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5) Quais os componentes básicos dos tumores malignos e benignos? E qual desses componentes é o
principal responsável pelo crescimento e evolução da neoplasia? Justifique sua resposta.
Os tumores benignos e malignos têm dois componentes básicos: parênquima que é constituído por
células neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Apesar das células
parenquimatosas apresentarem o componente proliferantes das neoplasias, determinando sua natureza, o
crescimento e evolução da neoplasia dependem de seu estroma.
6) O que é desmoplasia?
Desmoplasia é a deposição proeminente de colágeno de permeio às células neoplásicas, tendo-se o
miofibroblasto como a célula responsável por esse processo. As células parenquimatosas estimulam a
formação de estroma contendo colágeno.
7) O que é diferenciação celular? Como os tumores podem ser classificados quanto a diferenciação das
células neoplásicas?
São características observadas apenas em células parenquimatosas que constituem os elementos
transformados das neoplasias. A diferenciação das células tumorais parenquimatosas refere-se à extensão
em que se assemelham aos seus antepassados normais morfológica e funcionalmente.
Neoplasias benignas.
Neoplasias malignas.
14) Explique os três fatores principais determinantes para a taxa de crescimento tumoral que
justifique o fato de terem cânceres de crescimento rápido e outros de crescimento lento.
O crescimento tumoral tem como principais influências a dependência de hormônios, suprimento de
sangue entre outros fatores. A taxa de crescimento do neoplasma está ligada diretamente ao nível de
diferenciação das suas células e dessa forma tumores malignos acabam crescendo mais rapidamente que
aqueles benignos. Entretanto, alguns tumores benignos podem apresentar crescimento mais rápido que
tumores malignos. O ritmo de crescimento depende do tipo de tumor e de alguns fatores como suprimento
sanguíneo e hormonal.
b. METÁSTASES:
As metástases são implantes tumorais descontínuos com o tumor primário. As metástases assinalam
de forma inequívoca um tumor como maligno porque os neoplasmas benignos não metastatizam. A
invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades
corpóreas, provendo a oportunidade para a disseminação. Com poucas exceções, todos os tumores malignos
podem gerar metástases. As principais exceções são a maioria dos neoplasmas malignos das células gliais
do sistema nervoso central, denominados gliomas, e os carcinomas basocelulares da pele. Ambos são
formas localmente invasivas de câncer, mas raramente provocam metástases. E evidente então que as
propriedades de invasão e metástases são separáveis.
Em geral, quanto mais agressivo, mais rápido o crescimento e maior o neoplasma primário, maior
será a probabilidade de o tumor formar, ou mesmo já ter feito, metástases. Contudo, há inúmeras exceções.
Lesões pequenas, bem diferenciadas, de crescimento lento algumas vezes fazem amplas metástases;
contrariamente, algumas lesões de crescimento rápido e grandes permanecem localizadas durante anos.
Muitos fatores relacionados tanto ao invasor quanto ao hospedeiro estão envolvidos. Aproximadamente
30% dos indivíduos recém-diagnosticados com tumores sólidos (excluindo canceres de pele que não os
melanomas) se apresentam com metástases. A disseminação metastática reduz fortemente a possibilidade
de cura, então, fora a prevenção do câncer, não existe outra conquista de maior beneficio aos pacientes do
que os métodos para bloquear as metástases.
c. VIAS DE DISSEMINAÇÃO.
Vias de Disseminação
A disseminação dos canceres pode ocorrer através de uma dentre três vias: (1) implante direto das
cavidades ou superfícies corpóreas, (2) disseminação linfática e (3) disseminação hematológica. Apesar de
o transplante direto de células tumorais, como, por exemplo, sobre os instrumentos cirúrgicos, poder
ocorrer teoricamente, ele e raro e não discutimos em detalhes essa maneira artificial de disseminação. Cada
uma das três principais vias será descrita separadamente.
Implante em Cavidades e Superfícies Corpóreas. O implante de células tumorais em cavidades e
superfícies corpóreas pode ocorrer sempre que um neoplasma maligno penetra em um “campo aberto”
natural. A cavidade peritoneal e o local mais frequentemente envolvido, mas qualquer outra cavidade –
pleural, pericárdica, subaracnoidea e do espaço articular – pode ser afetada. Tal implantação e
particularmente característica de carcinomas que se originam nos ovários, quando, com certa frequência,
todas as superfícies peritoneais se tornam recobertas por uma pesada camada vítrea do tumor maligno.
Ressalta-se que as células tumorais podem permanecer confinadas à superfície da víscera abdominal
recoberta sem penetrar em sua substância. Algumas vezes carcinomas mucossecretores do apêndice
preenchem a cavidade peritoneal com uma massa neoplásica gelatinosa referida como pseudomixoma
peritonei (pseudomixoma peritoneal).
Disseminação Linfática. O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a
disseminação dos carcinomas e os sarcomas podem também usar essa rota. Os tumores não contêm
linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais são aparentemente
suficientes para a disseminação das células tumorais. A ênfase na disseminação linfática dos carcinomas e
na disseminação hematogênica dos sarcomas é enganosa, pois, em última instância, há numerosas conexões
entre os sistemas vascular e linfático. O padrão de envolvimento dos linfonodos segue as rotas naturais da
drenagem linfática. Como os carcinomas da mama geralmente surgem nos quadrantes superiores externos,
eles geralmente se disseminam primeiro para os linfonodos axilares. Os cânceres dos quadrantes internos
drenam para os linfonodos ao longo das artérias mamárias internas. Portanto, os linfonodos
infraclaviculares e supraclaviculares podem se tornar envolvidos. Os carcinomas do pulmão que surgem nas
vias respiratórias principais formam metástases primeiramente para os linfonodos peri-hilares
traqueobrônquicose mediastinais. Os linfonodos locais, contudo, podem ser contornados – a denominada
“metástase saltada” – porque os vasos linfáticos podem ter sido obliterados em razão de anastomoses
venolinfáticas, ou devido à inflamação, ou à radiação.
No câncer de mama, a determinação do envolvimento dos linfonodos axilares é muito importante
para a avaliação do curso futuro da doença e para a seleção de estratégias terapêuticas cabíveis. Para evitar a
morbidade cirúrgica considerável associada a uma completa dissecção de linfonodos axilares, uma biópsia
dos linfonodos sentinelas frequentemente é utilizada para avaliar a presença ou ausência de lesões
metastáticas nos linfonodos. Um linfonodo sentinela é definido como “o primeiro linfonodo em uma bacia
linfática que recebe o fluxo da linfa que vem do tumor primário. ” O mapeamento do linfonodo sentinela
pode ser feito através da injeção de sondas radiomarcadas e de corantes azuis, e o uso de cortes congelados
sobre o linfonodo sentinela no momento da cirurgia pode guiar o cirurgião em direção à terapia mais
adequada. A biópsia de linfonodo sentinela também já foi usada para detectar a disseminação de
melanomas, de cânceres de cólon e de outros tumores.
Em muitos casos os linfonodos regionais servem como barreiras efetivas contra a disseminação
futura do tumor, pelo menos por um tempo. É concebível que as células, após pararem no linfonodo,
possam ser destruídas por uma resposta imune tumor específica. A drenagem de restos de células tumorais
ou de antígenos tumorais, ou de ambos, também induz a alterações reativas dentro dos linfonodos. Assim, o
aumento dos linfonodos pode ser causado por (1) disseminação e crescimento das células cancerosas, ou (2)
hiperplasia reativa. Portanto, o aumento dos linfonodos próximos a um câncer, ao mesmo tempo em que
deve levantar suspeita, não significa necessariamente um meio de disseminação da lesão primária.
Disseminação Hematogênica. A disseminação hematogênica é típica dos sarcomas, mas também é
vista nos carcinomas. As artérias, com suas paredes mais espessas, são menos prontamente penetradas do
que as veias. Contudo, a disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos
leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases
pulmonares por si mesmas originam um êmbolo tumoral adicional. Nessa disseminação vascular, diversos
fatores influenciam os padrões de distribuição das metástases. Com a invasão venosa, as células produzidas
pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem do sítio do neoplasma, enquanto as células tumorais
frequentemente se detêm no primeiro leito capilar que encontram.
Compreensivelmente, o fígado e os pulmões são mais frequentemente envolvidos nessa
disseminação hematogênica, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da
cava flui para os pulmões. Os tumores malignos que surgem em íntima proximidade com a coluna vertebral
com frequência embolizam através do plexo paravertebral, e essa via está envolvida nas frequentes
metástases vertebrais dos carcinomas da tireoide e da próstata. Alguns cânceres possuem a propensão de
invadir as veias. O carcinoma de células renais frequentemente invade os ramos da veia renal e depois a
própria veia renal, e cresce de forma semelhante a uma cobra, em direção superior na veia cava inferior,
alcançando, por vezes, o lado direito do coração. Os carcinomas hepatocelulares com frequência penetram
as vênulas portais e hepáticas, crescendo dentro delas até atingir os canais venosos principais. É notável
observar que esse crescimento intravenoso pode não ser acompanhado por uma ampla disseminação
tumoral. Evidência histológica de penetração tumoral em pequenos vasos no sítio do neoplasma tumoral, é
obviamente uma característica perigosa. Tais alterações, contudo, devem ser observadas com precaução,
pois, por razões discutidas posteriormente, elas não indicam o desenvolvimento inevitável de metástases.
Muitas observações sugerem que uma localização meramente anatômica do neoplasma e das vias naturais
de drenagem venosa não explicam, por completo, as distribuições sistêmicas das metástases. Por exemplo,
o carcinoma de mama dissemina-se preferencialmente para o osso, os carcinomas broncogênicos tendem a
envolver as glândulas suprarrenais e o cérebro, e os neuroblastomas disseminam-se para o fígado e para os
ossos. Pelo contrário, os músculos esqueléticos e o baço, apesar da grande porcentagem de fluxo sanguíneo
que recebem e da presença de enormes leitos vasculares, raramente servem de sítio para os depósitos
secundários.
18) Sobre os aspectos epidemiológicos dos cânceres, comente os seguintes tópicos sobre os
aspectos etiológicos relacionados à formação do CÂNCER.
a. IDADE
A idade tem uma influência importante na probabilidade de ser atingido por câncer. A maioria dos
carcinomas ocorre nos anos mais tardios da vida (>55 anos). O câncer é a principal causa de morte entre as
mulheres com idade entre 40 e 79 anos e entre os homens com idades entre 60 e 79 anos; o declínio após os
80 anos de idade se deve aos números menores de indivíduos que atingem essa idade.
b. FATORES GEOGRÁFICOS E AMBIENTAIS
Não há escassez de fatores ambientais carcinogênicos: eles se escondem na atmosfera ambiente, no
local de trabalho, nos alimentos e nas práticas pessoais. Os indivíduos podem se expor a fatores
carcinogênicos quando eles vão para o ambiente externo (raios ultravioletas [UV], poluição), em seus
medicamentos (metotrexato), no trabalho (asbestos, cloreto de vinil, ou em casa (alimentação rica em
gorduras, álcool).
c. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
As evidências presentes indicam que para um grande número de tipos de câncer, inclusive as formas
mais comuns, há não somente influências ambientais, como também predisposições hereditárias. Além
disso, os genes que apresentam relação de causa com os neoplasmas que mostram um componente
hereditário forte, em geral, estão envolvidos nas formas esporádicas muito mais comuns do mesmo tumor.
A predisposição genética para o câncer pode ser dividida em três categorias:
Síndromes Neoplásicas Hereditárias com Padrão Autossômico Dominante. As síndromes
neoplásicas hereditárias incluem diversos tipos de câncer bem definidos, em que a hereditariedade de um
único gene autossômico dominante aumenta o risco de desenvolver um tumor.
Síndromes do Defeito no Reparo do DNA. Além das condições pré-cancerígenas herdadas de
forma dominante, um grupo de condições predisponentes ao câncer é coletivamente caracterizado por
defeitos no reparo de DNA com resultante instabilidade do DNA.
Cânceres Familiares. Além das síndromes hereditárias de suscetibilidade ao câncer, o câncer pode
ocorrer em uma frequência maior em certas famílias sem um padrão claramente definido de transmissão.
Virtualmente todos os tipos comuns de câncer que ocorrem esporadicamente também foram relatados como
ocorrendo em suas formas familiares.
d. DISTÚRBIOS CANCERIZÁVEIS ADQUIRIDOS. (PREDISPOSIÇÃO NÃO GENÉTICA)
A única maneira segura de evitar um câncer é não nascer; viver significa correr este risco. No
entanto, sob certas influências predisponentes, como influências ambientais e condições clínicas, o risco
pode aumentar. Por exemplo, as proliferações regenerativas, metaplásicas hiperplásicas e displásicas
consistem em solo fértil para a origem de um tumor maligno, já que a replicação celular está envolvida na
transformação neoplásica. De fato, a proliferação pode ser um requisito para a transformação neoplásica em
algumas conjunturas, já que são as células em proliferação que acumulam as lesões genéticas requeridas
para a carcinogênese.