Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lei 31 - 2012 PDF
Lei 31 - 2012 PDF
d) Se a ausência se dever à prestação de apoios con- 5 — Fica sem efeito a resolução fundada na opo-
tinuados a pessoas com deficiência com grau de inca- sição pelo arrendatário à realização de obra ordenada
pacidade superior a 60 %, incluindo a familiares. por autoridade pública se, no prazo de um mês, cessar
essa oposição.
Artigo 1080.º
[...] Artigo 1085.º
As normas sobre a resolução, a caducidade e a denún- [...]
cia do arrendamento urbano têm natureza imperativa, 1— .....................................
salvo disposição legal em contrário. 2 — O prazo referido no número anterior é reduzido
para três meses quando o fundamento da resolução seja
Artigo 1083.º o previsto nos n.os 3 ou 4 do artigo 1083.º
[...] 3 — (Anterior n.º 2.)
1— ..................................... Artigo 1087.º
2— .....................................
[...]
a) A violação de regras de higiene, de sossego, de
boa vizinhança ou de normas constantes do regulamento A desocupação do locado, nos termos do artigo 1081.º,
do condomínio; é exigível após o decurso de um mês a contar da reso-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lução se outro prazo não for judicialmente fixado ou
c) O uso do prédio para fim diverso daquele a que se acordado pelas partes.
destina, ainda que a alteração do uso não implique maior
desgaste ou desvalorização para o prédio; Artigo 1094.º
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) A cessão, total ou parcial, temporária ou perma- [...]
nente e onerosa ou gratuita, do gozo do prédio, quando 1— .....................................
ilícita, inválida ou ineficaz perante o senhorio. 2— .....................................
3 — No silêncio das partes, o contrato considera-se
3 — É inexigível ao senhorio a manutenção do ar- celebrado com prazo certo, pelo período de dois anos.
rendamento em caso de mora igual ou superior a dois
meses no pagamento da renda, encargos ou despesas que Artigo 1095.º
corram por conta do arrendatário ou de oposição por este
à realização de obra ordenada por autoridade pública, [...]
sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 5 do artigo seguinte. 1— .....................................
4 — É ainda inexigível ao senhorio a manutenção do
2 — O prazo referido no número anterior não pode
arrendamento no caso de o arrendatário se constituir em
mora superior a oito dias, no pagamento da renda, por ser superior a 30 anos, considerando-se automaticamente
mais de quatro vezes, seguidas ou interpoladas, num reduzido ao referido limite quando o ultrapasse.
período de 12 meses, com referência a cada contrato, 3 — (Revogado.)
não sendo aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo
seguinte. Artigo 1096.º
5 — É fundamento de resolução pelo arrendatário, [...]
designadamente, a não realização pelo senhorio de obras
que a este caibam, quando tal omissão comprometa a 1 — Salvo estipulação em contrário, o contrato cele-
habitabilidade do locado e, em geral, a aptidão deste brado com prazo certo renova-se automaticamente no
para o uso previsto no contrato. seu termo e por períodos sucessivos de igual duração,
sem prejuízo do disposto no número seguinte.
Artigo 1084.º 2 — Salvo estipulação em contrário, não há lugar
a renovação automática nos contratos celebrados por
[...]
prazo não superior a 30 dias.
1 — (Anterior n.º 2.) 3 — Qualquer das partes pode opor-se à renovação,
2 — A resolução pelo senhorio quando fundada em nos termos dos artigos seguintes.
causa prevista nos n.os 3 e 4 do artigo anterior bem como
a resolução pelo arrendatário operam por comunicação Artigo 1097.º
à contraparte onde fundamentadamente se invoque a
obrigação incumprida. [...]
3 — A resolução pelo senhorio, quando opere por 1 — O senhorio pode impedir a renovação automá-
comunicação à contraparte e se funde na falta de paga- tica do contrato mediante comunicação ao arrendatário
mento da renda, encargos ou despesas que corram por com a antecedência mínima seguinte:
conta do arrendatário, nos termos do n.º 3 do artigo
anterior, fica sem efeito se o arrendatário puser fim à a) 240 dias, se o prazo de duração inicial do contrato
mora no prazo de um mês. ou da sua renovação for igual ou superior a seis anos;
4 — O arrendatário só pode fazer uso da faculdade b) 120 dias, se o prazo de duração inicial do contrato
referida no número anterior uma única vez, com refe- ou da sua renovação for igual ou superior a um ano e
rência a cada contrato. inferior a seis anos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4413
c) 60 dias, se o prazo de duração inicial do contrato b) 60 dias do termo pretendido do contrato, se, à
ou da sua renovação for igual ou superior a seis meses data da comunicação, este tiver até um ano de duração
e inferior a um ano; efetiva.
d) Um terço do prazo de duração inicial do contrato
ou da sua renovação, tratando-se de prazo inferior a 2 — Quando o senhorio impedir a renovação au-
seis meses. tomática do contrato, nos termos do artigo anterior, o
arrendatário pode denunciá-lo a todo o tempo, mediante
2 — A antecedência a que se refere o número ante- comunicação ao senhorio com uma antecedência não
rior reporta-se ao termo do prazo de duração inicial do inferior a 30 dias do termo pretendido do contrato.
contrato ou da sua renovação. 3 — A denúncia do contrato, nos termos dos números
anteriores, produz efeitos no final de um mês do calen-
Artigo 1098.º dário gregoriano, a contar da comunicação.
4 — À denúncia pelo arrendatário é aplicável, com
[...] as necessárias adaptações, o disposto no n.º 6 do ar-
1 — O arrendatário pode impedir a renovação auto- tigo 1098.º
mática do contrato mediante comunicação ao senhorio
com a antecedência mínima seguinte: Artigo 1101.º
a) 120 dias, se o prazo de duração inicial do contrato [...]
ou da sua renovação for igual ou superior a seis anos; .........................................
b) 90 dias, se o prazo de duração inicial do contrato
ou da sua renovação for igual ou superior a um ano e a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
inferior a seis anos; b) Para demolição ou realização de obra de remodela-
c) 60 dias, se o prazo de duração inicial do contrato ção ou restauro profundos que obriguem à desocupação
ou da sua renovação for igual ou superior a seis meses do locado;
e inferior a um ano; c) Mediante comunicação ao arrendatário com ante-
d) Um terço do prazo de duração inicial do contrato cedência não inferior a dois anos sobre a data em que
ou da sua renovação, tratando-se de prazo inferior a pretenda a cessação.
seis meses.
Artigo 1102.º
2 — A antecedência a que se refere o número ante- [...]
rior reporta-se ao termo do prazo de duração inicial do
1 — O direito de denúncia para habitação do senhorio
contrato ou da sua renovação.
depende do pagamento do montante equivalente a um
3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, ano de renda e da verificação dos seguintes requisitos:
decorrido um terço do prazo de duração inicial do con-
trato ou da sua renovação, o arrendatário pode denunciá- a) Ser o senhorio proprietário, comproprietário ou
-lo a todo o tempo, mediante comunicação ao senhorio usufrutuário do prédio há mais de dois anos ou, inde-
com a antecedência mínima seguinte: pendentemente deste prazo, se o tiver adquirido por
sucessão;
a) 120 dias do termo pretendido do contrato, se o b) Não ter o senhorio, há mais de um ano, na área dos
prazo deste for igual ou superior a um ano; concelhos de Lisboa ou do Porto e seus limítrofes ou no
b) 60 dias do termo pretendido do contrato, se o prazo respetivo concelho quanto ao resto do País, casa própria
deste for inferior a um ano. que satisfaça as necessidades de habitação própria ou
dos seus descendentes em 1.º grau.
4 — Quando o senhorio impedir a renovação au-
tomática do contrato, nos termos do artigo anterior, o 2 — (Revogado.)
arrendatário pode denunciá-lo a todo o tempo, mediante 3— .....................................
comunicação ao senhorio com uma antecedência não
inferior a 30 dias do termo pretendido do contrato. Artigo 1103.º
5 — A denúncia do contrato, nos termos dos n.os 3
e 4, produz efeitos no final de um mês do calendário [...]
gregoriano, a contar da comunicação. 1 — A denúncia pelo senhorio com qualquer dos fun-
6 — (Anterior n.º 3.) damentos previstos nas alíneas a) e b) do artigo 1101.º é
feita mediante comunicação ao arrendatário com antece-
Artigo 1100.º dência não inferior a seis meses sobre a data pretendida
[...] para a desocupação e da qual conste de forma expressa,
sob pena de ineficácia, o fundamento da denúncia.
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, 2 — Quando a denúncia tiver o fundamento previsto
após seis meses de duração efetiva do contrato, o arren- na alínea b) do artigo 1101.º, a comunicação referida no
datário pode denunciá-lo, independentemente de qual- número anterior é acompanhada, sob pena de ineficácia
quer justificação, mediante comunicação ao senhorio da denúncia:
com a antecedência mínima seguinte:
a) De comprovativo de que foi iniciado, junto da
a) 120 dias do termo pretendido do contrato, se, à entidade competente, procedimento de controlo prévio
data da comunicação, este tiver um ano ou mais de da operação urbanística a efetuar no locado, bem como
duração efetiva; de termo de responsabilidade do técnico autor do projeto
4414 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
legalmente habilitado que declare que a operação urba- c) Pessoa que com ele vivesse em economia comum
nística obriga à desocupação do locado, quando se trate há mais de um ano.
de operação urbanística sujeita a controlo prévio; ou
b) De descritivo da operação urbanística a efetuar no 2 — Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do nú-
locado, indicando que a operação urbanística está isenta mero anterior, a transmissão da posição de arrendatário
de controlo prévio e as razões pelas quais a mesma depende de, à data da morte do arrendatário, o transmis-
obriga à desocupação do locado, quando se trate de sário residir no locado há mais de um ano.
operação urbanística isenta de controlo prévio. 3 — Havendo várias pessoas com direito à transmis-
são, a posição do arrendatário transmite-se, em igual-
3 — Estando a operação urbanística a efetuar no dade de circunstâncias, sucessivamente para o cônjuge
locado sujeita a procedimento de controlo prévio, a sobrevivo ou pessoa que com o falecido vivesse em
denúncia a que se referem os números anteriores é união de facto, para o parente ou afim mais próximo ou,
confirmada, sob pena de ineficácia, mediante comuni- de entre estes, para o mais velho ou para a mais velha
cação ao arrendatário, acompanhada de comprovativo de entre as restantes pessoas que com ele residissem
de deferimento do correspondente pedido, no caso de em economia comum.
operação urbanística sujeita a licença administrativa, ou 4 — O direito à transmissão previsto nos números
de que a pretensão não foi rejeitada, no caso de operação anteriores não se verifica se, à data da morte do arren-
urbanística sujeita a comunicação prévia. datário, o titular desse direito tiver outra casa, própria
4 — Na situação prevista no número anterior, a deso- ou arrendada, na área dos concelhos de Lisboa ou do
cupação tem lugar no prazo de 15 dias contados da rece- Porto e seus limítrofes ou no respetivo concelho quanto
ção da confirmação, salvo se não se encontrar decorrido ao resto do País.
o prazo previsto no n.º 1, caso em que a desocupação 5 — (Anterior n.º 3.)
tem lugar até ao termo do último dos prazos.
5 — O senhorio que haja invocado o fundamento Artigo 1110.º
referido na alínea a) do artigo 1101.º deve dar ao local [...]
a utilização invocada no prazo de três meses e por um
período mínimo de dois anos. 1— .....................................
6 — A invocação do disposto na alínea b) do ar- 2 — Na falta de estipulação, o contrato considera-se
tigo 1101.º obriga o senhorio, mediante acordo e em celebrado com prazo certo, pelo período de cinco anos,
alternativa: não podendo o arrendatário denunciá-lo com antecedên-
cia inferior a um ano.»
a) Ao pagamento de uma indemnização correspon-
dente a um ano de renda; Artigo 3.º
b) A garantir o realojamento do arrendatário em con- Alteração ao Código de Processo Civil
dições análogas às que este já detinha, quer quanto ao
local quer quanto ao valor da renda e encargos. Os artigos 222.º, 930.º-C e 930.º-D do Código de Pro-
cesso Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 44 129, de 28 de
7 — Caso as partes não cheguem a acordo no prazo dezembro de 1961, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 47 690,
de 30 dias a contar da receção da comunicação prevista de 11 de maio de 1967, pela Lei n.º 2140, de 14 de março
no n.º 1, aplica-se o disposto na alínea a) do número de 1969, pelo Decreto-Lei n.º 323/70, de 11 de julho, pe-
anterior. las Portarias n.os 642/73, de 27 de setembro, e 439/74,
8 — A indemnização devida pela denúncia deve ser de 10 de julho, pelos Decretos-Leis n.os 261/75, de 27 de
paga no momento da entrega do locado, sob pena de maio, 165/76, de 1 de março, 201/76, de 19 de março,
ineficácia da denúncia. 366/76, de 15 de maio, 605/76, de 24 de julho, 738/76,
9 — Salvo motivo não imputável ao senhorio, o de 16 de outubro, 368/77, de 3 de setembro, e 533/77, de
não cumprimento do disposto no n.º 5, bem como o 30 de dezembro, pela Lei n.º 21/78, de 3 de maio, pelos
não início da obra no prazo de seis meses contados da Decretos-Leis n.os 513-X/79, de 27 de dezembro, 207/80,
desocupação do locado, obriga o senhorio ao paga- de 1 de julho, 457/80, de 10 de outubro, 224/82, de 8 de
mento de uma indemnização correspondente a 10 anos junho, e 400/82, de 23 de setembro, pela Lei n.º 3/83, de
de renda. 26 de fevereiro, pelos Decretos-Leis n.os 128/83, de 12 de
10 — Da denúncia pelo senhorio não pode resultar março, 242/85, de 9 de julho, 381-A/85, de 28 de setembro,
uma duração total do contrato inferior a dois anos. e 177/86, de 2 de julho, pela Lei n.º 31/86, de 29 de agosto,
11 — A denúncia do contrato para demolição ou re- pelos Decretos-Leis n.os 92/88, de 17 de março, 321-B/90,
alização de obra de remodelação ou restauro profundos de 15 de outubro, 211/91, de 14 de junho, 132/93, de 23 de
é objeto de legislação especial. abril, 227/94, de 8 de setembro, 39/95, de 15 de feve-
reiro, e 329-A/95, de 12 de dezembro, pela Lei n.º 6/96,
Artigo 1106.º de 29 de fevereiro, pelos Decretos-Leis n.os 180/96, de
25 de setembro, 125/98, de 12 de maio, 269/98, de 1 de
[...] setembro, e 315/98, de 20 de outubro, pela Lei n.º 3/99,
1 — O arrendamento para habitação não caduca por de 13 de janeiro, pelos Decretos-Leis n.os 375-A/99, de
morte do arrendatário quando lhe sobreviva: 20 de setembro, e 183/2000, de 10 de agosto, pela Lei
n.º 30-D/2000, de 20 de dezembro, pelos Decretos-Leis
a) Cônjuge com residência no locado; n.os 272/2001, de 13 de outubro, e 323/2001, de 17 de
b) Pessoa que com ele vivesse em união de facto há dezembro, pela Lei n.º 13/2002, de 19 de fevereiro, pelos
mais de um ano; Decretos-Leis n.os 38/2003, de 8 de março, 199/2003, de
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4415
10 de setembro, 324/2003, de 27 de dezembro, e 53/2004, ele coabite antes de decorridos cinco anos sobre anterior
de 18 de março, pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, decisão favorável.
pelo Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de março, pelas
Leis n.os 14/2006, de 26 de abril, e 53-A/2006, de 29 de de- Artigo 930.º-D
zembro, pelos Decretos-Leis n.os 8/2007, de 17 de janeiro,
[...]
303/2007, de 24 de agosto, 34/2008, de 26 de fevereiro, e
116/2008, de 4 de julho, pelas Leis n.os 52/2008, de 28 de 1— .....................................
agosto, e 61/2008, de 31 de outubro, pelo Decreto-Lei 2— .....................................
n.º 226/2008, de 20 de novembro, pela Lei n.º 29/2009, 3 — (Revogado.)
de 29 de junho, pelo Decreto-Lei n.º 52/2011, de 13 de 4 — O juiz deve decidir do pedido de diferimento
abril, e pela Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro, passam da desocupação por razões sociais no prazo máximo
a ter a seguinte redação: de 20 dias a contar da sua apresentação, sendo, no caso
previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo anterior, a decisão
«Artigo 222.º oficiosamente comunicada, com a sua fundamentação,
ao Fundo de Socorro Social do Instituto de Gestão Fi-
[...]
nanceira da Segurança Social.
......................................... 5 — O diferimento não pode exceder o prazo de cinco
meses a contar da data do trânsito em julgado da decisão
1.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
que o conceder.»
2.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.ª Ações de processo sumaríssimo, ações especiais
para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes Artigo 4.º
de contratos e ações no âmbito do procedimento especial Alteração à Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro
de despejo;
Os artigos 9.º, 10.º, 14.º, 15.º, 25.º, 26.º, 28.º a 37.º, 50.º
4.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a 54.º, 57.º e 58.º da Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro,
5.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
passam a ter a seguinte redação:
6.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
«Artigo 9.º
8.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
10.ª . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— .....................................
2 — As cartas dirigidas ao arrendatário, na falta de
Artigo 930.º-C indicação por escrito deste em contrário, devem ser
[...] remetidas para o local arrendado.
3— .....................................
1— .....................................
4— .....................................
2 — O diferimento de desocupação do local arren-
5— .....................................
dado para habitação é decidido de acordo com o pru-
6— .....................................
dente arbítrio do tribunal, devendo o juiz ter em conta
7 — A comunicação pelo senhorio destinada à ces-
as exigências da boa fé, a circunstância de o executado
sação do contrato por resolução, nos termos do n.º 2
não dispor imediatamente de outra habitação, o número
do artigo 1084.º do Código Civil, é efetuada mediante:
de pessoas que habitam com o executado, a sua idade,
o seu estado de saúde e, em geral, a situação econó- a) Notificação avulsa;
mica e social das pessoas envolvidas, só podendo ser b) Contacto pessoal de advogado, solicitador ou
concedido desde que se verifique algum dos seguintes agente de execução, sendo feita na pessoa do notifi-
fundamentos: cando, com entrega de duplicado da comunicação e
cópia dos documentos que a acompanhem, devendo o
a) (Revogada.)
notificando assinar o original;
b) Que, tratando-se de resolução por não pagamento
c) Escrito assinado e remetido pelo senhorio nos
de rendas, a falta do mesmo se deve a carência de meios
termos do n.º 1, nos contratos celebrados por escrito em
do executado, a qual se presume relativamente ao be-
que tenha sido convencionado o domicílio, caso em que
neficiário de subsídio de desemprego, de valor igual ou
é inoponível ao senhorio qualquer alteração do local,
inferior à retribuição mínima mensal garantida, ou de
salvo se este tiver autorizado a modificação.
rendimento social de inserção;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 10.º
3 — No caso de diferimento decidido com base na [...]
alínea b) do número anterior, cabe ao Fundo de Socorro
1— .....................................
Social do Instituto de Gestão Financeira da Segurança
2 — O disposto no número anterior não se aplica às
Social pagar ao exequente as rendas correspondentes
cartas que:
ao período de diferimento, ficando aquele sub-rogado
nos direitos deste. a) Constituam iniciativa do senhorio para a transição
4 — O diferimento da desocupação do local arren- para o NRAU e atualização da renda, nos termos dos
dado para habitação por razões sociais imperiosas não artigos 30.º e 50.º; ou
pode ser novamente peticionado pelo executado ou b) Integrem título para pagamento de rendas, en-
qualquer elemento do seu agregado familiar que com cargos ou despesas ou que possam servir de base ao
4416 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
procedimento especial de despejo, nos termos dos ar- 2 — Apenas podem servir de base ao procedimento
tigos 14.º-A e 15.º, respetivamente, salvo nos casos de especial de despejo, independentemente do fim a que
domicílio convencionado nos termos da alínea c) do se destina o arrendamento:
n.º 7 do artigo anterior.
a) Em caso de revogação, o contrato de arrenda-
3— ..................................... mento, acompanhado do acordo previsto no n.º 2 do
4— ..................................... artigo 1082.º do Código Civil;
5 — Nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 7 b) Em caso de caducidade pelo decurso do prazo, não
do artigo anterior, se: sendo o contrato renovável, o contrato escrito do qual
conste a fixação desse prazo;
a) O destinatário da comunicação recusar a assinatura c) Em caso de cessação por oposição à renovação, o
do original ou a receção do duplicado da comunicação contrato de arrendamento acompanhado do comprova-
e cópia dos documentos que a acompanhem, o advo-
tivo da comunicação prevista no n.º 1 do artigo 1097.º
gado, solicitador ou agente de execução lavra nota do
incidente e a comunicação considera-se efetuada no ou no n.º 1 do artigo 1098.º do Código Civil;
próprio dia face à certificação da ocorrência; d) Em caso de denúncia por comunicação pelo se-
b) Não for possível localizar o destinatário da comu- nhorio, o contrato de arrendamento, acompanhado
nicação, o senhorio remete carta registada com aviso de do comprovativo da comunicação prevista na alínea
receção para o local arrendado, decorridos 30 a 60 dias c) do artigo 1101.º ou no n.º 1 do artigo 1103.º do
sobre a data em que o destinatário não foi localizado, e Código Civil;
considera-se a comunicação recebida no 10.º dia pos- e) Em caso de resolução por comunicação, o contrato
terior ao do seu envio. de arrendamento, acompanhado do comprovativo da co-
municação prevista no n.º 2 do artigo 1084.º do Código
Artigo 14.º Civil, bem como, quando aplicável, do comprovativo,
[...]
emitido pela autoridade competente, da oposição à rea-
lização da obra;
1— ..................................... f) Em caso de denúncia pelo arrendatário, nos termos
2 — Quando o pedido de despejo tiver por funda- dos n.os 3 e 4 do artigo 1098.º do Código Civil e dos
mento a falta de residência permanente do arrendatário e artigos 34.º e 53.º da presente lei, o comprovativo da
quando este tenha na área dos concelhos de Lisboa ou do comunicação da iniciativa do senhorio e o documento
Porto e seus limítrofes ou no respetivo concelho quanto de resposta do arrendatário.
ao resto do País outra residência ou a propriedade de
imóvel para habitação adquirido após o início da relação 3 — Para efeitos do disposto na alínea d) do número
de arrendamento, com exceção dos casos de sucessão
anterior, o comprovativo da comunicação prevista no
mortis causa, pode o senhorio, simultaneamente, pedir
uma indemnização igual ao valor da renda determinada n.º 1 do artigo 1103.º do Código Civil é acompanhado
de acordo com os critérios previstos nas alíneas a) e b) dos documentos referidos no n.º 2 do mesmo artigo ou,
do n.º 2 do artigo 35.º, desde o termo do prazo para sendo caso disso, de cópia da certidão a que se refere
contestar até à entrega efetiva da habitação. o n.º 7 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 157/2006, de
3 — Na pendência da ação de despejo, as rendas que 8 de agosto, que aprova o regime jurídico das obras em
se forem vencendo devem ser pagas ou depositadas, prédios arrendados.
nos termos gerais. 4 — O procedimento especial de despejo previsto
4 — Se as rendas, encargos ou despesas, vencidos por na presente subsecção apenas pode ser utilizado relati-
um período igual ou superior a dois meses, não forem vamente a contratos de arrendamento cujo imposto do
pagos ou depositados, o arrendatário é notificado para, selo tenha sido liquidado.
em 10 dias, proceder ao seu pagamento ou depósito e 5 — Quando haja lugar a procedimento especial de
ainda da importância da indemnização devida, juntando despejo, o pedido de pagamento de rendas, encargos ou
prova aos autos, sendo, no entanto, condenado nas custas despesas que corram por conta do arrendatário pode ser
do incidente e nas despesas de levantamento do depó- deduzido cumulativamente com o pedido de despejo no
sito, que são contadas a final. âmbito do referido procedimento desde que tenha sido
5 — Em caso de incumprimento pelo arrendatário do comunicado ao arrendatário o montante em dívida, salvo
disposto no número anterior, o senhorio pode requerer o se previamente tiver sido intentada ação executiva para
despejo imediato, aplicando-se, em caso de deferimento os efeitos previstos no artigo anterior.
do requerimento, com as necessárias adaptações, o dis- 6 — No caso de desistência do pedido de paga-
posto no n.º 7 do artigo 15.º e nos artigos 15.º-J, 15.º-L
mento de rendas, encargos ou despesas, o procedi-
e 15.º-M a 15.º-O.
mento especial de despejo segue os demais trâmites
Artigo 15.º legalmente previstos quanto ao pedido de desocupação
do locado.
Procedimento especial de despejo 7 — Sempre que os autos sejam distribuídos, o juiz
1 — O procedimento especial de despejo é um meio deve pronunciar-se sobre todas as questões suscitadas
processual que se destina a efetivar a cessação do ar- e, independentemente de ter sido requerida, sobre a
rendamento, independentemente do fim a que este se autorização de entrada no domicílio.
destina, quando o arrendatário não desocupe o locado 8 — As rendas que se forem vencendo na pendência
na data prevista na lei ou na data fixada por convenção do procedimento especial de despejo devem ser pagas
entre as partes. ou depositadas, nos termos gerais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4417
4 — Se for caso disso, o arrendatário deve ainda, na 2 — A oposição do arrendatário ao valor da renda
sua resposta, invocar, isolada ou cumulativamente, as proposto pelo senhorio não acompanhada de proposta
seguintes circunstâncias: de um novo valor vale como proposta de manutenção
a) Rendimento anual bruto corrigido (RABC) do seu do valor da renda em vigor à data da comunicação do
agregado familiar inferior a cinco retribuições mínimas senhorio.
nacionais anuais (RMNA), nos termos e para os efeitos 3 — A falta de resposta do senhorio vale como aceita-
previstos nos artigos 35.º e 36.º; ção da renda, bem como do tipo e da duração do contrato
b) Idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com propostos pelo arrendatário.
grau comprovado de incapacidade superior a 60 %, nos 4 — Se o senhorio aceitar o valor da renda proposto
termos e para os efeitos previstos no artigo 36.º pelo arrendatário ou verificando-se o disposto no nú-
mero anterior, o contrato fica submetido ao NRAU a
5 — As circunstâncias previstas nas alíneas do nú- partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção, pelo
mero anterior só podem ser invocadas quando o arren- arrendatário, da comunicação prevista no n.º 1 ou do
datário tenha no locado a sua residência permanente ou termo do prazo aí previsto:
quando a falta de residência permanente for devida a
caso de força maior ou doença. a) De acordo com o tipo e a duração acordados;
6 — A falta de resposta do arrendatário vale como b) No silêncio ou na falta de acordo das par-
aceitação da renda, bem como do tipo e da duração do tes acerca do tipo ou da duração do contrato, este
contrato propostos pelo senhorio, ficando o contrato considera-se celebrado com prazo certo, pelo período
submetido ao NRAU a partir do 1.º dia do 2.º mês se- de cinco anos.
guinte ao do termo do prazo previsto nos n.os 1 e 2.
7 — Caso o arrendatário aceite o valor da renda pro- 5 — Se o senhorio não aceitar o valor de renda pro-
posto pelo senhorio, o contrato fica submetido ao NRAU posto pelo arrendatário, pode, na comunicação a que
a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção da se refere o n.º 1:
resposta:
a) Denunciar o contrato de arrendamento, pagando
a) De acordo com o tipo e a duração acordados; ao arrendatário uma indemnização equivalente a cinco
b) No silêncio ou na falta de acordo das partes acerca anos de renda resultante do valor médio das propostas
do tipo ou da duração do contrato, este considera-se formuladas pelo senhorio e pelo arrendatário;
celebrado com prazo certo, pelo período de cinco anos. b) Atualizar a renda de acordo com os critérios
previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 35.º,
8 — O RABC é definido em diploma próprio. considerando-se o contrato celebrado com prazo certo,
pelo período de cinco anos a contar da referida comu-
Artigo 32.º
nicação.
Comprovação da alegação
1 — O arrendatário que invoque a circunstância pre- 6 — A indemnização a que se refere a alínea a) do
vista na alínea a) do n.º 4 do artigo anterior faz acompa- número anterior é agravada para o dobro ou em 50 %
nhar a sua resposta de documento comprovativo emitido se a renda oferecida pelo arrendatário não for inferior
pelo serviço de finanças competente, do qual conste o à proposta pelo senhorio em mais de 10 % ou de 20 %,
valor do RABC do seu agregado familiar. respetivamente.
2 — O arrendatário que não disponha, à data da sua 7 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
resposta, do documento referido no número anterior faz a denúncia prevista na alínea a) do n.º 5 produz efeitos
acompanhar a resposta do comprovativo de ter o mesmo no prazo de seis meses a contar da receção da corres-
sido já requerido, devendo juntá-lo no prazo de 15 dias pondente comunicação, devendo então o arrendatário
após a sua obtenção. desocupar o locado e entregá-lo ao senhorio no prazo
3 — O RABC refere-se ao ano civil anterior ao da de 30 dias.
comunicação. 8 — No caso de arrendatário que tenha a seu cargo
4 — O arrendatário que invoque as circunstâncias filho ou enteado menor de idade ou que, tendo idade
previstas na alínea b) do n.º 4 do artigo anterior faz inferior a 26 anos, frequente o 11.º ou o 12.º ano de
acompanhar a sua resposta, conforme os casos, de do- escolaridade ou cursos de ensino pós-secundário não
cumento comprovativo de ter completado 65 anos ou superior ou de ensino superior, a denúncia prevista na
de documento comprovativo da deficiência alegada, alínea a) do n.º 5 produz efeitos no prazo de 1 ano, de-
sob pena de não poder prevalecer-se das referidas cir-
vendo então o arrendatário desocupar o locado e entregá-
cunstâncias.
-lo ao senhorio no prazo de 30 dias.
Artigo 33.º 9 — A indemnização prevista na alínea a) do n.º 5
e no n.º 6 é paga no momento da entrega do locado ao
Oposição pelo arrendatário e denúncia pelo senhorio senhorio.
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 35.º e 36.º, 10 — No período compreendido entre a receção
caso o arrendatário se oponha ao valor da renda, ao da comunicação pela qual o senhorio denuncia o
tipo ou à duração do contrato propostos pelo senhorio, contrato e a produção de efeitos da denúncia, nos
propondo outros, o senhorio, no prazo de 30 dias con- termos dos n.os 7 e 8, vigora a renda antiga ou a renda
tados da receção da resposta daquele, deve comunicar proposta pelo arrendatário, consoante a que for mais
ao arrendatário se aceita ou não a proposta. elevada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4419
c) Ascendente em 1.º grau que com ele convivesse (BNA) destinado a assegurar a tramitação do procedi-
há mais de um ano; mento especial de despejo.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — O BNA tem competência em todo o território
e) Filho ou enteado, que com ele convivesse há mais nacional para a tramitação do procedimento especial
de um ano, portador de deficiência com grau compro- de despejo.
vado de incapacidade superior a 60 %.
Artigo 15.º-B
2— ..................................... Apresentação, forma e conteúdo do requerimento
3 — O direito à transmissão previsto nos números de despejo
anteriores não se verifica se, à data da morte do arren-
datário, o titular desse direito tiver outra casa, própria 1 — O requerimento de despejo é apresentado, em
ou arrendada, na área dos concelhos de Lisboa ou do modelo próprio, no BNA.
Porto e seus limítrofes ou no respetivo concelho quanto 2 — No requerimento deve o requerente:
ao resto do País. a) Identificar as partes, indicando os seus nomes e
4 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, domicílios, bem como os respetivos números de iden-
quando ao arrendatário sobreviva mais de um ascen- tificação civil;
dente, há transmissão por morte entre eles. b) Indicar o seu endereço de correio eletrónico se
5 — Quando a posição do arrendatário se transmita pretender receber comunicações por meios eletrónicos;
para ascendente com idade inferior a 65 anos à data c) Indicar o tribunal competente para apreciação dos
da morte do arrendatário, o contrato fica submetido autos se forem apresentados à distribuição;
ao NRAU, aplicando-se, na falta de acordo entre as d) Indicar o lugar onde deve ser feita a notificação, o
partes, o disposto para os contratos com prazo certo, qual, na falta de domicílio convencionado por escrito,
pelo período de 2 anos. deve ser o local arrendado;
6 — Salvo no caso previsto na alínea e) do n.º 1, e) Indicar o fundamento do despejo e juntar os do-
quando a posição do arrendatário se transmita para filho cumentos previstos no n.º 2 do artigo 15.º;
ou enteado nos termos da alínea d) do mesmo número, f) Indicar o valor da renda;
o contrato fica submetido ao NRAU na data em que g) Formular o pedido e, no caso de pedido para paga-
aquele adquirir a maioridade ou, caso frequente o 11.º mento de rendas, encargos ou despesas, discriminar o va-
ou o 12.º ano de escolaridade ou de cursos de ensino lor do capital, juros vencidos e outras quantias devidas;
pós-secundário não superior ou de ensino superior, na h) Juntar comprovativo do pagamento do imposto
data em que perfizer 26 anos, aplicando-se, na falta de do selo;
acordo entre as partes, o disposto para os contratos com i) Indicar que pretende proceder ao pagamento da
prazo certo, pelo período de 2 anos. taxa devida ou, sendo o caso, indicar a modalidade de
apoio judiciário concedido, bem como juntar documento
Artigo 58.º comprovativo da respetiva concessão, sem prejuízo do
[...] disposto no n.º 7;
j) Designar o agente de execução ou o notário com-
1 — O arrendamento para fins não habitacionais petente para proceder à desocupação do locado;
termina com a morte do primitivo arrendatário, salvo k) Designar agente de execução para proceder à exe-
existindo sucessor que, há mais de três anos, explore, em cução para pagamento das rendas, encargos ou despesas
comum com o arrendatário primitivo, estabelecimento em atraso, nos casos em que seja designado notário para
a funcionar no local. proceder à desocupação do locado ou este venha a ser
2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» competente;
l) Assinar o requerimento.
Artigo 5.º
Aditamento à Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro
3 — Havendo pluralidade de arrendatários ou cons-
tituindo o local arrendado casa de morada de família,
São aditados à Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, os o requerente deve ainda identificar os nomes e domicí-
artigos 14.º-A e 15.º-A a 15.º-S, com a seguinte redação: lios de todos os arrendatários e de ambos os cônjuges,
consoante o caso.
«Artigo 14.º-A 4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 15.º,
Título para pagamento de rendas, encargos ou despesas
durante o procedimento especial de despejo não é per-
mitida a alteração dos elementos constantes do reque-
O contrato de arrendamento, quando acompanhado rimento, designadamente do pedido formulado.
do comprovativo de comunicação ao arrendatário do 5 — A entrega do requerimento de despejo por advo-
montante em dívida, é título executivo para a execu- gado ou solicitador é efetuada apenas por via eletrónica,
ção para pagamento de quantia certa correspondente com menção da existência do mandato e do domicílio
às rendas, aos encargos ou às despesas que corram por profissional do mandatário.
conta do arrendatário. 6 — O requerente que, sendo representado por advo-
gado ou solicitador, não cumprir o disposto no número
Artigo 15.º-A anterior fica sujeito ao pagamento imediato de uma
Balcão Nacional do Arrendamento
multa no valor de 2 unidades de conta processuais.
7 — Faltando, à data da apresentação do requeri-
1 — É criado, junto da Direção-Geral da Adminis- mento, menos de 30 dias para o termo do prazo de
tração da Justiça, o Balcão Nacional do Arrendamento prescrição ou de caducidade, ou ocorrendo outra causa
4422 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
de urgência, deve o requerente apresentar documento de Processo Civil, não havendo lugar à advertência
comprovativo do pedido de apoio judiciário requerido prevista no artigo 241.º do mesmo Código.
mas ainda não concedido. 4 — O ato de notificação deve conter:
8 — O procedimento considera-se iniciado na data
a) Os elementos referidos nas alíneas a) a h) do n.º 2
do pagamento da taxa devida ou na data da junção do
do artigo 15.º-B e, se for caso disso, no n.º 3 do mesmo
documento comprovativo do pedido ou da concessão
artigo;
de apoio judiciário, na modalidade de dispensa ou paga-
b) A indicação do prazo para a oposição e a respetiva
mento faseado da taxa de justiça e dos demais encargos
forma de contagem;
com o processo.
c) A indicação de que, na falta de desocupação do
locado, de oposição dentro do prazo legal ou do pa-
Artigo 15.º-C
gamento ou depósito das rendas que se venceram na
Recusa do requerimento pendência do procedimento especial de despejo, será
constituído título para desocupação do locado com a
1 — O requerimento só pode ser recusado se:
faculdade de o requerente a efetivar imediatamente;
a) Não estiver endereçado ao BNA; d) Nos casos de pedido de pagamento das rendas,
b) Não indicar o fundamento do despejo ou não for encargos ou despesas em atraso, a indicação de que, na
acompanhado dos documentos previstos no n.º 2 do falta de pagamento da quantia pedida e da taxa liquidada
artigo 15.º; pelo requerente, são ainda devidos juros de mora desde
c) Não estiver indicado o valor da renda; a data da apresentação do requerimento;
d) Não estiver indicada a modalidade de apoio judi- e) A indicação de que a dedução de oposição cuja
ciário requerida ou concedida, bem como se não estiver falta de fundamento o requerido não deva ignorar o
junto o documento comprovativo do pedido ou da con- responsabiliza pelos danos que causar ao requerente e
cessão do benefício do apoio judiciário; determina a condenação em multa de valor não inferior
e) Omitir a identificação das partes, o domicílio do a 10 vezes a taxa devida.
requerente, os números de identificação civil ou o lugar
da notificação do requerido; 5 — A notificação efetuada nos termos do presente
f) Não estiver assinado; artigo interrompe a prescrição, nos termos do disposto
g) Não constar do modelo a que se refere o n.º 1 do no artigo 323.º do Código Civil.
artigo anterior;
h) Não se mostrarem pagos a taxa e o imposto do selo; Artigo 15.º-E
i) O pedido não se ajustar à finalidade do procedi-
Constituição de título para desocupação do locado
mento.
1 — O BNA converte o requerimento de despejo em
2 — Nos casos em que haja recusa, o requerente título para desocupação do locado se:
pode apresentar outro requerimento no prazo de 10 dias
a) Depois de notificado, o requerido não deduzir
subsequentes à notificação daquela, considerando-se o
oposição no respetivo prazo;
procedimento iniciado na data em que teve lugar o pa-
b) A oposição se tiver por não deduzida nos termos
gamento da taxa devida pela apresentação do primeiro
do disposto no n.º 4 do artigo seguinte;
requerimento ou a junção do documento comprovativo
c) Na pendência do procedimento especial de despejo,
do pedido ou da concessão do benefício do apoio ju-
o requerido não proceder ao pagamento ou depósito das
diciário na modalidade de dispensa ou de pagamento
rendas que se forem vencendo, nos termos previstos no
faseado da taxa de justiça e dos demais encargos com
n.º 8 do artigo 15.º
o processo.
2 — O título de desocupação do locado é autenticado
Artigo 15.º-D
com recurso a assinatura eletrónica.
Finalidade, conteúdo e efeito da notificação 3 — Constituído o título de desocupação do locado,
1 — O BNA expede imediatamente notificação para o BNA disponibiliza o requerimento de despejo no qual
o requerido, por carta registada com aviso de receção, tenha sido colocada a fórmula de título para desocupa-
para, em 15 dias, este: ção do locado ao requerente e ao agente de execução,
notário ou oficial de justiça designado, consoante os
a) Desocupar o locado e, sendo caso disso, pagar ao casos, nos termos definidos por portaria do membro do
requerente a quantia pedida, acrescida da taxa por ele Governo responsável pela área da justiça.
liquidada;
b) Deduzir oposição à pretensão e ou requerer o di- Artigo 15.º-F
ferimento da desocupação do locado, nos termos do
Oposição
disposto nos artigos 15.º-N e 15.º-O.
1 — O requerido pode opor-se à pretensão de despejo
2 — Havendo vários requeridos, a notificação é ex- no prazo de 15 dias a contar da sua notificação.
pedida para todos eles, nos termos e para os efeitos 2 — A oposição não carece de forma articulada e, de-
previstos no número anterior. vendo ser apresentada no BNA apenas por via eletrónica,
3 — A notificação é expedida para o local indicado no com menção da existência do mandato e do domicílio
requerimento de despejo, aplicando-se, com as necessá- profissional do mandatário, sob pena de pagamento
rias adaptações, o disposto no artigo 236.º, nos n.os 3 a 5 imediato de uma multa no valor de 2 unidades de conta
do artigo 237.º-A e no n.º 2 do artigo 238.º do Código processuais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4423
3 — Com a oposição, deve o requerido proceder à 5 — Qualquer das partes pode requerer a gravação
junção do documento comprovativo do pagamento da da audiência.
taxa de justiça devida e, nos casos previstos nos n.os 3 6 — As provas são oferecidas na audiência, podendo
e 4 do artigo 1083.º do Código Civil, ao pagamento de cada parte apresentar até três testemunhas.
uma caução no valor das rendas, encargos ou despesas 7 — A prova pericial é sempre realizada por um único
em atraso, até ao valor máximo correspondente a seis perito.
rendas, salvo nos casos de apoio judiciário, em que está 8 — Se considerar indispensável para a boa decisão
isento, nos termos a definir por portaria do membro do da causa que se proceda a alguma diligência de prova,
Governo responsável pela área da justiça. o juiz pode suspender a audiência no momento que
4 — Não se mostrando paga a taxa ou a caução pre- reputar mais conveniente e marcar logo dia para a sua
vistas no número anterior, a oposição tem-se por não continuação, devendo o julgamento concluir-se no prazo
deduzida. de 10 dias.
5 — A oposição tem-se igualmente por não dedu- 9 — Finda a produção de prova, pode cada um dos
zida quando o requerido não efetue o pagamento da mandatários fazer uma breve alegação oral.
taxa devida no prazo de cinco dias a contar da data da 10 — A sentença, sucintamente fundamentada, é logo
notificação da decisão definitiva de indeferimento do ditada para a ata.
pedido de apoio judiciário, na modalidade de dispensa
ou de pagamento faseado da taxa e dos demais encargos Artigo 15.º-J
com o processo. Desocupação do locado e pagamento das rendas em atraso
bens móveis, sob pena de estes serem considerados que a diligência põe em risco de vida a pessoa que se
abandonados. encontra no local, por razões de doença aguda.
3 — Nos casos referidos nos números anteriores, o
Artigo 15.º-L agente de execução, o notário ou o oficial de justiça lavra
certidão das ocorrências, junta os documentos exibidos e
Autorização judicial para entrada imediata no domicílio
adverte o detentor, ou a pessoa que se encontra no local,
1 — Caso o arrendatário não desocupe o domicílio de que as diligências para a desocupação do locado pros-
de livre vontade ou incumpra o acordo previsto no n.º 2 seguem, salvo se, no prazo de 10 dias, requerer ao juiz
do artigo 15.º-J e o procedimento especial de despejo do tribunal judicial da situação do locado a confirmação
não tenha sido distribuído a juiz, o agente de execução, da suspensão, juntando ao requerimento os documentos
o notário ou o oficial de justiça apresenta requerimento disponíveis, dando do facto imediato conhecimento ao
no tribunal judicial da situação do locado para, no prazo senhorio ou ao seu representante.
de cinco dias, ser autorizada a entrada imediata no do- 4 — Ouvido o senhorio, o juiz do tribunal judicial
micílio. da situação do locado, no prazo de cinco dias, decide
2 — O requerimento previsto no número anterior manter suspensas as diligências para a desocupação
assume caráter de urgência e deve ser instruído com: ou ordena o levantamento da suspensão e a imediata
prossecução daquelas.
a) O título para desocupação do locado;
b) O documento comprovativo do pagamento da taxa
Artigo 15.º-N
de justiça devida.
Diferimento da desocupação de imóvel
3 — Se a considerar necessária, o juiz procede à arrendado para habitação
audição do arrendatário. 1 — No caso de imóvel arrendado para habitação,
4 — São motivos de recusa do requerimento de au- dentro do prazo para a oposição ao procedimento es-
torização para entrada no domicílio, designadamente: pecial de despejo, o arrendatário pode requerer ao juiz
a) Não ter sido utilizado o modelo de requerimento do tribunal judicial da situação do locado o diferimento
ou este não estar devidamente preenchido; da desocupação por razões sociais imperiosas, devendo
b) O requerimento não estar instruído com os docu- logo oferecer as provas disponíveis e indicar as teste-
mentos referidos no n.º 2; munhas a apresentar, até ao limite de três.
c) A violação do disposto nos artigos 9.º, 10.º e 15.º-D. 2 — O diferimento de desocupação do locado para
habitação é decidido de acordo com o prudente arbítrio
5 — Conferida autorização judicial para entrada no do tribunal, devendo o juiz ter em consideração as exi-
domicílio, o agente de execução, o notário ou o oficial de gências da boa fé, a circunstância de o arrendatário não
justiça desloca-se imediatamente ao locado para tomar dispor imediatamente de outra habitação, o número de
a posse do imóvel, aplicando-se o disposto nos n.os 2 a 4 pessoas que habitam com o arrendatário, a sua idade,
do artigo 15.º-J e no artigo anterior. o seu estado de saúde e, em geral, a situação econó-
6 — O disposto nos números anteriores é aplicável, mica e social das pessoas envolvidas, só podendo ser
com as necessárias adaptações, aos casos em que a concedido desde que se verifique algum dos seguintes
entrada no locado dependa de autorização judicial nos fundamentos:
termos da lei. a) Que, tratando-se de resolução por não pagamento
de rendas, a falta do mesmo se deve a carência de meios
Artigo 15.º-M do arrendatário, o que se presume relativamente ao
Suspensão da desocupação do locado beneficiário de subsídio de desemprego, de valor igual
ou inferior à retribuição mínima mensal garantida, ou
1 — O agente de execução, o notário ou o oficial de de rendimento social de inserção;
justiça suspende as diligências para desocupação do b) Que o arrendatário é portador de deficiência com
locado sempre que o detentor da coisa, ao qual não tenha grau comprovado de incapacidade superior a 60 %.
sido dada a oportunidade de intervir no procedimento
especial de despejo, exibir algum dos seguintes títulos, 3 — No caso de diferimento decidido com base na
com data anterior ao início daquele procedimento: alínea a) do número anterior, cabe ao Fundo de Socorro
a) Título de arrendamento ou de outro gozo legítimo Social do Instituto de Gestão Financeira da Segurança
do prédio, emanado do senhorio; Social pagar ao senhorio as rendas correspondentes ao
b) Título de subarrendamento ou de cessão da posi- período de diferimento, ficando aquele sub-rogado nos
ção contratual, emanado do arrendatário, e documento direitos deste.
comprovativo de haver sido requerida no prazo de
15 dias a respetiva notificação ao senhorio ou de este Artigo 15.º-O
ter especialmente autorizado o subarrendamento ou a Termos do diferimento da desocupação
cessão ou, ainda, de ter reconhecido o subarrendatário
1 — O requerimento de diferimento da desocupação
ou cessionário como tal.
assume carácter de urgência e é indeferido liminarmente
quando:
2 — Tratando-se de arrendamento para habitação,
o agente de execução, o notário ou o oficial de justiça a) Tiver sido apresentado fora do prazo;
suspende as diligências executórias quando se mostre, b) O fundamento não se ajustar a algum dos referidos
por atestado médico que indique fundamentadamente no artigo anterior;
o prazo durante o qual se deve suspender a execução, c) For manifestamente improcedente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4425
Artigo 12.º
Legislação complementar CAPÍTULO IV
O Governo deve, no prazo de 90 dias, adaptar à presente Locação
lei os seguintes diplomas:
a) Decreto-Lei n.º 156/2006, de 8 de agosto, que aprova SECÇÃO I
o regime de determinação e verificação do coeficiente de
conservação; Disposições gerais
b) Decreto-Lei n.º 158/2006, de 8 de agosto, que aprova
os regimes de determinação do rendimento anual bruto Artigo 1022.º
corrigido e a atribuição do subsídio de renda; Noção
c) Decreto-Lei n.º 160/2006, de 8 de agosto, que aprova
os elementos do contrato de arrendamento e os requisitos «Locação» é o contrato pelo qual uma das partes se
a que obedece a sua celebração; obriga a proporcionar à outra o gozo temporário de uma
d) Decreto-Lei n.º 161/2006, de 8 de agosto, que aprova coisa, mediante retribuição.
e regula as comissões arbitrais municipais.
Artigo 1023.º
Artigo 13.º
Arrendamento e aluguer
Norma revogatória
A locação diz-se «arrendamento» quando versa sobre
São revogados: coisa imóvel, «aluguer» quando incide sobre coisa móvel.
a) O n.º 3 do artigo 1095.º, o n.º 2 do artigo 1102.º e o
artigo 1104.º do Código Civil; Artigo 1024.º
b) A alínea a) do n.º 1 do artigo 930.º-B, a alínea a) A locação como ato de administração
do n.º 2 do artigo 930.º-C e o n.º 3 do artigo 930.º-D do
Código de Processo Civil; 1 — A locação constitui, para o locador, um ato de ad-
c) O n.º 6 do artigo 26.º e os artigos 38.º a 49.º, 55.º e ministração ordinária, exceto quando for celebrada por
56.º da Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, sem prejuízo do prazo superior a seis anos.
disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 11.º da presente lei. 2 — O arrendamento de prédio indiviso feito pelo con-
sorte ou consortes administradores só é válido quando os
Artigo 14.º restantes comproprietários manifestem, por escrito e antes
Republicação
ou depois do contrato, o seu assentimento.
a) O capítulo IV do título II do livro II do Código Civil; A locação não pode celebrar-se por mais de 30 anos;
b) O capítulo II do título I e os títulos II e III da Lei quando estipulada por tempo superior, ou como contrato
n.º 6/2006, de 27 de fevereiro. perpétuo, considera-se reduzida àquele limite.
4428 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
da coisa pelo locatário, com exceção dos que a lei ou os diminuição e à extensão desta, sem prejuízo do disposto
usos facultem ou o próprio locatário consinta em cada na secção anterior.
caso, mas não tem obrigação de assegurar esse gozo contra 2 — Mas, se a privação ou diminuição não for impu-
atos de terceiro. tável ao locador nem aos seus familiares, a redução só
2 — O locatário que for privado da coisa ou perturbado terá lugar no caso de uma ou outra exceder um sexto da
no exercício dos seus direitos pode usar, mesmo contra duração do contrato.
o locador, dos meios facultados ao possuidor nos arti- 3 — Consideram-se familiares os parentes, afins ou
gos 1276.º e seguintes. serviçais que vivam habitualmente em comunhão de mesa
e habitação com o locatário ou o locador.
SECÇÃO III
Artigo 1041.º
Obrigações do locatário
Mora do locatário
SUBSECÇÃO I 1 — Constituindo-se o locatário em mora, o locador
Disposição geral tem o direito de exigir, além das rendas ou alugueres em
atraso, uma indemnização igual a 50 % do que for devido,
Artigo 1038.º salvo se o contrato for resolvido com base na falta de
pagamento.
Enumeração 2 — Cessa o direito à indemnização ou à resolução do
São obrigações do locatário: contrato se o locatário fizer cessar a mora no prazo de oito
dias a contar do seu começo.
a) Pagar a renda ou aluguer; 3 — Enquanto não forem cumpridas as obrigações
b) Facultar ao locador o exame da coisa locada; a que o n.º 1 se refere, o locador tem o direito de recu-
c) Não aplicar a coisa a fim diverso daqueles a que ela sar o recebimento das rendas ou alugueres seguintes,
se destina; os quais são considerados em dívida para todos os
d) Não fazer dela uma utilização imprudente;
efeitos.
e) Tolerar as reparações urgentes, bem como quaisquer
4 — A receção de novas rendas ou alugueres não priva
obras ordenadas pela autoridade pública;
o locador do direito à resolução do contrato ou à indemni-
f) Não proporcionar a outrem o gozo total ou parcial
da coisa por meio de cessão onerosa ou gratuita da sua zação referida, com base nas prestações em mora.
posição jurídica, sublocação ou comodato, exceto se a lei
o permitir ou o locador o autorizar; Artigo 1042.º
g) Comunicar ao locador, dentro de 15 dias, a cedência Cessação da mora
do gozo da coisa por algum dos referidos títulos, quando
permitida ou autorizada; 1 — O locatário pode pôr fim à mora oferecendo ao lo-
h) Avisar imediatamente o locador sempre que tenha co- cador o pagamento das rendas ou alugueres em atraso, bem
nhecimento de vícios na coisa ou saiba que a ameaça algum como a indemnização fixada no n.º 1 do artigo anterior.
perigo ou que terceiros se arrogam direitos em relação a 2 — Perante a recusa do locador em receber as cor-
ela, desde que o facto seja ignorado pelo locador; respondentes importâncias, pode o locatário recorrer à
i) Restituir a coisa locada findo o contrato. consignação em depósito.
1 — O pagamento da renda ou aluguer deve ser efetuado 1 — Na falta de convenção, o locatário é obrigado
no último dia de vigência do contrato ou do período a que a manter e restituir a coisa no estado em que a re-
respeita, e no domicílio do locatário à data do vencimento, cebeu, ressalvadas as deteriorações inerentes a uma
se as partes ou os usos não fixarem outro regime. prudente utilização, em conformidade com os fins do
2 — Se a renda ou aluguer houver de ser pago no do- contrato.
micílio, geral ou particular, do locatário ou de procurador 2 — Presume-se que a coisa foi entregue ao locatário
seu e o pagamento não tiver sido efetuado, presume-se em bom estado de manutenção quando não exista docu-
que o locador não veio nem mandou receber a prestação mento onde as partes tenham descrito o estado dela ao
no dia do vencimento. tempo da entrega.
1 — Se, por motivo não atinente à sua pessoa ou à dos O locatário responde pela perda ou deteriorações da
seus familiares, o locatário sofrer privação ou diminuição coisa, não excetuadas no artigo anterior, salvo se resultarem
do gozo da coisa locada, haverá lugar a uma redução da de causa que lhe não seja imputável nem a terceiro a quem
renda ou aluguer proporcional ao tempo da privação ou tenha permitido a utilização dela.
4430 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
3 — Na falta ou insuficiência de qualquer dos critérios 2 — O não uso pelo arrendatário é lícito:
referidos no número anterior, o arrendamento tem-se por
urbano. a) Em caso de força maior ou de doença;
b) Se a ausência, não perdurando há mais de dois anos,
Artigo 1067.º for devida ao cumprimento de deveres militares ou pro-
fissionais do próprio, do cônjuge ou de quem viva com o
Fim do contrato arrendatário em união de facto;
1 — O arrendamento urbano pode ter fim habitacional c) Se a utilização for mantida por quem, tendo direito
ou não habitacional. a usar o locado, o fizesse há mais de um ano;
2 — Quando nada se estipule, o local arrendado pode d) Se a ausência se dever à prestação de apoios continua-
ser gozado no âmbito das suas aptidões, tal como resultem dos a pessoas com deficiência com grau de incapacidade
da licença de utilização. superior a 60 %, incluindo a familiares.
3 — Na falta de licença de utilização, o arrendamento
vale como habitacional se o local for habitável ou como Artigo 1073.º
não habitacional se o não for, salvo se outro destino lhe
tiver vindo a ser dado. Deteriorações lícitas
e) A cessão, total ou parcial, temporária ou permanente ela atinente mesmo depois da cessação do contrato, com a
e onerosa ou gratuita, do gozo do prédio, quando ilícita, finalidade de apurar as consequências que ao caso caibam.
inválida ou ineficaz perante o senhorio. 2 — A resolução é igualmente cumulável com a res-
ponsabilidade civil.
3 — É inexigível ao senhorio a manutenção do arrenda-
mento em caso de mora igual ou superior a dois meses no Artigo 1087.º
pagamento da renda, encargos ou despesas que corram por Desocupação
conta do arrendatário ou de oposição por este à realização
de obra ordenada por autoridade pública, sem prejuízo do A desocupação do locado, nos termos do artigo 1081.º,
disposto nos n.os 3 a 5 do artigo seguinte. é exigível após o decurso de um mês a contar da resolução
4 — É ainda inexigível ao senhorio a manutenção do se outro prazo não for judicialmente fixado ou acordado
arrendamento no caso de o arrendatário se constituir em pelas partes.
mora superior a oito dias, no pagamento da renda, por mais
de quatro vezes, seguidas ou interpoladas, num período SUBSECÇÃO V
de 12 meses, com referência a cada contrato, não sendo Subarrendamento
aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo seguinte.
5 — É fundamento de resolução pelo arrendatário, de- Artigo 1088.º
signadamente, a não realização pelo senhorio de obras que
Autorização do senhorio
a este caibam, quando tal omissão comprometa a habita-
bilidade do locado e, em geral, a aptidão deste para o uso 1 — A autorização para subarrendar o prédio deve ser
previsto no contrato. dada por escrito.
2 — O subarrendamento não autorizado considera-se,
Artigo 1084.º todavia, ratificado pelo senhorio se ele reconhecer o su-
barrendatário como tal.
Modo de operar
1 — A resolução pelo senhorio com fundamento numa Artigo 1089.º
das causas previstas no n.º 2 do artigo anterior é decretada Caducidade
nos termos da lei de processo.
2 — A resolução pelo senhorio quando fundada em O subarrendamento caduca com a extinção, por qual-
causa prevista nos n.os 3 e 4 do artigo anterior bem como quer causa, do contrato de arrendamento, sem prejuízo da
a resolução pelo arrendatário operam por comunicação à responsabilidade do sublocador para com o sublocatário,
contraparte onde fundamentadamente se invoque a obri- quando o motivo da extinção lhe seja imputável.
gação incumprida.
3 — A resolução pelo senhorio, quando opere por co- Artigo 1090.º
municação à contraparte e se funde na falta de pagamento Direitos do senhorio em relação ao subarrendatário
da renda, encargos ou despesas que corram por conta do
arrendatário, nos termos do n.º 3 do artigo anterior, fica 1 — Sendo total o subarrendamento, o senhorio pode
sem efeito se o arrendatário puser fim à mora no prazo substituir-se ao arrendatário, mediante notificação judicial,
de um mês. considerando-se resolvido o primitivo arrendamento e
passando o subarrendatário a arrendatário direto.
4 — O arrendatário só pode fazer uso da faculdade re-
2 — Se o senhorio receber alguma renda do subarren-
ferida no número anterior uma única vez, com referência datário e lhe passar recibo depois da extinção do arrenda-
a cada contrato. mento, é o subarrendatário havido como arrendatário direto.
5 — Fica sem efeito a resolução fundada na oposição
pelo arrendatário à realização de obra ordenada por autori-
SUBSECÇÃO VI
dade pública se, no prazo de um mês, cessar essa oposição.
Direito de preferência
Artigo 1085.º
Artigo 1091.º
Caducidade do direito de resolução
Regra geral
1 — A resolução deve ser efetivada dentro do prazo de
um ano a contar do conhecimento do facto que lhe serve 1 — O arrendatário tem direito de preferência:
de fundamento, sob pena de caducidade. a) Na compra e venda ou dação em cumprimento do
2 — O prazo referido no número anterior é reduzido local arrendado há mais de três anos;
para três meses quando o fundamento da resolução seja o b) Na celebração de novo contrato de arrendamento,
previsto nos n.os 3 ou 4 do artigo 1083.º em caso de caducidade do seu contrato por ter cessado o
3 — Quando se trate de facto continuado ou duradouro, direito ou terem findado os poderes legais de administração
o prazo não se completa antes de decorrido um ano da sua com base nos quais o contrato fora celebrado.
cessação.
2 — O direito previsto na alínea b) existe enquanto
Artigo 1086.º não for exigível a restituição do prédio, nos termos do
Cumulações
artigo 1053.º
3 — O direito de preferência do arrendatário é graduado
1 — A resolução é cumulável com a denúncia ou com imediatamente acima do direito de preferência conferido
a oposição à renovação, podendo prosseguir a discussão a ao proprietário do solo pelo artigo 1535.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4435
4 — É aplicável, com as necessárias adaptações, o dis- 2 — O prazo referido no número anterior não pode
posto nos artigos 416.º a 418.º e 1410.º ser superior a 30 anos, considerando-se automaticamente
reduzido ao referido limite quando o ultrapasse.
SUBSECÇÃO VII 3 — (Revogado.)
Disposições especiais do arrendamento para habitação
Artigo 1096.º
DIVISÃO I Renovação automática
Âmbito do contrato 1 — Salvo estipulação em contrário, o contrato cele-
brado com prazo certo renova-se automaticamente no seu
Artigo 1092.º termo e por períodos sucessivos de igual duração, sem
Indústrias domésticas prejuízo do disposto no número seguinte.
2 — Salvo estipulação em contrário, não há lugar a
1 — No uso residencial do prédio arrendado inclui-se, renovação automática nos contratos celebrados por prazo
salvo cláusula em contrário, o exercício de qualquer in-
não superior a 30 dias.
dústria doméstica, ainda que tributada.
2 — É havida como doméstica a indústria explorada 3 — Qualquer das partes pode opor-se à renovação, nos
na residência do arrendatário que não ocupe mais de três termos dos artigos seguintes.
auxiliares assalariados.
Artigo 1097.º
Artigo 1093.º Oposição à renovação deduzida pelo senhorio
Pessoas que podem residir no local arrendado 1 — O senhorio pode impedir a renovação automática
1 — Nos arrendamentos para habitação podem residir do contrato mediante comunicação ao arrendatário com a
no prédio, além do arrendatário: antecedência mínima seguinte:
a) Todos os que vivam com ele em economia comum; a) 240 dias, se o prazo de duração inicial do contrato ou
b) Um máximo de três hóspedes, salvo cláusula em da sua renovação for igual ou superior a seis anos;
contrário. b) 120 dias, se o prazo de duração inicial do contrato ou
da sua renovação for igual ou superior a um ano e inferior
2 — Consideram-se sempre como vivendo com o arren- a seis anos;
datário em economia comum a pessoa que com ele viva c) 60 dias, se o prazo de duração inicial do contrato
em união de facto, os seus parentes ou afins na linha reta ou da sua renovação for igual ou superior a seis meses e
ou até ao 3.º grau da linha colateral, ainda que paguem inferior a um ano;
alguma retribuição, e bem assim as pessoas relativamente d) Um terço do prazo de duração inicial do contrato ou
às quais, por força da lei ou de negócio jurídico que não da sua renovação, tratando-se de prazo inferior a seis meses.
respeite diretamente à habitação, haja obrigação de con-
vivência ou de alimentos. 2 — A antecedência a que se refere o número anterior
3 — Consideram-se «hóspedes» as pessoas a quem o reporta-se ao termo do prazo de duração inicial do contrato
arrendatário proporcione habitação e preste habitualmente ou da sua renovação.
serviços relacionados com esta, ou forneça alimentos,
mediante retribuição. Artigo 1098.º
DIVISÃO II Oposição à renovação ou denúncia pelo arrendatário
Duração 1 — O arrendatário pode impedir a renovação automá-
tica do contrato mediante comunicação ao senhorio com
Artigo 1094.º a antecedência mínima seguinte:
Tipos de contratos a) 120 dias, se o prazo de duração inicial do contrato ou
1 — O contrato de arrendamento urbano para habi- da sua renovação for igual ou superior a seis anos;
tação pode celebrar-se com prazo certo ou por duração b) 90 dias, se o prazo de duração inicial do contrato ou
indeterminada. da sua renovação for igual ou superior a um ano e inferior
2 — No contrato com prazo certo pode convencionar- a seis anos;
-se que, após a primeira renovação, o arrendamento tenha c) 60 dias, se o prazo de duração inicial do contrato
duração indeterminada. ou da sua renovação for igual ou superior a seis meses e
3 — No silêncio das partes, o contrato considera-se inferior a um ano;
celebrado com prazo certo, pelo período de dois anos. d) Um terço do prazo de duração inicial do contrato
ou da sua renovação, tratando-se de prazo inferior a seis
SUBDIVISÃO I meses.
Contrato com prazo certo
2 — A antecedência a que se refere o número anterior
Artigo 1095.º reporta-se ao termo do prazo de duração inicial do contrato
ou da sua renovação.
Estipulação de prazo certo
3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
1 — O prazo deve constar de cláusula inserida no con- decorrido um terço do prazo de duração inicial do contrato
trato. ou da sua renovação, o arrendatário pode denunciá-lo a
4436 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
todo o tempo, mediante comunicação ao senhorio com a b) Para demolição ou realização de obra de remodela-
antecedência mínima seguinte: ção ou restauro profundos que obriguem à desocupação
do locado;
a) 120 dias do termo pretendido do contrato, se o prazo c) Mediante comunicação ao arrendatário com ante-
deste for igual ou superior a um ano; cedência não inferior a dois anos sobre a data em que
b) 60 dias do termo pretendido do contrato, se o prazo pretenda a cessação.
deste for inferior a um ano.
Artigo 1102.º
4 — Quando o senhorio impedir a renovação automática
do contrato, nos termos do artigo anterior, o arrendatário Denúncia para habitação
pode denunciá-lo a todo o tempo, mediante comunicação 1 — O direito de denúncia para habitação do senhorio
ao senhorio com uma antecedência não inferior a 30 dias depende do pagamento do montante equivalente a um ano
do termo pretendido do contrato. de renda e da verificação dos seguintes requisitos:
5 — A denúncia do contrato, nos termos dos n.os 3 e 4,
produz efeitos no final de um mês do calendário grego- a) Ser o senhorio proprietário, comproprietário ou usu-
riano, a contar da comunicação. frutuário do prédio há mais de dois anos ou, independente-
6 — A inobservância da antecedência prevista nos núme- mente deste prazo, se o tiver adquirido por sucessão;
ros anteriores não obsta à cessação do contrato mas obriga b) Não ter o senhorio, há mais de um ano, na área dos
concelhos de Lisboa ou do Porto e seus limítrofes ou no
ao pagamento das rendas correspondentes ao período de
respetivo concelho quanto ao resto do País casa própria
pré-aviso em falta.
que satisfaça as necessidades de habitação própria ou dos
SUBDIVISÃO II
seus descendentes em 1.º grau.
Contrato de duração indeterminada 2 — (Revogado.)
3 — O direito de denúncia para habitação do descen-
Artigo 1099.º dente está sujeito à verificação do requisito previsto na alí-
Princípio geral nea a) do n.º 1 relativamente ao senhorio e do da alínea b)
do mesmo número para o descendente.
O contrato de duração indeterminada cessa por denúncia
de uma das partes, nos termos dos artigos seguintes. Artigo 1103.º
Denúncia justificada
Artigo 1100.º
Denúncia pelo arrendatário 1 — A denúncia pelo senhorio com qualquer dos funda-
mentos previstos nas alíneas a) e b) do artigo 1101.º é feita
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, mediante comunicação ao arrendatário com antecedência
após seis meses de duração efetiva do contrato, o arren- não inferior a seis meses sobre a data pretendida para a
datário pode denunciá-lo, independentemente de qualquer desocupação e da qual conste de forma expressa, sob pena
justificação, mediante comunicação ao senhorio com a de ineficácia, o fundamento da denúncia.
antecedência mínima seguinte: 2 — Quando a denúncia tiver o fundamento previsto
na alínea b) do artigo 1101.º, a comunicação referida no
a) 120 dias do termo pretendido do contrato, se, à data
número anterior é acompanhada, sob pena de ineficácia,
da comunicação, este tiver um ano ou mais de duração da denúncia:
efetiva;
b) 60 dias do termo pretendido do contrato, se, à data a) De comprovativo de que foi iniciado, junto da enti-
da comunicação, este tiver até um ano de duração efetiva. dade competente, procedimento de controlo prévio da ope-
ração urbanística a efetuar no locado, bem como de termo
2 — Quando o senhorio impedir a renovação automática de responsabilidade do técnico autor do projeto legalmente
do contrato, nos termos do artigo anterior, o arrendatário habilitado que declare que a operação urbanística obriga
pode denunciá-lo a todo o tempo, mediante comunicação à desocupação do locado, quando se trate de operação
ao senhorio com uma antecedência não inferior a 30 dias urbanística sujeita a controlo prévio; ou
do termo pretendido do contrato. b) De descritivo da operação urbanística a efetuar no
3 — A denúncia do contrato, nos termos dos números locado, indicando que a operação urbanística está isenta
anteriores, produz efeitos no final de um mês do calendário de controlo prévio e as razões pelas quais a mesma obriga
gregoriano, a contar da comunicação. à desocupação do locado, quando se trate de operação
4 — À denúncia pelo arrendatário é aplicável, com as urbanística isenta de controlo prévio.
necessárias adaptações, o disposto no n.º 6 do artigo 1098.º
3 — Estando a operação urbanística a efetuar no locado
Artigo 1101.º sujeita a procedimento de controlo prévio, a denúncia a
que se referem os números anteriores é confirmada, sob
Denúncia pelo senhorio pena de ineficácia, mediante comunicação ao arrendatá-
O senhorio pode denunciar o contrato de duração inde- rio, acompanhada de comprovativo de deferimento do
terminada nos casos seguintes: correspondente pedido, no caso de operação urbanística
sujeita a licença administrativa, ou de que a pretensão
a) Necessidade de habitação pelo próprio ou pelos seus não foi rejeitada, no caso de operação urbanística sujeita
descendentes em 1.º grau; a comunicação prévia.
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4437
4 — Na situação prevista no número anterior, a desocu- b) Pessoa que com ele vivesse em união de facto há
pação tem lugar no prazo de 15 dias contados da receção da mais de um ano;
confirmação, salvo se não se encontrar decorrido o prazo c) Pessoa que com ele vivesse em economia comum há
previsto no n.º 1, caso em que a desocupação tem lugar mais de um ano.
até ao termo do último dos prazos.
5 — O senhorio que haja invocado o fundamento refe- 2 — Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do número
rido na alínea a) do artigo 1101.º deve dar ao local a utili- anterior, a transmissão da posição de arrendatário depende
zação invocada no prazo de três meses e por um período de, à data da morte do arrendatário, o transmissário residir
mínimo de dois anos. no locado há mais de um ano.
6 — A invocação do disposto na alínea b) do artigo 1101.º 3 — Havendo várias pessoas com direito à transmis-
obriga o senhorio, mediante acordo e em alternativa: são, a posição do arrendatário transmite-se, em igualdade
a) Ao pagamento de uma indemnização correspondente de circunstâncias, sucessivamente para o cônjuge sobre-
a um ano de renda; vivo ou pessoa que com o falecido vivesse em união de
b) A garantir o realojamento do arrendatário em condi- facto, para o parente ou afim mais próximo ou, de entre
ções análogas às que este já detinha, quer quanto ao local estes, para o mais velho ou para a mais velha de entre as
quer quanto ao valor da renda e encargo. restantes pessoas que com ele residissem em economia
comum.
7 — Caso as partes não cheguem a acordo no prazo de 4 — O direito à transmissão previsto nos números ante-
30 dias a contar da receção da comunicação prevista no riores não se verifica se, à data da morte do arrendatário, o
n.º 1, aplica-se o disposto na alínea a) do número anterior. titular desse direito tiver outra casa, própria ou arrendada,
8 — A indemnização devida pela denúncia deve ser paga na área dos concelhos de Lisboa ou do Porto e seus limí-
no momento da entrega do locado, sob pena de ineficácia trofes ou no respetivo concelho quanto ao resto do País.
da denúncia. 5 — A morte do arrendatário nos seis meses anteriores à
9 — Salvo motivo não imputável ao senhorio, o não data da cessação do contrato dá ao transmissário o direito
cumprimento do disposto no n.º 5, bem como o não início de permanecer no local por período não inferior a seis
da obra no prazo de seis meses contados da desocupação meses a contar do decesso.
do locado, obriga o senhorio ao pagamento de uma indem-
nização correspondente a 10 anos de renda. Artigo 1107.º
10 — Da denúncia pelo senhorio não pode resultar uma Comunicação
duração total do contrato inferior a dois anos.
11 — A denúncia do contrato para demolição ou rea- 1 — Por morte do arrendatário, a transmissão do ar-
lização de obra de remodelação ou restauro profundos é rendamento, ou a sua concentração no cônjuge sobrevivo,
objeto de legislação especial. deve ser comunicada ao senhorio, com cópia dos docu-
mentos comprovativos e no prazo de três meses a contar
Artigo 1104.º da ocorrência.
Confirmação da denúncia
2 — A inobservância do disposto no número anterior
obriga o transmissário faltoso a indemnizar por todos os
(Revogado.) danos derivados da omissão.
2 — O disposto no número anterior não se aplica às 1 — Se o local arrendado constituir casa de morada de
cartas que: família, as comunicações previstas no n.º 2 do artigo 10.º
devem ser dirigidas a cada um dos cônjuges.
a) Constituam iniciativa do senhorio para a transição 2 — As comunicações do arrendatário podem ser subs-
para o NRAU e atualização da renda, nos termos dos ar- critas por ambos ou por um só dos cônjuges.
tigos 30.º e 50.º; 3 — Devem, no entanto, ser subscritas por ambos os
b) Integrem título para pagamento de rendas, encargos cônjuges as comunicações que tenham por efeito algum
ou despesas ou que possam servir de base ao procedimento dos previstos no artigo 1682.º-B do Código Civil.
especial de despejo, nos termos dos artigos 14.º-A e 15.º,
respetivamente, salvo nos casos de domicílio convencio-
nado nos termos da alínea c) do n.º 7 do artigo anterior. SECÇÃO II
Associações
3 — Nas situações previstas no número anterior, o se-
nhorio deve remeter nova carta registada com aviso de Artigo 13.º
receção decorridos que sejam 30 a 60 dias sobre a data do
Legitimidade
envio da primeira carta.
4 — Se a nova carta voltar a ser devolvida, nos termos 1 — As associações representativas das partes, quando
da alínea a) do n.º 1, considera-se a comunicação recebida expressamente autorizadas pelos interessados, gozam de
no 10.º dia posterior ao do seu envio. legitimidade para assegurar a defesa judicial dos seus mem-
5 — Nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 7 do bros em questões relativas ao arrendamento.
artigo anterior, se: 2 — Gozam do direito referido no número anterior as
a) O destinatário da comunicação recusar a assinatura associações que, cumulativamente:
do original ou a receção do duplicado da comunicação e a) Tenham personalidade jurídica;
cópia dos documentos que a acompanhem, o advogado, b) Não tenham fins lucrativos;
solicitador ou agente de execução lavra nota do incidente c) Tenham como objetivo principal proteger os direitos e
e a comunicação considera-se efetuada no próprio dia face interesses dos seus associados, na qualidade de senhorios,
à certificação da ocorrência; inquilinos ou comerciantes;
b) Não for possível localizar o destinatário da comu- d) Tenham, pelo menos, 3000, 500 ou 100 associados,
nicação, o senhorio remete carta registada com aviso de consoante a área a que circunscrevam a sua ação seja de
receção para o local arrendado, decorridos 30 a 60 dias âmbito nacional, regional ou local, respetivamente.
sobre a data em que o destinatário não foi localizado, e
considera-se a comunicação recebida no 10.º dia posterior SECÇÃO III
ao do seu envio.
Despejo
Artigo 11.º
SUBSECÇÃO I
Pluralidade de senhorios ou de arrendatários
Ações judiciais
1 — Havendo pluralidade de senhorios, as comuni-
cações devem, sob pena de ineficácia, ser subscritas por Artigo 14.º
todos, ou por quem a todos represente, devendo o arren-
datário dirigir as suas comunicações ao representante, ou Ação de despejo
a quem em comunicação anterior tenha sido designado 1 — A ação de despejo destina-se a fazer cessar a situa-
para as receber. ção jurídica do arrendamento sempre que a lei imponha o
2 — Na falta da designação prevista no número an- recurso à via judicial para promover tal cessação e segue
terior, o arrendatário dirige as suas comunicações ao a forma de processo comum declarativo.
primeiro signatário e envia a carta para o endereço do 2 — Quando o pedido de despejo tiver por fundamento
remetente. a falta de residência permanente do arrendatário e quando
3 — Havendo pluralidade de arrendatários, a comunica- este tenha na área dos concelhos de Lisboa ou do Porto e
ção do senhorio é dirigida ao que figurar em primeiro lugar seus limítrofes ou no respetivo concelho quanto ao resto do
no contrato, salvo indicação daqueles em contrário. País outra residência ou a propriedade de imóvel para habi-
4 — A comunicação prevista no número anterior é, con- tação adquirido após o início da relação de arrendamento,
tudo, dirigida a todos os arrendatários nos casos previstos com exceção dos casos de sucessão mortis causa, pode o
no n.º 2 do artigo anterior. senhorio, simultaneamente, pedir uma indemnização igual
5 — Se a posição do destinatário estiver integrada em ao valor da renda determinada de acordo com os critérios
herança indivisa, a comunicação é dirigida ao cabeça-de- previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 35.º desde
-casal, salvo indicação de outro representante. o termo do prazo para contestar até à entrega efetiva da
6 — Nas situações previstas nos números anteriores, a habitação.
pluralidade de comunicações de conteúdo diverso por parte 3 — Na pendência da ação de despejo, as rendas que
dos titulares das posições de senhorio ou de arrendatário se forem vencendo devem ser pagas ou depositadas, nos
equivale ao silêncio. termos gerais.
4440 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
4 — Se as rendas, encargos ou despesas vencidos por 3 — Para efeitos do disposto na alínea d) do número
um período igual ou superior a dois meses não forem pa- anterior, o comprovativo da comunicação prevista no
gos ou depositados, o arrendatário é notificado para, em n.º 1 do artigo 1103.º do Código Civil é acompanhado
10 dias, proceder ao seu pagamento ou depósito e ainda dos documentos referidos no n.º 2 do mesmo artigo ou,
da importância da indemnização devida, juntando prova sendo caso disso, de cópia da certidão a que se refere o
aos autos, sendo, no entanto, condenado nas custas do n.º 7 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 de
incidente e nas despesas de levantamento do depósito, que agosto, que aprova o regime jurídico das obras em prédios
são contadas a final. arrendados.
5 — Em caso de incumprimento pelo arrendatário do 4 — O procedimento especial de despejo previsto na
disposto no número anterior, o senhorio pode requerer o presente subsecção apenas pode ser utilizado relativamente
despejo imediato, aplicando-se, em caso de deferimento a contratos de arrendamento cujo imposto do selo tenha
do requerimento, com as necessárias adaptações, o dis- sido liquidado.
posto no n.º 7 do artigo 15.º e nos artigos 15.º-J, 15.º-L e 5 — Quando haja lugar a procedimento especial de
15.º-M a 15.º-O. despejo, o pedido de pagamento de rendas, encargos ou
despesas que corram por conta do arrendatário pode ser
Artigo 14.º-A deduzido cumulativamente com o pedido de despejo no
âmbito do referido procedimento desde que tenha sido
Título para pagamento de rendas, encargos ou despesas
comunicado ao arrendatário o montante em dívida, salvo
O contrato de arrendamento, quando acompanhado do se previamente tiver sido intentada ação executiva para os
comprovativo de comunicação ao arrendatário do mon- efeitos previstos no artigo anterior.
tante em dívida, é título executivo para a execução para 6 — No caso de desistência do pedido de pagamento
pagamento de quantia certa correspondente às rendas, de rendas, encargos ou despesas, o procedimento especial
aos encargos ou às despesas que corram por conta do ar- de despejo segue os demais trâmites legalmente previstos
rendatário. quanto ao pedido de desocupação do locado.
7 — Sempre que os autos sejam distribuídos, o juiz deve
SUBSECÇÃO II pronunciar-se sobre todas as questões suscitadas e, inde-
pendentemente de ter sido requerida, sobre a autorização
Procedimento especial de despejo de entrada no domicílio.
8 — As rendas que se forem vencendo na pendência
Artigo 15.º do procedimento especial de despejo devem ser pagas ou
Procedimento especial de despejo depositadas, nos termos gerais.
1 — O procedimento especial de despejo é um meio Artigo 15.º-A
processual que se destina a efetivar a cessação do arren-
damento, independentemente do fim a que este se destina, Balcão Nacional do Arrendamento
quando o arrendatário não desocupe o locado na data pre- 1 — É criado, junto da Direção-Geral da Administração
vista na lei ou na data fixada por convenção entre as partes. da Justiça, o Balcão Nacional do Arrendamento (BNA),
2 — Apenas podem servir de base ao procedimento destinado a assegurar a tramitação do procedimento es-
especial de despejo independentemente do fim a que se pecial de despejo.
destina o arrendamento: 2 — O BNA tem competência em todo o território
a) Em caso de revogação, o contrato de arrendamento, nacional para a tramitação do procedimento especial de
acompanhado do acordo previsto no n.º 2 do artigo 1082.º despejo.
do Código Civil;
b) Em caso de caducidade pelo decurso do prazo, não Artigo 15.º-B
sendo o contrato renovável, o contrato escrito do qual Apresentação, forma e conteúdo do requerimento de despejo
conste a fixação desse prazo;
c) Em caso de cessação por oposição à renovação, o 1 — O requerimento de despejo é apresentado, em mo-
contrato de arrendamento acompanhado do comprovativo delo próprio, no BNA.
da comunicação prevista no n.º 1 do artigo 1097.º ou no 2 — No requerimento deve o requerente:
n.º 1 do artigo 1098.º do Código Civil; a) Identificar as partes, indicando os seus nomes e do-
d) Em caso de denúncia por comunicação pelo senhorio, micílios, bem como os respetivos números de identificação
o contrato de arrendamento, acompanhado do comprova- civil;
tivo da comunicação prevista na alínea c) do artigo 1101.º b) Indicar o seu endereço de correio eletrónico se pre-
ou no n.º 1 do artigo 1103.º do Código Civil; tender receber comunicações por meios eletrónicos;
e) Em caso de resolução por comunicação, o contrato c) Indicar o tribunal competente para apreciação dos
de arrendamento, acompanhado do comprovativo da co- autos se forem apresentados à distribuição;
municação prevista no n.º 2 do artigo 1084.º do Código d) Indicar o lugar onde deve ser feita a notificação, o
Civil, bem como, quando aplicável, do comprovativo, qual, na falta de domicílio convencionado por escrito, deve
emitido pela autoridade competente, da oposição à reali- ser o local arrendado;
zação da obra; e) Indicar o fundamento do despejo e juntar os docu-
f) Em caso de denúncia pelo arrendatário, nos termos dos mentos previstos no n.º 2 do artigo 15.º;
n.os 3 e 4 do artigo 1098.º do Código Civil e dos artigos 34.º f) Indicar o valor da renda;
e 53.º da presente lei, o comprovativo da comunicação g) Formular o pedido e, no caso de pedido para paga-
da iniciativa do senhorio e o documento de resposta do mento de rendas, encargos ou despesas, discriminar o valor
arrendatário. do capital, juros vencidos e outras quantias devidas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4441
h) Juntar comprovativo do pagamento do imposto do h) Não se mostrarem pagos a taxa e o imposto do selo;
selo; i) O pedido não se ajustar à finalidade do procedimento.
i) Indicar que pretende proceder ao pagamento da taxa
devida ou, sendo o caso, indicar a modalidade de apoio 2 — Nos casos em que haja recusa, o requerente
judiciário concedido, bem como juntar documento com- pode apresentar outro requerimento no prazo de 10
provativo da respetiva concessão, sem prejuízo do disposto dias subsequentes à notificação daquela, considerando-
no n.º 7; -se o procedimento iniciado na data em que teve lugar o
j) Designar o agente de execução ou o notário compe- pagamento da taxa devida pela apresentação do primeiro
tente para proceder à desocupação do locado; requerimento ou a junção do documento comprovativo
k) Designar agente de execução para proceder à exe- do pedido ou da concessão do benefício do apoio ju-
cução para pagamento das rendas, encargos ou despesas diciário na modalidade de dispensa ou de pagamento
em atraso, nos casos em que seja designado notário para faseado da taxa de justiça e dos demais encargos com
proceder à desocupação do locado ou este venha a ser
o processo.
competente;
l) Assinar o requerimento.
Artigo 15.º-D
3 — Havendo pluralidade de arrendatários ou cons- Finalidade, conteúdo e efeito da notificação
tituindo o local arrendado casa de morada de família, o
requerente deve ainda identificar os nomes e domicílios de 1 — O BNA expede imediatamente notificação para o
todos os arrendatários e de ambos os cônjuges, consoante requerido, por carta registada com aviso de receção, para,
o caso. em 15 dias, este:
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 15.º, a) Desocupar o locado e, sendo caso disso, pagar ao
durante o procedimento especial de despejo não é permitida requerente a quantia pedida, acrescida da taxa por ele
a alteração dos elementos constantes do requerimento, liquidada;
designadamente do pedido formulado. b) Deduzir oposição à pretensão e ou requerer o diferi-
5 — A entrega do requerimento de despejo por advo- mento da desocupação do locado, nos termos do disposto
gado ou solicitador é efetuada apenas por via eletrónica, nos artigos 15.º-N e 15.º-O.
com menção da existência do mandato e do domicílio
profissional do mandatário.
6 — O requerente que, sendo representado por advo- 2 — Havendo vários requeridos, a notificação é expe-
gado ou solicitador, não cumprir o disposto no número dida para todos eles, nos termos e para os efeitos previstos
anterior fica sujeito ao pagamento imediato de uma multa no número anterior.
no valor de 2 unidades de conta processuais. 3 — A notificação é expedida para o local indicado no
7 — Faltando, à data da apresentação do requerimento, requerimento de despejo, aplicando-se, com as necessá-
menos de 30 dias para o termo do prazo de prescrição rias adaptações, o disposto no artigo 236.º, nos n.os 3 a 5
ou de caducidade, ou ocorrendo outra causa de urgência, do artigo 237.º-A e no n.º 2 do artigo 238.º do Código de
deve o requerente apresentar documento comprovativo Processo Civil, não havendo lugar à advertência prevista
do pedido de apoio judiciário requerido, mas ainda não no artigo 241.º do mesmo Código.
concedido. 4 — O ato de notificação deve conter:
8 — O procedimento considera-se iniciado na data do
a) Os elementos referidos nas alíneas a) a h) do n.º 2
pagamento da taxa devida ou na data da junção do do-
cumento comprovativo do pedido ou da concessão de do artigo 15.º-B e, se for caso disso, no n.º 3 do mesmo
apoio judiciário, na modalidade de dispensa ou pagamento artigo;
faseado da taxa de justiça e dos demais encargos com o b) A indicação do prazo para a oposição e a respetiva
processo. forma de contagem;
c) A indicação de que, na falta de desocupação do lo-
Artigo 15.º-C cado, de oposição dentro do prazo legal ou do pagamento
ou depósito das rendas que se venceram na pendência do
Recusa do requerimento procedimento especial de despejo, será constituído título
1 — O requerimento só pode ser recusado se: para desocupação do locado com a faculdade de o reque-
rente a efetivar imediatamente;
a) Não estiver endereçado ao BNA; d) Nos casos de pedido de pagamento das rendas, en-
b) Não indicar o fundamento do despejo ou não for
cargos ou despesas em atraso, a indicação de que, na falta
acompanhado dos documentos previstos no n.º 2 do ar-
tigo 15.º; de pagamento da quantia pedida e da taxa liquidada pelo
c) Não estiver indicado o valor da renda; requerente, são ainda devidos juros de mora desde a data
d) Não estiver indicada a modalidade de apoio judiciário da apresentação do requerimento;
requerida ou concedida, bem como se não estiver junto o e) A indicação de que a dedução de oposição cuja falta
documento comprovativo do pedido ou da concessão do de fundamento o requerido não deva ignorar o responsa-
benefício do apoio judiciário; biliza pelos danos que causar ao requerente e determina
e) Omitir a identificação das partes, o domicílio do a condenação em multa de valor não inferior a 10 vezes
requerente, os números de identificação civil ou o lugar a taxa devida.
da notificação do requerido;
f) Não estiver assinado; 5 — A notificação efetuada nos termos do presente ar-
g) Não constar do modelo a que se refere o n.º 1 do tigo interrompe a prescrição, nos termos do disposto no
artigo anterior; artigo 323.º do Código Civil.
4442 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
imóvel, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o dis- 6 — O disposto nos números anteriores é aplicável,
posto no n.º 5 do artigo 840.º do Código de Processo Civil. com as necessárias adaptações, aos casos em que a entrada
4 — Quando a desocupação do locado deva efetuar-se no locado dependa de autorização judicial nos termos
em domicílio, a mesma só pode realizar-se entre as 7 e as da lei.
21 horas, devendo o agente de execução, o notário ou o
oficial de justiça entregar cópia do título ou decisão judicial Artigo 15.º-M
a quem tiver a disponibilidade do lugar em que a diligên- Suspensão da desocupação do locado
cia se realiza, o qual pode assistir à diligência e fazer-se
acompanhar ou substituir por pessoa da sua confiança que, 1 — O agente de execução, o notário ou o oficial de
sem delonga, se apresente no local. justiça suspende as diligências para desocupação do locado
5 — O título para desocupação do locado, quando tenha sempre que o detentor da coisa, ao qual não tenha sido
sido efetuado o pedido de pagamento das rendas, encargos dada a oportunidade de intervir no procedimento especial
ou despesas em atraso, e a decisão judicial que condene o de despejo, exibir algum dos seguintes títulos, com data
requerido no pagamento daqueles constituem título execu- anterior ao início daquele procedimento:
tivo para pagamento de quantia certa, aplicando-se, com as a) Título de arrendamento ou de outro gozo legítimo
necessárias adaptações, os termos previstos no Código de do prédio, emanado do senhorio;
Processo Civil para a execução para pagamento de quantia b) Título de subarrendamento ou de cessão da posição
certa baseada em injunção. contratual, emanado do arrendatário, e documento compro-
6 — Nos casos previstos no número anterior não há vativo de haver sido requerida no prazo de 15 dias a respe-
lugar a oposição à execução. tiva notificação ao senhorio ou de este ter especialmente
autorizado o subarrendamento ou a cessão ou, ainda, de
Artigo 15.º-K ter reconhecido o subarrendatário ou cessionário como tal.
Destino dos bens
2 — Tratando-se de arrendamento para habitação, o
1 — O agente de execução, o notário ou o oficial de agente de execução, o notário ou o oficial de justiça sus-
justiça procede ao arrolamento dos bens encontrados no pende as diligências executórias quando se mostre, por
locado. atestado médico que indique fundamentadamente o prazo
2 — O arrendatário deve, no prazo de 30 dias após a to- durante o qual se deve suspender a execução, que a dili-
mada da posse do imóvel, remover todos os seus bens mó- gência põe em risco de vida a pessoa que se encontra no
veis, sob pena de estes serem considerados abandonados. local, por razões de doença aguda.
3 — Nos casos referidos nos números anteriores, o
Artigo 15.º-L agente de execução, o notário ou o oficial de justiça lavra
Autorização judicial para entrada imediata no domicílio certidão das ocorrências, junta os documentos exibidos e
adverte o detentor, ou a pessoa que se encontra no local,
1 — Caso o arrendatário não desocupe o domicílio de que as diligências para a desocupação do locado pros-
de livre vontade ou incumpra o acordo previsto no n.º 2 seguem, salvo se, no prazo de 10 dias, requerer ao juiz
do artigo 15.º-J e o procedimento especial de despejo do tribunal judicial da situação do locado a confirmação
não tenha sido distribuído a juiz, o agente de execução, da suspensão, juntando ao requerimento os documentos
o notário ou o oficial de justiça apresenta requerimento disponíveis, dando do facto imediato conhecimento ao
no tribunal judicial da situação do locado para, no prazo senhorio ou ao seu representante.
de cinco dias, ser autorizada a entrada imediata no do- 4 — Ouvido o senhorio, o juiz do tribunal judicial da
micílio. situação do locado, no prazo de cinco dias, decide manter
2 — O requerimento previsto no número anterior as- suspensas as diligências para a desocupação ou ordena
sume caráter de urgência e deve ser instruído com: o levantamento da suspensão e a imediata prossecução
a) O título para desocupação do locado; daquelas.
b) O documento comprovativo do pagamento da taxa
de justiça devida. Artigo 15.º-N
Diferimento da desocupação de imóvel arrendado para habitação
3 — Se a considerar necessária, o juiz procede à audição
do arrendatário. 1 — No caso de imóvel arrendado para habitação, den-
4 — São motivos de recusa do requerimento de autori- tro do prazo para a oposição ao procedimento especial de
zação para entrada no domicílio, designadamente: despejo, o arrendatário pode requerer ao juiz do tribunal
judicial da situação do locado o diferimento da desocupa-
a) Não ter sido utilizado o modelo de requerimento ou ção, por razões sociais imperiosas, devendo logo oferecer
este não estar devidamente preenchido; as provas disponíveis e indicar as testemunhas a apresentar,
b) O requerimento não estar instruído com os documen- até ao limite de três.
tos referidos no n.º 2; 2 — O diferimento de desocupação do locado para
c) A violação do disposto nos artigos 9.º, 10.º e 15.º-D. habitação é decidido de acordo com o prudente arbítrio
do tribunal, devendo o juiz ter em consideração as exi-
5 — Conferida autorização judicial para entrada no gências da boa fé, a circunstância de o arrendatário não
domicílio, o agente de execução, o notário ou o oficial de dispor imediatamente de outra habitação, o número de
justiça desloca-se imediatamente ao locado para tomar a pessoas que habitam com o arrendatário, a sua idade,
posse do imóvel, aplicando-se o disposto nos n.os 2 a 4 do o seu estado de saúde e, em geral, a situação econó-
artigo 15.º-J e no artigo anterior. mica e social das pessoas envolvidas, só podendo ser
4444 Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012
concedido desde que se verifique algum dos seguintes tação do recurso de apelação, nos termos do Código de
fundamentos: Processo Civil.
a) Que, tratando-se de resolução por não pagamento de
rendas, a falta do mesmo se deve a carência de meios do ar- Artigo 15.º-Q
rendatário, o que se presume relativamente ao beneficiário Recurso da decisão judicial para desocupação do locado
de subsídio de desemprego, de valor igual ou inferior à
retribuição mínima mensal garantida, ou de rendimento Independentemente do valor da causa e da sucumbência,
social de inserção; da decisão judicial para desocupação do locado cabe sem-
b) Que o arrendatário é portador de deficiência com grau pre recurso de apelação, nos termos do Código de Processo
comprovado de incapacidade superior a 60 %. Civil, o qual tem sempre efeito meramente devolutivo.
vil, não havendo lugar à sua suspensão durante as férias 2 — O previsto na presente secção é aplicável, com as
judiciais nem a qualquer dilação. necessárias adaptações, ao depósito do valor correspon-
6 — Estão sujeitos a distribuição a autorização judi- dente a encargos e despesas a cargo do arrendatário.
cial para entrada imediata no domicílio, a suspensão da
desocupação do locado e o diferimento da desocupação Artigo 18.º
de imóvel arrendado para habitação, previstos nos arti-
Termos do depósito
gos 15.º-L a 15.º-O, bem como os demais atos que careçam
de despacho judicial. 1 — O depósito é feito em qualquer agência de institui-
7 — O tribunal competente para todas as questões sus- ção de crédito, perante um documento em dois exemplares,
citadas no âmbito do procedimento especial de despejo é assinado pelo arrendatário, ou por outrem em seu nome,
o da situação do locado. e do qual constem:
8 — Os atos a praticar pelo juiz no âmbito do procedi-
mento especial de despejo assumem carácter urgente. a) A identidade do senhorio e do arrendatário;
9 — Compete ao membro do Governo responsável pela b) A identificação do locado;
área da justiça regulamentar o procedimento especial de c) O quantitativo da renda, encargo ou despesa;
despejo, nomeadamente, nas seguintes matérias: d) O período de tempo a que ela respeita;
e) O motivo por que se pede o depósito.
a) Aprovação do modelo de requerimento de despejo;
b) Forma de apresentação dos requerimentos de despejo, 2 — Um dos exemplares do documento referido no
oposição, autorização judicial para entrada imediata no do- número anterior fica em poder da instituição de crédito,
micílio, suspensão da desocupação do locado e diferimento cabendo o outro ao depositante, com o lançamento de ter
da desocupação de imóvel arrendado para habitação; sido efetuado o depósito.
c) Forma de apresentação da impugnação do título para 3 — O depósito fica à ordem do tribunal da situação
desocupação do locado e da oposição à mesma; do prédio ou, quando efetuado na pendência de processo
d) Forma de pagamento da caução devida pela dedução judicial, do respetivo tribunal.
de oposição à desocupação do locado;
e) Forma de apresentação da contestação do pedido de Artigo 19.º
diferimento da desocupação;
f) Modo de designação, substituição e destituição do Notificação do senhorio
agente de execução, notário ou oficial de justiça; 1 — O arrendatário deve comunicar ao senhorio o de-
g) Forma de disponibilização do título de desocupação pósito da renda.
do locado; 2 — A junção do duplicado ou duplicados das guias de
h) Comunicações e notificações; depósito à contestação, ou figura processual a ela equiva-
i) Fixação de taxas e forma de pagamento; lente, de ação baseada na falta de pagamento produz os
j) Remuneração do agente de execução ou notário ou pa- efeitos da comunicação.
gamento de taxa no caso de intervenção de oficial de justiça.
Artigo 20.º
SECÇÃO IV Depósitos posteriores
Artigo 22.º bem como os contratos para fins não habitacionais cele-
Levantamento do depósito pelo senhorio
brados na vigência do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30 de
setembro, passam a estar submetidos ao NRAU, com as
1 — O senhorio pode levantar o depósito mediante es- especificidades dos números seguintes.
crito em que declare que não o impugnou nem pretende 2 — À transmissão por morte aplica-se o disposto nos
impugnar. artigos 57.º e 58.º
2 — O escrito referido no número anterior é assinado 3 — Quando não sejam denunciados por qualquer das
pelo senhorio ou pelo seu representante, devendo a assina- partes, os contratos de duração limitada renovam-se auto-
tura ser reconhecida por notário quando não se apresente maticamente no fim do prazo pelo qual foram celebrados,
o bilhete de identidade respetivo. pelo período de dois anos se outro superior não tiver sido
3 — O depósito impugnado pelo senhorio só pode ser previsto.
levantado após decisão judicial e de harmonia com ela. 4 — Os contratos sem duração limitada regem-se pelas
regras aplicáveis aos contratos de duração indeterminada,
Artigo 23.º com as seguintes especificidades:
Falsidade da declaração a) Continua a aplicar-se o disposto na alínea a) do n.º 1
Quando a declaração referida no artigo anterior seja do artigo 107.º do RAU;
falsa, a impugnação fica sem efeito e o declarante incorre b) Para efeitos das indemnizações previstas no n.º 1
em multa equivalente ao dobro da quantia depositada, do artigo 1102.º e na alínea a) do n.º 6 e no n.º 9 do ar-
sem prejuízo da responsabilidade penal correspondente tigo 1103.º do Código Civil, a renda é calculada de acordo
ao crime de falsas declarações. com os critérios previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do
artigo 35.º da presente lei;
c) O disposto na alínea c) do artigo 1101.º do Código
SECÇÃO VI
Civil não se aplica se o arrendatário tiver idade igual ou
Determinação da renda superior a 65 anos ou deficiência com grau comprovado
de incapacidade superior a 60 %.
Artigo 24.º
5 — Em relação aos arrendamentos para habitação,
Coeficiente de atualização
cessa o disposto nas alíneas a) e b) do número anterior
1 — O coeficiente de atualização anual de renda dos após transmissão por morte para filho ou enteado ocorrida
diversos tipos de arrendamento é o resultante da totali- depois da entrada em vigor da presente lei.
dade da variação do índice de preços no consumidor, sem 6 — (Revogado.)
habitação, correspondente aos últimos 12 meses e para os
quais existam valores disponíveis à data de 31 de agosto,
apurado pelo Instituto Nacional de Estatística. CAPÍTULO II
2 — O aviso com o coeficiente referido no número Contratos habitacionais celebrados antes da vigência
anterior é publicado no Diário da República até 30 de do RAU e contratos não habitacionais celebrados
outubro de cada ano. antes do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30 de setembro
Artigo 25.º
SECÇÃO I
Arredondamento
Disposições gerais
1 — A renda resultante da atualização referida no artigo
anterior é arredondada para a unidade de cêntimo imedia- Artigo 27.º
tamente superior.
2 — O mesmo arredondamento se aplica nos demais Âmbito
casos de determinação da renda com recurso a fórmulas As normas do presente capítulo aplicam-se aos con-
aritméticas. tratos de arrendamento para habitação celebrados antes
da entrada em vigor do RAU, aprovado pelo Decreto-Lei
TÍTULO II n.º 321-B/90, de 15 de outubro, bem como aos contratos
para fins não habitacionais celebrados antes da entrada em
Normas transitórias vigor do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30 de setembro.
CAPÍTULO I Artigo 28.º
Contratos habitacionais celebrados na vigência do Regime
Regime do Arrendamento Urbano e contratos não
habitacionais celebrados depois do Decreto-Lei 1 — Aos contratos a que se refere o artigo anterior
n.º 257/95, de 30 de setembro. aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
artigo 26.º, com as especificidades constantes dos números
Artigo 26.º seguintes e dos artigos 30.º a 37.º e 50.º a 54.º
2 — Aos contratos referidos no número anterior não se
Regime
aplica o disposto na alínea c) do artigo 1101.º do Código
1 — Os contratos para fins habitacionais celebrados Civil.
na vigência do Regime do Arrendamento Urbano (RAU), 3 — Em relação aos arrendamentos para fins não ha-
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro, bitacionais, a antecedência a que se refere a alínea c) do
Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de agosto de 2012 4447
artigo 1101.º do Código Civil é elevada para cinco anos 3 — O arrendatário, na sua resposta, pode:
quando:
a) Aceitar o valor da renda proposto pelo senhorio;
a) Ocorra trespasse, locação do estabelecimento ou ces- b) Opor-se ao valor da renda proposto pelo senhorio,
são do arrendamento para o exercício de profissão liberal; propondo um novo valor, nos termos e para os efeitos
b) Sendo o arrendatário uma sociedade, ocorra trans- previstos no artigo 33.º;
missão inter vivos de posição ou posições sociais que c) Em qualquer dos casos previstos nas alíneas ante-
determine a alteração da titularidade em mais de 50 %. riores, pronunciar-se quanto ao tipo e duração do contrato
propostos pelo senhorio;
4 — O disposto no n.º 3 apenas é aplicável quando as d) Denunciar o contrato de arrendamento, nos termos
situações referidas nas respetivas alíneas a) e b) ocorram e para os efeitos previstos no artigo 34.º
após a entrada em vigor da presente lei.
5 — Se o arrendatário tiver idade igual ou superior a 4 — Se for caso disso, o arrendatário deve ainda, na sua
65 anos ou deficiência com grau comprovado de incapaci- resposta, invocar, isolada ou cumulativamente, as seguintes
dade superior a 60 %, a invocação do disposto na alínea b) circunstâncias:
do artigo 1101.º do Código Civil obriga o senhorio, na falta a) Rendimento anual bruto corrigido (RABC) do seu
de acordo entre as partes, a garantir o realojamento do agregado familiar inferior a cinco retribuições mínimas
arrendatário no mesmo concelho, em condições análogas nacionais anuais (RMNA), nos termos e para os efeitos
às que este já detinha, quer quanto ao local quer quanto previstos nos artigos 35.º e 36.º;
ao valor da renda e encargos. b) Idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com
grau comprovado de incapacidade superior a 60 %, nos
Artigo 29.º termos e para os efeitos previstos no artigo 36.º
Benfeitorias
5 — As circunstâncias previstas nas alíneas do número
1 — Salvo estipulação em contrário, a cessação do con- anterior só podem ser invocadas quando o arrendatário
trato dá ao arrendatário direito a compensação pelas obras tenha no locado a sua residência permanente ou quando a
licitamente feitas, nos termos aplicáveis às benfeitorias falta de residência permanente for devida a caso de força
realizadas por possuidor de boa fé. maior ou doença.
2 — A denúncia do contrato de arrendamento nos termos 6 — A falta de resposta do arrendatário vale como acei-
da alínea d) do n.º 3 do artigo 31.º e da alínea d) do n.º 3 do tação da renda, bem como do tipo e da duração do contrato
artigo 51.º confere ao arrendatário o direito a compensação propostos pelo senhorio, ficando o contrato submetido ao
pelas obras licitamente feitas, nos termos aplicáveis às NRAU a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao do termo
benfeitorias realizadas por possuidor de boa fé, indepen- do prazo previsto nos n.os 1 e 2.
dentemente do estipulado no contrato de arrendamento. 7 — Caso o arrendatário aceite o valor da renda pro-
3 — O disposto no número anterior aplica-se aos arren- posto pelo senhorio, o contrato fica submetido ao NRAU
damentos para fins não habitacionais quando o contrato a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção da
cesse em consequência da aplicação do disposto no n.º 3 resposta:
do artigo anterior.
a) De acordo com o tipo e a duração acordados;
b) No silêncio ou na falta de acordo das partes acerca do
SECÇÃO II tipo ou da duração do contrato, este considera-se celebrado
Arrendamento para habitação com prazo certo, pelo período de cinco anos.
A transição para o NRAU e a atualização da renda de- Sem prejuízo do disposto no artigo 54.º, é aplicável à
pendem de iniciativa do senhorio, que deve comunicar a oposição pelo arrendatário e à denúncia pelo senhorio,
sua intenção ao arrendatário, indicando: com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 33.º,
a) O valor da renda, o tipo e a duração do contrato com exceção do n.º 8.
propostos;
b) O valor do locado, avaliado nos termos dos arti- Artigo 53.º
gos 38.º e seguintes do CIMI constante da caderneta predial Denúncia pelo arrendatário
urbana;
c) Cópia da caderneta predial urbana. À denúncia pelo arrendatário é aplicável, com as neces-
sárias adaptações, o disposto no artigo 34.º
Artigo 51.º
Resposta do arrendatário Artigo 54.º
Microentidade e associação privada sem fins lucrativos
1 — O prazo para a resposta do arrendatário é de 30 dias
a contar da receção da comunicação prevista no artigo 1 — Caso o arrendatário invoque e comprove uma das
anterior. circunstâncias previstas no n.º 4 do artigo 51.º, o contrato
2 — Quando termine em dias diferentes o prazo de só fica submetido ao NRAU mediante acordo entre as
vários sujeitos, a resposta pode ser oferecida até ao termo partes ou, na falta deste, no prazo de cinco anos a contar
do prazo que começou a correr em último lugar. da receção, pelo senhorio, da resposta do arrendatário nos
3 — O arrendatário, na sua resposta, pode: termos do n.º 4 do artigo 51.º
a) Aceitar o valor da renda proposto pelo senhorio; 2 — No período de cinco anos referido no número ante-
b) Opor-se ao valor da renda proposto pelo senhorio, rior, o valor atualizado da renda é determinado de acordo
propondo um novo valor, nos termos e para os efeitos com os critérios previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do
previstos no artigo 52.º; artigo 35.º
c) Em qualquer dos casos previstos nas alíneas anterio- 3 — Se o valor da renda apurado nos termos do número
res, pronunciar-se quanto ao tipo ou à duração do contrato anterior for inferior ao valor que resultaria da atualização
propostos pelo senhorio; anual prevista no n.º 1 do artigo 24.º, é este o aplicável.
d) Denunciar o contrato de arrendamento, nos termos 4 — Quando for atualizada, a renda é devida no 1.º dia
e para os efeitos previstos no artigo 53.º do 2.º mês seguinte ao da receção, pelo arrendatário, da
comunicação com o respetivo valor.
4 — Se for caso disso, o arrendatário deve ainda, na 5 — No mês correspondente àquele em que foi feita
sua resposta, nos termos e para os efeitos previstos no a invocação de uma das circunstâncias previstas no
artigo 54.º, invocar uma das seguintes circunstâncias: n.º 4 do artigo 51.º e pela mesma forma, o arrendatário
a) Que existe no locado um estabelecimento comercial faz prova anual da manutenção daquela circunstância
aberto ao público e que é uma microentidade; perante o senhorio, sob pena de não poder prevalecer-
b) Que tem a sua sede no locado uma associação pri- -se da mesma.
vada sem fins lucrativos, regularmente constituída que 6 — Findo o período de cinco anos referido no n.º 1,
se dedica à atividade cultural, recreativa ou desportiva o senhorio pode promover a transição do contrato para
não profissional, e declarada de interesse público ou de o NRAU, aplicando-se, com as necessárias adaptações,
interesse nacional ou municipal; o disposto nos artigos 50.º e seguintes, com as seguintes
c) Que o locado funciona como casa fruída por república especificidades:
de estudantes, nos termos previstos na Lei n.º 2/82, de 15 de
janeiro, alterada pela Lei n.º 12/85, de 20 de junho. a) O arrendatário não pode invocar novamente qualquer
das circunstâncias previstas no n.º 4 do artigo 51.º;
5 — Para efeitos da presente lei, «microentidade» é a b) No silêncio ou na falta de acordo das partes acerca do
empresa que, independentemente da sua forma jurídica, tipo ou da duração do contrato, este considera-se celebrado
não ultrapasse, à data do balanço, dois dos três limites com prazo certo, pelo período de dois anos.
seguintes:
a) Total do balanço: € 500 000; Artigo 55.º
b) Volume de negócios líquido: € 500 000; Resposta do arrendatário
c) Número médio de empregados durante o exercício:
cinco. (Revogado.)