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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
Introdução
Nesta aula, veremos os movimentos de resistência operária luddismo e cartismo, procurando distingui-los e
1 Introdução
Nas aulas anteriores, vimos a Revolução Industrial e as principais correntes de pensamento que nortearam o
século XIX.
Vamos discutir agora a questão do proletariado e sua consolidação como classe social.
Vamos começar?
diversos fatores, sua constituição e trajetória despertam interesse por estarem diretamente relacionadas à
Se Marx defendia, de modo amplo, que a história do homem é a história da luta de classes, poucos momentos
corroboram mais essa visão que a relação entre operários e burgueses, especialmente durante o século XIX.
O fazer-se da classe operária não é porque eu pretenda sugerir que a formação desta ou de qualquer
outra classe seja um processo com início, meio e fim, como a construção de uma casa. As classes
nunca estão prontas, no sentido de acabado, ou de terem adquirido sua feição definitiva. Elas
continuam a mudar.
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Entretanto, como a classe operária foi historicamente uma classe nova ― não reconhecida como um
coletivo social ou institucional, interna ou externamente, até um período específico ―, faz sentido
delinear sua emergência enquanto grupo social durante um certo período (2008, p. 279).
Thompson. Em uma de suas principais obras, A formação da classe operária inglesa, Thompson procura
A classe acontece quando alguns homens, como resultado de experiências comuns (Herdadas ou partilhadas.),
sentem e articulam a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens cujos interesses diferem
3 A classe operária
Por que é importante definirmos classe?
Muitas vezes esquecemos que essa palavra remete não somente a um termo, mas a um conceito que possui
sentido próprio e que se altera em função do contexto ao qual se aplica. Há diversas definições possíveis para
classe, sendo a de Thompson (O autor atenta para os fundamentos da classe social: as experiências
O título, as terras, a influência política, as relações sociais, o modo de vestir, os costumes, enfim, uma série de
experiências compartilhadas entre seus indivíduos. Essa definição pode, portanto, ser aplicada para
Pensadores como Marx, Engels e Proudhon chamaram a atenção para a exploração do proletariado (Estamos
falando dos séculos XVIII e XIX, quando a ideia de uma sociedade de consumo ainda não tinha dado seus
primeiros passos.). Era notório que os operários produziam a riqueza industrial, mas não a usufruíam.
De modo geral, os operários viviam mal, cumpriam jornadas exaustivas de trabalho, não tinham direito a folgas
ou férias, o trabalho infantil era comum, não havia um salário mínimo determinado, ou seja, tudo o que hoje
consideramos direitos básicos é, na verdade, fruto das intensas lutas da classe trabalhadora1.
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Os movimentos de 1848, a Primavera dos Povos, contaram com intensa participação dessa classe, que, por sua
vez, obteve a vitória ― ainda que por pouco tempo ― em diversos países. As manifestações do proletariado
evidenciaram a resistência às péssimas condições de vida e de trabalho às quais os operários eram submetidos, e
a adesão às ideias socialistas e anarquistas fez com que o Estado e a burguesia constantemente se referissem ao
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proletariado como a classe perigosa. Perigosa porque colocava em xeque as estruturas básicas do capitalismo,
que tinha como um dos princípios justamente a exploração da mão de obra assalariada. Os operários reagiram à
exploração e à mudança em seu modo de vida desde os primeiros momentos da Revolução Industrial.
Resistência operária
Quando as máquinas começaram a ser usadas em larga escala no século XVIII (Falamos sobre isso ao
Os camponeses foram expulsos de suas terras, porque essas terras passaram a ser dedicadas à criação de
animais (Sobretudo de ovelhas.), que forneceriam a matéria-prima para a indústria têxtil ― foi o processo de
Sem terras, os camponeses foram para a cidade buscar emprego nas fábricas. No entanto, com a mecanização, as
fábricas necessitavam cada vez menos de mão de obra, já que as máquinas otimizavam o trabalho.
Um dos primeiros movimentos de resistência à Revolução Industrial foi o luddismo2, no início do século XIX.
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Os luddistas, como ficaram conhecidos os “quebradores de máquinas”, eram perseguidos e punidos, muitas
vezes, com a pena de morte. Historiadores como Hobsbawm entendem o luddismo como uma fase de pré-
organização sindical, quando a violência e o vandalismo se manifestavam como forma de resistência operária.
Seu nome deriva de um de seus líderes, Ned Ludd, que praticava a quebra das máquinas, pois atribuía a elas o
aumento do desemprego.
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Diferentemente do luddismo, o cartismo defendia a mudança das condições sociais do operariado pela via
política.
Feargus O’Connor e William Lovett lideraram o movimento e escreveram a Carta do Povo, documento no qual
reivindicavam participação política e ampliação de direitos, como o voto universal e secreto, e a melhoria nas
condições de trabalho.
Saiba Mais
A Carta do Povo foi encaminhada ao Parlamento inglês, que recusou suas demandas, mas o cartismo, ainda que
não tenha obtido o sucesso esperado, acabou se tornando um importante movimento para a aquisição dos
direitos trabalhistas.
O cartismo caracteriza-se como um movimento social inglês que se iniciou na década de 30 do século XIX .
Inicialmente fundou-se na luta pela inclusão política da classe operária, representada pela Associação Geral dos
Teve como principal base a carta intitulada Carta do Povo que foi enviada ao Parlamento Inglês.
• Eleição anual;
Podemos perceber uma “evolução” nas demandas operárias. Do luddismo (Um movimento desorganizado.), ao
cartismo (Organizado e buscando mudança dentro da lei.), até as trade unions (Os sindicatos que acabaram por
As associações de ofício3 não eram uma novidade do mundo do trabalho. Contudo, se as corporações de ofício
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tinham como objetivo, sobretudo, organizar a produção artesanal da época, os sindicatos surgiram com outra
proposta.
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Podemos citar as corporações existentes na Idade Média como exemplo de associação entre trabalhadores.
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Sua principal função era garantir a conquista de direitos trabalhistas e assegurar condições justas de trabalho.
As demandas não eram somente salariais, envolviam o ambiente da fábrica, a salubridade, a higiene, as jornadas
de trabalho etc.
O inglês William Cobbett (9 de março de 1763 - 18 de junho 1835, foi um inglês, fazendeiro e jornalista, que
Os primeiros dias de setembro foram muito quentes. Os jornais noticiavam que homens e cavalos caíam mortos
nos campos de produção agrícola. Ainda assim a temperatura nunca passava de 29 °C durante a parte mais
quente do dia.
Qual era então a situação das pobres crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em
Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um
Inicialmente, essas associações que acabamos de estudar foram perseguidas, mas, aproximadamente na década
de 1820, o Parlamento inglês permitiu sua existência. A partir de então, o sindicato foi pouco a pouco ganhando
força, e esse modelo de organização se espalhou à medida que os demais países se industrializavam.
Uma das principais táticas de luta era a greve, que paralisava a produção, causando prejuízos aos
industriais; até hoje, é uma das táticas mais utilizadas de negociação trabalhista.
1864, na cidade de Londres. As lideranças trabalhistas, porém, recebiam diversas influências5 e, na maior parte
associemos esses movimentos à esquerda no campo político, eles são diferentes entre si, em especial o
marxismo, que daria origem ao socialismo científico, e o anarquismo, que tem o russo Mikhail Bakunin como um
de Paris6.
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De fato, a década de 1870 foi bastante conturbada, pois, além da Comuna de Paris, tiveram lugar as unificações
da Itália, em 1870, e da Alemanha em 1871. Podemos entender todos esses processos como interligados pela
No campo da política internacional, o século XIX tem como uma de suas principais características7 a busca pela
história europeia foi marcada por conflitos longos, que desestabilizaram as economias por muito tempo.
Após as revoluções burguesas, os estados nacionais procuraram se manter sólidos buscando uma relação
harmônica e diplomática.
Essa estratégia foi bem-sucedida por algum tempo, mas não evitou completamente a eclosão dos conflitos, como
um conflito ocorrido entre o Império Francês e o Reino da Prússia no final do século XIX. Durante o conflito, a
Prússia recebeu apoio da Confederação da Alemanha do Norte, da qual fazia parte, e dos estados do Baden,
Württemberg e Baviera. A vitória incontestável dos alemães marcou o último capítulo da unificação alemã sob o
comando de Guilherme I da Prússia. Também marcou a queda de Napoleão III e do sistema monárquico na
França, com o fim do Segundo Império e sua substituição pela Terceira República Francesa. Também como
resultado da guerra ocorreu a anexação da maior parte do território da Alsácia-Lorena pela Prússia, território
que ficou em união com o Império Alemãoaté o fim da Primeira Guerra Mundial.
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Comuna de Paris é o nome dado à primeira experiência histórica de um governo proletário, ocorrida entre março
O movimento que levou à formação da comuna, entretanto, contou com a participação de outros extratos e
segmentos político-sociais, como a pequena burguesia francesa, membros da Guarda Nacional e partidários do
Na Europa do século XIX, além das influências que estudamos em aulas anteriores, como o liberalismo e o
Isso é mais evidente sobretudo nos casos dos países que não estavam ainda unificados, como a Itália e a
Alemanha.
A divisão9 entre os estados italianos se tornou mais nítida após o Tratado de Viena10, que redefiniu as
possessões na península itálica e alguns de seus territórios ficaram sob o domínio estrangeiro, como os
na capital austriaca, entre 2 de maio de 1814e 9 de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa
De modo geral, podemos destacar duas fortes tendências políticas11: os monarquistas e os republicanos.
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Essas duas tendências tinham algo em comum: o nacionalismo. Por isso, a luta pela unificação contou com a
adesão tanto de um grupo quanto de outro. Um dos principais articuladores da unificação foi a Sociedade
Carbonária, que agregava anarquistas, republicanos e monarquistas, não tendo, portanto, uma linha política
definida, pois seu objetivo era a formação de um Estado italiano unido. As lutas de unificação remontam à
Primavera dos Povos, de 1848, e teve como alguns de seus líderes Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi, o
italiano que havia lutado no Brasil, durante a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Os monarquistas
eram liderados pelo Conde de Cavour, e a unificação acabou ocorrendo em torno do reino mais industrializado e
próspero economicamente, o Piemonte e Sardenha, governado pelo rei Vítor Emanuel II.
A defesa pela unificação e os ideais nacionalistas ficaram conhecidos como Risorgimento12. Além da questão
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O Risorgimento é o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870 unificar o pais, que era uma
Os estados do norte da Itália eram liberais e haviam feito sua própria revolução industrial, enquanto os estados
A França de Napoleão III ― não confundir com Napoleão Bonaparte ― forneceu o suporte necessário do ponto de
vista da política externa, auxiliando na conquista dos territórios italianos que estavam nas mãos de estrangeiros.
Ainda que nem Mazzini nem Garibaldi fossem monarquistas, a unificação italiana estava claramente sendo
conduzida pelos monarquistas e foi essa a forma de governo que preponderou na Itália.
Em 1870, Vítor Emanuel finalmente unificou os estados sob um único país, estabelecendo Roma como capital.
A questão dos estados papais permaneceu um problema, denominado Questão Romana13, que só foi resolvido
em 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão14, que criava o Vaticano, Estado soberano e pertencente à
Igreja católica.
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Soma-se a essa divisão a existência dos estados papais, de dominio da Igreja católica, e temos uma Itália com
feitos entre o Reino de Itália e a Santa Sé, ratificado em 7 de junho de 1929, dando fim à "Fronteira Ferroviária".
Vaticano; • Uma concordata regulando a posição da religião católica no Estado; • Uma convenção financeira
acordando a liquidação definitiva das reivindicações da Santa Sé por suas perdas territoriais (Estados
Pontifícios) e de propriedade.
Saiba mais
Esse é um caso raro, pois quer dizer que dentro da Itália há outro país, o Vaticano. Ademais, o
papa, líder máximo da Igreja, é também um chefe de Estado, pois cabe a ele o governo do
Vaticano.
Se a França auxiliou a unificação italiana, seu papel em relação à unificação alemã foi um pouco diferente. Vamos
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4.2 O início do processo de unificação alemã
Assim como a Itália, a Alemanha se unificou em torno de seu Estado mais forte econômica e politicamente; nesse
caso, a Prússia.
Confederação Germânica.
Embora fossem autônomos, a Áustria, por ser um dos mais sólidos estados monárquicos, exercia enorme
Atenção
O mais forte adversário austríaco era a Prússia, cujo desenvolvimento econômico ameaçava a posição política da
Áustria.
• 1834
Em 1834, o Zollverein, a liga aduaneira dos estados germânicos, derrubou as barreiras alfandegárias
O Zollverein era liderado pela Prússia, que, por motivos óbvios, deixou a Áustria de fora da liga. A
Áustria, por sua vez, por meio de uma reação armada, ameaçou os prussianos e obrigou a Prússia a
Politicamente, a Áustria tinha melhores relações internacionais que a Prússia e, portanto, contava com
• 1860
Em 1860, sob o comando do chanceler Otto von Bismarck, a Prússia iniciou um intenso programa de
modernização militar.
A disciplina de suas forças armadas tornaram-se lendárias e estas foram um instrumento fundamental
Reflexão
Do ponto de vista humanitário, a guerra é uma tragédia sem proporções, já que milhares de vida são perdidas e
os prejuízos causados à economia costumam ser incalculáveis ― ao participar de um conflito, todos os esforços
se voltam para garantir a vitória, deixando os assuntos fundamentais do Estado (segurança, educação, saúde) de
lado.
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Entretanto, como estratégia política, a guerra tem sido largamente utilizada por governantes desde o início das
civilizações.
As cruzadas reuniram esforços em torno dos interesses da Igreja, fortalecendo-a. As vitórias inglesas nas guerras
travadas contra os franceses consolidaram o espírito de identidade inglesa. Isso é verdade não só para os
Como instrumento político, a guerra tem como efeito desviar as atenções para problemas internos e, por
isso, tem sido utilizada por governos do mundo inteiro sob as mais diversas orientações.
Atenção
No caso da Alemanha do século XIX, Bismarck acreditava que a unificação se daria pela superioridade das forças
Na recente guerra15 contra o terrorismo empreendida pelos Estados Unidos contra o Iraque, a popularidade do
presidente Bush despencava até a declaração de guerra, quando seus índices de popularidade se tornaram
estratosféricos.
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A Guerra do Iraque também referida como Ocupação do Iraque ou Segunda Guerra do Golfo, ou Terceira
Guerra do Golfoou ainda como Operação Liberdade do Iraque, foi um conflito que começou a 20 de Março
de2003 com a invasão do Iraque, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos.
Em 1866, foi assinado o Tratado de Praga16, que punha fim à Confederação Germânica e marcava a ascensão da
Prússia como potência. Os estados no norte foram reorganizados, passando a ser liderados pelo Kaiser
tratado foi favorável ao Império Austríaco, pois Otto von Bismarckconvenceu Guilherme I que mantendo a
posição da Áustria na Europa seria melhor no futuro para a Prússia do que aplicar severas condições.
A expansão prussiana tinha um perigoso inimigo, Napoleão III17. A França temia que uma expansão alemã
pusesse em perigo seu domínio sobre os territórios fronteiriços entre os dois países.
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Falamos sobre ele quando discutimos a Primavera dos Povos, certo? Relembrando rapidamente: Napoleão III,
sobrinho de Napoleão Bonaparte, chegou ao poder na França após a Primavera dos Povos e anos depois foi
coroado imperador, restabelecendo o sistema imperial, no que ficou conhecido como segundo império francês.
Se a política externa de Napoleão havia apoiado a unificação italiana, o mesmo não se deu em relação à
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O conflito entre franceses e prussianos deu origem à Guerra Franco-Prussiana18.
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O estopim foi a disputa pelo trono espanhol, deixando-o momentaneamente vago. Várias casas reais
candidataram-se a ocupar o trono, incluindo Leopoldo Hohenzollern, primo do Kaiser Guilherme. Napoleão opôs-
se fortemente à candidatura de Leopoldo, e o trono espanhol acabou nas mãos do filho do rei italiano Vítor
Emanuel II.
Bismarck acreditava que a guerra contra um inimigo comum reuniria os diversos estados, que superariam suas
Suas previsões se mostraram corretas e, ao final da guerra, com a derrota da França, em 1871, o processo de
Estava criado o Segundo Reich, que significa Segundo Império, tendo sido o primeiro império o antigo
Os novos tempos, porém, não seriam uma exclusividade da Alemanha. Com a derrota, o governo de Napoleão III,
O rei foi deposto e, em seu lugar, a República foi novamente instaurada, com Louis Adolphe Thiers nomeado
presidente.
A população francesa, no entanto, considerava os termos do acordo de rendição aos prussianos extremamente
humilhantes.
Temeroso de ser deposto, o presidente exigiu que a guarda nacional depusesse suas armas, mas a exigência teve
efeito oposto ao desejado. Diante dessa ordem, a guarda nacional reagiu, no que teve a adesão da população e,
sobretudo, do operariado.
5 Comuna de Paris
Em março de 1871, o proletariado tomou o poder na capital francesa, instituindo a Comuna de Paris. O governo
proletário durou pouco tempo, pois foi reprimido, mas suas realizações foram amplas, como a abolição do
trabalho noturno, a desapropriação de residências ociosas, a redução da jornada de trabalho, a legalização dos
Embora tenha sido severamente reprimida pelo presidente Thiers, que procurou esmagar duramente os
revoltosos por meio das execuções em massa, a Comuna de Paris é a primeira experiência de governo popular da
história contemporânea e demonstra a força da organização proletária, tendo servido como exemplo para as
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• A relação entre a Segunda Revolução Industrial e o imperialismo;
• A Era Vitoriana;
• Os antecedentes da Primeira Guerra Mundial.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Definiu luddismo e cartismo;
• Descreveu as formas de resistência do operariado ao sistema capitalista;
• Identificou a conjuntura sociopolítica que levou aos processos de unificação da Itália e da Alemanha.
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