrica de 1 A a uma lâmpada, que permanece
acesa por 20 segundos. Sabendo-se que, nesse processo, foi consumido 2,5 kJ de
energia, determine a tensão elétrica aplicada na lâmpada.
Solução
q i t 1 20 20 C
W 2, 5 103
V 125 V
q 20
06 EXEMPLO Calcule a quantidade de energia consumida durante 1 mês, em kWh, por uma lâm-
pada de 60 W de potência que fica acesa durante 8 horas por dia.
Solução
t (h) 8 (h/dia) 30 (dias) 240 h
UNIDADE 1 27
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
b) 3,121 ⋅1016 .
c) 5, 621 ⋅1016 .
d) 1,121 ⋅1019 .
e) 8, 721 ⋅1013 .
28
4. A potência dissipada por um componente é de 80 W. Quanto tempo será ne-
cessário para que sejam dissipados 1280 J de energia?
a) 2 s.
b) 5 s.
c) 10 s.
d) 14 s.
e) 16 s.
5. Por quanto tempo você pode usar um videogame com R$ 2,00, sabendo que a
potência do aparelho é de 150 W e que o custo de 1 kWh de eletricidade é de
R$ 0,50?
a) 5,234 h.
b) 10,845 h.
c) 40,391 h.
d) 26,667 h.
e) 15,254 h.
29
LIVRO
30
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2013.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2012.
31
1. B.
V 40 mV 40 103 V
q = 500 C
=t 3=
min 180 s
q 500
i
= = = 2, 778 A
t 180
3. A.
V = 12 V
W = 0, 2 J
t 10 103 s
W W 0, 2
V q 16, 667 103 C
q V 12
q 16, 667 103
i 1, 6667 A
t 10 103
32
4. E.
P = 80 W
W = 1280 J
W W 1280
P t 16 s
t P 80
5. D.
P = 150 W
R$ 2, 00
=W = 4 kWh
R$ 0, 50
33
34
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Leis Fundamentais
PLANO DE ESTUDOS
Leis de Kirchhoff
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
L
R=r
A
A Figura 2 mostra como as variáveis da equação
podem corresponder a um condutor elétrico.
UNIDADE 2 37
A equação apresentada se aplica somente a materiais com geometria regular, como condutores
elétricos; caso a estrutura a ser analisada possua deformidades, outros métodos são utilizados para
o cálculo da resistência elétrica.
38 Leis Fundamentais
A classificação de um material quanto à sua boa condução ou não de corrente elétrica possui uma
relação direta com os elétrons que o material possui na sua camada de valência.
Vale lembrar que embora seja dito que a resistência elétrica possui um valor constante, ela pode
sofrer alterações devido a fatores externos, principalmente a temperatura. Em altas temperaturas,
a resistência tende a aumentar; em baixas temperaturas, a resistência diminui.
Um conceito muito utilizado além da resistência elétrica é a condutância elétrica, que nada mais é que
o inverso da resistência elétrica, ou seja, a disposição de um determinado material em conduzir ele-
tricidade. A condutância é representada pela letra G e é definida matematicamente como:
1
G=
R
−1
A unidade de condutividade elétrica no SI é o siemens (S), que é equivalente a W , porém você também
pode se deparar com a letra grega ômega invertida ou até mesmo mho.
Todos os conceitos referentes à condutância elétrica são o inverso dos conceitos aplicados à resistência elé-
trica, ou seja, se um material possui alta resistência elétrica, ele possui uma baixa condutância e vice-versa.
Como você deve se lembrar o que estudamos na Unidade 1, os principais componentes da eletricidade
são: tensão elétrica, corrente elétrica e potência elétrica. Nesta unidade, no tópico anterior, introduzimos
o conceito de resistência elétrica; as grandezas elétricas tensão, corrente e resistência se interconectam
por meio da 1ª Lei de Ohm.
UNIDADE 2 39
Segundo Alexander e Sadiku (2013), a lei de Ohm afirma que a tensão V em um resistor é diretamen-
te proporcional à corrente que flui através dele, que matematicamente é representado por V i .
1V
Realizando uma rápida análise dimensional, podemos afirmar que 1 Ω , ou seja, 1 ohm equivale a
A
1 volt por ampère. Ao decorrer da disciplina, é muito importante que você esteja familiarizado com as
unidades de representação das grandezas elétricas no SI, pois isto o ajudará na resolução de exercícios.
40 Leis Fundamentais
Caso você opte por realizar a análise do gráfico
Dois pontos que valem um destaque especial são
V × i e, por meio dele, determinar a resistên-
os extremos dos valores que a resistência elétrica
cia elétrica do material ou do resistor de um pode assumir.
circuito, a resistência pode ser determinada • R = 0 – Quando a resistência elétrica as-
pela inclinação da curva, de acordo com a fun- sume o valor 0, este caso é conhecido como
V curto-circuito. A Figura 4 ilustra um caso
ção trigonométrica tgq= = R. Para o nosso
i de curto-circuito.
estudo, tomaremos por definição de que todo
resistor atende à lei de Ohm, tendo sua resis-
tência constante.
Não existe corrente elétrica negativa; se porventu- Neste ponto, vale um destaque, pois, na prática,
ra o aluno venha a se deparar com um sinal nega- os condutores elétricos possuem uma resistência
tivo para a corrente elétrica, isto indica apenas que elétrica, mesmo que muito baixa, ela ainda é exis-
o sentido tomado para a análise do circuito está tente. No caso de uma resistência elétrica R 0,
ao contrário, e a fórmula da lei de Ohm deve ser classifica-se o condutor como um condutor ideal,
alterada para V R i , uma vez que a resistência ou seja, até o momento esta propriedade existe
elétrica é um valor que varia de 0 a . somente para suposições.
UNIDADE 2 41
• R – Quando a resistência elétrica as-
sume um valor muito alto ou próximo ao
infinito, o caso é conhecido como circuito
aberto, pois devido à alta resistência, não
flui nenhuma corrente elétrica pelo circuito,
que na prática é como se o circuito estivesse
aberto. A Figura 5 ilustra o caso no qual a re-
sistência elétrica assume um valor infinito.
42 Leis Fundamentais
Os resistores variáveis apesar de, a um primeiro contato, não serem muito utilizados em circuitos
elétricos, estão muito mais presentes em nossa vida do que imaginamos. A principal aplicação é refe-
rente à regulagem de volume do som emitido por um rádio, no qual, variando a resistência elétrica do
elemento, conseguimos aumentar a dissipação de potência no circuito do equipamento, entregando
uma potência maior para o autofalante, por exemplo. A Figura 8 mostra resistores variáveis mais co-
muns comercialmente.
Como você já deve ter observado nas figuras, ao contrário dos resistores fixos, os resistores variá-
veis possuem três terminais, portanto, muito cuidado ao analisar circuitos elétricos que possuem
resistores variáveis.
Efeito joule
P i2 R
A passagem da corrente elétrica em um condutor Ou
provoca um aumento de temperatura e calor é V2
P=
liberado. Em uma escala microscópica, essa ener- R
gia é consequência das colisões entre os elétrons
e a estrutura cristalina do material. No caso de A aplicação mais comum do efeito joule é o chu-
resistores, essa dissipação de calor é bem mais veiro elétrico, em que a corrente elétrica atravessa
acentuada do que em um condutor. O valor da um resistor de níquel-cromo ou outro material
dissipação resistiva pode ser encontrado por meio de alto ponto de fusão, que dissipa calor e aquece
da substituição da lei de Ohm na fórmula da po- a água. Outro exemplo você visualiza na figura
tência, o que podemos representar como a seguir:
UNIDADE 2 43
Figura 9 - Churrasqueira elétrica
44 Leis Fundamentais
Leis de
Kirchhoff
Topologia de Circuitos
UNIDADE 2 45
O nó é o ponto no qual dois serem percorridos para que retornemos ao ponto de partida, sen-
ou mais ramos se conectam. do eles: passando pelo resistor de 2 W , passando pelo resistor de 3
Normalmente, em circuitos W , passando pela fonte de corrente de 2 A ou, ainda, realizando a
elétricos, um nó é representa- associação dos resistores 2 W e 3 W como aprenderemos adiante.
do por um ponto; caso um ou Como você observou, em nenhum dos caminhos que citei, o mesmo
mais nós sejam ligados por um ponto foi percorrido duas vezes.
fio de conexão, todos os pontos Caso o caminho percorrido para formar um laço contenha pelo
conectados passam a ser um menos um ramo que não esteja contido em nenhum outro laço,
único nó. A Figura 10 demons- diz-se que ele é um laço independente. As vantagens de um laço inde-
tra a afirmação: ao analisar o pendente são de que eles originam equações independentes. Adiante
circuito da Figura 10, obser- você irá compreender melhor essa afirmação e seus benefícios.
va-se que, no ponto b, todos os a 5Ω b
nós são conectados por um fio
condutor e, da mesma forma
acontece no ponto c, portanto
o circuito possui 3 nós.
10 V 2Ω 3Ω 2A
Por sua vez, o laço é um ca-
minho fechado dentro de um
circuito. O laço pode ser visto
como um caminho a ser per-
corrido dentro de um circuito, c
porém com algumas restrições:
Figura 10 - Circuito elétrico
o laço deve se iniciar em um Fonte: adaptada de Alexander e Sadiku (2013).
ponto, passar por elementos de
circuito e retornar ao ponto de O teorema fundamental da topologia afirma que uma rede com b
partida; no entanto, o caminho (ramos), n (nós) e l (laços independentes) é expressa por b l n 1 .
não deve se sobrepor, ou seja,
não é permitido que se passe
pelo mesmo lugar duas vezes.
Novamente, tomaremos
Tenha sua dose extra de conhecimento
o circuito da Figura 10 como assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu
exemplo. Tomando como pon- leitor de QR Code.
to de partida o ponto a, existem
3 possibilidades de caminhos a
46 Leis Fundamentais
Lei de Kirchhoff das Lei de Kirchhoff da Tensão
Correntes (LKC) (LKT)
A lei de Kirchhoff das correntes (LKC) estabelece A Lei de Kirchhoff da tensão enuncia que a soma
que a soma das correntes que entram ou saem em das tensões (elevações ou quedas) em um laço é
um determinado nó do circuito é igual a 0. Matema- igual a 0. A LKT é baseada na lei de conservação
ticamente, a lei de Kirchhoff pode ser expressa como da energia. A lei pode ser representada matema-
N ticamente por:
in 0 M
n 1
vm 0
Em que n corresponde ao número de ramos e in m 1
a i-ésima corrente que adentra ou sai de um de- Em que M são as tenções no laço e vm é a m-ésima
terminado nó. Para exemplificar a LKC, tomemos tensão no laço.
por exemplo a Figura 11. Para demonstrar a aplicação da LKT, utiliza-
remos o circuito da Figura 12.
Figura 12 - Correntes em um nó
Fonte: adaptada de Alexander e Sadiku (2013).
Figura 11 - Correntes em um nó
Fonte: adaptada de Alexander e Sadiku (2013).
Antes de iniciar a análise do circuito, você deve
Como convenção, iremos atribuir o sinal posi- se atentar novamente à convenção de sinais que
tivo (+) para correntes que entram no nó e o si- será utilizada, sempre levando em consideração
nal negativo (-) para correntes que saem de um a polaridade das fontes de tensão no circuito,
determinado nó. Analisando o nó da Figura 11, assim como o sentido em que será percorrido o
obtemos: i1 i3 i4 (i2 ) (i5 ) 0 , rearran- circuito; no nosso caso, será adotado o sentido
jando a expressão, obtemos: i1 i3 i4 i2 i5 , horário.
o que prova a LKC.
UNIDADE 2 47
Percorrendo o circuito, obtemos:
V1 V2 V3 V4 V5 0 ; como
você pode perceber, o sinal da
tensão é decorrente do polo que
primeiro é tocado ao percorrer
o circuito; caso façamos a op-
ção por percorrer o circuito no
sentido anti-horário, obtemos:
V1 V2 V3 V4 V5 0 ; rearran-
jando as equações, chegamos a
V2 V3 V5 V1 V4 .
Podemos afirmar que as
tensões fornecidas pelas fontes
V1 e V4 são integralmente con-
sumidas por V2 , V3 e V5 (essa
afirmação é aplicável em cir-
cuitos ideais; em circuitos reais
existe a queda de tensão devido
à resistência dos condutores).
As leis de Kirchhoff são o
princípio da análise de circui-
tos elétricos. É dela que partem
as principais técnicas, então de-
vemos sempre nos lembrar das
duas leis enunciadas, lei de Kir-
chhoff para tensão (somatório
de tensões em um laço é igual
a zero) e lei de Kirchhoff para
corrente (somatório de corren-
tes que entra ou sai de um nó é
igual a zero).
48 Leis Fundamentais
Associação
de Resistores
Associação de Resistores
em Série
UNIDADE 2 49
Figura 13 - Circuito com resistores em série
Fonte: adaptada de Alexander e Sadiku (2013).
50 Leis Fundamentais
Associação de Resistores em
Paralelo
UNIDADE 2 51
No divisor de corrente, a maior corrente está
associada ao menor resistor.
52 Leis Fundamentais
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
53
3. A disposição de elementos em um circuito elétrico é fundamental na análise de
um circuito elétrico. Sobre circuitos elétricos, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Em um divisor de tensão, a maior tensão fica sobre o resistor de maior resis-
tência.
( ) Em um circuito paralelo, a maior corrente passa pelo resistor de maior resis-
tência.
( ) Em um circuito em série, ambos os resistores estão sobre a mesma tensão.
54
LIVRO
WEB
Neste site, você encontra uma grande descrição dos itens que compõem um
circuito elétrico e suas associações. Nele estão disponíveis diversas ilustrações
de possíveis configurações de circuitos; também são disponibilizados vídeos a
respeito das principais aplicações e curiosidades, juntamente com exercícios
de fixação para o conteúdo.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
55
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de Física. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1994. Volume 4.
56
1. A.
2. 250 102 2
250 10
Rcu 1, 72 108 4, 3mW e Ral 2, 8 108 7 mW
10 106 10 106
3. C.
4. B.
5. A.
57
58
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Análise de Circuitos
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Aprender sobre as análises nodal em circuitos. • Compreender as análises de malha em circuitos com fonte
• Estudar as análises nodal em circuitos com fonte de tensão. de corrente.
• Traçar as análises de malha em circuitos.
Análise
Nodal
I Valto Vbaixo R
Logo, podemos concluir que as correntes são
equivalentes às seguintes equações em termos
de tensão e resistência ou tensão e condutância,
respectivamente:
V1 0 ou I = G V
I1 ( ) 1 1 1
R1
V1 V2 ou I G (V V )
I2 ( ) 2 2 1 2
R2
V2 0 ou I = G V
I3 ( ) 3 3 2
R3
Substituindo as equações anteriores nas equações
iniciais obtidas pela LKC, temos os seguintes re-
sultados, respectivamente:
V1 (V1 V2 )
I s1 I s 2
R1 R2
(V1 V2 ) V2
I s2
R2 V3
Figura 1 - Circuitos típicos para análise nodal Podemos, também, fazer a substituição em termos
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 148).
da condutância.
UNIDADE 3 61
O terceiro passo na análise
nodal é resolver as equações
para as tensões nodais. Apli-
cando a LKC para N −1 nós,
teremos n −1 equações simul-
tâneas, com as equações obtidas
anteriormente. Para obtermos
as tensões nodais V1 e V2 da
Figura 1, podemos utilizar qual-
quer método padrão, como o
método da substituição, método
da eliminação, regra de Cramer
ou inversão de matriz.
G1 G2 G2 v1 I1 I 2
G2 G2 G3 v2 I 2
62 Análise de Circuitos
Análise Nodal com
Fontes de Tensão
UNIDADE 3 63
Observando a Figura 2, po-
demos notar que os nós 2 e 3
formam um supernó. Seguin-
do com nossa análise, utilizare-
mos os mesmos três passos já
mencionados, com exceção do
supernó, o qual será tratado de
uma maneira diferente.
Este tratamento diferencia-
do se dá pelo fato que, em uma
análise nodal, é imprescindível
o uso da LKC; desta maneira,
é necessário que se conheça a
Figura 2 - Um circuito com fontes de tensão e um supernó corrente a qual está circulando
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 155).
por cada elemento do circuito.
O circuito contém quatro nós. Fazendo a aplicação dos passos já apren- A fim de se encontrar as re-
didos, temos um nó ao qual foi denominado como o nó de referência lações das correntes do supernó,
e determinamos os nós com suas respectivas tensões ( v1 , v2 , v3 ). aplicando a LKC nele, podemos
Após esta determinação, nos deparamos com duas possibilidades: concluir que:
• Caso 1 i1 i4 i2 i3
Caso a fonte de tensão do circuito esteja conectada entre o nó
determinado como nó de referência e um nó de não referên- Ou, substituindo os termos de
cia, a tensão no nó que não é de referência será equivalente à correntes por suas equivalentes
tensão da fonte de tensão, observando, é claro, sua polaridade. relações de tensão e resistência:
Para o circuito da Figura 2, podemos concluir que v1 = 10 V.
v1 v2 v1 v3 v2 0 v2 0
• Caso 2 2 4 8 6
Caso a fonte de tensão estiver associada entre dois nós, os Para aplicar a LKT no supernó,
quais não são os de referência, eles formarão um nó genérico será necessário redesenhá-lo, a
ou podemos chamá-lo de supernó. Neste caso, será necessá- fim de compreender as tensões
rio aplicar não somente a LKC na análise, como também a da malha; desta maneira, ele fi-
LKT, a fim de encontrar as variáveis. cará conforme a Figura 3.
Um supernó é constituído quando se tem uma fonte de tensão associada entre dois nós, os quais
não são de referência, e quaisquer elementos conectados em paralelo com ele.
64 Análise de Circuitos
Figura 3 - Aplicação da LKT em um supernó
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 155).
v2 5 v3 0
Ou seja,
v2 5 v3 0
UNIDADE 3 65
Análise
de Malha
66 Análise de Circuitos
A fim de ilustrar o método proposto, vamos uti- R1 R3 R3 i1 V1
R2 R3 i2 V2
lizá-lo na análise do circuito da Figura 4. Como
R3
já citado, o primeiro passo nos leva à seguinte
análise, atribuindo as correntes de malhas i1 e Logo, como estamos trabalhando com a relação
i2 às respectivas malhas 1 e 2. em forma matricial, temos a liberdade de empre-
Dando sequência à nossa análise, vamos para gar qualquer técnica, a fim de resolver todas as
a segunda etapa, aplicando LKT nas malhas 1 e equações de maneira simultânea, chegando aos
2; desta maneira, obtemos as seguintes equações: valores de i1 e i2 .
Atentando-se à figura, temos clareza das se-
V R1i1 R3 (i1 i2 ) 0 guintes relações:
I1 = i1
R2i2 V2 R3 (i2 i1 ) 0
I 2 = i2
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE 3 67
Análise de Malha com
Fonte de Corrente
68 Análise de Circuitos
Figura 5 - Um circuito com fonte de corrente
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 145).
• Caso 1
Caso a fonte de corrente do circuito esteja associada em so-
mente uma malha, temos que a corrente desta é equivalente à
corrente da fonte, observando, é claro, sua polaridade.
Para o circuito da Figura 5, vamos escrever duas equações,
a fim de encontrar os valores de cada corrente.
10 4i1 6(i1 i2 ) 0
• Caso 2
Caso a fonte de corrente estiver associada entre duas malhas, será
necessário criar uma supermalha, na qual removeremos a fonte
de corrente e qualquer outro elemento associado a ela em série.
UNIDADE 3 69
Conforme mostrado na Figura
7, o resultado da remoção da
fonte de corrente é uma super-
malha como a periferia de duas
malhas, e vamos abordá-la de
forma diferenciada.
Este tratamento diferencia-
do se dá pelo fato que, em uma
análise de malhas, é impres-
cindível o uso da LKT; desta
maneira, é necessário que se
conheça a tensão de cada um
Figura 6 - Circuito com uma super malha dos ramos do circuito.
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 146).
A fim de se encontrar as
Seguindo com nossa análise, utilizaremos os mesmos três passos já men- relações das tensões na super-
cionados, com exceção da supermalha, sendo assim, vamos reescrever o malha, aplicando a LKT nela,
circuito sem ela, o que nos resultará no circuito mostrado na Figura 7. podemos concluir que:
70 Análise de Circuitos
• Uma supermalha não possui uma corrente que podem surgir durante a análise, caso o
própria. circuito tenha fontes de corrente em alguns
• Uma supermalha solicita a aplicação da pontos exclusivos, como entre duas malhas ou
LKC e da LKT em sua análise. uma malha isolada.
• As fontes de corrente dentro da superma- Nesta unidade, conseguimos conhecer novas
lha fornecem uma equação de restrição técnicas poderosas para análises de circuitos, a
necessária para determinar as correntes análise nodal e a análise de malha. Conhecemos
de malha do circuito em questão. as particularidades de cada método, sendo estes
as fontes de tensão na análise nodal e as fontes
Logo, podemos compreender como realizar a de corrente na análise de malhas.
análise de circuito, com fontes de corrente, sendo Fomos apresentados aos conceitos de super-
que estas podem estar em malhas isoladas ou em nó e supermalha e como solucioná-los quando
intercepções de malhas. nos deparamos com circuitos, nos quais eles
Agora podemos realizar análises de circuito estão presentes.
com elementos bipolos e com fontes de tensão Desta maneira, somos capazes de aplicar estes
e de corrente, entendendo as particularidades dois métodos para a análise de circuitos.
UNIDADE 3 71
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
a) I 3 = 0 A.
b) I 3 = 1 A.
c) I 3 1 A.
d) I 3 10 A.
e) I 3 = 15 A.
72
Assinale a alternativa correta.
a) V-V-V.
b) V-F-F.
c) F-F-F.
d) F-V-V.
e) V-F-V.
73
LIVRO
FILME
O jogo da imitação
Ano: 2014
Sinopse: em 1939, a recém-criada agência de inteligência britânica MI6 recruta
Alan Turing, um aluno da Universidade de Cambridge, para entender códigos
nazistas, incluindo o “Enigma”, que criptógrafos acreditavam ser inquebrável.
A equipe de Turing, incluindo Joan Clarke, analisa as mensagens de “Enigma”,
enquanto ele constrói uma máquina para decifrá-las. Após desvendar as co-
dificações, Turing se torna herói. Contudo, em 1952, autoridades revelam sua
homossexualidade, e a vida dele vira um pesadelo.
WEB
Indicamos que assista a este vídeo de aplicação de análise nodal, sendo que ele
apresenta a resolução de dois circuitos: um circuito com duas fontes de corrente
e um circuito com duas fontes de tensão, sendo um deles um supernó. Desta
maneira, é mais fácil ver a explanação passo a passo para aplicação do método
em uma análise.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
74
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2013.
SADIKU, M. N. O.; MUSA, S. M.; ALEXANDER, C. K. Análise de circuitos Elétricos com Aplicações. 5. ed.
São Paulo: AMGH, 2014.
75
1. A.
Como já estão determinadas as malhas e suas correntes, primeiro vamos obter as correntes de malhas
por LKT, sendo assim, temos para a malha 1
Após isso, vamos isolar i1 da segunda equação e substituindo na equação da primeira, logo, temos que
6i2 3 2i2 1 i2 1 A e i1 = 1 A
Sendo i3 i1 i2 i3 0 A
2. B.
3. E.
76
77
78
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Teoremas de
Circuitos Elétricos
PLANO DE ESTUDOS
Transformação Teorema de
de fontes Norton
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Estudar os teoremas de circuitos elétricos e as proprie- • Aprender como aplicar o teorema de Thévenin.
dades de linearidades e superposição. • Aprender como aplicar o teorema de Norton.
• Aprender a realizar transformação de fontes de corrente • Aprender a extrair a máxima transferência de potência
em fontes de tensão e vice-versa. de um circuito.
Linearidade e
Superposição
Entendendo a propriedade da
linearidade, conseguimos en-
tender a ideia da superposição.
Segundo Sadiku, Musa e Ale-
xander (2014), o princípio da
superposição é uma ferramenta
que vem para o auxílio nas aná-
Figura 2 – Aplicação do teorema de superposição
lises de circuitos lineares com Fonte: os autores.
mais de uma fonte independente.
Desta maneira, a análise do circuito é realizada com uma fonte de cada vez, e se finaliza a análise fazendo
a adição da contribuição de cada uma delas.
Sendo assim, para se conseguir realizar a análise de cada fonte independente por vez, devemos con-
siderar todas as outras fontes independentes de tensão como curto circuito, e as fontes independentes
de corrente como circuitos abertos (SADIKU; MUSA; ALEXANDER, 2014).
A Figura 2 demonstra três etapas com a aplicação dessa ferramenta.
Devemos ter em mente que quando utilizamos superposição, para a análise de um circuito, teremos
muito trabalho, pois será necessário realizar diversas análises, a fim de encontrar a contribuição de cada
fonte independente isolada, para a saída final. No entanto, a técnica simplifica a análise de circuitos
complexos, pois desligamos todas as fontes, menos uma, no seu processo de aplicação.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE 4 81
Transformação
de Fontes
Vs
Vs = I s R ou I s =
R
A transformação de fontes pode ser aplicada a fontes dependentes.
Entretanto, para esta aplicação, é necessário que as variáveis depen-
dentes sejam manipuladas.
UNIDADE 4 83
Teorema
de Thévenin
UNIDADE 4 85
Respondendo à indagação inicial do tópico,
sendo um circuito linear com uma carga variável,
podemos fazer a sua substituição por um circuito
equivalente de Thévenin, fazendo a remoção da
carga. O circuito se comportara da mesma ma-
neira que o circuito anterior.
Logo, considere o circuito linear da Figura 6,
em que a carga é RL, a qual a corrente que circula
é I L e a tensão é VL . Fazendo a análise matemá-
tica, temos que:
VTh
IL
RTh RL
RL
VL I L RL VTh
RTh RL
UNIDADE 4 87
Dessa maneira, podemos dizer que a Figura 7(a) pode ser substituída pela Figura 7(b).
Figura 7 - Substituindo um circuito linear de dois terminais pelo seu equivalente de Norton: (a) circuito original; (b)
circuito equivalente de Norton
Fonte: Sadiku, Musa e Alexander (2014, p. 196).
VTh
• I N =
RTh
Com isso, vemos que, ao entendermos como aplicar um dos dois métodos, o outro é muito semelhante.
A aplicação dos dois métodos lembra muito a transformação de fontes, sendo assim, ao se compreender
um destes tópicos, os demais serão de rápido e fácil aprendizado.
UNIDADE 4 89
a equação geral para potência
VTh
P i ² RL ( )² RL da carga.
RTh RL Visto que conseguimos ex-
trair o ponto de máxima trans-
Para um determinado circuito, Vth e Rth são fixos, variando a carga ferência de potência para uma
RL. A potência entregue à carga varia conforme o gráfico da Figura carga, a aplicação do teorema
10. Neles podemos observar que a máxima transferência de potência base para tal pode ser Thévenin
ocorre quando existe a igualdade RL e Rth. ou Norton, dada as suas seme-
lhanças e igualdades.
Nesta unidade, conseguimos
conhecer novas propriedades
de circuitos, como a linearidade
e a superposição. Em cima des-
tas propriedades, aprendemos a
realizar transformação de fontes
(de tensão em fontes de corren-
te e vice-versa) e consolidamos
a base para o aprendizado de
novos teoremas.
Fomos apresentados aos
Figura 10 - Gráfico para demonstrar a máxima transferência de potência
Fonte: Alexander e Sadiku (2013, p. 134). teoremas de Thévenin e Nor-
ton e suas aplicações, a fim de
Notamos, pelo gráfico da Figura 10, que a potência transferida para se conhecer o ponto de máxima
a carga pode ir de zero a Rth , dependendo do valor de RL . transferência de potência de cir-
Desta maneira, fazendo a análise matemática, a potência máxima cuitos para uma carga.
do circuito é dada pela seguinte equação Desta maneira, somos capa-
zes de aplicar estes teoremas em
VTh ²
Pmax = circuito, simplificando a análi-
4 RTh
se de circuitos complexos e ex-
Sendo esta equação válida somente quando Rth = RL . Para qualquer traindo informações essenciais
outra situação, calculamos a potência entregue à carga utilizando para fins práticos.
A potência máxima é transferida a uma carga quando a resistência de carga for igual à resistência
de Thévenin quando vista da carga (Rth RL).
a) Vth = 10 V e Rth = 26 Ω.
b) Vth = 4 V e Rth = 4 Ω.
c) Vth = 10 V e Rth = 40 Ω.
d) Vth = 4 V e Rth = 40 Ω.
e) Vth = 40 V e Rth = 4 Ω.
91
a) V0 = 40 V, após a transformação V0 = 40 V
b) V0 = 30 V, após a transformação V0 = 35 V
c) V0 = 30 V, após a transformação V0 = 30 V
d) V0 = 32, 5 V, após a transformação V0 = 35 V
e) V0 = 6 V, após a transformação V0 = 6 V
a) RL = 2 Ω.
b) RL = 20 Ω.
c) RL = 25 Ω.
d) RL = 150 Ω.
e) RL = 360 Ω.
92
LIVRO
Circuitos elétricos
Autor: Yaro Burian Jr., Ana Cristina C. Lyra
Editora: Pearson
Sinopse: apoiado em mais de três décadas de experiência em ensino, procu-
ra oferecer a estudantes e professores dos cursos de exatas – sejam eles de
engenharia elétrica, engenharia da computação, engenharia de automação e
controle ou engenharia mecânica – uma visão moderna e completa da área de
circuitos elétricos.
FILME
WEB
93
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2013.
SADIKU, M. N. O.; MUSA S. M.; ALEXANDER C. K. Análise de circuitos Elétricos com Aplicações. 5. ed.
São Paulo: AMGH, 2014.
NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009
REFERÊNCIA ON-LINE
94
1. D.
Em seguida, procuramos a resistência equivalente do circuito, sendo assim, o produto pela soma de 28 30
é 12; somando ao resistor em série de 28Ω, temos Rth equivalente a 40 Ω
A fim de encontrar a Vth , consideramos o circuito aberto nos terminais a-b, logo não ocorre passagem de
corrente no resistor de 28Ω, assim temos uma malha com uma fonte de 10V e uma resistência equivalente
de 50Ω, fazendo a análise da corrente I = V / R , a corrente é de 0,2A.
2. A.
A resistência equivalente do circuito é dada pelo produto da soma dos resistores, 10 20 que nos resulta a
Req = 6, 67 Ω. Tendo esta informação, temos que a tensão de V0 é dada pela lei de Ohm, V0 6 6, 67 40
V. Na transformação de fontes, a relação tensão/corrente deve se manter equivalente, logo a tensão antes
e depois da transformação no ponto será a mesma.
3. C.
Sabendo que o valor de RL para que ocorra a máxima transferência de potência é quando é equivalente
a Rth . A resistência de Thévenin para o circuito à esquerda dos nós a-b pode ser dada anulando a fonte
de independente. E fazendo a resistência equivalente, temos o produto pela soma de <<Eqn080.eps>>, o
que é equivalente a 25 Ω.
95
96
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Princípios da Corrente
Alternada (CA)
PLANO DE ESTUDOS
Fasores Potência CA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Aprender sobre corrente e tensão senoidal e suas carac- • Definir o conceito de Impedância.
terísticas. • Aprender sobre potência em CA.
• Conceituar a representação fasorial de sinais senoidais.
Tensão CA
e Corrente CA
UNIDADE 5 99
A Figura 3 ilustra o comportamento da frequência
de um sinal senoidal.
UNIDADE 5 101
Deixe de lado a referência aos números comple- O fasor é apenas uma representação complexa
xos que existem no diagrama fasorial; imagine-o da magnitude e da fase de uma senoide, como é
como um relógio que pode ter vários ponteiros. demonstrado pela expressão:
Imagine que o tamanho desses ponteiros repre-
senta a amplitude da tensão ou da corrente, ou v(t ) Vm cos(ω t φ) V Vm φ
seja, Vm e I m . Agora imagine que esses ponteiros
giram no sentido anti-horário. No diagrama, po- Observem que a variável frequência (w ⋅t ) não
demos observar que os ponteiros estão distancia- é mais apresentada nas equações fasoriais, temos
dos por um ângulo f , que nada mais é que a fase. uma representação somente em função de ampli-
Quando o ângulo f é igual a 0, os ponteiros estão tude e fase, a frequência é omitida nas equações
sobrepostos, ou seja, um em cima do outro; quan- devido ao fato de ser uma constante; no entanto,
do o ângulo φ > 0, diz-se que um determinado a resposta do problema no formato senoidal con-
sinal está adiantado, ou quando, φ < 0 diz-se que tinua dependente da frequência. O domínio dos
o sinal está atrasado em relação ao outro. fasores é conhecido como domínio da frequência.
Representando isto que acabamos de aprender, Neste tópico, aprendemos sobre fasores e como
matematicamente resulta: representar senoides no formato fasorial, assim
como os principais fatores que devem ser levados
v vm f
em conta em uma análise fasorial. Agora iremos
aprender como os fasores se comportam com os
I I m f elementos de circuito.
Capacitores
Figura 5 - Diagrama fasorial do resistor Suponha que a tensão no capacitor seja ex-
Fonte: Alexander e Sadiku (2013, p. 344).
pressa por v Vm cos(ω t φ) , uma vez
que a corrente no capacitor é expressa por
Indutores dv
i = C , realizando as substituições, chegamos a
dt
i ω C Vm sen(ω t φ). Aplicando as identi-
Supondo que uma corrente i I m cos(ω t φ) dades trigonométricas e realizando a conver-
di
e que a tensão no indutor é dada por v = L , são fasorial, obtemos i ω C Vm φ 90o , uma
dt o j 90o
então obtemos que a tensão no indutor é vez que Vm 90 V e e j
v ω L I m sen(ω t φ). Realizando a trans-
formação por meio da identidade trigonométrica I
e alterando a equação para forma fasorial, obte- I j w C V V
o o j w C
mos V ω L I m φ 90 , como I m 90 I
o
j 90
ee = j a tensão no indutor é expressa por: Novamente encontramos uma diferença de fase
entre tensão e corrente de 90°, porém, neste caso,
V j w L I a corrente está adiantada em relação à tensão. A
Figura 7 mostra o diagrama fasorial do capacitor.
Como podemos observar, existe uma diferença de
fase entre tensão e corrente. Neste caso, a corrente
está atrasada em 90° em relação à tensão. A Figura
6 apresenta o diagrama fasorial para o indutor
UNIDADE 5 103
Não se esqueça das relações que acabamos de aprender. Em
resistores, tensão e corrente estão em fase; em capacitores e
indutores, tensão e corrente estão defasadas em 90°; para ca-
pacitores, a corrente está adiantada; e indutores, a corrente está
atrasada – estas relações são a base dos circuitos CA.
V
V Z I Z
I
A nova variável Z representa, de uma forma ge-
nérica, a “resistência” do sistema. Z é dita impe-
dância do sistema.
UNIDADE 5 105
A impedância representa a dificuldade que um circuito senoidal re-
presenta ao fluxo de uma corrente elétrica. A Impedância para cada
elemento de circuito é apresentada pelo Quadro 1, nela também estão
dispostas a relação dos elementos de circuito com a frequência do sis- A parte real de R=Re{Z}
tema, que consiste na principal diferença entre os circuitos CC e CA. é a resistência do cir-
Quadro 1 - Impedância de acordo com os elementos de circuito cuito; a parte imagi-
Elemento Impedância Resposta em frequência nária de x I m {Z } é
chamada de reatância.
CC w 0 Z R R
R Z=R A reatância pode
w ZR R ser capacitiva ou in-
1 CC w 0 ZC dutiva, e a forma de
C Z identificar essa ca-
j w C w ZC 0 racterística é o sinal.
CC w 0 Z L 0 Quando o sinal é posi-
I Z j w L tivo (+), dizemos que a
w ZL
Fonte: os autores. reatância é indutiva, já
quando o sinal é nega-
tivo (-), dizemos que a
reatância é capacitiva.
Analisando o Quadro 1, podemos extrair informações essenciais para Neste tópico, aprendemos
a compreensão dos circuitos CA; podemos observar o comportamen- o que é impedância e como
to diferente de cada elemento no circuito, principalmente se fizermos ela se comporta em circuitos
a comparação com os circuitos CC. O elemento resistivo é o único que CA. Também aprendemos
permanece com o mesmo comportamento tanto em CC como em que os elementos de circuito
CA. O capacitor, que em CC se comportava como um circuito aberto possuem um comportamen-
quando carregado, no caso de um circuito CA, apresenta um fluxo to totalmente diferente em
de corrente, com cargas e descargas sucessivas. No caso do indutor, circuitos CA, excetuando-se
que em circuitos CC era apresentado como um curto-circuito, com pelo resistor, e o principal: este
o aumento da frequência da fonte, ele apresenta um acréscimo de sua comportamento diferenciado
impedância; quando a frequência é muito alta e tende ao infinito, o está ligado à frequência da
indutor passa a se comportar como um circuito aberto. fonte. Agora que possuímos
Como a impedância é um valor complexo, ele pode ser represen- a base de conhecimento em
tado em coordenadas retangulares ou polares (fasorial), as equações circuitos CA, podemos avan-
que representam a impedância nos dois sistemas de coordenadas são: çar para um dos tópicos mais
importantes, a análise de po-
Z R jX Z Z f
tência em CA.
Potência Instantânea
e Média
p (t ) v(t ) i (t )
UNIDADE 5 107
Em que v(t ) Vm cos(ω t φv ) e I (t ) I m cos(ω t φi ) , o Agora iremos analisar parte a
resultado desta multiplicação é: parte a equação da potência mé-
dia. Como você pode observar, a
1 1
p (t ) Vm I m cos(φv φi ) Vm I m cos(2ω t φv φi ) potência média pode ser separa-
2 2
da em duas partes, uma constan-
Como você pode perceber, as coisas ficaram um pouco mais compli- te e outra variável. Como você
cadas se comparadas a circuitos CC; mas, a grosso modo, podemos deve se lembrar das aulas de cál-
observar que a potência instantânea resulta em 2 componentes, culo, a média de uma constante
uma independente do tempo (t ) e dependente da fase (f ) e outra é a própria constante; a integral
dependente do tempo e de maior frequência. A Figura 8 apresenta de uma função periódica em
o gráfico da potência instantânea. um determinado período é zero,
podemos reduzir a equação da
potência média para:
1
P Vm I m cos(fv fi )
2
A grande vantagem da potên-
cia média é a sua invariância no
Figura 8 - Gráfico da potência instantânea tempo, o que torna o seu cálculo
Fonte: Alexander e Sadiku (2013, p. 407).
bem mais fácil.
T
Observando o gráfico, podemos identificar que o período é TP = 2 , uma Sobre a potência média,
vez que temos o dobro da frequência. Outro ponto que vale um destaque existem dois casos especiais
é que a onda possui sua maior parte localizada no eixo positivo, e uma que devem ser destacados,
pequena parte da onda é negativa. Quando a potência p (t ) é positiva, quando fV = fi e quando
isto significa que a potência é transferida pela fonte e absorvida pelo fV fi 90 .
circuito. Quando p (t ) é negativa significa que a fonte está absorvendo Quando fV = fi , dizemos
energia do circuito, este fenômeno é possível somente pelos elementos que tensão e corrente estão em
de armazenamento no circuito (capacitores e indutores). fase, o que é característica de um
Como você pode observar, a potência instantânea é dependente do circuito puramente resistivo que
tempo, isto faz com que ela seja difícil de ser mensurada, o que faz a absorve potência todo o tempo.
potência média ser mais adequada, como iremos ver no tópico a seguir. Quando fV fi 90 ,
A potência média é a média da potência instantânea em um temos um circuito puramente
determinado intervalo de tempo. Matematicamente, podemos re- reativo e nenhuma potência é
presentar a potência média como: absorvida.
1
T Nesta seção, aprendemos
P
T p(t )dt sobre o comportamento da
0 potência instantânea e da po-
Substituindo os valores da potência instantânea, obtemos: tência média em circuitos CA
T T e, principalmente, como elas se
1 1 1 1
P Vm I m cos(φv φi )dt Vm I m cos(2ωt φv φi )dt comportam em circuitos resisti-
T 02 T 02
vos, capacitivos e indutivos.
UNIDADE 5 109
A potência média pode ser expressa como: Quando o fator e potência é 1, significa
que corrente e tensão estão em fase, portanto
P S cos(fv fi ) fV fi 0 e cos(0) 1 , que representa uma
carga puramente resistiva.
A potência aparente é medida em VA (Volt-Am- Quando analisamos uma carga puramente rea-
pere) para que não seja confundida com a potên- tiva, podendo ela ser puramente capacitiva ou
cia real, que é medida em Watts. puramente indutiva, temos que fV fi 90 e
De acordo com Alexander e Sadiku (2013), a cos(90) 0 , o que faz com que a potência média
potência aparente recebe este nome, pois se parece seja 0.
com o produto entre tensão e corrente, igualmente Analisando entre os casos extremos, podemos
nos circuitos CC. obter duas situações, o fator de potência adianta-
O fator cos(fv − fi ) é conhecido como fator do ou atrasado. Quando temos um fator de po-
de potência; também pode ser definido como: tência adiantado, significa que a corrente elétrica
está adiantada em relação à tensão, característica
P
FP cos(fv fi ) atribuída a cargas capacitivas, como aprendemos
S
nas seções anteriores. Quando temos um fator de
O fator de potência é adimensional, pois se trata potência atrasado, significa que a corrente elétrica
da razão entre potência média e potência aparente. está atrasada em relação à tensão, característica
O ângulo fv − fi é conhecido como ângulo do atribuída a cargas indutivas.
fator de potência. Ao observarmos um diagrama Nesse tópico, aprendemos sobre a potência
fasorial, fica ainda mais simples de compreender aparente e sobre a sua relação com a potência mé-
o fator de potência, pois ele representa o cosseno dia. Vimos também sobre o fator de potência, que
da diferença de fase entre tensão e corrente. O mensura a taxa de aproveitamento da potência de
fator de potência varia ente 0 e 1. um sistema e varia de 0 a unidade.
As companhias de energia elétrica fixam um fator de potência mínimo de 0,92 atrasado. Quando
o cliente opera com o fator de potência abaixo do indicado, ele está sujeito a multas pesadas. Para
solucionar o problema, deve fazer a correção do fator de potência, que é feito com a adição de banco
de capacitores ao circuito. O que ocasiona o baixo fator de potência é o excesso de cargas indutivas,
porém este fenômeno é mais comum na indústria.
a) 127 ; 0, 1 s ; 40 Hz ; 95º .
b) 127 ; 25 s ; 0, 04 Hz ; 120° .
c) 127 ; 0, 25 s ; 4 Hz ; 120º .
d) 127 ; 2, 5 s ; 4 Hz ; 120° .
e) 179 ; 0, 25 s ; 0, 04 Hz , 120° .
111
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
112
FILME
113
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: Mc Graw
Hill, 2013.
114
1. C.
Vm = 127
2P 2P 1 1
T
= = = 0, 25s f= = = 4 Hz f 120
w 25 T 0, 25
2. A.
180∠120 75∠90
fv fi 120 90 30
3. C.
4. E.
115
116
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Geração e Distribuição
de Energia Elétrica
PLANO DE ESTUDOS
Geração de
energia elétrica
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender como são originadas as formas de energia em • Estudar como é realizada a transmissão e distribuição de
nosso planeta. energia elétrica aos diversos setores econômicos.
• Conhecer as formas de geração de energia elétrica e os
princípios de funcionamento.
Origem
da Energia
Figura 1 - Sol
UNIDADE 6 119
Geração de
Energia Elétrica
Energia Hidrelétrica
UNIDADE 6 121
Energia
Termelétrica
O acidente nuclear em Chernobyl é o maior e mais emblemático acidente envolvendo usinas nu-
cleares. Ocorreu em 26 de abril de 1986, na cidade de Pripyat, Ucrânia, que na época era território
da União Soviética. Após uma falha em um teste de segurança, houve uma explosão em um dos
reatores da usina, fazendo com que o núcleo do reator ficasse exposto à atmosfera. Com isso, ma-
teriais radioativos foram lançados ao ar e dispersos por meio dos ventos. Estima-se que milhares de
pessoas faleceram em decorrência da contaminação por radiação, principalmente de câncer. Este
acidente está registrado em diversas obras, como livros, documentários e filmes. Mais recentemen-
te, em 2019, o canal de televisão HBO produziu a minissérie Chernobyl, composta por 5 episódios
em que são apresentados todos acontecimentos do acidente. Sua exibição teve grande audiência e
aceitação do público, críticos e comunidade científica. Caso não tenha visto, vale a pena!
Fonte: adaptado de Helerbrock ([2020], on-line)1.
Por fim, temos o uso da energia solar como fonte de calor em uma usina termelétrica. Seu funcio-
namento se baseia no uso de espelhos para refletir e concentrar os raios solares em uma câmara ou
tubulação de aquecimento de água, produzindo o vapor para movimentar a turbina. Note que se trata
de uma fonte de energia renovável e extremamente limpa, porém é uma tecnologia recente e pouco
empregada até o momento.
UNIDADE 6 123
Energia Solar
Fotovoltaica
A quantidade de energia elétrica produzida em um sistema fotovoltaico varia de acordo com a intensidade
da luz que incide sobre as placas fotovoltaicas e, é claro, a quantidade de placas que compõem o sistema. As
placas fotovoltaicas comercializadas atualmente, em 2020, produzem entre 50 e 250 W de potência cada uma.
O sistema fotovoltaico é bastante promissor e vem sendo aplicado em escalas cada vez maiores. A
grande vantagem dele é que pode ser instalado em qualquer local com incidência de luz solar, como
telhados e coberturas de todo tipo, o que torna todas as edificações potenciais micro geradoras de
energia elétrica. Além disso, no processo de geração de energia, não é emitido nenhum tipo de gás ou
partícula poluente, sendo assim uma fonte de energia renovável e limpa.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
Concluído nosso estudo a respeito das formas de geração de energia elétrica, imagino ter ficado
claro que, com os impactos do aquecimento global já estarem evidentes, a tendência mundial é a
implementação cada vez maior de sistemas de geração que sejam renováveis e limpos, promovendo
sustentabilidade ao setor elétrico.
UNIDADE 6 125
Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica
Vlinha 3 V fase
No Brasil, em algumas regiões, temos que a tensão de fase é de 127 V e a tensão de linha é de 220
V, enquanto que em outras regiões a tensão de fase é de 220 V e a tensão de linha é de 380 V.
Segundo Creder (2016), normalmente a tensão A partir desse estágio, a energia elétrica é distri-
elétrica na saída dos geradores em usinas é de 13,8 buída por todo o centro consumidor por meio de
kV, o que não é considerada suficientemente alta postes (distribuição aérea) ou dutos subterrâneos
para transmissão. Assim, após a geração da energia (distribuição subterrânea). Nos postes, os cabos
trifásica em corrente alternada, ela é encaminhada das três fases em alta tensão ficam posicionados no
a uma subestação elevadora. Nesse estágio, a ten- topo. Em pontos estratégicos da rede de distribui-
são elétrica será elevada, por meio de transforma- ção são colocados transformadores abaixadores,
dores, a um dos valores usuais em nosso país: 69 que levam a tensão elétrica para o nível de baixa
kV, 138 kV, 400 kV ou 500 kV. Adequado o nível tensão, pronto para ser entregue aos consumidores.
de tensão elétrica, agora a energia será transmitida Nos postes, os transformadores são posicionados
aos centros consumidores por meio de torres de abaixo dos cabos de alta tensão, enquanto que na
transmissão de alta tensão. A Figura 6 apresenta rede subterrânea são colocados em câmaras sub-
uma subestação e uma torre de transmissão. terrâneas. Na distribuição aérea, os cabos de baixa
Ao chegar a um centro consumidor, a energia tensão (três fases + neutro) são posicionados no
elétrica passa da fase de transmissão para a fase de poste abaixo do transformador abaixador.
distribuição, em que o primeiro passo é baixar a Por fim, cada consumidor é conectado à rede
tensão elétrica a um nível adequado e seguro para de baixa tensão por um ramal de entrada e um
distribuição, sendo a tensão mais utilizada 13,8 kV, medidor de energia consumida, aquele que já vi-
mas alguns locais também utilizam 34,5 kV. Esses mos lá na Unidade 1. A Figura 7 ilustra, de forma
valores de tensão ainda são classificados como alta bastante clara, a distribuição aérea, desde os cabos
tensão (superiores a 1 kV). Essa adequação da ten- de alta tensão até o ramal de entrada e medidor
são elétrica é feita em uma subestação abaixadora. do consumidor.
UNIDADE 6 127
Figura 6 - À frente, uma torre de transmissão e, ao fundo, uma subestação
O ramal de entrada pode ser monofásico, bifásico ou trifásico, de acordo com a carga demandada
pelo consumidor e a concessionária de energia elétrica da região:
• Monofásico (uma fase + neutro): até 8 kW em algumas regiões; até 12 kW em outras.
• Bifásico (duas fases + neutro): entre 8 e 15 kW em algumas regiões; entre 12 e 25 kW em outras.
• Trifásico (três fases + neutro): entre de 15 e 75 kW em algumas regiões; entre 25 e 75 kW em outras.
A partir do medidor de energia, passamos da fase ração de energia elétrica, sendo elas hidrelétrica,
de distribuição para a fase de projeto e instalação termelétrica (tendo como exemplos de fontes de
elétrica, que poderá ser predial ou industrial. Mas calor os combustíveis fósseis, biomassa, elementos
isso já é assunto para outras unidades. radioativos e, até mesmo, o próprio calor origi-
Nesta unidade, nós compreendemos que a nário do Sol), fotovoltaica e eólica. Aprendemos
maior parte da energia consumida em nosso como ocorre a transmissão e distribuição da ener-
planeta tem origem no Sol, que chega até nós gia elétrica, que nesses processos são empregados
na forma de luz e calor, então parte é convertida diferentes níveis de tensão elétrica, manipuladas
naturalmente em energia química (combustíveis por meio de subestações e transformadores, de
fósseis, biomassa) e energia cinética (rios, ventos). forma a tornar esses processos viáveis física e eco-
Estudamos a respeito de diversas formas de ge- nomicamente.
Rede de A. T.
Transformador abaixador
N
A
B
C
Poste particular
ição
de d istribu Rede de B. T.
Ramal
Medidor
Haste de aterramento
Haste de aterramento de rede de distribuição
para entrada de
consumidores
UNIDADE 6 129
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
130
LIVRO
131
CREDER, H. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
VILLALVA, M. G. Energia solar fotovoltaica: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012.
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm. Acesso em: 8 jun. 2020.
132
1. C.
2. A.
P 10 106
iT 43, 48 A
VT 230 103
P 10 106
iD 724, 64 A
VD 13, 8 103
3. Fontes de energia renováveis são aquelas que não se esgotam com o uso, que se renovam naturalmente
ou pela ação do homem. Fontes limpas são aquelas que, no processo de geração de energia elétrica, não
emitem gases, partículas ou outros poluentes no meio ambiente. Exemplos de fontes renováveis e limpas:
energia eólica, energia solar fotovoltaica e energia solar térmica.
133
134
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Dispositivos e
Máquinas Elétricas
PLANO DE ESTUDOS
Dispositivos de
Transformadores
seccionamento e proteção
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Aprender os princípios de funcionamento e tipos de má- • Estudar contatores e dispositivos de proteção para mo-
quinas elétricas. tores.
• Traçar os princípios de funcionamento de transforma- • Conhecer dispositivos de seccionamento e suas funções.
dores.
Máquinas
Elétricas
Barragem
Casa de força
Linhas de
energia
Gerador
Comporta Turbina
Um ímã permanente atrai e mantém materiais Como mostra a Figura 2, existem diversas linhas
magnéticos, graças à sua força magnética, deno- de fluxo em um ímã permanente em barra; logo,
minada campo magnético. Na Figura 2, vemos as quanto maior for a distância das linhas em rela-
linhas de fluxo do campo magnético; as linhas de ção ao polo oposto, menos força tem o campo.
fluxo têm sentido de N para S e quanto maior o A passagem de corrente elétrica por um con-
número de linhas de fluxo, mais forte é o campo. dutor gera um campo magnético semelhante ao
mostrado na Figura 2. Contudo, esse condutor in-
Linhas de fluxo tensidade proporcional à intensidade de corrente
e tem a forma de círculos concêntrico. A Figura 3
ilustra este fenômeno.
Sentido do Sentido das
N fluxo de elétrons linhas de fluxo
UNIDADE 7 137
Vemos, na Figura 3, um condutor associado aos dois polos de uma Petruzella (2013) resume o pro-
bateria, com isso ocorre a circulação de corrente e a geração de um cesso de rotação pelos seguintes
campo magnético. Quando se tem uma bobina, o campo magné- passos:
tico resultante é semelhante ao de um ímã permanente, conforme • Polos magnéticos iguais
mostrado na Figura 4. se repelem, fazendo a
armadura (ou induzido)
Polo N Polo S começar a rotacionar,
saindo da inércia.
• Após o início da rotação,
a força de atração entre
os polos opostos torna-
-se forte suficiente para
manter o ímã permanen-
te em rotação
Bobinas do estator • O eletroímã continua a
Polo S de um motor típico Polo N
rotação até o ponto onde
os polos opostos estejam
Figura 4 - Campo magnético produzido por uma bobina transportando uma corrente
Fonte: Petruzella (2013, p. 115). alinhados. Neste ponto, o
rotor normalmente para
A Figura 4 nos mostra a orientação do fluxo magnético, em bo- por causa da atração en-
binas de um motor típico. A mudança na orientação do fluxo é o tre os polos opostos.
que permite a mudança no sentido de rotação do eixo de motores. • Comutação é o processo
Inclusive, é oportuno trazer Petruzella (2013, p.115), que explica de inversão da corrente
“
a diferença entre campos magnéticos: de armadura quando os
O campo magnético de uma bobina de fio é muito maior que polos opostos da arma-
o campo magnético em torno do fio antes de ele assumir a dura e do campo estão
forma de uma bobina e pode ser ainda mais reforçado com a frente a frente, inverten-
colocação de um núcleo de ferro no centro da bobina. O núcleo do a polaridade do cam-
de ferro apresenta menor resistência às linhas de fluxo do que po induzido.
o ar, aumentando assim a força do campo. É exatamente esta • Os polos iguais da ar-
a forma como uma bobina do estator do motor é construída: madura e do campo en-
utilizando uma bobina de fio com um núcleo de ferro. tão se repelem, fazendo
a armadura continuar a
Quanto às leis que tratam do magnetismo, uma das mais conheci- rotação.
das é que polos “iguais” se repelem e que polos “opostos” se atraem.
Este princípio é a base para produzir uma força de rotação em uma A rotina para a rotação de um
máquina elétrica. Tendo em mente que o eletroímã é a parte móvel motor pode ser ilustrada pela
(armadura), e o ímã permanente é a parte fixa (estator) da máquina, Figura 5.
Rotação
O processo demonstrado na Figura 5 é equivalente para um gerador, porém, em vez dele ser alimentado
por energia elétrica, a energia que alimenta o sistema é a energia mecânica.
Motores são classificados de acordo com o tipo de energia usada (CC ou CA) e seu princípio
de funcionamento. Existem várias classificações principais dos motores de uso comum e cada uma
especifica um tipo de aplicação. A Figura 6 mostra uma classificação dos tipos de motores comuns.
- Ímã permanente
Motores
- Enrolamento série - Fase dividida
CC
- Enrolamento shunt - Com capacitor de partida
- Enrolamento composto - Capacitor permanente
- Capacitor de partida/
Gaiola de capacitor de trabalho
Universal
esquilo - Partida por fase dividida/
capacitor de trabalho
Monofásico Indução - Polos sombreados
- Repulsão
Rotor
- Partida por repulsão
bobinado
- Indução por repulsão
- Histerese
Síncrono - Relutância
Motores - Ímã permanente
CA
Rotor
bobinado
Indução
Gaiola de
esquilo
Polifásico
Síncrono
UNIDADE 7 139
A Figura 6 mostra a classificação dos motores
elétricos. Vemos que os motores podem ser classi-
ficados quanto à sua alimentação, CA ou CC, caso
seja CA pela quantidade de fases que o alimentam,
como outras características construtivas.
UNIDADE 7 141
Caminho do
fluxo magnético
4A
1A
Núcleo
Figura 7 - Versão simplificada de um transformador monofásico
Fonte: Petruzella (2013, p. 64).
O circuito ilustrado pela Figu- • Caso o primário possua uma quantidade maior de espiras
ra 7 apresenta um circuito com que o secundário, temos um transformador abaixador, que
transformador. Vemos que a reduz a tensão.
tensão e corrente elétrica varia • Caso o primário possua uma quantidade menor de espiras que
do enrolamento primário para o secundário, temos um transformador elevador, que aumenta
o secundário, porém a potência a tensão.
se mantém constante. • Caso o primário possua a mesma quantidade de espiras que
Petruzella (2013) afirma que o secundário, a tensão do secundário será equivalente a do
um transformador, em sua for- primário. Esse é o caso de um transformador de isolamento.
ma mais simples, é formado por • Autotransformadores são compostos por uma grande bobina
quatro componentes: de fio, a qual pode servir tanto como o primário quanto como
• Núcleo: que proporciona o secundário.
um caminho para as li- • A quantidade de volt-ampères (VA), no primário de um trans-
nhas magnéticas de força. formador, será igual ao do secundário subtraindo as pequenas
• Enrolamento primário: quantidades de perdas.
o qual recebe energia da
fonte. A relação de tensão e corrente em um transformador ideal (aquela
• Enrolamento secundário: que não considera as perdas) segue a seguinte equação:
que recebe energia do
enrolamento primário e Espiras Primário Tensão Primário Corrente Secundário
passa para a carga. Espiras Secundário Tensão Secundário Corrente Primário
• Encapsulamento: que
protege a estrutura. A relação entre tensão e corrente em um transformador segue
a lei de Ohm, visto que a potência de entrada será equivalente
Petruzella (2013) descreve os à de saída. Logo, as grandezas se ajustam nesta relação.
fundamentos de um transfor- Tomando como base o circuito da Figura 7, façamos estas
mador da seguinte maneira: relações.
Tubo de enchimento
do conservador de óleo
Indicador de Válvula de
nível do óleo alívio de pressão
Relé de Buchholz
Conservador Terminal Válvula de
de óleo primário explosão
Terminal
secundário
Termômetro
indicador de
temperatura
Radiadores
Tanque
Válvula de
drenagem
Base
Figura 8 - Transformador de distribuição e seus componentes
Fonte: Mamede (2017, p. 546).
UNIDADE 7 143
Contatores e Dispositivos
de Proteção de Sobrecarga
Contatores
“
de funcionamento da seguinte maneira: fixos aos quais estão ligados os terminais
O seu princípio de funcionamento ba- do circuito.
seia-se na força magnética que tem ori-
gem na energização de uma bobina e na O uso mais comum de um contator é em conjunto
força mecânica proveniente do conjunto com um relé de sobrecarga, estes dois associados
de molas preso à estrutura dos contatos em um dispositivo para partida de motores de
móveis. Quando a bobina é energizada, sua corrente alternada, segundo Petruzella (2013).
força eletromecânica sobrepõe-se à força A Figura 9 ilustra um contator, mostrando um
mecânica das molas, obrigando os conta- componente e ligação.
Lado da carga
Contatos
fixos Lado da carga
Contatos
móveis
Bobina
Armadura móvel
de ferro ou êmbolo
Lado da linha
Contatos
Bobina
Lado da carga
Símbolo para diagramas
Figura 9 - Contator Magnético de três polos
Fonte: Petruzella (2013, p. 177).
UNIDADE 7 145
Quando a bobina de um contator é energizada, a corrente se estabiliza. Devido a esta corrente de
ela atrai a armadura móvel de ferro (ou êmbolo), partida, os motores necessitam de dispositivos
o que ocasiona o encontro dos contatos fixos e especiais para proteção contra sobrecarga, que
móveis, fazendo com que o potencial localizado possam suportar estas variações que ocorrem du-
nos terminais da linha esteja conectado aos ter- rante a partida e outras sobrecargas prolongadas.
minais da carga. Logo, segundo Petruzella (2013), os disposi-
Mamede (2017) faz a recomendação de se ana- tivos de proteção contra sobrecarga se destinam
lisar os seguintes pontos na compra de contator: a proteger os motores, os circuitos de aciona-
• Tensão nominal. mento dos motores e os condutores do circuito
• Frequência nominal. secundário dos motores contra aquecimento ex-
• Corrente nominal. cessivo devido a sobrecargas no motor e falhas
• Número mínimo de manobras. na partida. A sobrecarga do motor pode incluir
• Tensão nominal da bobina. condições, tais como um motor operando com
• Número de contatos: NA (normalmente uma carga excessiva ou com baixas tensões de
aberto) e NF (normalmente fechado). linha ou, ainda, no caso de um motor trifásico, a
perda de uma fase.
Após entendido o funcionamento dos contato- Os dispositivos de proteção contra sobrecarga
res, vamos para os dispositivos que podem ser do motor são mais frequentemente integrados
acoplados junto a eles. Estes dispositivos comple- no dispositivo de partida do motor. Trata-se da
mentam os contatores, realizando a proteção da proteção do motor contra curto-circuito.
linha, componentes e carga. Os relés de sobrecarga atendem aos requisitos
de proteção especial dos circuitos de acionamento
de Motores. Petruzella (2013) traz três caracterís-
Dispositivos de Proteção ticas sobre estes relés:
de Sobrecorrente • Permitem sobrecargas temporárias, sem
interromper o circuito.
Como já mencionado, o contator é um dispositivo • Atuam abrindo o circuito, caso a corrente seja
de comutação. Dispositivos de proteção têm o ob- elevada o suficiente para provocar danos ao
jetivo de proteger a instalação elétrica, não a carga motor ao longo de um período de tempo.
acionada. Quando já houve evento de sobrecarga • Podem ser rearmados, após uma sobrecarga.
ou curto-circuito, a carga já apresentou falha e,
portanto, os dispositivos de proteção protegem as O autor também complementa mais três pontos
instalações de falhas que a carga possa representar. sobre os relés de sobrecarga:
Petruzella (2013) nos relata que quando um • São especificados por uma classe de dis-
motor de corrente alternada é energizado, a cor- paro, a qual define o período necessário
rente de partida em seu semiciclo inicial normal- para que o relé dispare em uma condição
mente chega a ser 20 vezes maior que a corrente de sobrecarga.
nominal. A corrente de partida opera entre quatro • Apresentam um indicador de disparo, que
e oito vezes a corrente nominal quando o motor é mostra a ocorrência deste incidente.
acoplado à rede em acionamento direto. Chegan- • São classificados como térmicos, magné-
do o motor a sua velocidade de funcionamento, ticos ou eletrônicos.
UNIDADE 7 147
Dispositivos de
Seccionamento e Proteção
Disjuntores
“
rente, somente magnético ou somente tér- to de um fusível como:
mico). A atuação de um fusível é proporcionada
• Acionamento (manual ou motorizado). pela fusão do elemento metálico, quan-
do percorrido por uma corrente de valor
A Figura 11 apresenta um disjuntor caixa molda- superior ao estabelecido na sua curva de
da e seus componentes, desde seus terminais de característica tempo × corrente. Após a
conexão, placa de identificação, seletor de ajuste fusão do elemento fusível, a corrente não
e alavanca. é interrompida instantaneamente, pois a
Disjuntores são um dos mais importantes dis- indutância do circuito a mantém por um
positivos de proteção. Estão presentes em diversas curto intervalo de tempo, circulando pelo
aplicações, tanto prediais como em equipamentos do arco formado entre as extremidades do
elétricos na indústria. elemento metálico sólido.
Terminal de fonte
Alavanca
Placa de de manobra
identificação
Caixa de
baquelite
Seletor
de ajuste
Terminal
de carga
Figura 11 - Vista frontal de um disjuntor de baixa tensão
Fonte: Mamede (2017, p. 561).
UNIDADE 7 149
Creder (2016) cita três tipos de fusíveis: cilíndrico,
D (Diazed) e NH, sendo que cada um apresenta
as seguintes características de aplicações:
• Fusíveis cilíndricos são comumente uti-
lizados em máquinas e painéis elétricos.
A corrente nominal destes varia entre 1 a Figura 12 - Fusível cilíndrico
100A. A Figura 12 apresenta três fusíveis
com correntes nominais diferentes.
• Fusíveis diazed são utilizados na proteção
Tampa
de curtos-circuitos em instalações elétricas.
Apresentam três tamanhos (DI, DII e DIII)
e a corrente nominal varia de 2 a 100A. A DII = 21mm
Φ=
Figura 13 mostra um fusível diazed, com DIII = 27mm
sua base para conexão em trilhos DIN e
seus acessórios de proteção e fixação. Fusível
• Fusíveis NH são aplicados na proteção de
sobrecorrente de curto-circuito em instala-
ções elétricas industriais. Apresentam até 6
tipos de tamanho e corrente nominal de 6 a
1250A. A Figura 14 mostra um fusível NH, Anel de proteção
com sua base para conexão do dispositivo
e os terminais para conexão dos cabos de
entrada e saída.
Base
A fim de se selecionar um fusível, deve se especificar
os seguintes elementos, segundo Mamede (2017):
• Corrente nominal.
• Tamanho da base - fusível NH (Figura 14). Figura 13 - Fusível Diazed, base e acessórios
• Capacidade de ruptura. Fonte: Creder (2016, p. 141).
• Característica da curva tempo × corrente Fusível
Terminal de carga Terminal de fonte
(rápido ou com retardo).
• Componentes como no fusível Diazed,
composto por: base, tampa, parafuso de
ajuste, anel de proteção e fusível (Figura 13).
“
energia elétrica ou a propriedade do consumidor. prejudiciais.
Todas as atividades biológicas desenvolvidas pelo corpo hu- • Zona 3: provoca distúr-
mano são resultantes de impulsos enviados pelo cérebro na bios fisiológicos sérios,
forma de corrente elétrica de baixíssimo valor. Porém, quando o porém reversíveis, como
indivíduo entra em contato com qualquer parte viva de um cir- parada cardíaca, parada
cuito elétrico, uma corrente passa a circular por esse indivíduo respiratória e contrações
juntamente com a corrente fisiológica própria. O resultado é musculares.
uma alteração nas funções vitais do indivíduo que pode levá-lo • Zona 4: provoca distúr-
à morte (MAMEDE, 2017, p. 593). bios fisiológicos severos e,
geralmente, irreversíveis,
como fibrilação cardíaca
30 mA
5 e parada respiratória.
10.000 • Zona 5: representa a
5.000 faixa de atuação do dis-
2.000 positivo de proteção DR
Tempo (ms)
UNIDADE 7 151
Em condições normais de um DR, segundo Vemos, pela Figura 16, que o equipamento
Creder (2016), o fluxo resultante no núcleo do elétrico é alimentado após o dispositivo de pro-
transformador, oriundo das correntes que circu- teção, situados na caixa de entrada do circuito
lam nos condutores de alimentação, é nulo, sendo e no quadro terminal. Esta ligação é necessária
assim não é gerada nenhuma força eletromotriz para que a pessoa que for utilizar o equipamento
na bobina secundária. esteja segura contra quaisquer correntes resi-
Creder (2016) explica que a atuação do DR duais que colocam em risco a sua saúde.
acontece no momento em que o fluxo resultan- Mamede (2017), seguindo a NBR 5410
te no núcleo do transformador for diferente de (ABNT, 2004), traz premissas básicas para apli-
zero (quando existir uma corrente diferencial- cação de DR em instalações elétricas:
-residual), esta gerará uma força eletromotriz na • O uso do dispositivo DR não dispensa,
bobina secundária, e uma corrente percorrerá a em qualquer hipótese, o condutor de pro-
bobina do núcleo do disparador. teção.
Assim que esta corrente for igual ou superior • Os dispositivos DR devem garantir o sec-
à corrente Diferencial-Residual (DR) nominal de cionamento de todos os condutores do
atuação do dispositivo, o fluxo criado no núcleo circuito protegido.
do disparador pela corrente proveniente da bobina • O circuito magnético do dispositivo DR
secundária do transformador provocará a desmag- deve envolver todos os condutores vivos
netização do núcleo, abrindo o contato da parte dos circuitos protegidos, inclusive o con-
móvel e os contatos principais do dispositivo. dutor neutro.
A Figura 16 apresenta um exemplo de instala- • O circuito magnético do dispositivo DR
ção elétrica protegida por dispositivos de proteção não deve envolver, em nenhuma hipótese,
diferencial-residual. o condutor de proteção.
Trafo (Poste)
PE DR
DR (PE)
kWh
UNIDADE 7 153
A Figura 17 apresenta um flu- Nesta unidade, conseguimos conhecer máquinas elétricas, tais
xograma para a conexão do DPS, como motores, geradores, transformadores e dispositivos para acio-
sendo assim, deve se responder namento e proteção destas. Conhecer os princípios de funcionamento
às perguntas dele e fazer a ava- destas máquinas e dispositivos fornece-nos base para prosseguir com
liação das possibilidades para a os estudos sobre a eletricidade.
instalação do dispositivo. Fomos apresentados aos dispositivos de seccionamento e proteção,
Para concluir, a norma traz os como contatores, disjuntores, fusíveis entre outros. Estes dispositivos
critérios para seleção do disposi- são comuns em instalações elétricas e em painéis de acionamento de
tivo, sendo como: nível de prote- equipamentos industriais. Sabendo sua função, seus princípios de
ção, máxima tensão de operação funcionamento e os requisitos para escolha, temos condições para
contínua, suportabilidade a so- realizar análises em campo.
bretensões temporárias, corrente O estudo sobre eletricidade é vasto, sendo assim, a cada nova
nominal de descarga e/ou cor- máquina ou dispositivo que temos domínio, estamos mais aptos a
rente de impulso e suportabili- desenvolver novas soluções, resolver problemas e tomar decisões na
dade à corrente de curto-circuito. área de Engenharia Elétrica (u).
De acordo com os critérios da
norma, o uso de DPS está (ou de- A linha elétrica de SIM
energia que chega à
veria estar) presente na maioria edificação inclui
neutro?
PE PEN L1 L1
BEP BEP ou L2 L2
barra PE L3 L3
DPS DPS DPS
L1 L1 N N
L2 L2 DPS DPS DPS DPS
L3 L3
BEP ou
DPS DPS DPS DPS DPS DPS barra PE
PE PE PEN PE BEP ou
N barra PE
barra PE
BEP ou
barra PE
155
3. Transformadores são máquinas elétricas extremantes importantes para o sis-
tema de energia elétrica. Eles estão presentes desde a saída de usinas até em
pequenos dispositivos eletrônicos, como fontes para notebook.
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) Transformadores realizam a transformação de um potencial de tensão para
outro, seja este CA ou CC.
( ) A transformação de tensão em um transformador segue a relação exponencial
dada entre o número de bobinas do enrolamento primário pelo secundário.
( ) Não ocorre mudança na potência e na frequência na entrada e saída de um
transformador.
156
LIVRO
157
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Rio
de Janeiro: ABNT, 2004.
PINTO, M. O. Engenharia Elétrica: geração, transmissão e sistemas interligados. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
158
1. C.
2. A.
3. C.
159
160
Me. Igor Rossi Fermo
Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Princípios de
Instalações Elétricas
PLANO DE ESTUDOS
Quadros de Atividades
Distribuição Práticas
Princípios de Dimensionamento
Instalações Elétricas de Condutores
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Aprender sobre os princípios de instalações elétricas. • Dimensionar condutores de acordo com as normas vi-
• Apresentar um quadro de distribuição e seus compo- gentes.
nentes. • Proporcionar atividades práticas sobre instalações elé-
tricas.
Princípios de
Instalações Elétricas
Levantamento de Cargas
Em posse da planta baixa, o primeiro passo é rea- de acordo com a atividade que será desenvolvida
lizar a alocação das cargas por cômodo do local; no local, pois existem atividades que requerem uma
nela temos que dispor a localização da carga e a melhor iluminação. Citamos os trabalhos com de-
potência prevista que será consumida pela carga. talhes e precisão e outros que requerem um menor
Para instalações elétricas prediais/residenciais, índice de iluminação, como uma área de lazer.
existem basicamente 3 tipos de cargas: Outra alternativa para determinar a carga de
• Iluminação. iluminação é referente às cargas mínimas por am-
• Tomadas de uso geral (TUG). biente que são determinadas pela NBR 5410. Des-
• Tomadas de uso específico (TUE). sa maneira, utiliza-se técnicas de luminotécnica
em ambientes específicos para uma determinada
atividade; e em ambientes residenciais ou de uso
Iluminação geral, aplica-se a NBR 5410. Como nosso material
tem o propósito de noções básicas de instalações
Quando falamos de iluminação, podemos utilizar, elétricas, iremos abordar somente a NBR 5410.
majoritariamente, dois métodos para determi- De acordo com essa norma, cada cômodo deve
nar a carga referente à iluminação, cálculos de possuir, no mínimo, um ponto de iluminação no
luminotécnica ou atender às exigências mínimas teto com acionamento via interruptor. Com relação
apresentadas pela NBR 5410. à potência prevista para cada ponto, a norma estabe-
Dentro da luminotécnica existem vários méto- lece que ambientes com até 6 m² devem possuir um
dos de cálculo que ajudam a determinar tipo, quan- ponto de, no mínimo, 100 VA; em ambientes com
tidade e modelo de lâmpadas que serão utilizadas mais de 6 m², devem ser previstos 100 VA para os
no ambiente. No entanto, eles basicamente variam primeiros 6 m² e 60 VA para cada 4 m² adicionais.
UNIDADE 8 163
Vale ressaltar que estas são as cargas mínimas que devem ser previstas por ambiente, caso o projetista
entenda que elas são insuficientes, pode adicionar mais pontos. Com relação à potência aparente
prevista, ela não está relacionada com a potência das lâmpadas que serão utilizadas, mas sim com
o levantamento de cargas para dimensionamento do circuito elétrico.
As tomadas de uso específico são aquelas destinadas Em que I p é a corrente de projeto (A), S é a po-
a equipamentos fixos ou estacionários e que pos- tência aparente (VA), V a tensão de alimentação
suam uma corrente nominal superior a 10 A. A nor- (V), cos(f) o fator de potência e h o rendimento.
ma ainda estabelece que as tomadas de uso específico Os casos mais comuns de TUEs são chu-
(TUEs) devem estar localizadas a, no máximo, 1,5 m veiros, torneiras elétricas, fornos elétricos,
do equipamento que irão alimentar (ABNT, 2008). condicionadores de ar, bombas para piscina e
O cálculo da potência de uma tomada de uso aparelhos de micro-ondas (CAVALIN; CER-
específico deve levar em conta o equipamento que VELIN, 2005).
será alimentado usando as seguintes fórmulas. Como você pode notar, ao contrário das TUGs,
as TUEs não possuem um número mínimo por
P
Ip = ambiente, sendo previstas apenas quando existi-
V
rem equipamentos que demandem uma corrente
Para circuitos monofásicos e bifásicos, I p é a nominal acima de 10 A, quantas forem necessá-
corrente de projeto (A), P é a potência do equi- rias.
pamento (W) e V a tensão de alimentação (V). Nesta seção, introduzimos os princípios bá-
Caso o circuito seja trifásico, deve ser utilizada sicos para a elaboração de um projeto elétrico,
a seguinte equação desde o levantamento de cargas, levando em conta
a norma vigente, como determinar as potências
S
Ip para circuitos de iluminação, tomadas de uso geral
3 V cos(φ) η
e tomadas de uso específico.
A norma NBR 5410 estabelece que a conexão de equipamentos aquecedores elétricos de água ao
ponto de utilização deve ser realizada por meio de conexão direta, sem o uso de tomada de corrente.
Esse caso se aplica a aquecedores, chuveiros e torneiras elétricas. Este erro é comumente encontrado
em residências, pois por uma questão estética ou de praticidade, essas conexões são realizadas com
plugues e tomadas em vez bornes ou conectores apropriados.
Fonte: adaptado de ABNT (2008).
UNIDADE 8 165
Quadros de
Distribuição
UNIDADE 8 167
Divisão da Instalação em Circuitos
Após a determinação do local ou dos locais nos alocados em circuitos exclusivos, quantos forem
quais serão dispostos os quadros de distribuição, a necessários. Não se deve esquecer de dimensionar
instalação elétrica deve ser dividida em partes me- disjuntores residuais ou interruptores residuais
nores, que chamamos de circuitos. Os circuitos irão com corrente de disparo de 30 mA para tomadas
agrupar os pontos de iluminação, TUGs e TUEs que em áreas molhadas.
foram determinados no levantamento de cargas. Circuitos de iluminação devem ter sua potên-
A divisão em circuitos deve atender algumas cia limitada – recomenda-se um limite de 15 a 20
particularidades, de forma a proporcionar uma A em circuitos de iluminação. A limitação se deve
maior funcionalidade e praticidade ao usuário por fatores de segurança e de dimensionamento
do sistema. Apresentaremos alguns critérios que de condutores, pois quanto maior a corrente de
devem ser atendidos na divisão dos circuitos. um circuito, consequentemente, maior a seção do
No caso das TUEs, como a corrente nominal condutor que será utilizado.
excede 10 A , devem ser previstos circuitos inde- Circuitos de tomada de uso geral também de-
pendentes para cada TUE. Vale lembrar que, no vem ter sua corrente limitada a valores próximos
caso de uma TUE em área molhada, deve ser pre- de 30 A , também decorrente de fatores de segu-
visto o uso de um interruptor residual ou disjun- rança, para que condutores não tão espessos sejam
tor residual com corrente de disparo de 30 mA . utilizados e para que uma residência não tenha
Circuitos de iluminação e tomadas devem um grande número de tomadas desativadas em
ser preferencialmente separados, de forma que o caso de algum surto elétrico.
mesmo cômodo não tenha luzes e tomadas desa- Em locais em que a alimentação do quadro seja
tivadas em caso de manutenção ou surto. realizada por mais de uma fase, recomenda-se que os
Circuitos de tomadas de cozinhas, lavanderias circuitos sejam distribuídos da maneira mais equili-
e áreas e serviço devem ser, preferencialmente, brada possível, a fim de evitar sobrecargas nas fases.
Antes de dimensionar um disjuntor, certifique-se dos valores de corrente que o fabricante dispo-
nibiliza comercialmente para se certificar que a corrente de atuação do dispositivo irá satisfazer as
condições citadas.
P
Ip =
V
Em que:
• I p - Corrente de projeto ( A ).
• P - Potência do circuito ( W ).
• V - Tensão de alimentação ( A ).
Em que:
• I p - Corrente de projeto ( A ).
• I n - Corrente nominal do dispositivo de
proteção ( A ).
• I z - Corrente suportada pelo condutor ( A).
UNIDADE 8 169
Dimensionamento
de Condutores
Método de
Método de
instalação Esquema ilustrativo Descrição
referência 1)
número
Uma vez localizado a condição na qual o condutor está submetido, é possível realizar seu dimensio-
namento com base na tabela 36 ou 37 da NBR 5410. A tabela 36 representa o dimensionamento de
condutores que possuem o isolamento em PVC; na tabela 37, é apresentado o dimensionamento de
condutores com isolamento em EPR ou XLPE. A Tabela 2 apresenta a tabela 36 da NBR 5410.
UNIDADE 8 171
Tabela 2 - Dimensionamento de condutores de acordo com a norma NBR 5410 (tabela 36)
Métodos de referência indicados na Tabela 33
nominais
Seções
A1 A2 B1 B2 C D
mm²
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
400 438 390 398 355 571 510 477 425 634 557 478 394
500 502 447 456 406 656 587 545 486 729 642 540 445
630 578 514 526 467 758 678 626 559 843 743 614 506
800 669 593 609 540 881 788 723 645 978 865 700 577
1000 767 679 698 618 1012 906 827 738 1125 996 792 652
Alumínio
16 48 43 44 41 60 53 54 48 66 59 62 52
25 63 57 58 53 79 70 71 62 83 73 80 66
35 77 70 71 65 97 86 86 77 103 90 96 80
50 93 84 86 78 118 104 104 92 125 110 113 94
70 118 107 108 98 150 133 131 116 160 140 140 117
95 142 129 130 118 181 161 157 139 195 170 166 138
120 164 149 150 135 210 186 181 160 226 197 189 157
150 189 170 172 155 241 214 206 183 261 227 213 178
185 215 194 195 176 275 245 234 208 298 259 240 200
240 252 227 229 207 324 288 274 243 352 305 277 230
300 289 261 263 237 372 331 313 278 406 351 313 260
400 345 311 314 283 446 397 372 331 488 422 366 305
500 396 356 360 324 512 456 425 378 563 486 414 345
630 456 410 416 373 592 527 488 435 653 562 471 391
800 529 475 482 432 687 612 563 502 761 654 537 446
1000 607 544 552 495 790 704 643 574 878 753 607 505
Fonte: ABNT (2008, p. 101).
Para uma demonstração, considere o seguinte 41, neste caso, adotamos o primeiro valor superior,
exercício. que é 41; ao seguir a linha onde se encontra o
número 42 para o lado esquerdo da tabela, encon-
Exemplo 1: Realize o dimensionamento de um tramos a seção do condutor que deve ser utiliza-
2
condutor para o circuito elétrico de uma residên- do, que é de 6 mm .
cia que possua um chuveiro de 7500 W e que seja
alimentado com a tensão de 220 V no sistema
bifásico. Os condutores estão dispostos em ele-
trodutos embutidos em alvenaria.
Com base na potência do chuveiro e em sua Neste exemplo, adotamos condutores de cobre;
tensão de alimentação, podemos calcular a cor- caso tenha preferência por utilizar condutores
rente de projeto, que é dada por: de alumínio, você deve utilizar a parte inferior da
tabela 39, que é destinada ao dimensionamento
P 7500
I=
p = = 34, 1 A de condutores de alumínio. Como você pode ob-
V 220
servar na tabela, os condutores de alumínio são
2
Com o valor da corrente, podemos iniciar a análise utilizados para seções a partir de 16 mm e para
da Tabela 2, que foi reproduzida da norma. Nela, correntes acima de 55 A. Na prática, os conduto-
identificamos que o eletroduto embutido em alve- res de alumínio são mais utilizados em redes de
naria é representado pelo código ‘B1’, ao verificar a distribuição, o que faz com que dificilmente se-
tabela existe, caso em que são previstos condutores jam utilizados no interior de residências.
unipolares ou multipolares. Neste exemplo, fare-
mos opção por condutores unipolares de cobre.
Na tabela 39 da norma, iremos até a coluna Nesta seção, aprendemos como dimensionar
com o código ‘B1’, nela podemos observar que condutores para circuitos elétricos utilizando a
existe a possibilidade para dois ou três condutores NBR 5410, que compõe as principais regras de
carregados. Como nosso exercício apresenta que dimensionamento de instalações elétricas em bai-
o sistema de alimentação é em 220 V no sistema xa tensão. Além da técnica de dimensionamento
bifásico, o número de condutores carregados é 2. que aprendemos, existem outras, como dimensio-
Nesta coluna, iremos encontrar a correspondên- namento de condutores subterrâneos, quedas de
cia a 34,1 A. Como você pode observar, na tabela tensão entre outros casos específicos, porém elas
não existe o valor 34,1 A, existem somente 32 ou não serão abordadas neste material.
UNIDADE 8 173
Atividades
Práticas
Ligação Quadro
de Distribuição
ILUMINAÇÃO
L2(N) GERAL
UNIDADE 8 175
2
5. Conecte um cabo de 4 mm no borne de 16. Conecte um cabo de 4 mm do borne
alimentação “L1” do quadro de distribui- inferior do disjuntor monopolar de 10
ção ao borne superior do Dispositivo de A ao borne superior central do Barra-
proteção contra surtos (DPS) da esquerda. mento de distribuição. Este será deno-
2
6. Conecte um cabo de 4 mm no borne de minado Iluminação no Barramento de
alimentação “L2(N)” do quadro de distri- distribuição dentro do Módulo Barra-
buição ao borne superior do DPS da direita. mento.
2
7. Conecte um cabo de 4 mm do borne 17. Conecte um cabo de 4 mm do borne
inferior do DPS da esquerda ao borne de inferior direito do disjuntor bipolar
aterramento do quadro de distribuição. C40 ao borne superior direito do Bar-
2
8. Conecte um cabo de 4 mm do borne ramento de distribuição. Este será de-
inferior do DPS da direita ao borne de nominado L2(N) Geral no Barramento
aterramento do quadro de distribuição. de distribuição dentro do Módulo Bar-
2
9. Conecte um cabo de 4 mm no borne de ramento.
alimentação “L1” do quadro de distribui-
ção ao borne superior “L1” do interruptor Resultado
diferencial residual (IDR).
10. Conecte um cabo de 4 mm2 no borne de A atividade proposta fez com que você tivesse o
alimentação “L2(N)” do quadro de dis- conhecimento a respeito de como funciona, na
tribuição ao borne superior “L2(N)” do prática, as conexões no interior de um quadro
interruptor diferencial residual (IDR). de distribuição e seus respectivos dispositivos
2
11. Conecte um cabo de 4 mm no borne de proteção e manobra.
inferior “L1” do IDR ao borne superior Esta prática remete ao que é comumente
esquerdo do disjuntor bipolar C40. adotado em residências, em que se tem a en-
2
12. Conecte um cabo de 4 mm no borne in- trada de energia elétrica para o quadro de dis-
ferior “L2(N)” do IDR ao borne superior tribuição, proveniente da concessionária, para
direito do disjuntor bipolar C40. então criar os circuitos das tomadas, ilumina-
2
13. Conecte um cabo de 4 mm no borne in- ção e aterramento ao longo da residência com
ferior esquerdo do disjuntor bipolar C40 as devidas proteções.
ao borne superior do disjuntor monopolar
de 20 A .
2
14. Conecte um cabo de 4 mm no borne su- Circuitos de Iluminação
perior do disjuntor monopolar de 20 A ao
borne superior do disjuntor monopolar Conforme aprendemos sobre iluminação, este
de 10 A . tópico tem o objetivo de apresentar as formas
2
15. Conecte um cabo de 4 mm do borne de acionamento de circuitos de iluminação de
inferior do disjuntor monopolar de 20 A lâmpadas simples e lâmpadas fluorescentes
ao borne superior esquerdo do Barramen- mais utilizadas. Aprenderemos também como
to de distribuição. Este será denominado são realizadas as ligações das lâmpadas em
Tomadas no Barramento de distribuição interruptor simples e paralelo, que também é
dentro do Módulo Barramento. conhecido como chave hotel.
VM
L1
REATOR ELETRÔNICO
AZ
síveis danos.
2. Este anexo pode receber a alimentação
de energia elétrica (L1, L2(N) e aterra-
mento) de duas formas distintas, sendo:
diretamente do quadro de comando ou
L2(N) GERAL
L2(N) GERAL
UNIDADE 8 177
2
4. Conecte um cabo de 4 mm do borne su- do Barramento de distribuição montado
perior direito do interruptor simples ao no experimento sobre quadros de distri-
borne esquerdo “L1” do reator eletrônico. buição. Ambos fornecem proteção aos
2
5. Conecte um cabo de 4 mm do borne direi- usuários. No entanto, a alimentação pro-
to “L2(N)” do reator ao borne direito “L2(N) veniente do Barramento de distribuição,
Geral” do Barramento de distribuição. montado no experimento sobre quadros
6. Realize as ligações do reator, conforme in- de distribuição, remete ao procedimen-
dicadas no diagrama deste experimento, to comumente adotado em residências.
deixando as cores iguais no mesmo lado. Desta forma, os passos seguintes serão
7. Coloque a lâmpada fluorescente no so- descritos com alimentação proveniente
quete e gire-a até escutar um “click”. do Barramento de distribuição.
2
8. Garanta que não haja nenhum cabo plu- 3. Conecte um cabo de 4 mm do borne de
gado com folga ou solto. iluminação do centro do Barramento de
9. Energize a bancada. distribuição ao borne superior esquerdo
10. Comute a tecla do interruptor simples do do interruptor simples.
2
qual foram realizadas as conexões. 4. Conecte um cabo de 4 mm do borne su-
11. Estando a tecla comutada para um dos perior direito do interruptor simples ao
lados, a lâmpada da qual foram realizadas borne superior esquerdo do soquete de
as ligações deverá acender. lâmpada E27.
2
5. Conecte um cabo de 4 mm do borne su-
Procedimento Prático Módulo Duplo perior direito do soquete de lâmpada E27
Soquete de Lâmpadas E27 ao borne direito “L2(N) Geral” do Barra-
mento de distribuição.
A seguir, estão descritos alguns passos a serem se- 6. Garanta que não haja nenhum cabo plu-
guidos, para que você desenvolva as atividades prá- gado com folga ou solto.
ticas referentes à iluminação com lâmpadas E27. 7. Energize a bancada.
1. Garanta que todas as energias da bancada 8. Comute a tecla do interruptor simples do
estejam sem alimentação, bloqueando a qual foram realizadas as conexões.
possibilidade de reenergização, e realize o 9. Estando a tecla comutada para um dos
teste de tensão nos terminais de saída em lados, a lâmpada da qual foram realizadas
que a prática será realizada por meio de um as ligações deverá acender.
detector de tensão certificado. Realize uma
análise visual nos cabos que serão utiliza- Resultado
dos para a prática, verificando a ausência
de fiação exposta e demais possíveis danos. A atividade desenvolvida permite reconhecer e
2. Este anexo pode receber a alimentação de classificar as principais características de instala-
energia elétrica (L1, L2(N) e aterramento) ções de circuitos de iluminação com interruptores
de duas formas distintas, sendo: direta- simples utilizados frequentemente em residências
mente do quadro de comando ou a partir e demais ambientes.
UNIDADE 8 179
Barramento de distribuição, montado re- Resultado
ferente a quadros de distribuição, remete
ao procedimento comumente adotado em A atividade desenvolvida permite reconhecer e
residências. Desta forma, os passos seguin- classificar as principais características de instala-
tes serão descritos com alimentação pro- ções de circuitos de iluminação com interruptor
veniente do Barramento de distribuição. paralelo (chave hotel ou “Three Way”).
2
3. Conecte um cabo de 4 mm do borne de
iluminação do centro do barramento de
distribuição ao borne inferior esquerdo Circuito de Tomada
do interruptor paralelo no módulo do
interruptor paralelo. Esta prática tem por objetivo simular a instalação
2
4. Conecte um cabo de 4 mm do borne de tomadas de uso geral (TUG) e tomadas de uso
central direito do módulo do interruptor específico (TUE), seguindo as normas estabeleci-
paralelo (superior direito do interruptor das pela NBR 5410, que rege as instalações elétri-
paralelo, interruptor simples) ao borne cas em baixa tensão, e NR10, no que diz respeito
inferior direito do segundo módulo do à segurança em eletricidade.
interruptor paralelo. Esta prática é uma continuação da montagem
2
5. Conecte um cabo de 4 mm do borne de um quadro de distribuição; caso ele não esteja
inferior direito do interruptor paralelo do montado, o primeiro passo é a sua montagem,
módulo interruptor paralelo, interruptor como na prática anterior.
simples, ao borne superior direito do se- Para esta prática, iremos utilizar:
gundo módulo do interruptor paralelo. • Montagem ligação de quadro de distribui-
2
6. Conecte um cabo de 4 mm do borne es- ção residencial.
querdo do segundo módulo do interrup- • Cabos com derivação axial e conexão de
2
tor paralelo ao borne superior esquerdo 4 mm .
do soquete de lâmpada E27. • Tomadas TUG (Módulo Tomada 10 A
2
7. Conecte um cabo de 4 mm do borne (127 V ) e tomada 10 A Vermelha (220
superior direito do soquete de lâmpada V ) (04.106.001.2-4)).
E27 ao borne direito “L2(N) Geral” do • Tomadas TUE (Módulo Interruptor Inter-
Barramento de distribuição. mediário e Tomada 20 A (04.103.001.2-1)).
8. Garanta que não haja nenhum cabo plu- • Aterramento (Módulo Quadro de Distri-
gado com folga ou solto. buição (04.122.001.2-2)).
9. Energize a bancada. • Barramento de distribuição (Módulo Bar-
10. Comute a tecla de um dos interruptores ramento (04.119.001.2-8)).
dos quais foram realizadas as conexões.
11. Estando a tecla comutada para um dos
lados, a lâmpada da qual foram realizadas Procedimento prático
as ligações deverá acender, para o outro tomadas de uso geral (TUG)
apagar. O mesmo deve ocorrer para o se-
gundo interruptor paralelo do circuito de A seguir, estão descritos alguns passos a serem segui-
forma independente. dos, para que você desenvolva as atividades práticas.
UNIDADE 8 181
Barramento de distribuição montado no Qual é o resultado?
experimento de quadros de distribuição.
Ambos fornecem proteção aos usuários. A atividade desenvolvida permite reconhecer
No entanto, a alimentação proveniente do e classificar os principais tipos de tomadas elé-
Barramento de distribuição, montado no tricas. Tomadas elétricas são resumidamente
experimento de quadros de distribuição, pontos de conexão que fornecem a eletricidade
remete ao procedimento comumente ado- para plugues/aparelhos conectados a ela. Os
tado em residências. Desta forma, os passos tipos mais comuns são utilizados em circuitos
seguintes serão descritos com alimentação monofásicos ou bifásicos que não possuem
proveniente do Barramento de distribuição. aterramento e são constituídos por dois ter-
2
3. Conecte um cabo de 4 mm de um dos minais. Os plugues de três terminais passaram
bornes tomadas da esquerda do Barramen- a ser utilizados em aparelhos que necessitam
to de distribuição ao borne inferior esquer- de aterramento, como ar-condicionado, refri-
do “L1” da tomada 20 A . geradores e computadores, por exemplo. No
2
4. Conecte um cabo de 4 mm do borne di- caso em que há disponibilidade de duas tensões
reito “L2(N) Geral” do Barramento de dis- distintas (127 V e 220 V ) em um mesmo am-
tribuição ao borne inferior direito “L2(N)” biente, a diferenciação comumente é feita por
da tomada 20 A . meio da instalação de tomadas de cores distin-
2
5. Conecte um cabo de 4 mm do borne ater- tas, como no caso deste experimento, branca e
ramento do módulo quadro de distribuição vermelha.
ao borne inferior central “aterramento” da Tomadas do tipo TUG (tomadas de uso
tomada 20 A . geral) possuem característica de uso em equi-
6. Garanta que não haja nenhum cabo pluga- pamentos cuja corrente máxima se limita a
do com folga ou solto. 10 A , por exemplo, a maioria dos eletrodo-
7. Conecte algum equipamento elétrico mésticos residenciais (liquidificador, geladeira,
127/220 V de acordo com a montagem, ventilador, ferro elétrico etc).
na tomada, como motor de portão elétrico, Tomadas do tipo TUE (tomadas de uso es-
para validar a atividade. pecífico) possuem característica de uso para
8. Energize a bancada. equipamentos cuja corrente fica acima dos
10 A e abaixo dos 20 A , por exemplo, ar-con-
dicionado, motor de portão elétrico, forno elé-
trico, micro-ondas etc.
Neste tópico, aprendemos um pouco com
No caso desta prática, para a validação da ativi- funciona uma instalação elétrica na prática,
dade, será difícil a utilização de um equipamento/ nele tivemos a oportunidade de executar os ex-
eletrodoméstico com a corrente maior que 20 A, perimentos na bancada didática e compreender
sendo possível para validação a utilização de um como funcionam as conexões entre circuitos e
equipamento simples. alimentação elétrica, assim como os dispositi-
vos de proteção da instalação.
183
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
184
LIVRO
185
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão. Rio
de Janeiro: ABNT, 2008.
CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais. São Paulo: Érica, 2005.
OWNTEC. LME 01 – Estudo de instalações elétricas: Manual de instruções Bancada de Instalações Elétricas.
Santa Cruz do Sul, 2020.
186
1. E.
2. B.
3. D.
187
188
Prof. Me. Igor Rossi Fermo
Prof. Esp. Leonardo Tocio Mantovani Seki
Prof. Me. Luiz Carlos Campana Sperandio
Princípios de Acionamentos
Elétricos Industriais
PLANO DE ESTUDOS
Partida Partida
direta compensadora
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Analisar características de tensão, corrente e velocidade • Estudar a aplicação da partida estrela-triângulo e suas
na partida de motores elétricos. características.
• Entender como é realizada a partida direta de um motor • Compreender o funcionamento da partida compensadora.
trifásico.
Características da
Partida de Motores Elétricos
I rb
V1 = V
In V2 = 0.6V
N
Nn Ns N
Figura 1 - Relação entre corrente de partida e velocidade Figura 2 - Comparativo entre curvas I partida x N com 100%
do motor e 60% da tensão nominal
Fonte: adaptada de Franchi (2018). Fonte: adaptada de Franchi (2018).
Perceba que, no momento da partida do motor, Essa aplicação de menor tensão elétrica na parti-
a corrente de partida, I partida é máxima e equi- da de motores elétricos configura uma excelente
valente à corrente com o rotor bloqueado, Irb , e forma de realizar a partida em situações que não
isso ocorre porque nesse instante a velocidade do suportem um pico de corrente tão elevado. Essa
motor, N , é nula. Conforme o motor vai ganhando técnica é empregada na partida estrela-triângulo e
velocidade, a corrente vai diminuindo. Quando na partida compensadora, enquanto que a partida
atinge a velocidade nominal do motor, N n , a cor- direta é realizada sem redução na tensão, com pico
rente atinge seu valor nominal, In . de corrente máximo.
Em inúmeras aplicações faz-se necessário redu- Neste tópico, você compreendeu que a partida
zir a corrente de partida, visto que uma corrente elétrica de um motor é o momento mais críti-
elevada pode ativar os dispositivos de proteção co em sua operação, demandando uma corrente
e até sobrecarregar a rede elétrica da instalação. de partida com pico até oito vezes maior que a
Segundo Mamede Filho (2017), uma corrente de corrente nominal do motor. Também viu que, se
partida mais amena traz algumas vantagens, como: aplicada uma tensão de partida menor que a no-
• Maior vida útil ao motor e demais disposi- minal, há uma redução na corrente de partida. A
tivos do circuito. seguir, vamos conhecer primeiro como é feita a
• Maior segurança às equipes de operação e partida direta.
manutenção.
• Redução nos custos de operação.
UNIDADE 9 193
Partida
Estrela-Triângulo
F1,2,3 95 FT1
96
1
SH0
2
3 13 13 23 26 28 13
K1 K2 K3 H1 K1 K3 K1 KT1 K2
4 14 14 24 25 14
16 18 21
KT1 K3
FT1 15 22
21
K2
M 22
A1 A1 A1 A1 5
~3 K1 K2
KT1 H1
K3
A2 A2 A2 A2 6
S
Figura 6 - Diagrama de força (à esquerda) e diagrama de comando (à direita) da partida estrela-triângulo
Fonte: adaptada de Franchi (2018).
UNIDADE 9 195
Segundo Franchi (2018), ao Ainda de acordo com Franchi (2018), ao findar o tempo con-
pressionar o botão de impulso figurado no temporizador, seu contato 18-15 é aberto, abrindo
SH1 , é acionado o temporizador o contator K 3 . Após 100 ms, o contato 28-25 do temporizador
KT1 , que alimenta, por meio de se fecha, energizando a bobina do contator K 2 e a lâmpada H1 .
seu contato 18-15, a bobina do Ao fechar o contator K 2 , fecha-se o seu contato 13-14, forman-
contator K 3 . Ao fechar o con- do um selo que mantém energizado o próprio contator K 2 e
tator K 3 , fecha-se seu contato a lâmpada H1 . Como o contator K1 se manteve fechado por
13-14, energizando a bobina do conta de seu selo no contato 23-24, o motor passa a operar no
contator K1 . Ao fechar o con- modo triângulo. Para desligar o motor, basta pressionar o botão
tator K1 , fecha-se os seus con- de impulso SH 0 , desenergizando as bobinas do temporizador
tatos 13-14 e 23-24, formando e dos contatores K1 e K 2 .
um selo que mantém energizado Como você pôde perceber, a partida estrela-triângulo é mais
o temporizador e um selo que complexa que a partida direta, exigindo mais dispositivos de
mantém energizado o próprio comando. Ainda assim é altamente empregada nas indústrias,
contator K1 . Assim, inicia a par- visto que são comuns situações em que se faz necessário reduzir
tida do motor no modo estrela. o pico da corrente de partida.
UNIDADE 9 197
De acordo com Franchi (2018), a partida compensadora é executada em três etapas:
1. O autotransformador é ligado em estrela, então o motor é conectado à rede por intermédio
do autotransformador. Assim, a partida ocorre com tensão reduzida por conta da relação de
transformação, escolhida por meio da derivação.
2. Quando atinge a velocidade de equilíbrio no final do primeiro período, a ligação estrela do au-
totransformador é aberta.
3. Por fim, o motor é conectado diretamente à rede e o autotransformador desconectado do circuito.
3 13 13
H1
K1 K2 K3 4 K2 14 K1 14
13 21 43 21
15
KT1 K1 K2 K3 22
18 16 K3 14 22 44
100% 100% 100%
FT1 80% 80% 80% 31
K1
65% 65% 65% 32 5
A1 A1 A1 A1
0% 0% 0% H1
K3 K2 KT1 K1
M A2 A2 A2 A2 6
~3 S
UNIDADE 9 199
Quadro 1 - Comparativo entre vantagens e desvantagens dos modelos de partida estudados
VANTAGENS DESVANTAGENS
• Baixo custo, poucos dispositivos e • Ocasiona grande queda de tensão na rede.
fácil instalação. • Dispositivos de acionamento devem ser
• Conjugado (torque) de partida ele- superdimensionados devido à elevada cor-
Partida direta
vado. rente de partida.
• Partida rápida. • Limite da queda de tensão e potência do
motor impostos pelas concessionárias.
• Baixo custo, comparando à partida • Se a velocidade do motor não for de, ao
compensadora. menos, 90% de sua velocidade nominal no
• Pouco espaço ocupado no painel. instante da comutação, o pico de corrente
Partida será semelhante ao da partida direta.
• Sem limite de manobras.
estrela-triângulo • O motor deve apresentar dupla tensão no-
minal e, ao menos, seis terminais acessíveis.
• A tensão da rede deve ser igual à tensão
da ligação triângulo do motor.
• Ao comutar o motor do autotrans- • Há limitação de manobras.
formador para a rede, o motor não • Custo mais elevado devido ao autotrans-
é desligado, apresentando o se- formador.
gundo pico reduzido.
• Maior espaço ocupado e peso agregado ao
• É mais versátil, possibilitando es- painel devido ao autotransformador.
Partida colher a derivação mais adequada.
compensadora
• A tensão da rede pode ser igual à
tensão da ligação estrela ou triân-
gulo no motor.
• Requer apenas três terminais
acessíveis no motor.
Fonte: adaptado de Franchi (2018) e Mamede Filho (2017).
Além dessas partidas de motores que estudamos, máxima de partida. Estudamos a partida compen-
existem outras formas e equipamentos, por exem- sadora que, em essência, tem o mesmo objetivo da
plo as soft-starters e os inversores de frequência. partida estrela-triângulo, mas faz usa de um au-
Esses dispositivos são desenvolvidos e atuam com totransformador para reduzir a tensão de partida.
base na chamada Eletrônica de Potência. Como é Por fim, agregamos em um quadro as vantagens
um ramo tecnológico muito vasto, deixemos esse e desvantagens de cada uma desses três tipos de
assunto para uma outra conversa. partida de motores elétricos.
Nesta unidade, analisamos as relações entre
tensão, corrente e velocidade e como influenciam
na partida de motores elétricos, entendendo que
uma boa estratégia para reduzir o pico na corrente
Tenha sua dose extra de
de partida é reduzir a tensão de partida. Enten-
conhecimento assistindo ao
demos como é feita a partida direta, na qual há vídeo. Para acessar, use seu
a corrente de partida máxima. Vimos também leitor de QR Code.
como funciona a partida estrela-triângulo, a qual
utiliza tensão de partida reduzida, e a partida é
realizada com, aproximadamente, 1/3 da corrente
201
3. Motores elétricos estão presentes na grande maioria dos equipamentos in-
dustriais que necessitam realizar algum tipo de movimento em sua operação.
Com base nas formas de partida de motores elétricos estudados, assinale a
alternativa correta.
a) A partida direta pode ser realizada sempre que a instalação elétrica suportar
a corrente de partida.
b) Apesar da redução na corrente de partida, não há redução no conjugado (tor-
que) de partida no acionamento estrela-triângulo.
c) Na partida estrela-triângulo, a comutação deve ocorrer somente após a velo-
cidade do motor ultrapassar 90% de sua velocidade nominal, caso contrário
não há expressiva queda na corrente de partida.
d) Na partida compensadora, a tensão da rede deve ser igual à tensão da ligação
estrela do motor.
e) Na partida direta, a corrente de alimentação do motor passa pelo circuito de
comando, acionando diretamente o motor elétrico.
202
LIVRO
203
FRANCHI, C. M. Electrical machine drives: fundamental basics and practice. Boca Raton: Taylor & Francis,
2018.
MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
204
1. Segundo Franchi (2018), ao pressionar o botão de impulso SH1 , é acionado o temporizador KT1 , que ali-
menta, por meio de seu contato 18-15, a bobina do contator K 3 . Ao fechar o contator K 3 , fecha-se seu
contato 13-14, energizando a bobina do contator K1 . Ao fechar o contator K1 , fecha-se os seus contatos
13-14 e 23-24, formando um selo que mantém energizado o temporizador e um selo que mantém energi-
zado o próprio contator K1 . Assim inicia a partida do motor no modo estrela.
Ainda de acordo com Franchi (2018), ao findar o tempo configurado no temporizador, seu contato 18-15
é aberto, abrindo o contator K 3 . Após 100 ms, o contato 28-25 do temporizador se fecha, energizando a
bobina do contator K 2 e a lâmpada H1 . Ao fechar o contator K 2 , fecha-se o seu contato 13-14, formando
um selo que mantém energizado o próprio contator K 2 e a lâmpada H1 . Como o contator K1 se mante-
ve fechado por conta de seu selo no contato 23-24, o motor passa a operar no modo triângulo. Para des-
ligar o motor, basta pressionar o botão de impulso SH 0 , desenergizando as bobinas do temporizador e
dos contatores K1 e K 2 .
2. E.
3. C.
205
206
CONCLUSÃO